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se realiza no local onde ocorreu o resultado, tendo adotado a teoria do resultado (não da atividade). 284. Correto. Letra de lei! Basta observar o que dispõe o art. 81, “caput”, do CPP, que trata da perpetuação da competência. 285. Errado. Estabelece o art. 79 do CPP, que a conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento, salvo “no concurso entre a jurisdição comum e a militar” (inc. I). 286. Errado. Compete à justiça comum federal processar e julgar o crime de tráfico internacional de entorpecentes, que se caracteriza pela entrada ou saída da substância entorpecente no território nacional. O fato da droga haver sido transportada por via aérea não ocasiona, por si só, a competência da justiça federal. Conforme estabelece a Súmula 522 do STF, “salvo ocorrência de tráfico para o exterior, quando então a competência será da Justiça Federal, compete à Justiça dos Estados o processo e julgamento dos crimes relativos a entorpecentes”. Segundo Paulo Rangel, a referida súmula foi cancelada com o advento da Lei 11.343/2006. Para o doutrinador, “a súmula referia-se apenas ao tráfico para o exterior, quando a Constituição diz textualmente, no inciso V do art. 109, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente (...). Em outras palavras: seja exportação (de dentro para fora) ou importação (de fora para dentro) de substância entorpecente, será tráfico internacional”, cabendo à justiça comum federal processá-lo e julgá-lo, tenha ou não o 1001 Questões Comentadas – Direito Processual Penal – CESPE Prof. Nourmirio Tesseroli Filho 84 Município, onde os fatos ocorreram, sede da justiça federal (“Direito Processual Penal”. 17 ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010, p. 350). 287. Correto. Questão jurisprudencial! “É de competência da Justiça Estadual processar e julgar agente público estadual acusado de prática de delito de que trata o art. 89 da Lei nº 8.666/93, não sendo suficiente para atrair a competência da Justiça Federal a existência de repasse de verbas em decorrência de convênio da União com Estado-membro” (STF, HC 90.174/GO, Rel. Min. Carlos Britto, DJ 14.03.2008). 288. Errado. Há de se aplicar a regra prevista no art. 78, I, do CPP. O Tribunal do Júri julga os dois delitos! 289. Errado. Tratando-se de crime permanente (cuja consumação se prolonga no tempo), praticado em território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção. 290. Errado. Em se tratando de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção (CPP, art. 71 c/c o art. 83). 291. Errado. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do acusado (CPP, art. 72, “caput”). Se, no entanto, o acusado tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela prevenção (§ 1º). 292. Errado. A competência será determinada pela continência (não pela conexão) quando duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração penal (CPP, art. 77, I). Na continência concursal ou por cumulação subjetiva (CPP, art. 77, I), o fato é único, sendo praticado por várias pessoas (concurso de agentes). 293. Errado. É prevento o juízo que autorizou a interceptação telefônica, expediu mandados de prisão temporária e de busca e apreensão. 294. Errado. Há fixação da competência “ratione materiae” no plano constitucional. Da mesma forma, há delimitação do poder de julgar, no âmbito constitucional, em decorrência do lugar. 295. Errado. Os crimes praticados nos Municípios que não sejam sede de vara federal serão processados e julgados na vara federal da circunscrição respectiva (art. 70, parágrafo único, da Lei 11.343/2006). 296. Errado. Com a absolvição em relação ao crime de homicídio (doloso contra a vida), continuarão os jurados competentes para emitirem juízo de mérito sobre o delito de estupro. 1001 Questões Comentadas – Direito Processual Penal – CESPE Prof. Nourmirio Tesseroli Filho 85 297. Errado. A competência será determinada, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução (CPP, art. 70, “caput”). 298. Correto. A conexão e a continência importarão, em regra, a unidade de processo e julgamento. O art. 79, I, do CPP, traz uma ressalva em relação ao concurso entre a jurisdição comum e a militar. Segundo Norberto Avena, a “hipótese abrange tanto o concurso de crimes comum e militar como também o concurso de agentes civil e militar no mesmo crime, determinando a lei, pois, a separação dos processos” (“Processo Penal Esquematizado”. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2009, p. 607). 299. Errado. Juiz de direito que comete crime doloso contra a vida tem o privilégio de ser julgado pelo respectivo Tribunal de Justiça. Frise-se, se determinado o foro “privilegiado” pela Constituição Federal, prevalecerá sobre a competência do Tribunal do Júri. 300. Correto. Induvidosamente, a competência é da justiça comum para processar e julgar a pertinente ação penal por crime ambiental. A competência da Justiça Comum Federal é restrita aos crimes ambientais perpetrados em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, de entidade autárquica federal ou de empresa pública federal. Em razão da matéria, tratando-se de ação penal pública, o processo e o julgamento dos crimes praticados contra o meio ambiente, como regra, são da competência da Justiça Comum Estadual. 301. Errado. “Havendo conexão entre crimes da competência do Juizado Especial e do Juízo Penal Comum, prevalece a competência deste último” (Enunciado 10 do Fórum Nacional Permanente dos Juizados Especiais). 302. Errado. De acordo com a Súmula 521 do STF, “o foro competente para o processo e julgamento dos crimes de estelionato, sob a modalidade da emissão dolosa de cheque sem provisão de fundos, é o local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado”. Conforme a aludida súmula do STF, para o delito de estelionato por emissão de cheques sem fundos (CP, art. 171, § 2º, VI), “é competente o juízo do foro do local, não onde foi passado, mas o de sua consumação, justamente no qual deveria produzir o resultado (ut art. 6º, in fine, do CP), que é o lugar da recusa do pagamento, que é o da sede do sacado, de acordo, outrossim, com a primeira parte do art. 70 do CPP” (JTAERGS 70/101). 303. Errado. Nos crimes qualificados pelo resultado, fixa-se a competência no lugar onde ocorreu o evento qualificador. Consumando-se com o resultado “morte da vítima, da gestante”, o foro competente é do lugar dos precitados eventos. 1001 Questões Comentadas – Direito Processual Penal – CESPE Prof. Nourmirio Tesseroli Filho 86 304. Correto. “O crime de falso testemunho, previsto no art. 342 do CP, consuma-se quando, após proferida a inverdade, encerra-se o depoimento, reduzido a termo e assinado pela testemunha, pelo Juiz e pelas partes, sendo irrelevante se o seu efeito ou influência venha ou não interferir na decisão da causa” (STJ, RT 741/577). “Pouco importa que o falso testemunho prestado ante a jurisdição deprecada vá produzir efeitos na deprecante. O que cumpre indagar é o lugar onde se consumou a infração” (RT 605/298). Enfim, o delito de falso testemunho (CP, art. 342) cometido em carta precatória é da competência do foro deprecado (juízo do local onde foi prestado o depoimento). 305. Errado. A competência será determinada pela conexão intersubjetiva por concurso se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas por várias pessoas em concurso, não importando o tempo e o lugar onde as infrações foram praticadas. Exige-se, porém, que haja acordo prévio, a comunhão de esforços e conjunção de vontades! 306.