Buscar

ASPECTOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL - AULA02

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 98 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 98 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 98 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ASPECTOS DE 
DIREITO 
CONSTITUCIONAL
AULA 02
A CONSTITUIÇÃO DE 1946
Neste momento, o país mantinha a forma republicana e o estado laico. 
Ainda se tem a liberdade de pensamento, sem censura, e é mantida a 
inviolabilidade do sigilo à correspondência e da casa como asilo do 
indivíduo. Em 29 de janeiro de 1945, após tentar nomear seu irmão 
Benjamin Vargas para chefe da polícia do Rio de Janeiro, Getúlio foi 
deposto por um grupo de generais que faziam parte do seu ministério. 
A Era Vargas iniciou-se com um golpe e terminou com um golpe 
(HEMÉTRIO, 2017). Em 1º de fevereiro de 1946 foi instalada a 
Assembleia Constituinte, criando-se um texto baseado em ideais 
liberais e ideais sociais advindos das antigas constituições, a chamada 
redemocratização do país, afastando-se do Estado totalitário 
(HEMÉTRIO, 2017). 
A CONSTITUIÇÃO DE 1946
-> Bobbio (1992), em seu dicionário de política, define a Assembleia 
Constituinte como “um órgão colegial, representativo, extraordinário e 
temporário. Tem a função de elaborar a Constituição do Estado” 
(BOBBIO, 1992, p. 61).
Tendo como premissa o conceito trazido, pode-se afirmar que a 
Assembleia Constituinte é o órgão responsável pela elaboração da 
Constituição de um país, é um órgão temporário, colegial e 
representativo. É composta por indivíduos escolhidos para tal 
atribuição.
A CONSTITUIÇÃO DE 1946
Paulo e Alexandrino (2017, p. 29) descrevem que o rol de direitos 
fundamentais retoma o que existia na Constituição de 1934:
Com alguns importantes acréscimos, como o do princípio da 
inafastabilidade de jurisdição, e supressões relevantes, como a 
exclusão da pena de morte, do banimento e do confisco. Os direitos 
dos trabalhadores, muitos surgidos durante o Estado Novo, são 
constitucionalizados, com alguns acréscimos como o do direito de 
greve. Trata também, pela primeira vez, dos partidos políticos, 
instituindo o princípio da liberdade de criação e organização 
partidárias.
A CONSTITUIÇÃO DE 1946
Conforme Carvalho (2002, p. 128):
[...] de um lado estavam os nacionalistas, defensores do monopólio 
estatal do petróleo e de outros recursos básicos, como a energia 
elétrica, partidários do protecionismo industrial, da política 
trabalhista, da independência na política externa. Para eles, os 
inimigos eram entreguistas, pró-americanos, reacionários, golpistas. 
Do outro lado estavam os defensores da abertura do mercado ao 
capital externo, inclusive na área dos recursos naturais, os que 
condenavam a aproximação entre o governo e os sindicatos, os que 
queriam uma política externa de estreita cooperação com os Estados 
Unidos. 
A CONSTITUIÇÃO DE 1946
As principais características da Constituição promulgada em 18 de 
setembro de 1946 eram:
a) República Federativa. b) Estado laico. c) A liberdade de 
pensamentos, sem censura, a não ser em espetáculos e diversões 
públicas. d)A inviolabilidade do sigilo da correspondência. e) A 
liberdade de consciência, de crença e de exercício de cultos 
religiosos. f) A liberdade de associação para fins lícitos. g) A 
inviolabilidade da casa como asilo do indivíduo. h) A prisão só em 
flagrante/delito ou por ordem escrita de autoridade competente e a 
garantia ampla de defesa do acusado. i) Extinção da pena de morte. 
j) Três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário (HEMÉTRIO, 2017). 
A CONSTITUIÇÃO DE 1967
O momento político retira novamente alguns direitos do 
trabalhador, como o direito de greve. Temos a ampliação da Justiça 
Militar e pena de morte ainda estabelecida.
Em 31 de janeiro de 1961 assume a presidência Jânio Quadros, 
permanecendo no poder por apenas seis meses. Em 25 de agosto de 
1961, após contrariar o capitalismo, sofre forte pressão e renúncia. 
Assume o governo João Goulart, popularmente conhecido como 
Jango, um forte representante da política de Vargas, o que 
provocava um grande desconforto para os militares (HEMÉTRIO, 
2017). 
A CONSTITUIÇÃO DE 1967
João Goulart assume o país com “meios poderes”, pois passa a existir, por 
conta da oposição, um regime parlamentarista. Quem de fato mandava era o 
Primeiro Ministro. No entanto, em 1963, através de um plebiscito, a população 
vota na volta do presidencialismo, dando pleno poderes ao Jango. Com isso, 
João Goulart cria o Plano Trienal e, uma das ideias, era a reforma agrária, esta 
que não será feita através de desapropriações, mas com terras do governo 
(HEMÉTRIO, 2017). Vivia-se em meio à Guerra Fria entre Rússia e Estados 
Unidos. A reforma agrária de Jango (capitalismo e socialismo guerreavam-se 
entre si) não seria uma boa opção, mas João Goulart resolveu, mesmo assim, 
dar continuidade às reformas, sendo acusado de tentar implantar o 
comunismo. Este e vários outros fatores levaram, em 1º de abril de 1964, ao 
início da Ditadura Militar (O golpe fora dado no dia anterior) (HEMÉTRIO, 
2017). 
A CONSTITUIÇÃO DE 1967
O texto da Constituição de 1967 mostra grande preocupação com a 
"segurança nacional", ostentando tendência de centralização 
político-administrativa na União e de ampliação dos poderes do Presidente 
da República (PAULO; ALEXANDRINO, 2017).
Apresentava rol de direitos fundamentais, com redução dos direitos 
individuais, mas com maior definição dos direitos dos trabalhadores. 
Limitou o direito de propriedade, possibilitando a desapropriação para 
reforma agrária com indenização em títulos públicos. A Constituição de 
1967 (outorgada) teve curtíssima duração porque, em 1969, foi editada a 
EC 1, de 17.10.1969, com entrada em vigor em 30.10.1969 (PAULO; 
ALEXANDRINO, 2017). 
A CONSTITUIÇÃO DE 1967
Em 1964 ocorreu o golpe de Estado que afastou do poder o então 
Presidente João Goulart. Jango, como era chamado, passava a ideia de ser 
comunista. Em seu lugar, assumiu o General Humberto de Alencar Castelo 
Branco. Com uma nova política militarista e principalmente autoritária de 
Castello Branco, instituiu-se, em 1967, uma nova Constituição, que 
introduziu em seu texto Atos Institucionais que davam totais poderes ao 
presidente da república e serviriam para manter a legitimidade das 
atuações do regime militar (HEMÉTRIO, 2017). A Constituição de 1967 
seguiu a mesma linha em relação à de 1937, pois concentrou todo o poder 
nas mãos do Presidente, tirando a autonomia dos estados e municípios. 
Havia uma exacerbada preocupação com a segurança nacional, só 
comparável aos tempos da ditadura Vargas (HEMÉTRIO, 2017). 
A CONSTITUIÇÃO DE 1967
No período, existia a Constituição, mas o poder era exercido através de 
decretos, que eram utilizados pelo Poder Executivo para legislar e executar 
as suas próprias ordens. Os decretos, por vezes, eram chamados de Atos 
Institucionais.
-> Pode-se afirmar que os atos institucionais foram normas elaboradas no 
período de 1964 a 1969, durante o regime militar.
No regime militar, a edição de Atos Institucionais foi utilizada para impor 
decisões que objetivavam garantir a permanência dos militares no poder. 
Os atos eram decretos e normas que eram colocados acima da constituição 
vigente, mesmo depois de militares outorgarem sua Constituição ditatorial 
(1967).
A CONSTITUIÇÃO DE 1967
Foram editados dezessete atos institucionais até o fim do regime, dentre 
eles podem ser destacados:
AI nº 1 – Cassou todos os políticos e cidadãos da oposição;
AI nº 2 – Extinguiu os partidos existentes e criaram, na pratica, o 
bipartidarismo;
AI nº 4 – Compeliu o Congresso da nova Constituição;
AI nº 5 – Fechou o Congresso, suspendeu as garantias constitucionais e deu 
poder ao Executivo para legislar sobre todos os assuntos (HEMÉTRIO, 2017, 
p. 18).
A CONSTITUIÇÃO DE 1967
O AI nº 5 foi considerado o mais violento. Ele suspendia o direito ao habeas 
corpus, permitiu a decretação de estado de sitio e a intervenção nos 
Estados sem limites pelo Presidente da República. Na época se vivia no 
chamado “anos de chumbo”. As principais características da Constituição 
de 1967 eram: a) Concentração, no Poder Executivo, da maior parte do 
poder de decisão; b) Confere somente ao Executivoo poder de legislar em 
matéria de segurança e orçamento; c) Estabelece eleições indiretas para 
presidente, com mandato de cinco anos; d) Tendência à centralização, 
embora pregue o federalismo; e) Estabelece a pena de morte para crimes 
de segurança nacional; f) Restringe ao trabalhador o direito de greve; g) 
Ampliação da Justiça Militar; h) Abre espaço para a decretação posterior de 
leis de censura e banimento (HEMÉTRIO, 2017). 
A “CONSTITUIÇÃO” DE 1969
Costa e Silva fica doente e é afastado do poder. Assim, foi editado o Ato 
Institucional nº 12, que passa o comando do país para os Comandantes 
das Três Armas ou Junta Militares. Tudo acontecia a portas fechadas. 
Na época, o poder fica nas mãos de Emílio Garrastazu Médici, 
iniciando-se o período mais negro da repressão da história do Brasil 
(HEMÉTRIO, 2017).
Em 15 de março de 1974 assume a presidência o General Ernesto 
Geisel. O governo de Geisel, com muitas restrições, começou a 
promover a abertura política nos país, definida por Ernesto Geisel como 
“lenta, gradual e segura”. Antes de deixar a presidência, Geisel acabou 
com o AI nº 5 (HEMÉTRIO, 2017).
A “CONSTITUIÇÃO” DE 1969
O último presidente militar foi o General João Batista Figueiredo. 
Figueiredo tinha por missão dar continuidade à abertura política 
iniciada por Geisel. O caso aconteceu durante seu governo.
Um dos principais acontecimentos foi a concessão da anistia aos 
perseguidos políticos. No fim do governo de Figueiredo, houve a 
eleição indireta para a escolha do novo presidente, ocorrendo, 
então, a eleição de Tancredo Neves, com um governo civil, como 
resultado do visível desgaste que já tomava conta dos sucessivos 
governos militares (HEMÉTRIO, 2017). 
A “CONSTITUIÇÃO” DE 1969
No entendimento de Paulo e Alexandrino (2017), a EC 1/1969 
aperfeiçoou, porém, algumas instituições, como o processo de 
elaboração da lei orçamentária, a fiscalização financeira e 
orçamentária dos municípios, modificou o sistema tributário, previu 
a criação do contencioso administrativo tributário, vedou a reeleição 
para o Poder Executivo etc. (PAULO; ALEXANDRINO, 2017).
A CONSTITUIÇÃO DE 1988
O Brasil estava sob o regime de ditadura militar desde 1964 e a 
Constituição de 1967 foi o reflexo dos rigores decorrentes daquela 
situação. Naquela Carta estavam extintos os direitos individuais e 
sociais ou ao menos esquecidos. A extinção acontecia para que 
pudesse manter a integridade da ditadura militar, trazendo aos atos 
praticados um certo ar de “legitimidade” (HEMÉTRIO, 2017).
As Emendas Constitucionais apresentadas praticamente 
desfiguraram a Constituição de 1988. Contudo, ainda assim, houve a 
feição de uma social democracia, criando um Estado 
Democrático-Social de Direito.
A CONSTITUIÇÃO DE 1988
-> Estado Democrático-Social de Direito deve ser entendido como 
uma estrutura jurídica e política, e como uma organização social e 
popular, em que os direitos sociais e trabalhistas seriam tratados 
como direitos fundamentais (MARTINEZ, 2003). Assim, segundo 
Martinez (2003, s.p.), “os direitos sociais encontrar-se-iam sob a 
guarda de garantias institucionais que os defendessem do assédio 
privatista”.
A CONSTITUIÇÃO DE 1988
As principais características da Constituição Federal de 1988, ou 
também conhecida como Constituição Cidadã, são:
a) Direito de voto para os analfabetos.
b) Voto facultativo para menores entre 16 e 18 anos.
c) Redução do mandato do presidente de 5 para 4 anos.
d) Eleições em dois turnos (para os cargos de presidente, 
governadores e prefeitos de cidades com mais de 200 mil 
habitantes). 
A CONSTITUIÇÃO DE 1988
e) Os direitos trabalhistas passaram a ser aplicados também aos 
domésticos.
f) Direito à greve.
g) Liberdade sindical.
h) Diminuição da jornada de trabalho de 48 para 44 horas semanais. i) 
Licença-maternidade.
j) Licença-paternidade.
k) Décimo-terceiro salário para os aposentados.
l) Seguro-desemprego. 
A CONSTITUIÇÃO DE 1988
m) Férias remuneradas com acréscimo de 1/3 do salário.
n) Eleições diretas para os cargos de Presidente da República, governadores de 
estados e prefeitos municipais.
o) Sistema pluripartidário.
p) Fim da censura aos meios de comunicação, obras de arte, músicas, filmes, 
teatro etc. (HEMÉTRIO, 2017). 
O presidente da Câmara dos Deputados, Ulysses Guimarães, declarou, em 27 de 
julho de 1988, a entrada em vigor da nova Constituição Federal, que tinha sido 
batizada de Constituição Cidadã. Entende-se que a descrição foi dada em razão do 
Brasil ter acabado de sair da ditadura militar. A Assembleia Nacional Constituinte 
era composta por 487 deputados e 72 senadores.
A CONSTITUIÇÃO DE 1988
Em 21 de abril de 1993 ocorreu um plebiscito no Brasil, para determinar a 
forma e o sistema de governo do país, realizado para dissipar dúvidas que 
pairavam nos meios acadêmicos.
A nova Constituição tinha uma ideologia mais para parlamentarismo do que 
para presidencialismo. Após a redemocratização do Brasil, uma emenda da 
nova Constituição de 88 determinava a realização de um plebiscito. Os 
eleitores iriam decidir se o país deveria ter um regime republicano ou 
monarquista, controlado por um sistema presidencialista ou parlamentarista. 
A lei número 8.624, promulgada pelo presidente Itamar Franco, em 4 de 
fevereiro de 1993, regulamentou a realização do plebiscito. Ganhou, com larga 
margem de votos, o sistema republicano/ presidencialista, que vigora até os 
dias atuais (HEMÉTRIO, 2017).
A CONSTITUIÇÃO DE 1988
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 encontrase 
vigente até o momento, a chamada Constituição Cidadã.
Como as demais constituições, seus preceitos são, em um 
determinado momento histórico, regrar e harmonizar as confusões, 
os conflitos e interesses dos membros de uma sociedade. Nesse 
sentido essa Constituição trata desde os direitos fundamentais e 
organiza os Poderes bem como o Estado em sua totalidade. 
CONSTITUCIONALISMO, PODER CONSTITUINTE E OS 
PRINCÍPIOS, DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
O objetivo deste estudo é apresentar o processo de formação do 
constitucionalismo, sua fase antiga e, em especial, a sua fase moderna. 
Como o movimento surgiu e o que o caracteriza. Influências históricas, 
econômicas, filosóficas e jurídicas fazem parte do presente trabalho. 
Ainda, tem-se a pretensão de explanar sobre o poder constituinte e as 
suas espécies. Neste tópico o acadêmico deverá compreender como 
surge a constituição. Será realizada uma explanação sobre os princípios, 
direitos e garantias constitucionais, finalizando a unidade com a 
organização do Estado. Espera-se que o acadêmico tenha uma melhor 
compreensão sobre a estrutura da constituição.
CONSTITUCIONALISMO
A princípio, pode-se dizer que o constitucionalismo seria uma espécie 
de freio, contrapeso, ou seja, formas de limitações para a utilização do 
poder político. Assim, podemos entender como freios e contrapesos os 
mecanismos de separação dos poderes do Estado, evitando 
interferências.
De acordo com Ataliba (1995, p. 121), “a origem formal do 
constitucionalismo está ligada às constituições escritas e rígidas dos 
Estados Unidos da América, em 1787, após a Independência das 13 
Colônias, e da França, em 1791, a partir da Revolução Francesa, 
apresentando dois traços marcantes”. Esses dois traços são a 
organização do Estado e a limitação do poder estatal, com a referência 
aos direitos e garantias fundamentais.
CONSTITUCIONALISMO
Já segundo Miranda (1990, p. 138), “o Direito Constitucional 
norte-americano não começa apenas neste ano, sem esquecer os 
textos da época colonial que o integram no nível de princípios e 
valores ou de símbolos, como a Declaração de Independência, a 
Declaração de Virgínia e outras Declarações de Direitos dos 
primeiros Estados". Como se pode observar, existe uma relação 
muito forte entre o constitucionalismo e a essência de uma 
Constituição, esta que é a ordenação fundamental de um país ou de 
um Estado.
CONSTITUCIONALISMO
Em sentido lato, segundo Bernardes (2012),o constitucionalismo surge a partir 
do momento em que grupos sociais, racionalmente ou não, passam a contar 
com mecanismos de limitação do exercício do poder político. A definição 
aberta acontece de forma independente perante a existência de normas 
escritas ou de desenvolvimento teórico. Além disso, apesar de ser um termo 
um tanto recente, está ligado a uma ideia muito antiga: a existência de uma 
Constituição nos Estados, independentemente do momento histórico ou do 
regime político vigente naquela época. A noção de constitucionalismo está 
fortemente atrelada ao próprio desenvolvimento histórico dos inúmeros 
conceitos de constituição. Considerando exatamente o nível de racionalidade e 
de estruturação teórica com que foram estabelecidos tais mecanismos de 
limitação, costuma-se dividir o constitucionalismo em antigo e moderno 
(BERNARDES, 2012).
CONSTITUCIONALISMO
 Segundo Stern (1987, p. 121), o constitucionalismo, não obstante 
apenas a ser um termo atual, está intimamente atrelado a uma 
imagem ancestral que seria a criação de uma Constituição: Nos 
Estados independente do momento histórico ou do regime político 
adotado, ainda que a Constituição em sentido moderno tenha 
surgido apenas a partir das Guerras Religiosas dos Séculos XVI e XVII, 
pode-se dizer que todos os Estados – mesmo os absolutistas ou 
totalitários – sempre possuíram uma norma básica, expressa ou 
tácita responsável por legitimar o poder soberano. Assim, o 
Constitucionalismo tem uma tendência a ser confundido com a 
história e com o surgimento da Constituição (STERN, 1987).
CONSTITUCIONALISMO
Ainda no entendimento de Stern (1987, p. 191), anteriormente a 
esse período, a Constituição era apenas instituto, ou seja, “um 
conjunto de normas desenvolvidas historicamente em geral, 
contratualmente conformadas, orientadas por teorias jusnaturalistas 
ou, simplesmente, por normas que tratavam da distribuição de 
poder resultante das forças existentes”.
-> O que vem a ser o Jusnaturalismo? Jusnaturalismo é o direito 
natural, todos os princípios e direitos que temos, universais e 
imutáveis e independentes da vontade humana.
CONSTITUCIONALISMO
Como dispostas as relações entre constitucionalismo e Constituição 
e a confusão que se faz com o aparecimento da Constituição, 
podemos levar em consideração que o constitucionalismo pode 
acontecer independentemente de norma escrita, e que os grupos, 
de forma racional ou não, passam a respeitar mecanismos 
limitadores do poder.
Por fim, a Constituição, por sua vez, diz respeito às próprias normas 
escritas.
CONSTITUCIONALISMO ANTIGO
O constitucionalismo antigo é definido como o “conjunto de princípios 
escritos ou costumeiros voltados à afirmação de direitos a serem 
confrontados perante o monarca, bem como à simultânea limitação dos 
poderes” (DOGLIANI, 1994, p. 152-153; CANOTILHO, 1998, p. 48). Ainda, 
segundo Bernardes (2012), pode-se dizer que o constitucionalismo antigo 
viveu várias fases, a fase embrionária, com a práxis política teocrática do 
povo hebreu. Em uma segunda fase, destaca-se a experiência democrática 
da Grécia antiga, especialmente nos séculos IV e V.
Entende-se então que era um tipo de montante de princípios que podiam 
estar embutidos nos costumes ou ainda escritos. Garantiam alguns direitos 
das pessoas em relação aos seus governantes e, ainda, eram como uma 
barreira do poder de tais chefes.
CONSTITUCIONALISMO MODERNO
Já o constitucionalismo moderno, segundo Loewenstein (1976, p. 159- 
160), caracteriza-se como o “conjunto de regras e princípios postos de 
modo consciente a partir das teorias e movimentos ideológicos 
voltados a organizar o Estado segundo sistemática que estabelecesse 
limitações ao poder político, além de direitos e garantias fundamentais 
em favor dos membros da comunidade”.
Teve início na transição da monarquia absolutista para o Estado liberal, 
já no fim do século XVIII. É dessa fase, ademais, o esforço em 
documentar as constituições sob formas solenes, daí surgindo a 
tendência de “universalização da constituição escrita” (LOEWENSTEIN, 
1976, p. 159-160).
CONSTITUCIONALISMO MODERNO
Locke, Montesquieu e Rousseau são apontados como os principais 
precursores do constitucionalismo moderno, exatamente porque nas 
ideias contratualistas difundidas se encontravam teorias sobre o 
Estado com base na vontade popular, de forma dissociada das 
explicações teológicas que até então serviam de fundamentos à 
titularidade do poder estatal. Entretanto, o constitucionalismo 
moderno não é movimento que se resuma a territórios ou a tempo 
determinados. Está presente em todas as intervenções voltadas a 
novas formas de ordenação e sistematização do Estado e do poder 
político.
CONSTITUCIONALISMO MODERNO
Assim, com as informações disponíveis, pode-se afirmar que o 
constitucionalismo supõe, no entendimento de Baracho (1986, p. 5-6):
a) uma Constituição normalmente escrita, de forma a ser certa, definitiva e 
acessível, de modo que todos possam exercer seus direitos e sua dignidade 
humana; b) uma Constituição rígida, protegida contra as arbitrariedades do 
poder, ou seja, cujos procedimentos de reforma sejam especiais e 
dificultados; c) uma parte da Constituição dedicada à transcrição de 
direitos fundamentais básicos de qualquer cidadão contra o arbítrio do 
Estado; d) uma parte da Constituição destinada à organização racional do 
poder, tendo como princípio fundamental a divisão de poderes ou de 
funções, de modo a limitar a atuação do poder do Estado. 
CONSTITUCIONALISMO MODERNO
->>> Pode-se entender, então, por constitucionalismo moderno: 
regras e princípios organizadores do Estado sempre voltados à 
limitação dos poderes políticos e os estabelecimentos de regras 
referentes aos direitos e garantias fundamentais em favor do povo 
daquele país. <<<-
PODER CONSTITUINTE – CONCEITO E FINALIDADE
O poder constituinte é a expressão da vontade popular que representa o 
anseio da sociedade politicamente organizada. Tal poder delimita a 
estrutura do Estado e faz com que os representantes do povo possam 
alterar as normas constitucionais, passando de uma democracia direta 
para a representativa. “O poder constituinte é a manifestação soberana da 
suprema vontade política de um povo, social e juridicamente organizado” 
(MORAES, 2017, p. 41).
Além disso, é originado da vontade popular de organizar a nossa sociedade 
de acordo com os chamados dogmas sociais. A vontade popular é 
condicionante e principal elemento formador. É a soberania de um povo, 
vontade política e, ainda, um autorizador da alteração constitucional.
PODER CONSTITUINTE – CONCEITO E FINALIDADE
A doutrina, segundo Moraes (2017, p. 41), aponta a 
contemporaneidade da ideia de “poder constituinte com a do 
surgimento de Constituições escritas, visando à limitação do poder 
estatal e à preservação dos direitos e garantias individuais”.
“O poder constituinte é aquele exercido pelo primeiro de todos os 
legisladores mencionados, ou seja, é o poder de elaborar e modificar 
normas constitucionais. É, assim, o poder de estabelecer a 
Constituição de um Estado, ou de modificar a Constituição já 
existente" (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 75).
PODER CONSTITUINTE – CONCEITO E FINALIDADE
A teoria do poder constituinte foi inicialmente esboçada pelo francês 
Emmanuel Sieyes, alguns meses antes da Revolução Francesa, em sua 
obra Qu'est-ce que le Tiers-État? ("O que é o Terceiro Estado?"). 
“Inspirou-se nas ideias iluministas em voga no século XVIII, e foi 
aperfeiçoada pelos constitucionalistas franceses posteriores, com 
destaque para Carré de Malberg (que incorporou a ideia de soberania 
popular)” (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 75). O ponto fundamental 
da teoria, que pretende explicar que esta só poderia ser utilizada por 
Estados que adotam a Constituição escrita e rígida, e que faz com que 
haja o princípio da supremacia constitucional, seria entendido como a 
diferença entre poder constituinte e poderes constituídos. É o poder 
que cria a Constituição. 
PODERCONSTITUINTE – CONCEITO E FINALIDADE
Os poderes constituídos são o resultado da criação, ou seja, são os 
poderes estabelecidos pela Constituição.
Também se torna claro que o poder constituinte só pode ser exercido 
em Estados que tenham uma Constituição bem escrita e muito rígida. O 
Poder Constituinte é o poder de concepção da Constituição e esses 
poderes devem ser exercidos por pessoas autorizadas.
TITULARIDADE DO PODER CONSTITUINTE
A teoria do poder constituinte está relacionada à legitimidade do poder, 
soberania nacional e a soberania popular em um dado Estado. Nasceu 
do fortalecimento do racionalismo e em oposição ao poder absoluto 
das monarquias de direito divino, com a substituição de Deus pela 
nação, como titular da soberania (PAULO; ALEXANDRINO, 2017).
Relembrando, a nação seria, então, uma reunião de pessoas, 
geralmente do mesmo grupo étnico, que falam o mesmo idioma e têm 
os mesmos costumes, formando, assim, um povo. Uma nação continua 
unida pelos hábitos, tradições, religião, língua e consciência nacional. 
Os elementos território, língua, religião, costumes e tradição, por si sós, 
não constituem o caráter de uma nação.
TITULARIDADE DO PODER CONSTITUINTE
O titular do poder constituinte é toda a nação. Todos os 
aparecimentos dos poderes constituídos na constituição só podem 
ser acatados como válidos se respeitarem as disposições existentes 
no conhecido texto constitucional. “Estado, uma vez que mediante o 
exercício do poder constituinte originário estabelecerá sua 
organização fundamental pela Constituição, é sempre superior aos 
poderes constituídos, de maneira que toda manifestação dos 
poderes somente alcança plena validade se se sujeitar à Carta 
Magna” (MORAES, 2017, p. 41).
TITULARIDADE DO PODER CONSTITUINTE
Observa-se que o poder constituinte deve estabelecer a organização 
fundamental de uma nação e o povo é o verdadeiro titular do poder. 
O povo, através da votação, elege seus representantes, que passam 
a atuar em nome do povo. Segundo Moraes (2017, p. 41), "o povo 
pode ser reconhecido como o titular do poder constituinte, mas não 
é jamais quem exerce. É ele um titular passivo, e se imputa uma 
vontade constituinte sempre manifestada por uma elite". Assim, 
distinguimos a titularidade e o exercício do poder constituinte, 
“sendo o titular o povo e o exercente aquele que, em nome do povo, 
cria o Estado, editando a nova Constituição” (MORAES, 2017, p. 41).
TITULARIDADE DO PODER CONSTITUINTE
“O titular do poder constituinte é o povo (e não mais a nação), pois 
só este tem legitimidade para determinar quando e como deve ser 
elaborada uma nova Constituição, ou modificada a já existente” 
(PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 76).
Na soberania popular tem-se que o Estado caminha pela vontade de 
seu povo e, assim, seus representantes são eleitos. Isso é o que se 
espera de uma democracia. Apesar que, mesmo nas tiranias, o poder 
ainda é do povo.
TITULARIDADE DO PODER CONSTITUINTE
“A soberania popular, que é, na essência, o poder constituinte do 
povo, é a fonte única de que procedem todos os poderes públicos do 
Estado. Mesmo nos regimes ditatoriais é o povo o único e legítimo 
titular do poder constituinte” (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 76). 
Se o titular é o povo, significa dizer que o exercício do voto e o 
próprio exercício da democracia validam todo o sistema contido na 
Constituição vigente. 
 FORMAS DE EXERCÍCIO DO PODER CONSTITUINTE
Para Paulo e Alexandrino (2017, p. 76), o poder constituinte 
originário pode manifestar-se na criação de um novo Estado, “como 
as desintegrações do Império Otomano, da União Soviética, e da 
Iugoslávia, que deram origem a vários novos Estados”. Além disso, 
“na refundação de um Estado, com a substituição de uma 
Constituição por outra, como ocorre no caso de golpe, revolução, 
desagregação social, ou mesmo, se assim desejar o povo, em 
períodos de normalidade social” (ALEXANDRINO; PAULO, 2017, p. 
76).
 FORMAS DE EXERCÍCIO DO PODER CONSTITUINTE
O Poder Constituinte institui a Constituição, da mesma forma que os 
poderes constituídos são estabelecidos por tal Constituição. 
Intrinsicamente, podemos afirmar que o poder constituinte é do povo, este 
que é constituído por pessoas (mulheres e homens), que têm o poder de 
definir sobre as regras que querem ver implantadas no Estado onde vivem. 
Observa-se que, no primeiro caso, ou seja, na criação do Estado, temse o 
que pode ser chamado de poder constituinte histórico e, em outros casos, 
pode-se dizer que se tem o denominado poder constituinte revolucionário. 
“A outorga constitui, portanto, a criação autocrática da Constituição, um 
exercício do poder constituinte pela única vontade do detentor do poder, 
sem representação ou participação dos governados, do povo, destinatários 
do poder” (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 76).
 FORMAS DE EXERCÍCIO DO PODER CONSTITUINTE
“O exercício democrático do poder constituinte ocorre pela 
assembleia nacional constituinte ou convenção: o povo escolhe seus 
representantes (democracia representativa), que formam o órgão 
constituinte, incumbido de elaborar a Constituição do tipo 
promulgada“ (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 76). “Sempre que 
houver ruptura da ordem constitucional estabelecida, e sua 
substituição, ocorre manifestação do poder constituinte, ou seja, a 
nova Constituição será sempre obra do poder constituinte, mesmo 
que haja imposição mediante exercício ilegítimo do poder” (PAULO; 
ALEXANDRINO, 2017, p. 78). 
 FORMAS DE EXERCÍCIO DO PODER CONSTITUINTE
O fato de residir no povo a titularidade do poder constituinte não 
tem relevância para determinar quando há manifestação do poder 
constituinte. Vale dizer: mesmo nos casos em que há usurpação do 
poder e uma nova Constituição é outorgada por um ato autoritário, 
não democrático. Só o fato de se substituir o ordenamento 
constitucional vigente por um outro consubstancia manifestação do 
poder constituinte. Essa criação e a imposição de uma nova ordem 
constitucional são obras do poder constituinte originário. Tem-se 
que o Poder Constituinte pode ser exercido de forma outorgada ou 
de forma usurpada. O que se torna transparente é que sempre que 
acontecer a ruptura, o Poder Constituinte será exercido através da 
criação de uma nova Constituição. 
ESPÉCIES DE PODER CONSTITUINTE
São dois tipos de espécies de poder constituinte identificados pela 
doutrina: o originário e o derivado. “Embora pouco estudados pela 
doutrina pátria, alguns autores têm destacado, também, a existência 
do poder constituinte difuso e do poder constituinte supranacional” 
(PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 78).
O poder constituinte originário (inaugural, fundacional, primogênito, 
genuíno, primário, de primeiro grau ou inicial) é o poder de elaborar 
uma Constituição. 
ESPÉCIES DE PODER CONSTITUINTE
O poder constituinte originário estabelece a Constituição de um 
novo Estado, organizando e criando os poderes destinados a reger os 
interesses de uma comunidade. Tanto haverá poder constituinte no 
surgimento de uma primeira Constituição, quanto na elaboração de 
qualquer Constituição posterior (MORAES, 2017, p. 41).
O poder constituinte originário designa os novos poderes que irão 
reger um determinado povo. Tal poder pode ser considerado puro, 
elementar e principal.
ESPÉCIES DE PODER CONSTITUINTE
No procedimento de elaboração de uma nova Constituição, 
podemos identificar dois momentos de atuação do poder 
constituinte originário: um momento material e um momento 
formal. Decorrem as noções de poder constituinte material e poder 
constituinte formal. No primeiro momento, tem-se o poder 
constituinte material, que é o poder de autoconformação do Estado, 
segundo certa ideia de Direito. É a decisão política de criação de um 
novo Estado. Esse poder constituinte originário, além de poder ser 
dividido em histórico e revolucionário, ainda pode ser dividido em 
poder constituinte formal e material.
ESPÉCIES DE PODER CONSTITUINTE
Poder constituinte histórico pode ser entendido pela primeiraConstituição; 
o Revolucionário seriam todas as demais Constituições. Já o poder 
constituinte material estaria voltado ao sentimento de criação de uma 
nova Constituição e o poder constituinte Formal não pode se afastar dos 
ditames de elaboração da Constituição e pode ser entendido como sendo o 
procedimento que objetiva a criação da Constituição. Posteriormente, 
temos o poder constituinte formal, que transforma a "ideia de Direito" 
(momento material) em "regra de Direito", com forma e força jurídica, 
mediante a elaboração da nossa Constituição (momento formal). “O poder 
constituinte formal, portanto, é responsável pela elaboração da 
Constituição em si, momento em que existem juridicidade e a forma à ideia 
de Direito” (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 79).
ESPÉCIES DE PODER CONSTITUINTE
A ideia da existência de um poder constituinte é o suporte lógico de 
uma Constituição superior ao restante do ordenamento jurídico. É esse 
poder constituinte, distinto, anterior e fonte da autoridade dos poderes 
constituídos (MORAES, 2017).
O poder constituinte derivado (instituído, constituído, secundário ou de 
segundo grau) é o que pode modificar a Constituição Federal e, 
também, elaborar as Constituições de cada Estado. “Está inserido na 
própria Constituição, pois decorre de uma regra jurídica de 
autenticidade constitucional. Assim, conhece limitações constitucionais 
expressas e implícitas e é passível de controle de constitucionalidade” 
(MORAES, 2017, p. 42).
ESPÉCIES DE PODER CONSTITUINTE
Ainda, é criado pelo poder constituinte originário, e está previsto e regulado no 
texto da própria Constituição. Conhece limitações constitucionais expressas e 
implícitas e, por isso, é passível de controle de constitucionalidade. Assim, a 
própria Constituição faz as previsões das possibilidades e formas da sua alteração 
ou inclusão de regra nova.
O poder tem, como característica, ser um poder jurídico, derivado, limitado (ou 
subordinado) e condicionado. O poder constituinte derivado é acessório, auxiliar e, 
ainda, dependente. “É um poder jurídico porque integra o Direito, está presente e 
regulado no texto da Constituição Federal. Na Constituição Federal de 1988, por 
exemplo, o poder de emenda está expressamente indicado e regrado no art. 60 do 
texto constitucional” (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 81). Ainda, o poder 
constituinte é derivado porque é instituído pelo poder constituinte originário, para 
modificar e complementar toda a obra.
ESPÉCIES DE PODER CONSTITUINTE
Segundo Moraes (2017, p. 42), apresenta as características de derivado, 
subordinado e condicionado, sendo entendido como “derivado porque 
retira sua força do poder constituinte originário e subordinado porque 
se encontra limitado por normas expressas e implícitas no texto 
constitucional”. Além disso, apresenta características de condicionado 
“porque seu exercício deve seguir as regras estabelecidas no texto da 
Constituição Federal” (MORAES, 2017, p. 42).
“É limitado ou subordinado porque encontra limitações constitucionais 
expressas e implícitas, não podendo desrespeitá-las, sob pena” (PAULO; 
ALEXANDRINO, 2017, p. 82).
ESPÉCIES DE PODER CONSTITUINTE
Ainda, no dizer de Paulo e Alexandrino (2017, p. 82), é condicionado
porque a sua atuação deve observar fielmente as regras 
predeterminadas pelo texto constitucional. Na aprovação de uma 
emenda à Constituição Federal, por exemplo, deverá ser 
estritamente observado o procedimento estabelecido no art. 60 da 
Constituição Federal, sob pena de inconstitucionalidade.
Pode-se se dizer que, segundo alguns doutrinadores, o poder 
constituinte derivado está dividido ainda em poder constituinte 
reformador e poder constituinte decorrente. 
ESPÉCIES DE PODER CONSTITUINTE
O poder constituinte derivado reformador é o poder de modificar a 
Constituição Federal de 1988, “desde que respeitadas as regras e 
limitações impostas pelo poder constituinte originário. Esse poder de 
modificação do texto constitucional baseia-se na ideia de que o povo 
tem sempre o direito de rever e reformar a Constituição” (PAULO; 
ALEXANDRINO, 2017, p. 82).
O poder constituinte derivado decorrente é o poder que a 
Constituição Federal de 1988 atribui aos estados para se 
organizarem por meio da elaboração de suas próprias Constituições.
ESPÉCIES DE PODER CONSTITUINTE
O poder constituinte é derivado e reformador quando é exercido 
dentro dos limites contidos na própria Constituição já estabelecida. É 
derivado decorrente quando repassa algum tipo de poder aos Estados 
para se organizarem, criando suas próprias Constituições. Ainda, 
podemos encontrar outra divisão do poder constituinte: em difuso e 
supranacional. Poder constituinte difuso é o poder de fato que “atua na 
etapa da mutação constitucional, meio informal de alteração da 
Constituição. Cabe a ele, portanto, alterar o conteúdo, o alcance e o 
sentido das normas constitucionais, mas de modo informal, sem 
qualquer modificação na literalidade do texto da Constituição” (PAULO; 
ALEXANDRINO, 2017, p. 84). É chamado de poder constituinte difuso 
porque “não vem formalizado (positivado) no texto das Constituições. 
ESPÉCIES DE PODER CONSTITUINTE
É um poder de fato porque é nascido do fato social, político e 
econômico” (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 84). Ainda, pode ser 
considerado “meio informal porque se manifesta por intermédio das 
mutações constitucionais, modificando o sentido das Constituições, mas 
sem nenhuma alteração no seu texto expresso” (PAULO; 
ALEXANDRINO, 2017, p. 84). O poder constituinte difuso, 
diferentemente do poder constituinte originário e do poder constituinte 
derivado, pode ser considerado como a causa das mudanças na 
constituição, com base nas transformações e nos processos 
interpretativos e aplicativos. Já o poder constituinte supranacional 
(transnacional ou global) é o “poder de fato encarregado de fazer e 
reformular as constituições transnacionais, supranacionais ou globais” 
(PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 84). 
ESPÉCIES DE PODER CONSTITUINTE
Tem sua fonte de validade na “cidadania universal, na multiplicidade 
de ordenamentos jurídicos, no desejo dos povos de se integrarem e 
interagirem, propondo um redimensionamento no conceito clássico 
de soberania” (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 84).
Por fim, o poder constituinte difuso é o poder de modificar o 
conteúdo, a abrangência e a interpretação das normas 
constitucionais. Já o poder constituinte supranacional é o de 
reorganização das constituições com mudanças das regras e com o 
intuito de integração de nações.
Relembrando...
• A origem formal do Constitucionalismo remonta ao ano de 1787 e 
está ligada às Constituições escritas e rígidas dos Estados Unidos da 
América.
• Há o conceito de Poder Constituinte e as suas espécies.
• O Poder Constituinte está intimamente relacionado à legitimidade 
do poder, soberania nacional e soberania popular em um dado 
Estado.
• Há o Poder Constituinte Originário e as suas características.
• Existe uma forma de como acontece o Poder Constituinte Derivado.
Relembrando...
• O Poder Constituinte Difuso pode ser entendido como a causa 
das modificações das interpretações das constituições.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO ESTADO BRASILEIRO
Segundo Paulo e Alexandrino (2017, p. 87), “o Título I da Constituição 
brasileira de 1988, composto por quatro artigos, é dedicado aos 
denominados "princípios fundamentais" do Estado brasileiro”. O 
constituinte utilizou a “expressão genérica para traduzir a ideia de que 
nesses primeiros quatro artigos já se estabeleceu a forma do nosso 
Estado e de seu governo. Ainda, proclama-se o regime político 
democrático fundado na soberania popular e institui-se a garantia da 
separação de funções entre os poderes” (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, 
p. 87). Além disso, “encontram-se os valores e os fins mais gerais 
orientadores de nosso ordenamento constitucional, funcionando como 
diretrizes para todos os órgãos mediante os quais atuam os poderes 
constituídos” (PAULO; ALEXANDRINO, 2017,p. 87).
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO ESTADO BRASILEIRO
Então, temos que os princípios seriam um grupo de diretrizes, 
preceitos, exemplos de atuação que devem ser obedecidos pela 
população de um determinado local. A conceituação dos princípios está 
relacionada ao começo ou início de algo. São os pontos considerados 
iniciais para um determinado assunto ou questão. Os princípios 
também podem estar associados às normas essenciais que norteiam os 
estudos. Como exemplo temos: princípios da Física, os princípios da 
Contabilidade, os princípios do Direito etc. 
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO ESTADO BRASILEIRO
Para Bandeira de Melo (2003, p. 45), princípio é, por definição, um 
“mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce, disposição 
fundamental que se irradia sobre diferentes normas, compondo o 
espírito e servindo de critério para a sua exata compreensão e 
inteligência”. Seria exatamente “definir a lógica e a racionalidade do 
sistema normativo. É o conhecimento dos princípios que preside a 
intelecção das diferentes partes componentes do todo unitário” 
(BANDEIRA DE MELO, 2003, p. 45). O art. 1º da Constituição Federal 
resume de forma eficaz as características do Estado Brasileiro: Art. 1º A 
República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos 
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado 
Democrático de Direito e tem fundamentos (BRASIL, 1988).
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO ESTADO BRASILEIRO
Tem-se um resumo em uma única expressão dos atributos essenciais do 
Estado brasileiro:
Trata-se de uma federação (forma de Estado), de uma república (forma de 
governo) que adota o regime político democrático (traz ínsita a ideia de 
soberania assentada no povo). Constitui, ademais, um Estado de Direito 
(implica a noção de limitação do poder e de garantia de direitos 
fundamentais aos particulares) (PAULO; ALEXANDRINO, p. 87).
Assim, temos determinadas as seguintes características: uma federação 
como forma de Estado, uma república como forma de governo, uma 
democracia como uma forma de soberania popular e um Estado de Direito 
como forma de respeito aos direitos e garantias fundamentais.
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 
“A forma de Estado adotada no Brasil é a de uma federação, o que significa 
a coexistência, no mesmo território, de unidades dotadas de autonomia 
política, que possuem competências próprias discriminadas diretamente 
no texto constitucional” (PAULO; ALEXANDRINO, p. 88). Por forma de 
Estado, entende-se a maneira pela qual o Estado organiza o povo, o 
território e estrutura o seu poder relativamente a outros de igual natureza.
A Federação é composta pela União, estados-membros, Distrito Federal e 
municípios, conforme previsão dos arts. 1º e 18 da Constituição Federal. 
São pessoas jurídicas de direito público autônomas e estão sujeitas ao 
princípio da indissolubilidade do vínculo federativo (não existe em nosso 
país o direito de secessão).
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 
Federação então pode ser entendida como uma aliança. Vários Estados 
são reunidos e compõem um Estado Federal que, por sua vez, tem suas 
competências, autonomias e garantias. É uma aliança de Estados, uma 
unidade estatal superior e detentora da soberania externa.
->>> Secessão quer dizer separação de uma parte que pertence a uma 
unidade política para a formação de outra parte.
A forma federativa de Estado é, no Brasil, cláusula pétrea. Dispõe o art. 
60 da Constituição Federal: “Art. 60. A Constituição poderá ser 
emendada mediante proposta: § 4º Não será objeto de deliberação a 
proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de 
Estado” (BRASIL, 1988).
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 
->>> Cláusula pétrea é um artigo da Constituição Federal que não pode 
ser alterado. É um artigo de uma lei, parte do texto jurídico e define 
direitos. Pétrea é um adjetivo para aquilo que é como pedra, imutável e 
perpétuo. 
Passando para a análise da forma de governo, tem-se que o Brasil é 
uma República e, assim, pode-se afirmar que a representatividade 
popular se dá por meio do voto e da eleição dos governantes. Assim, “o 
Brasil é uma república. Essa é a forma de governo adotada em nosso 
país desde 15 de novembro de 1889, consagrada na Constituição de 
1891 e em todas as constituições subsequentes” (PAULO; 
ALEXANDRINO, 2017, p. 88).
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 
A República descreve uma forma de governo em que o Chefe de Estado 
é eleito pelos representantes dos cidadãos ou pelos próprios cidadãos, 
e exerce a sua função durante um tempo limitado. Em uma República, o 
poder tem origem em um grupo de cidadãos, que delega esse poder ao 
Chefe de Estado ou Presidente da República.
A eleição de um Presidente da República é feita através do voto direto 
dos cidadãos ou por uma assembleia restrita. A função de presidente é 
exercida durante um período de tempo limitado, sendo que só pode 
exercer durante um número limitado de mandatos.
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 
Para esclarecer, o idioma utilizado de forma oficial na República 
Federativa do Brasil é a língua portuguesa, como disposto no art. 13 da 
Constituição Federal: “Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da 
República Federativa do Brasil” (BRASIL, 1988). Assim, o ensino nas 
escolas deve ser realizado nesta língua. Além de ter uma língua oficial, a 
República tem alguns símbolos que são: a bandeira, o hino, as armas e o 
selo nacional. É direito dos Estados, Distrito Federal e Municípios terem 
ou não seus símbolos. Como previsto no art. 13 da Constituição Federal: 
“§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, 
as armas e o selo nacional. § 2º Os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios poderão ter símbolos próprios” (BRASIL, 1988). (PGS 66-67)
INTERVENÇÃO
“A Constituição de 1988 não erigiu a forma republicana de governo ao 
status de cláusula pétrea. Entretanto, o desrespeito ao princípio 
republicano pelos estados-membros ou pelo Distrito Federal constitui 
motivo ensejador de medida drástica: a intervenção federal” (PAULO; 
ALEXANDRINO, 2017, p. 88). Prevê o art. 34 da Constituição de 
República Federativa do Brasil de 1988 que:
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, 
exceto para:
I - Manter a integridade nacional; II - Repelir invasão estrangeira ou de 
uma unidade da Federação em outra;
INTERVENÇÃO
III - Colocar termo diante de grave comprometimento da ordem 
pública; IV - Garantir o livre exercício de qualquer um dos Poderes nas 
unidades da Federação;
V - Reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos 
consecutivos, salvo motivo de força maior;
b) Deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta 
Constituição e dentro dos prazos estabelecidos em lei; VI - Prover a 
execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; VII - Assegurar a 
observância dos seguintes princípios constitucionais:
INTERVENÇÃO
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos 
estaduais, compreendida a proveniente de transferências na 
manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços 
públicos de saúde (BRASIL, 1988).
INTERVENÇÃO
Na intervenção tem-se uma diminuição provisória de autonomia de 
determinado Estado. Então, essa intervenção pode acontecer e é 
legítima. Temos como exemplo a intervenção em curso no Rio de 
Janeiro e, ainda, a que também acontece em Roraima.
A intervenção pode ser entendida também como uma medida 
excepcional que só pode ser realizada se pautada em preceito 
constitucional, eis que seus maiores fundamentos são a manutenção 
e a defesa da soberania do Estado Federal.
INTERVENÇÃO
A intervenção é realizada e oficializada por decreto presidencial: 
“Art. 84. Compete privativamenteao Presidente da República: X – 
decretar e executar a intervenção federal” (BRASIL, 1988). No 
decreto devem estar previstos a amplitude, prazo e condições da 
intervenção.
PODER E DIVISÃO DE PODERES
“O conceito de forma de governo relaciona-se à maneira como se dá 
a instituição do poder na sociedade e como se dá a relação entre 
governantes e governados. O intuito do conceito é, portanto, 
estabelecer quem deve exercer o poder e como este se exerce” 
(PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 88).
A característica formal das repúblicas que mais chama a nossa 
atenção é a necessidade de alternância no poder. Entretanto, não é 
suficiente essa formalidade para que tenhamos uma república em 
seu sentido mais nobre.
PODER E DIVISÃO DE PODERES
A alternância no poder pode ser entendida como a relação direta 
com a democracia. A ação garante a participação das escolhas 
políticas e das decisões dos projetos que podem definir o futuro das 
nações. Dentre as manifestações da democracia: a liberdade de 
expressão, a dignidade humana e o direito de defesa. “O conceito de 
república, hoje, encontra-se irremediavelmente imbricado com o 
princípio democrático e com o princípio da igualdade (ausência de 
privilégios em razão de estirpe)” (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 
88). Segundo Dallari (1998, p. 147), "um povo que governar sempre 
bem não necessitará de ser governado [...]. Se existisse um povo de 
deuses, ele se governaria democraticamente. Tão perfeito governo 
não convém aos homens". 
PODER E DIVISÃO DE PODERES
No livro III de A Política, Aristóteles faz a classificação dos governos, 
dizendo que o governo pode caber a um só indivíduo, a um grupo, 
ou a todo o povo. Esclarece que o nome de cidadão só se deveria dar 
com propriedade àqueles que tivessem parte na autoridade 
deliberativa e na autoridade judiciária. Diz, taxativamente, que a 
cidade-modelo não deverá jamais admitir o artesão no número de 
seus cidadãos. A virtude política, que é a sabedoria para mandar e 
obedecer, só pertence àqueles que não têm necessidade de 
trabalhar para viver, não sendo possível praticar a virtude quando se 
leva a vida de artesão ou mercenário (DALLARI, 1998). 
PODER E DIVISÃO DE PODERES
Segundo Bonavides (2001, p. 267), em relação à república e à 
democracia:
Pareto, ao pedir a significação exata do termo "democracia", acaba 
por reconhecer que é ainda mais indeterminado que o termo 
completamente indeterminado religião. Enquanto Bryce, dando a 
mais larga e indecisa amplitude, chega a defini-lo, de modo um tanto 
vago, como a forma de governo na qual “o povo impõe sua vontade 
de todas as questões importantes”.
PODER E DIVISÃO DE PODERES
Já Kelsen, também divagando sobre a democracia, pôs a situação de 
manifesto em uma de suas obras fundamentais. No preâmbulo fez 
ponderada advertência sobre os desacordos pertinentes a esse 
conceito.
Para Kelsen, a democracia é, sobretudo, um caminho: o da 
progressão para a liberdade (BONAVIDES, 2001). A base do conceito 
de Estado Democrático e, consequentemente, a base do conceito de 
princípio democrático é a noção de governo do povo revelado pela 
própria etimologia do termo democracia do grego "demos", povo e 
"kratos", poder. 
PODER E DIVISÃO DE PODERES
Em relação ao princípio da igualdade, a Constituição da República 
Federativa do Brasil aborda, de forma clara, a igualdade formal e a 
material. Quando utiliza a expressão "todos são iguais perante a lei", 
observamos a igualdade formal e a aplicação da lei a todos de forma 
indiscriminada.
Ainda, na Constituição, há a igualdade material, que busca a 
erradicação da pobreza e da marginalização, além da redução das 
desigualdades sociais e regionais. 
PODER E DIVISÃO DE PODERES
Como prevê a Constituição Federativa do Brasil de 1988:
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia 
Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, 
destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a 
liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade 
e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, 
pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e 
comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução 
pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a 
seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 
(BRASIL, 1988).
PODER E DIVISÃO DE PODERES
"Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a 
inviolabilidade do seu direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade" (BRASIL, 1988). Segundo Nery Junior (1999, p. 42), o princípio da 
igualdade pressupõe que as pessoas colocadas em diferentes situações sejam 
tratadas de forma desigual: “Dar tratamento isonômico às partes significa 
tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na exata medida de 
suas desigualdades”. Todos devem ser tratados de forma igual e, diante de 
qualquer situação inconveniente, há um tipo de aplicação. Podemos dar como 
exemplo as regras tributárias das empresas de pequeno porte. Todas essas 
empresas têm o mesmo tratamento, mas as empresas de grande porte não 
podem ter justamente pela aplicação do princípio da igualdade, uma vez que 
estas não são consideradas iguais.
O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
Em suas origens, o conceito de "Estado de Direito" estava ligado 
somente à ideia de limitação do poder, além da sujeição do governo 
a leis gerais e abstratas. Seria o exercício das leis que estão 
disponíveis no intuito de limitar o poder dos governantes. Hoje em 
dia, o Estado de Direito é básico e muito importante para o 
desenvolvimento das sociedades. É dado como fundamento de 
aparelhamento da coletividade politicamente organizada. 
Atualmente, a concepção de "Estado de Direito" é indissociável do 
conceito de "Estado Democrático".
O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
Deve traduzir a ideia de um Estado em que todas as pessoas e todos 
os poderes estão sujeitos “ao império da lei e do Direito. Os poderes 
públicos devem ser exercidos por representantes do povo, visando 
assegurar a todos uma igualdade material (condições materiais 
mínimas necessárias a uma existência digna)” (PAULO; 
ALEXANDRINO, 2017, p. 88). “Não se satisfaz a cidadania enunciada 
com a simples atribuição formal de direitos políticos ativos e 
passivos aos brasileiros que atendam aos requisitos legais” (PAULO; 
ALEXANDRINO, 2017, p. 89). 
O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
É necessário que o poder Público atue, concretamente, a fim de 
incentivar e oferecer condições propícias à efetiva participação 
política dos indivíduos na condução dos negócios do Estado, fazendo 
valer seus direitos, controlando os atos dos órgãos públicos, 
cobrando de seus representantes o cumprimento de compromissos 
assumidos em campanha eleitoral, enfim, assegurando e oferecendo 
condições materiais para a integração irrestrita do indivíduo na 
sociedade política organizada.
O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
O Estado Democrático de Direito pode ser percebido em qualquer 
Estado que tem como objetivo a garantia e respeito das liberdades 
civis. Nesses Estados, o primordial é o respeito pelos direitos 
humanos e pelas garantias fundamentais. Nele todos devem 
respeitar a lei, ou seja, ele vale para todos os tipos de “pessoas”. Isto 
quer dizer que, para que um Estado atinja o objetivo de ser 
considerado um Estado democrático de direito, todos os direitos dos 
cidadãos devem ter proteção jurídica e ser garantidos pelo Estado.
O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
Na mesma linha tem-se a dignidade da pessoa humana como fundamento 
da República Federativa do Brasil, que aproveita o Estado como uma 
organização que tem como centro o ser humano. Pode-se afirmar que essa 
seria a maior razão do Estado brasileiro que não tem seus fundamentos na 
propriedade, em classes, em corporações, em organizações religiosas, 
tampouco no próprio Estado, mas sim na pessoa humana. Sãovários os 
valores constitucionais que são providos diretamente da dignidade 
humana, tais como o direito à vida, à intimidade, à honra e à imagem. No 
art. 170, a Constituição reforça esse fundamento, ao estatuir que "a ordem 
econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na 
livre-iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os 
ditames da justiça social” (BRASIL, 1988).
O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
Para Paulo e Alexandrino (2017, p. 90) é fundamento do Estado, ainda, “o 
valor social do trabalho e da livre-iniciativa. Assim dispondo, nosso 
constituinte configura o Brasil como um Estado obrigatoriamente 
capitalista e, ao mesmo tempo, assegura que, nas relações entre capital e 
trabalho será reconhecido o valor social deste último".
Ainda entendem que a Constituição Federal: arvora o pluralismo político 
em fundamento da República Federativa do Brasil, implicando que nossa 
sociedade deve reconhecer e garantir a inclusão, nos processos de 
formação da vontade geral, das diversas correntes de pensamento e 
grupos representantes de interesses existentes no seio do corpo 
comunitário (PAULO; ALEXANDRINO, 2018, p. 90).
O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
No Estado Democrático de Direito apresenta-se um Estado onde 
consideram-se e se respeitam os direitos humanos e as garantias 
fundamentais. Ressalta-se que precisam existir deferência e concordância 
perante os direitos individuais e coletivos, os direitos sociais e os direitos 
políticos.
Relembrando...
 Os princípios fundamentais podem ser explicados através dos 
preceitos: República Federativa do Brasil, Poder, Divisões dos 
Poderes e o Estado Democrático de Direito.
• Os princípios fundamentais estabelecem a forma de Estado e a 
forma de governo.
• O conceito de princípio pode ser compreendido como conjunto de 
normas ou padrões de conduta a serem seguidos por uma pessoa ou 
instituição.
• Há a República Federativa do Brasil e seus principais símbolos.
Relembrando...
• Existe intervenção e como ela se aplica, tendo uma diminuição 
provisória de autonomia de determinado Estado.
• Temos uma determinada divisão dos poderes e a forma pela qual 
eles devem ser exercidos.
• Existe um Estado Democrático de Direito, o qual foi citado e 
descrito ao longo das nossas leituras.
Relembrando...
Eleição Direta: É aquela em que os candidatos a exercer mandatos 
políticos são eleitos diretamente pelo povo. Este é o modelo 
utilizado na democracia representativa.
Eleição Indireta: É aquela em que os candidatos a exercer mandatos 
políticos não são eleitos diretamente pelo povo, mas por um colégio 
eleitoral, composto por delegados escolhidos pelo povo, para que, 
em nome deste, elejam seus governantes.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Democracia_representativa
https://pt.wikipedia.org/wiki/Col%C3%A9gio_eleitoral
https://pt.wikipedia.org/wiki/Col%C3%A9gio_eleitoral
Relembrando...
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, 
far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga.
§ 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, 
a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, 
pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
§ 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de 
seus antecessores.
Relembrando...
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, 
far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga.
§ 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, 
a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, 
pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
§ 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de 
seus antecessores.

Outros materiais