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ASPECTOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL AULA 02 A CONSTITUIÇÃO DE 1946 Neste momento, o país mantinha a forma republicana e o estado laico. Ainda se tem a liberdade de pensamento, sem censura, e é mantida a inviolabilidade do sigilo à correspondência e da casa como asilo do indivíduo. Em 29 de janeiro de 1945, após tentar nomear seu irmão Benjamin Vargas para chefe da polícia do Rio de Janeiro, Getúlio foi deposto por um grupo de generais que faziam parte do seu ministério. A Era Vargas iniciou-se com um golpe e terminou com um golpe (HEMÉTRIO, 2017). Em 1º de fevereiro de 1946 foi instalada a Assembleia Constituinte, criando-se um texto baseado em ideais liberais e ideais sociais advindos das antigas constituições, a chamada redemocratização do país, afastando-se do Estado totalitário (HEMÉTRIO, 2017). A CONSTITUIÇÃO DE 1946 -> Bobbio (1992), em seu dicionário de política, define a Assembleia Constituinte como “um órgão colegial, representativo, extraordinário e temporário. Tem a função de elaborar a Constituição do Estado” (BOBBIO, 1992, p. 61). Tendo como premissa o conceito trazido, pode-se afirmar que a Assembleia Constituinte é o órgão responsável pela elaboração da Constituição de um país, é um órgão temporário, colegial e representativo. É composta por indivíduos escolhidos para tal atribuição. A CONSTITUIÇÃO DE 1946 Paulo e Alexandrino (2017, p. 29) descrevem que o rol de direitos fundamentais retoma o que existia na Constituição de 1934: Com alguns importantes acréscimos, como o do princípio da inafastabilidade de jurisdição, e supressões relevantes, como a exclusão da pena de morte, do banimento e do confisco. Os direitos dos trabalhadores, muitos surgidos durante o Estado Novo, são constitucionalizados, com alguns acréscimos como o do direito de greve. Trata também, pela primeira vez, dos partidos políticos, instituindo o princípio da liberdade de criação e organização partidárias. A CONSTITUIÇÃO DE 1946 Conforme Carvalho (2002, p. 128): [...] de um lado estavam os nacionalistas, defensores do monopólio estatal do petróleo e de outros recursos básicos, como a energia elétrica, partidários do protecionismo industrial, da política trabalhista, da independência na política externa. Para eles, os inimigos eram entreguistas, pró-americanos, reacionários, golpistas. Do outro lado estavam os defensores da abertura do mercado ao capital externo, inclusive na área dos recursos naturais, os que condenavam a aproximação entre o governo e os sindicatos, os que queriam uma política externa de estreita cooperação com os Estados Unidos. A CONSTITUIÇÃO DE 1946 As principais características da Constituição promulgada em 18 de setembro de 1946 eram: a) República Federativa. b) Estado laico. c) A liberdade de pensamentos, sem censura, a não ser em espetáculos e diversões públicas. d)A inviolabilidade do sigilo da correspondência. e) A liberdade de consciência, de crença e de exercício de cultos religiosos. f) A liberdade de associação para fins lícitos. g) A inviolabilidade da casa como asilo do indivíduo. h) A prisão só em flagrante/delito ou por ordem escrita de autoridade competente e a garantia ampla de defesa do acusado. i) Extinção da pena de morte. j) Três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário (HEMÉTRIO, 2017). A CONSTITUIÇÃO DE 1967 O momento político retira novamente alguns direitos do trabalhador, como o direito de greve. Temos a ampliação da Justiça Militar e pena de morte ainda estabelecida. Em 31 de janeiro de 1961 assume a presidência Jânio Quadros, permanecendo no poder por apenas seis meses. Em 25 de agosto de 1961, após contrariar o capitalismo, sofre forte pressão e renúncia. Assume o governo João Goulart, popularmente conhecido como Jango, um forte representante da política de Vargas, o que provocava um grande desconforto para os militares (HEMÉTRIO, 2017). A CONSTITUIÇÃO DE 1967 João Goulart assume o país com “meios poderes”, pois passa a existir, por conta da oposição, um regime parlamentarista. Quem de fato mandava era o Primeiro Ministro. No entanto, em 1963, através de um plebiscito, a população vota na volta do presidencialismo, dando pleno poderes ao Jango. Com isso, João Goulart cria o Plano Trienal e, uma das ideias, era a reforma agrária, esta que não será feita através de desapropriações, mas com terras do governo (HEMÉTRIO, 2017). Vivia-se em meio à Guerra Fria entre Rússia e Estados Unidos. A reforma agrária de Jango (capitalismo e socialismo guerreavam-se entre si) não seria uma boa opção, mas João Goulart resolveu, mesmo assim, dar continuidade às reformas, sendo acusado de tentar implantar o comunismo. Este e vários outros fatores levaram, em 1º de abril de 1964, ao início da Ditadura Militar (O golpe fora dado no dia anterior) (HEMÉTRIO, 2017). A CONSTITUIÇÃO DE 1967 O texto da Constituição de 1967 mostra grande preocupação com a "segurança nacional", ostentando tendência de centralização político-administrativa na União e de ampliação dos poderes do Presidente da República (PAULO; ALEXANDRINO, 2017). Apresentava rol de direitos fundamentais, com redução dos direitos individuais, mas com maior definição dos direitos dos trabalhadores. Limitou o direito de propriedade, possibilitando a desapropriação para reforma agrária com indenização em títulos públicos. A Constituição de 1967 (outorgada) teve curtíssima duração porque, em 1969, foi editada a EC 1, de 17.10.1969, com entrada em vigor em 30.10.1969 (PAULO; ALEXANDRINO, 2017). A CONSTITUIÇÃO DE 1967 Em 1964 ocorreu o golpe de Estado que afastou do poder o então Presidente João Goulart. Jango, como era chamado, passava a ideia de ser comunista. Em seu lugar, assumiu o General Humberto de Alencar Castelo Branco. Com uma nova política militarista e principalmente autoritária de Castello Branco, instituiu-se, em 1967, uma nova Constituição, que introduziu em seu texto Atos Institucionais que davam totais poderes ao presidente da república e serviriam para manter a legitimidade das atuações do regime militar (HEMÉTRIO, 2017). A Constituição de 1967 seguiu a mesma linha em relação à de 1937, pois concentrou todo o poder nas mãos do Presidente, tirando a autonomia dos estados e municípios. Havia uma exacerbada preocupação com a segurança nacional, só comparável aos tempos da ditadura Vargas (HEMÉTRIO, 2017). A CONSTITUIÇÃO DE 1967 No período, existia a Constituição, mas o poder era exercido através de decretos, que eram utilizados pelo Poder Executivo para legislar e executar as suas próprias ordens. Os decretos, por vezes, eram chamados de Atos Institucionais. -> Pode-se afirmar que os atos institucionais foram normas elaboradas no período de 1964 a 1969, durante o regime militar. No regime militar, a edição de Atos Institucionais foi utilizada para impor decisões que objetivavam garantir a permanência dos militares no poder. Os atos eram decretos e normas que eram colocados acima da constituição vigente, mesmo depois de militares outorgarem sua Constituição ditatorial (1967). A CONSTITUIÇÃO DE 1967 Foram editados dezessete atos institucionais até o fim do regime, dentre eles podem ser destacados: AI nº 1 – Cassou todos os políticos e cidadãos da oposição; AI nº 2 – Extinguiu os partidos existentes e criaram, na pratica, o bipartidarismo; AI nº 4 – Compeliu o Congresso da nova Constituição; AI nº 5 – Fechou o Congresso, suspendeu as garantias constitucionais e deu poder ao Executivo para legislar sobre todos os assuntos (HEMÉTRIO, 2017, p. 18). A CONSTITUIÇÃO DE 1967 O AI nº 5 foi considerado o mais violento. Ele suspendia o direito ao habeas corpus, permitiu a decretação de estado de sitio e a intervenção nos Estados sem limites pelo Presidente da República. Na época se vivia no chamado “anos de chumbo”. As principais características da Constituição de 1967 eram: a) Concentração, no Poder Executivo, da maior parte do poder de decisão; b) Confere somente ao Executivoo poder de legislar em matéria de segurança e orçamento; c) Estabelece eleições indiretas para presidente, com mandato de cinco anos; d) Tendência à centralização, embora pregue o federalismo; e) Estabelece a pena de morte para crimes de segurança nacional; f) Restringe ao trabalhador o direito de greve; g) Ampliação da Justiça Militar; h) Abre espaço para a decretação posterior de leis de censura e banimento (HEMÉTRIO, 2017). A “CONSTITUIÇÃO” DE 1969 Costa e Silva fica doente e é afastado do poder. Assim, foi editado o Ato Institucional nº 12, que passa o comando do país para os Comandantes das Três Armas ou Junta Militares. Tudo acontecia a portas fechadas. Na época, o poder fica nas mãos de Emílio Garrastazu Médici, iniciando-se o período mais negro da repressão da história do Brasil (HEMÉTRIO, 2017). Em 15 de março de 1974 assume a presidência o General Ernesto Geisel. O governo de Geisel, com muitas restrições, começou a promover a abertura política nos país, definida por Ernesto Geisel como “lenta, gradual e segura”. Antes de deixar a presidência, Geisel acabou com o AI nº 5 (HEMÉTRIO, 2017). A “CONSTITUIÇÃO” DE 1969 O último presidente militar foi o General João Batista Figueiredo. Figueiredo tinha por missão dar continuidade à abertura política iniciada por Geisel. O caso aconteceu durante seu governo. Um dos principais acontecimentos foi a concessão da anistia aos perseguidos políticos. No fim do governo de Figueiredo, houve a eleição indireta para a escolha do novo presidente, ocorrendo, então, a eleição de Tancredo Neves, com um governo civil, como resultado do visível desgaste que já tomava conta dos sucessivos governos militares (HEMÉTRIO, 2017). A “CONSTITUIÇÃO” DE 1969 No entendimento de Paulo e Alexandrino (2017), a EC 1/1969 aperfeiçoou, porém, algumas instituições, como o processo de elaboração da lei orçamentária, a fiscalização financeira e orçamentária dos municípios, modificou o sistema tributário, previu a criação do contencioso administrativo tributário, vedou a reeleição para o Poder Executivo etc. (PAULO; ALEXANDRINO, 2017). A CONSTITUIÇÃO DE 1988 O Brasil estava sob o regime de ditadura militar desde 1964 e a Constituição de 1967 foi o reflexo dos rigores decorrentes daquela situação. Naquela Carta estavam extintos os direitos individuais e sociais ou ao menos esquecidos. A extinção acontecia para que pudesse manter a integridade da ditadura militar, trazendo aos atos praticados um certo ar de “legitimidade” (HEMÉTRIO, 2017). As Emendas Constitucionais apresentadas praticamente desfiguraram a Constituição de 1988. Contudo, ainda assim, houve a feição de uma social democracia, criando um Estado Democrático-Social de Direito. A CONSTITUIÇÃO DE 1988 -> Estado Democrático-Social de Direito deve ser entendido como uma estrutura jurídica e política, e como uma organização social e popular, em que os direitos sociais e trabalhistas seriam tratados como direitos fundamentais (MARTINEZ, 2003). Assim, segundo Martinez (2003, s.p.), “os direitos sociais encontrar-se-iam sob a guarda de garantias institucionais que os defendessem do assédio privatista”. A CONSTITUIÇÃO DE 1988 As principais características da Constituição Federal de 1988, ou também conhecida como Constituição Cidadã, são: a) Direito de voto para os analfabetos. b) Voto facultativo para menores entre 16 e 18 anos. c) Redução do mandato do presidente de 5 para 4 anos. d) Eleições em dois turnos (para os cargos de presidente, governadores e prefeitos de cidades com mais de 200 mil habitantes). A CONSTITUIÇÃO DE 1988 e) Os direitos trabalhistas passaram a ser aplicados também aos domésticos. f) Direito à greve. g) Liberdade sindical. h) Diminuição da jornada de trabalho de 48 para 44 horas semanais. i) Licença-maternidade. j) Licença-paternidade. k) Décimo-terceiro salário para os aposentados. l) Seguro-desemprego. A CONSTITUIÇÃO DE 1988 m) Férias remuneradas com acréscimo de 1/3 do salário. n) Eleições diretas para os cargos de Presidente da República, governadores de estados e prefeitos municipais. o) Sistema pluripartidário. p) Fim da censura aos meios de comunicação, obras de arte, músicas, filmes, teatro etc. (HEMÉTRIO, 2017). O presidente da Câmara dos Deputados, Ulysses Guimarães, declarou, em 27 de julho de 1988, a entrada em vigor da nova Constituição Federal, que tinha sido batizada de Constituição Cidadã. Entende-se que a descrição foi dada em razão do Brasil ter acabado de sair da ditadura militar. A Assembleia Nacional Constituinte era composta por 487 deputados e 72 senadores. A CONSTITUIÇÃO DE 1988 Em 21 de abril de 1993 ocorreu um plebiscito no Brasil, para determinar a forma e o sistema de governo do país, realizado para dissipar dúvidas que pairavam nos meios acadêmicos. A nova Constituição tinha uma ideologia mais para parlamentarismo do que para presidencialismo. Após a redemocratização do Brasil, uma emenda da nova Constituição de 88 determinava a realização de um plebiscito. Os eleitores iriam decidir se o país deveria ter um regime republicano ou monarquista, controlado por um sistema presidencialista ou parlamentarista. A lei número 8.624, promulgada pelo presidente Itamar Franco, em 4 de fevereiro de 1993, regulamentou a realização do plebiscito. Ganhou, com larga margem de votos, o sistema republicano/ presidencialista, que vigora até os dias atuais (HEMÉTRIO, 2017). A CONSTITUIÇÃO DE 1988 A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 encontrase vigente até o momento, a chamada Constituição Cidadã. Como as demais constituições, seus preceitos são, em um determinado momento histórico, regrar e harmonizar as confusões, os conflitos e interesses dos membros de uma sociedade. Nesse sentido essa Constituição trata desde os direitos fundamentais e organiza os Poderes bem como o Estado em sua totalidade. CONSTITUCIONALISMO, PODER CONSTITUINTE E OS PRINCÍPIOS, DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS O objetivo deste estudo é apresentar o processo de formação do constitucionalismo, sua fase antiga e, em especial, a sua fase moderna. Como o movimento surgiu e o que o caracteriza. Influências históricas, econômicas, filosóficas e jurídicas fazem parte do presente trabalho. Ainda, tem-se a pretensão de explanar sobre o poder constituinte e as suas espécies. Neste tópico o acadêmico deverá compreender como surge a constituição. Será realizada uma explanação sobre os princípios, direitos e garantias constitucionais, finalizando a unidade com a organização do Estado. Espera-se que o acadêmico tenha uma melhor compreensão sobre a estrutura da constituição. CONSTITUCIONALISMO A princípio, pode-se dizer que o constitucionalismo seria uma espécie de freio, contrapeso, ou seja, formas de limitações para a utilização do poder político. Assim, podemos entender como freios e contrapesos os mecanismos de separação dos poderes do Estado, evitando interferências. De acordo com Ataliba (1995, p. 121), “a origem formal do constitucionalismo está ligada às constituições escritas e rígidas dos Estados Unidos da América, em 1787, após a Independência das 13 Colônias, e da França, em 1791, a partir da Revolução Francesa, apresentando dois traços marcantes”. Esses dois traços são a organização do Estado e a limitação do poder estatal, com a referência aos direitos e garantias fundamentais. CONSTITUCIONALISMO Já segundo Miranda (1990, p. 138), “o Direito Constitucional norte-americano não começa apenas neste ano, sem esquecer os textos da época colonial que o integram no nível de princípios e valores ou de símbolos, como a Declaração de Independência, a Declaração de Virgínia e outras Declarações de Direitos dos primeiros Estados". Como se pode observar, existe uma relação muito forte entre o constitucionalismo e a essência de uma Constituição, esta que é a ordenação fundamental de um país ou de um Estado. CONSTITUCIONALISMO Em sentido lato, segundo Bernardes (2012),o constitucionalismo surge a partir do momento em que grupos sociais, racionalmente ou não, passam a contar com mecanismos de limitação do exercício do poder político. A definição aberta acontece de forma independente perante a existência de normas escritas ou de desenvolvimento teórico. Além disso, apesar de ser um termo um tanto recente, está ligado a uma ideia muito antiga: a existência de uma Constituição nos Estados, independentemente do momento histórico ou do regime político vigente naquela época. A noção de constitucionalismo está fortemente atrelada ao próprio desenvolvimento histórico dos inúmeros conceitos de constituição. Considerando exatamente o nível de racionalidade e de estruturação teórica com que foram estabelecidos tais mecanismos de limitação, costuma-se dividir o constitucionalismo em antigo e moderno (BERNARDES, 2012). CONSTITUCIONALISMO Segundo Stern (1987, p. 121), o constitucionalismo, não obstante apenas a ser um termo atual, está intimamente atrelado a uma imagem ancestral que seria a criação de uma Constituição: Nos Estados independente do momento histórico ou do regime político adotado, ainda que a Constituição em sentido moderno tenha surgido apenas a partir das Guerras Religiosas dos Séculos XVI e XVII, pode-se dizer que todos os Estados – mesmo os absolutistas ou totalitários – sempre possuíram uma norma básica, expressa ou tácita responsável por legitimar o poder soberano. Assim, o Constitucionalismo tem uma tendência a ser confundido com a história e com o surgimento da Constituição (STERN, 1987). CONSTITUCIONALISMO Ainda no entendimento de Stern (1987, p. 191), anteriormente a esse período, a Constituição era apenas instituto, ou seja, “um conjunto de normas desenvolvidas historicamente em geral, contratualmente conformadas, orientadas por teorias jusnaturalistas ou, simplesmente, por normas que tratavam da distribuição de poder resultante das forças existentes”. -> O que vem a ser o Jusnaturalismo? Jusnaturalismo é o direito natural, todos os princípios e direitos que temos, universais e imutáveis e independentes da vontade humana. CONSTITUCIONALISMO Como dispostas as relações entre constitucionalismo e Constituição e a confusão que se faz com o aparecimento da Constituição, podemos levar em consideração que o constitucionalismo pode acontecer independentemente de norma escrita, e que os grupos, de forma racional ou não, passam a respeitar mecanismos limitadores do poder. Por fim, a Constituição, por sua vez, diz respeito às próprias normas escritas. CONSTITUCIONALISMO ANTIGO O constitucionalismo antigo é definido como o “conjunto de princípios escritos ou costumeiros voltados à afirmação de direitos a serem confrontados perante o monarca, bem como à simultânea limitação dos poderes” (DOGLIANI, 1994, p. 152-153; CANOTILHO, 1998, p. 48). Ainda, segundo Bernardes (2012), pode-se dizer que o constitucionalismo antigo viveu várias fases, a fase embrionária, com a práxis política teocrática do povo hebreu. Em uma segunda fase, destaca-se a experiência democrática da Grécia antiga, especialmente nos séculos IV e V. Entende-se então que era um tipo de montante de princípios que podiam estar embutidos nos costumes ou ainda escritos. Garantiam alguns direitos das pessoas em relação aos seus governantes e, ainda, eram como uma barreira do poder de tais chefes. CONSTITUCIONALISMO MODERNO Já o constitucionalismo moderno, segundo Loewenstein (1976, p. 159- 160), caracteriza-se como o “conjunto de regras e princípios postos de modo consciente a partir das teorias e movimentos ideológicos voltados a organizar o Estado segundo sistemática que estabelecesse limitações ao poder político, além de direitos e garantias fundamentais em favor dos membros da comunidade”. Teve início na transição da monarquia absolutista para o Estado liberal, já no fim do século XVIII. É dessa fase, ademais, o esforço em documentar as constituições sob formas solenes, daí surgindo a tendência de “universalização da constituição escrita” (LOEWENSTEIN, 1976, p. 159-160). CONSTITUCIONALISMO MODERNO Locke, Montesquieu e Rousseau são apontados como os principais precursores do constitucionalismo moderno, exatamente porque nas ideias contratualistas difundidas se encontravam teorias sobre o Estado com base na vontade popular, de forma dissociada das explicações teológicas que até então serviam de fundamentos à titularidade do poder estatal. Entretanto, o constitucionalismo moderno não é movimento que se resuma a territórios ou a tempo determinados. Está presente em todas as intervenções voltadas a novas formas de ordenação e sistematização do Estado e do poder político. CONSTITUCIONALISMO MODERNO Assim, com as informações disponíveis, pode-se afirmar que o constitucionalismo supõe, no entendimento de Baracho (1986, p. 5-6): a) uma Constituição normalmente escrita, de forma a ser certa, definitiva e acessível, de modo que todos possam exercer seus direitos e sua dignidade humana; b) uma Constituição rígida, protegida contra as arbitrariedades do poder, ou seja, cujos procedimentos de reforma sejam especiais e dificultados; c) uma parte da Constituição dedicada à transcrição de direitos fundamentais básicos de qualquer cidadão contra o arbítrio do Estado; d) uma parte da Constituição destinada à organização racional do poder, tendo como princípio fundamental a divisão de poderes ou de funções, de modo a limitar a atuação do poder do Estado. CONSTITUCIONALISMO MODERNO ->>> Pode-se entender, então, por constitucionalismo moderno: regras e princípios organizadores do Estado sempre voltados à limitação dos poderes políticos e os estabelecimentos de regras referentes aos direitos e garantias fundamentais em favor do povo daquele país. <<<- PODER CONSTITUINTE – CONCEITO E FINALIDADE O poder constituinte é a expressão da vontade popular que representa o anseio da sociedade politicamente organizada. Tal poder delimita a estrutura do Estado e faz com que os representantes do povo possam alterar as normas constitucionais, passando de uma democracia direta para a representativa. “O poder constituinte é a manifestação soberana da suprema vontade política de um povo, social e juridicamente organizado” (MORAES, 2017, p. 41). Além disso, é originado da vontade popular de organizar a nossa sociedade de acordo com os chamados dogmas sociais. A vontade popular é condicionante e principal elemento formador. É a soberania de um povo, vontade política e, ainda, um autorizador da alteração constitucional. PODER CONSTITUINTE – CONCEITO E FINALIDADE A doutrina, segundo Moraes (2017, p. 41), aponta a contemporaneidade da ideia de “poder constituinte com a do surgimento de Constituições escritas, visando à limitação do poder estatal e à preservação dos direitos e garantias individuais”. “O poder constituinte é aquele exercido pelo primeiro de todos os legisladores mencionados, ou seja, é o poder de elaborar e modificar normas constitucionais. É, assim, o poder de estabelecer a Constituição de um Estado, ou de modificar a Constituição já existente" (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 75). PODER CONSTITUINTE – CONCEITO E FINALIDADE A teoria do poder constituinte foi inicialmente esboçada pelo francês Emmanuel Sieyes, alguns meses antes da Revolução Francesa, em sua obra Qu'est-ce que le Tiers-État? ("O que é o Terceiro Estado?"). “Inspirou-se nas ideias iluministas em voga no século XVIII, e foi aperfeiçoada pelos constitucionalistas franceses posteriores, com destaque para Carré de Malberg (que incorporou a ideia de soberania popular)” (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 75). O ponto fundamental da teoria, que pretende explicar que esta só poderia ser utilizada por Estados que adotam a Constituição escrita e rígida, e que faz com que haja o princípio da supremacia constitucional, seria entendido como a diferença entre poder constituinte e poderes constituídos. É o poder que cria a Constituição. PODERCONSTITUINTE – CONCEITO E FINALIDADE Os poderes constituídos são o resultado da criação, ou seja, são os poderes estabelecidos pela Constituição. Também se torna claro que o poder constituinte só pode ser exercido em Estados que tenham uma Constituição bem escrita e muito rígida. O Poder Constituinte é o poder de concepção da Constituição e esses poderes devem ser exercidos por pessoas autorizadas. TITULARIDADE DO PODER CONSTITUINTE A teoria do poder constituinte está relacionada à legitimidade do poder, soberania nacional e a soberania popular em um dado Estado. Nasceu do fortalecimento do racionalismo e em oposição ao poder absoluto das monarquias de direito divino, com a substituição de Deus pela nação, como titular da soberania (PAULO; ALEXANDRINO, 2017). Relembrando, a nação seria, então, uma reunião de pessoas, geralmente do mesmo grupo étnico, que falam o mesmo idioma e têm os mesmos costumes, formando, assim, um povo. Uma nação continua unida pelos hábitos, tradições, religião, língua e consciência nacional. Os elementos território, língua, religião, costumes e tradição, por si sós, não constituem o caráter de uma nação. TITULARIDADE DO PODER CONSTITUINTE O titular do poder constituinte é toda a nação. Todos os aparecimentos dos poderes constituídos na constituição só podem ser acatados como válidos se respeitarem as disposições existentes no conhecido texto constitucional. “Estado, uma vez que mediante o exercício do poder constituinte originário estabelecerá sua organização fundamental pela Constituição, é sempre superior aos poderes constituídos, de maneira que toda manifestação dos poderes somente alcança plena validade se se sujeitar à Carta Magna” (MORAES, 2017, p. 41). TITULARIDADE DO PODER CONSTITUINTE Observa-se que o poder constituinte deve estabelecer a organização fundamental de uma nação e o povo é o verdadeiro titular do poder. O povo, através da votação, elege seus representantes, que passam a atuar em nome do povo. Segundo Moraes (2017, p. 41), "o povo pode ser reconhecido como o titular do poder constituinte, mas não é jamais quem exerce. É ele um titular passivo, e se imputa uma vontade constituinte sempre manifestada por uma elite". Assim, distinguimos a titularidade e o exercício do poder constituinte, “sendo o titular o povo e o exercente aquele que, em nome do povo, cria o Estado, editando a nova Constituição” (MORAES, 2017, p. 41). TITULARIDADE DO PODER CONSTITUINTE “O titular do poder constituinte é o povo (e não mais a nação), pois só este tem legitimidade para determinar quando e como deve ser elaborada uma nova Constituição, ou modificada a já existente” (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 76). Na soberania popular tem-se que o Estado caminha pela vontade de seu povo e, assim, seus representantes são eleitos. Isso é o que se espera de uma democracia. Apesar que, mesmo nas tiranias, o poder ainda é do povo. TITULARIDADE DO PODER CONSTITUINTE “A soberania popular, que é, na essência, o poder constituinte do povo, é a fonte única de que procedem todos os poderes públicos do Estado. Mesmo nos regimes ditatoriais é o povo o único e legítimo titular do poder constituinte” (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 76). Se o titular é o povo, significa dizer que o exercício do voto e o próprio exercício da democracia validam todo o sistema contido na Constituição vigente. FORMAS DE EXERCÍCIO DO PODER CONSTITUINTE Para Paulo e Alexandrino (2017, p. 76), o poder constituinte originário pode manifestar-se na criação de um novo Estado, “como as desintegrações do Império Otomano, da União Soviética, e da Iugoslávia, que deram origem a vários novos Estados”. Além disso, “na refundação de um Estado, com a substituição de uma Constituição por outra, como ocorre no caso de golpe, revolução, desagregação social, ou mesmo, se assim desejar o povo, em períodos de normalidade social” (ALEXANDRINO; PAULO, 2017, p. 76). FORMAS DE EXERCÍCIO DO PODER CONSTITUINTE O Poder Constituinte institui a Constituição, da mesma forma que os poderes constituídos são estabelecidos por tal Constituição. Intrinsicamente, podemos afirmar que o poder constituinte é do povo, este que é constituído por pessoas (mulheres e homens), que têm o poder de definir sobre as regras que querem ver implantadas no Estado onde vivem. Observa-se que, no primeiro caso, ou seja, na criação do Estado, temse o que pode ser chamado de poder constituinte histórico e, em outros casos, pode-se dizer que se tem o denominado poder constituinte revolucionário. “A outorga constitui, portanto, a criação autocrática da Constituição, um exercício do poder constituinte pela única vontade do detentor do poder, sem representação ou participação dos governados, do povo, destinatários do poder” (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 76). FORMAS DE EXERCÍCIO DO PODER CONSTITUINTE “O exercício democrático do poder constituinte ocorre pela assembleia nacional constituinte ou convenção: o povo escolhe seus representantes (democracia representativa), que formam o órgão constituinte, incumbido de elaborar a Constituição do tipo promulgada“ (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 76). “Sempre que houver ruptura da ordem constitucional estabelecida, e sua substituição, ocorre manifestação do poder constituinte, ou seja, a nova Constituição será sempre obra do poder constituinte, mesmo que haja imposição mediante exercício ilegítimo do poder” (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 78). FORMAS DE EXERCÍCIO DO PODER CONSTITUINTE O fato de residir no povo a titularidade do poder constituinte não tem relevância para determinar quando há manifestação do poder constituinte. Vale dizer: mesmo nos casos em que há usurpação do poder e uma nova Constituição é outorgada por um ato autoritário, não democrático. Só o fato de se substituir o ordenamento constitucional vigente por um outro consubstancia manifestação do poder constituinte. Essa criação e a imposição de uma nova ordem constitucional são obras do poder constituinte originário. Tem-se que o Poder Constituinte pode ser exercido de forma outorgada ou de forma usurpada. O que se torna transparente é que sempre que acontecer a ruptura, o Poder Constituinte será exercido através da criação de uma nova Constituição. ESPÉCIES DE PODER CONSTITUINTE São dois tipos de espécies de poder constituinte identificados pela doutrina: o originário e o derivado. “Embora pouco estudados pela doutrina pátria, alguns autores têm destacado, também, a existência do poder constituinte difuso e do poder constituinte supranacional” (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 78). O poder constituinte originário (inaugural, fundacional, primogênito, genuíno, primário, de primeiro grau ou inicial) é o poder de elaborar uma Constituição. ESPÉCIES DE PODER CONSTITUINTE O poder constituinte originário estabelece a Constituição de um novo Estado, organizando e criando os poderes destinados a reger os interesses de uma comunidade. Tanto haverá poder constituinte no surgimento de uma primeira Constituição, quanto na elaboração de qualquer Constituição posterior (MORAES, 2017, p. 41). O poder constituinte originário designa os novos poderes que irão reger um determinado povo. Tal poder pode ser considerado puro, elementar e principal. ESPÉCIES DE PODER CONSTITUINTE No procedimento de elaboração de uma nova Constituição, podemos identificar dois momentos de atuação do poder constituinte originário: um momento material e um momento formal. Decorrem as noções de poder constituinte material e poder constituinte formal. No primeiro momento, tem-se o poder constituinte material, que é o poder de autoconformação do Estado, segundo certa ideia de Direito. É a decisão política de criação de um novo Estado. Esse poder constituinte originário, além de poder ser dividido em histórico e revolucionário, ainda pode ser dividido em poder constituinte formal e material. ESPÉCIES DE PODER CONSTITUINTE Poder constituinte histórico pode ser entendido pela primeiraConstituição; o Revolucionário seriam todas as demais Constituições. Já o poder constituinte material estaria voltado ao sentimento de criação de uma nova Constituição e o poder constituinte Formal não pode se afastar dos ditames de elaboração da Constituição e pode ser entendido como sendo o procedimento que objetiva a criação da Constituição. Posteriormente, temos o poder constituinte formal, que transforma a "ideia de Direito" (momento material) em "regra de Direito", com forma e força jurídica, mediante a elaboração da nossa Constituição (momento formal). “O poder constituinte formal, portanto, é responsável pela elaboração da Constituição em si, momento em que existem juridicidade e a forma à ideia de Direito” (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 79). ESPÉCIES DE PODER CONSTITUINTE A ideia da existência de um poder constituinte é o suporte lógico de uma Constituição superior ao restante do ordenamento jurídico. É esse poder constituinte, distinto, anterior e fonte da autoridade dos poderes constituídos (MORAES, 2017). O poder constituinte derivado (instituído, constituído, secundário ou de segundo grau) é o que pode modificar a Constituição Federal e, também, elaborar as Constituições de cada Estado. “Está inserido na própria Constituição, pois decorre de uma regra jurídica de autenticidade constitucional. Assim, conhece limitações constitucionais expressas e implícitas e é passível de controle de constitucionalidade” (MORAES, 2017, p. 42). ESPÉCIES DE PODER CONSTITUINTE Ainda, é criado pelo poder constituinte originário, e está previsto e regulado no texto da própria Constituição. Conhece limitações constitucionais expressas e implícitas e, por isso, é passível de controle de constitucionalidade. Assim, a própria Constituição faz as previsões das possibilidades e formas da sua alteração ou inclusão de regra nova. O poder tem, como característica, ser um poder jurídico, derivado, limitado (ou subordinado) e condicionado. O poder constituinte derivado é acessório, auxiliar e, ainda, dependente. “É um poder jurídico porque integra o Direito, está presente e regulado no texto da Constituição Federal. Na Constituição Federal de 1988, por exemplo, o poder de emenda está expressamente indicado e regrado no art. 60 do texto constitucional” (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 81). Ainda, o poder constituinte é derivado porque é instituído pelo poder constituinte originário, para modificar e complementar toda a obra. ESPÉCIES DE PODER CONSTITUINTE Segundo Moraes (2017, p. 42), apresenta as características de derivado, subordinado e condicionado, sendo entendido como “derivado porque retira sua força do poder constituinte originário e subordinado porque se encontra limitado por normas expressas e implícitas no texto constitucional”. Além disso, apresenta características de condicionado “porque seu exercício deve seguir as regras estabelecidas no texto da Constituição Federal” (MORAES, 2017, p. 42). “É limitado ou subordinado porque encontra limitações constitucionais expressas e implícitas, não podendo desrespeitá-las, sob pena” (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 82). ESPÉCIES DE PODER CONSTITUINTE Ainda, no dizer de Paulo e Alexandrino (2017, p. 82), é condicionado porque a sua atuação deve observar fielmente as regras predeterminadas pelo texto constitucional. Na aprovação de uma emenda à Constituição Federal, por exemplo, deverá ser estritamente observado o procedimento estabelecido no art. 60 da Constituição Federal, sob pena de inconstitucionalidade. Pode-se se dizer que, segundo alguns doutrinadores, o poder constituinte derivado está dividido ainda em poder constituinte reformador e poder constituinte decorrente. ESPÉCIES DE PODER CONSTITUINTE O poder constituinte derivado reformador é o poder de modificar a Constituição Federal de 1988, “desde que respeitadas as regras e limitações impostas pelo poder constituinte originário. Esse poder de modificação do texto constitucional baseia-se na ideia de que o povo tem sempre o direito de rever e reformar a Constituição” (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 82). O poder constituinte derivado decorrente é o poder que a Constituição Federal de 1988 atribui aos estados para se organizarem por meio da elaboração de suas próprias Constituições. ESPÉCIES DE PODER CONSTITUINTE O poder constituinte é derivado e reformador quando é exercido dentro dos limites contidos na própria Constituição já estabelecida. É derivado decorrente quando repassa algum tipo de poder aos Estados para se organizarem, criando suas próprias Constituições. Ainda, podemos encontrar outra divisão do poder constituinte: em difuso e supranacional. Poder constituinte difuso é o poder de fato que “atua na etapa da mutação constitucional, meio informal de alteração da Constituição. Cabe a ele, portanto, alterar o conteúdo, o alcance e o sentido das normas constitucionais, mas de modo informal, sem qualquer modificação na literalidade do texto da Constituição” (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 84). É chamado de poder constituinte difuso porque “não vem formalizado (positivado) no texto das Constituições. ESPÉCIES DE PODER CONSTITUINTE É um poder de fato porque é nascido do fato social, político e econômico” (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 84). Ainda, pode ser considerado “meio informal porque se manifesta por intermédio das mutações constitucionais, modificando o sentido das Constituições, mas sem nenhuma alteração no seu texto expresso” (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 84). O poder constituinte difuso, diferentemente do poder constituinte originário e do poder constituinte derivado, pode ser considerado como a causa das mudanças na constituição, com base nas transformações e nos processos interpretativos e aplicativos. Já o poder constituinte supranacional (transnacional ou global) é o “poder de fato encarregado de fazer e reformular as constituições transnacionais, supranacionais ou globais” (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 84). ESPÉCIES DE PODER CONSTITUINTE Tem sua fonte de validade na “cidadania universal, na multiplicidade de ordenamentos jurídicos, no desejo dos povos de se integrarem e interagirem, propondo um redimensionamento no conceito clássico de soberania” (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 84). Por fim, o poder constituinte difuso é o poder de modificar o conteúdo, a abrangência e a interpretação das normas constitucionais. Já o poder constituinte supranacional é o de reorganização das constituições com mudanças das regras e com o intuito de integração de nações. Relembrando... • A origem formal do Constitucionalismo remonta ao ano de 1787 e está ligada às Constituições escritas e rígidas dos Estados Unidos da América. • Há o conceito de Poder Constituinte e as suas espécies. • O Poder Constituinte está intimamente relacionado à legitimidade do poder, soberania nacional e soberania popular em um dado Estado. • Há o Poder Constituinte Originário e as suas características. • Existe uma forma de como acontece o Poder Constituinte Derivado. Relembrando... • O Poder Constituinte Difuso pode ser entendido como a causa das modificações das interpretações das constituições. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO ESTADO BRASILEIRO Segundo Paulo e Alexandrino (2017, p. 87), “o Título I da Constituição brasileira de 1988, composto por quatro artigos, é dedicado aos denominados "princípios fundamentais" do Estado brasileiro”. O constituinte utilizou a “expressão genérica para traduzir a ideia de que nesses primeiros quatro artigos já se estabeleceu a forma do nosso Estado e de seu governo. Ainda, proclama-se o regime político democrático fundado na soberania popular e institui-se a garantia da separação de funções entre os poderes” (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 87). Além disso, “encontram-se os valores e os fins mais gerais orientadores de nosso ordenamento constitucional, funcionando como diretrizes para todos os órgãos mediante os quais atuam os poderes constituídos” (PAULO; ALEXANDRINO, 2017,p. 87). PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO ESTADO BRASILEIRO Então, temos que os princípios seriam um grupo de diretrizes, preceitos, exemplos de atuação que devem ser obedecidos pela população de um determinado local. A conceituação dos princípios está relacionada ao começo ou início de algo. São os pontos considerados iniciais para um determinado assunto ou questão. Os princípios também podem estar associados às normas essenciais que norteiam os estudos. Como exemplo temos: princípios da Física, os princípios da Contabilidade, os princípios do Direito etc. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO ESTADO BRASILEIRO Para Bandeira de Melo (2003, p. 45), princípio é, por definição, um “mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce, disposição fundamental que se irradia sobre diferentes normas, compondo o espírito e servindo de critério para a sua exata compreensão e inteligência”. Seria exatamente “definir a lógica e a racionalidade do sistema normativo. É o conhecimento dos princípios que preside a intelecção das diferentes partes componentes do todo unitário” (BANDEIRA DE MELO, 2003, p. 45). O art. 1º da Constituição Federal resume de forma eficaz as características do Estado Brasileiro: Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem fundamentos (BRASIL, 1988). PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO ESTADO BRASILEIRO Tem-se um resumo em uma única expressão dos atributos essenciais do Estado brasileiro: Trata-se de uma federação (forma de Estado), de uma república (forma de governo) que adota o regime político democrático (traz ínsita a ideia de soberania assentada no povo). Constitui, ademais, um Estado de Direito (implica a noção de limitação do poder e de garantia de direitos fundamentais aos particulares) (PAULO; ALEXANDRINO, p. 87). Assim, temos determinadas as seguintes características: uma federação como forma de Estado, uma república como forma de governo, uma democracia como uma forma de soberania popular e um Estado de Direito como forma de respeito aos direitos e garantias fundamentais. REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL “A forma de Estado adotada no Brasil é a de uma federação, o que significa a coexistência, no mesmo território, de unidades dotadas de autonomia política, que possuem competências próprias discriminadas diretamente no texto constitucional” (PAULO; ALEXANDRINO, p. 88). Por forma de Estado, entende-se a maneira pela qual o Estado organiza o povo, o território e estrutura o seu poder relativamente a outros de igual natureza. A Federação é composta pela União, estados-membros, Distrito Federal e municípios, conforme previsão dos arts. 1º e 18 da Constituição Federal. São pessoas jurídicas de direito público autônomas e estão sujeitas ao princípio da indissolubilidade do vínculo federativo (não existe em nosso país o direito de secessão). REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL Federação então pode ser entendida como uma aliança. Vários Estados são reunidos e compõem um Estado Federal que, por sua vez, tem suas competências, autonomias e garantias. É uma aliança de Estados, uma unidade estatal superior e detentora da soberania externa. ->>> Secessão quer dizer separação de uma parte que pertence a uma unidade política para a formação de outra parte. A forma federativa de Estado é, no Brasil, cláusula pétrea. Dispõe o art. 60 da Constituição Federal: “Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado” (BRASIL, 1988). REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL ->>> Cláusula pétrea é um artigo da Constituição Federal que não pode ser alterado. É um artigo de uma lei, parte do texto jurídico e define direitos. Pétrea é um adjetivo para aquilo que é como pedra, imutável e perpétuo. Passando para a análise da forma de governo, tem-se que o Brasil é uma República e, assim, pode-se afirmar que a representatividade popular se dá por meio do voto e da eleição dos governantes. Assim, “o Brasil é uma república. Essa é a forma de governo adotada em nosso país desde 15 de novembro de 1889, consagrada na Constituição de 1891 e em todas as constituições subsequentes” (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 88). REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL A República descreve uma forma de governo em que o Chefe de Estado é eleito pelos representantes dos cidadãos ou pelos próprios cidadãos, e exerce a sua função durante um tempo limitado. Em uma República, o poder tem origem em um grupo de cidadãos, que delega esse poder ao Chefe de Estado ou Presidente da República. A eleição de um Presidente da República é feita através do voto direto dos cidadãos ou por uma assembleia restrita. A função de presidente é exercida durante um período de tempo limitado, sendo que só pode exercer durante um número limitado de mandatos. REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL Para esclarecer, o idioma utilizado de forma oficial na República Federativa do Brasil é a língua portuguesa, como disposto no art. 13 da Constituição Federal: “Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil” (BRASIL, 1988). Assim, o ensino nas escolas deve ser realizado nesta língua. Além de ter uma língua oficial, a República tem alguns símbolos que são: a bandeira, o hino, as armas e o selo nacional. É direito dos Estados, Distrito Federal e Municípios terem ou não seus símbolos. Como previsto no art. 13 da Constituição Federal: “§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacional. § 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios” (BRASIL, 1988). (PGS 66-67) INTERVENÇÃO “A Constituição de 1988 não erigiu a forma republicana de governo ao status de cláusula pétrea. Entretanto, o desrespeito ao princípio republicano pelos estados-membros ou pelo Distrito Federal constitui motivo ensejador de medida drástica: a intervenção federal” (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 88). Prevê o art. 34 da Constituição de República Federativa do Brasil de 1988 que: Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: I - Manter a integridade nacional; II - Repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; INTERVENÇÃO III - Colocar termo diante de grave comprometimento da ordem pública; IV - Garantir o livre exercício de qualquer um dos Poderes nas unidades da Federação; V - Reorganizar as finanças da unidade da Federação que: a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior; b) Deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição e dentro dos prazos estabelecidos em lei; VI - Prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; VII - Assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: INTERVENÇÃO a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde (BRASIL, 1988). INTERVENÇÃO Na intervenção tem-se uma diminuição provisória de autonomia de determinado Estado. Então, essa intervenção pode acontecer e é legítima. Temos como exemplo a intervenção em curso no Rio de Janeiro e, ainda, a que também acontece em Roraima. A intervenção pode ser entendida também como uma medida excepcional que só pode ser realizada se pautada em preceito constitucional, eis que seus maiores fundamentos são a manutenção e a defesa da soberania do Estado Federal. INTERVENÇÃO A intervenção é realizada e oficializada por decreto presidencial: “Art. 84. Compete privativamenteao Presidente da República: X – decretar e executar a intervenção federal” (BRASIL, 1988). No decreto devem estar previstos a amplitude, prazo e condições da intervenção. PODER E DIVISÃO DE PODERES “O conceito de forma de governo relaciona-se à maneira como se dá a instituição do poder na sociedade e como se dá a relação entre governantes e governados. O intuito do conceito é, portanto, estabelecer quem deve exercer o poder e como este se exerce” (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 88). A característica formal das repúblicas que mais chama a nossa atenção é a necessidade de alternância no poder. Entretanto, não é suficiente essa formalidade para que tenhamos uma república em seu sentido mais nobre. PODER E DIVISÃO DE PODERES A alternância no poder pode ser entendida como a relação direta com a democracia. A ação garante a participação das escolhas políticas e das decisões dos projetos que podem definir o futuro das nações. Dentre as manifestações da democracia: a liberdade de expressão, a dignidade humana e o direito de defesa. “O conceito de república, hoje, encontra-se irremediavelmente imbricado com o princípio democrático e com o princípio da igualdade (ausência de privilégios em razão de estirpe)” (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 88). Segundo Dallari (1998, p. 147), "um povo que governar sempre bem não necessitará de ser governado [...]. Se existisse um povo de deuses, ele se governaria democraticamente. Tão perfeito governo não convém aos homens". PODER E DIVISÃO DE PODERES No livro III de A Política, Aristóteles faz a classificação dos governos, dizendo que o governo pode caber a um só indivíduo, a um grupo, ou a todo o povo. Esclarece que o nome de cidadão só se deveria dar com propriedade àqueles que tivessem parte na autoridade deliberativa e na autoridade judiciária. Diz, taxativamente, que a cidade-modelo não deverá jamais admitir o artesão no número de seus cidadãos. A virtude política, que é a sabedoria para mandar e obedecer, só pertence àqueles que não têm necessidade de trabalhar para viver, não sendo possível praticar a virtude quando se leva a vida de artesão ou mercenário (DALLARI, 1998). PODER E DIVISÃO DE PODERES Segundo Bonavides (2001, p. 267), em relação à república e à democracia: Pareto, ao pedir a significação exata do termo "democracia", acaba por reconhecer que é ainda mais indeterminado que o termo completamente indeterminado religião. Enquanto Bryce, dando a mais larga e indecisa amplitude, chega a defini-lo, de modo um tanto vago, como a forma de governo na qual “o povo impõe sua vontade de todas as questões importantes”. PODER E DIVISÃO DE PODERES Já Kelsen, também divagando sobre a democracia, pôs a situação de manifesto em uma de suas obras fundamentais. No preâmbulo fez ponderada advertência sobre os desacordos pertinentes a esse conceito. Para Kelsen, a democracia é, sobretudo, um caminho: o da progressão para a liberdade (BONAVIDES, 2001). A base do conceito de Estado Democrático e, consequentemente, a base do conceito de princípio democrático é a noção de governo do povo revelado pela própria etimologia do termo democracia do grego "demos", povo e "kratos", poder. PODER E DIVISÃO DE PODERES Em relação ao princípio da igualdade, a Constituição da República Federativa do Brasil aborda, de forma clara, a igualdade formal e a material. Quando utiliza a expressão "todos são iguais perante a lei", observamos a igualdade formal e a aplicação da lei a todos de forma indiscriminada. Ainda, na Constituição, há a igualdade material, que busca a erradicação da pobreza e da marginalização, além da redução das desigualdades sociais e regionais. PODER E DIVISÃO DE PODERES Como prevê a Constituição Federativa do Brasil de 1988: Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL (BRASIL, 1988). PODER E DIVISÃO DE PODERES "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do seu direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade" (BRASIL, 1988). Segundo Nery Junior (1999, p. 42), o princípio da igualdade pressupõe que as pessoas colocadas em diferentes situações sejam tratadas de forma desigual: “Dar tratamento isonômico às partes significa tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na exata medida de suas desigualdades”. Todos devem ser tratados de forma igual e, diante de qualquer situação inconveniente, há um tipo de aplicação. Podemos dar como exemplo as regras tributárias das empresas de pequeno porte. Todas essas empresas têm o mesmo tratamento, mas as empresas de grande porte não podem ter justamente pela aplicação do princípio da igualdade, uma vez que estas não são consideradas iguais. O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO Em suas origens, o conceito de "Estado de Direito" estava ligado somente à ideia de limitação do poder, além da sujeição do governo a leis gerais e abstratas. Seria o exercício das leis que estão disponíveis no intuito de limitar o poder dos governantes. Hoje em dia, o Estado de Direito é básico e muito importante para o desenvolvimento das sociedades. É dado como fundamento de aparelhamento da coletividade politicamente organizada. Atualmente, a concepção de "Estado de Direito" é indissociável do conceito de "Estado Democrático". O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO Deve traduzir a ideia de um Estado em que todas as pessoas e todos os poderes estão sujeitos “ao império da lei e do Direito. Os poderes públicos devem ser exercidos por representantes do povo, visando assegurar a todos uma igualdade material (condições materiais mínimas necessárias a uma existência digna)” (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 88). “Não se satisfaz a cidadania enunciada com a simples atribuição formal de direitos políticos ativos e passivos aos brasileiros que atendam aos requisitos legais” (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 89). O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO É necessário que o poder Público atue, concretamente, a fim de incentivar e oferecer condições propícias à efetiva participação política dos indivíduos na condução dos negócios do Estado, fazendo valer seus direitos, controlando os atos dos órgãos públicos, cobrando de seus representantes o cumprimento de compromissos assumidos em campanha eleitoral, enfim, assegurando e oferecendo condições materiais para a integração irrestrita do indivíduo na sociedade política organizada. O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO O Estado Democrático de Direito pode ser percebido em qualquer Estado que tem como objetivo a garantia e respeito das liberdades civis. Nesses Estados, o primordial é o respeito pelos direitos humanos e pelas garantias fundamentais. Nele todos devem respeitar a lei, ou seja, ele vale para todos os tipos de “pessoas”. Isto quer dizer que, para que um Estado atinja o objetivo de ser considerado um Estado democrático de direito, todos os direitos dos cidadãos devem ter proteção jurídica e ser garantidos pelo Estado. O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO Na mesma linha tem-se a dignidade da pessoa humana como fundamento da República Federativa do Brasil, que aproveita o Estado como uma organização que tem como centro o ser humano. Pode-se afirmar que essa seria a maior razão do Estado brasileiro que não tem seus fundamentos na propriedade, em classes, em corporações, em organizações religiosas, tampouco no próprio Estado, mas sim na pessoa humana. Sãovários os valores constitucionais que são providos diretamente da dignidade humana, tais como o direito à vida, à intimidade, à honra e à imagem. No art. 170, a Constituição reforça esse fundamento, ao estatuir que "a ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre-iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social” (BRASIL, 1988). O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO Para Paulo e Alexandrino (2017, p. 90) é fundamento do Estado, ainda, “o valor social do trabalho e da livre-iniciativa. Assim dispondo, nosso constituinte configura o Brasil como um Estado obrigatoriamente capitalista e, ao mesmo tempo, assegura que, nas relações entre capital e trabalho será reconhecido o valor social deste último". Ainda entendem que a Constituição Federal: arvora o pluralismo político em fundamento da República Federativa do Brasil, implicando que nossa sociedade deve reconhecer e garantir a inclusão, nos processos de formação da vontade geral, das diversas correntes de pensamento e grupos representantes de interesses existentes no seio do corpo comunitário (PAULO; ALEXANDRINO, 2018, p. 90). O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO No Estado Democrático de Direito apresenta-se um Estado onde consideram-se e se respeitam os direitos humanos e as garantias fundamentais. Ressalta-se que precisam existir deferência e concordância perante os direitos individuais e coletivos, os direitos sociais e os direitos políticos. Relembrando... Os princípios fundamentais podem ser explicados através dos preceitos: República Federativa do Brasil, Poder, Divisões dos Poderes e o Estado Democrático de Direito. • Os princípios fundamentais estabelecem a forma de Estado e a forma de governo. • O conceito de princípio pode ser compreendido como conjunto de normas ou padrões de conduta a serem seguidos por uma pessoa ou instituição. • Há a República Federativa do Brasil e seus principais símbolos. Relembrando... • Existe intervenção e como ela se aplica, tendo uma diminuição provisória de autonomia de determinado Estado. • Temos uma determinada divisão dos poderes e a forma pela qual eles devem ser exercidos. • Existe um Estado Democrático de Direito, o qual foi citado e descrito ao longo das nossas leituras. Relembrando... Eleição Direta: É aquela em que os candidatos a exercer mandatos políticos são eleitos diretamente pelo povo. Este é o modelo utilizado na democracia representativa. Eleição Indireta: É aquela em que os candidatos a exercer mandatos políticos não são eleitos diretamente pelo povo, mas por um colégio eleitoral, composto por delegados escolhidos pelo povo, para que, em nome deste, elejam seus governantes. https://pt.wikipedia.org/wiki/Democracia_representativa https://pt.wikipedia.org/wiki/Col%C3%A9gio_eleitoral https://pt.wikipedia.org/wiki/Col%C3%A9gio_eleitoral Relembrando... Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga. § 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei. § 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores. Relembrando... Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga. § 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei. § 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores.
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