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1- Em uma propriedade de bovinocultura os animais veem apresentado produtividade reduzida (ganho de peso) relatada pelo criador. Este também relatou que recebeu comunicação do abatedouro para o qual vendeu animais de sua propriedade que estes apresentaram grande número de fígados que haviam sido condenados por se apresentarem descoloridos, firmes além de hipertróficos. Com base nestas informações faça um diagnóstico possível da situação de parasitose dos animais nesta propriedade, correlacionando estas com os prejuízos apresentados. Explique também os riscos associados à situação e explique medidas de controle e prevenção que deveriam ser implementadas pelo criador dos bovinos. RESPOSTA: Diante do exposto, conclui-se que os bovinos desta propriedade apresentavam insuficiência hepática crônica devido a fasciolose, pelo agente etiológico Fasciola hepática. Isto ocorre pela presença ambiental de caramujos, que liberam cercárias em rios e córregos, e estas migram até a vegetação, se encistam formando a metacercária. Desta maneira, provavelmente os bovinos se alimentaram destas metacercárias encistadas e se contaminaram, adquirindo uma insuficiência hepática crônica, pois como eles se alimentam de uma vegetação mais alta, acabam se alimentando de poucas metacercárias e possuem uma resistência relativa a superinfestações. Depois de ingeridas, essas metacercárias chegam no intestino e desencistam liberando o trematódeo jovem, que chega ao fígado e neste local ficam migrando, se alimentando do parênquima hepático gerando uma cirrose hipertrófica nos bovinos e mudança de coloração, que explica o fato deste órgão ter sido condenado no abatedouro. Após esta migração estas fasciolas jovens migram para os ductos biliares e se tornam adultos causando colangite, absorvem sangue, proteínas e oligoelementos minerais, que é outro fato que explica a produtividade reduzida dos bovinos, além da cirrose que interfere no funcionamento normal do animal. E esta situação também é chamada de crônica devido ao curto período de vida destes animais, visto que, posteriormente vão ser levados ao abate, e possuírem um fígado de tamanho maior, fazendo que para ele ser afetado como um todo demore um tempo mais prolongado. Os riscos associados nesta situação é que ela é uma zoonose, mesmo não existindo uma infecção direta dos animais para os humanos, mas a presença da infestação nos animais mantém o ambiente contaminado por ovos, e depois cercarias e metacercárias. E os humanos costumam ser infectados por verduras como agrião contendo metacercárias. Desta maneira, algumas medidas de controle e prevenção devem ser adotadas, como manter uma boa nutrição dos animais para minimizar os prejuízos causados por estes parasitas, para o tratamento pode ser usado anti-heminticos de efeito específico para trematódeos, deve ser feito o uso de molusquicidas ou limpeza manual de córregos e reservatórios de água, evitar a presença de animais em locais onde possam ingerir as metacercárias e é sempre indicado separar ovinos de bovinos, pois os bovinos acabam causando uma contaminação do ambiente por apresentarem mortalidade baixa e muito frequentemente infecção subclinica, sem sinais característicos evidentes, assim contaminam ovinos que apresentam alta mortalidade pela infecção. 2- Em um abatedouro de ovinos a inspeção revelou diversos animais provenientes de mesma propriedade contendo alguns cistos bolhosos em pulmões que se revelaram como vesículas de diversos tamanhos repletos de líquido. Ao ser questionado o criador relatou ausência de doença ou qualquer sinal clínico nos animais previamente ao abate. Com base nestas informações faça um diagnóstico da situação correlacionando estas com causas possíveis, explique o risco e prejuízos associados à situação e explique medidas de controle e prevenção que deveriam ser implementadas pelo criador dos ovinos. RESPOSTA: De acordo com a situação citada acima, está ocorrendo a doença hidatidose, causada pelo agente etiológico Echinococcus granulosus, onde nos hospedeiros intermediários que são ruminantes são formados os cistos hidáticos (forma larvar), que é uma vesícula repleta de líquido, que neste caso foi encontrado no abate dos animais. A ausência de doença ou qualquer sinal clínico nos ovinos previamente ao abate é explicado porque apesar de 70% destes cistos hidáticos serem formados nos pulmões e terem um crescimento intenso e ficarem bastante grandes, ela sempre gera pouca reação no tecido local o que gera uma reação assintomática, não causando nenhum tipo de doença clínica, onde são identificados somente no momento do abate do animal. Desta maneira, o risco desta doença é por ela ter um aspecto de zoonose podendo afetar acidentalmente os humanos ao ingerirem ovos provenientes de cães (hospedeiros definitivos que tem a equinococose), onde os humanos juntamente com os ruminantes também são hospedeiros intermediários, gerando a hidatidose. E nos humanos a ingestão de ovos e formação de cistos hidáticos causa uma doença importante, onde estes podem se instalar nos pulmões (unilateralmente ou bilateralmente) gerando sinais respiratórios (dificuldade respiratória e dispnéia). Além disso, no fígado estas vesículas podem causar distensão abdominal, havendo risco de rompimento, e se isto vir a acontecer, ocorre uma reação alérgica intensa podendo evoluir para choque anafilático e morte. Se neste rompimento não ocorrer a morte do humano, as vesículas filhas do cisto hidático serão liberadas e irão crescer em outros locais. Desta maneira as medidas de controle e prevenção que deveriam ser implementadas pelo criador de ovinos são controlar a infecção dos cães para evitar a hidatidose dos humanos e dos ruminantes, e a prevenção da hidatidose evita a infecção pelos adultos nos cães. Assim, como nos cães é dificil a identificação da parasitose, é indicado o tratamento destes com anti-helmintico periódico regular, evitando a infecção mesmo antes de serem diagnosticados. E para evitar a infecção dos cães deve evitar que eles sejam alimentados com visceras cruas, em especial figado e pulmões de ovinos e bovinos. Além disso, evitar o convívio de cães e ovinos quando possível, evitando que os ovinos façam a ingestão de ovos do ambiente. E para evitar a hidatidose nos humanos que ocorre pela ingestão de ovos no ambiente proveniente de cães é necessário ser feita a higienização dos alimentos, de mãos e vestimentas ao ter contato com cães. Por fim, fazer o controle da equinococose em cães evita a presença de ovos em suas fezes e contribui para o controle evitando a ingestão de ovos por humanos. 3- Três cães adultos proveniente de canil são levados ao Hospital Veterinário do Centro Universitário Moura Lacerda, apresentado cansaço, letargia, emagrecimento, mucosas pálidas (anemia), emagrecimento, enterite com diarreia persistente de cor escura e odor fétido e inflamação e sinais de dermatite (face medial das coxas, cotovelo e linha toraco abdominal) e tosse. Com base nestas informações explique quais seriam as possíveis infestações parasitárias que os animais apresentam, citando os agentes etiológicos e correlacione a patogenia dos sinais descritos com estes. Explique também prováveis formas de infecção destes hospedeiros. RESPOSTA: De acordo com os achados a possível infestação parasitária é a ancilostomidose, sendo os agentes etiológicos possíveis o Ancylostoma caninum e o Ancylostoma brasiliense. Analisando os sinais clínicos a anemia pode ser explicada pela perda de sangue que é gerada através da alimentação dos adultos no intestino delgado (hematófagos), onde se recebe o nome de síndrome anemia, que como conseqüência explica a mucosa pálida, cansaço e letargia (adinamia) e emagrecimento do animal. O emagrecimento também é explicado pelos danos que são causados na parede intestinal adquirindo um espessamento, podendo ter pontos de necrose (pontos de fixaçãodos vermes) que acaba dificultando a absorção de nutrientes. Além disso, a alimentação dos adultos no intestino delgado causa uma enterite (inflamação) e a infecção secundária das lesões onde microrganismos penetram, conseqüentemente resulta em diarréia persistente, de coloração escura, pois quando os parasitas se alimentam uma parte de sangue (e fluidos da inflamação) se mistura com as fezes, e por ser partes altas do trato intestinal ocorre uma digestão, e a diarréia adquire uma coloração escura (melena) com odor fétido. A tosse pode ser explicada, pois, o parasita faz migração pulmonar, e apesar disto, ser assintomático, podem causar irritação das vias aéreas superiores. E por fim, a presença de dermatite é explicada porque o parasita pode fazer penetração cutânea, principalmente em áreas onde o animal tem contato com o solo, ou ao se sujar de lama contendo os parasitas. Assim que a possível forma de infecção destes animais foi através da pele (percutânea) por apresentarem esta dermatite, ou ao lamber e comer terra com os parasitas se houver apetite caprichoso. 4- Em um município, em determinado bairro, foram relatados diversos casos de pessoas apresentando febre, dor de cabeça, sintomas respiratórios e aumento de linfonodos cervicais ao longo de um período de vários meses. Também foram relatados oito casos de aborto em gestantes moradoras do bairro. Avaliações de animais de diversas espécies que vivem na mesma região não mostraram qualquer situação semelhante suspeita nestes. Com base nestas informações faça um diagnóstico possível da situação de parasitose, correlacionando estas com os prejuízos apresentados. Explore possíveis formas de infecção que possa ter levado à infecção dos doentes, explique os riscos associados à doença nesta população e medidas de controle e prevenção que poderiam ser implementadas. RESPOSTA: Diante do caso exposto, a enfermidade que está ocorrendo é a toxoplasmose, causada pelo agente etiológico Toxoplasma gondii, onde ela é uma zoonose que pode afetar humanos, estes sendo os hospedeiros intermediários. As possiveis formas que estas pessoam podem ter se contaminado são quatro, ou seja, através da ingestão de oocistos esporulados provenientes de fezes de gatos que são os hospedeiros definitivos, pode ser contaminando água ou alimentos. Além disso, a infecção pode ocorrer pela ingestão de cistos teciduais presentes em carnes de bovinos ou ovinos por exemplo, se estes estiverem cruas ou mal cozidas. Outra forma de transmissão ocorre na gestante, através da placenta para o feto e a última forma é acidental através da manipulação de tecidos, fluídos, secreções, com inoculação de taquizoítos através de mucosas ou feridas. Sabendo disto, o sintoma de aumento de linfonodos cervicais é explicado pela replicação de taquizoítos neste tecido linfóide, já a febre, dor de cabeça e sintomas respiratórios é explicado pela replicação dos taquizóitos nestes tecidos específicos, que pode ter ocorrido pelas pessoas poderem estar imunossuprimidas por qualquer razão ou pela virulência da cepa e quantidade de inóculo recebido. E os abortos são explicados pois os taquizoitos no avanço da infecção conseguem alcançar o feto dentro do útero através da placenta, sendo esta a causa mais grave da doença, gerando infecção nos tecidos do feto, o que levou ao aborto. Sendo assim, medidas de controle e prevenção são imprescindíveis e elas devem ser implementadas de acordo com o risco de infecção pelo protozoário, onde para evitar a ingestão de oocistos através de contaminação de alimentos ou água por fezes de gatos, podem ser adotadas medidas como trocar a caixa de areia destes para evitar a esporulação dos oocistos, lavagem de alimentos para consumo, evitar deixar os gatos sairem para caçar, ingestão de carnes bem cozidas, e o combate a vetores mecânicos como baratas e outros insetos evitando o transporte de oocistos. 5- Em propriedade de bovinocultura extensiva os animais são criados a pasto em amplas áreas o que dificulta o controle de ectoparasitas. O criador relata presença constante de carrapatos no rebanho e que todo ano no mesmo período alguns animais se tornam doentes, morrendo em 24 a 36 horas. Quando questionado sobre os sinais apresentados nos animais doentes este relata prostração, taquipnéia, mucosas pálidas e icterícia. Também relata que alguns animais apresentaram sinais como incoordenação, andar cambaleante e andar em círculos antes da morte. Com base nestas informações faça um diagnóstico possível da situação de parasitose dos animais nesta propriedade, correlacionando estas com os prejuízos apresentados. Explique também medidas de controle e prevenção que deveriam ser implementadas pelo criador dos bovinos para diminuir prejuízos evitar mortalidade. RESPOSTA: De acordo com os dados expostos, os animais apresentam tristeza parasitária bovina, causada pela ação concomitante de dois agentes etiológicos, a Babesia bovis ou Babesia bigemina e a Anaplasma marginale, onde ambas enfermidades podem chegar até o bovino através do vetor carrapato Rhiphicephalus (Boophilus) microplus infectados, onde inoculam através de sua saliva tanto a bactéria que causa a anaplasmose e o protozoário que causa a babesia. Onde sabe-se que estes agentes unidos causam uma doença grave, com evolução rápida e aguda, o que explica a grande mortalidade dos animais em um curto período de tempo. Esta doença gera uma destruição maciva de hemácias, visto que os agentes entram dentro destas para se multiplicarem. Desta maneira, a babesia leva a destruição das hemácias ao deixá-las após se multiplicarem, e nisto geram uma alteração fazendo com que estas sejam fagocitadas pelo sistema reticulo endotelial por serem identificadas como alteradas ou estranhas, além disso, alterações na membrana do eritrócito podem ocorrer fazendo com que ela se torne mais rígida, menos maleável e ficam aderentes formando grumos, e a auto-eritrofagocitose também é estimulada por um processo de destruição autoimune estimulada pelas hemácias parasitadas. No caso da anaplasma, elas não lisam hemácias, mas a presença do agente altera as características da hemácia fazendo com que ela seja destruída no retículo endotelial, e sofra muito frequentemente o processo de auto-eritrofagocitose. Com este processo, ocorre uma anemia intensa (síndrome anemia), que resulta nos sinais que os bovinos da propriedade apresentaram como prostração, taquipnéia, as mucosas pálidas e a icterícia (mais comum pela infecção por anaplasma). Já os sinais nervosos como andar cambaleante, em círculos e incoordenação ocorre pela B. bovis que ativa fatores de coagulação formando trombos nos vasos, o consequentemente obstrução e anóxia cerebral gerando esta sintomatologia nervosa. Desta maneira, como medidas de controle e prevenção, deve ser feito o controle dos carrapatos transmissores. Onde em áreas livres de carrapatos deve haver o controle com o objetivo de evitar a entrada de agentes vetores, ou seja, carrapatos portando babesia e anaplasma. Em áreas com instabilidade enzoótica de carrapatos é importante tentar manter constante a população de carrapatos, evitando a superpopulação e diminuição intensa, onde essas duas situações poderiam levar no caso de uma superinfestação a doença por inóculo grande recebido pelos animais, ou no caso de diminuição intensa da população de carrapatos, e ausência de infecção faz os animais perderem sua imunidade produzida contra a babesia e a anaplasma. E em áreas endêmicas, existe a infecção por carrapatos o ano todo e o controle busca evitar a superpopulação de carrapatos e o uso intensivo e acaricidas que poderiam levar a diminuição muito grande de populações de carrapatos, o que não é indicado pois visa manter infecções baixas de anaplasma e babesia nos bovinos.
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