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OSTEOSSARCOMA PROFA. ALINE MACHADO DE ZOPPA CPAIII ABRIL/2020 OCORRÊNCIA EM CÃES • Tumor ósseo + comum em cães : 85% − 98% • 5% - 6% de todas as neoplasias • 10 000 casos em cães /ano OCORRÊNCIA EM CÃES Distribuição bimodal: •Ÿ Meia idade è idosos •Ÿ ~ 2 anos de idade Raças grandes e gigantes: altura > peso Ÿ30% cães p > 40 kg Ÿ5% cães p < 15 kg; 50% OSA axial Dogue Alemão, Rottweiler, Golden, Pastor Alemão.. Machos > fêmeas – 1.5:1 INCIDÊNCIA EM CÃES • 75% OSA apendicular Região metafisária Membros anteriores 2X > posteriores Rádio distal e húmero proximal • OSA axial mandíbula > maxila > coluna > crânio > costela > nasal > pelve • OSA extra-esquelético – raro! ex: mama, SC, rins… • OSA multicêntrico – raro! < 10% dos casos IMAGEM RADIOGRÁFICA APRESENTAÇÃO CLÍNICA APENDICULAR APRESENTAÇÃO CLÍNICA AXIAL TRATAMENTO TRATAMENTO ÚNICO NÃO É INDICADO • Combinar modalidades de tratamento para alcançar maior tempo de sobrevida e boa qualidade de vida •Aliviar sinais clínicos e conduzir evolução da doença MULTIMODALIDADE TERAPÊUTICA • Tratamento local - Cirurgia Amputação Limb-sparing - Radioterapia • Tratamento sistêmico Quimioterapia, imunoterapia, terapia em alvo , controle de dor CIRURGIA • Tratamento local AMPUTAÇÃO LIMB SPARING - Doença ortopédica severa ou neurológica, props relutantes à amputação - Candidatos: 1. Confinado ao membro/lesão única 2. < 50% do osso afetado 3. Ausência de fratura patológica 4. < 360°de envolvimento de tecidos moles 5. Massa firme vs edematosa 6. Tumores de rádio distal e ulna DISCUSSÃO • Limb sparing - Não influencia o TMS - Proprietário dedicado - Boa a excelente função do membro em 80% dos casos - Complicações possíveis Recorrência do tumor no local 1rio (76% dentro de um período de 1 ano) Infecções • Tratamento local antes do limb sparing? - Perfusão isolada do membro com QT ➔ citoredução antes do limb sparing - Cisplatina, samário, RT LIMB SPARING • Aloenxerto - Enxerto congelado embebido em antibiotico - Vantagem: Pouco trabalho do prop no pós operatório, ausência de fixador externo - Desvantagem: 40%-50% de infecção LIMB SPARING • Prótese metálica - Complicações semelhantes ao aloenxerto - Vantagem: não precisa dispor de banco de ossos LIMB SPARING • Autotransplante do osso pasteurizado - Osso c/ tumor 65 0C, 40’ - Vantagem: aposição anatômica excelente - Desvantagem: 15% recorrência local, 30% infecção, 23% falha do implante LIMB SPARING • Transporte longitudinal do osso por osteogênese - Fixador Ilizarov, secção longitudinal de parte normal do rádio - 1 mm/dia - Vantagem: baixo risco de infecção - Desvantagem: Grande envolvimento por parte do prop LIMB SPARING • Transposição da ulna - Ulna distal ipsilateral como um autoenxerto - Rotação do enxerto preservando a artéria caudal e veia interóssea - Vantagem: infecção, > cicatrização (vascularização) - Desvantagem: Complicações biomecânicas POR QUE NÃO? PRÓTESES RADIOTERAPIA • Radioterapia como tratamento - Baixas doses/fração - diariamente - Cães não candidatos à amputação e limb sparing - Estudo com 14 cães tratados com RT (dose total = 48 to 57 Gy) e QT - ILD local= 202 dias, taxa de resposta= 100% - TMS = 209 dias - Tratamento bem tolerado - Sem ≠ de controle da doença local comparado à RT paliativa - Sem ≠ TMS Walter et al, Vet and Comp Oncology, 2005 RADIOTERAPIA PALIATIVA • Opção para cães que não são candidatos à cirurgia - Doenças simultâneas - Estágio III com metástase óssea - Amputação recusada pelo prop • Objetivo: alívio dos sinais clínicos e melhora da qualidade de vida • Efeitos: - Indução de apoptose - da reabsorção óssea -Redução do tamanho do tumor • Protocolos de 2, 3, ou 4 frações de RT– 6 to 10 Gy por fração • Analgesia 2-14 dias após 1ra dose de RT • Controle da analgesia = 75% - 90%, duração de resposta = 53 - 180 dias Liptak et al, Comp Cont Educ Pract Vet, 2004 Bateman et al, JVIM, 1998 Ramirez et al, Vet Radiology & Ultrasound, 1999 McEntee et al, Vet Radiology & Ultrasound, 1993 TRATAMENTO SISTÊMICO ADJUVANTE QUIMIOTERAPIA • Causa de morte: Metástase > 80% dos cães afetados morrem de metástases dentro de 2 anos do diagnóstico •QT adjuvante taxa sobrevida TMS cirurgia como terapia única = 134-175 dias TMS cirurgia + QT = 262 – 413 dias QUIMIOTERAPIA • QTs mais comumente utilizados: carboplatina/ cisplatina e doxorrubicina como agentes únicos, combinados ou alternados • Tempo médio de sobrevida de 1 ano = 29.5% - 50.5% (doxo a cada 2 sem) • Tempo médio de sobrevida de 2 anos = 9.7%-28% (doxo + cisp ➔ tóxico) • Outros ag QTs: lobaplatina 35 mg/m2 IV (3ra geração), satraplatina (oral), carbo + gemcitabina - Satraplatina 35 mg/m2 VO 5 dias consecutivos: ILD = 456 dias, TMS = 659 dias Selting KA et al, J Vet Intern Med, 2011 IMUNOTERAPIA • Muramil tripeptídeo fosfatidiletanolamina (MTP-PE) encapsulado em lipossomo - Muramil tripeptídeo = análogo sintético da parede celular de Mycobacterium - macrófagos e monócitos: citocinas pró-inflamatórias - Encapsulamento em lipossomo: * captação tecidual de MTP-PE por monócitos e macrófagos * meia-vida na circulação TERAPIA EM ALVO • Hormônio do crescimento ➔ produção hepática de IGF-1 ➔ mitogênese e angiogênese, anti-apoptose • Somatostatina (OncoLAR) reduz secreção de hormônio do crescimento • Amputação + carboplatina + OncoLAR ou placebo - OncoLAR reduziu IGF-1 (43%) - Supressão de IGF-1 não interferiu no ILD e TMS Khanna C et al, Clin Can Res, 2002 • Palladia : no Brasil há 10 dias METÁSTASE •Metastasectomia pulmonar? • Candidatos: 1. Tumor primário sob controle > 300 days 2. RX: 1-2 nódulos 3. Tempo de duplicação longo (>30 dias) 4. Metástase somente no pulmão: cintilografia – • 36 cães com meta pulmonar (OSA) - TMS = 486 dias, média de sobrevida após cirurgia = 176 dias O’Brien MG et al, Vet Surg, 1993 METÁSTASE AGENTES QT TESTADOS EM CÃES COM META - 1) Estudo c/ 45 cães: Mitoxantrona, doxorrubicina, ou cisplatina – RP = 1 cão, 21 dias Ogilvie GK et al, J Am Vet Med Assoc, 1993 - 2) Estudo c/ 9 cães: Paclitaxel – RP = 2, DE = 2 Poirier VJ et al, J Vet Intern Med, 2004 - 3) Estudo c/ 19 cães: Ifosfamida – taxa de resposta = 11.8%, RC = 1 (332 d), RP = 1 (21 d), DE = 2 (158 e 45 d), TMS (1ra dose de ifos até morte) = 95 dias Batschinski K et al, Vet Comp Oncol, 2012 - 4) Estudo c/ 3 cães: Doxorrubicina + ácido valpróico (inibidor de histona desacetilase) – DE = 1 cão Wittenburg LA et al, Clin Can Res, 2010 METÁSTASE QT NA FORMA DE AEROSSOL • Estudo c/6 cães: Inalação de doxo, paclitaxel ou ambos a cada 2 sem, 6 tratamentos: RC = 1 (paclitaxel, 325 d), RP = 2 (doxo) - Alterações histológicas causadas pela doxo: pneumonite tóxica, fibrose intersticial (s/ sinais clínicos) Hershey AE et al, Clin Can Res, 1999 • Estudo c/ 20 cães: Inalação de gemcitabina 2x/sem - expressão de receptor de Fas, necrose - Nenhuma resposta biológica Rodriguez CO et al, J Aerosol Med Pulm Drug Deliv, 2010 TRATAMENTO PALIATIVO • > concentração de nociceptores aferentes responsáveis pela dor está localizada no periósteo e cavidade medular de ossos ➔ OSA = dor intensa!!!! ★ Radioterapia paliativa ★ Terapia farmacológica paliativa TERAPIA FARMACOLÓGICA PALIATIVA BISFOSFONADOS • Inibição da atividade osteoclástica (apoptose) ➔ reabsorção de Ca • Efeitos anti-cancerígenos potenciais: efeitos citostáticos e pró- apoptóticos em células de OSA, a inibição da angiogênese in vitro • 1 dose de pamidronato: 28% de analgesia durante > 4 meses Fan TM et al, J Vet Intern Med, 2007 • Efeito sinergístico com RT - RT + pamidronato vs RT + placebo - claudicação, > impulsão vertical, > tempo de apoio total do membro Ryan SD et al, Vet Comp Oncol, 2011 TERAPIA FARMACOLÓGICA PALIATIVA BISFOSFONADOS • Alendronato (<5% de absorção) VO0.5-1mg/kg, SID 2 sem, EDA 2 sem, 1 x/sem • Pamidronato IV (1-3 mg/kg, diluído em NaCl 0.9%, 2 h de infusão • Zoledronato IV 0.25 mg/kg, 15 minutos de infusão * 100 x > potente q pamidronato TERAPIA FARMACOLÓGICA PALIATIVA • Controle de dor óssea * Anti-inflamatórios não esterodais, opióides, análogos do GABA • Meta pulmonar: apetite, controle da tosse e síndrome paraneoplásicas * Esteróides, codeína, butorfanol, mirtazapina, etc • PROGNÓSTICO • - TMS 12 meses • - 20% vivo após 2 anos do diagnóstico • - 10% vivo após 3 anos do diagnóstico Cirurgia + QT • - 10% vivo após 1 ano do diagnóstico • - TMS = 3 - 4 meses Cirurgia como terapia única • - ~3 meses Controle da dor + pamidronate CONCLUSÃO • TRATAMENTO MULTIMODAL • CIRURGIA + QUIMIOTERAPIA – MAIOR SOBREVIDA • RADIOTERAPIA EXCELENTE EM PACIENTES NÃO CIRÚRGICOS • CONTROLE DA DOR É ESSENCIAL • TRATAMENTO INDIVIDUALIZADO – MAIOR POSSIBIIDDE DE SOBREVIDA OBRIGADA !!!!!!! • amzoppa@anhembi.br
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