Hemoterapia e Banco de Sangue na Veterinária

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BANCO DE SANGUE 
VETERINÁRIO 
(IMPLANTAÇÃO E CUIDADOS 
COM O DOADOR) 
MARCIO MOREIRA
SANIMVET
UNVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI
INTRODUÇÃO
▪ Avanço nos últimos 30 anos
• Bolsas plásticas múltiplas
• Máquinas processadoras de sangue
• Fracionamento do sangue
Tratamento suporte emergencial até que a 
doença de base seja diagnosticada e tratada, pois 
envolve riscos de reações
OBJETIVOS DO BANCO DE SANGUE VETERINÁRIO
▪ Seleção de cães e gatos doadores 
▪ Tipagem sanguínea
▪ Teste de Compatibilidade
▪ Coleta de bolsas
▪ Sangue Total 
▪ Hemocomponentes
▪ Transfusão sanguínea
▪ Monitoramento da transfusão
▪ Reações transfusionais
SELEÇÃO DE DOADORES 
CANINOS E FELINOS
▪ DESAFIO DE CAPTAÇÃO DE DOADORES
Aspectos físicos:
✓ Idade entre 1 a 7 anos (CÃES)
✓ Idade entre 1 e 8 anos (FELINOS)
✓ Cães + 25 Kg e gatos + 4,0 Kg (cuidado com animais obesos)
✓ Clinicamente saudáveis
✓ Vacinados e vermifugados
✓ Temperamento dócil
✓ Sedação: cães x gatos
Exame Clínico
Anamnese e exame físico
• Obs: Animais que receberam transfusão sanguínea
ou que passaram por procedimento cirúrgico
recente não podem doar sangue. Preferência por
fêmeas nulíparas.
▪ DESAFIO DE CAPTAÇÃO DE DOADORES
SELEÇÃO DE DOADORES 
CANINOS E FELINOS
Resort dos Cães – Santo André/SP Diversas Unidades do Petz – SP
Parque Villa Lobos - SPLojas Dog’s Day
▪ DESAFIO DE CAPTAÇÃO DE DOADORES
SELEÇÃO DE DOADORES 
CANINOS E FELINOS
Mais de 80% dos tutores aderem ao programa
▪ EXAMES DE TRIAGEM
CUIDADOS COM OS DOADORES
CANINOS E FELINOS
▪ EXAMES DE TRIAGEM
CUIDADOS COM OS DOADORES
CANINOS E FELINOS
▪ Hemograma e contagem plaquetária
▪ Pesquisa de hematozoários: Babesia sp, Ehrlichia sp, 
Mycoplasma spp e Anaplasma platys
▪ Dosagens bioquímicas:
Perfis Renal e Hepático; Colesterol e Glicemia
▪ Anticorpos contra Ehrlichia canis, Ehrlichia ewingii, Borrelia
burguidorferi, Leishmania infantum, Anaplasma platys e Anaplasma
phagocytophilum
▪ Cultura para Brucella sp e pesquisa de antígenos de Dirofilaria
immitis
▪ Felinos: FIV, Felv, PIF, livre de infecção por Mycoplasma spp
▪ EXAMES DE TRIAGEM
CUIDADOS COM OS DOADORES
CANINOS E FELINOS
RIFI positiva para anticorpos contra Leishmania sp
Fonte: Hovet A M, 2007 Teste rápido
▪ EXAMES DE TRIAGEM
CUIDADOS COM OS DOADORES
CANINOS E FELINOS
Total de 419 doadores caninos
Machos: 228 animais
Fêmeas: 191 animais
média de idade 2,7 anos
Reagentes para Ehrlichia canis: 27 animais
Reagente para Anaplasma sp: 1 animal
Total de reagentes 6,7%
Resultados parciais SANIMVET 2017
▪ COLETA DAS BOLSAS (CANINOS)
SELEÇÃO DE DOADORES 
CANINOS E FELINOS
▪ Coleta por gravidade
▪ COLETA DAS BOLSAS (caninos)
SELEÇÃO DE DOADORES 
CANINOS E FELINOS
▪ Coleta com 
câmara de vácuo
▪ COLETA DAS BOLSAS (FELINOS)
SELEÇÃO DE DOADORES 
CANINOS E FELINOS
▪ COLETA DAS BOLSAS (felinos)
SELEÇÃO DE DOADORES 
CANINOS E FELINOS
Butorfanol 0,3 a 0,5 mg/kg/IM
Midazolan 0,5 mg/Kg/IM
Cetamina 5 mg/kg/IM
IMPLANTAÇÃO DOS BANCO DE SANGUE
HEMOCOMPONENTES
Abrams-Ogg, ACG, Kruth, SA, Carter, RF et al. 1993. Preparation and transfusion of canine platelet
concentrates. Am J Vet Res 54: 635-642.
BRASIL, Ministério da Saúde. Regulamento Técnico de Procedimentos Hemoterápicos. Portaria n.
1.353, de 13.06.2011 - DOU 1 de 14.06.2011.
Fonte: Hovet A M, 2012 
Fonte: Hovet A M, 2013 
Fonte: Hovet A M, 2013 
AGITADOR 
DE
PLAQUETAS
Fonte: Hovet A M, 2013 
Fonte: Hovet A M, 2012 
IMPLANTAÇÃO DOS BANCO DE SANGUE
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO (POP)
CONTROLE DE QUALIDADE
Hemocomponentes
• Processamento realizado em circuito fechado
Fonte:Lab. Patologia Clínica HOVET-AM
Fonte:Lab. Patologia Clínica HOVET-AM
Sangue Total Refrigerado
• Estocado: refrigerado (2-6°C)
Viável por 28-35 dias (se coletado em CPDA-1)
Indicação: apenas para correção de anemia em 
pacientes hipovolêmicos 
Quanto transfundir?
Fator de correção: cão = 90 / gato = 70
Volume de sangue (ml) = Peso receptor x Fator x (Ht desejado – Ht receptor)
Ht doador
Fonte: Hovet A M, 2007
Concentrado de Hemácias
• Armazenamento: 1-6°C
• Validade: 21 a 35 dias
• anemias (importante estabelecer a causa): erliquiose, doença renal crônica,
síndrome paraneoplásica, entre outras
• Mesma capacidade de oxigenação com metade do volume – evita sobrecarga
• Redução nos níveis de isoaglutinina: menor risco de reações transfusionais
• Redução nos níveis de citrato e potássio: doentes renais, hepáticos e cardíacos
• Período de transfusão: máx. 2 horas
• Quanto transfundir?
(35 – Ht do animal) x Peso
• 0,25ml/kg/min durante 1 hora
• 4-5ml/kg/h depois da 1ª hora
Concentrado de Plaquetas
• Usado em casos de trombocitopenia ou trombocitopatia.
• Armazenamento a temperatura ambiente (20-25ºC).
• Validade: 5 dias.
• Constante homogenização leve.
• Avaliar swirling.
• Transfusão dura cerca de 1h.
• Baixo incremento plaquetário (mensurar 1 e 24 horas após a transfusão).
• Quando transfundir?
• Transfusão terapêutica: 
- trombocitopenia com sangramento ativo
• Transfusão profilática:
- contagem plaquetária inferior a 10.000 plaquetas/µL;
- paciente cirúrgico em torno de 50.000-100.000 plaquetas/µL
• Quanto transfundir?
• * 1 concentrado de plaquetas para cada 10kg de peso.
Período de transfusão: 1 hora
Fonte: Hovet A M, 2005 
PROCESSAMENTO DAS BOLSAS
▪ CONCENTRADO DE PLAQUETAS
• Armazenamento a temperatura 
ambiente (20-25ºC).
• Validade: 5 dias.
• Constante homogenização leve
• Centrifugação em 3000g por 10
minutos, 20°C
Plasma Fresco Congelado
• Fresco: até 6 a 8 horas após a coleta 
• Congelado (-20 C): até 1 ano
* 10 mL/kg a 12 mL/kg – dependendo da indicação
Indicações
• Controlar hemorragia ativa ou como profilaxia pré-operatória
• Coagulopatias hereditárias: doença de Von Willebrand, hemofilia
• Coagulopatias adquiridas: de insuficiência hepática, deficiência de vitamina K, 
picadas de animais peçonhentos (cobras), neoplasmas, coagulação intravascular 
disseminada, sepse
• Pancreatite - ????
• Hipoproteinemia -?????
Quanto transfundir?
Fonte: Hovet A M, 2007 
• Cães:
• 13 grupos sanguíneos: dog erythrocyte antigen (DEA)
• 8 grupos principais: DEA 1.1, DEA 1.2, DEA 3, DEA 4, DEA 5, DEA 6, DEA 
7, DEA 8
• Doador universal: negativo para DEA 1.1 e DEA 1.2
• Múltiplas transfusões – formação de aloanticorpos (reação hemolítica 
tardia)
Tipos Sanguíneos - Cães
Tipos Sanguíneos - Gatos
• A, B, AB (sem relação
com o sistema ABO
humano)
• Tipo A – Aloanticorpos
contra tipo B;
• Tipo B – aloanticorpos
contra tipo A;
• Tipo AB – não produz
aloanticorpos;
• Tipo A: predominante
• Tipo B: proporção varia
conforme região
geográfica e raça
• Tipo AB: raro
• Podem apresentar
anticorpos naturais –
maior risco de reação
transfusional
• Tipo sanguíneo “Mik”
recentemente descoberto
nos EUA
Tipagem Sanguínea - teste de aglutinação
Teste de Compatibilidade
▪ DEA 1.1; 3 ; 5; 7
▪ Teste maior
• Soro do receptor x Hemácias do doador
• Detecta a presença de anticorpos do receptor conta antígenos
eritrocitários do doador.
• Realizar em três temperaturas (ambiente (anti-DEA 3,4,5,6), 4ºC (anti-
DEA 7) e 37ºC (anti-DEA 1.1 e 1.2)
• transfundir sangue total ou concentrado de hemácias
▪ Teste menor
• Soro do doador x Hemácias do receptor
• Detecta presença de anticorpos do doador contra antígenos
eritrocitários do receptor.
• Feito em casos de transfusão de sangue total.
• Transfundir grandes volumes de plasma, concentrado de plaquetas e
sangue total
Teste de Compatibilidade
Microscópico
Macroscópico
Fonte: Hovet A M, 2007 
Reações Transfusionais
• Qualquer efeito colateral decorrente da transfusão, durante ou após
sua administração.
• Tipagem sanguínea e teste de compatibilidade diminuem o risco de
reações.
• Ficha de acompanhamento transfusional (fazer aferição antes de
iniciar a transfusão)
• Exemplos: aumento da temperatura corpórea em mais de 1°C,
tremores, êmese, salivação e alteração do estado de consciência...
Reações Transfusionais - Classificação
• Imediatas x Tardias• Imunológicas x Não imunológicas
Reações Transfusionais
Reações imediatas
• Até 48 horas após o início da transfusão
Reações tardias
• Dias, meses e até anos após a transfusão
• Ex: transmissão de doenças
Reações Transfusionais
FREQUÊNCIA DE REAÇÕES TRANSFUSIONAIS EM 
CÃES (N=2078) 3 - 5%
1-Choque
-1Tremores
11Hemólise aguda
12Taquipnéia
Dispnéia
-3Hemólise
-6Edema facial
-13Emese
-41Febre
SeverasLeves Reações
Fonte: The Compendium Continuing Education, v.19, n.2, 1997
Reações Transfusionais
• IMUNOLÓGICAS
Aguda
Reação hemolítica aguda
Reação não hemolítica febril (leucócitos e plaquetas)
Urticária (proteínas plasmáticas)
Injúria pulmonar aguda pela transfusão (TRALI)
Tardia
Reação hemolítica tardia
Púrpura pós transfusão
(trombocitopenia cinco a oito dias pós-transfusão)
Imunossupressão
Aloimunização
Fonte: Harrel et al, 2007; Feldman e Sink, 2007
Reações Transfusionais
• NÃO IMUNOLÓGICAS
Aguda
Distúrbios eletrolíticos (hipocalcemia)
Embolia (ar ou coágulo)
Contaminação bacteriana do sangue
Hipotermia
Sobrecarga circulatória
Transfusão de sangue hemolisado
Coagulopatia (ant. heparina)
Tardia
Transmissão de enfermidades (leishmaniose, erliquiose, 
brucelose, babesiose, entre outras)
Hemossiderose
Fonte: Harrel et al, 2007; Feldman e Sink, 2007
Marcio Moreira
Tel. 11-3644-8805 / 11-
96355-0307
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