Buscar

Análise de prova sobre criação de empregos formais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 66 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 66 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 66 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 1
 
 
 
 
Aula 9 
(Provas comentadas) 
Olá, pessoal! 
Estamos chegando à reta final do curso. Assim, aplicar os conteúdos 
realizando provas MARCANDO O TEMPO DE EXECUÇÃO é muito importante!!! 
Vamos começar com duas provas com gabarito de cinco alternativas. Em 
seguida, veremos mais duas provas com marcação de certo e errado. 
Assim, você vai poder perceber a diferença de postura diante dessas 
provas!!!!! 
Prova 1 
 
(TRT RJ – 2008 – nível superior) 
 
Formalidade bate recorde 
1 
 
 
 
5 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
20 
 
 
 
 
25 
 
 
 
 
30 
 
 Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) 
divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) apontam 
para a criação de 554 mil postos de trabalho com carteira assinada no 
primeiro trimestre deste ano, o que representa recorde histórico para esse 
período. A série de dados do CAGED tem início em 1992. Contra os três 
primeiros meses de 2007, quando foram criadas 399 mil vagas (recorde 
anterior), segundo informações do MTE, o crescimento no número de 
empregos formais criados foi de 38,7%. “Esse primeiro trimestre, como 
dizem meus filhos, bombou”, afirmou o ministro do Trabalho a jornalistas. 
Para o ano de 2008 fechado, o ministro manteve a previsão de criação de 
1,8 milhão de postos de trabalho com carteira assinada. “Vai ser novo 
recorde, apesar da taxa de juros”, disse ele em referência à decisão do 
Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central de elevar os juros 
de 11,25% para 11,75% ao ano. Em 2007, recorde para um ano fechado, 
foram criados 1,61 milhão de empregos formais. 
 Segundo o ministro, a demanda interna permanece “muito 
aquecida”. “Esse aumento de 0,5 ponto percentual na taxa de juros, até 
chegar ao consumidor, demora. Quem compra fogão, geladeira e carro a 
prazo vai perceber um aumento real de juros maior do que 0,5 ponto 
percentual. Pode haver uma diminuição na escalada de compra de bens 
duráveis”, disse ele. Para o ministro do Trabalho, a decisão do COPOM de 
subir os juros neste mês, e nos subseqüentes, conforme projeção do 
mercado financeiro, pode impactar um pouco a criação de empregos 
formais mais para o final de 2008. “Esses próximos três meses vão 
continuar sendo muito fortes na criação de empregos com carteira 
assinada”, avaliou ele. 
 O ministro do Trabalho classificou a decisão do COPOM de subir os 
juros de “precipitada”. “É um erro imaginar que há inflação no Brasil. 
Temos alguns produtos subindo de preços, como o trigo e outros produtos, 
por causa das chuvas, ou falta de chuvas. Os preços dos bens duráveis 
(fogões, geladeiras e carros, por exemplo, que são impactados pela 
Português p/ Câmara dos Deputados (Analista Legislativo) 
(Teoria e questões comentadas) 
PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 2
 
 
 
35 
 
 
 
 
40 
 
 
 
 
decisão dos juros) não estão aumentando”, disse ele a jornalistas. O 
ministro avaliou, entretanto, que o impacto maior se dará nas operações 
de comércio exterior. Isso porque a decisão sobre juros tende a trazer 
mais recursos para o Brasil e, com isso, pressionar para baixo o dólar. 
Dólar baixo, por sua vez, estimula importações e torna as vendas ao 
exterior mais caras. Por conta principalmente do dólar baixo, a balança 
comercial teve queda de 67% no superávit (exportações menos 
importações) no primeiro trimestre deste ano. A criação de empregos 
formais no primeiro trimestre deste ano cresceu em quase todos os 
setores da economia. No caso da indústria de transformação, por exemplo, 
foram criadas 146 mil vagas nos três primeiros meses deste ano, contra 
110 mil em igual período de 2007. 
Tribuna do Brasil, 11/4/2008. Internet: <www.tribunadobrasil.com.br> 
(com adaptações). 
1. De acordo com o texto, 
(A) já foram criados 1,8 milhão de empregos com carteira assinada no 
primeiro trimestre de 2008. 
(B) a elevação da taxa de juros poderá influenciar negativamente a criação de 
novos empregos, segundo o ministro do Trabalho. 
(C) os preços dos eletrodomésticos e dos automóveis vão ter um aumento real 
de 0,5 por cento em 2008. 
(D) a demanda interna aquecida provocará uma diminuição de compra de bens 
duráveis pelos consumidores. 
(E) a indústria de transformação foi o setor da economia que mais cresceu em 
2007. 
Comentário: Na alternativa (A), foi afirmado que “Já foram criados 1,8 
milhão de empregos com carteira assinada no primeiro trimestre de 2008.”; 
porém se observa que, no texto, houve apenas uma previsão para todo o ano, 
não apenas para o primeiro trimestre. Observe a linha 6: “Para o ano de 2008 
fechado, o ministro manteve a previsão de criação de 1,8 milhão de postos de 
trabalho com carteira assinada.” 
 Na alternativa (B), perceba que a afirmação do segundo parágrafo é 
praticamente igual à desta alternativa. Abaixo serão inseridos a frase da 
alternativa (B) e o trecho do texto que comprova que esta alternativa está 
correta. Compare: 
Frase da alternativa B: “a elevação da taxa de juros poderá influenciar 
negativamente a criação de novos empregos, segundo o ministro do 
Trabalho.” 
Texto: “Para o ministro do Trabalho, a decisão do COPOM de subir os juros 
neste mês, e nos subseqüentes, conforme projeção do mercado financeiro, 
pode impactar um pouco a criação de empregos formais mais para o final de 
2008.” (linhas 21 a 24). 
Ao confrontarmos os elementos sublinhados, percebemos que eles são 
sinônimos contextuais. À época desta prova, alguns alunos perguntaram por 
que essa seria a alternativa correta, se no texto se falou “criação de empregos 
PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 3
formais” e na alternativa (B) está a expressão “novos empregos”. A resposta é 
simples: se haverá dificuldade de novos empregos, é lógico que, pelo 
contexto, o qual retrata a formalidade, o primeiro a ser afetado é o emprego 
formal. 
 Na alternativa (C), deve-se perceber que, nas linhas 18 e 20 do texto, 
temos: 
“Quem compra fogão, geladeira e carro a prazo vai perceber um aumento 
real de juros maior do que 0,5 ponto percentual.” e a alternativa (C) “os 
preços dos eletrodomésticos e dos automóveis vão ter um aumento real de 
0,5 por cento em 2008.” 
Na realidade, o aumento será maior que 0,5% e será percebido nos juros 
somente em compras a prazo. 
 Na alternativa (D), o que poderá provocar “uma diminuição de compra 
de bens duráveis pelos consumidores” é o aumento dos juros e não a 
demanda interna aquecida. 
 Na alternativa (E), não há referência no texto de que a indústria de 
transformação foi o setor da economia que mais cresceu em 2007. Este tipo 
de alternativa colocada é chamado de extrapolação textual, pois é um dado 
que não está inserido no texto, nem por elementos explícitos, nem por 
implícitos (subentendidos). 
Gabarito: B 
 
2. Assinale a opção que contém uma informação correta a respeito da 
estrutura do texto. 
(A) O texto representa a transcrição completa da entrevista feita por 
jornalistas ao ministro do Trabalho. 
(B) Observam-se, claramente, no texto, argumentos em favor do aumento da 
criação de postos de trabalho nas indústrias de bens duráveis. 
(C) A intercalação entre os dados a respeito do crescimento da oferta de 
empregos e as opiniões do ministro do Trabalho sobre esse tema 
caracteriza a estrutura do texto. 
(D) O texto é introduzido por meio de uma narração, em que são apresentados 
o personagem (ministro) e o tempo da narrativa (o primeiro trimestre de 
2008). 
(E) No segundo parágrafo, é desenvolvido o seguinte tópico frasal: “Dados do 
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (...) recorde histórico 
para esse período” (linhas 1 a 5). 
Comentário: Entrevista é umgênero textual que parte de perguntas e 
respostas, muito encontrado em revistas e jornais. Narrativa é um tipo de 
texto que conta uma história e deve possuir elementos como personagem, 
cenário, tempo (evolução temporal), narrador (alguém que conta a história), 
etc. Dissertação é um tipo de texto que considera um tema, fala sobre algo, 
podendo aparecer a opinião do autor (dissertativo-argumentativo) ou apenas 
o relato de conteúdo, como em um livro didático (dissertativo-expositivo). 
Falta agora o texto descritivo, que é uma enumeração de ações ou 
PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 4
características. 
 Na alternativa (A), é dito que “O texto representa a transcrição 
completa da entrevista feita por jornalistas ao ministro do Trabalho.” Vemos 
como é comum nas questões da banca CESPE encontrarmos as palavras 
categóricas, palavras que não admitem ressalvas, como “sempre”, “nunca”, 
“nada”, “tudo”, “todo”. Normalmente estão nas alternativas para eliminarmos 
como errada. E aqui foi utilizado o vocábulo “completa”. Não há uma 
transcrição completa da entrevista no texto. Além disso, foi dito que os 
jornalistas fizeram uma entrevista ao ministro. Ele não recebeu nenhuma 
entrevista, ele concedeu, partiu dele, então seria o ideal a construção 
“...entrevista feita por jornalistas com o ministro.” 
 Na alternativa (B), não se observam claramente no texto argumentos 
em favor do aumento da criação de postos de trabalho nas indústrias de bens 
duráveis. Pode-se até subentender, mas não está claro. 
 A alternativa (C) está correta, porque o texto é basicamente informativo 
(dissertativo-expositivo) e está estruturado no tema do crescimento do 
emprego formal no país e para isso utiliza dados de algumas instituições e as 
opiniões do ministro (argumento de autoridade) como fundamento para 
comprovar seu tema. Na realidade, o que a banca quer de você é que haja o 
entendimento de que todo texto dissertativo possui um desenvolvimento, que 
é a parte de análise do conteúdo expresso na introdução do texto. Esse 
fundamento é chamado de procedimento argumentativo, que nada mais é do 
que o modo como o autor analisa os argumentos para confirmar o que foi dito 
na introdução. Vários são os procedimentos, como relação de causa e 
consequência, exemplificação, dados numéricos, argumentos de autoridade, 
confronto de posições contrárias etc. 
 Na alternativa (D), o primeiro parágrafo não é uma narração, há apenas 
afirmações que envolvem tempo e lugar; além do mais, o tempo não está 
concentrado apenas no 1º trimestre de 2008, como foi afirmado na 
alternativa. 
 Na alternativa (E), deve-se entender que tópico frasal é a declaração 
inicial de um parágrafo, que logo em seguida será desenvolvido pelos períodos 
seguintes. É uma estratégia argumentativa para chamar a atenção do leitor a 
respeito do que se fala no parágrafo. Perceba o tópico frasal do terceiro 
parágrafo: “O ministro do Trabalho classificou a decisão do COPOM de subir os 
juros de ‘precipitada’”. Agora veja o do segundo parágrafo: “Segundo o 
ministro, a demanda interna permanece ‘muito aquecida’”. Todos esses 
parágrafos desenvolvem argumentos a partir do tópico apresentado. O mesmo 
ocorre com o primeiro parágrafo: “Dados do Cadastro Geral de Empregados e 
Desempregados (CAGED) divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e 
Emprego (MTE) apontam para a criação de 554 mil postos de trabalho com 
carteira assinada no primeiro trimestre deste ano, o que representa recorde 
histórico para esse período”. O erro é que o desenvolvimento ocorre, na 
realidade, no primeiro parágrafo e não no segundo, conforme o descrito 
nesta alternativa. 
Gabarito: C 
 
PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 5
3. Com referência às idéias e às estruturas do texto, assinale a opção correta. 
(A) De acordo com a argumentação textual, verifica-se que os dados do 
CAGED são produzidos pelo COPOM. 
(B) A palavra “Formalidade”, no título do texto, remete aos postos de trabalho 
em que é efetuado registro na carteira de trabalho dos empregados. 
(C) Na frase que se inicia por “A série” (linha 5), a substituição da forma 
verbal no presente pela forma correspondente no pretérito perfeito 
alteraria o sentido do texto. 
(D) De acordo com a ortografia oficial, a palavra “recorde” admite a grafia 
alternativa record, que deve ser lida como palavra proparoxítona, a 
exemplo do que ocorre nos textos de muitos telejornais. 
(E) Na linha 16, a expressão “demanda interna” refere-se ao aumento de 
postos de trabalho de que trata o primeiro parágrafo do texto. 
Comentário: Na alternativa (A), não há nenhuma referência de que o COPOM 
tenha produzido os dados do CAGED, como se pode observar no primeiro 
parágrafo, além de se verificar que Comitê de Política Monetária (COPOM) 
nada tem a ver com dados do Cadastro Geral de Empregados e 
Desempregados (CAGED). 
 Na alternativa (B), note que o texto ressalta o crescimento do trabalho 
formal, como os dados do CAGED que “apontam para a criação de 554 mil 
postos de trabalho com carteira assinada”. 
 Na alternativa (C), pode-se, contextualmente, trocar o presente do 
indicativo pelo pretérito perfeito do indicativo, pois não alteraria o sentido: “A 
série de dados do CAGED tem início em 1992.” (linha 5). Isso ocorre porque o 
verbo grifado encontra-se no presente do indicativo com valor de presente 
histórico. Esse emprego é comum quando se quer contar um fato ocorrido no 
passado, mas avivando-o utilizando o presente. 
 Na alternativa (D), a palavra “recorde” só pode ser lida como palavra 
paroxítona, pois a sílaba tônica (mais forte) é “-cor-”. Os telejornais preferem 
o uso coloquial mais por questões de pouca afinidade entre emissoras do que 
por questões linguísticas. Lembre-se de que um delas chama-se “Record”. 
 Na alternativa (E), “demanda interna” na linha 16 nada tem a ver com 
postos de trabalho, mas sim com o aquecimento do consumo interno. 
Gabarito: B 
 
4. O texto, em que foi empregada uma linguagem simples, de fácil 
compreensão, apresenta um termo típico da linguagem coloquial no trecho 
(A) ‘Esse primeiro trimestre, como dizem meus filhos, bombou’ (linha 9). 
(B) “Segundo o ministro, a demanda interna permanece ‘muito aquecida’” 
(linha 16). 
(C) ‘Pode haver uma diminuição na escalada de compra de bens duráveis’ 
(linhas 20 e 21). 
PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 6
(D) “a decisão do COPOM (...) pode impactar um pouco a criação de empregos 
formais” (linhas 21 a 24). 
(E) “a decisão sobre juros tende a trazer mais recursos para o Brasil” (linhas 
34 e 35). 
 
Comentário: Linguagem coloquial é o enunciado aberto, livre dos rótulos 
gramaticais. Muitas vezes fere a norma culta, outras vezes simplesmente não 
encontra registro gramatical. Assim, o vocábulo “bombou” faz parte da 
linguagem coloquial, linguagem falada dos jovens. Por isso a alternativa (A) é 
a correta. As demais alternativas, por exclusão, são vistas como registro culto, 
por isso não houve necessidade de desenvolver o comentário por alternativa. 
Gabarito: A 
 
5. As conjunções destacadas nos trechos a seguir estão associadas a uma 
determinada interpretação. Assinale a opção que apresenta trecho do texto 
seguido de interpretação correta da conjunção destacada. 
(A) “quando foram criadas 399 mil vagas” (linha 6) – proporcionalidade 
(B) ‘como dizem meus filhos’ (linhas 8 e 9) – comparação 
(C) ‘É um erro imaginar que há inflação no Brasil’ (linha 28) – consequência 
(D) “O ministro avaliou, entretanto, que o impacto maior” (linhas 32 e 33) – 
oposição 
(E) “Isso porque a decisão sobre juros tende a trazer mais recursos para o 
Brasil” (linhas 34 e 35) – conclusão 
Comentário: Na alternativa(A), “quando” transmite valor de tempo (e não 
de proporção). Sabendo isso, nós já partiríamos para a alternativa seguinte, 
mas cabe aqui uma observação importante. 
 O vocábulo “quando”, neste contexto, inicia oração subordinada adjetiva 
explicativa. Portanto, é um pronome relativo na função sintática de adjunto 
adverbial de tempo. 
 Não confunda essa estrutura com a oração subordinada adverbial 
temporal, pois, na estrutura do texto, pode-se substituir “quando” por “em 
que”, “nos quais” (próprios do pronome relativo). A conjunção adverbial de 
tempo não possibilita essa troca. Compare: 
 Isso ocorreu em 2007, quando foram criadas as vagas. 
Oração principal + oração subordinada adjetiva explicativa (vírgula obrigatória) 
Isso ocorreu quando foram criadas as vagas. 
 oração principal + oração subordinada adverbial temporal (vírgula facultativa) 
 Na alternativa (B), a conjunção “como” transmite valor de 
conformidade, podendo-se trocar por “segundo”, “conforme”, “consoante”; o 
que não ocorre com a comparação. Normalmente, quando a conjunção “como” 
tiver valor de comparação, o verbo estará subentendido e a conjunção pode 
ser substituída por “tão ... quanto”, “tal qual”. Veja as diferenças: 
Comparação: Ele agiu como o pai. (verbo subentendido: agiu / agia) 
 Ele agiu tal qual o pai. (verbo subentendido: agiu / agia) 
Conformidade: Ele agiu como o pai ensinou. 
 Ele agiu consoante o pai ensinou. 
PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 7
 Na alternativa (C), a conjunção “que” não possui valor semântico, é 
apenas relacional e chamada de conjunção integrante, pois inicia oração 
subordinada substantiva. O que a banca queria era que você confundisse esse 
“que” com o da oração subordinada adverbial consecutiva. Para ser 
consecutiva, deve haver a intensificação na oração principal com os vocábulos 
“tão”, “tamanho”, “tanto”. Veja os exemplos: 
... imaginar que há inflação no Brasil. (que = conjunção integrante) 
 oração principal + oração subordinada substantiva objetiva direta (imaginar isso) 
A inflação é tão grande que causou revoluções políticas internas. 
 oração principal + oração subordinada adverbial consecutiva 
(que = conjunção subordinativa adverbial consecutiva) 
 Na alternativa (D), a oração iniciada pela conjunção “entretanto” tem 
valor coordenado adversativo (oposição). Por isso esta alternativa é a correta. 
 Na alternativa (E), a conjunção “porque” revela valor de causa, por isso 
não pode ser entendida como conclusão. As conjunções especificamente 
coordenadas conclusivas são “portanto”, “por isso”, “por conseguinte”, 
“então”, “logo”, “assim”, etc. 
Gabarito: D 
 
6. As aspas foram empregadas no texto para 
(A) realçar ironicamente palavras ou expressões. 
(B) destacar termos emprestados de outras línguas. 
(C) indicar a interrupção de idéias que o autor começou a exprimir. 
(D) marcar suspensões do pensamento, provocadas por hesitação de quem 
fala. 
(E) destacar as falas do ministro e os termos que ele utilizou na conversa com 
jornalistas. 
Comentário: É importante ler atentamente a questão, ela pediu o uso das 
aspas empregadas no texto. Algumas alternativas se referem ao uso das 
aspas corretamente, mas somente uma está de acordo com o contexto. 
Outras se referem ao uso das reticências. Abaixo foi colocado um exemplo de 
cada uso. 
 Na alternativa (A), as aspas podem ser usadas para realçar ironicamente 
palavras ou expressões: Ele é um à-toa, “adora” um trabalho. Perceba que as 
aspas não foram empregadas com esta finalidade no texto. 
 Na alternativa (B), as aspas servem para destacar termos emprestados 
de outras línguas: A renda “per capita” do brasileiro aumentou nos últimos 
anos. (essa expressão é emprestada do latim). Perceba que as aspas não 
foram empregadas com esta finalidade no texto. 
 Na alternativa (C), as reticências (e não as aspas) servem para indicar a 
interrupção de idéias que o autor começou a exprimir: 
O amor... Ah, o amor... Voltemos à vida real! 
 Na alternativa (D), as reticências (e não as aspas) servem marcar 
PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 8
suspensões do pensamento, provocadas por hesitação de quem fala: 
Você... tão sozinha... Não lhe ocorre, muitas vezes, que se um homem... Não 
tem vontade de casar-se... 
 Na alternativa (E), as aspas servem para destacar as falas do ministro e 
os termos que ele utilizou na conversa com jornalista. Perceba que o texto 
retirou de uma entrevista os aspectos principais para retratar o tema 
formalidade, com isso as falas do ministro estão registradas com as aspas 
(discurso direto), além de algumas vezes o autor querer enfatizar os termos 
que ele utilizou com os jornalistas, como “precipitada”, “muito aquecida”, etc. 
Gabarito: E 
 
7. O texto apresenta uma oração na voz passiva no trecho 
(A) “A série de dados do CAGED tem início em 1992” (linha 5). 
(B) “o crescimento no número de empregos formais criados foi de 38,7%” 
(linhas 7 e 8). 
(C) “‘Pode haver uma diminuição na escalada de compra de bens duráveis’” 
(linhas 20 e 21). 
(D) ‘Os preços dos bens duráveis (...) não estão aumentando’ (linhas 30 a 32). 
(E) “No caso da indústria de transformação, por exemplo, foram criadas 146 
mil vagas” (linhas 41 e 42). 
Comentário: Deve-se lembrar que voz passiva é aquela em que o sujeito é 
paciente e sua oração há de ter verbo com transitividade direta. Todas as 
outras transitividades (verbo transitivo indireto, verbo intransitivo e verbo de 
ligação) fazem parte automaticamente da voz ativa. 
 Na alternativa (A), “A série de dados do CAGED tem início em 1992”, o 
verbo “tem” é transitivo direto, mas o sujeito “A série” é agente. (Voz ativa: 
sujeito agente). 
 Na alternativa (B), a estrutura “o crescimento no número de empregos 
formais criados foi de 38,7%” possui verbo de ligação, por isso é voz ativa. 
 Na alternativa (C), “Pode haver uma diminuição na escalada de compra 
de bens duráveis”, o verbo “haver” é transitivo direto, mas no sentido de 
“existir” não tem sujeito e não pode ficar na voz passiva. 
 Na alternativa (D), o enunciado “Os preços dos bens duráveis (...) não 
estão aumentando” possui locução verbal intransitiva, por isso ela está na voz 
ativa. 
 Na alternativa (E), o excerto “(...) foram criadas 146 mil vagas” possui 
locução verbal transitiva direta. Perceba que o termo “146 mil vagas” sofreu a 
ação (sujeito paciente). O agente da passiva está indeterminado (não se quer 
dizer ou não se sabe quem criou as 146 mil vagas). Transformando em voz 
ativa, o agente da passiva, que é indeterminado, viraria sujeito 
indeterminado; o sujeito paciente (146 mil vagas) passaria a objeto direto 
(que também é paciente), ficando assim: Criaram 146 mil vagas. 
Gabarito: E 
 
PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 9
Texto para as questões de 8 a 10 
 
 A raça humana 
 
1 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
20 
A raça humana é 
Uma semana 
Do trabalho de Deus. 
 
A raça humana é a ferida acesa 
Uma beleza, uma podridão 
O fogo eterno e a morte 
A morte e a ressurreição. 
 
A raça humana é o cristal de lágrima 
Da lavra da solidão 
Da mina, cujo mapa 
Traz na palma da mão. 
 
A raça humana risca, rabisca, pinta 
A tinta, a lápis, carvão ou giz 
O rosto da saudade 
Que traz do Gênesis 
Dessa semana santa 
Entre parênteses 
Desse divino oásis 
Da grande apoteose 
Da perfeição divina 
Na grande síntese. 
 
A raça humana é 
Uma semana 
Do trabalho de Deus. 
 Gilberto Gil. 
 
8. No texto, que é a letra de uma canção, o verbo ser encontra-se no presente 
do indicativo porque o autor pretende 
(A) marcar fatos que ocorrerão em um futuro próximo. 
(B) expressar açõeshabituais dos seres humanos que ainda não foram 
concluídas. 
(C) dar vida a fatos ocorridos no passado, como se fossem atuais. 
(D) apresentar uma condição ou situação como permanente. 
(E) enunciar fatos que ocorrem no momento em que o texto é escrito. 
Comentário: Esta questão cobrou do candidato o conhecimento de emprego 
de tempos verbais. O presente do indicativo pode ser empregado em diversos 
contextos; porém das alternativas apenas uma corrobora a ideia do texto. Mas 
antes veremos exemplos dos empregos do presente do indicativo, conforme o 
que segue nas alternativas: 
PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 10
 Na alternativa (A), o presente marca fatos que ocorrerão em um futuro 
próximo (Amanhã vou a sua casa.). 
 Na alternativa (B), o presente expressa ações habituais dos seres 
humanos que ainda não foram concluídas (Alfredo come e dorme.). 
 Na alternativa (C), o presente dá vida a fatos ocorridos no passado, 
como se fossem atuais (é o presente histórico visto na questão 3, letra C) 
 Na alternativa (D), o autor sugere um dado conceitual, isto é, apresenta 
uma situação de caráter permanente, como as seguintes passagens do texto: 
“A raça humana é uma semana.”; “A raça humana é a ferida acesa”; “A raça 
humana é o cristal de lágrima.” Por isso é a alternativa correta. 
 Na alternativa (E), o presente enuncia fatos que ocorrem no momento 
em que o texto é escrito (Estou escrevendo enquanto falo com você.). 
Gabarito: D 
 
9. Assinale a opção em que a preposição em apresenta a mesma interpretação 
que recebe no verso 11: “Traz na palma da mão”. 
(A) Arrumei os livros na estante da sala. 
(B) De vez em quando, vamos juntos ao cinema. 
(C) A notícia correu de boca em boca. 
(D) A cidade entrou em festa. 
(E) Cremos na vitória da democracia. 
Comentário: Muita gente quando lê essa questão não consegue entender o 
que se pede. A tônica da questão é o valor semântico da preposição, que é um 
elemento de coesão. Em “Traz na palma da mão”, a preposição “em” inicia 
um adjunto adverbial de lugar; portanto seu valor é “lugar”. 
 Na alternativa (A), a preposição “em” na frase “Arrumei os livros na 
estante da sala.” também inicia adjunto adverbial de lugar, por isso é a 
alternativa correta. 
 Na alternativa (B), a preposição “em” na expressão “De vez em quando” 
tem valor de tempo. 
 Na alternativa (C), a preposição “em” na expressão “de boca em boca” 
transmite relação entre elementos, ajudando a compor uma ideia de modo. 
 Na alternativa (D), a preposição “em” inicia adjunto adverbial de modo 
“em festa”. 
 Na alternativa (E), “na vitória” é objeto indireto, pois o verbo “Cremos” 
é transitivo indireto. 
Gabarito: A 
 
10. A respeito do emprego dos pronomes relativos, assinale a opção correta. 
(A) É correto colocar artigo após o pronome relativo cujo (cujo o mapa, por 
exemplo). 
PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 11
(B) O relativo cujo expressa lugar, motivo pelo qual aparece no texto ligado 
ao substantivo mapa na expressão “cujo mapa” (v.10). 
(C) O pronome cujo é invariável, ou seja, não apresenta flexões de gênero e 
número. 
(D) O pronome relativo quem, assim como o relativo que, tanto pode referir-
se a pessoas quanto a coisas em geral. 
(E) O pronome relativo que admite ser substituído por o qual e suas flexões 
de gênero e número. 
Comentário: Na alternativa (A), não se pode inserir artigo após o pronome 
relativo “cujo”, o correto é “cujo mapa”. 
 Na alternativa (B), deveria ser informado que “cujo” expressa ideia de 
posse (e não de lugar). 
 Na alternativa (C), o pronome relativo “cujo” é variável em gênero e 
número. 
 Na alternativa (D), o pronome “que” substitui pessoa ou coisa, porém o 
pronome relativo “quem” substitui apenas pessoas. 
 Na alternativa (E), é correto afirmar que o pronome relativo “que” 
admite ser substituído por “o qual” e suas flexões de gênero (masculino e 
feminino) e número (singular e plural). Perceba que não admite artigo, 
funciona como posse (e não como lugar). 
Gabarito: E 
 
11. Assinale a opção em que a frase apresenta o emprego correto do acento 
grave indicativo de crase. 
(A) Isto não interessa à ninguém. 
(B) Não costumamos comprar roupas à prazo. 
(C) O estudante se dirigiu a diretoria da escola. 
(D) Caminhamos devagar até à entrada do estabelecimento. 
(E) Essa é a instituição à que nos referimos na conversa com o presidente. 
Comentário: Há crase quando o verbo ou nome exige preposição “a” e o 
nome posterior admite o artigo “a”: 
 Obedeço à lei. Sou obediente à lei. 
 Na alternativa (A), a palavra “ninguém” não admite o artigo “a” por ser 
pronome indefinido, então não pode haver crase. 
 Na alternativa (B), “prazo” é palavra masculina e não aceita artigo “a”, 
portanto não pode haver crase. 
 Na alternativa (C), “se dirigiu” é transitivo indireto e exige preposição 
“a”, o substantivo feminino “diretoria” admite artigo “a”, portanto deve haver 
crase obrigatoriamente, o que não ocorreu, por isso a alternativa está errada. 
 Na alternativa (D), em “Caminhamos devagar até à entrada do 
estabelecimento”, o acento indicativo de crase é facultativo, pois a 
PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 12
preposição “até” admite a preposição “a” facultativamente e o substantivo 
“entrada” admite o artigo. Então se pode escrever tanto da forma como está 
nesta alternativa, quanto “Caminhamos devagar até a entrada do 
estabelecimento”, assim como se houvesse substantivo masculino: 
Caminhamos devagar até ao pátio do estabelecimento ou Caminhamos 
devagar até o pátio do estabelecimento. 
Na alternativa (E), o pronome relativo “que” não admite artigo “a”, portanto 
não pode haver crase. 
Gabarito: D 
 
12. Uma das funções dos parênteses é a de 
(A) separar os diversos itens de uma enumeração. 
(B) imprimir a um texto um tom coloquial. 
(C) indicar que termos foram deslocados na oração. 
(D) isolar explicações, indicações ou comentários em geral. 
(E) caracterizar um texto como essencialmente didático. 
Comentário: Novamente se cobram questões de pontuação e notações 
léxicas; porém agora não é contextual como a questão 6. 
 Na alternativa (A), não são os parênteses que separam os itens de uma 
enumeração, mas sim a vírgula e até o ponto-e-vírgula. 
Comprei uma casa, uma granja, um carro e até um ônibus. 
Posso fazer oposição entre vida, arte; amor, paixão; prazer, trabalho. 
 Na alternativa (B), não são os parênteses que imprimem a um texto um 
tom coloquial, mas sim as aspas e as reticências. (O “Tião” está “voando” por 
aí...) 
 Na alternativa (C), não são os parênteses que indicam que termos foram 
deslocados, mas sim a vírgula. (Quando se pensa em atitudes éticas, 
pensa-se nele.) O termo deslocado (antecipado) foi a oração subordinada 
adverbial temporal. 
 Na alternativa (D), observa-se que realmente os parênteses servem 
para isolar explicações, indicações ou comentários em geral. Isso também 
pode ser evidenciado por meio dos travessões e parênteses. Normalmente o 
CESPE pergunta sobre a substituição dessas pontuações. Você viu isso 
algumas vezes em nossas aulas. 
 Na alternativa (E), não há associação direta entre um texto didático e a 
notação léxica ou pontuação. 
Gabarito: D 
 
13. Com referência à ortografia oficial e às regras de acentuação de palavras, 
assinale a opção incorreta. 
(A) Os vocábulos lágrima e Gênesis seguem a mesma regra de acentuação. 
(B) As palavras oásis e lápis são acentuadas pelo mesmo motivo. 
PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 13
(C) A grafia correta do verbo correspondente a ressurreição é ressucitar.(D) Apesar de a grafia correta do verbo poetizar exigir o emprego da letra “z”, 
o feminino de poeta é grafado com s. 
(E) O vocábulo traz corresponde apenas a uma das formas do verbo trazer; a 
forma trás é empregada na indicação de lugar (equivale a parte posterior). 
Comentário: Perceba que se pede a alternativa incorreta. 
 Na alternativa (A), os vocábulos lágrima e Gênesis seguem a mesma 
regra de acentuação (todas são proparoxítonas). 
 Na alternativa (B), as palavras oásis e lápis são acentuadas pelo mesmo 
motivo (todas são paroxítonas terminadas em “is”). 
 Na alternativa (C), a grafia correta do verbo que correspondente a 
ressurreição não é ressucitar, mas sim ressuscitar. 
 Na alternativa (D), apesar de a grafia correta do verbo poetizar exigir o 
emprego da letra “z”, o feminino de poeta é grafado com s (poetisa grafa-se 
com “s”). 
 Na alternativa (E), “traz” é o presente do indicativo em terceira pessoa 
do singular, pois é gerado do infinitivo trazer, que se escreve com “z”. Já 
“trás” é advérbio de lugar (parte traseira, posterior). 
Gabarito: C 
 
14. Julgue os fragmentos de texto apresentados nos itens abaixo quanto à 
concordância verbal. 
I De acordo com o respectivo estatuto, a proteção à criança e ao adolescente 
não constituem obrigação exclusiva da família. 
II Na redação da peça exordial, deve haver indicações precisas quanto à 
identificação das partes bem como do representante daquele que figurará 
no pólo ativo da eventual ação. 
III A legislação ambiental prevê que o uso de água para o consumo humano e 
para a irrigação de culturas de subsistência são prioritários em situações de 
escassez. 
IV A administração não pode dispensar a realização do EIA, mesmo que o 
empreendedor se comprometa expressamente a recuperar os danos 
ambientais que, por ventura, venham a causar. 
V A ausência dos elementos e requisitos a que se referem o CPC pode ser 
suprida de ofício pelo juiz, em qualquer tempo e grau de jurisdição, 
enquanto não for proferida a sentença de mérito. 
 
A quantidade de itens certos é igual a 
 
(A) 1. (B) 2. (C) 3. (D) 4. (E) 5. 
Comentário: Muita gente vacila neste tipo de questão, porque quer encontrar 
erro naquilo que não foi pedido. Aqui se pede apenas que se verifique a 
concordância verbal. Isso quer dizer que você se aterá apenas à flexão do 
PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 14
verbo com o seu respectivo sujeito. Assim: 
 Na frase I, a concordância verbal correta deve ser “constitui”, porque o 
núcleo do seu sujeito é “proteção”, que está no singular. O que se encontra 
composto é apenas o complemento nominal (à criança e ao adolescente). 
 A frase II está correta, basta lembrar que a locução verbal “deve haver” 
não possui sujeito porque o verbo principal (haver) está no sentido de 
“existir”, então deve permanecer no singular. 
 Na frase III, a concordância correta do verbo de ligação mais o 
predicativo tem que ser “é prioritário” tendo em vista que se refere ao núcleo 
do sujeito “uso” (singular). Não confunda! O que se encontra composto é 
apenas o adjunto adnominal (para o consumo humano e para a irrigação de 
culturas de subsistência). 
 Na frase IV, perceba que a locução verbal transitiva direta “venham a 
causar” não se refere a um sujeito no plural. O seu sujeito está elíptico 
(subentende-se a palavra “empreendedor”, que está no singular). Portanto, o 
verbo deve estar no singular. Note que o pronome relativo “que” retoma a 
expressão “danos ambientais”. Porém o pronome relativo não está na função 
de sujeito, e sim de objeto direto. Desenvolvendo a oração, teríamos: “O 
empreendedor venha a causar danos ambientais”. 
 Na frase V, outra questão em que o pronome relativo não está na função 
de sujeito, e sim de objeto indireto. O verbo “referir-se” deve estar no 
singular porque seu sujeito é “O CPC” (que está no singular). Assim, lê-se O 
CPC se refere aos elementos e requisitos. 
Portanto, apenas a frase II está gramaticalmente correta, e alternativa 
correta para a questão é A. 
Gabarito: A 
 
Prova 2 
(TRE - MA – superior – 2006) 
 
1 
 
 
 
5 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
15 
 
 Para que a democracia seja efetiva, é necessário que as pessoas se 
sintam ligadas aos seus concidadãos e que essa ligação se manifeste por 
meio de um conjunto de organizações e instituições extramercado. Uma 
cultura política atuante precisa de grupos comunitários, bibliotecas, 
escolas públicas, associações de moradores, cooperativas, locais para 
reuniões públicas, associações voluntárias e sindicatos que propiciem 
formas de comunicação, encontro e interação entre os concidadãos. A 
democracia neoliberal, com sua idéia de mercado über alles, nunca leva 
em conta essa atuação. Em vez de cidadãos, ela produz consumidores. 
Em vez de comunidades, produz shopping centers. O que sobra é uma 
sociedade atomizada, de pessoas sem compromisso, desmoralizadas e 
socialmente impotentes. 
 Em suma, o neoliberalismo é o inimigo primeiro e imediato da 
verdadeira democracia participativa, não apenas nos Estados Unidos, mas 
em todo o planeta, e assim continuará no futuro previsível. 
Robert W. McChesney. Introdução. In: Noam Chomsky. O lucro ou 
as pessoas? Neoliberalismo e ordem global. Pedro Jorgensen Jr. 
(Trad.). 4.ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004 (com adaptações). 
PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 15
1. Assinale a opção que está de acordo com as idéias do texto I. 
(A) O setor econômico da sociedade inibe qualquer iniciativa de se construir 
uma cultura política verdadeiramente democrática. 
(B) A democracia neoliberal, ao desprezar as ações da sociedade civil 
organizada, reduz a condição política do cidadão a um plano mínimo. 
(C) É previsível que, em um futuro próximo, o neoliberalismo evolua para uma 
democracia extramercado. 
(D) A política neoliberal produz um tipo de democracia voltada, 
exclusivamente, para a defesa dos interesses do consumidor. 
(E) Os sindicatos destacam-se das demais instituições associativas por 
promover a interação entre seus associados. 
Comentário: Na alternativa (A), há novamente elemento categórico. Então 
cuidado! A expressão “qualquer iniciativa” invalida a afirmativa. 
 Na alternativa (B), para visualizar melhor a resposta, deve-se reescrever 
o trecho do texto e da alternativa (B): 
Texto: “Uma cultura política atuante precisa de grupos comunitários, 
bibliotecas, escolas públicas, associações de moradores, cooperativas, 
locais para reuniões públicas, associações voluntárias e sindicatos que 
propiciem formas de comunicação, encontro e interação entre os 
concidadãos. A democracia neoliberal, com sua idéia de mercado über alles, 
nunca leva em conta essa atuação. Em vez de cidadãos, ela produz 
consumidores. Em vez de comunidades, produz shopping centers. O que sobra 
é uma sociedade atomizada, de pessoas sem compromisso, desmoralizadas e 
socialmente impotentes.” 
Questão: A democracia neoliberal, ao desprezar as ações da sociedade civil 
organizada, reduz a condição política do cidadão a um plano mínimo. 
 Note que as ações da sociedade civil organizada são as que estão 
marcadas em negrito correspondentes às linhas de 3 a 7 do texto. A 
alternativa (B) mostra que a democracia neoliberal despreza as ações da 
sociedade civil organizada, o que encontra ratificação no texto “nunca leva em 
conta essa atuação”. A alternativa continua afirmando que essa democracia 
reduz a condição política do cidadão a um plano mínimo, o que é corroborado 
pelo texto na passagem “O que sobra é uma sociedade atomizada, de pessoas 
sem compromisso, desmoralizadas e socialmente impotentes.” 
 Na alternativa (C), a relação desta afirmativa está textualmente 
equivocada. O texto não mostra uma perspectiva, na visão do autor, otimista. 
Não há tendência no textopara uma sociedade extramercado. Note que o 
valor semântico de extramercado no contexto é uma sociedade fora (extra) 
dos padrões de consumo (mercado). 
 Na alternativa (D), “Exclusivamente” é outra palavra categórica, isso 
invalida a alternativa, haja vista que a política neoliberal não produz um tipo 
de democracia voltada somente para a defesa dos interesses do consumidor, 
muito pelo contrário. 
 Na alternativa (E), relação textualmente equivocada. Não houve 
PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 16
informação no texto de que os sindicatos se destaquem das demais 
instituições. 
Gabarito: B 
 
2. Assinale a opção correta com referência à tipologia do texto I. 
(A) O produtor do texto apresenta, em narrativa concisa, a trajetória 
contemporânea da democracia neoliberal em direção a um futuro 
previsível. 
(B) Trata-se de texto expositivo, de caráter intimista, em que o autor 
apresenta suas impressões pessoais a respeito do neoliberalismo e da 
influência norte-americana sobre o futuro da humanidade. 
(C) Em um texto eminentemente descritivo, o autor estabelece, de modo 
subjetivo, um paralelo entre dois tipos de democracia cujas ações 
atendem, de modo diferenciado, aos interesses populares. 
(D) No texto, identifica-se uma parte narrativa, em que o autor relata o 
surgimento da democracia neoliberal, e outra descritiva, por meio da qual 
o produtor enumera, objetivamente, as características da democracia 
participativa. 
(E) O texto caracteriza-se como dissertativo-argumentativo, no qual o autor, 
contrapondo dois tipos de sistema político, manifesta-se contra os efeitos 
nocivos de um sobre o outro. 
Comentário: Esta questão quer explorar seus conhecimentos sobre a 
estrutura e tipologia textuais. 
 Na alternativa (A), deve-se observar que o texto não narra uma 
trajetória. Narrativa, como já falamos, é uma história; e esse não foi o 
objetivo do texto. 
 Na alternativa (B), perceba que não se trata de um texto dissertativo-
expositivo, mas sim de um texto dissertativo-argumentativo, pois há 
claramente a opinião do autor. Só essa primeira afirmação da alternativa está 
errada, o restante está de acordo com o texto. Nele a opinião do autor se 
pauta mais pela emoção que pela razão, retratando suas impressões pessoais 
a respeito do tipo de sociedade; por isso se pode entendê-lo como ponto de 
vista subjetivo ou intimista. 
 Na alternativa (C), apesar de haver passagens descritivas 
(enumerações) no texto, ele é eminentemente dissertativo-argumentativo. A 
descrição serviu como fundamento argumentativo para a dissertação. 
 Na alternativa (D), não há passagens narrativas no texto. O autor 
também não relata o surgimento da democracia neoliberal, ele a condena. 
 Na alternativa (E), perceba que é correta a afirmação de o texto ser 
dissertativo-argumentativo, além de trabalhar a oposição entre duas visões da 
sociedade: uma ideal (participativa) e outra real (neoliberal). O autor se 
mostra altamente inclinado à primeira, inclusive com tons categóricos. 
Gabarito: E 
 
PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 17
3. Com referência às palavras e expressões empregadas no texto I, há 
equivalência de sentido entre 
(A) “conjunto de organizações e instituições extramercado” (linha 3) e 
“democracia neoliberal” (linha 8). 
(B) “concidadãos” (linha 2) e “consumidores” (linha 9). 
(C) “efetiva” (linha 1) e “participativa” (linha 14). 
(D) “atuante” (linha 4) e “atomizada” (linha 11). 
(E) “grupos comunitários” (linha 4) e “shopping centers” (linha 10). 
Comentário: Em todas as alternativas, há palavras textualmente em 
oposição (neoliberalismo X sociedade participativa). O pedido da questão é a 
equivalência, sinônimos contextuais. 
 Na alternativa (A), a expressão “conjunto de organizações e instituições 
extramercado” faz parte da democracia ideal, participativa; enquanto a 
expressão “democracia neoliberal” é a capitalista, real. 
 Na alternativa (B), “concidadãos” faz parte da democracia ideal, 
participativa; enquanto “consumidores” é a capitalista, real. 
 Na alternativa (C), encontram-se sinônimos contextuais “efetiva” e 
“participativa” em relação à democracia ideal, participativa. Por isso essa é a 
alternativa correta. 
 Na alternativa (D), “atuante” faz parte da democracia ideal, 
participativa; enquanto “atomizada” é a capitalista, real. 
 Na alternativa (E), ”grupos comunitários” faz parte da democracia ideal, 
participativa; enquanto “shopping centers” faz parte da capitalista, real. 
Gabarito: C 
 
4. Julgue os itens abaixo, considerando o emprego de estruturas lingüísticas no 
texto I. 
I Caso a oração adverbial que inicia o texto estivesse imediatamente após a 
expressão “é necessário”, não haveria necessidade de emprego da vírgula, 
visto que estaria restabelecida a ordem direta do período. 
II A substituição da forma verbal “precisa” (linha 4) por prescinde preserva o 
sentido original do texto e aumenta a força argumentativa do enunciado 
lingüístico. 
III Na linha 6, a forma verbal subjuntiva “propiciem” poderia ser substituída, 
sem prejuízo da coerência do texto e da correção gramatical, pela forma 
indicativa propiciam, desde que fosse empregada a vírgula antes do 
conector “que”. 
IV Na linha 8, a forma de presente do indicativo “leva”, associada ao emprego 
do advérbio “nunca”, confere ao enunciado um tom assertivo, categórico, 
que não admite contestação. 
V Estariam garantidas a coerência do texto e a correção gramatical se o 
período “O que sobra (...) socialmente impotentes” (linhas 10 a 12) fosse 
PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 18
assim reescrito: Disso resulta uma sociedade atomizada, constituída de 
pessoas sem compromisso, desmoralizadas e socialmente impotentes. 
A quantidade de itens certos é igual a 
(A) 1. (B) 2. (C) 3. (D) 4. (E) 5. 
 
Comentário: Frase I - Se a oração adverbial final “Para que a democracia 
seja efetiva” fosse colocada após a oração “é necessário”, precisaria ficar 
entre vírgulas, pois estaria entre uma oração principal e uma oração 
subordinada substantiva. Veja: 
“É necessário, para que a democracia seja efetiva, que as pessoas se sintam ligadas 
aos concidadãos...” 
 Frase II – O que prescinde é aquilo que é dispensável (oposto de 
precisa). Veja: imprescindível é algo que se precisa, muito necessário. 
 Frase III – correta. A oração adjetiva “que propiciem formas de 
comunicação” não vem antecipada de vírgula por ser uma característica 
restritiva do substantivo “sindicatos” (somente aqueles sindicatos que 
propiciem formas de comunicação); porém, ao se colocar a vírgula antes do 
“que”, a oração adjetiva passa a ser explicativa, então todas as organizações 
e sindicatos “propiciam formas de comunicação”. Perceba que o verbo deixa 
de transmitir uma hipótese (presente do subjuntivo) para transmitir uma 
certeza (presente do indicativo). Observe, também, que na questão afirma-se 
que a troca e a inserção da vírgula preservariam a coerência e a correção 
gramatical. Isso está correto. Ficaria errado se fosse afirmado que não 
mudaria o sentido, pois a semântica mudou (de valor restritivo para 
explicativo). Continua com coerência passando de hipótese para certeza, 
segundo a visão do autor, que já foi mostrado ser ele categórico em suas 
afirmações. Então para o autor é certeza que essas organizações propiciam 
formas de comunicação, encontro e interação entre os concidadãos. 
 Frase IV – correta. A palavra “nunca” é categórica, não abre condições 
de contestação, como já visto nas questões anteriores. 
 Frase V – correta. Preserva-se o sentido. Para isso, basta reler com as 
adaptações. 
 A alternativa correta, então, é a letra C. 
Gabarito:C 
 
 
5. No texto abaixo, de autoria de Mário Quintana e reproduzido com 
adaptações, os itens em algarismos romanos referem-se aos termos em 
negrito que os antecedem. Julgue-os com relação ao emprego dos vocábulos e 
das expressões quanto à sintaxe de construção do período e à grafia. 
O milagre 
 Dias maravilhosos em que (I) os jornais vêm (II) cheios de poesia e do 
lábio amigo brota (III) palavras de eterno encanto. Dias mágicos em que os 
burgueses espiam (IV), através das vidraças dos escritórios, a graça gratuíta 
(V) das nuvens. 
PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 19
Estão certos apenas os itens 
(A) I, II e IV. (B) I, III e V. (C) I, IV e V. 
(D) II, III e IV. (E) II, III e V. 
 
 
Comentário: (I) “em que” é adjunto adverbial de tempo e inicia a oração 
adjetiva restritiva (os jornais vêm cheios de poesia nos dias maravilhosos). 
 (II) O verbo “vêm” encontra-se no plural porque seu sujeito é “os 
jornais”. 
 (III) O verbo “brota” deve concordar no plural (brotam) porque o seu 
sujeito também está no plural: “palavras de eterno encanto”. 
 (IV) O verbo “espiam” está de acordo com o seu sentido (olhar, ver). A 
banca testou seus conhecimentos de ortografia e palavras homônimas: 
“expiam” significa “pagar uma culpa”, diferente do contexto. 
 (V) Não se acentua o “i” em “gratuito” tendo em vista ser ele uma 
semivogal. 
 A alternativa correta, então, é a letra A. 
Gabarito: A 
 
 
 
Ser cidadão, perdoem-me os que cultuam o direito, é ser como o Estado, 
é ser um indivíduo dotado de direitos que lhe permitem não só se defrontar 
com o Estado, mas afrontar o Estado. O cidadão seria tão forte quanto o 
Estado. O indivíduo completo é aquele que tem a capacidade de entender o 
mundo, a sua situação no mundo e que, se ainda não é cidadão, sabe o que 
poderiam ser os seus direitos. 
Milton Santos. Cidadania e consciência negra. Internet: 
<http://geocities.yahoo.com.br>. Acesso em jun./2005. 
 
6. No texto acima, 
(A) o sujeito gramatical da oração expressa pela forma verbal “perdoem” (R.1) 
está elíptico. 
(B) estaria garantida a obediência às regras de regência verbal, caso se 
substituísse a expressão “afrontar o Estado” (linha 3) por afrontar-lhe. 
(C) caso a locução verbal “poderiam ser” (linha 6) estivesse no singular, 
haveria concordância do verbo auxiliar com o sujeito da oração, expresso 
na forma pronominal “o”, que a antecede. 
(D) a substituição da expressão “capacidade de entender o mundo” (linhas 4 e 
5) por capacidade de entendê-lo mantém a coesão e a coerência do 
texto, além de conferir ao período maior concisão. 
(E) a expressão “é aquele que” (linha 4) é empregada, no período, para realçar 
o termo “O indivíduo completo” (linha 4). 
Comentário: Na alternativa (A), o sujeito gramatical de “perdoem” é o 
pronome demonstrativo reduzido “os” (sujeito determinado simples). 
PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 20
 “...perdoem-me os que cultuam o direito...” 
 oração principal + oração subordinada adjetiva restritiva 
perdoem: verbo transitivo indireto 
me: objeto indireto 
os: sujeito 
que: sujeito 
cultuam: verbo transitivo direto 
o direito: objeto direto 
 Na alternativa (B), o verbo “afrontar” é transitivo direto, então só cabe 
objeto direto, por isso não se utiliza o pronome “-lhe” (objeto indireto), mas o 
pronome “lo” (objeto direto: imposição do “L” pela retirada do “r” final do 
verbo). Verifique que esta troca pode ser feita porque a palavra “Estado” já 
havia sido expressa no texto. 
 Na alternativa (C), “poderiam ser” é uma locução verbal de ligação, pois 
o verbo principal é o “ser”. Vê-se que a concordância do verbo “ser” é 
bastante atípica. Esse verbo, quando se encontra entre termos substantivos, 
concorda com o termo mais “enfático” (de maior peso nocional), não 
importando ser sujeito ou predicativo. 
Pedro sou eu. Eu sou Pedro. 
(O termo de maior peso nocional é o pronome pessoal do caso reto “eu”, na 
primeira frase é predicativo e, na segunda, é sujeito). 
A cama são tábuas retorcidas. 
(Entre substantivos comuns, o de maior peso é o plural, podendo também, 
dependendo do contexto, ser o singular.) 
Nem tudo são rosas. 
(Entre pronome indefinido ou demonstrativo e substantivo no plural, o último 
é o de maior peso, podendo, vez ou outra, flexionar-se no singular.) 
No excerto “... sabe o que poderiam ser os seus direitos.”, “os seus direitos” é 
o predicativo, e “que” é o pronome relativo na função de sujeito que retomou 
o pronome demonstrativo “o”. O que está errado na alternativa não é a flexão 
do verbo “ser”, pois já vimos que essa flexão é admissível, porém o sujeito 
daquela oração é o pronome relativo “que”. Note que “o” é objeto direto do 
verbo “sabe”. 
“... sabe o que poderiam ser os seus direitos.” 
 oração principal + oração subordinada adjetiva restritiva 
sabe: verbo transitivo direto 
o: objeto direto 
 
que: sujeito 
poderiam ser: locução verbal de ligação 
os seus direitos: predicativo 
 
 Na alternativa (D), observe que a expressão “o mundo” é objeto direto 
do verbo “entender”. É gramaticalmente correta a substituição; porém, 
textualmente, deve-se observar que o recurso de se substituir um substantivo 
por um pronome oblíquo ocorre quando esse substantivo está sendo repetido; 
no entanto, a palavra “mundo” não havia sido expressa no texto 
anteriormente, e sua substituição causaria uma incoerência no texto. 
 Ficou com dúvida? Pense nessa frase iniciando um texto: 
Ela chegou tarde hoje. 
Ela quem? Para que esse pronome tenha coesão e coerência no texto, deve 
substituir um substantivo escrito anteriormente no texto: 
PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 21
 Margarida saiu às cinco horas da manhã. Ela chegou tarde hoje. 
Agora eu sei quem é ela: Margarida. 
 Na alternativa (E), perceba que, se fosse retirada a expressão “é aquele 
que”, o período continuaria coerente. Com o seu uso no texto, observa-se que 
houve ênfase. Esse tipo de estrutura é chamado expressão denotativa de 
realce ou expletiva. Serve apenas para dar ênfase, mas, se retirada, não traz 
mudanças profundas de sentido ou incoerência no texto. 
Veja esse exemplo, para entendermos a intenção do autor ao enunciá-lo: 
 Imagine que você esteja num grupo de turistas em Paris. Nesse grupo 
há pessoas de várias nacionalidades e você é o único brasileiro nessa 
coletividade. 
 De repente, alguém quis se passar por brasileiro e tentou pegar sua 
promoção. Ao abordar essa pessoa, você diria o quê? 
“Eu sou brasileiro!” ? 
 ou 
“Eu é que sou brasileiro!” ? 
 Você iria querer enfatizar sua brasilidade, para não comprometer sua 
estada naquele lugar, você não falaria simplesmente “Eu sou brasileiro!”, pois 
este contexto pede ênfase, imposição de seus argumentos, então caberia: “Eu 
é que sou brasileiro!”. 
 O mesmo ocorre no texto, “O indivíduo completo é aquele que tem a 
capacidade de entender o mundo...” 
 Até se poderia escrever sem a expressão expletiva “é aquele que”; mas 
perceba a intenção de realce. Por isso essa é a alternativa correta. 
Gabarito: E 
 
 
7. Assinale a opção correta quanto à pontuação. 
(A) Promotores representantes da Associação do Ministério Público do Estado 
do Maranhão (AMPEM), vão propor à Controladoria-Geral da União (CGU) a 
realização de convênio no projeto Contas na Mão. Nascido há cinco anos, o 
projeto tem como objetivo, formar comitês de cidadania para fiscalizar 
contas públicas em estados e municípios. 
(B) Em 2003, o projeto ganhou o apoio do Tribunal de Contas do Estado do 
Maranhão. A parceria culminou na instrução normativa que obriga as 
prefeituras e as câmaras municipais a colocarem à disposição da 
populaçãoa prestação de contas municipais. A instrução tem como 
amparo a Lei de Responsabilidade Fiscal. 
(C) O projeto foi então, adotado pelo Fórum Permanente dos Promotores de 
Justiça, “Depois, fizemos com que esses comitês tivessem participação em 
todas as atividades do estado, no planejamento do orçamento, na 
execução orçamentária e até, na prestação de contas”, explicou o 
promotor de justiça. 
(D) O projeto Contas na Mão nasceu em 2000, a partir de audiências públicas 
no interior do Maranhão. Nesses encontros, os promotores discutiam com 
a população, o processo eleitoral e possíveis crimes como: a compra de 
PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 22
votos. “Depois, achamos necessário que esse trabalho de conscientização 
se estendesse para além do período eleitoral”, disse, um promotor de 
justiça. 
(E) No Maranhão, os comitês são formados por cidadãos, indicados, pelos 
promotores de cada comarca do estado. Eles obtêm capacitação por meio 
de: cursos realizados na capital São Luís, e também no interior. Tudo é 
mantido com recursos da Procuradoria-Geral de Justiça maranhense e por 
meio de parcerias com a AMPEM. 
Opções adaptadas. Internet: <http://www.cgu.gov.br>. Acesso em 17/6/2005. 
 
Comentário: Na alternativa (A), a vírgula antes de “vão propor” está errada 
porque se encontra entre sujeito e predicado. A expressão “como objetivo” ou 
fica entre vírgulas, ou não há nenhuma vírgula (por ser adjunto adverbial de 
pequena extensão). 
 Na alternativa (B), perceba que a única vírgula é facultativa por 
entendermos a locução adverbial de pequena extensão. O restante do período 
está na ordem direta com vários termos substantivos, o que praticamente 
elimina a possibilidade de uso de vírgula. 
 Na alternativa (C), “então” é uma conjunção conclusiva que se encontra 
após o verbo, devendo estar entre vírgulas. Além disso, a vírgula após “até” 
deve ser retirada, pois “na prestação de contas” é o último elemento da 
enumeração, só cabendo vírgula se fosse no lugar da conjunção “e”. Como ela 
está presente, a vírgula não pode ser utilizada. 
 Na alternativa (D), a vírgula antes de “o processo eleitoral” está errada, 
porque se encontra entre objeto indireto e direto. Devem-se retirar os dois-
pontos após a palavra “como” e inserir uma vírgula antes dele, pois “como a 
compra de votos” é um trecho exemplificativo que deve ficar separado por 
vírgula. Após “disse” não pode haver vírgula, porque separaria sujeito de seu 
verbo. 
 Na alternativa (E), “indicados” não pode ficar entre vírgulas porque é 
qualidade restritiva de “cidadãos”. Não pode haver dois-pontos entre a 
locução prepositiva “por meio de” que inicia o adjunto adverbial e seu núcleo. 
Não é possível a vírgula após “São Luís”, porque o adjunto adverbial de lugar 
“na capital São Luís e também no interior” é composto, com núcleos somados 
pela conjunção “e”, a qual não admite o uso da vírgula. 
Gabarito: B 
 
8. Quanto ao emprego do sinal indicativo de crase, julgue os fragmentos 
apresentados nos seguintes itens. 
I Opinião favorável ou contrária à coligações partidárias. 
II Direito a candidatar-se à qualquer cargo eletivo. 
III Disposições aplicadas à sítio mantido por empresas públicas. 
IV Tema à que se refere a legislação em vigor. 
V Submissão às regras da lei eleitoral. 
PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 23
VI Restrições impostas às rádios e às emissoras de televisão. 
VII Características semelhantes às da legislação eleitoral. 
O emprego da crase está correto apenas nos itens 
 
(A) I, II e IV. 
(B) I, IV e VII. 
(C) II, V e VII. 
(D) III, IV e VI. 
(E) V, VI e VII. 
Comentário: Lembre-se de que, para haver crase, deve haver um nome ou 
verbo que exija a preposição “a” e um substantivo que admita o artigo “a”. 
 Na frase I, “coligações” encontra-se no plural. Como o vocábulo “a” está 
no singular, ocorreu apenas preposição e o sinal indicativo de crase deve ser 
retirado. 
Opinião favorável ou contrária a coligações partidárias. 
 Na frase II, o pronome “qualquer” não admite artigo “a”, por isso não 
pode ocorrer crase. 
Direito a candidatar-se a qualquer cargo eletivo. 
 Na frase III, “sítio” é um substantivo masculino. Portanto, não admite 
crase. 
Disposições aplicadas a sítio mantido por empresas públicas. 
 Na frase IV, o pronome relativo “que” não admite artigo “a”. Portanto, 
não pode haver crase. 
Tema a que se refere a legislação em vigor. 
 A frase V está correta, pois o substantivo “Submissão” exige preposição 
“a” e o substantivo “regras” admite o artigo “as”. Portanto, a crase é 
obrigatória. 
Submissão às regras da lei eleitoral. 
 A frase VI está correta, pois o adjetivo “impostas” exigiu preposição “a” 
e os substantivos femininos “rádios” (estações) e “emissoras” admitiram o 
artigo “as”. 
Restrições impostas às rádios e às emissoras de televisão. 
 A frase VII está correta, pois o adjetivo “semelhantes” exigiu a 
preposição “a” e o substantivo “características” está subentendido antes da 
preposição “da”, por isso há crase. 
Características semelhantes às da legislação eleitoral. 
Gabarito: E 
 
 
 
PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 24
 
PROVA 3 
 
Agente da Polícia Federal / 2009 / nível superior 
 
1 
 
 
 
5 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
20 
 
 
 
 
 
 Nossos projetos de vida dependem muito do 
futuro do país no qual vivemos. E o futuro de um 
país não é obra do acaso ou da fatalidade. Uma 
nação se constrói. E constrói-se no meio de 
embates muito intensos — e, às vezes, até 
violentos — entre grupos com visões de futuro, 
concepções de desenvolvimento e interesses 
distintos e conflitantes. 
 Para muitos, os carros de luxo que trafegam 
pelos bairros elegantes das capitais ou os telefones 
celulares não constituem indicadores de 
modernidade. 
 Modernidade seria assegurar a todos os 
habitantes do país um padrão de vida compatível 
com o pleno exercício dos direitos democráticos. 
Por isso, dão mais valor a um modelo de 
desenvolvimento que assegure a toda a população 
alimentação, moradia, escola, hospital, transporte 
coletivo, bibliotecas, parques públicos. 
Modernidade, para os que pensam assim, é 
sistema judiciário eficiente, com aplicação rápida e 
democrática da justiça; são instituições públicas 
sólidas e eficazes; é o controle nacional das 
decisões econômicas. 
Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: 
Márcia Kupstas (Org.). Identidade 
nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 
(com adaptações). 
Considerando a argumentação do texto acima bem como as estruturas 
linguísticas nele utilizadas, julgue os itens a seguir. 
 
1. Na linha 2, mantendo-se a correção gramatical do texto, pode-se empregar 
em que ou onde em lugar de “no qual”. 
 
Comentário: O verbo “vivemos”, na oração subordinada adjetiva restritiva 
“no qual vivemos”, é intransitivo. O seu sujeito está oculto (nós) e “no qual” é 
o adjunto adverbial de lugar (vivemos em um país). Esse pronome relativo 
pode ser substituído por em que, então também pode ser substituído por 
onde. Note que isso só foi possível porque o pronome relativo está cumprindo 
a função sintática de adjunto adverbial de lugar. 
Gabarito: C 
 
2. Infere-se da leitura do texto que o futuro de um país seria “obra do acaso” 
(ℓ. 3) se a modernidade não assegurasse um padrão de vida democrático a 
todos os seus cidadãos. 
PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 25
 
Comentário: A afirmativa da questão (o futuro de um país seria “obra do 
acaso” (ℓ. 3) se a modernidade não assegurasse um padrão de vida 
democrático a todos os seus cidadãos)induz o leitor a interpretar que, como o 
futuro de um país não é obra do acaso, então a modernidade assegura um 
padrão de vida democrático a todos os seus cidadãos. Mas não é isso que o 
texto informa. Nas linhas 2 e 3, é dito que o futuro de um país não é obra do 
acaso. Nas linhas 13 a 15, é feita uma hipótese: “Modernidade seria 
assegurar a todos os habitantes do país um padrão de vida compatível com o 
pleno exercício dos direitos democráticos”. O verbo “seria” marca a hipótese; 
por isso a afirmativa é errada. 
Gabarito: E 
 
3. Para evitar o emprego redundante de estruturas sintático-semânticas, como 
o que se identifica no trecho “Uma nação se constrói. E constrói-se no meio 
de embates muito intensos” (ℓ. 3 a 5), poder-se-ia unir as ideias em um só 
período sintático — Uma nação se constrói no meio de embates —, o 
que preservaria a correção gramatical do texto, mas reduziria a intensidade 
de sua argumentação. 
 
Comentário: A estrutura “Uma nação se constrói. E constrói-se no meio de 
embates muito intensos...” utiliza o recurso da redundância para reforçar o 
argumento da construção de uma nação. A expressão “muito intensos” 
problematiza ainda mais os embates. O que se pede nesta questão é a 
retirada de “E constrói-se” e “muito intensas”, algo perfeitamente claro e 
gramaticalmente correto. Mas a intenção anterior de reforçar e intensificar os 
argumentos deixa de existir, mas não compromete a coerência do texto. Por 
isso, está correta. 
Gabarito: C 
 
4. Se o terceiro parágrafo do texto constituísse o corpo de um documento 
oficial, como um relatório ou parecer, por exemplo, seria necessário 
preservar o paralelismo entre as ideias a respeito de “Modernidade” (ℓ. 13, 
20), por meio da conjugação do verbo ser, nas linhas 13 e 20, no mesmo 
tempo verbal. 
 
Comentário: Deve-se observar que não é obrigatório o uso de paralelismo 
em corpo de texto de um documento oficial. Cada verbo (“seria”, “é”) marca 
um princípio diferente para a “modernidade”. O verbo “seria” mantém uma 
suposição, hipótese da modernidade. Não há relação paralela entre este verbo 
e “é”. O segundo verbo sinaliza uma convicção das pessoas que pensam de 
acordo com aquela suposição. Por isso cada verbo deve preservar seu tempo 
distinto. 
Gabarito: E 
 
 
 
PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 26
5. O trecho “os que pensam assim” (ℓ. 20) retoma, por coesão, o referente de 
“muitos” (ℓ. 9), bem como o sujeito implícito da oração “dão mais valor a 
um modelo de desenvolvimento” (ℓ. 16,17). 
 
Comentário: A redação do item deixa bem claro o que se busca avaliar: 
obviamente não é a classificação dos tipos de sujeito previstos na gramática, 
mas o encadeamento coesivo de expressões que remetem ao mesmo 
referente. Assim, o sintagma oracional “os que pensam assim” (linha 20) 
retoma, por coesão, o referente de “muitos” (linha 9), bem como o sujeito 
implícito da oração “dão mais valor a um modelo de desenvolvimento” (linhas 
16 e 17). A progressão textual, como se vê, vai atribuindo ao mesmo 
referente um pensamento mais crítico sobre sociedade e modernidade. 
Gabarito: C 
 
6. O emprego do sinal de ponto e vírgula, no último período sintático do texto, 
apresenta a dupla função de deixar claras as relações sintático-semânticas 
marcadas por vírgulas dentro do período e deixar subentender 
“Modernidade” (20) como o sujeito de “é sistema” (20,21), “são 
instituições” (ℓ. 22) e “é o controle” (ℓ. 23). 
 
Comentário: O ponto e vírgula sinaliza, por motivo de clareza, uma divisão 
de estruturas maiores e com vírgulas internas. Por isso é utilizado no último 
período do texto. Veja o esquema abaixo: 
“Modernidade, para os que pensam assim, é sistema judiciário 
eficiente, com aplicação rápida e democrática da justiça; são instituições 
públicas sólidas e eficazes; é o controle nacional das decisões 
econômicas.” 
As orações em negrito são formadas por predicados nominais. Perceba 
que, na primeira oração, há duas estruturas adverbiais separadas por vírgulas 
(“para os que pensam assim”) e (“com aplicação rápida e democrática da 
justiça”). Essas vírgulas são chamadas internas, pois fazem parte apenas de 
um termo da enumeração (a primeira oração coordenada). Para evitar que o 
leitor se confunda, é lícito separar os outros elementos enumerados (no caso, 
as outras duas orações coordenadas) por ponto e vírgula. 
 Pelas setas vistas acima, podemos observar que o sujeito explícito e 
subentendido dos predicados nominais é “Modernidade”. Observe que esse 
substantivo está no singular e naturalmente leva seus verbos para o singular; 
porém um deles está no plural (“são”). Isso ocorre porque o verbo “ser” tem 
concordância peculiar. Quando esse verbo se encontra entre dois substantivos 
(um é o sujeito e o outro, predicativo) e um deles está no plural, a tendência 
natural é o verbo concordar no plural, não importando se é sujeito ou 
predicativo. Por isso está correta a afirmativa de que “Modernidade” é o 
sujeito de todos esses verbos. 
Gabarito: C 
 
 
 
PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 27
1 
 
 
 
5 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
20 
 Na verdade, o que hoje definimos como 
democracia só foi possível em sociedades de tipo 
capitalista, mas não necessariamente de 
mercado. De modo geral, a democratização das 
sociedades impõe limites ao mercado, assim 
como desigualdades sociais em geral não 
contribuem para a fixação de uma tradição 
democrática. Penso que temos de refletir um 
pouco a respeito do que significa democracia. 
Para mim, não se trata de um regime com 
características fixas, mas de um processo que, 
apesar de constituir formas institucionais, não se 
esgota nelas. É tempo de voltar ao filósofo 
Espinosa e imaginar a democracia como uma 
potencialidade do social, que, se de um lado 
exige a criação de formas e de configurações 
legais e institucionais, por outro não permite 
parar. A democratização no século XX não se 
limitou à extensão de direitos políticos e civis. O 
tema da igualdade atravessou, com maior ou 
menor força, as chamadas sociedades ocidentais. 
Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista 
Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com adaptações). 
Com base nas estruturas linguísticas e nas relações argumentativas do texto 
acima, julgue os itens seguintes. 
 
7. Seria mantida a coerência entre as ideias do texto caso o segundo período 
sintático fosse introduzido com a expressão Desse modo, em lugar de 
“De modo geral” (ℓ. 4). 
 
Comentário: A expressão Desse modo denotaria no texto uma conclusão 
com base no que foi dito anteriormente. E isso não aconteceu no texto. Na 
realidade, a expressão “De modo geral” amplia a ideia anterior por meio de 
uma explicação, não de uma conclusão. Por isso a questão está errada. 
Gabarito: E 
 
8. Preservam-se a correção gramatical e a coerência textual ao se optar pela 
determinação do substantivo “respeito” (ℓ. 9), juntando-se o artigo 
definido à preposição “a”, escrevendo-se ao respeito. 
 
Comentário: Não se preserva a correção gramatical e a coerência textual ao 
optar pela determinação do substantivo “respeito”, pois se trata de uso 
adverbial da expressão (a respeito) e a determinação pelo artigo definido não 
é possível. 
Gabarito: E 
 
9. Na linha 10, a flexão de singular em “não se trata” deve-se ao emprego do 
singular em “um regime”. 
PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 28
 
Comentário: Verifique que o pronome “se” é índice de indeterminação do 
sujeito, pois se liga a verbo transitivo indireto “trata”. Logo, “de um regime” é 
objeto indireto. Como já sabemos, esse termo é complemento e não faz com 
que o verbo concorde com ele. Resumindo, sempre que tivermos um índice de 
indeterminaçãodo sujeito, obrigatoriamente o verbo fica na terceira pessoa 
do singular. 
Gabarito: E 
 
10. Depreende-se da argumentação do texto que o autor considera as 
instituições como as únicas “características fixas” (ℓ. 11) aceitáveis de 
“democracia” (ℓ. 2 e 9). 
 
Comentário: Não há base discursiva para afirmar que se depreenda da 
argumentação do texto que o autor considera as instituições como as 
ÚNICAS “características fixas” aceitáveis de “democracia”. Para ele, como o 
desenvolvimento da argumentação deixa claro, nunca há características fixas: 
“não se trata de um regime com características fixas, mas de um processo” 
(linha 11). E, “apesar de constituir formas institucionais”, essas não precisam, 
de acordo com a concepção, ser fixas. Nada no texto remete à aceitabilidade 
de que as instituições sejam fixas na democracia. 
Gabarito: E 
 
11. Pela acepção usada no texto, o emprego da forma verbal pronominal “se 
limitou” (ℓ. 18,19) exige a presença da preposição a no complemento 
verbal; a substituição pela forma não-pronominal — não limitou a 
extensão —, sem uso da preposição, preservaria a correção gramatical, 
mas mudaria o efeito da ideia de “democratização” (ℓ. 18). 
 
Comentário: Para entendermos melhor a questão, é importante transcrever 
o excerto: 
A democratização no século XX não se limitou à extensão de direitos 
políticos e civis. 
O verbo “limitou” é transitivo direto e indireto, “se” é pronome 
apassivador e o sujeito paciente é “democratização”. O objeto indireto “à 
extensão de direitos políticos e civis” obrigatoriamente recebe a preposição 
“a”. Perceba, assim, que no texto original “democratização” é paciente, quer 
dizer: A democratização não é limitada à extensão de direitos políticos e civis. 
(O agente da passiva está indeterminado). 
 Se o verbo perder o pronome, naturalmente mudará a estrutura 
sintática e consequentemente o sentido, pois o verbo será apenas transitivo 
direto, e isso fará com que haja a perda da preposição. Assim: 
A democratização no século XX não limitou a extensão de direitos 
políticos e civis. 
Nesse caso, a “democratização” seria agente de "não limitou". A 
mudança na transitividade do verbo provoca alteração nas relações 
semânticas. Na primeira construção, a democratização é limitada; na 
segunda, é ela que limita. Assim, a alteração provocada redireciona a 
PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 29
argumentação, mas respeita as normas gramaticais. Por isso a questão está 
correta. 
Gabarito: C 
 
12. Em textos de normatização mais rígida do que o texto jornalístico, como 
os textos de documentos oficiais, a contração de preposição com artigo, 
com em “da igualdade” (ℓ. 20), deve ser desfeita, devendo-se escrever de 
a igualdade, para que o sujeito da oração seja claramente identificado. 
 
Comentário: Esta questão cobra do candidato o uso da contração de 
preposição com artigo. Essa contração é utilizada quando há termo 
complementar de verbo (Eu pensei no assunto) ou nome (Pensamento no 
assunto), bem como adjunto adnominal (Livro do aluno). A banca quis induzir 
o candidato a interpretar a contração diante de sujeito (aceita numa 
linguagem mais aberta), mas deve ser evitada no discurso formal (Está na 
hora de o aluno estudar). Deve-se evitar Está na hora do aluno estudar. 
 Mas no texto “da igualdade” é apenas um adjunto adnominal, por isso 
obrigatoriamente haverá contração. 
Gabarito: E 
 
1 
 
 
 
5 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
20 
 
 
 
 A visão do sujeito indivíduo — indivisível — 
pressupõe um caráter singular, único, racional 
e pensante em cada um de nós. Mas não há 
como pensar que existimos previamente a 
nossas relações sociais: nós nos fazemos em 
teias e tensões relacionais que conformarão 
nossas capacidades, de acordo com a 
sociedade em que vivemos. A sociologia 
trabalha com a concepção dessa relação entre o 
que é “meu” e o que é “nosso”. A pergunta que 
propõe é: como nos fazemos e nos refazemos 
em nossas relações com as instituições e nas 
relações que estabelecemos com os outros? 
Não há, assim, uma visão de homem como uma 
unidade fechada em si mesma, como Homo 
clausus. Estaríamos envolvidos, 
constantemente, em tramas complexas de 
internalização do “exterior” e, também, de 
rejeição ou negociação próprias e singulares do 
“exterior”. As experiências que o homem vai 
adquirindo na relação com os outros são as que 
determinarão as suas aptidões, os seus gostos, 
as suas formas de agir. 
Flávia Schilling. Perspectivas sociológicas. Educação 
& psicologia. In: Revista Educação, vol. 1, p. 47 (com 
adaptações). 
Julgue os seguintes itens, a respeito das estruturas linguísticas e do 
desenvolvimento argumentativo do texto acima. 
PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 30
 
13. Ao ligar dois períodos sintáticos, o conectivo “Mas” (ℓ. 3) introduz a 
oposição entre a ideia de um sujeito único e indivisível e a ideia de um 
sujeito moldado por teias de relações sociais. 
 
Comentário: A conjunção “Mas” realmente liga opostos: o primeiro e o 
segundo período do texto. O primeiro período é resumido pelo sujeito 
indivisível, e o segundo é resumido pelo ser humano com capacidades 
conformadas pelas teias relacionais. 
Gabarito: C 
 
14. A inserção do sinal indicativo de crase em “existimos previamente a 
nossas relações sociais” (ℓ. 4,5) preservaria a correção gramatical e a 
coerência do texto, tornando determinado o termo “relações”. 
 
Comentário: A inserção do sinal indicativo de crase diante de “nossas 
relações sociais” estaria errada gramaticalmente, pois há crase quando se 
juntam preposição “a” e artigo “a”. No caso desta questão, não há artigo, mas 
apenas preposição, haja vista que o substantivo “relações” está no plural e o 
vocábulo “a” está no singular, por isso o “a” é preposição. 
A banca pediu nesta questão sua observação de que não é sempre que 
temos crase facultativa diante de pronome possessivo. Esse é um caso que 
devemos observar. 
 Se houvesse artigo, a crase seria obrigatória: 
previamente às nossas relações sociais 
 Como não há artigo, não há crase: 
previamente a nossas relações sociais 
 Somente se o substantivo estivesse no singular, haveria crase 
facultativa: 
previamente à nossa relação social ou previamente a nossa relação social 
Gabarito: E 
 
15. Na linha 5, para se evitar a sequência “nós nos”, o pronome átono poderia 
ser colocado depois da forma verbal “fazemos”, sem que a correção 
gramatical do trecho fosse prejudicada, prescindindo-se de outras 
alterações gráficas. 
 
Comentário: Esta questão cobra seu conhecimento de colocação pronominal, 
além do significado do verbo prescindir. Aquilo que é imprescindível é algo 
muito necessário, então aquilo que prescinde é algo desnecessário. 
 Na sequência “nós nos fazemos”, pode-se evitar a proximidade dos 
pronomes (ressalte-se que não se quer dizer que esteja errado). O erro da 
questão está em dizer que não se necessita (prescindindo-se) de outras 
alterações gráficas; essas alterações são obrigatórias (retirada do “s” e 
inserção do hífen), ficando da seguinte forma: nós fazemo-nos. Perceba que 
o pronome “nós” não é palavra atrativa; logo, a ênclise é aceita. 
PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 31
Gabarito: E 
 
 
16. O emprego do sinal de dois-pontos, na linha 11, anuncia que uma 
consequência do que foi dito é explicitar a pergunta proposta pela 
sociologia. 
 
Comentário: Nesta questão, é importante observarmos o excerto: 
A sociologia trabalha com a concepção dessa relação entre o que é “meu” 
e o que é “nosso”. A pergunta que propõe é: como nos fazemos e nos 
refazemos em nossas relações com as instituições e nas relações que 
estabelecemos

Continue navegando