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Direito Tributário - Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural

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Direito Tributário – Teoria e Exercícios 
Curso Regular 
Prof. Marco Aurelio 
Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 1
AULA N° 3 
Neste nosso encontro veremos do artigo 29 ao 82 do CTN, 
divididos nas seguintes matérias: 
1) Impostos sobre o patrimônio e a renda – 
ITR, IPTU, ITCD, ITBI e o IR; 
2) Impostos sobre a produção e a circulação – 
IPI e o ICMS; 
3) Imposto sobre operações de crédito, câmbio 
e seguro e sobre operações relativas a títulos e valores 
mobiliários – IOF; 
4) Imposto sobre serviço de qualquer natureza 
– ISS; 
5) Taxas; e 
6) Contribuição de Melhoria. 
CAPÍTULO III 
IMPOSTOS SOBRE O PATRIMÔNIO E A RENDA 
SEÇÃO I 
IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL 
- ITR 
Art. 29. O imposto, de competência da União, sobre a 
propriedade territorial rural tem como fato gerador a 
propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, 
como definido na lei civil, localizado fora da zona urbana do 
Município. 
 
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Este imposto sobre o patrimônio, de competência da União 
deve ser norteado de modo que não permita a propriedade improdutiva, 
por isso ele é extrafiscal e progressivo. 
Ele tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a 
posse do imóvel, localizado fora da área urbana do município. 
As definições das palavras que constam deste artigo estão no 
Código Civil, mas em resumo temos que: 
A propriedade ou domínio é a capacidade da pessoa usar, 
gozar e dispor de seus bens e de reavê-los, caso injustamente lhe for 
retirado. 
A posse não pode ser irregular, ela tem que atender ao fato de 
que o possuidor tem pleno exercício de algum dos poderes do 
proprietário. 
O domínio útil é o caso de uma pessoa que não é proprietária, 
mas por um ato jurídico perfeito, de acordo com o proprietário, passa a 
ter os poderes deste como de usar, gozar e dispor dos bens daquela 
propriedade. 
Art. 30. A base do cálculo do imposto é o valor fundiário. 
Valor fundiário, esta palavra difícil é de simples explicação. É 
somente o valor da terra nua, sem levar em conta as construções 
erguidas em sua área. É engraçado! Fala-se em imóvel, como no artigo 
abaixo, mas este não entra no cálculo do imposto. 
Art. 31. Contribuinte do imposto é o proprietário do 
imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu possuidor a 
qualquer título. 
 
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 Vimos acima essas definições que constam deste artigo. 
Agora ficou fácil de memorizar, não é mesmo? 
O ITR é o caso em que a União tem a competência tributária, 
porém, por meio de convênio, pode delegar a capacidade tributária de 
fiscalizar e arrecadar o produto desta tributação. 
A Lei 9.393, de 19 de dezembro de 1996 dispõe sobre o ITR. 
Abaixo seguem alguns artigos que já foram cobrados em 
concursos da ESAF. 
Art. 1º O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR, 
de apuração anual, tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil 
ou a posse de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana do 
município, em 1º de janeiro de cada ano. 
§ 1º O ITR incide inclusive sobre o imóvel declarado de 
interesse social para fins de reforma agrária, enquanto não transferida a 
propriedade, exceto se houver imissão prévia na posse. 
§ 2º Para os efeitos desta Lei, considera-se imóvel rural a área 
contínua, formada de uma ou mais parcelas de terras, localizada na 
zona rural do município. 
§ 3º O imóvel que pertencer a mais de um município deverá 
ser enquadrado no município onde fique a sede do imóvel e, se esta não 
existir, será enquadrado no município onde se localize a maior parte do 
imóvel. 
Imunidade 
Art. 2º Nos termos do art. 153, § 4º, in fine, da Constituição, o 
imposto não incide sobre pequenas glebas rurais, quando as explore, só 
ou com sua família, o proprietário que não possua outro imóvel. 
Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, pequenas glebas 
rurais são os imóveis com área igual ou inferior a : 
 
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I - 100 ha, se localizado em município compreendido na 
Amazônia Ocidental ou no Pantanal mato-grossense e sul-mato-
grossense; 
II - 50 ha, se localizado em município compreendido no 
Polígono das Secas ou na Amazônia Oriental; 
III - 30 ha, se localizado em qualquer outro município. 
Art. 3º São isentos do imposto: 
I - o imóvel rural compreendido em programa oficial de 
reforma agrária, caracterizado pelas autoridades competentes como 
assentamento, que, cumulativamente, atenda aos seguintes requisitos: 
a) seja explorado por associação ou cooperativa de produção; 
b) a fração ideal por família assentada não ultrapasse os 
limites estabelecidos no artigo anterior; 
c) o assentado não possua outro imóvel. 
II - o conjunto de imóveis rurais de um mesmo proprietário, 
cuja área total observe os limites fixados no parágrafo único do artigo 
anterior, desde que, cumulativamente, o proprietário: 
a) o explore só ou com sua família, admitida ajuda eventual de 
terceiros; 
b) não possua imóvel urbano. 
Seção III 
Do Contribuinte e do Responsável 
Contribuinte 
Art. 4º Contribuinte do ITR é o proprietário de imóvel rural, o 
titular de seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título. 
Parágrafo único. O domicílio tributário do contribuinte é o 
município de localização do imóvel, vedada a eleição de qualquer outro. 
Responsável 
 
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Art. 5º É responsável pelo crédito tributário o sucessor, a 
qualquer título, nos termos dos arts. 128 a 133 da Lei nº 5.172, de 25 
de outubro de 1966 (Sistema Tributário Nacional). 
Art. 8º O contribuinte do ITR entregará, obrigatoriamente, em 
cada ano, o Documento de Informação e Apuração do ITR - DIAT, 
correspondente a cada imóvel, observadas data e condições fixadas pela 
Secretaria da Receita Federal. 
SEÇÃO II 
IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE PREDIAL E 
TERRITORIAL URBANA - IPTU 
Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, 
sobre a propriedade predial e territorial urbana tem como fato 
gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel 
por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, 
localizado na zona urbana do Município. 
O IPTU difere do ITR, pois este não leva em consideração as 
construções, porém aquele é calculado em função da área construída. O 
nome do imposto serve apenas como uma abreviação, pois o domínio 
útil e a posse também são condições para gerar esta obrigação 
tributária. 
1º Para os efeitos deste imposto (IPTU), entende-se 
como zona urbana a definida em lei municipal, observado o 
requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em 
pelo menos dois dos incisos seguintes, construídos ou mantidos 
pelo Poder Público: 
I meio-fio ou calçamento, com canalização de águas 
pluviais; 
 
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II abastecimento de água; 
III sistema de esgotos sanitários; 
IV rede de iluminação pública, com ou sem posteamento 
para distribuição domiciliar; 
V escola primária ou posto de saúde a uma distância 
máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado. 
Por exclusão sabemos se uma propriedade é rural ou urbana. 
Se apresentar pelo menos dois tipos de melhoramentos dos listados 
acima, ele será urbano, caso contrário será rural. 
2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas 
urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de loteamentos 
aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à 
indústria ou ao comércio, mesmo que localizadosfora das zonas 
definidas nos termos do parágrafo anterior. 
Mesmo se não houver o preenchimento de pelo menos dois 
requisitos descritos acima, a área pode ser considerada urbana pelo 
poder público. Toda área que tiver lotes aprovados para residências, 
comércios e/ou atividade industrial é urbanizável. 
Temos aqui dois modos de definir se um imóvel é urbano. 
Primeiro, se ele atender a pelo menos dois requisitos deste artigo e, 
segundo, se sua área é destinada a uma atividade econômica ou 
comercial. 
Jurisprudência do STJ 
 
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Para complementar nosso raciocínio, trazemos uma decisão do 
STJ sobre o tema. Repare que o STF destacou que a área urbanizável foi 
assim considerada por lei municipal, ou seja, não basta o Fisco 
considerar a área urbanizável para haver cobrança do IPTU. A atividade 
do Fisco é vinculada à lei: 
IPTU SÍTIO DE RECREIO EXPANSÃO URBANA 1. Incide a 
cobrança do IPTU sobre "sítio de recreio" considerado por lei 
municipal como situado em área de expansão urbana. 2. 
Interpretação do art. 32, 2º c/c o art. 14, do DL 57/66, e o art. 29, da 
Lei 5.172, de 15.10.1966. 3. Há, também, incidência de IPTU sobre 
"sítio de recreio" situado em zona de expansão urbana, mesmo que a 
área não esteja dotada de qualquer dos melhoramentos elencados no 
art. 32, 1º, do CTN. (STJ REsp 181.105 SP 1ª T. Rel. Min. José Delgado 
DJU 03.11.1998) 
A emenda Constitucional acrescentou ao artigo 156, que trata 
da competência municipal para instituir o IPTU, §1°, os incisos I e II. 
Esses incisos estabelecem que o IPTU pode ser progressivo em razão do 
valor do imóvel e ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e 
o uso do imóvel. A Súmula 668 do STF, por sua vez, estabelece que: “É 
inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da 
emenda constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o 
IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função 
social da propriedade urbana.” Data de Aprovação Sessão Plenária 
de 24/09/2003. A ressalva é decorrente do que estava descrito no §1°
do art. 156 da CF: “ O IPTU poderá ser progressivo, nos termos de lei 
municipal, de forma a assegurar o cumprimento da função social da 
propriedade.” 
EIS A QUESTÃO! 
1) (PFN/2005 – ESAF) Acerca do Imposto Sobre a Propriedade Predial 
e Territorial Urbana – IPTU é correto afirmar que: 
a) o posseiro não pode ser considerado contribuinte. 
b) suas alíquotas podem ser progressivas apenas em função do grau de 
utilização do imóvel. 
c) a base de cálculo é o valor real do imóvel. 
 
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d) o STF entendeu inconstitucional lei municipal que tenha estabelecido, 
antes da Emenda Constitucional 29/2000, alíquotas progressivas, salvo 
se destinadas a assegurar o cumprimento da função social da 
propriedade urbana. 
e) lei municipal não pode, para efeito da cobrança do tributo, considerar 
urbanas áreas com urbanização ainda incompleta. 
Solução: 
A letra “a” está errada. O posseiro pode ser contribuinte do 
IPTU. Base legal: CTN Art. 34. Contribuinte do imposto é o proprietário 
do imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer 
título. 
A letra “b” está errada. O IPTU pode ser progressivo no tempo 
ou em razão do valor do imóvel. Base legal: CF art. 156, inc. I c/c art. 
156, §1°, inc. I – sem prejuízo da progressividade no tempo..., o IPTU 
poderá ser progressivo em razão do valor do imóvel; 
A letra “c” está errada. A base de cálculo é o valor venal do 
imóvel, ou seja, é o valor de venda. Base legal: CTN art. 33. A base do 
cálculo do imposto é o valor venal do imóvel. 
A letra “d” está certa. 
Súmula 668 do STF: “É inconstitucional a lei municipal que 
tenha estabelecido, antes da emenda constitucional 29/2000, alíquotas 
progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o 
cumprimento da função social da propriedade urbana.” 
A letra “e” está errada. Base legal: CTN art. 32 § 2º A lei 
municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de 
expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos 
competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, 
mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos do 
parágrafo anterior. 
A resposta certa é a letra “d”. 
2) (AFRFB/2009/ESAF) Analise os itens a seguir, classificando-os 
como verdadeiros (V) ou falsos (F). Em seguida, escolha a opção 
adequada às suas respostas: 
 
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I. de acordo com a Constituição Federal, o imposto sobre a renda e 
proventos de qualquer natureza será informado pela generalidade, 
universalidade e progressividade, na forma da lei. Pode-se afirmar que o 
critério da progressividade decorre dos princípios da igualdade e da 
capacidade contributiva, na medida em que contribuintes com maiores 
rendimentos sejam tributados de modo mais gravoso do que aqueles 
com menores rendimentos; 
II. a Constituição estabelece expressamente que o imposto sobre a 
renda será progressivo, enquanto o imposto sobre a propriedade 
imobiliária poderá ser progressivo; 
III. a Constituição traça uma dupla progressividade para o IPTU, quais 
sejam, progressividade em razão do imóvel e em razão do tempo; 
IV. o princípio da capacidade contributiva não possui significado muito 
importante para o IPTU, visto que este tributo se caracteriza por ser um 
imposto real, sem relação com as características pessoais do sujeito 
passivo. 
a) Estão corretos somente os itens I e III. 
b) Estão corretos somente os itens I, II e IV. 
c) Estão corretos somente os itens I e II. 
d) Estão corretos somente os itens II e IV. 
e) Todos os itens estão corretos. 
Solução: 
Esta questão trata da diferença entre o IR e o IPTU. 
O item I está correto. Base legal: CF Art. 153, III, § 2º - O 
imposto previsto no inciso III(IR): I - será informado pelos critérios 
da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da 
lei. 
O item II está correto. O IR será progressivo conforme base 
legal do item I acima. O IPTU poderá ser progressivo. Base legal: CF § 
1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 
182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá: I – ser 
progressivo em razão do valor do imóvel. 
O item III está correto. Vimos na base legal do item II que a 
progressividade do IPTU pode ser em função do tempo ou em razão do 
valor do imóvel. 
 
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O item IV está correto. Como ele é baseado no valor do imóvel 
não está relacionado diretamente com as condições sócio-econômicas 
do proprietário. 
A resposta certa é a letra “e”. 
3) (Fiscal Belford Roxo/RJ-2001-ESAF) Nos termos do Código 
Tributário Nacional, assinale a alternativa correta. 
a) O imposto de competência dos Municípios, sobre a propriedade 
predial e territorial urbana tem como fato gerador a transferência da 
propriedade, do domínio útil ou da posse de bem imóvel por natureza ou 
por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana 
do Município. 
b) O imposto de competência dos Municípios, sobre a propriedade 
predial e territorial urbana tem como fato gerador a propriedade, o 
domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão 
física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município. 
c) O imposto de competência dos Municípios, sobre a propriedade 
predial e territorial urbana tem como fato gerador a compra e venda de 
bem imóvel, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do 
Município. 
d) O imposto, de competência dos Municípios,sobre a propriedade 
predial e territorial urbana tem como fato gerador o registro junto à 
Prefeitura, de bem imóvel, localizado na zona urbana do Município. 
Solução: 
Esta questão é literalmente o caput do art. 32. Refere-se ao 
fato gerador do IPTU. Base legal: CTN art. 32 
A resposta certa é a letra “b”. 
Art. 33. A base do cálculo do imposto (IPTU) é o valor 
venal do imóvel. 
 
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Definição simples de valor venal: é o preço total de venda. As 
prefeituras têm um cadastro de valores de venda dos imóveis para 
compor sua base de cálculo. Por vezes estes valores estão defasados, 
para alegria da garotada, sempre para baixo. 
CURIOSIDADE 
 Aqui há uma estratégia que deveria servir para os outros 
tributos, quero dizer que seria melhor diminuir o valor do tributo para 
aumentar a base de arrecadação. É uma teoria, logicamente não é 
minha. Chama-se Curva de Lafer. Os tributos podem aumentar até um 
certo ponto, a partir deste ponto crítico, a probabilidade de sonegação 
cresce exponencialmente. A dificuldade para administração tributária 
está em saber qual seria este ponto. Isto é matéria de economia... 
EIS A QUESTÃO! 
4) (Fiscal Belford Roxo-RJ/2001/ESAF) Nos termos do Código Tributário 
Nacional, assinale a alternativa correta. A base do cálculo do imposto 
sobre a propriedade predial e territorial urbana é: 
a) o valor comercial do imóvel; 
b) o valor venal do imóvel; 
c) o valor de compra do imóvel; 
d) o valor de registro do imóvel. 
Solução: 
Esta questão é literalmente o caput do art. 33. Refere-se à 
base de cálculo do IPTU. Base legal: CTN art. 33 
A resposta certa é a letra “b”. 
Parágrafo único. Na determinação da base de cálculo (do 
IPTU), não se considera o valor dos bens móveis mantidos, em 
caráter permanente ou temporário, no imóvel, para efeito de sua 
utilização, exploração, aformoseamento ou comodidade. 
 
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Os bens móveis não entram na base de cálculo do IPTU. 
Art. 34. Contribuinte do imposto é o proprietário do 
imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a 
qualquer título. 
O STJ, em julgamentos sobre a responsabilidade tributária, 
entendeu que o promitente comprador é legitimado para figurar no pólo 
passivo conjuntamente com o proprietário, qual seja, aquele que tem a 
propriedade registrada no Registro de Imóveis, em demandas relativas 
à cobrança do IPTU. E, assim, cabe, ao legislador municipal, eleger o 
sujeito passivo do tributo, contemplando qualquer das situações 
previstas no CTN. Com isso a Corte editou a Súmula 399, definindo que: 
“CABE À LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESTABELECER O SUJEITO 
PASSIVO DO IPTU.” 
EIS A QUESTÃO! 
5) (Fiscal Belford Roxo-RJ/2001/ESAF) Nos termos do Código 
Tributário Nacional, assinale a alternativa correta. Quanto ao imposto 
sobre a propriedade predial e territorial urbana: 
a) contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu 
domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título; 
b) contribuinte do imposto é o comprador do imóvel, ou o seu possuidor 
a qualquer título; 
c) contribuinte do imposto é o vendedor do imóvel; 
d) contribuinte do imposto é o locatário do imóvel, o titular do seu 
domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. 
Solução: 
 
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Esta questão é literalmente o caput do art. 34. Refere-se ao 
contribuinte do IPTU. Base legal: CTN art. 33 
A resposta certa é a letra “a”. 
6) (FGV/Fiscal/Angra dos Reis/2010) A empresa Tecnomecânica 
Ltda. pretende obter, em 2006, Certidão Negativa de Débito (IPTU) cuja 
emissão foi obstada em razão da existência de crédito tributário relativo 
a esse tributo, exercícios 2004 e 2005, relativo ao lote, de 220 m2, 
localizado no Delta-AA, que foi cedido à impetrante, para fins de 
construir sua sede comercial com incentivos fiscais do Pró-AA, por meio 
de Contrato de Concessão de Direito Real de Uso com opção de compra, 
em que há cláusula registrando que a empresa arcaria com todos os 
débitos que recaíssem sobre o terreno, inclusive tributários, desde a 
assinatura do contrato, que ocorreu em janeiro de 2003. Sabe-se que 
tal contrato foi suspenso por força de liminar, em sede de Ação Civil 
Pública, em que o pactuado se discute. Tal fato ocorreu antes que a 
Tecnomecânica Ltda. tomasse posse da área. 
Dessa forma, 
(A) a Fazenda tem razão em exigir o pagamento do tributo, por ser 
incontestável que houve a assunção do débito pela Tecnomecânica Ltda. 
(B) a Fazenda tem razão, em função de ser o IPTU um imposto de 
natureza real e haver uma concessão do bem para a Tecnomecânica 
Ltda. 
(C) o contribuinte tem que pagar o imposto e depois repetir o indébito, 
provando que jamais teve a posse do terreno. 
(D) o contribuinte tem direito líquido e certo a não pagar o imposto, por 
estar provado, pela concessão da liminar, que não teve a posse do 
terreno. 
(E) o contribuinte tem que pagar, uma vez que teve a posse ficta do 
imóvel, desde a data da celebração do contrato de concessão de uso. 
Solução: 
O contribuinte do IPTU está definido no CTN, art. 34. Base 
legal: CTN Art. 34. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o 
titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. 
A resposta certa é a letra “d”. 
SEÇÃO III 
 
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IMPOSTO SOBRE A TRANSMISSÃO DE BENS IMÓVEIS E 
DE DIREITOS A ELES RELATIVOS – ITCD e ITBI 
Até agora, falávamos exatamente a cada artigo, porém isso 
não será possível do art. 35 ao 42, em virtude de tratar de dois 
impostos diferentes, é lógico que eles guardam alguma similaridade, 
porém vamos falar de cada um separadamente e pontuar se for o caso 
em cada artigo. Ok? 
ITBI 
IMPOSTO DE TRANSMISSÃO DE BENS IMÓVEIS “INTER-
VIVOS” 
É imposto reservado à competência dos municípios, incidindo 
sobre a transmissão de bens imóveis quando esta se der através de 
compra e venda. Na permuta também há incidência deste imposto, pois 
os dois imóveis envolvidos na troca possuem um preço de venda. Vimos 
aqui o fato gerador que é a transmissão de um bem imóvel e a base de 
cálculo que é o valor venal, ou seja, o valor de venda. Mesmo que haja 
um ajuste entre os contratantes, o município tem uma base do valor dos 
imóveis de sua circunscrição, portanto já é esperado o valor do ITBI em 
uma transação, se o contribuinte pagar abaixo do valor esperado o 
município irá cobrar-lhe a diferença com juros e multa. 
O contribuinte deste imposto é qualquer pessoa física ou 
jurídica que faça parte da operação tributada. 
CURIOSIDADE - Tributário também é cultura... 
CIRCUNSCRIÇÃO é a abrangência geográfica na qual uma 
determinada pessoa de direito público tem poder. 
JURISDIÇÃO diz respeito a abrangência do poder judiciário. 
 
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Esta diferença nem sempre é seguida pela administração 
pública. Muitas vezes a administração pública chama de jurisdição sua 
área de atuação. 
ITCD – IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO POR DOAÇÃO 
OU CAUSA MORTIS 
É um imposto cujo fato gerador é a transferência de 
propriedade de forma não-onerosa. 
O ITCD – Imposto sobre transmissão causa mortis e doação de 
quaisquer bens ou direitos a eles relativos, de competência dos estados 
tem como fato gerador a transferência a título de doação ou por 
herança, ou seja, sem pagamento de qualquer valor pela transferência. 
Apesar de não haver pagamento pela transferência de 
propriedade, este imposto tem como fatogerador o valor de venda do 
imóvel ou da coisa móvel (venal). 
Compete ao estado da localização do bem imóvel, a instituição 
do imposto. Mesmo que o doador e o donatário morem fora do país, 
haverá cobrança do ITCD no estado onde se localiza o bem imóvel. 
No caso de transmissão causa mortis – herança – é 
competente o estado em que o inventário ou arrolamento da pessoa 
falecida tiver sido ajuizado. Se o caso se passar no exterior, ainda não 
há uma solução pacífica, ou seja, não há lei regulamentando este caso. 
Art. 35. O imposto, de competência dos Estados, sobre a 
transmissão de bens imóveis e de direitos a eles relativos tem 
como fato gerador: 
I a transmissão, a qualquer título, da propriedade ou do 
domínio útil de bens imóveis, por natureza ou por acessão física, 
como definidos na lei civil; 
 
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O Código Civil, no artigo 43, define o que são imóveis por 
natureza e o que são imóveis por acessão física. 
Por natureza é o solo com a sua superfície, os seus acessórios 
e adjacências naturais, compreendendo as árvores e os frutos 
pendentes, o espaço aéreo e o subsolo. 
Por acessão física é tudo quanto o homem incorporar 
permanentemente ao solo, como a semente lançada à terra, os edifícios 
e construções, de modo que se não possa retirar sem destruição, 
modificação, fratura ou dano. 
Art. 35 O ITCD tem como fato gerador: 
... 
II a transmissão, a qualquer título, de direitos reais 
sobre imóveis, exceto os direitos reais de garantia; 
São direitos reais, segundo o Código Civil, além da 
propriedade: A enfiteuse, servidões, usufruto, uso, habitação, rendas 
expressamente constituídas sobre imóveis, penhor, anticrese e a 
hipoteca. 
Os direitos reais de garantia são o penhor, a anticrese e a 
garantia. 
Art. 35 O ITCD tem como fato gerador: 
... 
III a cessão de direitos relativos às transmissões 
referidas nos incisos I e II. 
 
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Parágrafo único. Nas transmissões causa mortis, 
ocorrem tantos fatos geradores distintos quantos sejam os 
herdeiros ou legatários. 
No caso do ITCD, todos os herdeiros serão tributados de 
acordo com o valor da herança, deixada pelo de cujus para cada um. 
Haverá uma cobrança para cada herdeiro ou legatário. 
A Constituição Federal de 1988 atribuiu competência aos 
estados e Distrito Federal em relação ao ITCD (imposto sobre a 
transmissão causa mortis ou doação), enquanto os municípios ficariam 
com a competência em relação ao ITBI (imposto sobre a transmissão de 
bens inter-vivos). 
Súmula do STF: 
O STF em julgamentos relativos à cobrança de ITCD, decidiu, 
com base no artigo 35 do CTN, que o fato gerador é a transmissão do 
domínio dos bens do de cujus aos herdeiros, com a abertura da 
sucessão. O imposto incide sobre os bens transmitidos na abertura da 
sucessão, ainda que o de cujus, em vida, tenha prometido vender a 
terceiros, se o preço não foi integralmente pago. Com isso, a Corte 
editou a seguinte súmula: “CALCULA-SE O IMPOSTO DE 
TRANSMISSÃO "CAUSA MORTIS" SOBRE O SALDO CREDOR DA 
PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL, NO MOMENTO DA 
ABERTURA DA SUCESSÃO DO PROMITENTE VENDEDOR.” Fonte de 
Publicação: DJ de 3/1/1977 
Art. 36. Ressalvado o disposto no artigo seguinte, o 
imposto não incide sobre a transmissão dos bens ou direitos 
referidos no artigo anterior: 
I quando efetuada para sua incorporação ao patrimônio 
de pessoa jurídica em pagamento de capital nela subscrito; 
 
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II quando decorrente da incorporação ou da fusão de 
uma pessoa jurídica por outra ou com outra. 
Parágrafo único. O imposto não incide sobre a 
transmissão aos mesmos alienantes, dos bens e direitos 
adquiridos na forma do inciso I deste artigo, em decorrência da 
sua desincorporação do patrimônio da pessoa jurídica a que 
foram conferidos. 
Realmente, este é um caso de não-incidência, por ser 
estabelecido por lei. Ocorre quando há operações de aumento de capital 
social. Não há incidência sobre a incorporação, fusão ou cisão de pessoa 
jurídica. 
Art. 37. O disposto no artigo anterior não se aplica 
quando a pessoa jurídica adquirente tenha como atividade 
preponderante a venda ou locação de propriedade imobiliária ou 
a cessão de direitos relativos à sua aquisição. 
Aqui, temos uma exceção da não-incidência descrita acima, no 
artigo 36. Está claro que nas hipóteses deste artigo, as pessoas que têm 
como atividade preponderante o comércio desses bens ou direitos e/ ou 
sua locação devem ser tributadas. 
§1º Considera-se caracterizada a atividade 
preponderante referida neste artigo quando mais de 50% 
(cinqüenta por cento) da receita operacional da pessoa jurídica 
adquirente, nos 2 (dois) anos anteriores e nos 2 (dois) anos 
subseqüentes à aquisição, decorrer de transações mencionadas 
neste artigo. 
 
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Receita operacional é a entrada de receita que tem origem nas 
atividades da pessoa jurídica, descritas no contrato social ou estatuto da 
pessoa jurídica. 
§2º Se a pessoa jurídica adquirente iniciar suas 
atividades após a aquisição, ou menos de 2 (dois) anos antes 
dela, apurar-se-á a preponderância referida no parágrafo 
anterior, levando em conta os 3 (três) primeiros anos seguintes 
à data da aquisição. 
§3º Verificada a preponderância referida neste artigo, 
tornar-se-á devido o imposto, nos termos da lei vigente à data 
da aquisição, sobre o valor do bem ou direito nessa data. 
§4º O disposto neste artigo não se aplica à transmissão 
de bens ou direitos, quando realizada em conjunto com a da 
totalidade do patrimônio da pessoa jurídica alienante. 
Art. 38. A base de cálculo do imposto é o valor venal dos 
bens ou direitos transmitidos. 
Como falamos, venal é o valor de venda. 
Art. 39. A alíquota do imposto não excederá os limites 
fixados em resolução do Senado Federal, que distinguirá, para 
efeito de aplicação de alíquota mais baixa, as transmissões que 
atendam à política nacional de habitação. 
 
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O ITCD teve sua alíquota máxima fixada em 8% (oito por 
cento) pelo Senado Federal. Art. 1° da Resolução 9 , de 5-5-1992, do 
Senado Federal). 
Art. 40. O montante do imposto é dedutível do devido à 
União, a título do imposto de que trata o artigo 43, sobre o 
provento decorrente da mesma transmissão. 
Este artigo está comprometido em função de legislações 
posteriores. Era uma dedução possível de ser feita no imposto de renda. 
Hoje nós temos o ganho de capital que é informado no imposto 
de renda, resultante da diferença entre o valor de compra e o valor de 
venda do imóvel. Há exceções, mas não está no extenso escopo de 
nosso estudo. 
Art. 41. O imposto compete ao Estado da situação do 
imóvel transmitido, ou sobre que versarem os direitos cedidos, 
mesmo que a mutação patrimonial decorra de sucessão aberta 
no estrangeiro. 
Art. 42. Contribuinte do imposto é qualquer das partes 
na operação tributada, como dispuser a lei. 
Este artigo define os contribuintes para o ITCD e ITBI. 
Vamos analisar a jurisprudência do STF e do STJ em 
relação ao ITCD. 
 
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Com base em julgamento de embargos a recurso 
extraordinário, o STF decidiu que o ITCD, cujo fato gerador é a 
transmissão do domínio ou posse de bens imóveis ao herdeiros, o 
cálculo para seu recolhimento deve ter por basea alíquota vigente ao 
tempo da abertura da sucessão e o valor dos bens no mesma época. 
Editou, com isso, a Súmula 112: “O IMPOSTO DE TRANSMISSÃO 
"CAUSA MORTIS" É DEVIDO PELA ALÍQUOTA VIGENTE AO TEMPO 
DA ABERTURA DA SUCESSÃO.” 
Com base em decisão de recurso extraordinário, o STF definiu 
que o ITCD é calculado pelo valor dos bens no tempo do recolhimento 
desse tributo, pois a herança somente se torna perfeita e acabada com 
o pagamento dos tributos e o fim do inventário. Editou a Súmula 113: 
“O IMPOSTO DE TRANSMISSÃO "CAUSA MORTIS" É CALCULADO 
SOBRE O VALOR DOS BENS NA DATA DA AVALIAÇÃO.” 
Com base em discussão sobre a demora na conclusão de 
inventário e devido recolhimento do ITCD, o STF decidiu que esse 
imposto é devido apenas após a liquidação e julgamento do cálculo. A 
Suprema Corte entende que cabe ao Fisco estadual promover o cálculo 
para o pagamento do tributo. Editou com esse entendimento a Súmula 
114: “O IMPOSTO DE TRANSMISSÃO "CAUSA MORTIS" NÃO É 
EXIGÍVEL ANTES DA HOMOLOGAÇÃO DO CÁLCULO.” 
O STF pacificou que o ITCD deve ser calculado excluindo-se os 
honorários advocatícios do inventário ou dos herdeiros e editou a 
Súmula 115: “SOBRE OS HONORÁRIOS DO ADVOGADO 
CONTRATADO PELO INVENTARIANTE, COM A HOMOLOGAÇÃO DO 
JUIZ, NÃO INCIDE O IMPOSTO DE TRANSMISSÃO "CAUSA 
MORTIS".” 
Com base em julgamento de agravo de instrumento o STF 
editou a Súmula 331, na qual define que, em virtude de 
desaparecimento e presunção de morte com a consequente abertura de 
inventário e a partilha de bens, cabe a cobrança do ITCD: “É LEGÍTIMA 
 
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A INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE TRANSMISSÃO "CAUSA MORTIS" 
NO INVENTÁRIO POR MORTE PRESUMIDA.” 
SEÇÃO IV 
IMPOSTO SOBRE A RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER 
NATUREZA – IR 
O imposto de renda é dividido em: imposto de renda pessoa 
física - IRPF e o imposto de renda pessoa jurídica - IRPJ. 
O imposto de renda deve ser progressivo, geral e universal. 
O critério da progressividade diz que o imposto deve 
respeitar a capacidade contributiva dos contribuintes, ou seja, quanto 
mais a pessoa ganha, maior a contribuição. 
Abaixo temos uma tabela de alíquotas do imposto de renda 
pessoa física, deixando claro que esse imposto talvez seja o que mais se 
aproxime de uma justiça fiscal. 
Tabela Progressiva para o cálculo mensal do Imposto de Renda 
de Pessoa Física para o exercício de 2010, ano-calendário de 
2009. 
Base de cálculo mensal 
em R$ 
Alíquota 
%
Parcela a deduzir do imposto 
em R$ 
Até 1.434,59 - - 
De 1.434,60 até 2.150,00 7,5 107,59 
De 2.150,01 até 2.866,70 15,0 268,84 
De 2.866,71 até 3.582,00 22,5 483,84 
Acima de 3.582,00 27,5 662,94 
O critério da generalidade busca alcançar todas as pessoas 
passíveis de contribuição, independente de qualquer outro. 
 
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No imposto de renda, a justiça tributária é constante, porém 
no conjunto de tributos, suportados pela população, sentimos que isso 
não ocorre. Quero dizer, com isso, que uma pessoa de classe social 
baixa vai pagar o mesmo imposto embutido no preço do feijão que uma 
pessoa de classe alta. Aliás, essa é a parte perversa dos impostos que 
repercutem. 
Após essa breve viagem, vamos retornar ao estudo do 
imposto de renda... 
Universalidade busca alcançar a tributação de todos os 
rendimentos do contribuinte, mesmo que este tente colocar outro título 
para os rendimentos auferidos. Lembre-se sempre que o nome não 
importa, o que importa é o fato gerador para qualificar o tributo. 
Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a 
renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a 
aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: 
I de renda, assim entendido o produto do capital, do 
trabalho ou da combinação de ambos; 
II de proventos de qualquer natureza, assim entendidos 
os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso 
anterior. 
Vamos refletir! A quem, na verdade, o legislador quis atingir ao 
criar o imposto de renda? Há uma discussão permanente, tanto no 
judiciário como entre os doutrinadores, do que seja renda. 
Aqui, vamos expressar um ponto de vista, mas para a prova o 
que vale é o que está escrito na legislação. Apenas fazemos isso para 
 
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ajudar nos estudos, pois como falamos: quando uma pessoa entende de 
um assunto, fica mais fácil de memorizar a matéria, concorda? 
Temos que renda é o produto do capital, aqui expressos pelos 
juros e lucros, ou seja, é o resultado de aplicações ou vendas. 
É também o produto do trabalho, que corresponde ao 
auferimento de renda por meio de salários, honorários, comissões. 
E por fim, a combinação de ambos, quando uma pessoa aufere 
renda com investimento de trabalhando em um mesmo local, por 
exemplo. Vamos dizer que você, antes é lógico, de passar para Auditor 
Fiscal, esteja trabalhando em uma empresa de capital aberto e resolva, 
com seu polpudo salário, investir nesta empresa. Você irá auferir renda 
das duas maneiras acima, vai ganhar seu suado salário e retirar o lucro 
pelo investimento feito. 
Proventos de qualquer natureza são os demais acréscimos 
patrimoniais não abrangidos pela definição de renda, ou seja, os 
acréscimos patrimoniais produzidos por meio de prêmios, recebimento 
de aluguel, etc. 
Desta forma, o fato gerador, que vai atingir o total dos 
rendimentos recebidos por uma pessoa, é a obtenção de riqueza nova, 
acréscimo de patrimônio. Os tribunais têm um entendimento firmado de 
que renda não se confunde com valores recebidos a título de 
indenização. Por exemplo, os oficiais de justiça recebem indenização de 
locomoção que está fora do alcance do imposto. Este é um caso de não-
incidência. 
Vamos enfrentar outra questão! Se o imposto incide sobre a 
renda recebida, o que ocorre se não houver esse recebimento imediato, 
como no caso de venda a prazo? Este é um caso de regime de caixa e 
regime de competência. Está expresso no final do caput do artigo ora 
analisado: “...aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica”. 
REGIME DE CAIXA X REGIME DE COMPETÊNCIA 
O regime de caixa ocorre no efetivo recebimento financeiro, 
a tributação ocorre no momento da entrada efetiva do dinheiro. É o caso 
 
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das pessoas físicas que são tributadas pelo regime de caixa. Se uma 
pessoa recebeu um aluguel hoje, então, para a Receita Federal, conta 
hoje o início do prazo para o pagamento do imposto devido, em função 
do recebimento. No caso de um trabalhador que em determinado ano 
recebeu rendimentos tributáveis, todo o dia 1° de cada mês, ele terá 
que apresentar a declaração de ajuste anual. Contará o ano-base de 
janeiro a dezembro, mas, na verdade, o cálculo do imposto é em relação 
ao salário dos meses de dezembro de um ano a novembro do ano 
seguinte e a declaração anual de ajuste será entregue, no exercício 
posterior, nos meses de março e abril. 
O regime de competência é aplicado a algumas pessoas 
jurídicas que vendem a prazo. Elas vão contabilizar as receitas no 
momento da transação, porém o dinheiro só entrará no caixa da 
empresa depois. Nesse caso, o auferimento de renda ocorre no 
momento do ato jurídico, ou seja, no momento da venda. 
Veja que o conceito de renda nem sempre corresponde a 
recebimento pecuniário ou disponibilidade econômica (regime de caixa). 
O fato da aquisição de disponibilidade jurídica (regime de competência), 
já é suficiente para conceituar renda. 
É o caso acima da venda a prazo. 
Outro exemplo de regime de caixa é o que ocorre com o 
imposto de renda da pessoa física.Se você começou a trabalhar em 
janeiro de 2009 até abril de 2010 com recebimento mensal, geralmente 
o pagamento é efetuado a partir do primeiro dia útil do mês 
subsequente àquele trabalhado. Nesse caso, ao declarar no exercício de 
2010, você deve oferecer à tributação os salários referentes aos meses 
de janeiro a novembro, pois o salário referente a dezembro você 
receberá em janeiro do ano seguinte. 
EIS A QUESTÃO! 
7) (AFRF.TA.3.2005.03/ESAF) Para os efeitos do imposto de renda, o 
___________ percebido na alienação de bens imóveis considera-se 
___________. Já a importância paga a título de aluguel, remetida, 
creditada, empregada ou entregue ao contribuinte, produzido por bens 
imóveis é denominada _________. Um(a) _________, na linguagem 
tributária, é o valor percebido independentemente de ser produzido pelo 
capital ou o trabalho do contribuinte. 
 
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a) rendimento....rendimento de capital........ganho imobiliário....sinecura 
b) provento.......rendimento imobiliário.......provento predial....provento 
c)rendimento....rendimento de capital.......ganho imobiliário....prebenda 
d) ganho....ganho de capital.......rendimento de capital.... sinecura 
e) ganho ....ganho de capital......rendimento de capital.... provento. 
 
Solução: 
Base legal: CTN art. 43 
Ganho de capital – ganho percebido na alienação de bens 
imóveis. 
Rendimento de capital - importância paga a título de aluguel 
de bens imóveis 
Provento - valor percebido independentemente de ser 
produzido pelo capital ou o trabalho do contribuinte. Acréscimo 
patrimonial não compreendido no conceito de renda 
Renda - produto do capital, do trabalho ou da combinação de 
ambos. 
 A resposta certa é a letra “e”. 
Art. 43. (Imposto de Renda) 
§1º A incidência do imposto independe da denominação 
da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou 
nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. (AC) 
(Parágrafo acrescentado pela Lei Complementar nº 104, de 
10.01.2001) 
Dentro do critério da generalidade e da universalidade, a Lei 
Complementar 104/2001 determinou que todas as pessoas estão 
inseridas no rol de contribuintes do imposto de renda. 
 
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Como exemplo hipotético, podemos dizer que uma pessoa que 
vai ao exterior e, por um acaso, ganhe lá, em uma ação judicial, 
determinado montante, este deve ser oferecido à tributação na 
declaração de ajuste anual. 
Art. 43. (Imposto de Renda) 
§2º Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos 
do exterior, a lei estabelecerá as condições e o momento em que 
se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto 
referido neste artigo. 
A lei determinará o momento do fato gerador para rendas 
auferidas no exterior. 
EIS A QUESTÃO! 
8) (Fiscal Belford Roxo/RJ-2001-ESAF) Nos termos do Código 
Tributário Nacional, assinale a alternativa correta. 
a) O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de 
qualquer natureza tem como fato gerador a declaração da 
disponibilidade econômica ou jurídica: I – de renda, assim entendido o 
produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; II – de 
proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos 
patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. 
b) O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de 
qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade 
econômica ou jurídica: I – de bens, adquiridos através do trabalho 
remunerado; II – de proventos de qualquer natureza, assim entendidos 
os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. 
c) O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de 
qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade 
econômica ou jurídica: I – renda, assim entendido o produto do capital, 
do trabalho ou da combinação de ambos; II – de proventos de qualquer 
 
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natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não 
compreendidos no inciso anterior. 
d) O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de 
qualquer natureza tem como fato gerador a declaração da 
disponibilidade econômica ou jurídica: I – de bens, adquiridos através 
do trabalho remunerado; II – de proventos de qualquer natureza, assim 
entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso 
anterior. 
Solução: 
Esta questão é literalmente o caput do art. 43. Refere-se ao 
fato gerador do IR. Base legal: CTN art. 43 
A resposta certa é a letra “c”. 
Art. 44. A base de cálculo do imposto é o montante, real, 
arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributáveis. 
Este é um dispositivo relativo às pessoas jurídicas. 
Existem três modos de apurar o lucro no caso da tributação de 
pessoa jurídica: lucro real, lucro presumido e lucro arbitrado. 
Por dentro da Receita Federal... 
A empresa deve apurar o lucro obtido como resultado de suas 
vendas ou de seus serviços prestados. 
O lucro real é calculado obtendo-se primeiramente o lucro 
líquido contábil, somando a esse, algumas receitas previstas na 
legislação e deduzindo outras despesas, imunidades, isenção, etc. Esta 
apuração é obrigatória para algumas empresas de grande porte. 
O lucro presumido leva em conta apenas as receitas, sem as 
deduções verificadas no lucro real. A partir desta receita bruta, a 
legislação fixa um percentual, diferente para cada tipo de empresa, que 
 
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pode ser tributada pelo lucro presumido. O percentual é aplicado a essa 
receita e temos a base de cálculo do imposto de renda pessoa jurídica. 
Mas quem pode optar pela tributação com base no lucro 
presumido? As pessoas jurídicas que não forem obrigadas ao lucro real. 
O lucro arbitrado geralmente é feito em uma fiscalização. 
Quando o fiscal não consegue descobrir o valor devido, caso seja uma 
empresa obrigada a ser tributada pelo lucro real. Apesar do nome, o 
fiscal não arbitra a seu bel prazer. Há uma fórmula parecida com a do 
lucro presumido, acrescido de um percentual. 
Art. 45. Contribuinte do imposto é o titular da 
disponibilidade a que se refere o artigo 43, sem prejuízo de 
atribuir a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos 
bens produtores de renda ou dos proventos tributáveis. 
O contribuinte do imposto de renda é a pessoa que é a dona 
dos rendimentos tributáveis. A lei pode atribuir, à condição de 
contribuinte, a quem diz que não é o dono, para tentar burlar o fisco e 
nesse caso é possível a tributação do mesmo jeito, ou seja, o 
contribuinte não tem como fugir do Leão... 
Parágrafo único. A lei pode atribuir à fonte pagadora da 
renda ou dos proventos tributáveis a condição de responsável 
pelo imposto cuja retenção e recolhimento lhe caibam. 
No caso do imposto de renda pessoa física que recebe 
rendimentos de pessoa jurídica, esta tem a responsabilidade de reter 
um percentual todo o mês em que haja o pagamento. A pessoa física 
recebe somente rendimentos líquidos. No exercício seguinte, porém, ele 
 
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terá que fazer a declaração de ajuste anual e deduzirá os rendimentos 
retidos na fonte. É responsabilidade da pessoa jurídica, o repasse do 
montante retido à Receita Federal. 
EIS A QUESTÃO! 
9) (FGV/Fiscal/RJ/2009) O Imposto de Renda, conforme previsão 
constitucional (artigo 153, § 2º), deverá ser norteado pelos critérios da 
generalidade, universalidade e progressividade.Com fundamento nos 
aludidos critérios, analise as seguintes afirmativas: 
I. A tributação, pelo Imposto de Renda, da pessoa física e jurídica 
residente no Brasil poderá recair sobre fatos econômicos concretizados 
no exterior. 
II. Os não-residentes (pessoas físicas ou jurídicas) no Brasil são 
tributados pelo Imposto de Renda em bases universais (renda global). 
III. A tributação de fatos econômicos originados em outro país somente 
será juridicamente viável se houver acordo de bitributação (Tratado 
Internacional Bilateral em Matéria de Imposto de Renda), pois seria 
ilegal a incidência de um tributo brasileiro sobre fato ocorrido em 
território estrangeiro, sob pena de violação de soberania 
deste país. 
Assinale: 
(A) se somente a afirmativa I estiver correta. 
(B) se somente a afirmativa II estiver correta. 
(C) se somente a afirmativa III estiver correta. 
(D) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. 
(E) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 
Solução: 
A afirmativa I está correta. O Princípio da Universalidade (com 
fundamento no critério da generalidade) válido para as pessoas físicas e 
jurídicas com residência no Brasil, fundamenta a tributação, pelo 
Imposto de Renda, de fatos econômicos representativos de acréscimo 
patrimonial, ainda que tenham ocorrido no exterior. Base legal: CF art. 
153 § 2º - O imposto previsto no inciso III (Imposto de Renda): I - 
será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da 
progressividade, na forma da lei. 
A afirmativa II está incorreta. As pessoas físicas e jurídicas que 
não tenham residência no Brasil (não-residentes) são tributadas com 
 
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base no Princípio da Territorialidade, ou seja, apenas sobre a renda 
gerada dentro do território brasileiro. 
A afirmativa III está incorreta. A aplicação do Princípio da 
Universalidade independe da existência de acordo de bitributação, pois 
não há violação da soberania de outro país, pelo mero fato de se 
emprestar efeitos extraterritoriais à lei tributária brasileira para fazê-la 
incidir sobre fatos que se deram no estrangeiro. Não se admite, 
contudo, atos concretos de cobrança, constritivos, no território de outro 
país, sob pena, aí sim, de violação de soberania. 
A resposta certa é a letra “a”. 
CAPÍTULO IV 
IMPOSTOS SOBRE A PRODUÇÃO E A CIRCULAÇÃO 
SEÇÃO I 
IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI 
Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre 
produtos industrializados tem como fato gerador: 
I o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência 
estrangeira; 
II a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o 
parágrafo único do artigo 51; 
III a sua arrematação, quando apreendido ou 
abandonado e levado a leilão. 
São três os momentos de ocorrência do fato gerador do IPI. O 
primeiro momento é quando há importação de produtos industrializados. 
O segundo é a saída de bens do estabelecimento do sujeito passivo. O 
terceiro momento é o caso de arrematação de produtos que foram 
apreendidos pela Receita Federal e foram a leilão. 
 
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Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, 
considera-se industrializado o produto que tenha sido submetido 
a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a 
finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo. 
Neste parágrafo, o legislador deixou claro que ao produto 
recebido pela indústria deve ser agregado um valor, não basta, por 
exemplo, uma manipulação ou a quebra de um minério, pois nesses 
casos não houve uma modificação da natureza ou de sua finalidade. Se 
uma indústria química receber um minério, não pode vender este 
mesmo minério fragmentado dizendo que foi industrializado. 
EIS A QUESTÃO! 
10) (AFRF.TA.3.2005.05/ESAF) O campo de incidência do Imposto 
sobre Produtos Industrializados abrange: 
a) todos os produtos relacionados na TIPI. 
b) todos os produtos relacionados na TIPI, com alíquota, mesmo os com 
alíquota zero. 
c) todos os produtos, exceto aqueles a que corresponde a notação 
“Zero”. 
d) todos os produtos com alíquota. 
e) todos os produtos, mesmo os com alíquota zero ou com a notação 
NT, ainda que não relacionados na TIPI. 
Solução: 
Os produtos sujeitos à incidência do IPI estão relacionados em 
uma tabela, chamada TIPI. Base legal: Lei 4502/64 
A resposta certa é a letra “b”. 
Art. 47. A base de cálculo do imposto é: 
 
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I no caso do inciso I do artigo anterior, o preço normal, 
como definido no inciso II do artigo 20, acrescido do montante: 
a) do Imposto sobre a Importação; 
b) das taxas exigidas para entrada do produto no País; 
c) dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo 
importador ou dele exigíveis; 
No caso do produto importado, a base de cálculo é o valor que 
serviu de base para o imposto de importação, acrescido do próprio II e 
mais as taxas alfandegárias e cambiais. 
Art. 47. A base de cálculo do imposto é: 
... 
II no caso do inciso II do artigo anterior: 
a) o valor da operação de que decorrer a saída da 
mercadoria; 
b) na falta do valor a que se refere a alínea anterior, o 
preço corrente da mercadoria, ou sua similar, no mercado 
atacadista da praça do remetente; 
A base de cálculo do IPI, neste caso, é o valor da nota de saída 
da mercadoria do estabelecimento industrial ou a ele equiparado. 
Art. 47. A base de cálculo do imposto é: 
 
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... 
III no caso do inciso III do artigo anterior, o preço da 
arrematação. 
A base de cálculo do IPI, relativo à mercadoria arrematada em 
um leilão, é o valor pago pelo arrematador da mercadoria. 
EIS A QUESTÃO! 
11) (AFRF/2003 – ESAF) Avalie o acerto das afirmações adiante e 
marque com V as verdadeiras e com F as falsas; em seguida, marque a 
opção correta. 
( ) Os encargos cambiais pagos pelo importador ou dele exigíveis não se 
incluem na base de cálculo do imposto sobre produtos industrializados, 
no caso de importação de produto de procedência estrangeira. 
( ) A base de cálculo do imposto sobre produtos industrializados, em se 
tratando de produto de procedência estrangeira apreendido ou 
abandonado e levado a leilão, é o preço da arrematação,acrescido do 
valor dos demais tributos exigíveis na importação regular do produto. 
( ) O imposto de importação não integra a base de cálculo do imposto 
sobre produtos industrializados, no caso de importação de produto de 
procedência estrangeira. 
a) V, V, F 
b) V, F, V 
c) V, V, V 
d) F, V, F 
e) F, F, F 
Solução: 
A primeira afirmação é falsa. Base legal: CTN Art. 46. O 
imposto, de competência da União, sobre produtos industrializados tem 
como fato gerador: I - o seu desembaraço aduaneiro, quando de 
 
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procedência estrangeira. Combinado com o art. 47. A base de cálculo do 
imposto é: I - no caso do inciso I do artigo anterior, o preço normal, 
como definido no inciso II do artigo 20, acrescido do montante: 
a) do imposto sobre a importação; 
b) das taxas exigidas para entrada do produto no País; 
c) dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador 
ou dele exigíveis; 
A segunda afirmação é falsa. A base de cálculo é somente o 
preço da arrematação em leilão público. Base legal: CTN Art. 46. O 
imposto, de competência da União, sobre produtos industrializados tem 
como fato gerador: III - a sua arrematação, quando apreendido ou 
abandonado e levado a leilão. 
Art. 47. A base de cálculo do imposto (IPI)é: III - no caso do 
inciso III do artigo anterior, o preço da arrematação. 
A terceira afirmação é falsa. Base legal: CTN Art. 47. “A base 
de cálculo do imposto é: 
I - no caso do inciso I do artigo anterior, o preço normal, como 
definido no inciso II do artigo 20, acrescido do montante: 
a) do imposto sobre a importação.” 
A resposta certa é a letra “e”. 
Art. 48. O imposto é seletivo em função da 
essencialidade dos produtos. 
A seletividade do IPI significa que, quanto mais essencial para 
a população for o produto, menor será a alíquota do IPI incidente. Se o 
produto é destinado às necessidades essenciais da população, como 
alimentação, vestuário, tratamento de saúde, educação, ele deve ser 
gravado com uma alíquota menor. Este artigo mostra o aspecto de 
 
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extrafiscalidade deste tributo. Para artigos de luxo, as alíquotas devem 
ser bem maiores. Este artigo do CTN é de ordem programática, que 
depende do bom senso do legislador, que determinará as alíquotas dos 
produtos, em função de sua essencialidade. 
Art. 49. O imposto é não-cumulativo, dispondo a lei de 
forma que o montante devido resulte da diferença a maior, em 
determinado período, entre o imposto referente aos produtos 
saídos do estabelecimento e o pago relativamente aos produtos 
nele entrados. 
Parágrafo único. O saldo verificado, em determinado 
período, em favor do contribuinte, transfere-se para o período ou 
períodos seguintes. 
Para evitar a tributação em cascata, o CTN dispõe que deve ser 
deduzido o valor do IPI pago na entrada do produto no estabelecimento 
industrial, somente incidindo IPI no valor agregado ao produto. Digamos 
que uma empresa vai construir um robô, porém necessita de diversas 
peças para construí-lo. Esta empresa pagará IPI das peças que adquirir, 
porém na saída do produto, excluirá o valor pago. De forma que o IPI só 
incida sobre o acréscimo do valor, introduzido pela nova operação. 
Em um caso prático, se a empresa A vende um produto para a 
empresa B por R$ 1.000,00, com alíquota do IPI de 10%. Esta, por sua 
vez, faz alterações no produto, agregando um valor e o vende por R$ 
1.300,00, o IPI devido será de R$ 30,00. A explicação é que, no valor de 
venda, estava embutido o valor do IPI de R$100,00, portanto 
diminuindo o valor pago na entrada de R$ 100,00, teremos o valor 
devido de R$ 30,00. 
 
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 EMPRESA A EMPRESA B 
VALOR 
DO PRODUTO 
1.000,00 1.300,00 
VALOR 
PAGO DO IPI 
100, 30,00 
EIS A QUESTÃO! 
12) (Auditor Natal/2001 – ESAF) Indique, nas opções abaixo, o 
imposto que deverá, obrigatoriamente, ter as características de 
seletividade, em função da essencialidade e de não-cumulatividade. 
a) Imposto sobre a renda e proventos. 
b) Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e 
sobre prestações de serviços de transporte interestadual e 
intermunicipal e de comunicação. 
c) Imposto sobre a propriedade de veículos automotores. 
d) Imposto sobre produtos industrializados. 
e) Imposto sobre transmissão causa mortis e doação. 
Solução: 
O Imposto sobre produtos industrializados deve ser seletivo, 
conforme reza o artigo 48 do CTN e deve ser não-cumulativo de acordo 
com o artigo 49 acima. 
A alternativa correta, portanto, é a letra “d”. 
_________________________________________________ 
Art. 50. Os produtos sujeitos ao imposto, quando 
remetidos de um para outro Estado, ou do ou para o Distrito 
Federal, serão acompanhados de nota fiscal de modelo especial, 
emitida em séries próprias e contendo, além dos elementos 
necessários ao controle fiscal, os dados indispensáveis à 
 
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elaboração da estatística do comércio por cabotagem e demais 
vias internas. 
É um artigo para controle fiscal e estatístico. 
Art. 51. Contribuinte do imposto é: 
I o importador ou quem a lei a ele equiparar; 
II o industrial ou quem a lei a ele equiparar; 
III o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que 
os forneça aos contribuintes definidos no inciso anterior; 
IV o arrematante de produtos apreendidos ou 
abandonados, levados a leilão. 
Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, 
considera-se contribuinte autônomo qualquer estabelecimento 
de importador, industrial, comerciante ou arrematante. 
SEÇÃO II 
IMPOSTO ESTADUAL SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS À 
CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS 
ICMS 
O imposto, de competência dos estados, tem como fato 
gerador a circulação de mercadorias e a prestação de serviços de 
transporte interestadual e intermunicipal e serviços de comunicação. 
 
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A base de cálculo do imposto é o valor das mercadorias e a 
prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e 
serviços de comunicação. 
Caso a operação, com uma mercadoria, sirva como fato 
gerador para o ICMS e o IPI, não entrará na base de cálculo do ICMS o 
valor do IPI. Isso serve mais para as indústrias que compram produtos 
semi-acabados ou peças para sua industrialização. 
Um produto se for vendido para o consumidor final terá a base 
de cálculo do ICMS acrescido do IPI, porém este mesmo produto 
vendido para uma empresa que vai comercializar ou industrializar o 
produto não terá o valor do IPI na base de cálculo do ICMS. 
O contribuinte deste imposto é qualquer estabelecimento 
comercial, industrial ou produtor, regularmente constituído ou não, que 
pratique operações sujeitas ao imposto ou o prestador de serviços de 
transporte interestadual ou intermunicipal de transportes e serviços de 
comunicação. 
Os artigos de 52 a 62 foram revogados pelo Decreto-Lei 
nº 406, de 31.12.1968. 
SEÇÃO IV 
IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO E 
SEGURO, E SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS A TÍTULOS E 
VALORES MOBILIÁRIOS – IOF 
Este imposto é extrafiscal, pois serve de instrumento para a 
política de crédito e cambial. Não precisa atender aos requisitos dos 
princípios da legalidade, anterioridade tributária e anterioridade 
nonagesimal. 
 
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Operações de crédito são aquelas relativas a empréstimos. 
Câmbio é a troca de moeda e outros ativos. Seguro é operação para 
proteção contra determinados acontecimentos, que chamamos de 
sinistro. Temos o seguro de automóveis, de vida, etc. Prêmio é o valor 
pago ao segurado quando ocorre um sinistro, por exemplo, perda total 
de um automóvel. 
Art. 63. O imposto, de competência da União, sobre 
operações de crédito, câmbio e seguro, e sobre operações 
relativas a títulos e valores mobiliários tem como fato gerador: 
I quanto às operações de crédito, a sua efetivação pela 
entrega total ou parcial do montante ou do valor que constitua o 
objeto da obrigação, ou sua colocação à disposição do 
interessado; 
II quanto às operações de câmbio, a sua efetivação pela 
entrega de moeda nacional ou estrangeira, ou de documento que 
a represente, ou sua colocação à disposição do interessado, em 
montante equivalente à moeda estrangeira ou nacional entregue 
ou posta à disposição por este; 
III quanto às operações de seguro, a sua efetivação pela 
emissão da apólice ou do documento equivalente, ou 
recebimento do prêmio, na forma da lei aplicável; 
IV quanto às operações relativas a títulos e valores 
mobiliários, a emissão, transmissão, pagamento ou resgate 
destes, na forma da lei aplicável. 
Parágrafo único. A incidência definida no inciso I exclui 
a definida no inciso IV, e reciprocamente, quanto à emissão, aopagamento ou resgate do título representativo de uma mesma 
operação de crédito. 
Art. 64. A base de cálculo do imposto é: 
I quanto às operações de crédito, o montante da 
obrigação, compreendendo o principal e os juros; 
 
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II quanto às operações de câmbio, o respectivo 
montante em moeda nacional, recebido, entregue ou posto à 
disposição; 
III quanto às operações de seguro, o montante do 
prêmio; 
IV quanto às operações relativas a títulos e valores 
mobiliários: 
a) na emissão, o valor nominal mais o ágio, se houver; 
b) na transmissão, o preço ou o valor nominal ou o valor 
da cotação em Bolsa, como determinar a lei; 
c) no pagamento ou resgate, o preço. 
Art. 65. O Poder Executivo pode, nas condições e nos 
limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas ou as bases de 
cálculo do imposto, a fim de ajustá-lo aos objetivos da política 
monetária. 
Art. 66. Contribuinte do imposto é qualquer das partes 
na operação tributada, como dispuser a lei. 
Art. 67. A receita líquida do imposto destina-se à 
formação de reservas monetárias, na forma da lei. 
EIS A QUESTÃO! 
13) (AFRF/2009/ESAF) Analise os itens a seguir, classificando-os 
como verdadeiros (V) ou falsos(F). Em seguida, escolha a opção 
adequada às suas respostas: 
I. as operações de câmbio constituem fato gerador do IOF – imposto 
sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou 
valores mobiliários; 
II. o câmbio traz um comércio de dinheiro, no qual este se torne 
mercadoria e, como tal, tem custo e preço; 
 
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III. operações de câmbio são negócios jurídicos de compra e venda de 
moeda estrangeira ou nacional, ou, ainda, os negócios jurídicos 
consistentes na entrega de uma determinada moeda a alguém em 
contrapartida de outra moeda recebida. 
a) Somente o item I está correto. 
b) Estão corretos somente os itens I e II. 
c) Estão corretos somente os itens I e III. 
d) Todos os itens estão corretos. 
e) Todos os itens estão errados. 
Solução: 
Todos os itens estão corretos. O câmbio é a troca de moeda de 
países diferentes. Trata-se de comércio em que está envolvida moeda 
nacional e estrangeira. Base legal: CTN art. 63 O IOF tem como fato 
gerador: II - quanto às operações de câmbio, a sua efetivação pela 
entrega de moeda nacional ou estrangeira, ou de documento que a 
represente, ou sua colocação à disposição do interessado em montante 
equivalente à moeda estrangeira ou nacional entregue ou posta à 
disposição por este; 
A resposta certa é a letra “d”. 
SEÇÃO V 
IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE TRANSPORTES E 
COMUNICAÇÕES 
Art. 68. O imposto, de competência da União, sobre 
serviços de transportes e comunicações tem como fato gerador: 
I a prestação do serviço de transporte, por qualquer via, 
de pessoas, bens, mercadorias ou valores, salvo quando o trajeto 
se contenha inteiramente no território de um mesmo Município; 
II a prestação do serviço de comunicações, assim se 
entendendo a transmissão e o recebimento, por qualquer 
processo, de mensagens escritas, faladas ou visuais, salvo 
quando os pontos de transmissão e de recebimento se situem no 
 
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território de um mesmo Município e a mensagem em curso não 
possa ser captada fora desse território. 
Art. 69. A base de cálculo do imposto é o preço do 
serviço. 
Art. 70. Contribuinte do imposto é o prestador do 
serviço. 
Este imposto não existe atualmente no sistema tributário 
nacional. 
SEÇÃO VI 
IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA – 
ISS 
Imposto de competência dos municípios. 
O fato gerador deste imposto é a prestação de serviços listados 
na Lei Complementar 116/2003. 
Na lista não pode constar serviço que já seja tributado pelo 
ICMS. 
Os artigos 71 a 73 foram revogados pelo Decreto-Lei nº 
406, de 31.12.1968. 
 
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CAPÍTULO V 
IMPOSTOS ESPECIAIS 
SEÇÃO I 
IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS A 
COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES, ENERGIA ELÉTRICA E 
MINERAIS DO PAÍS 
Art. 74. O imposto, de competência da União, sobre 
operações relativas a combustíveis, lubrificantes, energia 
elétrica e minerais do País tem como fato gerador: 
I a produção, como definida no artigo 46 e seu 
parágrafo único; 
II a importação, como definida no artigo 19; 
III a circulação, como definida no artigo 52; 
IV a distribuição, assim entendida a colocação do 
produto no estabelecimento consumidor ou em local de venda ao 
público; 
V o consumo, assim entendida a venda do produto ao 
público. 
1º Para os efeitos deste imposto, a energia elétrica 
considera-se produto industrializado. 
2º O imposto incide, uma só vez, sobre uma das 
operações previstas em cada inciso deste artigo, como dispuser 
a lei, e exclui quaisquer outros tributos, sejam quais forem sua 
natureza ou competência, incidentes sobre aquelas operações. 
Art. 75. A lei observará o disposto neste Título 
relativamente: 
I ao Imposto sobre Produtos Industrializados, quando a 
incidência seja sobre a produção ou sobre o consumo; 
II ao Imposto sobre a Importação, quando a incidência 
seja sobre essa operação; 
 
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III ao Imposto sobre Operações Relativas à Circulação 
de Mercadorias, quando a incidência seja sobre a distribuição. 
Este imposto não foi recepcionado pela constituição federal de 
1988. 
SEÇÃO II 
IMPOSTOS EXTRAORDINÁRIOS 
Art. 76. Na iminência ou no caso de guerra externa, a 
União pode instituir, temporariamente, impostos extraordinários 
compreendidos ou não entre os referidos nesta Lei, suprimidos, 
gradativamente, no prazo máximo de 5 (cinco) anos, contados 
da celebração da paz. 
Estes impostos extraordinários, de competência privativa da 
União, não necessitam obedecer aos princípios da legalidade, 
anterioridade anual e a mitigada. Falaremos mais sobre esse assunto 
quando estudarmos o sistema tributário nacional na constituição. 
EIS A QUESTÃO! 
14) (Fiscal de Tributos/Belford Roxo/RJ/2001/ESAF) Nos termos 
do Código Tributário Nacional, assinale a alternativa correta. 
a) Na iminência ou no caso de guerra externa, a União pode instituir, 
temporariamente, impostos extraordinários compreendidos ou não entre 
os referidos nesta Lei, suprimido gradativamente, no prazo máximo de 
cinco anos, contados da celebração da paz. 
 
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b) Na iminência ou no caso de guerra externa, a União pode instituir, 
temporariamente, impostos extraordinários compreendidos ou não entre 
os referidos nesta Lei, suprimidos, gradativamente, no prazo máximo de 
três anos, contados da celebração da paz. 
c) Na iminência ou no caso de guerra externa, a União pode instituir, 
temporariamente, impostos extraordinários compreendidos ou não entre 
os referidos nesta Lei, suprimido, gradativamente, no prazo máximo de 
dez anos, contados da celebração da paz. 
d) Na iminência ou no caso de guerra externa, a União pode instituir, 
temporariamente, impostos extraordinários compreendidos ou não entre 
os referidos nesta Lei, suprimidos, gradativamente, no prazo máximo de 
sete anos, contados da celebração da paz. 
Solução: 
Para resolver esta questão basta um pouco de atenção. Mais 
uma questão literal do artigo 76 do CTN. 
A resposta certa é a letra “a”. 
CTN 
TÍTULO IV 
TAXAS 
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados,pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas 
respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício 
regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, 
de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte 
ou posto à sua disposição. 
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou 
fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto, nem ser 
calculada em função do capital das empresas. (Redação dada 
pelo Ato Complementar nº 34, de 30.1.1967) 
 
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CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios poderão instituir os seguintes tributos: 
..... 
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou 
pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos 
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a 
sua disposição; 
Este é o 2° mosqueteiro de nossa história, os outros são os 
impostos e contribuição de melhoria. 
As taxas são tributos vinculados, ou seja, somente poderão ser 
cobrados mediante uma contraprestação do poder público. 
Mas quais seriam estas contraprestações? É o exercício regular 
do Poder de Polícia pela autoridade competente e em função de serviços 
públicos postos a disposição da população que podem utilizá-los ou não. 
Estas contraprestações são também os fatos geradores das taxas 
Portanto temos dois tipos de taxas. 
Todos os entes da federação podem instituir taxas, é 
necessário, porém, que os serviços sejam prestados ou postos a 
disposição de maneira que, se o contribuinte quiser, a qualquer 
momento, poderá usá-los adequadamente. 
Quando o artigo coloca que a utilização pode ser efetiva ou 
potencial, significa que no caso da utilização efetiva, o contribuinte usa 
o serviço e a utilização potencial o contribuinte não utiliza 
concretamente o serviço, mas ele está à disposição. Usar ou não é uma 
decisão do contribuinte, porém mesmo se não usar os serviços postos a 
disposição, o poder público poderá cobrar a taxa. 
As taxas não podem ter fato gerador e nem base de cálculo 
idênticos aos dos impostos, porém podem ser utilizados alguns 
parâmetros comuns. Por diversas vezes, algum ente da federação tenta 
criar taxa com esse vício proibido, tanto pela Constituição, quanto pelo 
 
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CTN, porém o judiciário não tem permitido tal afronta à legislação 
tributária. 
No inciso II do artigo 145 da Constituição fica claro, tá 
bom...não está tão claro...mas o ente federativo que prestar o serviço é 
que poderá instituir e cobrar a taxa. 
Não é possível criar taxa sem oferecer o serviço que serviu de 
fato gerador para cobrança, porém é possível criar um serviço sem 
cobrar taxa. 
É importante que o serviço seja específico e indivisível. E aí 
vem outra pergunta, o que seria específico e indivisível? Bem veremos 
isso no artigo 79. 
Essa foi fácil de responder... 
Vejamos, agora, algumas súmulas a respeito de taxas. 
Após reiterados julgados, o STJ editou a Súmula 80: “A TAXA 
DE MELHORAMENTO DOS PORTOS NÃO SE INCLUI NA BASE DE 
CÁLCULO DO ICM.” A base, para as decisões, é que o ICM-importação 
é calculado tendo como base as despesas aduaneiras, porém taxa não é 
despesa, pois do contrário, estar-se-ia alterando a natureza jurídica 
deste tributo. O STJ entende que a TMP não é “sobrepreço portuário”, 
mas taxa. Por isso não há como considerá-la como “despesa aduaneira”, 
para fins de inclusão na base de cálculo do ICM. 
Sobre essa mesma TMP, o STJ editou a Súmula 124, 
entendendo que ela teria a natureza jurídica de taxa. A base de cálculo 
da Taxa de Melhoramento dos Portos divergia da do imposto de 
importação: “A TAXA DE MELHORAMENTO DOS PORTOS TEM BASE 
DE CÁLCULO DIVERSA DO IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO, SENDO 
LEGÍTIMA A SUA COBRANÇA SOBRE A IMPORTAÇÃO DE 
MERCADORIAS DE PAÍSES SIGNATÁRIOS DO GATT, DA ALALC OU 
ALADI.” 
O STF com o entendimento que o serviço contra fogo 
interessava a todos os moradores de uma cidade. Que o serviço estaria 
à disposição de toda a comunidade. Que não foi utilizada base de cálculo 
 
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de nenhum imposto e o serviço era específico e divisível, julgou por 
diversas vezes a taxa de bombeiros como constitucional e editou a 
Súmula 549: “A TAXA DE BOMBEIROS DO ESTADO DE 
PERNAMBUCO É CONSTITUCIONAL, REVOGADA A SÚMULA 274.” 
Tendo como precedente o julgamento em que entendeu 
como inconstitucional a lei municipal de Porto Alegre, o STF 
editou a Súmula 551: “É INCONSTITUCIONAL A TAXA DE 
URBANIZAÇÃO DA LEI 2320, DE 20/12/1961, INSTITUÍDA PELO 
MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE, PORQUE SEU FATO GERADOR É O 
MESMO DA TRANSMISSÃO IMOBILIÁRIA.” O STF entendeu que o 
município utilizou a mesma base cálculo, sendo a taxa, o próprio 
imposto de transmissão majorado em 50%. 
Por afronta ao artigo 77 do CTN, que estipula que a taxa não 
pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que 
correspondam a imposto, o STF editou a Súmula 595: “É 
INCONSTITUCIONAL A TAXA MUNICIPAL DE CONSERVAÇÃO DE 
ESTRADAS DE RODAGEM CUJA BASE DE CÁLCULO SEJA IDÊNTICA 
À DO IMPOSTO TERRITORIAL RURAL.” Em um dos julgados, que 
serviu de base para esta súmula, foi verificado que a taxa seria cobrada 
do proprietário rural, tendo como base de cálculo, o hectare de área do 
imóvel favorecido. O custo a ser dividido, foi outro fato que foi levado 
em conta nas decisões. O município deixou de considerar esse fato nos 
critérios de criação da taxa, com isso, ela deixou de se revestir da ideia 
de contraprestação do serviço público. 
Com o advento da súmula vinculante e jurisprudência pacífica, 
o STF editou a Súmula Vinculante 29: “É CONSTITUCIONAL A 
ADOÇÃO, NO CÁLCULO DO VALOR DE TAXA, DE UM OU MAIS 
ELEMENTOS DA BASE DE CÁLCULO PRÓPRIA DE DETERMINADO 
IMPOSTO, DESDE QUE NÃO HAJA INTEGRAL IDENTIDADE ENTRE 
UMA BASE E OUTRA.” Data de Aprovação: Sessão Plenária de 
03/02/2010 Pode haver taxa com elementos idênticos a de imposto, 
porém não poderão todos os elementos que compõem a taxa, serem 
idênticas a de um imposto. 
 
Direito Tributário – Teoria e Exercícios 
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EIS A QUESTÃO! 
15) (Auditor Natal/2001 – ESAF) Em matéria de competência para a 
instituição de impostos, é correto afirmar-se que: 
a) os Municípios dos Territórios Federais são competentes para instituir 
seus próprios impostos, tal como nos Estados. 
b) nos Territórios Federais compete aos Estados dos quais foram 
desmembrados a instituição dos impostos estaduais. 
c) compete aos Territórios Federais a instituição de seus impostos, tanto 
estaduais quanto municipais. 
d) os Estados podem instituir impostos extraordinários e temporários, 
com arrecadação vinculada a fins específicos. 
e) os Municípios podem instituir novos impostos, além daqueles 
expressamente previstos na Constituição Federal 
Solução: 
A letra “a” está certa. Somente se os Territórios não forem 
divididos em municípios é que a União será competente para instituir 
todos os impostos. Base legal: CTN Art. 18. Compete: I - à União, 
instituir, nos Territórios Federais, os impostos atribuídos aos Estados e, 
se aqueles não forem divididos em Municípios, cumulativamente, os 
atribuídos a estes; 
A letra “b” está errada. A instituição de impostos de 
competência dos estados nos Territórios compete à União. Base legal: a 
mesma da letra “a” 
A letra “c” está errada. Compete à União. Base legal: CTN art. 
18 
A letra “d” está errada. Somente a União pode instituir 
impostos de competência extraordinária. Base legal: CF art. 154. A 
União poderá instituir: II - na iminência ou no caso de

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