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Laerte Massirer Final-1

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1 
 
MÚSICA NA IGREJA: CONTRIBUIÇÕES PARA 
APROXIMAR JOVENS E COMUNIDADE 
 
 
Cheila Cristina Müller Goergen
 1
 
Laerte Massirer
2
 
 
 
Resumo: 
 
 
O presente artigo originou-se de angústias vividas em relação a música e seus estilos 
utilizados na igreja. A pesquisa é de cunho qualitativo e aprofundou-se com um estudo de 
caso, o qual foi realizado na Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil, 
especificamente na Comunidade Doutor Martinho Lutero de Horizontina/RS. Objetivou-se 
com este trabalho, resgatar o percurso vivido na comunidade e suas aflições com o uso da 
música dentro de cultos nos últimos tempos. Pretendeu-se mostrar também a importância de 
se ter um trabalho com jovens dentro da igreja, pois eles são o futuro da sociedade e podem 
causar mudanças no meio em que vivem, desde que sejam cidadãos conscientes de seus atos e 
que tenham um bom caráter. Assim, trabalhar com música em templos religiosos e aproximar 
os jovens através dela são de extrema importância para o seu desenvolvimento, pois promove 
diversos valores humanos unindo música e igreja. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Música. Igreja. Composição. 
 
 
1INTRODUÇÃO 
 
 
Ao entender a música não apenas como objeto de mera satisfação auditiva pessoal, 
conforme Souza (2009, p. 9-10) “a maioria dos jovens necessita da música não apenas como 
fundo musical, mas como elemento do cotidiano vivido, do qual ela não pode ser separada”. 
Com isso, conseguimos compreender que a música, possui um valor na vida não apenas dos 
jovens, mas das pessoas em geral, muito além de uma simples melodia para ser ouvida 
enquanto se caminha pela rua. A música acaba tornando-se objeto muito significativo através 
das diferentes interações sociais que a mesma possibilita. 
 
Pensando a partir desse ponto de vista compreende-se um pouco os motivos pelos 
quais os jovens estão a cada dia menos envolvidos com suas comunidades de fé cristã. Em 
determinadas comunidades religiosas, como no caso da comunidade evangélica Doutor 
Martinho Lutero de Horizontina, a visão que se tem de música na igreja, pouco difere da 
época do canto gregoriano no período da idade média. Sendo assim o pensamento ainda é o de 
que a música deve estar em boa parte a serviço dos ofícios religiosos, deixando de lado o 
brilho e a beleza que podem estar por detrás de melodia e arranjos que ao encantarem os 
ouvidos dos fiéis acabam por cativar cada vez mais membros em suas comunidades. 
 
 
1
 Mestre em Educação. Orientadora do Artigo Científico pelo Censupeg. E-mail: cheilagoergen@hotmail.com 
2
 Licenciatura em Música. E-mail: laertemassirer@gmail.com 
 
mailto:cheilagoergen@hotmail.com
mailto:laertemassirer@gmail.com
2 
 
Pensando-se por esse viés, objetivo nesta pesquisa propor uma discussão a respeito 
dos significados que a música adquire atualmente na vida desses jovens, e como a renovação 
do repertório dos cultos e celebrações poderia influenciar em uma maior demanda de jovens 
nos mesmos. Também entra em discussão qual o significado que as composições musicais do 
grupo adquirem no contexto da integração dos jovens no seio de sua comunidade, bem como 
a forma pela qual se deu o processo de composição das canções. 
 
 A pesquisa é de cunho qualitativo, baseando-se em autores que tratam do assunto e já 
pesquisaram muito a respeito. Uma ferramenta utilizada foi o estudo de caso, no qual buscou-
se um aprofundamento sobre o assunto música na igreja, e pode-se analisar a experiência 
vivida na Comunidade Evangélica Doutor Martinho Lutero de Horizontina/RS. Esta 
comunidade religiosa esta ligada a Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil, mais 
conhecida como IECLB. 
 
 
2 O TRABALHO COM MÚSICA NA IGREJA 
 
 
A música em minha vida sempre esteve diretamente ligada a religião, principalmente à 
Comunidade Evangélica de Confissão Luterana no Brasil denominada Doutor Martinho 
Luthero. Localizada no município de Horizontina no Rio Grande do Sul, provém de uma forte 
tradição musical ligada às tradições alemãs. 
 
Conforme Martinoff (2010) “as igrejas protestantes, em função da valorização da 
música em seus cultos, enfatizam a educação musical, ainda que informalmente”. Essa 
valorização se torna visível também na comunidade de Horizontina, onde, ao longo dos anos, 
diversos músicos passaram pela equipe que preparava os hinos a serem cantados nas 
celebrações. Os primeiros de que tenho recordação, foram: um grupo de três violinistas idosos 
que participavam rigorosamente em todas as celebrações. Com o passar dos anos esses 
violinistas foram entrando em uma idade mais avançada, com dois deles vindo a falecer, e 
deixando assim essa responsabilidade nas mãos de pessoas mais jovens. Durante algum tempo 
o acompanhamento musical ficou sob responsabilidade de antigos pastores e os filhos dos 
pastores. 
 
Anos mais tarde, surgiram as aulas de violão, onde obtive meu aprendizado musical 
em violão através das aulas ministradas por um professor contratado durante cinco anos. 
Nesse mesmo período, passei a integrar o grupo de músicos responsáveis pelos cultos 
celebrados, durante dez anos. Durante todos esses anos em que o professor esteve à frente do 
grupo, o mesmo sempre se manteve com uma quantidade razoável de músicos acompanhando 
os cultos, mantendo uma média de quatro a cinco músicos por celebração, de forma alternada. 
No entanto no ano de 2008, ano em que ingressei no curso de música, o professor se desligou 
das atividades e a comunidade passou por um período de baixa participação no grupo de 
música, cabendo após cerca de cinco anos consecutivos a tarefa do acompanhamento das 
músicas a apenas dois músicos. 
 
No ano de 2013, voltei para a minha cidade com a proposta de coordenar o trabalho 
com música, junto à comunidade na qual me ofereceu o início de todo meu conhecimento 
musical. Quando voltei a tocar nos cultos percebi dois fatores que me deixaram um tanto 
quanto apreensivo. O primeiro fator a ser percebido se deu, com relação a baixíssima 
frequência de jovens nos cultos, algo que já era percebido também nos anos anteriores. E o 
3 
 
segundo fator, ao qual eu atribuo certa influência com relação ao primeiro, foi a falta de uma 
variedade musical para o público jovem dentro da comunidade Dr. Martinho Lutero. Após 
vários anos percebi que o repertório continuava antigo e sem uma renovação significativa, 
sendo que o terceiro fator foi justamente a baixa quantidade de pessoas envolvidas com a 
música dos cultos em nossa comunidade 
 
Após algumas conversas com os pastores a respeito de qual a melhor maneira de 
implementarmos uma nova roupagem ao repertório musical cantado em nossa comunidade, 
percebi uma certa resistência por parte dos mesmos com relação a introdução de músicas do 
chamado estilo Gospel. Em princípio, pensei estar em uma situação na qual não houvesse 
muito a se fazer. Será que estaríamos condenados a tocarmos as mesmas músicas pelos 
próximos longos anos, e com a participação cada vez menor do público jovem em nossa 
comunidade? 
 
Foi então que em um sábado do mês de Maio de 2013, durante um ensaio para o culto 
daquele final de semana, após uma conversa com os demais músicos, surge uma ideia no 
grupo: “vamos fazer a nossa própria música”. Essa foi sem dúvida uma ótima ideia, pois 
assim não precisaríamos recorrer a músicas do universo gospel, tampouco de outras 
confissões religiosas, e, sendo as composições de autoria do grupo de acompanhamento dos 
cultos, essa seria uma ótima oportunidade dos jovens mostrarem a sua contribuição em favor 
da comunidade. 
 
Foi decidido nesse encontro que as músicas seriam compostas por jovens, e para 
jovens. Com o intuito de renovar o repertório e despertar o interesse da juventude nos cultos 
da comunidade. A maneira encontrada para isso, foi unindo o grupo de músicos aos encontros 
da JEMALU (Juventude EvangélicaMartinho Luthero), grupo de jovens que se reúne 
semanalmente em frente à igreja para a discussão de temas relacionados a juventude na 
confessionalidade cristã luterana, e que dispõe de momentos de lazer e atividades voltadas ao 
público jovem. 
 
 
2.1 O PROCESSO COMPOSICIONAL 
 
 
No sábado a partir das 14 horas, o grupo de músicos responsáveis pelo culto daquele 
final de semana (no total três pessoas) reuniu-se na igreja para o ensaio das músicas para o 
culto do domingo à noite. Após o término do ensaio, o grupo se dirigiu para uma sala de aula 
do colégio ao lado onde aconteciam semanalmente os encontros da JEMALU. Quando o 
grupo chegou, todos os jovens já estavam reunidos a nossa espera, e a espera do pastor para 
que pudesse ser iniciado o encontro. Após as palavras iniciais o pastor leu uma mensagem que 
falava sobre o amor ao próximo e as dificuldades que as pessoas enfrentam pela falta de amor 
em suas vidas, e terminou dizendo que deveríamos simplesmente confiar em Deus e entregar 
tudo em suas mãos, que tudo o mais se resolveria da melhor maneira possível. 
 
Após a mensagem do pastor, o mesmo fez menção da presença dos músicos no 
encontro. Então pedimos a palavra e expusemos a nossa ideia sobre as composições. Em um 
primeiro momento os jovens sentiram-se um tanto envergonhados em participarem de uma 
composição, pois pensavam que era preciso muita habilidade e experiência para começar a 
compor. Nesse momento, expliquei que era necessário apenas uma fonte de inspiração e um 
pouco de criatividade para que a atividade acontecesse com sucesso. Nesse sentido Beineke 
4 
 
(2007, p.4) expõe a ideia de que “é assumido que todas as crianças têm um potencial criativo 
a ser desenvolvido e que a composição musical no contexto da sala de aula pode auxiliar neste 
desenvolvimento”. 
 
Não somente a sala de aula pode ser um ambiente de desenvolvimento da capacidade 
criativa para a composição, mas também um simples encontro entre jovens que tenha uma 
atividade em que ocorra uma proposta de composição musical, pode sim servir de ponto de 
partida para o desenvolvimento do poder criativo composicional. Segundo Baineke 
 
 
A forma como isso acontece depende, em grande parte, da maneira que o potencial e 
desenvolvimento criativo são compreendidos por alunos e professores, o que pode 
determinar como as atividades com a composição musical são orientadas em sala de 
aula, como os trabalhos são conduzidos e avaliados, de que forma os alunos se 
relacionam com a atividade de composição e como compreendem suas composições. 
(BEINEKE, 2007, p. 4) 
 
 
Assim como em sala de aula, a atividade de composição teve orientação de minha 
parte e auxilio dos outros músicos do grupo. Inicialmente sugeri que escrevessem uma letra 
baseada no tema discutido pelo pastor durante o encontro. Então várias ideias a respeito do 
amor começaram a surgir com relação a letra da música. Também questões como: se a mesma 
deveria ser feita com palavras do próprio texto bíblico ou se poderia apenas pegar a 
mensagem central do texto como inspiração; se as frases deveriam ser rimadas ou poderiam 
ser escritas em prosa. Também levantou-se a questão quanto ao uso de palavras repetidas. E 
após alguns minutos de divergências e discussões decidiu-se por pegar as frases que cada um 
gostaria de acrescentar na música e escrevê-las num papel. 
 
Após ser tomada nota das ideias iniciais, algumas frases ganharam força dentro do 
grupo, e outras foram perdendo seu sentido, e, aos poucos a música foi se desenvolvendo em 
duas partes: com frases rimadas entre si, e com a ultima frase de cada parte iguais. 
 
Enquanto o grupo discutia quais as frases que iriam compor a letra da música, o outro 
grupo participante da atividade, no caso o grupo dos músicos, ia inventando melodia com 
possíveis frases que eram ditas no meio da discussão. Enquanto uns tocavam violão, outros 
buscavam nas notas que compunham a harmonia tocada no instrumento, elementos possíveis 
de serem encaixados nas palavras. Um dos músicos, que estava com um violão, elaborou uma 
pequena sequência de acordes e deu a ideia de que usássemos essa sequência em toda a 
música. 
 
Coincidentemente no momento em os músicos discutiam as ideias a respeito da 
harmonia, o outro grupo deu fim a letra. As palavras então foram repassadas ao grupo de 
músicos e, sob a harmonia recentemente acordada buscou-se o encaixe das frases. No entanto 
a segunda parte da letra composta não fechava com a melodia composta para a primeira parte, 
o que ocasionou sérios problemas de prosódia. A solução encontrada foi modificar a melodia 
para que as palavras acomodassem-se adequadamente na harmonia original, obtendo assim 
uma música de curta duração, com duas estrofes, de letra e melodias distintas, mas com a base 
harmônica iguais. O que acabou gerando a possibilidade de trabalha-la em forma de cânone. 
 
Segue abaixo, a música que criamos no encontro da JEMALU. A mesma foi tocada e 
apresentada pela primeira vez no culto de ações de graças no mês de junho. 
5 
 
 
 
 
2.2 REPERCUSSÕES NA COMUNIDADE 
 
O trabalho com as composições musicais não foi em vão, muitos frutos surgiram 
oriundos deste trabalho. Ao final foram oito encontros dos quais surgiram quatro 
composições. Ao termino dos encontros as músicas foram apresentadas em cultos da 
comunidade. A cada culto, uma nova música era apresentada a comunidade. Foi decidido que 
as músicas seriam apresentadas aos poucos em diversas oportunidades, para que a 
comunidade percebesse a continuidade na produção das canções. As músicas foram entregues 
aos pastores e eles então decidiram qual seria o momento mais apropriado da liturgia para 
inclui-los. 
 
As canções inicialmente desconhecidas por parte dos membros, fazia com que os 
mesmos não as soubessem cantar. No entanto, antes mesmo dos hinos serem cantados, era 
feito um adendo por parte dos músicos, dizendo que a próxima música fazia parte de um ciclo 
de composições musicais preparadas pelo grupo de jovens e pelo grupo de música da 
comunidade, com o intuito de renovar o repertório musical praticado nas celebrações 
6 
 
religiosas da comunidade. E que as mesmas foram compostas seguindo a temática dos textos 
bíblicos trabalhados pelo pastor com o grupo de jovens semanalmente. 
 
Uma das músicas compostas pelo grupo, cuja partitura está na ilustração acima, 
também foi utilizada como parte do repertório do coral VOZES DE LUTERO, grupo também 
ligado a comunidade, onde pôde-se trabalha-la em forma de cânone, conforme uma das 
opções proporcionadas pela composição como forma de executá-la. Dessa forma o trabalho 
com as composições musicais mostrou-se eficiente e gratificante no tocante as experiências 
com a renovação do repertório e no envolvimento de jovens membros da comunidade cristã. 
 
Outra contribuição para a comunidade Doutor Martinho Lutero foi a criação de 
momento semanal de ensaios, onde os músicos da comunidade reúnem-se para ensaios do 
repertório dos cultos e também o aprendizado de um novo repertório com o intuito de ser 
utilizado nas celebrações dos cultos. Juntamente com os ensaios são feitas as escalas dos 
músicos responsáveis por cada celebração. 
 
 
2.3 CONTRIBUIÇÕES DA MÚSICA PARA AS CRIANÇAS E JOVENS 
 
 
A música como arte, pode ser considerada uma das mais belas formas de expressão 
humana. Mas no momento em que passamos a considera-la como um elemento de 
transformação direta em determinadas situações do cotidiano, a mesma pode ser considerada 
como responsável pela transformação também de indivíduos e da própria sociedade e m que 
vivemos. Desta forma a composição musical, que é apenas um entre vários elementos 
relevantes em relação a música como uma forma de expressão artística. Conforme os 
Parâmetros Curriculares de Arte para a Educação de Jovens e Adultos (Brasil, 2015), os 
objetivos são buscar fazer com que os jovenssejam capazes de compreender e utilizar a arte 
como linguagem, mantendo uma atitude de busca pessoal e/ou coletiva, articulando a 
percepção, a imaginação, a emoção, a investigação, a sensibilidade e a reflexão ao realizar e 
fruir produções artísticas. 
 
A atividade de composição musical com os jovens, teve sim o propósito de contribuir 
com a renovação do repertório musical, no entanto, muito mais do que isso, acabou 
proporcionando aos mesmos uma vasta gama de experiências com relação a linguagem 
artística através da música, com relação a busca pessoal pelo meio da criatividade em prol do 
objetivo final, no caso deste objeto de estudo, a composição musical. Também fez fruir 
questionamentos a respeito do ato de compor, e também com relação a vida cristã e aos 
preceitos bíblicos implícitos nas composições. 
 
Assim como Amato (2015, p.2) nos apresenta a atividade de canto coral em forma de 
oficina, como uma ferramenta de inclusão social de jovens, podemos dizer também que as 
atividades com as composições musicais, de certa forma, contribuíram para que esse processo 
ocorresse também em torno desse grupo de jovens. Pois no momento em que a atividade 
propiciou ao grupo um ambiente saudável, de convivência sadia e respeitosa, com um grande 
espirito cooperativo e criativo, conseguiu-se mantê-los afastados do convívio com os fatores 
de risco da sociedade, e muito mais próxima dos valores cristãos, discutidos nos textos 
bíblicos que foram usados como suporte para as composições do projeto. 
 
 
7 
 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
 Poder relatar através deste artigo minha experiência e vivencia pessoal foi muito 
gratificante. Como já relatado, fiz parte deste processo de mudanças no que diz respeito a 
inovações no repertório musical e envolvimento dos jovens na igreja. Ver, acompanhar, 
envolver e ensinar os jovens, foi algo encantador, pois pude levar toda a teoria aprendida no 
curso de Licenciatura em Música e fazer com que esses jovens não participassem apenas do 
grupo de jovens e sim se envolvessem ativamente também nas celebrações da igreja. 
 
Creio que desta forma, estamos afastando nossos jovens da criminalidade, das más 
influencias e acima de tudo formando neles um caráter melhor. Precisamos hoje urgentemente 
de cidadãos atuantes na sociedade, mas isso não será alcançado enquanto não ocorrer 
mudanças nas famílias, escolas e nas igrejas. Estes três segmentos citados, precisam se unir e 
trabalharem juntas em prol de um futuro diferente para as novas gerações, as quais estão 
extremamente viciadas nos meios eletrônicos e perdem a cada dia o amor ao próximo. 
 
Trabalhar com música e trabalhar com a alma é mexer com sentimentos. E o resultado 
torna-se extremamente gratificante quando esses sentimentos tornam-se aliados do 
conhecimento e da criatividade para produzirem brilhantes frutos, e ainda mais, quando esse 
vem a serviço de toda uma comunidade, mesmo que de forma singela e discreta como no caso 
das músicas composta pelos jovens. 
 
O trabalho de composição musical realizado com o grupo de jovens da JEMALU, foi 
sem sombra de duvidas uma experiência na qual muitos valores e conhecimentos puderam ser 
trabalhados, bem como, do qual muitos outros frutos surgiram e ainda poderão surgir. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
AMATO, Rita de Cássia Fucci. Música e políticas socioculturais: a contribuição do canto 
coral para a inclusão social. Opus, Goiânia, v. 15, n. 1, p. 91-109, jun. 2009. Disponível em: 
http://www.anppom.com.br/opus/data/issues/archive/15.1/files/OPUS_15_1_Amato.pdf. 
Acesso em: 15 jun. 2015. 
 
BEINEKE, V. A atividade de composição musical na educação musical escolar: projeto 
de pesquisa. Trabalho apresentado no XVI Encontro Anual da ABEM e Congresso Regional 
da ISME na América Latina – 200. 
 
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais do EJA. Disponível em: 
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/eja_arte.pdf . Acesso em: 15 mai. 2015. 
 
MARTINOFF, Eliane Hilario da Silva. A música evangélica na atualidade: algumas 
reflexões sobre a relação entre religião, mídia e sociedade. Revista da ABEM, Porto 
Alegre, V. 23, 67-74, mar. 2010. 
 
 
 
http://www.anppom.com.br/opus/data/issues/archive/15.1/files/OPUS_15_1_Amato.pdf
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/eja_arte.pdf
8 
 
SOUZA, J. Aprender e ensinar música no cotidiano: pesquisas e reflexões. 2ª Ed. Porto 
Alegre: Sulina, 2009.

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