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dermatologia - clinica de pequenos

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Dermatologia 
1-) Semiologia da pele 
a.) Identificação 
• Raça: Algumas raças são mais predispostas a certas dermatopatias 
- Pitt Bull, Bull terrier, Bulldog inglês e francês possuem muita sarna 
demodécica pela genética 
- Gatos persas possuem Dermatofitose 
• Idade: 
- Jovens, menos de um ano de idade, ou será sarna demodécica, dermatofitose 
ou micose 
- Adultos, infecções ou síndromes metabólicas, alergia, seborreia, foliculite 
bacteriana 
- Idosos, podem ter os outros acima e distúrbios endócrinos, neoplasias, 
autoimune 
b.) Anamnese 
• Antecedentes: De onde veio? 
- Agudo(até 3 meses), Crônico(após 3 meses) 
• Inicio do quadro 
• Sintomas: Lesões dermatológicas, prurido 
• Avaliação de outros órgãos: Avaliação para doenças endócrinas, cardíacas 
• Contactantes: Humanos, outros animais, espécies 
• Terapia em utilização e resultados: Melhora após terapia com corticoide? 
• Ambiente e manejo: Banho? Ouvidos limpos? Como faz a limpeza do 
ambiente? 
• Cidades frequentadas: Leishmaniose 
c.) Exame físico 
× Inspeção direta: 
- Fazer o exame em Iluminação branca ou natural, mas a natural sem o sol 
batendo, isso dará alteração na avaliação 
• Pelagem: Identificar o que é normal e o que é patologia 
- Fase telógena, fase de crescimento do pelo 
- Fase anágena, pelos param de crescer e começam a cair 
- Perguntar se tem alopecia ou rarefação pilosa(áreas desprovidas de pelo) 
OBS: Pinscher, Chihuahua, Teckel e gatos possuem rarefação pilosa em 
região cefálica, não é patológico, é alopecia do padrão racial 
• Cor da pele: 
- Alterações de coloração: Ictérica(leptospirose, anemia hemolítica 
imunomediada, hepatopatias), cianótica(falta de oxigenação, afecção 
cardiorrespiratória), hiperêmica(pode ser de origem dermatológica ou não), 
pálida ou hipocoradas(anemia, hemorragia aguda, politraumas) 
• Lesões dermatológicas – Classificação: 
× Distribuição: 
- Localizada: Em uma região anatômica, quando o animal possui 5 a 10% da 
pele acometida, até 6 lesões 
- Disseminada: Em algumas regiões anatômicas, quando animal possui 30% da 
pele acometida 
- Generalizada: Quando o animal possui mais de 50% da pele acometida 
× Topografia: 
- Simétrico: No HAC as lesões são simétricas e bilaterais 
- Assimétrico: 
× Configuração e dimensão: 
- Circular: Característico de sarna demodécica, dermatofitose, 
piodermites(foliculite bacteriana), seborreia, lesões planas 
- Numular: Em forma de moeda, possui relevo, geralmente são por processos 
inflamatórios de origem infecciosa 
- Arciforme: Em forma de arco, são típicas de farmacodermia(reações 
inesperadas a fármacos), linfomas 
- Iridiforme: Uma lesão circular dentro da outra, fica com o formato da íris 
- Geográfica: Possui bordas irregulares, formato de mapa, bicho geográfico em 
humanos 
- Serpiginosa: Formato de cobra, 
- Linear: Granuloma eosinofílico felino 
- Gotada: Em formato de gota, Dermatofilose em equinos 
 
× Profundidade: 
- Superficial: 
- Profunda: Acomete toda a epiderme do animal, causa ulceração, erosão da 
pele 
× Morfologia – Alterações agrupadas: 
- Agrupada por semelhança 
I- Alteração de cor: 
• Eritema: 
- Coloração avermelhada da pele decorrente de vasodilatação, a pele volta ao 
normal após o teste de digitopressão 
- É decorrente de um processo inflamatório, dermatopatias inflamatórias 
associados à quadros pruriginosos 
 
• Púrpura: 
- Coloração avermelhada da pele decorrente de extravasamento de hemácias 
para a derma e interstício, a coloração não cede a digitopressão 
- É decorrente de ruptura por trauma ou coagulopatias, não é dermatopatias 
∆ Para saber: 
- Púrpura linear: Vibices 
- Púrpura geográfica: Equimose 
- Purpura da mucosa: Sufusão 
- Púrpura pontiforme: Petéquias 
 
• Telangectasia: 
- Evidenciação dos vasos cutâneos através da pele, decorrente do 
adelgaçamento da mesma 
- Decorrente de atrofia cutânea, comum em HAC e cicatrização atrófica 
 
• Hipopigmentação ou Hipocromia: 
- Diminuição do pigmento melânico, morte do pigmento melânico 
• Acromia: 
- Ausência de pigmento melânico, também conhecido como leucodermia 
- Decorrente de perda de pigmento por lesão dos melanócitos ou imunidade 
contra os melanócitos como nas dermatopatias imunes e vitiligo(comum em 
animais de pele escura em cães, em gatos o siamês) 
 
• Hiperpigmentação ou hipercromia: 
- Aumento de pimento de qualquer natureza na pele 
- Quando decorrente do aumento de melanina o correto é falar, melanodermia, 
que pode se apresentar com diferentes tonalidades de castanho, como o claro, 
escuro, azulado-acastanhado e o preto 
- Hemossiderina, pigmentos biliares, caronetos, tatuagem 
- Decorrente de dermatopatias crônica, se possuir lignificação também é indicio 
de cronicidade 
II- Formações sólidas: 
• Pápula: 
- Lesão solida circunscrita elevada que pode medir até 1cm de diâmetro 
- Foliculite bacteriana 
• Placa: 
- Área elevada da pele com mais de 2cm de diâmetro, geralmente pelo 
crescimento das pápulas 
• Nódulos ou tubérculos: 
- Lesão solida circunscrita, saliente ou não, de 1 a 3 cm de diâmetro 
• Tumor ou nodosidades: 
- Lesão solida circunscrita, saliente ou não, com mais de 3cm de diâmetro 
- Nem todo tumor é um câncer, mas todo câncer é um tumor! 
- As lesões sólidas resultam de processo inflamatórios, infecciosos ou 
neoplásicos, atingindo isoladamente ou conjuntamente a epiderme, derme e 
hipoderme 
• Goma: 
- Nódulo que sofre depressão ou ulceração na região central e elimina material 
necrótico 
→ Se tiver uma lesão em goma vocês suspeitará de: 
 
 
• Vegetação: 
- Lesão solida, exofítica(que cresce se distanciando da superfície da pele), 
avermelhada, e brilhante, que pode ocorrer pelo aumento da camada 
espinhosa 
- Lesão em aspecto de couve-flor, porém, molhado, brilhante, macio, TVT 
- Neoplasia 
 
 
• Verrucosidade: 
- Lesão solida, exofítica, acinzentada, áspera, dura e inelástica, ocorre pelo 
aumento da camada córnea 
- Possuem aspecto de couve-flor também, porém, seco, áspero e firme 
- Papilomatose e sarcóide equino, pododermatite plasmocitária felina 
- Neoplasia 
 
III- Coleções liquidas 
• Vesículas: Superficial 
- Elevação circunscrita de até 1 cm de diâmetro contento liquido claro(seroso), 
avermelhado(hemorrágico) e turvo(purulento) 
• Bolha: Superficial 
- Elevação circunscrita maior que 1cm de diâmetro contento liquido claro 
• Pústula: Superficial 
- Elevação circunscrita de até 1cm de diâmetro, contento pus 
- É uma vesícula ou uma bolha cheia de pus 
- Pústulas circundadas por eritema 
- Infecção de pele ou doença autoimune, farmacodermia 
 
→ Ocorre por destruição das pontes intercelulares(desmossosmos), ou por 
injuria química ou física(queimaduras), toxina bacteriana, ataque imunológico 
• Abscessos: Profundo 
- Formação circunscrita de tamanho variável, encapsulado, proeminente ou 
não, contento liquido purulento na pele ou tecidos subjacentes 
- Infecção por perfuração ou via hematógena 
- Há calor, dor e flutuação 
• Flegmão: Profundo 
- Aumento de volume de consistência flutuante, não encapsulado, de tamanho 
variável, proeminente ou não, contendo liquido purulento na pele ou tecidos 
adjacentes 
- Infecção por perfuração ou via hematógena 
• Hematoma: 
- Formação circunscrita de tamanho variável, proeminente ou não, decorrente 
de derramamento sanguíneo na pele ou tecidos adjacentes 
- Decorrente de traumas 
IV- Alterações de espessura 
• Hiperqueratose ou queratose: 
- Espessamento da pele decorrente do aumento da camada córnea 
- Pele áspera, inelástica, dura, coloração acinzentada 
- Em mucosa chama-se leucoplasia 
- Decorrente de processo inflamatório crônico ou traumas 
repetidos(calosidades) 
- Hiperqueratose nas patas e nariz podem indicar Cinomose 
- Pode ser também por falta de zinco, ômega 
- Há casosde hiperqueratose sem Hiperpigmentação como nos casos de 
escabiose 
• Lignificação: 
- Espessamento da pele decorrente do aumento da camada malpighiana 
- Com acentuação dos sucos cutâneos, dando a pele um aspecto quadriculado 
ou em favos de mel ou aspecto de madeira 
- O aumento de queratina faz hiperplasia do tecido por aumento de células 
inflamatórias e de defesa, como quando os animais coçam muito o local 
- Decorrente de processo inflamatório crônico ou traumas 
repetidos(calosidades) 
 
• Edema: 
- Aumento de espessura, depressível(godet +), sem alterações de coloração 
decorrente de extravasamento do plasma para a derme e/ou hipoderme 
- Decorrente de quaisquer processos que levem à alterações das forças de 
Starling(aumento da PH, diminuição da PO....) 
• Cicatriz: 
- Lesão de aspecto variável, saliente ou deprimida, móvel, retrátil ou aderente 
- Não apresenta estruturas foliculares, nem sulcos cutâneos, decorrente da 
reparação de processo destrutivo da pele. Associada a atrofia, fibrose ou 
discromia 
V- Perdas teciduais 
• Escamas: 
- Placas de células da camada córnea que se desprendem da superfície 
cutânea por alteração da queratinização 
- Classificadas como farinácea, furfurácea, micácea 
- Decorrente por queratinização precoce ou aumento da epidermiopoiese, por 
fatores genéticos, processos inflamatórios ou metabólicos(seborreia) 
• Erosão ou exulceração: 
- Perda superficial de epiderme ou de suas camadas 
- É uma ulcera superficial 
- Perda traumática de tecido, quando crônicas considerar neoplasias, agentes 
bacterianos e fúngicos 
• Ulceração: 
- Perda circunscrita da epiderme e derme, podendo atingir hipoderme e tecidos 
adjacentes 
- Perda traumática de tecido, quando crônicas considerar neoplasias, agentes 
bacterianos e fúngicos 
 
• Crosta: 
- Concreção amarelo claro(crosta melicérica), esverdeada ou vermelha 
escura(crosta hemorrágica), que se forma em área de perda tecidual, 
decorrente do dessecamento da serosidade, pus, sangue e restos teciduais 
 
 
• Fístula: 
- Canal com pertuito na pele que drena foco de supuração ou necrose e elimina 
material purulento ou sanguinolento 
- Presença de foco infeccioso ou corpo estranho em tecidos adjacentes 
2-) Sarna demodécica – Demodiciose – Dermopatia parasitária 
a.) Agente etiológico: 
- Demodex canis, Demodex cornei, causam a sarna demodécica descrita 
- Demodex injai(causa otite e seborreia), Demodex siones(descrito um caso no 
japão, causando otite) 
- Em gatos tem o Demodex felis, mas não é muito descrito na literatura 
- Ácaro encontrados nos folículos e glândulas sebáceas da maioria dos cães, 
onde este se alimenta de sebo e conteúdo das células epiteliais do folículo 
piloso 
- São ácaros pequenos de aspecto vermiforme encontrados na microbiota dos 
animais, é um dogma(aceitação), acreditamos nisso mas não podemos provar 
- O demodex não possui anus, então estes morrem por acúmulos de 
metabolitos, então dá muita ração imunológica, muita inflamação, pelas fezes 
que ficam retidas no ácaro 
 
b.) Transmissão 
- O animal adquire a infecção pois teve uma disbiose, alguma coisa 
desequilibrou a microbiota deste 
- Algum defeito imunológico de linfócitos, um defeito de imunidade 
- Transmissão vertical, a mãe possui e quando o filhote vai mamar e 
transmitido para este. Após uma queda de imunidade o Demodex começa a se 
multiplicar apresentando os sinais clínicos 
c.) Predisposição 
• Idade: 
- 70% dos animais tem menos de 1 ano de idade 
- 90% até 3 anos de idade 
- Animais jovens, até 3 anos de idade, sarna demodécica por defeito 
imunológico herdado dos pais 
- Animais adultos, doença adquirida por meio de outras doenças como HAC, 
hipotireoidismo, leishmaniose, câncer, diabetes, insuficiência renal e hepática 
• Raças: 
- Doberman, Dalmata, Pinscher, Terrier brasileiro, Boxer, Bulldogue inglês, 
Dachshund, Pitt bull, Bull terrier, Shar pei, Dog Alemão, Yorkshire, Pastor 
alemão, Rottweiler, Cocker spaniel, Collie, Shi tzu 
∆ Importante: 
- Sheepdog, Collie, Pastor de Shepherd, Border collie, Pastores australianos, 
Whippet, Pastor suíço 
- Não podem receber Ivermectina, Doramectina nas doses indicadas para tratar 
sarna demodécica, os vermífugos podem ser utilizados pois a dose é baixa 
- Estas raças possuem um defeito em um gene que codifica a proteína P que 
se liga as moléculas de ivermectina e limitam seu acesso pela barreira 
hematoencefálica 
d.) Classificação da sarna 
I- Distribuição 
• Localizada: 
- Até 6 lesões, de 5 a 10% do corpo do animal é acometido 
- Blefarite(olhos), pododermatite, otite 
• Generalizada: 
- Mais de 50% da pele acometida 
II- Surgimento: 
• Juvenil: Até 3 anos de idade, origem genética 
• Adulto: Mais de 3 anos de idade 
- Estes animais possuem alguma coisa que está imunossuprimindo-o, doenças 
graves ou debilitantes 
- Leishmaniose, toxoplasmose, HAC, diabetes, câncer 
e.) Sinais clínicos e sintomas 
- Diziam antigamente sarna negra, pois tudo que é crônico acaba ficando 
escuro(Hiperpigmentação) 
- Lesões redondas e alopécicas 
- A sarna demodécica não tem prurido, somente se houver infecção bacteriana 
secundária, porem a grande maioria dos animais se coçam(78% dos pacientes, 
77% tem piodermites associadas) 
 
f.) Diagnóstico 
- Não permite diagnóstico terapêutico 
- Raspado de pele com 100% de êxito 
- Para cães adultos ou idosos, pedir hemograma, função renal e hepática, 
triglicérides, colesterol, glicemia, frutosamina, urina, raio X do tórax e US do 
abdômen, para buscar a doença primária que debilitou o sistema imunológico 
do animal 
∆ Atenção: 
- Shar pei, possui muita mucina na pele(substância do subcutâneo), se fizer o 
raspado e pele parece que tem uma “gosma”, então se nessas raças derem 
positivo então tem sarna demodécica, se der negativo necessário realizar a 
biópsia 
- Pododermatite crônica ou uma piodermites crônica, nas patas pode começar 
a fibrosar e não achar o Demodex 
g.) Tratamento 
- NÃO administrar corticoide, mesmo com prurido intenso, isso só irá debilitar 
ainda mais o sistema imunológico do animal agravando o quadro 
- Antigamente a grande maioria dos animais morriam se adquirissem essa 
afecção, ou eram eutanasiados por não conseguirem tratar 
- Bravecto e Simparic 
- Ivermectina para aqueles tratamentos de cães de ONG 
h.) Prognóstico 
- Se no raspado de pele durante o tratamento ainda for encontrados muitos 
ovos, isso significa que o demodex continua se multiplicando então pode ser 
necessário mudar o tratamento, mudar o princípio ativo 
∆ Problema: 
- O demodex mora dentro do folículo piloso, ele se multiplica e causa uma 
foliculite que pode evoluir para furunculose, ocorre degeneração do folículo 
piloso, perde o pelo e não cresce mais 
→ Sempre após o raspado, seja negativo ou positivo, realizar o tratamento por 
mais 30 dias, após os 30 dias fazer mais dois raspados de pele para poder dar 
alta clinica ao animal 
 
 
3-) Escabiose canina – Sarna Sarcóptica – Dermopatias parasitárias 
a.) Agente etiológico: 
- São espécie especifico, mas podem passar de cães para gatos e humanos 
também 
- Sarcoptes escabiei, para cães 
- Ácaro com potencial zoonótico de corpo circular 
 
- Notoedres cati, para gatos 
b.) Transmissão: 
- Por contato direto (entre animais) ou indireto(fômites contaminados, 
ambientes contaminados) 
c.) Predisposição: 
- 50% dos animais são filhotes, qualquer raça, doença parasitária intensamente 
infecciosa 
d.) Patogenia: 
- O acaro começa a escavar galerias da epiderme (se alimenta da pele), então 
o organismo cria uma reação imunológica contra o ácaro(reação de 
hipersensibilidade do tipo I), então o animal coça dobrado 
e.) Sinais clínicos e sintomas: 
• Reflexo otopedal: Animal esfrega a orelha e começa a mexer as patas de traz, 
isso é sugestivode doenças muito pruriginosas 
- Porem nem todos os animais com este reflexo possuem escabiose, não é 
patognômonico 
- Prurido muito intenso 
- Hiperqueratose 
- Animais de rua coçam tanto que param de se alimentar, começa a ter 
emagrecimento progressivo 
f.) Localização das lesões 
- O ácaro causa lesões em áreas de temperaturas entre 37°C 
- Então nos cães ele procura locais mais frios, tem preferência por estas áreas 
- Bordas de pavilhão auricular, cotovelos, articulações, jarrete 
- Esta afecção acomete mais animais de pelo longo pois a temperatura é mais 
favorável 
- Em humanos, axilas, em baixo dos seios, na linha da cintura, pois são locais 
mais quentes 
 
g.) Diagnóstico 
- Parasitológico de raspado de pele é efetivo em 50% dos casos, só em 50% o 
ácaro é encontrado 
- 80% dos animais vem a clínica com histórico de dois meses de evolução, 
então perguntar o que ocorreu a dois meses atrás 
- Começou a passear na rua? Fazer agility? Ficou em hotelzinho? 
- A higiene que segura a escabiose, animais que vivem bem e se alimentam 
bem não terão aquela escabiose de livro, mas os animais de carroceiros por 
exemplo terão aquela forma agressiva e descrita na literatura 
- Escabiose permite o diagnóstico terapêutico 
- Muito calor e muito frio eliminam o ácaro, os ovos são mais resistentes, 
somente a baixa umidade elimina 
h.) Tratamento 
- Suspeitou de escabiose, tratar!!! 
- Tratar todos os contactantes, sintomáticos e assintomáticos 
- Tratamento do ambiente 
- Ivermectina, uma dose por semana ou a cada 15 dias 
• Mecanismo de ação da Ivermectina: As lactonas macrolíticas potencializam a 
ação inibidora neuronal do cordão nervoso ventral dos parasitos, com 
consequente hiperpolarização 
- Utilizando corretamente o Bravecto e Simparic, ele é efetivo para eliminar 
totalmente a escabiose 
- Se utilizar frontline, advantage max 3 os animais terão escabiose pré-clinica, 
não deixam a escabiose avançar, animal se cocará as vezes, estes não 
eliminam a doença por completo então o clinico acabará tratando o animal 
como alérgico 
4-) Doenças fúngicas – Dermatites micóticas 
- São agrupadas por seus agentes que são fungos, mas possuem 
características e sintomas muito distintos 
→ Vale lembrar que: 
• Micoses superficiais: Dermatofitose e Malasseziose 
• Micoses profundas: Criptococose e Esporotricose – Animais podem vir a óbito 
→ Vale lembrar que: 
• Filhotes: Sarna demodécica e dermatofitose 
• Adultos: Foliculite bacteriana e seborreia 
 
a.) Dermatofitose – Doenças fúngicas 
i- Agentes etiológicos: 
- Microsporum canis, zoófilico 
- Microsporum gypseum, geofílico 
- Trichophyton mentagrophytes, zoófilico 
- É um fungo do tipo bolor, possui esporos, hifas(conjunto de hifas são os 
micélios), são fungos micelianos 
- São estruturas pluricelulares e filamentosas 
 
ii- Transmissão: 
- Contato direto ou indireto(fômites contaminados, ambientes) 
- Zoonose 
iii- Predisposição: 
- Filhotes são mais acometidos, 65% dos casos com menos de 1 ano de idade 
- Ambos os sexos igualmente 
- York Shire e persa, possuem mais a doença, a causa provável não é bem 
elucidada 
iv- Sinais clínicos e exame físico: 
- Em humanos as lesões coçam muito, causam inflamação 
- Ausência de prurido 
- Lesões redondas e alopécicas ou irregulares 
- Crostas e escamas 
- Lesões centrífugas 
- São lesões de aspecto sujo 
 
∆ Problema: Gatos podem ser portadores assintomáticos do Microsporum 
canis 
- Podem ter o fungo sem apresentar a doença clínica 
v- Diagnóstico: 
• Luz de Wood: 
- O fungo possui triptofano que brilha na luz 
- Só funciona para Microsporum canis, fluoresce em 60% dos casos 
- É um bom exame de triagem, mas existe falso positivo e negativo 
 
• Cultura fúngicas: 
- É o padrão ouro para diagnosticar 
- Feita no meio de Sabouraud 
- Coleta do raspado, feito com lâmina de bisturi pelas bordas da lesão 
- Cresce como uma colônia algodonosa, branco 
 
• Exame direto com KOH – Hidróxido de potássio: 
- Possui muita falha este método, pois precisa ter o olho muito treinado 
- Pode parasitar por fora do pelo(ectotrix) o dentro da medula do pelo(endotrix) 
 
vi- Tratamento: 
- Tratamento sistêmico: Itraconazol ou Grizeofulvina(tem ação na parede de 
ergoesterol dos fungos bolores, impedindo sua multiplicação), durante 15 dias 
- O fungo se alimenta de queratina, então necessário fazer a tricotomia 
- Gatos não pode tosar o rabo, pois eles podem desenvolver a síndrome da 
mutilação da cauda 
- Tratamento tópico: Com xampus, Miconazol, Cetaconazol, Clorexidine 
- Creme, gel e loção não funcionam pois, cresce fungo até 10cm afastado da 
lesão, então teria que besuntar o animal por completo 
OBS: Administrar Itraconazol no terço final da gestação este não será 
teratogênico, porém, se houver um óbito ou alguma complicação os 
proprietários irão culpar o fármaco. Não administrar no início pois é realmente 
teratogênico. 
→ Atenção: 
• Cães: Fazer o tratamento até repilar 
• Gatos: Tratar até a cultura de Mackenzie der negativa 
∆ Se os gatos são portadores assintomáticos como eu posso diagnostica-
los se não possuem lesões???? 
- Técnica de Mackenzie: 
- Utilizando o método da escova de dentes, ou escova de cabelo ou carpete 
- Utilizar escovas ruins, pois as melhores possuem antifúngico 
- Então você penteia o gato com essa escova, pega uma lâmina de bisturi e 
corta as cerdas da escova e coloca em um meio de cultura como se fossem os 
pelos dos animais 
- Essa escovação tem o intuito de colher os esporos, identificando assim os 
animais positivos 
b.) Esporotricose – Doenças fúngicas 
i- Agente etiológico: 
- Sporothrix schenckii 
- Zoonose 
- Leveduras, se reproduzem por brotamento 
- Micose micocutânea, subcutânea, linfática 
ii- Transmissão: 
- Por inoculação ou por secreções contaminadas em cima de feridas 
iii- Sinais clínicos e sintomas 
- Lesões em goma 
- Lesões nodulares com ulcera central 
- Humanos podem ter a forma linfática da doença, o agente começa a caminhar 
pela rede linfática e faz um nódulo atrás do outro, se chamada rosário 
esporotricótico 
 
iv- Diagnóstico: 
- Citologia por PAAF, punção aspirativa por agulha fina 
- Se der positivo, você trata, se der negativo você faz biópsia 
- Manda fazer histopatológico, anatomopatológico, coloca em um frasco com 
formol 
- Ou coleta a amostra e faz cultura em meio BHI, ou solução fisiológica em 
menos de 4h 
 
v- Tratamento 
- Itraconazol, 10 meses 
c.) Criptococose – Doenças fúngicas 
i- Agente etiológico: 
- Cryptococcus neoformans 
- Não é zoonose 
- Leveduras, se reproduzem por brotamento 
- Micose sistêmica, dá meningite criptocócica 
ii- Transmissão: 
- Por inoculação ou por secreções contaminadas em cima de feridas 
- A Criptococose transmite para humanos imunossuprimidos! 
iii- Sinais clínicos e sintomas: 
- Lesões em goma 
- Lesões nodulares com ulcera central 
 
iv- Diagnóstico 
- Citologia por PAAF, punção aspirativa por agulha fina 
- Se der positivo, você trata, se der negativo você faz biópsia 
- Manda fazer histopatológico, anatomopatológico, coloca em um frasco com 
formol 
- Ou coleta a amostra e faz cultura em meio BHI, ou solução fisiológica em 
menos de 4h 
 
v- Tratamento: 
- Itraconazol, 10 meses 
d.) Dermatite por malazessia ou Malazessiose ou MOG – Doenças fúngicas 
- MOG: Malassezia overgrowth 
i. Agente etiológico: 
- Malazessia pachydermatis 
- Leveduras, se reproduzem por brotamento 
- Esta levedura está presente na pele e no conduto auditivo dos animais 
- São fungos oportunistas 
ii. Predisposição do crescimento de Malazessia: 
- Seborreia e dermatite alérgica podem ser doenças primárias a MOG 
- MOG é sempre uma doença secundária 
- A dermatite alérgica tem diminuição da produção dos peptídeos 
antimicrobianos, para de produzirbem os antibióticos e antimicóticos da pele 
naturais, favorecendo a multiplicação da malazessia 
- Já cães com seborreia possuem a pele mais sebosa, e a malazessia é 
lipofílica, gosta de gordura para se proliferar 
- Quando a malazessia se prolifera ela libera proteases, lopoxigenase, lipase, 
variam substancias pró inflamatórias que faz com que o animal de coce 
iii. Sinais clínicos e sintomas: 
- Toda vez que tiver malazessia tem prurido intenso, e dermatite alérgica tem 
prurido também, já seborreia não tem prurido 
- Lesão lignificada 
- Hiperpigmentada 
- Alopecia, descamação 
- Lesão circundada ou bordeada por eritema 
- Discromia de pelame, cães brancos que ficam com as patas marrons 
 
iv. Diagnóstico: 
- Citologia: Umedecer um cotonete e esfregar na lesão, transfere para a lamina, 
cora com panôtipo rápido e analisa no microscópio 
 
- Malazessia e dermatite alérgica tem prurido, já seborreia não 
∆ Atenção: 
- Chegou um animal se coçando, com dermatite por malazessia, como eu sei 
se a doença de base é dermatite alérgica ou seborreia? 
- Faz o tratamento para malazessia e marca retorno, se o animal voltar com 
prurido então é dermatite alérgica, se voltar sem prurido é seborreia 
v- Tratamento: 
- Itraconazol 
- Xampus antifúngicos ou desengordurantes 
5-) Dermatites alérgicas 
a.) Tipos: 
• Dermatite alérgica a picada de pulgas: 
- Ectoparasitas em geral 
• Dermatite atópica: 
- Pode ser por ácaros, pólen, esporos de fungos 
- É uma reação alérgica a antígenos ambientais e defeito da barreira cutânea, 
os antígenos adentram a epiderme e ocorre a formação de IgE, isso promove a 
formação de grânulos de histamina que causa inflamação lesando a parede e 
provocando a liberação de ácido aracdônico com liberação de prostaglandinas, 
tromboxanos, leucotrienos, isso tudo leva a prurido 
- É uma doença cutânea inflamatória crônica e recorrente, pruriginosa com 
predisposição genética 
- Não tem cura, somente o controle 
• Alergia alimentar 
- Pode desenvolver em qualquer idade 
b.) Sinais e sintomas 
- Lesões pruriginosas 
 
c.) Diagnóstico/Tratamento: 
- Feito por exclusão, diagnóstico clínico 
- Necessário cumprir 4 passos 
1° Passo: 
- Controle de pulgas 
- Controle com Seresto 
2° Passo: 
- Controle de outros parasitas, piolho, carrapato, ácaro 
- Controle com Seresto 
3° Passo: 
- Controle das infecções por malazessia ou piodermites 
4° Passo: 
- Dieta por pelo menos 8 semanas 
- Proteína inédita ou hidrolisada, sem petiscos ou outros alimentos que não 
sejam a nova ração 
- Rações, Hipoalergênica da Royal canin ou Hipoalergênica da total ou z/d da 
Hill ou Hipoalergênica da Famina 
- Proteína inédita, Coelho, peru, lombo de porco, filet mignon de porco, cavalo, 
canguru, veado 
- Carboidrato inédito, arroz integral, batata 
 
Critérios de Fravot: 
- Utilizado para diagnosticar dermatite atópica 
- Se tiver pelo menos 5 critérios, tem 75% de chances de ser dermatite atópica 
• Aparecimento dos sinais clínicos antes dos 3 anos de idade 
• Animal lambe as patas afetadas 
• O cão vive a maior parte do tempo em casa 
• O prurido responde ao tratamento com glicocorticoides 
• As margens do pavilhão auricular não estão afetadas, mas apresenta otite 
• Não tem a região lombo-sacra acometida 
• O prurido numa fase inicial é sem lesões 
→ Tratamento DA com infecção/pós infecção: 
- Xampus antissépticos por 30 a 60 dias 
- Após infecção, hidratação e repositores de barreira cutânea 
- Corticoide na menor dose possível, um dia sim, três não, é perigoso pois pode 
causar HAC no animal 
- Ciclosporina 
6-) Piodermites 
a.) Definição: 
- Infecção ou disbiose da pele 
- É necessário possuir uma doença primaria, doença de base para que a 
piodermite se manifeste 
- Após uma disbiose o animal manifesta uma infecção causada pelo 
Staphylococcus pseudintermedius 
b.) Etiopatogenia: 
- Alguma doença de base como, Dermatite atópica, causa uma disbiose e 
infecção da pele desencadeando a piodermite 
- Hipotireoidismo pode levar o animal a ter uma disbiose, e isso causa a 
infecção desencadeando a piodermite 
c.) Tipos: 
i- BOG – Bacterial overgrowth 
- Causada pelo Staphylococcus pseudintermedius 
×Testes para confirmação: Coagulase positiva 
 
ii- Piodermite profunda: 
- Pode evoluir para uma inflamação nas articulações(artrite) ou para uma 
degeneração(artrose) 
iii- Piodermite superficial pruriginosa: 
- Pode evoluir para uma foliculite bacteriana e se não tratado para uma 
furunculose 
d.) Sinais e sintomas 
i- BOG 
- Hiperqueratose 
- Lignificação 
- Hiperpigmentação 
 
ii- Piodermite profunda: 
- Artrite, artrose 
 
iii- Piodermite superficial pruriginosa 
- Foliculite bacteriana, animal com um colarinho epidérmico(crescimento 
centrípeto), pústulas secas, pápulas 
 
e.) Diagnóstico 
- Por eliminação, saber a doença de base, mais de 90% das piodermites são 
secundárias 
- Visualização da lesão, lesões características de BOG, e piodermites 
profundas e superficiais 
- Citologia vai me informar de existe bactéria na lesão 
• Citologia em pústulas: Rompe a pústula e faz o imprinting do pus na lâmina 
• Citologia plana: Colarinho epidérmico, molhar o cotonete e esfrega na borda 
do colarinho epidérmico 
• BOG: Esfregar na pele com um cotonete molhado 
f.) Tratamento 
• Terapia tópica: 
Tópica 1 – Para todos os animais 
- Xampus com peroxido de benzoila, Clorexidine, Clindamicina 
Tópica 2 – Lesões com pus 
- Permanganato de potássio 
Tópica 3 – Quando der 
- Clindamicina, eritromicina, Metronidazol 
• Terapia sistêmica: 
- Cefalosporina, Amoxicilina + Ácido clavulônico 
 
OBS: Resistencia a Meticilina 
- A bactéria Staphylococcus pseudintermedius é frequentemente associada à 
piodermites e otites em cães 
- É descrito agora estes microrganismos resistentes a meticilina(MRSP), estas 
bacterias possuem um gene mecA, responsável pela transcrição da proteína 
BP2a que reduz a susceptibilidade dessas a todos os antibióticos 
betalactâmicos 
- Realizar o tratamento com Gentamicina ou Doxiciclina 
 
 
 
 
 
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