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AD1_PATRIMONIOCULTURAL

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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Universidade Federal Do Estado Do Rio De Janeiro
Centro de Ciências Humanas e Sociais – CCH
Licenciatura em História - EAD
Unirio/Cederj
AD1 – PRIMEIRA Avaliação à Distância - 2019.1
Disciplina: PATRIMÔNIO CULTURAL 
A ATIVIDADE PROPOSTA divide-se em duas etapas:
 1ª etapa:
Você deve fazer uma leitura orientada, conforme roteiro abaixo, do capítulo 1 – parte 1, do livro de Márcia Chuva, intitulado Os Arquitetos da Memória: sociogênese das práticas de preservação do patrimônio cultural no Brasil (anos 1930-1940). Rio de Janeiro; ed. UFRJ, 2009. pp. 43-89.
Roteiro de leitura: 
1. Explique por que as noções de nação e patrimônio estão imersas na História.
 Porque são conceitos historicamente relacionados com o passado, dentro da ideologia que abarca o aparecimento do sentimento nacional. A Idade Moderna engendrou o aparecimento dos primeiros Estados Modernos que após crises, integrações, estranhamentos e conflitos construíram histórias nacionais que por intervenção da governabilidade (Estado) materializou essas identidades coletivas em “patrimônios nacionais” a serem protegidos da destruição, como memória do passado para edificá-los e transmiti-los à gerações vindouras. Ao longo dos anos a patrimonialização teve uma ampliação espantosa em relação a natureza desse processo, cita-se como exemplo patrimônio cultural, imaterial, histórico, artístico, etc. 
2. Caracterize as origens da preservação do patrimônio cultural na França.
 
Como demonstrado no texto em tela, as origens da noção de patrimônio remontam à França revolucionária, século XVIII. O conceito de patrimônio histórico e artístico entendido como bens capazes de simbolizar a nação e, portanto, objeto de proteção legal só começou a ser definido na França, no final do século XVIII, quando o Estado assume, em nome do interesse público, o papel de tentar preservar o patrimônio que materializava a ancestralidade da nação. Nesse momento, começam as indagações sobre quais monumentos e objetos simbolizariam a nação? Para responder a esta pergunta a França começa a fazer uso de recenseamento e de inventários que se transformaram em importantes ferramentas para a produção de conhecimento sobre os seus monumentos históricos, ainda que estejam sempre marcados por escolhas e recortes que limitam e delimitam o seu olhar sobre a realidade a ser analisada. Por fim, se conclui que nação e patrimônio são noções historicamente forjadas e, associadas, compõem a noção de patrimônio nacional.
3. Apresente as semelhanças entre o modelo francês de organização do patrimônio cultural e o brasileiro.
Segundo Handler, a noção de patrimônio no Brasil, também está intimamente relacionada à problemática da cultura material e a uma história que interpreta o passado a partir de traços e restos. Nesse sentido, a França foi, portanto, a matriz do fenômeno preservacionistas, tendo o classement se tornado a norma administrativa modelar e inspiradora na instituição do tombamento, como documento normativo para preservação dos bens patrimoniais. De forma geral, as legislações criadas nesse período se restringiram aos monumentos isolados, não sendo pertinentes a conjuntos urbanos ou outros tipos de expressão cultural; só posteriormente seriam ampliadas e renovadas, passando a abranger um universo maior. As legislações francesa e brasileira assemelham-se no aspecto da proteção da visibilidade do monumento, forte presença e centralização do Estado na proteção e preservação do patrimônio cultural. Ademais, o contexto de institucionalização das práticas de preservação do patrimônio no Brasil se deu no Estado Novo, onde a nação e a identidade nacional compuseram as políticas de Estado, por meio da criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – SPHAN, em 1937 e que permaneceu a cargo do Estado brasileiro até os anos 1970, quando outros órgãos do poder público começaram a surgir nos níveis estaduais e municipais, espelhados na legislação e nas práticas do SPHAN. Além disso, a prática da preservação do patrimônio só se tornou realidade a partir do momento que buscou-se nos monumentos e objetos a ratificação da identidade nacional, baseada em padrões estéticos, de comportamento e de conduta, que apontassem para a singularidade de ser brasileiro.
4. Estabeleça as conexões entre formação dos estados nacionais e organização da preservação do patrimônio cultural no Ocidente.
A partir do século XIX, enraizou-se no Ocidente a necessidade de proteção e conservação de um “patrimônio nacional”. Com a formação dos estados nacionais, isto é, quando, uma interdependência funcional entre diferentes extratos sociais se concretiza de tal forma que nenhum dos grupos sociais podem prescindir do outro, surge, então, nesse momento, a necessidade de se preservar monumentos e sítios históricos, que dariam concretude à biografia da nação e, concomitantemente, os instrumentos e normas para a preservação do patrimônio nacional começaram a ser formulados dentro dos processos de formação dos estados nacionais. Daí decorre a convergência entre a genealogia da nação e o estabelecimento da proteção legal do patrimônio nacional que teve no Estado o primeiro agente social de legitimação do processo de patrimonialização, sendo ao longo dos anos aperfeiçoando a natureza do conteúdo legal e posteriormente diversificando a natureza dos bens a serem protegidos e preservados, já que em outrora o patrimônio nacional no mundo ocidental era voltado para sua monumentalização, principalmente os objetos arquitetônicos. 
2ª etapa:
A seguir, você deve estabelecer conexões entre o texto acima e a leitura obrigatória indicada para as aulas 1, 2 e 3 (MENESES, Ulpiano. O campo do patrimônio cultural: uma revisão de premissas. Conferência Magna no 1º Fórum Nacional de Patrimônio Cultural. Ouro Preto, 2009. vol.1), da seguinte forma:
1. Apresente como cada um dos textos demonstra que o valor de patrimônio não está contido nos objetos patrimonializados;
Da análise do texto de Marcia Chuva infere-se que o valor de patrimônio começou a se ampliar nos fins da década de 1970 quando a noção de patrimônio iniciou abordagens que levou em consideração a questão histórica e sociocultural do bem tombado não mais vinculado, exclusivamente, a uma harmonia estético-estilística em relação aos bens tombados. A própria legislação do Brasil, precisamente o decreto-lei nº 25/1937, deu mais amplitude as coisas patrimoniais de natureza diversa. Adicionalmente, ela aponta que em 1997, concretizou-se a incipiente mudança propalada na década de setenta, quando o patrimônio imaterial ou intangível ganhou maior notoriedade pela UNESCO, valorizando espaços de expressão cultural e manifestações tradicionais e populares. Destaca-se nesse contexto o Brasil, que antes da legitimação do processo pela UNESCO, já considerava na patrimonialização, culturas do universo popular. A institucionalização desse processo ocorreu por meio do decreto nº 3.551/2000 do Ministério da Cultura que criou o Programa Nacional de Patrimônio Imaterial (PNPI).
Na reflexão crítica de Ulpiano Toledo B. de Meneses, o valor patrimonial, seja ele material ou imaterial, sem excluir a perspectiva do especialista, precisa privilegiar a atribuição do valor pelo olhar do usuário, por aquele que possui ligação com o bem, ou seja, é quem avalia e dá a valoração. Nesse sentido, ele propõe um roteiro contendo referências do valor cultural, cujos principais componentes são os valores cognitivos, formais, afetivos, pragmáticos e éticos. Enfatiza-se que essas características não são estanques, elas agrupam-se variavelmente, fomentando mudanças, transformações e combinações.
2. Com base nos textos, mostre as mudanças de status de um mesmo monumento, no tempo ou de acordo com os grupos sociais envolvidos;
O processo de patrimonialização ocorreu de diferentes formas em cada país. A França se destacou no processo de preservaçãorealizada pelo Estado. Assim em 1830, um decreto criou o cargo de inspetor geral de monumentos históricos. Em 1837, o Estado determinou que os municípios realizassem um recenseamento dos monumentos históricos da França, nesse contexto apareceu o termo classement, com intuito de classificar os monumentos históricos. Em 1913, o termo classement, através de uma lei ganhou status jurídicos, organizando a capacidade legal do Estado intervir junto à propriedade privada e a toda conservação histórica e artística de interesse público. Essa lei teve uma complementaridade em 1930, quando ampliou sua proteção aos sítios naturais, de interesse público, cientifico, pitoresco ou mesmo lendário. Em 1962, a Lei Malraux introduziu uma nova noção ligada ao “urbano preservado”, no qual as demolições ou construções estavam proibidas sem a prévia autorização do poder estatal.
Na Inglaterra, no século XX, diferentemente da França, havia legislação de patrimônio nacional, mas esta desvinculada da intervenção do Estado no que tange ao recolhimento de impostos. 
Nos EUA a organização patrimonial ocorreu de forma descentralizada, já que ocorreu basicamente pela iniciativa privada, desde o século XIX. Os agentes responsáveis pela preservação, não vinculadas ao governo, arrecadavam recursos privados, e apresentavam estudos à investidores com o intuito de estimular o comércio turístico e investimento na hotelaria, com o foco de explorar áreas conservadas. 
No Brasil, o modelo preservacionista foi inspirado no modelo francês, precisamente no Classement, que aqui chama-se tombamento, tendo como órgão regulador Serviço de Patrimônio Histórico Artístico Nacional.
3. Apresente suas considerações finais sobre os sujeitos de atribuição de valor aos monumentos e bens patrimonializados.
 
Conforme Handler afirmou: “a noção de patrimônio cultural da nação traz embutida, portanto a ideia de que somente o povo que cria os artefatos, ou cuja identidade tais artefatos representam, é capaz de coloca-los num contexto apropriado para sua preservação.” Assim, o texto de Maria Chuva coadunado com o de Ulpiano Toledo, com o exemplo do cartum (velhinha na catedral e turistas visitando o bem), mostra como é importante a relação estabelecida entre os diferentes grupos sociais e atribuição dos valores, com base em uma construção cultural, no processo de patrimonialização. Nesse sentido, os bens patrimonializados refletem a imagem que a própria sociedade tem de si. Expressando identidades culturais, memórias coletivas, constituindo uma pluralidade e diversidade cultural na concepção do patrimônio.
Referências bibliográficas:
CHUVA, Marcia. Os arquitetos da Memória: sociogênese das práticas de preservação do patrimônio cultural do Brasil (anos 1930-1940). Rio de Janeiro: UFRJ, 2009.
MENESES, Ulpiano. O campo do patrimônio cultural: uma revisão de premissas. Conferência Magna no 1º Fórum Nacional de Patrimônio Cultural. Ouro Preto, 2009. vol.1.
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