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Fisiopatologia da Lesão Renal aguda na Leptospirose Professor orientador Dr. Ricardo Bedirian- Seminário IV – 4011 Ana Bogado, Arthur Vieira, Beatriz Rabelo, Daiane Decker, Eduarda Anderle, Flávia Ceschin, Heloíse Mozer, Kevin Cruz, Milena Leverman, Renata Tostes e Tatiane Ruas. Leptospira Interrogans Membrana citoplasmática com Mureína BACTÉRIA ESPIRALADA E FINA QUE POSSUI EXTREMIDADES EM GANCHO Membrana dupla e presença de LPS Aeróbicas estritas. Catalase e oxidase + Habitat: Água estagnada, solo úmido, matéria orgânica em decomposição, plantas, animais e o homem. Leptospirose FATORES DE RISCO: Trabalho rural Contato com água contaminada e lama Prática de esportes aquáticos PREDOMINA EM PAÍSES TROPICAIS COM INCIDÊNCIA CHUVOSA MAIOR INCIDÊNCIA NO SEXO MASCULINO (ENTRE 20 E 49 ANOS) MAIS CASOS EM ÁREA URBANA E AMBIENTE DOMICILIAR TRANSMISSÃO: Água e solos úmidos (contato direto com urina de roedores) Pele, mucosas e conjuntivas (contato indireto com a urina de roedores) Leptospirose Os sintomas são ... Manifestações sintomatológicas de 7 a 12 dias Gripe Dengue Malária Confundida com outras causas de Síndrome gripal Náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal Desidratação Insuficiência renal não oligúrica SINTOMAS Hemorragia subconjuntival Icterícia Dor muscular envolvendo as pernas e coxas Febre Calafrios cefaleia Dados epidemiológicos Fonte: DATASUS – Ministério da Saúde Incidência de Leptospirose, por região do Brasil. Período de 2009 a 2019 Região Centro-oeste 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 45 48 28 50 69 62 77 74 55 66 66 Região Sul 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 1096 1241 1704 929 1100 1077 1586 1199 1055 1027 1305 Região Nordeste 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 925 717 920 411 531 564 422 327 472 495 568 Região Sudeste 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 1520 1548 1818 1342 1506 1266 960 980 914 1025 972 Região Norte 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 360 264 497 536 944 1707 1295 495 510 498 457 Dados Epidemiológicos Fonte: DATASUS – Ministério da Saúde Evolução dos casos de leptospirose no Estado do Rio de Janeiro Período de 2009 a 2019 Cura 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 220 190 310 140 150 95 90 110 120 160 140 Morte pelo agravo notificado 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 55 60 35 30 48 49 25 30 35 40 45 Coluna1 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 Objetivo Descrever a fisiopatologia das manifestações renais na leptospirose. Utilizou-se o recorte temporal de 10 anos (2010 a 2020), alguns estudos anteriores foram incluídos na discussão devido à importância acadêmica. Trata-se de um estudo de Revisão bibliográfica na modalidade ‘Revisão narrativa’. Cujo tema é: “Fisiopatologia do comprometimento renal causado pela Leptospira Interrogans.” A busca bibliográfica foi feita entre março e abril de 2020. Nas bases de dados disponibilizadas virtualmente, Pubmed e Scielo. Utilizados os descritores registrados no DeCS (Descritores em Ciências da Saúde) e MeSH (Medical Subject Heading) fisiopatologia, leptospirose, insuficiência renal e doença de Weil. Metodologia Caso clínico HP Ultra Bock (HUB) - SJS Homem, 50 anos, pardo, casado, brasileiro, natural de MG, residente em Duque de Caxias, pedreiro. “Febre alta e dor no corpo” Teve a casa invadida por águas de chuva. Prostração, mialgia generalizada, pior nas panturrilhas. Náuseas, vômitos e dor abdominal. Colúria e oligúria. Caso clínico Regular estado geral, febril, hipohidratado +++/4+, icterícia +++/4+ rubínica, hiperemia de orofaringe e conjuntivas. PA:100/80 mmHg; PR: 92 bpm FR: 24 irpm; T.ax: 39◦C ACV: Sem alterações significativas. AR: Murmúrio vesicular universalmente audível com estertores úmidos em ambas as bases. Radiografia de tórax com infiltrado reticulo-nodular difuso. Abdômen: Dor difusa a palpação superficial e profunda, sem visceromegalias ou descompressão dolorosa. Peristalse normal. Evoluiu com insuficiência renal aguda oligúrica. Tratamento com hemodiálise em UTI por 2 Semanas. Alta após 15 dias. Fisiopatologia Fisiopatologia da lesão renal FASE PRECOCE (ou septicêmica) 3 a 7 dias. FASE TARDIA (ou imune) após a primeira semana. IRA não oligúrica e hipocalêmica → Inibição da reabsorção de sódio nos túbulos proximais e aumento do sódio nos túbulos distais, gera uma perda de potássio. Estágio inicial: Débito urinário normal a elevado; Níveis séricos de creatinina e uréia aumentam - hipocalemia moderada a grave. Perda progressiva de volume intravascular IRA oligúrica, devido à azotemia pré-renal → hiperpotassemia e necrose tubular aguda. Lesão direta Leptospira penetra na luz capilar 1º dia Formação de edema 2º dia Infiltração celular 4 a 8 dias Adesão à superfície e ao lúmen tubular 2ª semana Antígenos nas células do túbulo proximal (transitoriamente) NEFRITE INTERSTICIAL AGUDA Mecanismo de lesão renal direta NFKß LIP 32 TLR 2 CÉLULAS TUBULARES NEFRITE TÚBULO INTERSTICIAL LEPTOSPIRA INTERROGANS EXPRESSÃO GÊNICA iNOS – MCP1 - TNFα LESÃO CELULAR RECRUTAMENTO DE CELULAS INFLAMATÓRIAS Lesão indireta Lesão no Túbulo proximal TFG Resistência à vasopressina Poliúria Na K Expressão de AQP2 Ampla expressão de Lip32 Padrões de lesão HP Ultra Bock (HUB) - Nefrite intersticial Lesão Glomerular Lesão Tubular Nefrite intersticial A nefrite grave ocorre em indivíduos que sobrevivem tempo suficiente para desenvolvê-la, possivelmente em resposta secundária à lesão intersticial aguda. Nefrite túbulo intersticial é a lesão típica Edema Infiltrado mononuclear Nefrite intersticial Lesão tubular Afinamento e ⁄ou necrose do epitélio tubular e distensão do lúmen disfunção renal persistente, atrofia tubular e fibrose intersticial. Resistência do Ducto coletor à vasopressina afeta a concentração urinária, levando à poliúria O aumento da secreção de K+ no Túbulo distal pode ser consequência da poliúria e do maior aporte de Na+ no local Lesão primária nos túbulos contorcidos proximais diminui reabsorção de Na+ Lesão glomerular Glomérulos poupados Aspecto mantido Alças capilares normais Biomarcadores de lesão ICAM 1 SINDECANO NGAL NÍVEIS SÉRICOS AUMENTAM EM RESPOSTA À LESÃO DO ENDOTÉLIO RENAL MECANISMO DE ISQUEMIA/ REPERFUSÃO. AUMENTAM OS NÍVEIS SÉRICOS, A IMUNO EXPRESSÃO E LIBERAÇÃO NO GLICOCÁLICE CONDIÇÕES INFLAMATÓRIAS E QUE CURSAM COM LESÃO DO GLICOCÁLICE ENDOTELIAL. ASSOCIADA À LESÃO TUBULAR RENAL LIGA-SE AOS SIDERÓFOROS, IMPEDINDO A ABSORÇÃO DE FERRO PELAS BACTÉRIAS. Prognóstico Forma anictérica Prognóstico favorável Remissão espontânea em poucos dias Uréia, Creatinina, Plaquetas e Bilirrubina normalizadas na 2ª semana de evolução Prognóstico Forma Grave DOENÇA DE WEIL Icterícia Lesão pulmonar hemorrágica Lesão Renal Aguda Prognóstico Forma Grave DOENÇA DE WEIL Icterícia Lesão pulmonar hemorrágica Lesão Renal Aguda Conclusões Logo, diante a discussão em tela, em que pese os avanços das pesquisas científicas no que tange à fisiopatologia da leptospirose, conclui-se que é importante que haja proposições de estudos sobre biomarcadores específicos da doença por ora discutida. A leptospirose possui mecanismos patogênicos que podem ser classificados como efeitos diretos, os quais são causados pela bactéria Leptospira sp. e os efeitos indiretos que estão diretamente relacionados à resposta do sistema imune da pessoa acometida. A injúria renal causada pela Leptospira sp. pode ser leve a moderada/grave, evoluindo de uma disfunção renal sem oligúria a uma insuficiência renal completa, que caracteriza uma das vertentes da síndrome de Weil. A nefrite túbulo-intersticial é uma lesão típica, que é distinguida por edema intersticial einfiltrado local denso com células mononucleares predominantemente (HAAKE e LEVETT, 2015). Referências bibliográficas ANDRADE, Lucia; DAHER, Elizabeth; SEGURO, Antonio Carlos. LeptospiralNephropathy.Semin Nephrology.v.28. n°4. p 383-394.2008. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18620961>.Acesso em:04 de abril de 2020. ARAUJO, Eduardo et al. Acute kidney injury in human leptospirosis: an immunohistochemical study with pathophysiological correlation.Virchows Arch. v.456. p. 367-375. 2010. Disponível em:<www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20217429>. Acesso em:30 de março de 2020. BRAZ, Marcelo. O dano endotelial, tubular e de glicocálice na lesão renal, aguda da leptospirose. 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