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ESTUDO DIRIGIDO – TOXOPLASMOSE ALUNA: VANESSA LUDWIG 1) Formas Infectantes, defina os hospedeiros intermediários e definitivo. FORMAS INFECTANTES: TAQUIZOÍTO – sua multiplicação é rápida; presente na fase aguda da infecção. Encontrado dentro do vacúolo parasitóforo de várias células, como nos líquidos orgânicos, excreções, macrófagos, células hepáticas, pulmonares, nervosas e musculares. Vacúolo parasitóforo com taquizoítos em seu interior BRADIZOÍTOS – sua multiplicação é lenta e ocorre dentro do cisto; presente na fase crônica da infecção. Encontrado dentro do vacúolo parasitóforo dos tecidos muscular esquelético, cardíaco, nervoso e retiniano. Cisto com bradizoítos no cérebro OOCISTO – são produzidos na células intestinais (enterócitos) dos felídeos não imunes e eliminados nas fezes ainda imaturos. No meio ambiente ocorre a esporulação, em que há aumento do volume do parasito e produção de esporozoítos em seu interior. O T. gondii é um parasito heteroxênico, ou seja, possui hospedeiro definitivo (HD) e intermediário (HI). Os gatos e outros felídeos não imunes são os hospedeiros definitivos. A toxoplasmose é uma doença parasitária, os felídeos são os hospedeiros definitivos e o homem e outros animais homeotérmicos são considerados hospedeiros intermediários. 2) Ciclo biológico a) FASE ASSEXUADA: – Endodiogenia (HI) – Esquizogonia / merogonia (HD) – Linfonodos e tecidos de vários hospedeiros, inclusive felinos que são considerados hospedeiros completos. Hospedeiro intermediário: fase assexuada – Ingestão de: • oocistos maduros contendo esporozoítos • taquizoítos presentes no leite • bradizoítos presentes na carne crua. – Intensa multiplicação intracelular após instalação no epitélio intestinal. – Diferenciação para taquizoítos – Penetração em vários tipos celulares com formação do vacúolo parasitóforo e multiplicação por endodiogenia. – Rompimento celular e liberação de novos taquizoítos no sangue e linfa (fase aguda) – Desenvolvimento da imunidade e eliminação das formas extracelulares. – Evolução das formas intracelulares para a forma cística – bradizoítos (fase crônica) b) FASE COCCIDIANA – Gametogonia (HD) – Esporogonia (ambiente) – Células do epitélio intestinal de felinos não imunes Hospedeiro completo – Ocorre nas células epiteliais do intestino delgado dos gatos e outro felídeos não imunes – Ingestão de: • Oocisto com esporozoítos eliminados por outros felinos, • Bradizoítos presente na carne de roedores • Taquizoítos presentes no leite , macrófagos, etc . – Penetração no epitélio intestinal do gato – Multiplicação por merogonia e endodiogenia. – Formação de meronte dentro do vacúolo parasitóforo contendo merozoítos – Rompimento do meronte , liberação de merozoítos que infectarão outras células – Diferenciação dos merozoítos para as formas sexuadas: gametócitos masculinos e femininos. – Produção de microgametas (masculino) e macrogametas (femininos) – Liberação dos microgametas intracelulares que irão fecundar outros macrogametas e produzir ovo ou zigoto – Formação de parede cística: produção do oocisto – Rompimento celular e liberação do oocisto imaturo nas fezes. – Esporogonia: maturação e embrionamento em 4 dias. – Oocisto contendo 2 esporocistos com 4 esporozoítos – Oocisto mantém-se viável de 12 a 18 meses 3) Transmissão As principais vias de transmissão da toxoplasmose são: • Via oral (ingestão de alimentos e água contaminados) • Congênita (transmitido de mãe para filho durante gestação), sendo raros os casos de transmissão por inalação de aerossóis contaminados, inoculação acidental, transfusão sanguínea e transplante de órgãos. • Transmitido por mais de 300 espécies de animais (mamíferos e aves) • Ingestão de oocistos presentes nos jardins, caixas de areia ou disseminados por vetores mecânicos – os felinos cobrem suas fezes, aumentando as condições de sobrevivência do oocisto. • Ingestão de cistos em carne crua ou mal cozida especialmente de porco e carneiro • Ingestão de taquizoítos no leite, saliva, deposição de taquizoítos na mucosa vaginal junto com esperma. • Congênita ou transplacentária – Transmissão de taquizoítos – fase aguda – Rompimento de bradizoítos presentes no endométrio por ação mecânica É importante saber que o contato com gatos não causa a doença. O perigo está no contato com as fezes contaminadas do felino e no consumo de água contaminada e alimentos mal lavados ou mal cozido. 4) Resposta Imunológica: Humoral e Celular Em pacientes imunocompetentes a doença na maior parte é benigna e pode passar despercebida. Em pacientes imunocomprometidos pode causar lesões sistêmicas, principalmente neurológicas e oculares. A resposta imune do hospedeiro frente à toxoplasmose é complexa e envolve dois tipos de resposta: humoral e celular. A resposta imune humoral consiste na produção de imunoglobulinas específicas, principalmente IgG e IgM. A resposta imune celular é mediada por linfócitos T que secretam citocinas capazes de destruir os taquizoítos extracelulares. Este trabalho trata-se de uma revisão atualizada sobre a resposta imune que ocorre na toxoplasmose, com ênfase no ciclo biológico do agente etiológico, grupos de risco, medidas profiláticas e tratamento medicamentoso. Os taquizoítos de T. gondii causam infecção aguda, se disseminam amplamente em seu hospedeiro e, eventualmente, se diferenciam em formas latentes encisadas chamadas bradiozoítos, que se encontram dentro dos cistos teciduais. Durante a infecção latente, sempre que ocorre a transformação em taquizoítos, os parasitas que se desenvolvem são removidos pelo sistema imunológico. Em contraste, os cistos contendo bradioítos são isolados do sistema imunológico. Reconhece-se há muito tempo que a infecção por T. gondii também induz uma imunidade humoral, através da produção de anticorpos que vão atuar em taquizoítos extracelulares liberados após o rompimento das células infectadas, limitando a multiplicação de T. gondii através da lise dos parasitos na presença do complemento. Os anticorpos podem também atuar pela opsonização facilitando a captura e destruição de T. gondii pelas células fagocíticas (Filisetti e Candolfi, 2004). As células T CD8+ são as principais efetoras da imunidade celular protetora contra a infecção aguda, embora as células T CD4+ também estejam envolvidas. A atividade protetora das células T CD8+ é predominantemente 79 mediada por IFN- e estas células parecem ser a fonte principal de IFN- durante a fase aguda da infecção (Suzuki, 2002). O IFN- também desempenha um papel crítico na prevenção da toxoplasmose cerebral durante o estágio tardio da infecção em camundongos (Gazzinelli et al., 1992). Gazzinelli et al. (1994) relataram que as células T CD4+ e T CD8+ agem de forma sinérgica para prevenir o desenvolvimento da toxoplasmose cerebral, provavelmente através da produção de IFN-. Brown e McLeod (1990). Classicamente, a liberação de IFN- pode desencadear a ativação de macrófagos para sintetizar o fator de necrose tumoral alfa (TNF-), sendo responsável por um ciclo de expansão clonal celular. 5) Patogenia • Depende da virulência da cepa, imunidade, etc • Pode ser assintomática ou levar à morte • Formas de toxoplasmose: – CONGÊNITA OU PRÉ-NATAL – PÓS-NATAL • Ganglionar ou febril aguda • Ocular • Cutânea • Cerebro-espinhal ou meningoencefálica • Generalizada. • Congênita ou pré-natal: – Mãe na fase aguda da doença ou em quadro de reagudização durante a gestação. • Pós-Natal – As formas graves da doença incluem comprometimento ganglionar, icterícia, hepatoesplenomegalia, edema, miocardite, anemia, lesões oculares, etc. – Extremamente grave em pacientes imunodeprimidos com sintomas de febre, dor de cabeça, alteração das funçõescerebrais como confusão, letargia, alucinações e psicose, perda de memória e coma. 6) Toxoplasmose ocular É uma doença infecciosa causada por um protozoário denominado Toxoplasma gondii, encontrado principalmente nas fezes de gatos e outros felinos. Esse parasita pode causar uma infecção que afeta vários órgãos do corpo humano, como cérebro, músculos e coração, além de provocar problemas oculares graves. No caso específico da toxoplasmose ocular, a doença se desenvolve principalmente como uma uveíte infecciosa — inflamação do trato uveal (inclui íris, corpo ciliar e coroide), e/ou como inflamação da retina. Essas inflamações podem levar à formação de cicatrizes e comprometer a visão de forma permanente, dependendo da localização. COMO A DOENÇA É TRANSMITIDA? O gato é o hospedeiro definitivo do Toxoplasma gondii, portanto as fezes desses animais representam a principal fonte de contaminação. Quando esse micro-organismo afeta os olhos, o indivíduo pode apresentar também: • visão turva ou embaçada; • perda da visão; • fotofobia (sensibilidade ocular à luz); • vermelhidão ocular; • dor nos olhos; • moscas volantes. O diagnóstico de toxoplasmose ocular é feito pelo médico oftalmologista por meio de avaliação clínica dos sinais e sintomas, além de exames sorológicos complementares, como a dosagem das imunoglobulinas IgG e IgM para a toxoplasmose, bem como do exame de mapeamento de retina para avaliar a presença de lesões ou cicatrizes na retina. É importante salientar que o diagnóstico de toxoplasmose ocular é dado pelo médico oftalmologista (sobretudo o retinólogo), baseado no aspecto da lesão de fundo de olho. Ao observar o fundo de olho de um paciente com toxoplasmose ocular em atividade, é possível identificar uma lesão esbranquiçada na retina com limites imprecisos. À medida que o tratamento vai surtindo efeito a lesão vai ficando com os bordos mais precisos. Nesse estágio dizemos que a doença está em remissão ou em involução. Tardiamente, a lesão adquire uma coloração escurecida, típica da doença inativa ou cicatricial. https://retinapro.com.br/blog/principais-partes-do-olho/ https://retinapro.com.br/blog/afinal-o-que-e-retina/ https://retinapro.com.br/blog/moscas-volantes-o-que-sao-e-com-o-que-devo-me-preocupar/?utm_source=blog&utm_campaign=rc_blogpost https://retinapro.com.br/blog/mapeamento-de-retina-o-que-e-por-que-e-importante-e-mais/ https://retinapro.com.br/blog/importancia-do-retinologo-para-a-saude/ TRATAMENTO? É feito com o uso de antibióticos e corticoides. Além disso, são utilizados colírios específicos para alívio da dor e da inflamação nos olhos. O objetivo é evitar a multiplicação do parasita e, consequentemente, minimizar os danos causados à retina. QUAIS SÃO AS FORMAS DE PREVENÇÃO? O melhor a se fazer em relação à toxoplasmose ocular é prevenir a doença, a partir de cuidados simples como: • cozinhar bem os alimentos, principalmente as carnes; • lavar frutas, legumes e verduras antes do consumo; • evitar comer em locais onde não se pode confiar na higiene do preparo dos alimentos; • não beber água de locais possivelmente contaminados; • ao desconfiar da qualidade da água, deve-se fervê-la antes de consumi-la; • gestantes devem evitar contato com gatos, pelo risco de estarem contaminados; • fazer pré-natal adequado, com realização de exames sorológicos para toxoplasmose. 7) Construa um quadro com as principais alterações devidas a toxoplasmose na gravidez, de acordo com o período gestacional. • Primeiro trimestre: aborto • Segundo trimestre: aborto, nascimento prematuro com anomalias classificadas como Síndrome de Sabin – coriorretinite, calcificações cerebrais, perturbações neurológicas, retardamento psicomotor, alterações no volume craniano (micro ou macroencefalia) • Terceiro trimestre: criança pode nascer normal, assintomática ou apresentar doença após o parto. – ALTERAÇÕES FETAIS: A: calcificações intracranianas B e C: cicatrizes retinocoroideanas hiper e/ou hipopigmentadas podem ser encontradas em qualquer outra área da retina central ou periférica D: trave vítrea ligando a lesão ao disco óptico A: reativação da retinocoroidite B: cistos de T.gondii 8) Comente sobre a toxoplasmose em indivíduos imunocomprometidos Em pacientes imunocomprometidos pode causar lesões sistêmicas, principalmente neurológicas e oculares. Na ausência de uma resposta imune efetiva, os organismos liberados que se diferenciam em taquizoítos causam infecção aguda. Os cistos teciduais, portanto, servem de reservatório para a reativação da toxoplasmose quando o hospedeiro se torna imunocomprometido por condições como infecção pelo HIV, transplante de órgãos ou devido à resposta imune prejudicada que ocorre quando os agentes patogênicos são adquiridos no útero (Tu et al. 2017). Portanto, a reativação de estágios crônicos da infecção está relacionada à imunossupressão do hospedeiro. Essa reativação normalmente se apresenta como uma importante doença infecciosa oportunista que acomete principalmente o sistema nervoso central de pacientes com Aids, pacientes transplantados ou sob tratamento contra o câncer (Kang et al, 2006). 9) Diagnóstico e Tratamento • DIAGNÓSTICO CLÍNICO DE DIFÍCIL REALIZAÇÃO. • FORMA AGUDA: – Pesquisa de taquizoíto no leite, sangue, líquor, saliva, etc. – Realização de esfregaço do material centrifugado com coloração pelo método de Giemsa – Biópsia e realização de cortes histológicos em gânglios enfartados, fígado, baço e músculo corados por hematoxilinaeosina. (mais indicado para pesquisa de bradizoítos na forma crônica) • DIAGNÓSTICO IMUNOLÓGICO: – Realização de testes imunológicos que detectem anticorpos circulantes que correspondam a fase da doença. • IgM: – Aparecem na primeira semana de infecção com pico até 1 mês. – Indicam quadro agudo. • IgG: – Infecção aguda: análise de duas amostras com intervalo de três semanas e apresentação de aumento nos índices de IgG – Pico em até 2 meses depois da infecção • IgA: – Detectada na infecção recente, permanecendo elevado por no mínimo 26 semanas. • MÉTODOS SOROLÓGICOS: – Falso positivo para IgM para pacientes com ac antinucleares e pacientes com fator reumatóide – ELISA para IgM e IgG – Imunofluorescência indireta – Hemaglutinação indireta – Aglutinação em látex – Teste do corante de Sabin-Feldman • SOROLOGIA EM MULHERES GRÁVIDAS: – IFI ou ELISA para IgM . – ELISA reverso para pesquisa de IgM específico – IFI para IgG em 2 amostras com intervalo de de 1 a 3 semanas para verificar sua elevação – Se o título na IFI para IgG der 1: 1000 ou for negativo na IF com IgM, não prosseguir a avaliação. • TOXOPLASMOSE CONGÊNITA – Pesquisa de IgM a IgA no soro de recém-nascido • IFI • ELISA • TOXOPLASMOSE OCULAR – Análise e comparação dos títulos de ac no humor aquoso (parecentese) e do soro sanguíneo através de ELISA. – A concentração de ac (IgA e IgG) no humor aquoso deve se maior do que no soro. • EXAMES NEUROLÓGICOS ATRAVÉS DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA E TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA • PCR TRATAMENTO: • Drogas atuam na fase proliferativa (taquizoítos) e não na forma cística • Tratamento apenas na fase aguda, na toxoplasmose ocular e em indivíduos imunocomprometidos. • Tóxicas em uso prolongado • ASSOCIAÇÃO DE : – Sulfadiazina: 100 a 125 mg/kg/ dia - via oral. Duas a quatro semanas – Pirimetamina: 75 a 100mg (10 dias) reduzindo 50 mg (10 dias) e 25 mg / dia • PARA FORMAS OCULARES: – Antiparasitários associado a meticorten – Cloridrato de clindamicina, sulfadiazina e meticortem – Alcançam 93% de cura. 10) Particularidades*** TRATAMENTO: Uma particularidade é a necessidade de utilizar corticoesteróides, como a prednisona, colírios anti-inflamatórios, a base de corticóide,e colírios chamados cicloplégicos (dilatam a pupila) para amenizar a dor. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Objetivo Não é doença objeto de ações de vigilância epidemiológica, entretanto, possui grande importância para a saúde pública, devido a sua prevalência, apresentação em pacientes com aids e gravidade dos casos congênitos. NOTIFICAÇÃO Não é doença de notificação compulsória. PERÍODO DE INCUBAÇÃO De 10 a 23 dias, quando a fonte for a ingestão de carne; de 5 a 20 dias, após ingestão de oocistos de fezes de gatos. PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE Não se transmite diretamente de uma pessoa a outra, com exceção das infecções intrauterinas. Os oocistos expulsos por felídeos esporulam e se tornam infectantes depois de 1 a 5 dias, podendo conservar essa condição por 1 ano. Para a população humana, a infecção por T. gondii é relacionada com o consumo de carne mal cozida contaminada com cistos deste parasito, por ingestão de alimentos ou água contaminados com oocistos provenientes de fezes de felídeos. As mulheres grávidas soronegativas para T. gondii não devem manter contato direto com fezes de gatos, solo ou ingerir carne mal passada. Devem beber água tratada, e fazer sorologia antes da gravidez pelo menos trimestralmente durante gestação. Pacientes imunodeprimidos com sorologia negativa também devem fazer exames periódicos diagnosticando a infecção logo no início. A imunização dos animais de produção é de grande interesse econômico e está sendo estudada para se reduzir os danos fetais e o número de cistos teciduais nestes animais. Pesquisas com vacinas para animais estão sendo realizadas com o intuito de prevenir, em felídeos, a eliminação de oocistos e consequente contaminação ambiental e dos animais de produção para diminuir o número de cistos teciduais e impedir a infecção transplacentária minimizando as perdas econômicas na indústria animal. Para a prevenção são necessários programas educacionais com a finalidade de orientar as gestantes sobre as formas de transmissão da doença e de como evitar a infecção durante a gestação (prevenção primária). Além da existência desses programas, é essencial que os serviços públicos de saúde os monitorem, realizem a integração dos diversos serviços que atendem às mulheres grávidas e seus recémnascidos e também disponibilizem terapia gratuita.
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