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TCC - Cuidados de enfermagem no desmame precoce

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1 
 
 
a. Acadêmica do curso de Enfermagem da Faculdade Metropolitana de Blumenau – FAMEBLU, 
Blumenau, SC, Brasil, e-mail: amanda.d.haag@gmail.com 
b. a. Acadêmica do curso de Enfermagem da Faculdade Metropolitana de Blumenau – 
FAMEBLU, Blumenau, SC, Brasil, e-mail: camila_luana11@hotmail.com 
c. Enfermeira, professora do curso de Enfermagem na Faculdade Metropolitana de Blumenau – 
FAMEBLU, e-mail: monsam.helena@gmail.com 
 
CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO DESMAME PRECOCE: UMA 
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
Amanda Daiane Haaga 
Camila Luana Filippeb 
Helena Monsan Finatoc 
1 RESUMO 
 O presente estudo tem como objetivo retratar o cenário do desmame precoce, ou seja, 
bebês que não receberam o aleitamento materno exclusivo (AME) até os 06 meses de vida, seja 
por interrupção da amamentação, ou pela introdução alimentar precoce. Assim como relatar os 
fatores de riscos que podem levar ao desmame precoce, e descrever quais são os cuidados de 
enfermagem para a mãe, bebê e família, com a finalidade de esclarecer os principais 
questionamentos sobre o tema e servir de instrumento de pesquisa para profissionais de 
enfermagem. Foi utilizado o método de pesquisa por meio da revisão integrativa da literatura, 
utilizando artigos selecionados das bases de dados SCIELO e LILACS. O estudo ressalta a 
importância do conhecimento do profissional de enfermagem quanto as consequências que o 
desmame precoce causa, especialmente para a criança. É necessário instruir as mães desde a 
fase do pré-natal, ensinando-as sobre os benefícios do aleitamento materno (AM) para os seus 
filhos e também para elas mesmas. O leite materno é um alimento rico, ideal para a criança, que 
além de lhe alimentar e nutrir, também a protege de uma série de doenças. Os principais 
cuidados de enfermagem detectados no estudo foram: o acompanhamento do pré-natal 
cuidadoso, formação de grupos de gestantes, o próprio alojamento conjunto, onde cria-se um 
local rico para a troca de informações e a educação acerca do tema, durante a puericultura e na 
promoção de campanha de incentivo ao aleitamento. 
Palavras-chave: Desmame precoce; amamentação; enfermagem. 
 
mailto:amanda.d.haag@gmail.com
mailto:camila_luana11@hotmail.com
mailto:monsam.helena@gmail.com
2 
 
2 INTRODUÇÃO 
O AME é a alimentação ideal para crianças com até seis meses de vida, e é preconizado 
pelo Ministério da Saúde (MS) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS), devido ao leite 
materno ser de extrema importância para a sobrevivência e crescimento do bebê, pois ele atende 
a todas as necessidades nutricionais, imunológicas e até mesmo emocionais do recém-nascido, 
pois proporciona maior afeto e interação entre o binômio mãe-bebê. Além disso, as mães 
também experimentam vantagens com a amamentação, que incluem aceleração da perda de 
peso ganho na gravidez, involução uterina pós-parto e menor incidência de câncer de mama e 
de ovário. O AM também traz benefícios para a família, devido ser uma opção econômica e 
prática, já que as despesas com outros alimentos não serão necessárias (MOIMAZ et al., 2013). 
Somente após a criança completar os seus primeiros seis meses de idade, é quando se torna 
recomendada a introdução adequada de alimentação complementar (SANTOS et al., 2018). 
Em contrapartida, quando tem-se o cenário oposto, em que a não amamentação e/ou a 
introdução precoce de outros alimentos acontece antes do período mínimo estabelecido, é 
associada a um número expressivo de episódios de diarreia, hospitalização por doenças 
respiratórias e até mesmo risco de desnutrição, pois muitas vezes os alimentos introduzidos tem 
um valor nutricional inferior ao do leite materno (DE OLIVEIRA et al., 2017). 
Mesmo com todas as recomendações fornecidas pelo MS, os estudos ainda mostram 
baixa prevalência de AME no Brasil, e este desmame precoce está associado a diversos fatores 
sociais que podem desencadear essa ação (BASTIAN et al., 2015). Devido ao cenário 
apresentado, como profissional que atua na assistência direta às mulheres e crianças no âmbito 
hospitalar e comunitário, o enfermeiro tem um importante papel na promoção e proteção ao 
AM, por meio de medidas como o fortalecimento de ações comunitárias, reorientação dos 
serviços de saúde, orientações às gestantes e puérperas e na formação e articulação de redes de 
apoio a esta prática. O enfermeiro precisa ter o claro entendimento quanto a importância do AM 
para a promoção da saúde infantil, e é ele, o profissional de enfermagem, que mais diretamente 
pode difundir, proteger e apoiar esta prática (MONTESCHIO et al., 2015). 
 É importante o olhar amplo do profissional de enfermagem voltado para à mãe, pode-
se aproveitar o cenário do alojamento conjunto ou então na puericultura para verificar se a 
amamentação está ocorrendo de maneira correta, se a pega do bebê está adequada, se a mãe 
possui fissuras nos mamilos, assim como questionar para a mãe quais são suas dúvidas e 
inseguranças, para que ela possa realmente compreender todas as questões que circundam o 
3 
 
tema amamentação, e sentir-se mais preparada para exercer o ato. Com a condução correta, 
sendo realizadas instruções adequadas logo no início da amamentação, as chances de que essa 
mãe tenha sucesso no AM e alimente de forma correta o seu filho são altas, e sente-se preparada 
para exercer a amamentação de maneira saudável. 
Diante do exposto, o presente estudo pretende caracterizar o cenário do desmame 
precoce, informando quais são as consequências desse ato, e responder quais são as condutas 
adequadas e necessárias para exercer uma boa orientação à mãe e aos familiares, afim de 
reverter o cenário e proporcionar a alimentação adequada e recomendada para as crianças 
menores de 06 meses de idade, que seria o AME. 
3 MÉTODO 
O processo metodológico seguiu cinco etapas: elaboração da pergunta norteadora; 
definição dos critérios de inclusão e exclusão; identificação e seleção dos estudos; avaliação 
dos estudos; síntese dos estudos. A coleta dos dados dos estudos foi realizada por dois 
pesquisadores guiados pela pergunta de pesquisa: quais são os cuidados e recomendações 
adequadas do profissional de enfermagem para diminuir o nível de desmame precoce no Brasil? 
 A busca inicial ocorreu nas bases de dados Scientific Electronic Library Online 
(SciELO) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Os 
termos utilizados como descritores foram: Desmame precoce; Amamentação; Enfermagem. 
Na primeira etapa de busca foram encontrados 35 artigos científicos nas duas bases de 
dados. Na qual foram separados por descritor e base de dados. Foram incluídos artigos 
científicos publicados no período de 2010 a 2020, no idioma português. 
 Na base de dados SciELO foram encontrados 15 artigos que passaram para a etapa de 
seleção, após a seleção 12 artigos passaram para a leitura do resumo foram selecionados 9 
artigos para leitura completa, 5 artigos foram selecionados para compor esta pesquisa. 
Já na base de dados LILACS foram encontrados 20 artigos que passaram para a etapa 
de seleção, após a seleção 16 artigos passaram para a leitura do resumo, foram selecionados 08 
artigos para leitura completa, todos foram selecionados. 
4 DESENVOLVIMENTO 
 O AM é recomendado pelo MS e pela OMS pois fornece uma série de benefícios para 
a mãe e para o bebê. Além de nutrir a criança, a amamentação também promove uma interação 
4 
 
entre mãe e filho, criando desde o nascimento um laço de aproximação entre ambos. 
Amamentar faz bem à saúde do bebê, da mãe e do planeta. (ANDRADE et al., 2018). 
 O leite materno é tão rico e importante para a criança, que é recomendado como alimento 
exclusivo até os seis primeiros meses de vida. Depois dos seis meses, a criança ainda deve 
continuar com a amamentação até pelo menos os dois anos de idade, porém o leite materno não 
se torna mais a alimentação exclusiva dessa criança. Nesta fase deve-se começar,juntamente, 
a receber alimentação complementar segura e nutricionalmente adequada (MOIMAZ et al., 
2013). Seguindo tais recomendações, a amamentação é eficaz no crescimento e 
desenvolvimento da criança, pois o leite materno é um alimento ideal, completo, isento de 
contaminação, adaptado ao metabolismo da criança e rico em nutrientes que ajudam na proteção 
de doenças (VIEIRA et al., 2019). 
 Já quanto as contribuições da amamentação na vida da mãe, cita-se como benefícios o 
fortalecimento do vínculo afetivo com o filho, a proteção contra o câncer de mama, redução do 
risco de diabetes, recuperação do útero pós parto, o que diminui o risco de hemorragias, 
aceleração da perda de peso ganho na gravidez e, ainda, a redução dos custos financeiros com 
outros alimentos (OLIVEIRA et al., 2017). O que, consequentemente, favorece positivamente 
para o meio ambiente, com a redução de descartes de embalagens plásticas e materiais que não 
são biodegradáveis ao planeta. 
 No Brasil, os estudos publicados demonstram que a prevalência da amamentação, tanto 
exclusiva quanto complementar, cresceram nas últimas décadas. No entanto, apesar desse 
crescimento, a prevalência do desmame precoce ainda é alta e está fora do que é preconizado 
pela OMS (NERI et. al., 2019). 
Para que o AM seja uma prática frequente, é preciso entender e avaliar o que as mães 
pensam em relação ao período da amamentação, e também quais são os motivos para que a 
mesma seja interrompida (MOIMAZ et al., 2013). Cita-se como principais causas que levam 
ao desmame precoce o nível de escolaridade da mãe, o trabalho materno, a renda familiar, a 
presença/ausência do pai, influências culturais dos familiares, condições habituais de vida (DA 
SILVA et. al, 2017), e também por motivos fisiológicos, como ingurgitamento mamário, 
dor/trauma mamilar, infecção mamilar, candidíase, bloqueio de ductos lactíferos, mastite, 
abscesso mamário, e pode ocorrer também em poucos casos, devido a produção insuficiente de 
leite (ALVARENGA et al., 2016). 
5 
 
Muitas destas causas têm ligação direta ao nível de conhecimento que a nutriz possui 
acerca do tema aleitamento, e o desmame precoce acontece justamente porque a mesma 
desconhece das vantagens da amamentação, tanto para o bebê quanto para ela própria. Tão 
pouco tem o conhecimento de que o desmame precoce pode ser considerado violência contra a 
criança, uma vez que a deixa exposta ao risco de adoecer e morrer por doenças relacionadas à 
desnutrição (DA SILVA et. al, 2017). 
Um fator que necessita de extrema atenção em tempos atuais, pois pode levar ao 
desmame precoce, é o fato de a mãe ter que retornar para a sua jornada profissional. As mulheres 
que trabalham fora e que não possuem outro meio de sobrevivência para o sustento do bebê, 
necessitam de condições favoráveis para a manutenção do AM no horário e local de trabalho. 
Porém nem sempre esse cenário condiz com a realidade. Mesmo sendo protegidas por lei, que 
garante à mulher durante sua a jornada de trabalho o direito a dois descansos especiais, de meia 
hora cada um, para amamentar o próprio filho até que o mesmo complete seis meses de idade, 
grande parte das instituições empregatícias não executam tais obrigações, ao menos não em sua 
totalidade (ARAÚJO et al, 2013). O que muitas vezes leva a mãe a introduzir outros tipos de 
alimentação para o seu bebê, como leites artificiais, leite de vaca, e até mesmo a introdução 
alimentar precoce. 
Algumas pesquisas avaliam também, como fator de risco, que as mães adolescentes 
reiteradamente obtêm um índice menor de amamentação, o que representa um risco 2,2 vezes 
maior de desmamarem precocemente seus filhos. A explicação para isso possivelmente dá-se 
devido as mães jovens aliarem muitas vezes insegurança e ausência de confiança em si mesmas, 
além de imaturidade e dificuldades com a autoimagem, o que atrapalha ainda mais o 
estabelecimento da lactação (ALVARENGA et al., 2016). 
São muitas as consequências e riscos que se obtém devido ao desmame precoce. 
Segundo Fialho et al (2014), a exposição precoce ao leite de vaca (antes dos quatro meses) pode 
aumentar o risco do aparecimento da Diabetes Mellitus tipo 1 em 50%. Estima-se que 30% dos 
casos poderiam ser prevenidos se 90% das crianças de até três meses não recebessem leite de 
vaca tão precocemente. 
Os estudos apontam que outro fator associado ao desmame precoce seria à obesidade. 
A grande maioria destes estudos que avaliaram a relação entre obesidade em crianças maiores 
de três anos e o tipo de alimentação no início da vida, constatou menor frequência de 
sobrepeso/obesidade em crianças que haviam sido amamentadas corretamente, ou seja, 
6 
 
seguindo as recomendações da OMS. Os indivíduos amamentados teriam uma chance 22% 
menor de vir a apresentar sobrepeso/obesidade (Fialho et al, 2014). 
Ainda sobre as consequências danosas provocadas pelo desmame precoce, Da Silva et 
al. (2017) cita a exposição precoce do bebê a agentes infecciosos, o que leva ao adoecimento 
desse bebê, o contato com proteínas estranhas e danos ao processo de digestão. Além disso, o 
desmame precoce está fortemente relacionado a problemas respiratórios que o lactente pode vir 
a desenvolver futuramente. Os autores Da Silva et al. (2017), explicam o porquê: 
A respiração nasal está associada a funções normais de mastigação, deglutição, 
postura da língua e lábios, além de proporcionar ação muscular correta que estimula 
o adequado crescimento facial e o desenvolvimento ósseo, porém com o desmame 
precoce a postura de lábios entreabertos torna-se mais comum, favorecendo a 
respiração oral, causando, assim, problemas respiratórios (DA SILVA et. al, p. 07, 
2017). 
A prática do AM envolve uma complexa interação de fatores socioeconômicos, culturais 
e psicológicos, e é de competência do profissional de enfermagem o importante trabalho de 
incentivo ao AM, apoiando e instruindo a nutriz através da implementação de ações como o 
acompanhamento do pré-natal cuidadoso, formação de grupos de gestantes, o próprio 
alojamento conjunto, onde cria-se um local rico para a troca de informações e a educação acerca 
do tema, durante a puericultura e na promoção de campanha de incentivo ao aleitamento 
(MOIMAZ et al., 2013). 
O Brasil possui índices baixos quanto ao AM eficaz, se comparado com o que é 
preconizado pela OMS. Sabendo da importância da amamentação correta, o enfermeiro e os 
profissionais da saúde têm um papel primordial para a reversão desse quadro e aumento nas 
taxas de AM (MONTESCHIO et al., 2015). 
 É preciso promover, proteger e dar apoio o AM, para tal, cabe ao profissional de 
enfermagem ter o olhar amplo e atenção voltada na mulher, entender quais são as dúvidas, 
medos e até mesmo compreender os tabus que circundam os conhecimentos da nutriz. 
Conforme relatado, uma das causas que levam ao desmame precoce é o retorno ao 
trabalho da mãe. É possível continuar com o AM exclusivo mesmo nessas condições, e cabe ao 
enfermeiro repassar as orientações adequadas para a nutriz. O profissional deve apoiá-las nesse 
processo de transição e prepará-las para manter o AM da forma mais tranquila e prazerosa 
possível. As recomendações a serem repassadas para a mãe nesse caso, são que ela amamente 
7 
 
com frequência quando estiver em casa, especialmente à noite, que evite usar mamadeiras e 
chupetas, oferecendo o leite materno por meio de copo, xícara ou colher, e pratique a ordenha 
durante as horas de trabalho (MONTESCHIO et al., 2015). 
Além disso, os autores MONTESCHIO et al. (2015), citam que para o MS, os 
profissionais da saúde devem desencorajar a utilização de bicos e mamadeiras, devido aos 
mesmos serem protagonistas do desmame precoce, doenças diarreicas e problemas na dentição 
e na fala. Todas essas ações são tomadas com o propósito de melhorar a qualidade de vida das 
crianças e contribuir para a redução da mortalidade infantil pela manutençãodo AM. O 
enfermeiro pode atuar neste sentido porque é o profissional que mais está junto da mãe. 
Contudo, tem-se o conhecimento dos tabus e influencias culturais negativas que são 
empregadas na nutriz sobre ao AM. É comum a nutriz queixar-se sobre o seu leite, apontando 
que o mesmo é fraco, que não sustenta o seu bebê de forma eficiente, e que o mesmo acaba 
acordando diversas vezes pois está com fome. Com isso, as mães acreditam na qualidade do 
leite artificial, pois associam o sono da criança com a satisfação alimentar. Novamente os 
autores MONTESCHIO et al. (2015) explicam porque o entendimento das mães nesse quesito 
é incorreto: 
Quando a criança recebe leite apenas do peito, elas tendem a não ficarem satisfeitas, 
reduzindo o intervalo entre as mamadas. O que ocorre é que o leite materno demora 
mais para ser ejetado, pois depende da estimulação e da pega adequada da criança ao 
seio materno. Portanto, o lactente necessitará de mais tempo para mamar no seio 
materno, e se o período da amamentação for insuficiente, ela vai necessitar mamar 
novamente com menor intervalo entre uma mamada e outra. Por sua vez, na mamadeira 
o leite flui mais rapidamente do recipiente para o trato gastrointestinal da criança por 
não apresentar nenhuma barreira. Isto pode saciar a criança mais rapidamente 
(MONTESCHIO et al., p. 6, 2015) 
Sobre os cuidados com o manejo da amamentação, é fundamental que os profissionais 
de saúde, especialmente os enfermeiros, estejam preparados para detectar e propor intervenções 
adequadas e eficazes para os principais problemas relacionados a essa questão, que geralmente 
estão associados às dificuldades na técnica da amamentação. A rápida intervenção pode 
restabelecer uma produção adequada do leite, minimizar a intranquilidade materna e estimular 
as pessoas mais próximas da família para apoiar a nutriz nos momentos de angústias e dúvidas 
na prática da amamentação (MONTESCHIO et al., 2015). 
8 
 
Diante disto, destaca-se a importância do profissional de enfermagem na construção de 
valores a respeito do AM, junto à mãe e a sua família, valorizando a sua rede de apoio e 
incluindo-a nos programas de educação em saúde sobre o aleitamento materno 
(MONTESCHIO et al., 2015). 
Esta pesquisa teve como objetivo definir quais são as preconizações do AME, conceituar 
o que é desmame precoce, entender os seus fatores de risco e caracterizar os principais cuidados 
de enfermagem prestados à nutriz para o encorajamento ao AM, respondendo à pergunta 
orientadora do trabalho em questão: “quais são os cuidados e recomendações adequadas do 
profissional de enfermagem para diminuir o nível de desmame precoce no Brasil?”. 
5 RESULTADOS 
Referente a base de dados, a maioria dos artigos foram encontrados na base de dados 
LILACS com 57,14% dos estudos, seguidos da SciELO com 42,9% dos estudos. Quanto ao ano 
das publicações, são publicações bem atuais. 100% dos artigos foram encontrados e 
selecionados no idioma português. 
Quanto ao tipo de estudo houve um predomínio no na pesquisa descritiva exploratória, 
seguida da revisão bibliográfica, estudo transversal e por último o estudo longitudinal 
totalizando 13 artigos. 
Na tabela abaixo, estão descritos os autores, seus objetivos e principais resultados 
referentes aos artigos selecionados, que serviram de base para a elaboração deste trabalho. 
TABELA 01 – ARTIGOS SEGUNDO AUTORES, TÍTULOS, OBJETICOS E PRINCIPAIS 
RESULTADOS. 
Autor Título Ano de 
Publicaçã
o 
Objetivos Principais Resultados 
Dayane Pereira 
da Silva 
Pablo Soares 
Marcos 
Vinicius 
Macedo 
Aleitamento 
materno: 
causas e 
consequências 
do desmame 
Precoce. 
2017 
 
Destacar, através de uma 
revisão bibliográfica, a 
importância da prática do 
aleitamento materno 
adequado e as causas e 
consequências do 
desmame precoce. 
Observou-se que um dos 
principais fatores que 
levam a mãe a abandonar 
precocemente o 
aleitamento, origina-se da 
pouca informação que 
possui sobre a 
9 
 
amamentação e as 
consequências refletidas 
na vida adulta de seu 
filho. 
Verbena 
Santos Araújo; 
Ana Paula 
Dantas Silva 
Medeiros; 
Anna Deborah 
Chaves Barros; 
Luanna Silva 
Braga; 
JanaínaVon 
Söhsten 
Trigueiro; 
Maria Djair 
Dias 
Desmame 
precoce: 
aspetos da 
realidade 
de 
trabalhadoras 
informais 
2013 Verificar a realidade das 
trabalhadoras informais 
em 
relação à amamentação 
na cidade de João Pessoa 
- PB. 
O problema do desmame 
precoce entre as 
trabalhadoras informais 
que participaram deste 
estudo não condiz com a 
realidade de muitas 
mulheres brasileiras, uma 
vez que a maioria das 
mulheres não desmamou 
precocemente seus filhos. 
Flávia Andrade 
Fialho, 
Amanda 
Martins Lopes, 
Iêda Maria 
Ávila Vargas 
Dias, Marli 
Salvador 
Fatores 
associados ao 
desmame 
precoce do 
aleitamento 
materno 
2014 Conhecer a importância 
do enfermeiro no 
estabelecimento e 
manutenção do 
aleitamento materno e 
discutir os fatores 
que desencadeiam o 
desmame precoce. 
A análise dos dados 
resultou em três 
categorias temáticas: 
A prevalência do 
aleitamento materno no 
Brasil; os 
fatores que levam ao 
desmame precoce; e a 
promoção 
do aleitamento materno 
pelos profissionais de 
saúde, 
10 
 
em especial o enfermeiro. 
Sandra Cristina 
Alvarenga 
Denise Silveira 
de Castro 
Franciéle 
Marabotti 
Costa Leite 
Marcos 
Antônio 
Gomes Brandã 
Eliana 
Zandonade 
Cândida 
Caniçali Primo 
Fatores que 
influenciam 
o desmame 
precoce 
2016 identificar na literatura 
científica os principais 
fatores associados ao 
desmame precoce. 
identificaram-se 1.481 
artigos e 39 atenderam 
aos critérios de inclusão. 
Entre os principais fatores 
que influenciam o 
desmame precoce, 
verificou-se trabalho 
materno (33,3 %); uso de 
chupeta (30,8 %); leite 
fraco (17,9 %); trauma e 
dor mamilar (17,9 %); 
introdução de outros tipos 
de leites (15,4 %) 
e escolaridade da mãe/pai 
(15,4 %). 
Caroline 
Aparecida 
Coutinho 
MonteschioI, 
Maria Apareci 
da Munhoz 
GaívaI, 
Mayrene Dias 
de Sousa 
MoreiraI 
O enfermeiro 
frente ao 
desmame 
precoce na 
consulta de 
enfermagem à 
criança 
2015 Analisar a atuação do 
enfermeiro frente ao 
desmame precoce em 
crianças menores de 6 
meses de idade 
Os enfermeiros, na 
maioria das vezes, 
utilizaram estratégias 
apropriadas para o 
manejo dos problemas 
mais comuns na 
amamentação, apesar de 
algumas condutas não 
terem, ainda, evidência 
científica 
11 
 
comprovada, quanto aos 
benefícios e/ou prejuízos 
à sua prática. 
Carolina 
Sampaio de 
Oliveira 
Fátima 
Aparecida 
Iocca 
Mona Lisa 
Rezende 
Carrijo 
Rodrine de 
Almeida 
Teixeira 
Mattos Garcia 
Amamentação 
e as 
intercorrências 
que 
contribuem 
para o 
desmame 
precoce 
2015 Conhecer a vivência de 
mães em relação à 
amamentação e as 
intercorrências que 
contribuem para o 
desmame precoce. 
Os dados apontaram que 
ao término dos 6 meses 
das crianças, somente 
19,1%, continuavam em 
Aleitamento Materno 
Exclusivo e as principais 
alegações para sua 
ocorrência foram: Déficit 
de conhecimentos 
inexperiência/inseguranç
a; Banalização das 
angústias maternas; 
Intercorrências da mama 
puerperal; Interferências 
familiares; Leite 
fraco/insuficiente; 
trabalho materno. 
Priscila Veras 
Santos 
Maria do 
Carmo de 
Carvalho e 
Martins 
Fabricio 
Ibiapina 
Tapety 
Desmame 
precoce em 
crianças 
atendidas na 
Estratégia 
Saúde da 
Família 
2018 Avaliar a prevalência de 
desmame precoce e 
fatores associados em 
crianças atendidas 
na Estratégia Saúde da 
Família. 
A prevalência de 
desmame precoce foi de 
58,51%. Maiores 
proporções de 
desmame precoce 
ocorreram em crianças 
com idade entre um e três 
meses. 
12 
 
Adriana de 
Azevedo Paiva 
Fernandina 
Maria Neiva 
Santos Fonseca 
AnaKarolinne 
da Silva Brito 
Suzely Adas 
Saliba 
MOIMAZ, 
Orlando 
SALIBA, 
Heloisa 
Carvalho 
BORGES, 
Najara Barbosa 
da ROCHA, 
Nemre Adas 
SALIBA 
Desmame 
Precoce: Falta 
de 
Conhecimento 
ou de 
Acompanhame
nto? 
2013 Verificar conhecimentos 
de mulheres e orientações 
recebidas 
por elas sobre 
aleitamento materno, 
durante a gestação e após 
o 
nascimento dos bebês, e 
as influências destes 
sobre a prática da 
amamentação. 
No primeiro mês de vida, 
94,3% (82) dos bebês 
foram 
amamentados, destes, 
apenas 49,4% (43) 
receberam leite materno 
exclusivamente. Ao final 
do sexto mês, 43,7% (38) 
dos bebês já tinham 
sido desmamados. 
Nenhuma mãe 
amamentava 
exclusivamente seu 
bebê ao sexto mês de 
vida. Durante a gravidez, 
60,7% (51) das mães 
não receberam 
orientações sobre o 
aleitamento, e 83,4% (70) 
das mães 
receberam orientações 
sobre aleitamento após o 
nascimento das 
13 
 
crianças. A maioria das 
mães (76,2%) tinha 
conhecimento do período 
ideal de amamentação. 
Um total de 73 (86,9%) 
mães acreditava que o 
aleitamento era benéfico 
ao bebê, mas somente 41 
(48,8%) destas 
amamentaram. Somente 
11 (13,1%) mulheres do 
estudo foram 
acompanhadas pela 
equipe do sistema público 
de saúde durante a 
lactação. 
Heuler Souza 
Andrade 
Raquel 
Aparecida 
Pessoa 
Lívia Cristina 
Vasconcelos 
Donizete 
Fatores 
relacionados ao 
desmame 
precoce do 
aleitamento 
materno 
2018 Investigar os fatores 
relacionados ao desmame 
precoce antes dos seis 
meses de vida. 
Apontaram mães jovens, 
casadas, primíparas, 
inseguras, com gravidez 
não 
planejada, realização das 
consultas de pré-natal 
periodicamente, desmame 
do AME entre o quarto 
e quinto mês de vida da 
criança 
Francilene de 
Sousa Vieira; 
Ederson dos 
Santos Costa; 
Gleciane Costa 
de Sousa; 
Tatyanne 
Influência do 
Parto Sobre o 
Desmame no 
Puerpério 
2019 Analisar a influência do 
parto sobre o desmame no 
puerpério 
A maioria das puérperas 
eram multíparas, que 
atingiram o número de 
consultas recomendadas 
pelo 
14 
 
Maria Pereira 
de 
Oliveira; 
Maria de Jesus 
Lopes 
Mousinho 
Neiva 
Ministério da Saúde 
durante pré-natal, pouco 
mais da metade (55,9%) 
tiveram parto vaginal e a 
grande maioria (71,0%) 
realizaram a 
amamentação 
na primeira hora pós-
parto, o que tem 
favorecido a adesão ao 
AME 
refletindo positivamente 
sobre a saúde da mulher e 
da criança. 
Ailkyanne 
Karelly Pereira 
de Oliveira 
Rosana Alves 
de Melo 
Luciana 
Pessoa Maciel 
Ana Karoline 
Tavares 
Alexsandra 
Rodrigues 
Amando 
Carla Rebeca 
da Silva Sena 
Práticas e 
crenças 
populares 
associadas ao 
desmame 
precoce 
2017 Compreender a 
interferência 
das práticas e crenças 
populares 
no desmame precoce em 
puérperas 
assistidas na Estratégia 
Saúde da 
Família. 
As mulheres 
compreendem 
a importância da 
amamentação 
exclusiva, porém o 
retorno ao 
trabalho e estudo e 
algumas crenças 
e tabus como, por 
exemplo, acreditar 
que o leite é fraco, 
dificuldade de pega, 
e alterações estéticas das 
mamas, 
levam ao desmame ou a 
inclusão de 
outros alimentos antes dos 
seis meses 
15 
 
de vida da criança. A 
maioria não recebeu 
orientação profissional 
durante 
o pré-natal sobre 
amamentação e, as 
que receberam, 
reportaram a figura do 
enfermeiro como agente 
facilitador. 
 
Vitor Frazão 
Neri, Anna 
Letícia Lira 
Alves, Lucas 
Costa 
Guimarães. 
Prevalência de 
desmame 
precoce e 
fatores 
relacionados 
em crianças do 
Distrito 
Federal e 
entorno 
2019 Verificar a prevalência de 
desmame precoce em 
crianças menores de 
um ano de idade e 
identificar fatores sociais 
correlacionados com essa 
prática. 
A prevalência de 
desmame precoce foi de 
52,4% (p < 0,01), os 
principais motivos 
alegados pelas 
mães para o desmame 
precoce foram “retorno ao 
trabalho” com 20,3% (p < 
0,01) e “leite fraco/não 
sustenta” com 13,3% (p < 
0,01). Os dados foram 
analisados considerando 
5% de significância 
estatística e intervalo de 
confiança 
de 95%. 
Doris 
Powaczruk 
Bastian, 
Ana Carolina 
Terrazzan 
Tempo de 
aleitamento 
materno e os 
fatores de risco 
2015 Verificar o tempo de 
aleitamento materno e os 
fatores de risco 
para o desmame precoce 
em crianças 
prevalência 
de Aleitamento Materno 
Exclusivo (AME) no 
sexto mês de vida foi de 
1,8%. A mediana 
16 
 
para o 
desmame 
precoce 
frequentadoras de escolas 
particulares de 
educação infantil. 
de Aleitamento Materno 
foi 180 dias e a mediana 
de aleitamento materno 
exclusivo 
foi 90 dias. Houve 
associação positiva entre 
desmame e introdução da 
chupeta nos 
primeiros dias (RP 2,30 
IC95% [1,02 a 4,91] p= 
0,030). Receber 
orientação sobre 
aleitamento durante a 
gestação foi fator 
importante para prevenir 
o desmame precoce 
(RP 0,60 IC95% [0,37 a 
0,94] p=0,032). 
 
 
6 DISCUSSÃO 
Quanto ao número de publicações sobre o tema desmame precoce, com base aos artigos 
encontrados, verificou-se que o tema é bastante discutido, e tem diferentes abordagens. O que 
mostra a importância da amamentação e quais são os fatores de risco para o desmame precoce. 
Referente aos assuntos mais abordados dentro da temática, existem os fatores de risco e 
os fatores associados, nos quais foram discutidos em grande parte dos artigos que foram 
selecionados para esta pesquisa. 
 Os artigos 5, 6, 8, 10 e 13 apresentam os fatores de risco. Com base na leitura desses 
artigos, foi verificado que o maior fator de risco para o desmame precoce é o uso da chupeta. 
Com isso, destaca-se o artigo 13: 
Alguns autores que vêm estudando sobre aleitamento sugerem que o uso de chupeta 
pode reduzir o número de mamadas, levando à diminuição do estímulo para manutenção 
17 
 
da produção de leite. Levando em consideração essa teoria, vale pensar na hipótese de 
que as crianças que recebem chupetas deixam de ser amamentadas em livre demanda, 
e consequentemente, deixam de estimular a mama, interferindo na produção de leite. 
(BASTIAN, DORIS POWACZRUK, TERRAZZAN ANA CAROLINA, 2015). 
 
Outro fator muito citado dentro dos artigos e evidenciado no artigo 1, é o desmame 
precoce ocasionado pela volta ao trabalho. É garantido por lei que durante a jornada de trabalho 
a mulher tem direito a dois períodos de meia hora cada um, reservados para amamentação até 
que seu filho complete 06 meses, porém essa realidade não atinge a todas as trabalhadoras, 
principalmente as informais. O artigo de Araujo traz o relato das mães, exemplificando como 
era a realidade da volta ao trabalho. Nos relatos, as mães contam que deixavam as crianças em 
casa para trabalhar, só mamavam antes do trabalho, deixavam mamadeiras de leite, e só 
voltavam amamentar após o trabalho, mais de 12 horas. Outras relataram que no começo 
levavam as crianças para o trabalho, mas que após um período não houve mais efetividade e 
elas ficavam com familiares, e acabavam se acostumando com mingau. 
Alguns fatores como a má interpretação do choro do bebê, mitos como “leite fraco” e o 
retorno às atividades de trabalho foram apontados nos artigos 2, 9 e 12 como fatores associados 
ao desmame precoce. Fatores esses que podem ser trabalhados com a mãe desde o início da 
gestação, com as orientações corretas pode-se fazer a promoção do aleitamento materno 
evitando o desmame precoce. 
[...] O profissional de saúde, juntamente à classe empregadora, pode elaborar 
estratégias e ações educativas, priorizando ainda mais a importância do AM e ter maior 
resolutividade quanto aos fatores destacados. Por ser uma questão ampla, o profissional 
não deve apenas priorizar os fatores biológicos, mas também buscar melhoria no 
vínculo com a gestante, valorizar questões de cunho psicológico e social, apoiando e 
orientando ainda mais a nutriz (ANDRADEet al. 2018), 
O desmame precoce pode causar consequências tanto para o bebê quanto para a mãe, 
como é evidenciado no artigo 4: 
 “Observa-se que a ausência de amamentação ou sua interrupção precoce e a introdução 
de outros tipos de alimentos na dieta da criança têm sido frequentes, com consequências 
potencialmente danosas à saúde do bebê, tais como a exposição precoce a agentes 
infecciosos, contato com proteínas estranhas e prejuízos ao processo de digestão.” 
(CARRASCOZA, 2005 apud DA SILVA et al, 2017) 
18 
 
“Com o desmame precoce, a mãe perde a proteção natural contra a contracepção e o câncer da mama e 
do ovário.” (ICHISATO 2002, apud DA SILVA et al 2017). 
Existem muitas crenças, mitos e práticas relacionadas ao aleitamento materno e elas 
contribuem muito ao desmame precoce, a maior delas é o “leite fraco”, muitas mães deixam de 
amamentar, pois acreditam que seu leite é fraco, que não possui nutrientes capazes de suprir as 
necessidades e saciar a fome de seus filhos, e introduzem alimentos, leites comercializados, o 
que favorece o desmame precoce. O artigo de Oliveira traz alguns relatos sobre esta temática, 
as mães relatavam que amamentando os peitos iam cair muito, que só o leite materno não 
sustentava, que era fraco, se o leite pingasse no chão o peito iria secar. Davam chá de coentro 
ou cebola pois a criança tinha muita cólica, ou maisena, chás, e outros leites para sustentar a 
criança. Observa-se a falta de orientação profissional, em relação à introdução de alimentos 
antes do período indicado, e essas “orientações” geralmente são de pessoas do convívio como 
familiares e amigos. 
O artigo 7 traz uma pesquisa para demostrar a prevalência do desmame precoce e os 
fatores associados em crianças atendidas na Estratégia de Saúde da Família. A pesquisa foi 
realizada com 241 crianças, na qual evidenciou um número de desmame precoce alto, a 
prevalência foi de 58,51%. Evidenciou-se que a falta de orientação sobre amamentação no pré-
natal foi um dos maiores motivos para uma prevalência tão alta. 
“Qualquer que seja o fator que possa contribuir para a ocorrência de desmame precoce 
deve ser analisado. É importante procurar tornar o AM um ato de prazer e dedicação e 
não uma obrigação, de forma a contribuir para a qualidade de vida da mãe e seu filho. 
Assim, para reduzir o desmame precoce, cabe ao profissional de saúde incentivar o 
aleitamento materno, apoiando e instruindo a gestante e a nutriz, através do 
acompanhamento pré-natal cuidadoso, com formação de grupos de gestantes, onde o 
interesse das mães em participar seja continuamente estimulado.” (SANTOS et al. 
2018). 
Diante da pesquisa norteadora desta pesquisa, o artigo 3 analisa a atuação do enfermeiro 
frente o desmame precoce. O enfermeiro e a equipe de enfermagem têm um papel muito 
importante na promoção da AME. Os profissionais da saúde devem estar preparados para 
orientar a gestante desde o inicio da gravidez em suas consultas pré-natais. 
O papel do enfermeiro não está em somente orientar a pratica da amamentação e as 
técnicas para tal, mas sim em orientar nas dificuldades que a nutriz poderá enfrentar. Encoraja-
19 
 
la a amamentar, promovendo a autoconfiança. É importante orientar a nutriz em como realizar 
a ordenha, bem como os cuidados com o armazenamento do leite. 
O enfermeiro deve orientar a mãe quanto aos riscos da introdução de chupetas e 
mamadeiras, devido à alta prevalência de desmame precoce, problemas na dentição, doenças 
estomacais e distúrbios na fala. Mostrar como é possível introduzir o leite ordenhado em 
copinhos, para que o bebê não confunda a sucção da mamadeira com a sucção no seio materno, 
não causando danos ao AM. 
Como já citado nesta pesquisa, há muitos mitos acerca da amamentação, e é papel do 
enfermeiro orientar a nutriz, orientar quanto ao leite materno, que é rico em nutrientes e é um 
alimento completo e exclusivo para o bebê até seus 6 meses de idade, que não existe leite fraco. 
 O enfermeiro é um profissional qualificado para a assistência das gestantes e nutrizes. 
Inúmeras são as atuações do enfermeiro no combate ao desmame precoce. O enfermeiro é um 
grande orientador, e para as mães é muito importante receber essas orientações para garantir o 
AME. 
 
7 CONCLUSÃO 
 O desmame precoce é um ato que desencadeia diversas consequências danosas para a 
saúde do bebê e também para a mãe, e faz-se necessária a orientação adequada por parte do 
profissional de enfermagem quanto os benefícios do AM, bem como ensinar a técnica correta 
para que a amamentação seja um ato tranquilo e prazeroso. 
 É de responsabilidade do profissional de enfermagem, também, esclarecer e 
desmistificar todos os tabus e desinformações que circundam a temática amamentação. Muitas 
mães sentem-se inseguras para exercer o AME, pois são empregadas à elas informações 
incorretas vindo de amigos e familiares, como a ilusão de que o leite da nutriz é fraco, de que a 
criança sente sede e precisa ser introduzido água e chás, ou então informações direcionadas à 
estética da mãe, como por exemplo, que os seios vão cair caso a mesma amamente o seu filho, 
que amamentar em público é um ato imprudente, dentre demais informações que infelizmente 
ainda estão fortemente impregnadas na cultura brasileira. 
O enfermeiro deve esclarecer para a nutriz, desde o início da sua gestação, de que a 
amamentação é um ato de amor. O leite materno é produzido para saciar exatamente as 
necessidades do bebê, além de alimenta-lo também o protege de uma série de doenças, e ainda 
20 
 
fortalece o afeto e interação entre a mãe e a criança. É importante que a nutriz entenda e possa 
compreender na prática o quanto o AM é uma interação importante e especial, e o quanto esse 
momento é valioso para a saúde do seu filho. 
Devido ao apresentado, conclui-se que é extremamente importante que o profissional de 
enfermagem elabore estratégias e ações educativas. O profissional não deve apenas focar nos 
fatores biológicos da amamentação, mas também buscar melhoria no vínculo com a gestante, 
valorizar questões de cunho psicológico e social, apoiando e orientando ainda mais a nutriz. 
Dessa forma, com uma rápida intervenção e orientação qualificada, é possível reestabelecer o 
AM e garantir que a criança esteja adequadamente nutrida, causando bem estar físico e 
emocional para o bebê e para a mãe. 
 
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