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Tratamento Toxoplasmose

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Transcrição EI – Farmacologia II 
3ª SEMANA U.C 
ANA BEATRIZ CAMPOS 1 
 
TRATAMENTO TOXOPLASMOSE: 
x Agente etiológico: Toxoplasma Gondii. 
x Existem 2 tipos de reservatórios: 
o Definitivos São os gatos e outros felídeos; 
o Intermediários São os homens, outros mamíferos 
não-felinos e as aves. 
x Modo de transmissão do homem: 
o Ingestão de oocistos em alimentos ou areia, onde os 
oocistos são liberados pelos felinos, que é neles que 
acontece a fase sexuada; 
o Ingestão de cistos em carne crua ou mal cozida. Os 
cistos são formados a partir dos bradzoítos. Existe 3 
formas desse parasito: oocisto (forma mais 
infectante que existe, liberados pelos felinos), 
taquizoítos (forma de multiplicação rápida; elas 
estão dentro das células se multiplicando, daí ocorre 
o rompimento dessas células e ai, elas conseguem 
infectar novas células disseminando a doença nos 
órgãos e nos tecidos do hospedeiro) e também, a 
forma de bradzoíto (a forma que não se replica com 
tanta rapidez; essa forma se acumula nos tecidos e 
órgãos, e ai, se forma em cistos). 
o Transplacentária: adquirida durante a gestação ou 
próxima da gestação, é a forma que passa da mãe 
para o feto. 
x Diagnóstico: Clínico (quando há sintomas, porque boa 
parte são assintomáticos, principalmente se você tem 
uma imunidade boa), sorológico (através da presença de 
imunoglobulinas IgM e IgG contra o toxoplasma), 
histoquímico (através dos tecidos)... 
x Em pacientes que tem a imunidade normal 
(imunocompetentes), mesmo que ele tenha a doença, ele 
vai apresentar como se fosse assintomático. A maioria, 
90% dos pacientes que apresentam toxoplasma, mas que 
são imunocompetentes, eles não apresentam nenhum 
sintoma. 
x Apenas 10% apresentam sintomas, que são sintomas 
leves, algumas vezes pode até ser confundido com 
influenza (com a gripe), mas pode apresentar também 
uma febre baixa, linfonodomegalia (principalmente na 
região cervical, da nuca). 
x Quando o paciente é imunocomprometido, ai é que tem 
um risco maior de sintomas desse paciente, o 
comprometimento desse paciente é bem mais severo, 
pode inclusive acometer o cérebro (causando convulsões 
e calcificação cerebral), a retina (causando coriorretinite), 
músculo cardíaco (miocardite) e esquelético. Então, são 
maiores as complicações se o paciente não tem uma 
imunidade bacana. 
x Toxoplasmose congênita Æ é aquela que vai ser adquira e 
o comprometimento é extremamente variável, vai desde o 
comprometimento do SNC até a retina. 
x Manifestações clínicas: 
Lembra que no início é mais comum nos pacientes 
que são imunocompetentes eles não terem nenhum tipo 
de manifestação, eles serem ASSINTOMÁTICOS. Quando 
apresente algum tipo de manifestação, essas podem ser 
bem leves, como apresentar alguma febre. Essa fase 
inicial, que você acabou de ser acometido com esse 
parasita, pode ser chamada de TOXOPLASMOSE FEBRIL 
AGUDA, em que você apresentou o sintoma de febre (por 
exemplo), que é o sintoma que se apresenta nessa fase 
aguda, na fase que eu acabei de me contaminar, porém é 
leve, pode apresentar também exantema (irritação 
generalizada na pele) e normalmente a evolução é benigna 
nesse paciente, as vezes com sintoma de influenza, que ai 
as vezes você nem pensa que pode ter sido acometido por 
taxoplasmose, pensa que pode ser uma alergia, uma gripe, 
um resfriado. 
Existe também, uma manifestação clínica chamada 
de LINFADENITE TOXOPLÁSMICA, que pode apresentar 
inflamação dos linfonodos, a linfadenite. A inflamação 
desses gânglios linfáticos, pode ser localizada na região da 
nuca ou pode ser generalizada. 
Existe também uma outra manifestação clínica que 
é a TOXOPLASMOSE OCULAR, o paciente apresenta 
coriorretinite e essa, é caracterizada por inflamação do 
trato ulveal (formado pela íris, corpo ciliar e coroide), pode 
causar desde pequena irritação, incomodo visual, até a 
perda da visão parcial ou total. 
Outra manifestação clínica é a TOXOPLASMOSE 
CONGÊNITA E NEONATAL, em que pode ser que a mãe 
apresente assintomática e quando passe para o bebê, ele 
também na fase inicial se apresente assintomático ou ele 
já apresente sintomas, podendo levar a letalidade, a morte 
desse feto. Quando a mãe entra em contato com esse 
parasito na fase inicial da gravidez (1ª trimestre de 
gestação), tende a ser mais graves os sintomas no feto, 
apesar de ser mais difícil a contaminação para esse feto. A 
passagem desse parasita da mãe para o feto, ela é mais 
difícil de acontecer no 1ª trimestre de gestação, mas caso 
aconteça, os acometimentos para o feto são mais graves. 
Caso a mãe se contamina no 3ª trimestre de gestação, é 
mais fácil dela contaminar o feto, no entanto a 
sintomatologia apresentada por esse feto tende a ser mais 
Transcrição EI – Farmacologia II 
3ª SEMANA U.C 
ANA BEATRIZ CAMPOS 2 
 
branda. E as sintomatologias seriam da seguinte forma: 
o Contaminação no 2ª ou 3ª trimestre de gestação que 
a mãe se contaminou e passou para o feto, pode ter 
parto prematuro, o bebê pode nascer com baixo 
peso... na fase neonatal, pode não apresentar 
nenhum tipo de sintoma, mas à longo prazo, após 2 
ou 3 anos, pode vim a apresentar coriorretinite, 
estrabismo, convulsões, etc. 
o Conforme vai sendo a infecção na fase inicial da 
gravidez (lembra que é mais difícil que seja passado 
para o feto, é mais fácil o tratamento inclusive, de 
prevenir sintomatologia nesse feto, mas, caso passe 
para o feto, a sintomatologia é mais grave), 
normalmente quando é no 1ª trimestre da gestação, 
tem muita sintomatologia relacionada ao SNC, 
cérebro, que pode chamar de TOXOPLASMOSE 
CEREBRAL também. Existe uma tétrade de Sabin 
(microcefalia com hidrocefalia, coriorretinite, 
retardo mental e calcificações intracranianas), em 
que quanto mais cedo for contaminado o feto ele 
pode apresentar esse tipo de sintoma. 
 
Existe a TOXOPLASMOSE CEREBRAL, que é muito 
comum quando acometida nesse 1ª trimestre de 
gestação, mas que também pode vim a ser manifestada 
depois, que vai ser os principais sintomas: encefalites, 
calcificações, convulsões. 
 
TRATAMENTO 
(principalmente da T. congênita) 
 
 O tratamento da toxoplasmose é feito através dos 
inibidores de metabólitos essenciais, que são fármacos 
chamados de antifolatos, como as Sulfonamidas. 
 
 SULFONAMIDAS: que é Sulfametoxazol, 
Sulfadiazina... são fármacos que agem inibindo o 
metabolismo do ácido fólico, inibindo a produção do 
ácido fólico. O ácido fólico, a forma ativa dele é 
chamada de tetra-hidrofólico. Ele é importantíssimo 
para a formação de purinas e elas, são importantes para 
as bases do DNA. Então, por isso a gente fala que o 
ácido fólico é importante para a replicação celular, para 
a formação do tubo neural dos fetos, por exemplo. 
Quando a grávida faz reposição desse ácido fólico (as 
bactérias e os parasitas se reproduzem com esse ácido 
fólico), faz justamente para a produção das suas bases 
de DNA. A sulfonamidas inibem essa produção. A 
sulfonamida em si, para produzir o ácido fólico, eu preciso 
do ácido p-aminobenzóico (PABA), ele vai sofrer a ação de 
uma enzima chamada di-hidropteroato sintase, daí ela o 
transforma em ácido di-hidrofólico, que vai sofrer a ação 
de uma outra enzima chamada di-hidrofolato redutase, 
transformando ele em ácido tetra-hidrofólico que é a 
forma ativa do ácido fólico. 
 
 
 Então, as sulfonamidas elas vão agir inibindo a 
enzima di-hidropteroato sintase. As sulfonamidas tem 
uma estrutura química semelhante ao PABA, então, ao 
invés da enzima di-hidropteroato sintase ir pro PABA elas 
vão pras sulfonamidas, um exemplo, a SULFADIAZINA. 
 
 PIRIMETAMINA: 
Para aumentar o espectro de ação das 
Sulfonamidas, tem uma outra classe de fármacos que 
também inibe os folatos, é a PIRIMETAMINA. 
Como representante tem a Pirimetamina e a 
Tripmetropina. 
Já pode ter escutado falar de SULFAMETOXAZOL + 
TRIPMETROPINA ou SULFADIAZINA + PIRIMETAMINA. 
E o que é que essas 2 substâncias fazem? Enquanto 
o Sulfametoxazol e Sulfadiazina vão inibir a di-hidropteroato sintase, a Pirimetamina e Tripmetropina vão 
inibir a di-hidrofolato redutase. Então, tudo isso acontece 
para potencializar, é um sinergismo, porque elas agem em 
enzimas diferentes, mas acontece esse sinergismo para que 
assim possa ser inibido de forma mais eficiente a formação 
desse ácido fólico e ai aumenta o espectro de ação em 
relação aos tipos de microrganismos, bactérias e outros 
microrganismos que essa junção desses 2 fármacos 
alcançam. 
Resumindo: Sempre que eu vou utilizar para 
tratamento da toxoplasmose, o medicamento de escolha 
normalmente é a Sulfadiazina e ela vem acompanhada de 
um outro inibidor do folato que é a Pirimetamina. 
 
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Transcrição EI – Farmacologia II 
3ª SEMANA U.C 
ANA BEATRIZ CAMPOS 3 
 
Então, os 2 fármacos são utilizados em associação 
para inibir ou a contaminação congênita, a passagens 
transplacentária da mãe para o bebê ou, pelo menos, 
para minimizar os sintomas que possam acontecer nesse 
feto. 
 Quando nós utilizamos esses medicamentos, eles 
não são específicos para inibir o metabolismo do ácido 
fólico na bactéria ou no microrganismo, ele também 
inibe o metabolismo endógeno nas células do hospedeiro 
humano, causando as reações adversas, principalmente 
a nível hematológicos, os distúrbios hematológicos 
como anemia (hemolítica é uma das mais comuns), pode 
causar aplasia medular, pode causar pancitopenia 
(diminuição de uma forma geral das células sanguíneas), 
plaquetopenia (diminuição das células de plaquetas). 
Então, para evitar que aconteça isso no ser humano, 
adicionamos o ácido fólico (ácido folínico); nós seres 
humanos, temos a capacidade de utilizar esse ácido 
fólico do ambiente para a produção das nossas células, já 
as bactérias e os microrganismos, eles não têm essa 
capacidade. Então, para diminuir as reações adversas 
causadas pelo medicamento, nós fazemos também a 
associação do ácido folínico. 
 Utiliza a tríade medicamentosa: SULFADIAZINA 
+ PIRIMETAMINA + ÁCIDO FOLÍNICO. 
 
x Tratamento da toxoplasmose cerebral: 
É feito com a mesma tríade, mas, caso eu 
não tenha a sulfadiazina, eu posso substituir ele por 
CLINDAMICINA. Em pacientes imunocomprometidos, 
que estão com esse tipo de patologia (toxoplasmose 
cerebral), inclusive encefalite (uma das sintomatologias 
dessa patologia), eu posso utilizar a CLINDAMICINA 
porque ela te um espectro de ação amplo, ela é um 
inibidor da síntese proteica também, a PIRIMETAMINA 
inibe o metabolismo do ácido fólico, enquanto a 
Clindamicina inibe a síntese proteica, fazendo assim com 
que o espectro de ação aumente. Ainda pode associar um 
corticóide (prednisona) pra evitar a sintomatologia 
devido a ação desse medicamento T. Gondii, diminuindo 
esse processo inflamatório que vai ocasionar. Então, 
pode associar Prednisona geralmente por 7 dias pra 
tentar diminuir essa sintomatologia, diminuir a 
inflamação devido a destruição do parasita. 
x Tratamento da toxoplasmose congênita: 
 
 
Além da tríade vista, vamos utilizar um outro 
fármaco que é a ESPIRAMICINA. A espiramicina é um 
antibiótico macrolídeo que inibe a síntese proteica, e aí essa 
espiramicina vai ser utilizada no início da gestação e no final 
da gestação, porque a pirimetamina no início da gestação tem 
um efeito teratogênico e a sulfadiazina no final da gestação 
ela pode levar a partos prematuros. 
A toxoplasmose congênita ela vai ser aquela que 
ocorre quando uma gestante entra em contato pela 1ª vez 
com T. Gondii e adquire a infecção, daí o parasita vai se 
multiplicar na placenta e pode infectar o feto causando 
comprometimento da intensidade variável que vai desde 
comprometimento no SNC até comprometimento de retina e 
esse feto ao nascer, pode apresentar sintomas assim que ele 
nasce ou sintomas de forma mais tardia devendo ser 
acompanhado até os 3 anos de idade. 
OBS: O uso da espiramicina fica restrito somente ao 
tratamento da toxoplasmose congênita, caso o paciente seja 
adulto, eu faço o uso da tríade normal. 
 
x Tratamento da toxoplasmose neonatal: 
Como o bebê já nasceu, o tratamento vai ser com a 
tríade (Sulfadiazina + pirimetamina + ác. Folínico). 
Lembra que eu posso identificar o neonato com 
toxoplasmose através da tétrade de Sabin, que seria 
microcefalia com hidrocefalia, corioretinite, retardo mental e 
psicomotor e calcificação intracraniana. A corioretinite pode 
ser apresentada logo no início ou até os 3 anos de idade como 
uma manifestação crônica da presença do toxoplasma no 
feto; a calcificação intra-craniana são aquelas mais graves, 
que podem causar convulsões nessa criança, além da 
hidrocefalia que causa comprometimento morto/cognitivo na 
criança também. 
 
nfozzfEEEzEEogzgg
Transcrição EI – Farmacologia II 
3ª SEMANA U.C 
ANA BEATRIZ CAMPOS 4 
 
Lembra também, que nesse caso estou falando de 
manifestações a nível cerebral e quando fala de 
manifestação a nível cerebral eu utilizo o fármaco que vai 
“matar” o microrganismo presente ali e posso ter 
complicações sintomáticas devido a esse medicamento, 
causando processos inflamatórios e convulsões e, para 
evitar isso, eu posso associar PREDNISONA, que é um 
corticoide, anti-inflamatorio, imunossupressor, para tentar 
diminuir essa sintomatologia causada pelo uso do 
medicamento. Então, posso associar Prednisona no início 
do tratamento. O tratamento da criança, mesmo que ela 
seja assintomática, vai durar 1 ano e ela sendo sintomática 
dura de 1 a 2 anos e o acompanhamento até os 3 anos de 
idade, caso a criança seja assintomática para saber se ela vai 
desenvolver algum tipo de sintoma crônico tardio. 
Estafe

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