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Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Universidade Federal de Itajubá Instituto de Engenharia de Produção e Gestão Economia – 2º semestre 2017 Professor: Moisés Diniz Vassallo Tipos de Mercados Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo 7ª Aula 1. Concorrência Perfeita (1ª Parte); 2. Monopólio (2ª Parte); 3. Oligopólio (2ª Parte); 4. Teoria dos Jogos (2ª Parte); 5. Concorrência Monopolística (3ª Parte). Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Introdução Nesta aula vamos ver alguns conceitos necessários para entender como a empresa alcança seus objetivos nos mercados de monopólio e oligopólio. Estes conceitos também nos ajudam a entender como se forma a oferta. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Tipos de Estrutura de Mercado Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo 2. Monopólio Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Monopólio Uma empresa é considerada em monopólio se: • É a única vendedora de seu produto e; • O seu produto não tiver substitutos próximos. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo ➢ Enquanto uma empresa competitiva é uma tomadora de preço, uma empresa monopolista é uma formadora de preço. Price Takers vs Price Makers ➢ Os monopólistas, contudo, não conseguem atingir qualquer nível de lucros que desejam porque preços elevados necessariamente implicam em redução na demanda. ➢ Isto porque o monopolista defronta-se com a curva demanda de mercado que é negativamente inclinada. Monopólio Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Por que surgem os monopólios? Causa fundamental do monopólio: Existência de barreiras à entrada. Os principais tipos de barreiras à entrada: ➢ A propriedade exclusiva de um recurso-chave. ➢ O governo concede a uma única empresa o direito exclusivo de produzir algum bem. ➢ Custos de produção são menores para um único produtor do que para um grande número de produtores (economias de escala ou domínio de tecnologia exclusiva de produção). Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Monopólio: recurso-chave Embora a propriedade exclusiva de um recurso-chave seja uma fonte potencial de monopólio, na prática monopólios raramente surgem por esta razão. Exemplo: empresa de diamantes na África do Sul (80% dos diamantes no mundo). Será um monopólio enquanto os consumidores julgarem que outras pedras não substituem os diamantes e ainda assim possui concorrentes com 20% do mercado. Quando se transaciona a nível mundial é difícil não existirem substitutos próximos. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Monopólios criados pelo governo Governos podem restringir a entrada através da concessão para uma única empresa com direito exclusivo de vender um particular bem ou serviço para certos mercados. ➢ Patentes: Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) – 8 a 10 anos; ➢ Direitos autorais: MCT - Lei de Direitos Autorais (Lei 9.610/98); ➢ Concessões: Lixo, água e esgoto, telecomunicações, ferrovias, aeroportos, etc... Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Monopólios Naturais ▪ Uma indústria/setor é um monopólio natural quando uma única empresa pode ofertar um bem ou serviço para o mercado inteiro a um custo menor do que poderiam duas ou mais empresas. Ocorre em situações em que o custo fixo é muito elevado e o custo marginal pequeno. ▪ Um monopólio natural surge quando há grandes economias de escala ao longo da faixa relevante de produção; ▪ Exemplo: Fornecimento de água ▪ Não há atrativos para outras empresas no mercado. O custo fixo pode ser uma barreira muito grande. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo 15 10 5 1 2 3 4 D CMeLP Kwh produzido por empresa Custo • A curva de demanda do mercado por energia elétrica é D, e a curva de custo médio de longo prazo é 𝐶𝑇𝑚𝑒𝐿𝑃 . Há economias de escala ao longo de toda curva 𝐶𝑇𝑚𝑒𝐿𝑃. • Uma empresa é capaz de distribuir 4 milhões de quilowatts-hora ao custo de 5 centavos por quilowatt-hora. A mesma produção total custa 10 centavos por quilowatt-hora se o mercado for dividido para duas empresas e 15 centavos com 4 empresas. • Desta forma, uma empresa pode atender à demanda de mercado a um custo mais baixo do que duas ou muitas empresas teriam, e o mercado tenderia a um monopólio natural. Economias de Escala criam um monopólio natural Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo • Altos custos fixos exigem que uma parcela muito grande de capital seja remunerado independentemente do nível de produção. •Uma usina ou uma grande estrutura de tubulações requer um grande investimento (custo fixo). • Após realizado o investimento (custo fixo) a operação tem custo relativamente baixo quando comparado com o custo fixo. • Isso implica na instalação de apenas uma estrutura (custo fixo) e o uso mais intenso possível dessa estrutura para o melhor rateio dos custos fixos. Economias de Escala criam um monopólio natural Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Monopólio versus Concorrência Monopólio: • É um único produtor; • A curva de demanda que o produtor enfrenta é a de mercado, ou seja, inclinada para baixo; • É um formador de preços; • Reduz o preço para aumentar venda; • Se quiser praticar um preço mais alto, a quantidade vai necessariamente cair (Lei da Demanda). Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Monopólio versus Concorrência Empresa Competitiva: • É uma entre muitas produtoras; • Enfrenta uma curva de demanda horizontal uma vez que seu preço ou quantidade não são capazes de afetar a curva de demanda do mercado; • É uma tomadora de preço; • Vende quanto quiser pelo preço de mercado. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Curvas de Demanda: Empresas Competitivas vs Monopolistas •Empresas competitivas: tomadoras de preços (curvas de demanda horizontais). •Empresa monopolista: única produtora no mercado (curva de demanda de mercado com inclinação descendente). Monopolista precisa aceitar preço menor se quiser vender mais. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Como o Monopolista decide sobre preço e produção Assim como a firma que opera em concorrência perfeita a suposição básica para o comportamento do monopolista é que ele maximiza lucros. Logo, busca o ponto ótimo de produção onde 𝑹𝑴𝒈 = 𝑪𝒎𝒈. O que difere é que a receita marginal irá variar uma vez que preço não é mais constante. A receita marginal irá depender da elasticidade da demanda. A variação na receita total dependerá da variação na quantidade e também no preço que não será mais constante. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo As Receitas no Monopólio Receita Total P x Q = RT Receita Média RT/Q = RM = P Receita Marginal Δ𝑅𝑇/Δ𝑄 = 𝑅𝑀𝑔 Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Receita marginal sob monopólio A receita marginal do monopolista é sempre menor do que o preço atual do bem, pois: ➢ A curva de demanda é inclinada para baixo. ➢ Quando um monopolista derruba o preço para vender uma unidade a mais, a receita recebida através das unidade anteriormente vendidas também diminui. Quando um monopolista aumenta a quantidade que vende, e o preço de venda cai, existem dois efeitos na receita total (P x Q). ➢ efeito-quantidade: mais vendas, então Q é maior. ➢ efeito-preço: preço cai, então P é menor. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Efeito quantidade vs Efeito Preço Na concorrência perfeita não ocorre o efeito-preço. Como as firmas são tomadoras de preço, apenas ajustam sua produção para maximizar o lucro. Podem vender tudo o que quiserem ao preço de mercado. Para o monopolista isto é impossível. Quando aumenta a produção em uma unidade, somente pode vendê-la se reduzir o seu preço de venda. Sempre existe o efeito-preço para o monopolista. Economia– 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Preço (RMe) vs Receita Marginal (RMg) ➢ Como o monopolista se defronta com a demanda de mercado (negativamente inclinada): se elevar o preço a quantidade vendida irá cair; ➢ Logo, a 𝑅𝑚𝑒 e a 𝑅𝑚𝑔 partem do mesmo ponto na primeira unidade, mas depois sempre teremos 𝑃 > 𝑅𝑀𝑔; ➢ Isto ocorre porque no monopólio sempre existirá o efeito-preço (só vende mais se abaixar o preço); ➢ A 𝑅𝑀𝑔 pode eventualmente ficar negativa: Isto ocorre quando o efeito- preço supera o efeito-quantidade. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo As Receitas no Monopólio Quantidade (Q) Preço ($) Receita Total ($) Receita Média ($) Receita Marginal 0 1 10 10 10 10 2 9 18 9 8 3 8 24 8 6 4 7 28 7 4 5 6 30 6 2 6 5 30 5 0 7 4 28 4 -2 8 3 24 3 -4 9 2 19 2 -5 Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Receita Marginal Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Curvas de demanda, de receita total e de receita marginal do monopolista Preço, RMg (a) Demanda e receita marginal 20109 A B Efeito preço: -$450 Efeito quantidade: +$500 550 500 1000 50 10 Efeito quantidade domina efeito preço Efeito preço domina efeito quantidade (b) Receita Total Receita Total Quantidade 5000 (a) Curvas de demanda e de receita marginal de um monopolista: • Ponto A: 9 unidades vendidas a $550 cada (receita = $4950). • Para vender a 10ª unidade, o preço de todos é reduzido para $500 (ponto B). A receita total aumenta conforme a área sombreada em cinza escuro (o efeito quantidade), mas diminui conforme a área em cinza claro (efeito preço). Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Maximização do lucro de um monopólio ➢ A condição de maximização de lucro de um monopólio ocorre onde a receita marginal é igual ao custo marginal. ➢ O monopolista deve achar a produção onde esta igualdade ocorre. ➢ O monopolista usa a curva de demanda para encontrar o preço que irá induzir os consumidores a comprar aquela quantidade. Ou simplesmente podemos dizer que o monopolista maximizador resolve seu problema escolhendo o preço que maximiza o lucro. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Maximização dos Lucros de um Monopolista Um monopolista maximiza o lucro escolhendo a quantidade em que a receita marginal se iguala ao custo marginal (ponto A). Então, usa a curva de demanda para determinar o preço que induzirá os consumidores a comprar essa quantidade (ponto B). Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Lucro do Monopolista Lucro = RT − CT = (PM × QM) − (CTMeM × QM) = (PM − CTMeM) × QM Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo O monopolista pode ter lucro econômico nulo? CTme CMg D RMg Q P RT = P x Q CT = Q x CTme RT = CT RT - CT = 0 Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Preço e produção de um monopólio (a) Curvas de receita total e custo total (b) Curvas de demanda e de receita e custo marginal 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 Quantidade Quantidade 20 30 42 Lucro econômico = $12 Receita total e custo total Preço e custo CT RT 20 D RMg CTMe CMg Lucro econômico = $12 Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Comparando Monopólio e Concorrência Perfeita Para uma empresa competitiva, preço é igual a receita marginal e o ponto de máximo lucro se dá quando esta é igual ao custo marginal. P = RMg = CMg Para uma empresa monopolista, preço excede o custo marginal. P > RMg = CMg Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo O Lucro do Monopólio Lucro é igual a receita total menos o custo total: Lucro = RT – CT = (P - CTme) x Q ▪ Se P=CTme, então lucro econômico será nulo; ▪ Se P>CTme, lucro econômico positivo. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Mercado de medicamentos Quando a patente de um medicamento expira, o lucro que esta sendo auferido atrai novos concorrentes; O mercado se transforma rapidamente de monopolista em competitivo; Isto porque surge o mercado dos genéricos com o mesmo principio ativo, e com custo marginal de produção bastante semelhante; O monopolista não deixa de existir, pois alguns consumidores se mantém fieis à marca, mas o mercado se torna mais competitivo. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo O Mercado dos Medicamentos Custos e Receitas Preço durante o período da patente Preço após a expiração da patente Quantidade de monopólio Quantidade competitiva 0 Quantidade Demanda Custo marginal Receita Marginal Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Oferta do monopolista Obtivemos o equilíbrio de monopólio sem falar na oferta. Isto não é possível em mercados competitivos: qual é a curva de oferta no monopólio? O monopolista toma decisão sobre a quantidade ofertada que está diretamente relacionadas à curva de demanda de mercado com que ele se depara. O formato da curva de demanda determina o formato da receita marginal, que determina a quantidade que maximiza o lucro. Não se fala em curva de oferta em monopólio, mas sim em quantidade ofertada. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo O Custo do Monopólio em termos de Bem-Estar O equilíbrio de máximo lucro em monopólio implica em preço acima do custo marginal: Do ponto de vista dos consumidores, este preço maior torna o monopólio indesejável. Do ponto de vista do produtor, o preço maior torna o monopólio desejável. Monopólio gera ineficiência? Benefícios para os produtores superam os custos adicionais dos consumidores (preço maior; quantidade menor)? Monopólio é desejável para a sociedade como um todo? Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Preço maior e produção menor em relação à concorrência perfeita Qm D RMg CMg Qc Pc Pm Concorrência Perfeita Monopólio de preço único: preço maior e produção menor Preço e custo Quantidade Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo O Peso Morto Quando o monopólio fixa seu preço acima do custo marginal, é colocada uma diferença entre a disposição a pagar do consumidor e os custos do produtor. Esta diferença faz com que a quantidade vendida seja menor que a quantidade correspondente a do ótimo social. Monopólio gera peso morto ao produzir abaixo da quantidade socialmente ótima (concorrência perfeita). Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Ineficiência do monopólio Preço e custo Preço e custo Quantidade QuantidadeQc Qc Qm S = CMgS D = BMgS Quantidade Eficiente Excedente do Consumidor Excedente do Produtor (a) Concorrência Perfeita (b) Monopólio Pc Pm Pc Excedente do Consumidor Excedente do Produtor Ganho do Monopolista Peso Morto S = CMgS D = BMgS Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Produto e preço que maximiza o lucro para o monopolista Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Monopólio causa ineficiência Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo O Peso Morto O peso morto causado por um monopólio é similar àquele causado por um tributo no mercado em concorrência perfeita. A diferença entre os dois casos é que, de um lado, o governo obtém receita através do tributo, ao passo que, no outro caso, uma empresa privada obtém lucro de monopólio. Em ambos os casos “levam” parte do excedente do consumidor. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo O lucro do Monopólio é um custo social? O preço maior cobrado pelo monopolista significa a transferência de excedente do consumidor para o excedente do produtor. Se o excedente total não muda, não há nada que diz na teoria econômica que os consumidores tem mais importância que os produtores, logo não seria um problema social (ex: Discriminação de preços). Como já vimos os donos das firmas são as famílias. O lado ruim do monopólio é que ele implica em umnível de consumo/produção menor que a produção eficiente de mercado, ou seja, ele é ineficiente em termos de produção e gera “peso morto”, um excedente que fica com ninguém pelo fato da redução da produção. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Discriminação de Preços Dois importantes efeitos da discriminação de preços: Pode aumentar os lucros do monopolista; Pode reduzir o peso morto. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Políticas públicas para os monopólios Os governos podem responder ao problema do monopólio de alguma maneira, por exemplo: Tentar levar as atividades monopolistas para um ponto de equilíbrio mais próximo do que seria obtido em mercados competitivos; Para isso: ➢ Regulamentam o comportamento dos monopólios; ➢ Transformam alguns monopólios privados em empresas públicas. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Aumento da concorrência com a legislação antitruste A legislação antitruste é um conjunto de estatutos que tentam replicar um mercado concorrencial em mercados onde existe monopólio ou excesso de poder de mercado por parte da indústria. A legislação antitruste concede ao governo várias maneiras para promover a competição. Ela permite ao governo impedir fusões; Ela permite ao governo impedir carteis; Ela permite ao governo definir preços máximos ou quantidades mínimas a serem ofertadas em mercados regulados; Ela impede companhias de coordenar atividades de forma a tornar os mercados menos competitivos. Truste: Organização empresarial de grande poder de pressão no mercado. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Regulamentação O governo pode regular os preços que o monopólio cobra: A alocação dos recursos será eficiente se o monopólio tiver que cobrar um preço igual ao custo marginal; Este tipo de regulamentação origina dois tipos de problemas: Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Regulamentação Primeiro No caso do monopólio natural e patentes, onde o 𝐶𝑇𝑚𝑒 é decrescente, o custo marginal estará sempre abaixo do custo total médio. Isto significa que o monopólio terá prejuízo, pois 𝑝 < 𝐶𝑇𝑀. Obrigada a cobrar preço tão baixo a empresa monopolista sairá do mercado. Se o governo além de regulamentar, der subsídio precisará criar tributo para financiar esta ação, gerando, assim, mais peso morto na economia. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Segundo Obrigar o monopolista a praticar o 𝑃 = 𝐶𝑚𝑔 não lhes dá qualquer incentivo para redução de custo. Sempre que reduzirem o custo passarão a ter lucro, e uma nova revisão de preços exigirá preços menores, impedindo-os de se beneficiarem dos ganhos de eficiência. Isto só não ocorrerá se o monopólio puder desfrutar de parte do lucro decorrente da redução dos custos. Regulamentação Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Propriedade Pública Em lugar de regulamentar um monopólio natural gerenciado por uma empresa privada, o governo pode assumir a administração do monopólio. Discussão: propriedade publica afeta custos de produção? Gera ineficiências? Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Não fazer nada O governo pode não fazer nada se julgar que as falhas de mercado são menores do que as falhas das políticas públicas: • Quem faz política pública tem mais chance de errar que o mercado. • Erros do mercado podem fazer menos mal que os decorrentes de políticas mal desenhadas. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo A Prevalência do Monopólio Até que ponto prevalecem os problemas de monopólio? Os monopólios são comuns; A maioria das empresas tem algum controle sobre seus preços, pois os produtos são diferenciados; As empresas com substancial poder de monopólio são raras; Poucos bens de fato são únicos (isto é, não possuem substitutos próximos). Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Exercícios Quais elementos abaixo podem ser considerados barreiras à entrada? (i) Um recurso-chave que apenas uma firma possua. (ii) Os custos de produção fazem com que um produtor seja mais eficiente do que um número maior de produtores. (iii) O governo concede ao monopolista o direito exclusivo de produzir o bem. a. (i) e (ii) b. (ii) e (iii) c. (i) d. (i), (ii) e (iii). Resposta: d Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Exercícios Se não há discriminação de preços, o monopolista vende cada unidade ao mesmo preço, logo: a. A Receita marginal é igual ao preço. b. A Receita marginal é igual à Receita média. c. Preço é maior que a Receita Marginal. d. Tanto a quanto b estão corretas. Resposta: c. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Qual das afirmações é correta? a. Quando o monopolista produz onde 𝑅𝑀𝑔 = 𝐶𝑀𝑔, ele deve ganhar lucros econômicos positivos. b. Se o monopolista está ganhando lucros econômicos positivos, ele deve estar produzindo a quantidade em que 𝑅𝑀𝑔 = 𝐶𝑀𝑔. c. Se a receita marginal do monopolista é maior que o custo marginal, o monopolista pode aumentar seus lucros vendendo mais unidades a um preço menor por unidade. d. Se a receita marginal do monopolista é maior que o custo marginal, o monopolista pode aumentar os lucros vendendo menos unidades a um preço maior. Exercícios Resposta: c Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo 3. Oligopólio Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Oligopólio: Entre Concorrência Perfeita e Monopólio ❖Concorrência e Monopólio representam formas extremas de estruturas de mercado. São mais fáceis de entender. ❖Entretanto, a realidade não revela a plenitude de nenhum deles: a maioria das estruturas de mercado inclui elementos desses dois casos, mas a realidade não é descrita completamente por nenhum deles. ❖Empresas em Oligopólio possuem traços característicos dos dois mercados: existem concorrentes, mas, também, são formadores de preços. ❖Oligopólio é um caso intermediário que se enquadra dentro da terminologia: concorrência imperfeita Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Concorrência Imperfeita Concorrência imperfeita designa as estruturas de mercado que estão entre a concorrência perfeita e o monopólio. ❖Na concorrência imperfeita as empresas têm concorrentes mas, ao mesmo tempo, a concorrência não é tanta que as transforme em tomadoras de preço. ❖Existe uma interedependência nas ações dos competidores. A ação e a reação de um competidor pode afetar o lucro dos demais. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Tipos de mercados em concorrência imperfeita ❖Oligopólio Há poucas empresas, cada um oferecendo produtos similares ou idênticos aos demais. ❖Concorrência monopolística Há muitas empresas vendendo produtos que são similares, mas não idênticos. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Dificuldades de enquadramento ❖A realidade não tem contornos tão bem definidos quanto a teoria: em diversos casos é difícil decidir qual a estrutura que melhor descreve um mercado. ❖ Quanto é “poucas” ou “muitas” empresas? ❖Também não existe uma forma garantida de identificar quando os produtos entre dois mercados são idênticos ou diferenciados. ❖A pratica aliada à teoria, com uma boa base empírica, é quem ajuda a definir um enquadramento correto. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Características de um Mercado em Oligopólio Poucas empresas (interdependentes), que oferecem produtos similares ou idênticos: interesse próprio ou cooperação? COALISÃO/COOPERAÇÂO: ➢ Para os oligopolistas, o melhor arranjo é cooperar e agir como um monopólio, produzindo pouco e cobrando um preço superior ao custo marginal, assim elevam seus lucros. ➢ Contudo, por causa do pequeno número de vendedores, um aspecto conflitivo do oligopólio é a tensão entre a cooperação e o interesse próprio. ➢ O interesse próprio pressiona para o abandono da coalisão. Economia – 2ºsemestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Mercados oligopolistas com poucos vendedores Para entender essa tensão, vamos analisar um duopólio (Exemplo de oligopólio): ▪Duopólio é um oligopólio com apenas dois membros; ▪É o tipo mais simples de oligopólio; ▪Se houver cooperação entre as empresas pode se transformar num monopólio. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Exemplo de Duopólio Suponha que em uma cidade existem dois ofertantes de água potável, extraída de poços: ❖Vamos supor que o Custo Marginal de produção seja quase nulo para ambos; ❖O Cmg de produzir água é próximo de zero. Logo como o custo total é nulo, maximizar a receita total equivale a maximizar o lucro; ❖Ao venderem água para a população da cidade se defrontam com a demanda de mercado conforme mostra a tabela a seguir. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Exemplo de Duopólio: Esquema de Demanda de Água Quantidade Preço Receita Total (lucro total) 0 $120 $ 0 10 110 1,100 20 100 2,000 30 90 2,700 40 80 3,200 50 70 3,500 60 60 3,600 70 50 3,500 80 40 3,200 90 30 2,700 100 20 2,000 110 10 1,100 120 0 0 Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Exemplo de Duopólio: Preço e Quantidade Ofertadas Se este fosse um mercado perfeitamente competitivo o preço da água se igualaria ao custo marginal, que neste exemplo é zero: P = CMg = $0 Q = 120 litros Se este mercado fosse um monopólio o preço e a quantidade seriam fixados de forma a maximizar o lucro = receita total: P = $60 Q = 60 litros Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo A quantidade socialmente eficiente de água é 120 litros, mas um monopolista gostaria de produzir apenas 60 litros de água. Então que resultado poderíamos esperar dos duopolistas? Empresas oligopolistas/duopolistas gostariam de formar explicitamente cartéis e ganhar lucros monopolísticos. Exemplo de Duopólio: Preço e Quantidade Ofertadas Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Cartel / Conluio ❖Os duopolistas podem buscar uma solução através de um acordo tácito, resultando em um monopólio. ❖Entram em Conluio Acordo entre empresas quanto à quantidade a ser produzida e/ou o preço a ser cobrado. ❖ Ou sejam, criam um Cartel Grupo de empresas que agem em relativa harmonia (as que fizeram e cumprem o acordo). Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Formar cartéis explícitos quase nunca é possível, pois: a) Há legislação antitruste que proíbe acordos explícitos entre oligopolistas; e b) É difícil impedir uma empresa de “furar” o acordo, para aumentar seu lucro individual - O conflito de interesses encontra-se no âmago do funcionamento de uma estrutura em oligopólio. Cartel / Conluio Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Cartel (solução de monopólio) para o Duopólio O Cartel somente vingaria na presença de um acordo explicito, o que não pode ocorrer. Como o acordo tem que ser implicíto a solução de cartel é menos provável. Vejamos porque. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Comportamento individual leva a uma solução pior ❖Cada duopolista individualmente pode achar que ganharia mais que a solução de monopólio. ❖Assim em vez do acordo para produzir 30 galões de água maximizando o lucro conjunto, dá lugar a uma busca para vender mais para elevar individualmente seu lucro. ❖Mas, ambos pensando assim, cada um produzirá 40 galões. Nesse caso o preço se reduzirá para $40, o lucro total para $ 3.200,00. ❖Como resultado dessa tentativa de burlar o acordo realizado ambos terão um lucro diminuído ($ 1.600) com relação a solução de monopólio maximizadora de lucros($1.800). Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Exemplo de Duopólio: Esquema de Demanda de Água Quantidade (total) Preço Receita Total (lucro total) Quantidade de uma firma (cartel) Preço Receita de uma firma (cartel) Quantidade ótima para a outra firma, considerando o cartel (qi=30) Preço Receita Total (lucro total) 0 $120 $0 0 $120 $0 -30 $120 ($3,600) 10 110 1,100 5 110 550 -20 110 -2,200 20 100 2,000 10 100 1,000 -10 100 -1,000 30 90 2,700 15 90 1,350 0 90 0 40 80 3,200 20 80 1,600 10 80 800 50 70 3,500 25 70 1,750 20 70 1,400 60 60 3,600 30 60 1,800 30 60 1,800 70 50 3,500 35 50 1,750 40 50 2,000 80 40 3,200 40 40 1,600 50 40 2,000 90 30 2,700 45 30 1,350 60 30 1,800 100 20 2,000 50 20 1,000 70 20 1,400 110 10 1,100 55 10 550 80 10 800 120 0 0 60 0 $0 90 0 $0 Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Cartelizando o Duopólio ➢ Na ausência de restrições legais, e resolvidos os conflitos existentes, o que ocorreria é que o Duopólio (Oligopólio) encontraria a solução de Monopólio, cobrando um preço de $60, produzindo um total de 60 galões, fazendo um lucro total máximo de $ 3.600 ($ 1.800 p/cada um). ➢ Para chegar a esta otimização eles devem concordar também na divisão da quantidade produzida, que no caso deverá ser dividida (30 galões para cada um). ➢ Por outro lado, ação individual para ganhar mercado elevam a produção, reduzem preço, chegando a um novo tipo de equilíbrio. ➢ Esta situação baseia-se no chamado “Equilíbrio de Nash”. Sob equilíbrio de Nash nenhum jogador (firma) teria razões para mudar sua estratégia. Ou seja, não seria vantajoso para nenhum jogador furar o cartel. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo O equilíbrio para o oligopólio ❖ Equilíbrio de Nash é uma situação em que atores econômicos interagindo entre si escolhem sua melhor estratégia, dadas as estratégias escolhidas pelos demais agentes. ❖ Existe sempre uma tensão entre a cooperação mutua e o interesse próprio. ❖ A melhor solução seria a cooperação, mas o interesse próprio leva os duopolistas a não alcançarem a maximização de lucros como um monopólio. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo ❖Com base nesta estratégia cada um persegue seu próprio interesse sobre quanto produzir e quanto cobrar. Mas ao fazerem isto desencadeiam a reação do outro, que não quer perder sua parcela do mercado (lucro). ❖Assim eles elevam a produção ofertada, fazendo o preço cair a um nível menor que o da solução monopolista, mas nunca chegando ao preço de concorrência, pois ainda teremos 𝑝 > 𝐶𝑚𝑔. ❖O lucro do oligopolista será menor que o do monopolista, e a quantidade produzida pelo mercado não atingira o volume produzido pela concorrência perfeita. O equilíbrio para o oligopólio Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Quando as empresas de um oligopólio escolhem individualmente a quantidade produzida que maximiza o lucro, elas produzem uma quantidade maior que a do monopólio e menor do que a que seria atingida pela concorrência perfeita. O preço do oligopólio é menor que o preço do monopólio, porém maior que o preço do mercado competitivo. O equilíbrio para o oligopólio Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Resumo do Equilíbrio para o Oligopólio Resultados esperados se a empresa oligopolista perseguir seus próprios interesses: ❖ A produção conjunta é maior que a quantidade do monopólio, mas menor que a quantidade da indústria competitiva; ❖ Os preços de mercado são menores que o preço de monopólio, mas maiores que o preço de competição; ❖ Os lucros totais são menores do que o lucro do monopólio. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Como o tamanho do oligopólio afeta os resultados de mercado ❖ À medida que o número de vendedores de um oligopólio aumenta, o mercado oligopolista vai se assemelhando mais e mais ao mercado de concorrência perfeita. ❖ O preço se aproxima do custo marginal e a quantidade produzida se aproxima do nível socialmente eficiente. ❖ Exemplo das Montadoras: Livre comércio permite que haja um oligopólio (ao invés de um monopólio) nos países, melhorando a concorrência mundial. Economia – 2º semestre 2017 Prof. MoisésDiniz Vassallo 3. Teoria dos Jogos Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo O que são os Jogos Qualquer escolha de um comportamento consciente interdependente da parte de indivíduos que possuem metas. Jogos pressupõem a interação entre os participantes (agentes), sempre levando em consideração as estratégia do adversário. Por exemplo: – Jogo de par ou impar; – Jogo de damas; – Jogo de xadrez; – Jogo de futebol; – Jogos políticos; – Jogos de guerra; – Jogos em economia. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Jogos na Microeconomia ➢ Em mercados de concorrência perfeita os agentes não precisam se preocupar com as ações dos demais participantes. As variáveis estratégicas são dadas pela sua função de produção e pelo mercado. O equilíbrio de lucro máximo independe da interação entre os participante do mercado. ➢ Em mercados de monopólio não existem concorrentes apenas um único vendedor e participante do jogo. ➢ Em mercados de oligopólio as ações de cada agente afetam os demais e então tem-se jogos com estratégias que deverão ser bem elaboradas para que se consiga o lucro ou bem estar máximos. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Jogos em Mercados de Oligopólio ➢ Um mercado com poucos produtores e muitos consumidores; ➢ Quando um produtor altera a sua quantidade produzida e/ou o seu preço, todos os demais (a indústria toda) são afetados; ➢ Logo as decisões de um produtor afetam preços e quantidades totais de mercado; ➢ Existem diversos modelos de equilíbrio com base em equilíbrios de jogos; ➢ Os fatores determinantes dos pontos de equilíbrio são como os agentes (produtores) interagem no mercado; ➢ A teoria dos jogos juntamente com a teoria econômica tem diversas propostas de equilíbrios que se adéquam a diferentes mercados. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo O que determina o tipo de jogo 1. Número de participantes; 2. Número de rodadas; 3. Rodadas simultâneas ou seqüenciais; 4. Ordem de participação; 5. Tipo de informações disponíveis; 6. Regras e possibilidades de ações; 7. Retornos, resultados (payoffs); 8. Existência de equilíbrios. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Tipos de Jogos Jogos com N jogadores (oligopólio). Jogos com dois jogadores (duopólio). Jogos contra a natureza (monopólio); Jogos cooperativos (cartel). Jogos não cooperativos ou competitivos (oligopólio); Jogos de informação completa (conheço as possibilidades e retornos minhas e dos adversários). Jogos de informação incompleta (não sei os meus retornos e/ou os dos meus adversários); Jogos de informação perfeita (seqüenciais). Jogos de informação imperfeita (simultâneos); Com relação aos payoffs os jogos podem ser de soma zero (o que um ganha o outro perde). Soma variável. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Formas de Representação de um Jogo Jogos seqüenciais de informação completa são representados pela forma extensiva (árvore de decisão): Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Formas de Representação de um Jogo Jogos simultâneos com informação completa são apresentados na forma de matrizes de payoffs: Matriz com um jogador na linha e outro na coluna. O primeiro payoff refere-se ao jogador da linha (jogador A) e o segundo payoff refere-se ao jogador da coluna (jogador B). Esquerda Direita Alto (0,0) (0,-1) Baixo (1,0) (-1,3) Jogador B Jogador A Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Equilíbrios: Estratégia Dominante Estratégia preferida, qualquer que seja a escolha do seu oponente. Qualquer que seja a decisão do Prisioneiro 1 é melhor para o Prisioneiro 2 confessar. Qualquer que seja a decisão do Prisioneiro 2 é melhor para o Prisioneiro 1 confessar. Confessar é uma estratégia dominante. Confessa Não Confessa Confessa (5,5) (0,10) Não Confessa (10,0) (1,1) Prisioneiro 2 Prisioneiro 1 Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Ótimo de Pareto Melhor situação para todos. Não é possível melhorar a situação de ninguém sem piorar a situação de outra pessoa. O equilíbrio da estratégia dominante do dilema do prisioneiro não é um ótimo de Pareto. É possível melhorar o bem estar dos prisioneiros 1 e 2 se ambos não confessarem. Resultado semelhante à situação de cartel. Confessa Não Confessa Confessa (5,5) (0,10) Não Confessa (10,0) (1,1) Prisioneiro 2 Prisioneiro 1 Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo O Dilema do Prisioneiro O Dilema do Prisioneiro ilustra a dificuldade de se manter a cooperação. Frequentemente as pessoas (e empresas) falham em manter a cooperação umas com as outras, mesmo quando sabem que a cooperação as deixariam conjuntamente em uma situação melhor. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Modelos Clássicos de Oligopólio Equilíbrio de Cournot Nash: Dada a quantidade de produção escolhida pela firma que já está no mercado o outro produtor decide quanto produzir para maximizar o seu lucro admitindo a produção do outro já existente e que esse outro não responderá com alterações de quantidade ou preço. (Modelo mais comum para bens homogêneos onde não existe concorrência por preços e diferenciação do produto). Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Modelos Clássicos de Oligopólio Equilíbrio de Bertrand Nash: As empresas definem seus preço e deixam o mercado definir a quantidade. Cada empresa escolhe seu preço com base nos preços (e alterações de preços) dos demais. Esse tipo de concorrência oligopolistica é mais comum em mercados com produtos heterogêneos e com diferenciação de preços. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Teoria dos jogos e a economia de cooperação Problemas de cooperação: analisados pela teoria dos jogos A teoria dos jogos é o estudo do comportamento das pessoas/instituições em situações estratégicas. Decisões estratégicas são aquelas em que cada pessoa, ao decidir quais ações tomar, leva em consideração como os outros poderiam responder a tais ações. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Teoria dos Jogos: Concorrência e Monopólio ➢A teoria dos jogos não é importante para entender os mercados competitivos, pois cada empresa é tão pequena em relação ao mercado que as interações entre elas são negligenciáveis. ➢ A teoria dos jogos não é importante para entender o comportamento do monopólio, pois não há interação de uma só firma. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Teoria dos jogos e a economia de cooperação entre os oligopólios Como o número de empresas em um mercado oligopolista é pequeno, cada empresa deve agir estrategicamente. Agora a teoria dos jogos passa a ser importante. Cada empresa sabe que seu lucro depende não apenas de suas vendas, mas, também, da venda dos demais. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo O Dilema do Prisioneiro História de dois criminosos capturados: Bonnie e Clyde são presos por porte de arma e suspeita de assalto a banco, porém sem evidências concretas. A polícia os interroga em salas separadas com a seguinte proposta: “Até o momento, podemos prendê-los por 1 (um) ano. Entretanto se você confessar o assalto a banco juntos....ficará livre. Seu cúmplice passará vinte anos na cadeia. Mas se vocês dois confessarem o crime não precisaremos de seu testemunho...de modo que vocês dois receberão uma pena intermediária de 8 anos”. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo O Dilema do Prisioneiro Eles cooperarão entre sí ficando em silêncio, ou tomarão a decisão preocupados somente com a própria sentença? Cada prisioneiro tem duas decisões: ficar em silêncio ou confessar. Cada um dos prisioneiros tomará sua decisão baseado na chamada estratégia dominante. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo O Dilema do Prisioneiro Estratégia dominante é a melhor estratégia para um dos jogadores, quaisquer que sejam as estratégiasescolhidas pelos outros jogadores. A estratégia dominante de ambos, neste caso, é confessar: Ela (Ele) passará menos tempo na cadeia se tomar decisão, independentemente do outro confessar ou permanecer em silêncio. Se os dois ficassem em silêncio ambos estariam em melhor situação, ficando apenas um ano na cadeia por porte ilegal de armas. Contudo, ao perseguirem seus próprios interesses, os dois chegam, juntos, a um resultado que é pior para ambos. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo O Dilema do Prisioneiro Decisão de Bonnie Confessa Permanece em silêncio Confessa Permanece em silêncio Decisão de Clyde Clyde é sentenciado a 8 anos Bonnie é sentenciada a 8 anos Bonnie é sentenciada a 1 ano Bonnie é solta Clyde é sentenciado a 20 anos Clyde é sentenciado a 1 ano Bonnie é sentenciada a 20 anos Clyde é solto Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo O Dilema do Prisioneiro A cooperação é muito difícil quando prevalece o interesse próprio. Suponha que eles tenham feito antes um pacto de não confessar. Pegariam somente um ano. Mas, ao serem interrogados separadamente, será que manteriam o silêncio pelo fato de terem feito este pacto? Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo O Dilema do Prisioneiro Ao serem interrogados separadamente, a lógica do interesse próprio assume o controle das decisões do indivíduo, e confessar vira a estratégia dominante. Isto torna praticamente impossível uma cooperação entre eles, pois nas condições em que foram realizadas as escolhas, a cooperação é irracional do ponto de vista individual. A cooperação é difícil de se manter, porque do ponto de vista individual é irracional. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo A solução de oligopólio se assemelha a um Dilema do Prisioneiro Exemplo: petróleo é oferecido por dois países, que acertam o volume de produção conjunta para manter uma baixa produção e um preço elevado. Será que a cooperação continuará diante da perspectiva de mexer na produção e elevar o seu lucro, na suposição de que o oponente não reagirá? Não. Ambos reagirão com uma estratégia dominante – elevar a sua produção para aumentar lucros – Contudo, como consequência a produção total irá se elevar, o preço irá cair e os lucros também. O incentivo para não cooperar depois dos acertos realizados é grande, pois cada um acredita ser irracional não buscar seu interesse próprio. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Oligopólio como um Dilema do Prisoneiro Decisão do Iraque Produção alta Produção baixa Produção alta Produção baixa Decisão do Irã Irã obtém $40 bilhões Iraque obtém $40 bilhões Iraque obtém $30 bilhões Iraque obtém $50 bilhões Iraque obtém $60 bilhões Irã obtém $30 bilhões Irã obtém $50 bilhões Irã obtém $60 bilhões Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo A “lógica” do desrespeito Iraque burla acordo de produção baixa, pois acha que o Irã ficará fiel ao acordo. Julga que seu lucro irá para $ 60 bi; Mas se achar que o Irã irá furar e produzir mais, ele ficando fiel ao acordo lucrará somente $ 30bi; Logo, irá optar por produzir mais, pois na pior hipótese ficará com $ 40 bi; Como o Irã raciocina igual, ambos ficarão com lucro de $ 40bi, menor que os $ 50 bi do acordo; Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Oligopólio como um Dilema do Prisoneiro O interesse próprio torna difícil para o oligopólio a obtenção de um resultado cooperativo com produção baixa, preços altos e lucros monopolísticos. O uso da estratégia dominante para cada um leva a produção alta, baixo preço e lucro menor. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Oligopólio como um Dilema do Prisoneiro Entra Não entra Entra Não Entra GE GE obtém $400 milhões PW obtém $400 milhões PW obtém $300 milhões PW obtém $500 milhões PW obtém $600 milhões GE obtém $300 milhões GE obtém $500 milhões GE obtém $600 milhões Pratt & Whitney Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo O jogo da corrida armamentista Decisão dos Estados Unidos (EUA) Arma Desarma Arma Desarma Coreia do Norte CN em situção de risco EUA em situação de risco EUA em situação de risco e enfraquecidos EUA em segurança EUA seguros e poderosos CN em situação de risco e enfraquecida CN em segurança CN segura e poderosa Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo O jogo da publicidade Decisão da Skol Anuncia Não anuncia Anuncia Não anuncia Decisão da Itaipava Itaipava obtém um lucro de US$3 bilhões Skol obtém um lucro de US$3 bilhões Skol obtém um lucro de US$2 bilhões Skol obtém um lucro de US$4 bilhões Skol obtém um lucro de US$5 bilhões Itaipava obtém um lucro de US$2 bilhões Itaipava obtém um lucro de US$4 bilhões Itaipava obtém um lucro de US$5 bilhões Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo O jogo dos recursos comuns Decisão da Exxon Perfurar dois poços Perfurar um poço Perfurar dois poços Perfurar um poço Decisão da Arco Arco obtém um lucro de $4 milhões Exxon obtém um lucro de US$4 milhões Exxon obtém um lucro de US$3 milhões Exxon obtém um lucro de US$5 milhões Exxon obtém um lucro de US$6 milhões Arco obtém um lucro de $3 milhões Arco obtém um lucro de $5 milhões Arco obtém um lucro de $6 milhões Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Jogo do oligopólio de Pedro e Ana Decisão de Pedro Vender 40 litros Vender 30 litros Vender 40 litros Vender 30 litros Decisão de Ana Ana obtém um lucro de US$1.600 Pedro obtém um lucro de US$1.600 Pedro obtém um lucro de US$1.500 Pedro obtém um lucro de US$1.800 Pedro obtém um lucro de US$2.000 Ana obtém um lucro de US$1.500 Ana obtém um lucro de US$1.800 Ana obtém um lucro de US$2.000 Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Por que as pessoas às vezes cooperam As empresas que se preocupam com os lucros futuros irão cooperar em jogos repetidos ao invés de trapacear para obter o ganho de uma rodada. Estratégia escolhida: “olho por olho” – o jogo começa cooperativo, pune o jogador hostil que não coopera, e depois perdoa, se merecido Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Políticas públicas para os oligopólios A cooperação entre oligopolistas é indesejável do ponto de vista da sociedade como um todo, porque resulta em produção reduzida e preços altos. Lembre-se que neste caso há o peso morto. Logo a política pública deve estimular a competição e não a cooperação. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Cartel: Duopólio. O Duplo dilema do prisioneiro Maio/2012: O CADE aplicou multa de R$133,6 milhões contra a empresa Peróxidos do Brasil [grupo Solvay Chemicals], por formação de cartel de água oxigenada. Empresas envolvidas: Peróxidos do Brasil e a Degussa Brasil [grupo Evonik]. A Degussa fez um acordo com a SDE em que confessou a prática de cartel, colaborando com a investigação. Em contrapartida, conseguiu que a ação punitiva contra a empresa fosse extinta. Com a denúncia espontânea, foi colhido material em que as empresas combinavam preços, o que prejudicava a livre concorrência e aumentava arbitrariamente os lucros, logo foi pedida a condenação da Peróxidos do Brasil. O cartel funcionou entre 1995 e 2004. As empresas acordaram em dividir o mercado, de forma que a Peróxido do Brasil ficaria com 60% e a Degussa com 40% das vendas do produto. "A entrada de novos competidores nesse mercado seria improvável, se não impossível", avaliou o relator. Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Exercícios Uma característica de uma estrutura de mercado em oligopólio é: a. Firmas da indústria são tipicamente caracterizadas pela linha diversa de produtos. b. Firmas da indústria possuem algum grau de poder de mercado. c. Produtos são vendidos pelo preço que reflete o custo marginal de produção. d. As ações de umvendedor não possuem impacto na rentabilidade de outros vendedores. Resposta: b Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Exercícios Quais dessas situações geram o maior lucro para oligopolistas? a. As firmas alcançam um equilíbrio de estratégia dominante. b. As firmas produzem a quantidade entre o resultado competitivo e o monopólio. c. As firmas alcançam o resultado competitivo. d. As firmas alcançam um resultado de monopólio. Resposta: d Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Exercícios Considere o diagrama que mostra a curva de demanda de mercado de um produto. Suponha que o mercado tenha dois ofertantes e cada um tenha o custo marginal exibido. A receita marginal que um monopolista teria no mercado também é mostrada. Indique a alternativa verdadeira. a. A oferta total do mercado provavelmente será de 2 unidades. b. O preço do mercado provavelmente será de $6. c. A receita total de cada firma será provavelmente maior que $16. d. A produção total do mercado provavelmente será menor que 4 unidades. Resposta: d Economia – 2º semestre 2017 Prof. Moisés Diniz Vassallo Leituras da Aula Mankiw. Introdução à Economia. 6ª ed. Capítulos 15 e 17. Krugman e Wells. Introdução à Economia. 3ª ed. Capítulos 14, 15 e 16;
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