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Resumo de estomatologia – Vanessa Wunsch Estomatologia Biopsia Conceitualmente, biópsia é o procedimento cirúrgico a partir do qual se remove um fragmento do tecido de uma lesão para análise. Indica-se este procedimento em determinadas situações em que não foi possível a obtenção do diagnóstico apenas pela avaliação clínica, sendo a biópsia necessária para o diagnóstico definitivo e fundamental para o início do tratamento. ● Indicações: A biópsia deve ser realizada após o minucioso exame clínico em casos onde: ▪ A avaliação clínica não dá apoio para diagnóstico definitivo; ▪ Há suspeita de neoplasia maligna (câncer); ▪ O curso clínico1 é incoerente com diagnóstico inicial; ▪ Lesões persistentes por mais de 2 semanas (lesões ulceradas), lesões inflamatórias que ▪ Não regridam após 10-14 dias posteriores à remoção da causa; ▪ Lesões que interfiram na função local; ▪ Lesões ósseas ou intraósseas. ● Contra indicações ▪ Quando o diagnóstico definitivo pode ser obtido apenas com o exame clínico (ex: herpes, afta, candidíase). Na afta, em particular, o exame microscópico vai mostrar um processo inflamatório que em nada difere do que seria visto em um caso de úlcera traumática, sendo observado apenas um processo inflamatório crônico sem nenhuma característica que permita a distinção entre essas situações, ou seja, processo inflamatório inespecífico. ▪ Em pacientes sem oportunidade ou condições de se submeter a procedimentos cirúrgicos. ▪ Lesões vasculares (hemangioma2). Frente a suspeita de lesão vascular deve ser avaliada a extensão da lesão e, caso seja realmente necessária a realização da biópsia, o profissional deve lembrar que esses casos requerem maior cuidado devido ao risco de sangramento descontrolado. ▪ Quando o diagnóstico definitivo depende de exames hematológicos. Um exemplo para esta situação é a sífilis, cujo diagnóstico é estabelecido a partir de exames de sangue como o VDRL e FTA-ABS. ● Tipos de biópsia ↳ Incisional/Parcial: Caracteriza-se pela remoção de um fragmento da lesão, o qual será submetido ao exame histopatológico (avaliação microscópica). → Indicação: • Lesões múltiplas • Lesões extensas • Lesões com suspeita de neoplasia maligna., Neste caso, a opção por este tipo de procedimento se justifica pelo fato de o paciente precisar de um tratamento subsequente, que será realizado por algum profissional da área médica, sendo importante uma avaliação da lesão por esse profissional. → Sugere-se que a área de eleição da região a ser biopsiada e a extensão (quantidade de tecido removido) envolvam tecido sadio da margem da lesão, permitindo a visualização da relação da lesão com os tecidos vizinhos e evitando áreas de necrose. → Em casos de lesões friáveis (lesões em que o tecido se rompe com facilidade), deve-se tomar cuidado para não lesar o espécime e lança-se mão de sutura na borda de tecido normal, facilitando o controle de sangramento local e melhor fechamento da área. → Orientações gerais: • Fragmento de tecido indesejável → incisão rasa, remoção muito superficial da lesão sem poder verificar a relação com tecido vizinho sadio (neoplasias malignas invadem tecido vizinho, neoplasias benignas não invadem). Resumo de estomatologia – Vanessa Wunsch • Fragmento de tecido desejável → incisão estreita e profunda, removendo uma margem de tecido sadio. ↳ Biopsia excisionall Exame complementar com finalidade de obtenção do diagnóstico onde se retira toda a lesão para exame histopatológico. Cabe ressaltar que o objetivo é estabelecer o diagnóstico, mas acaba-se tratando a lesão concomitantemente, pois ela é removida. → Indicação: • Lesões isoladas, pequenas, sem suspeita de malignidade (neoplasias benignas e lesões inflamatórias). • Lesões reacionais (causadas por agente irritativo como trauma) deve-se remover o agente causal evitando a recidiva da lesão. → Orientações gerais: Biópsia indesejável: bordas laterais e/ou profundas comprometidas, deixando lesão residual. Biópsia desejável: remoção total da lesão, bordas laterais e profundidade adequadas. Incisões elípticas, profundidade suficiente removendo a lesão como um todo. Punção aspirativa por agulha fina ▪ Também conhecida por biópsia aspirativa e representa a obtenção de material através de uma punção, com agulha e seringa, para aspirar o conteúdo. ▪ Método simples, rápido e seguro, que permite a retirada de células de nódulos ou lesões em diversos órgãos e tecidos superficiais ou profundos, através de uma agulha fina, não sendo necessária anestesia ou qualquer preparo prévio na maioria dos casos. ▪ Em Estomatologia, é mais indicada em lesões sólidas em glândulas salivares e em linfonodos aumentados com características neoplásicas. O material obtido pode ser líquido caso o nódulo tenha componente cístico, ou tecido proveniente da lesão, caso o nódulo seja totalmente sólido. ▪ A coleta do material se dá através da introdução de uma agulha fina diretamente no nódulo ou tumor a ser examinado. O desconforto gerado é semelhante ao da introdução de uma agulha anestésica. Nos casos de nódulos profundos, a ultrassonografia pode guiar a localização exata da lesão. Resultados: muitas vezes norteia a conduta clínica e as decisões terapêuticas, como descartar ou confirmar a presença de malignidade. Indicação: lesões submucosas, subcutâneas e profundas em que o procedimento de biópsia, muitas vezes, representa uma grande cirurgia sem diagnóstico definitivo e consequentemente sem subsídios, além das informações clínicas e dos exames de imagem. Exames histopatológico ▪ O exame histopatológico consiste em se examinar macroscopicamente e ao microscópio um fragmento de tecido, de um órgão qualquer do paciente, removido cirurgicamente, com a finalidade de se firmar, confirmar ou afastar uma ou mais hipóteses diagnósticas. ▪ Vale ressaltar que o exame histopatológico de tecidos removidos cirurgicamente dos pacientes não é a única fonte de informação para se chegar ao diagnóstico, deve- se fazer a biópsia apenas em casos indicados, não recorrendo a ela pelo simples fato de não saber o que lhe é apresentado clinicamente. ▪ Após o procedimento, o profissional responsável pela realização da biópsia deve preencher a ficha de solicitação do exame histopatológico (chamada de ficha de biópsia na rotina diária), disparando o processo para o exame histopatológico. Então, o material é encaminhado ao Laboratório de Anatomia patológica/Patologia, onde o patologista responsável realizará a análise e elaboração do laudo, que posteriormente é enviado ao profissional solicitante. Após recebimento do laudo, é importante correlacionar a informação presente nele com o aspecto clínico que fora observado, para que se possa realizar o diagnóstico definitivo, tomando posteriormente as devidas atitudes quanto ao tratamento. ● Motivos de amostras ou encaminhamento inadequados: • Fixação inadequada: (a) quantidade insuficiente de formol em relação ao volume da amostra, ou (b) utilização de fixador inadequado. Resumo de estomatologia – Vanessa Wunsch • Falta de identificação do profissional. • Fichas com dados clínicos faltantes ou incompletos: neste caso, o laboratório não deve aceitar o material, pois pode haver comprometimento da capacidade de estabelecer o diagnóstico histopatológico. ● Preparo da lâmica histológica: Embora o dentista não se envolva com essa etapa, é conveniente que ele conheça os passos: ▪ Macroscopia: momento em que há descrição do aspecto macroscópico do material recebido, relatando sobre tamanho da lesão, superfície, consistência e cor tecidual, auxiliando no estabelecimento do diagnóstico definitivo. ▪ Inclusão em parafina: blocos de parafina. ▪ Cortes histológicos: cortes finos. ▪ Coloração e montagem daslâminas.
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