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Inserir Título Aqui Inserir Título Aqui Administração Aplicada à Engenharia de Segurança Introdução à Administração Responsável pelo Conteúdo: Prof. Esp. Uerley Magalhães Franchi Revisão Textual: Profa. Ms. Fátima Furlan Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos: • Introdução ao Tema • Leitura Obrigatória Fonte: iStock/Getty Im ages Objetivos • Apresentar ao aluno a teoria geral da administração e entender sua evolução. Caro Aluno(a)! Nesta unidade, faremos uma introdução à matéria de Administração aplicada à segu- rança do trabalho falando um pouco de como surgiu e sua importância crescente nos dias de hoje. Não se esqueça de acessar o material didático, onde encontrará o conteúdo e as atividades propostas para esta unidade, assim como o material complementar, que foi escolhido com muito cuidado para agregar e otimizar seu aprendizado. Caso tenha dúvidas, entre em contato com o Tutor; seja objetivo(a) e direto(a) para que receba a resposta o quanto antes. Bons Estudos! Introdução à Administração UNIDADE Introdução à Administração Introdução ao Tema Conceituaremos neste módulo o que é a Administração e quais são as atividades do administrador e suas habilidades necessárias para ter um bom desempenho. A capacidade do homem de administrar remonta desde há 3.000 anos, quando na construção das pirâmides do Egito, a eficiência de trabalho dos gestores e líderes da época, foi capaz de organizar o trabalho de milhares de pessoas. Não somente esse, mas existem muitos outros exemplos na história do mundo onde a capacidade de organizar os processos de trabalho gerou resultados imensos. Antes do século XX, a maior parte dos textos sobre administração abordava a prática e não a teoria da administração. Mas obteve grande influência da filosofia e de grandes pensadores que acreditavam mais no pensamento crítico, como René Descartes: 1596- 1650 - Fundador da filosofia moderna (trabalha com a lógica). Criador das coordenadas cartesianas. Autor do livro: O discurso do Método (método indutivo e dedutivo). Um dos primeiros textos sobre administração é do século XVIII, no início da Revolução Industrial. O autor dele, Charles Babbage (1792-1871) prenunciou que o surgimento da era industrial iria pedir um estudo ordenado do gerenciamento de tarefas e da criação de um modelo das operações de trabalho. Administração pode ser definida de várias formas, como ciência ou como arte de gerenciamento. Mas em geral, todas compartilham o mesmo conceito. Entre os fundamentos da administração está o conceito de organização que consiste em uma entidade que possui uma origem jurídica e que é formada por uma coletividade de pessoas, que se unem de forma estruturada para o alcance de um objetivo ou objeti- vos específicos. A sociedade dos dias atuais é composta por cada uma dessas organizações, que ne- cessitam ser administradas e geridas. São formadas por vários tipos de recursos, como recursos físicos, humanos, financeiros, de capital, tecnológicos e assim por diante. Nas organizações, ocorre toda produção de bens e serviços. As organizações se diferenciam entre si, de acordo com tamanhos, estruturas e objetivos. Podem mudar com o avançar do tempo e nunca são iguais; pois estão sempre em processo de transformação. 6 7 Leitura Obrigatória O Administrador A profissão de administrador no Brasil é relativamente nova e foi regulamentada em 1965, no dia 9 de setembro em que se comemora o Dia do Administrador. Segundo o Decreto-Lei nº 4.769 a atividade profissional de Administrador será exercida como profissão, mediante: » Preparar relatórios, projetos, planos e laudos, para que se faça a prática das teo- rias referentes às técnicas de organização e administração. » Pesquisar, planejar e implantar projetos no âmbito da administração geral, que abranja todos os setores da organização, como os de RH, métodos de marketing, campanhas de orçamento, redução de gastos, relações com fornecedores, e mui- tos outros assuntos que se relacionem com administração e estejam interligados. Deu para perceber que são várias as atividades possíveis do administrador, mas quais as habilidades necessárias para ser ocupar essa função? Várias habilidades são destacadas nesse processo, como: a capacidade de Liderança, Objetividade, Pensamento Analítico, Flexibilidade, Comunicação, Resistência entre muitas outras que podem ser identificadas e classificadas entre três categorias de habilidades básicas: » Habilidade Técnicas: Habilidade relacionada a conhecimento técnico da execução do trabalho e conhecimento específico. Saber utilizar as ferramentas administrati- vas, aliando conhecimento teórico com prática para decidir e solucionar os mais diversos problemas. » Habilidades Humanas: É a habilidade do criar e manter um bom relacionamen- to com a equipe de trabalho. Através do bom direcionamento dessas habilidades humanas se dá a boa liderança. É o saber lidar com pessoas, conduzindo as mu- danças, comunicando-se, solucionando conflitos e influenciando comportamentos. » Habilidades Conceituais: Essa habilidade inclui o pensamento criativo, capacida- de de formulação de idéias. É parte da visão sistêmica do administrador, conside- rada uma habilidade essencial por se tratar da capacidade de resolver problemas e lidar com situações adversas. Quanto mais suas habilidade são treinadas, melhores serão os resultados alcançados pelo profissional e pela a organização em que atua. O administrador tem a missão de solucionar problemas eventuais, escolher os re- cursos específicos, planejar a aplicação de cada projeto, formar estratégias eficazes, e verificar o resultado de cada situação específica para a organização onde se encontra. Antes de planejar, o administrador monta a equipe ideal para atingi-lo, determinando as tarefas e os responsáveis por elas e os procedimentos esperados de cada um. Somente desta forma poderá controlar e liderar o processo. 7 UNIDADE Introdução à Administração Segundo o autor Theodore Levitt, Ele não é apenas analisado pelas organizacões por seus conhecimentos tecnológicos de Administracão, mas, principalmente, por seu modo de agir, suas atitudes, personalidade e filosofia de trabalho. O conceito de organização pode ser muito diversificado. Muda de acordo com a época vivida pelo autor que a estuda, como também de que forma a viveu e de qual ponto de vista ele tira suas conclusões. Introdução à Teoria Geral da Administração (TGA) Princípios da Administração A sociedade dos dias atuais é composta por cada uma dessas organizações, que ne- cessitam ser administradas e geridas. São formadas por vários tipos de recursos, como recursos físicos, humanos, financeiros, de capital, tecnológicos e assim por diante. Nas organizações, é onde toda produção de bens e serviços são realizadas. As organizações se diferenciam entre si, de acordo com tamanhos, estruturas e objetivos. Podem mudar com o avançar do tempo, e nunca são iguais pois estão sempre em processo de transformação. A Teoria Geral da Administração (TGA) compreende o campo do conhecimento da administra- ção de forma geral, podendo ser aplicada em diversas áreas não específicas, pois trata de uma visão a global. O papel da TGA é servir de instrumento conceitual para que o administrador tenha condições pessoais de sucesso em qualquer organização independentemente do nível hierárquico ou da área de atuação profissional. Por exemplo: a Organização para O´Brien (1994), é um sistema sociotécnico; para Alter (1992), elas podem ser sistemas próprios, interagindo entre si para alcançar objetivos Para o nosso estudo sobre organizações, podemos definir que: Organizações são ins- tituições, entidades ou empresas com propósitos definidos, constituído por processos, sistemas e métodos detrabalho, onde pessoas e recursos interagem na busca e realizações de objetivos junto à sociedade. As organizações têm tamanhos, características, estruturas e objetivos diferentes e diferem umas das outras em sua forma de conduzir suas atividades. Podem existir na forma de organizações lucrativas e não lucrativas. 8 9 Organizações Não Lucrativas São as organizações dos quais os propósitos ou objetivos são de natureza social, ou seja, prestação de serviços comunitários, segurança pública, entidades filantrópicas, que não visam lucro, mas que obtém seus resultados sob o ponto de vista social e pelo “bem” que realizam para a sociedade. São subsidiadas por verbas governamentais ou por doa- ções da própria sociedade. Por exemplo: Exército, Marinha, polícias federais, estaduais e municipais, militares ou civis; Igrejas; ONGs – organizações não governamentais; hospitais públicos; fundações; entre outros. Organizações Lucrativas Geralmente essas organizações são empresas criadas com o fim de gerar bens ou serviços, vendendo-os com uma margem de lucro que contrabalance o investimento, cobrindo com sobra, os custos de produção para os acionistas. Juridicamente, existem basicamente duas formas de organizações lucrativas: Sociedades Anônimas (SAs) e as Sociedades por Cotas Limitadas (Ltda). As Sociedades Anônimas podem ter títulos de ações negociadas em Bolsas de Valores ou não. Nos dois casos, as contas resultantes de sua administração têm por obrigação serem divulgados nos principais veículos de comunicação, enquanto as de cota limitada não são obrigadas. Mas por lei, os dois tipos são obrigados a elaborar balanços e demonstrações de resultado anualmente. Derivada do latim, a palavra Administrar: ad, que quer dizer, tendência para, direção e também junto; e minister, que quer dizer obediência ou ato de servir, alguém que está sob a supervisão de outro. Nos dicionários, podemos encontrar os seguintes significados. “Administrar: v.t. Ato de inspecionar, de tomar conta, de servir. (Grande dicionário etimológico prosódico da língua portuguesa).” “Administrar: v.t. Ato de Gerir (bens públicos ou privados), dar, administrar um remédio (Dicionário contemporâneo da língua portuguesa).” No entanto, seu sentido original teve uma imensa modificação. A administração tem a missão apontar os objetivos da organização e transformar esses objetivos em ações práticas, planejando, organizando e controlando o processos adotado. No início da Revolução Industrial, no século XVIII, foi quando começaram a surgir os primeiros textos sobre administração. O autor, Charles Babbage (1792-1871) prenunciou que o surgimento da era industrial iria pedir um estudo ordenado do gerenciamento de tarefas e da criação de um modelo das operações de trabalho. Em meados do século XIX a sociedade se desenvolvia de forma totalmente diferente. Somente poucos comércios e empresas de tamanho pequeno, como oficinas, artesãos, profissionais autônomos e pequenas escolas. 9 UNIDADE Introdução à Administração De acordo com o presidente da American Management Association, em 1980, “Ad- ministrar é realizar coisas por intermédio de outras pessoas”. Nos dias atuais Administrar tem outra definição pelo AMA, onde Administração é: “O trabalho com e por intermédio de outras pessoas para realizar os objetivos da organização, bem como de seus membros”. A segunda definição, mais atual: 1. Maior destaque ao ser humano nas organizações; 2. Concentração nos resultados a serem atingidos e nos objetivos, ao invés das normas e burocracia. 3. Mostra um conceito de auto-realização da equipe, que deve ser integrada com a realização dos objetivos da organização. Uma definição mais completa abrangendo uma realidade mais atual do papel das organizações na sociedade e de seus administradores. A capacidade do homem de administrar remonta desde há 3.000 anos, quando na construção das pirâmides do Egito, a eficiência de trabalho dos gestores e líderes da época, foi capaz de organizar o trabalho de milhares de pessoas. Mas o estudo da administração pode ser encontrado nas teorias dos principais filósofos e estudiosos, que abordavam em seus estudos aspectos políticos e sociais. A Influência da Filosofia Iremos abordar a filosofia, que desde antiguidade, foi uma grande influenciadora das teorias iniciais de administração e organização, tendo seus conceitos estudados e utiliza- dos no cenário sócio-político da época, pois já se tinha idéias sobre a hierarquia, funções e habilidades. No que se refere à Administração, herda elementos conceituais, com seu marco teó- rico no ventre da filosofia, que se inicia com os primeiros filósofos gregos. O Filósofo grego Sócrates (470 a.C.-399 a.C.) desenvolveu um método de argumenta- ção chamado dialética, e usava esse método nas conversas com seus discípulos e adversá- rios, esclarecendo os debates com princípios básicos. Esse métodos envolvia uma enorme análise conceitual e pensamento analítico. Na sua visão, a habilidade de administrar é separada do conhecimento teórico e também da experiência. Como registrado em um texto, a discussão com Nicomaquides, narrando o seu ponto de vista: “...sobre qualquer coisa que um homem possa prescindir, ele será se souber do que precisa e se for capaz de provê-lo, um bom presidente, quer tenha a direção de um coro, uma família, uma cidade ou um exército. Não é também uma tarefa punir os maus e honrar os bons? Portanto, Nicomaquides, não desprezeis homens hábeis em administrar seus haveres; pois os afazeres privados diferem dos públicos somente em magnitude; em outros aspectos, são similares; mas o que mais se deve observar é que nenhum deles pode ser gerido sem homens, nem os afazeres privados são geridos por uma espécie de homem e os públicos por outra: pois aqueles que conduzem os negócios públicos não utilizam homens de naturezas 10 11 diferentes daqueles empregados pelos que geram negócios privados; e os que sabem empregá-lo conduzem tanto os negócios públicos, quanto os privados, judiciosamente, enquanto aqueles que não sabem, errarão na administração de ambos.” Platão (429 a.C.-347 a.C.) em sua obra A República, a forma democrática de governo e de administração das atividades públicas. Por exemplo, postula a divisão do povo grego em três grupos: o primeiro seria constituído de pessoas com alma de bronze, as quais deveriam se ocupar à agricultura, ao comércio e às tarefas manuais; o segundo grupo seria constituído de pessoas com alma de prata, as quais deveriam servir à guerra e a defesa da cidade; por fim, o terceiro grupo seria constituído de pessoas com alma de ouro, as quais deveriam a governar a cidade. É importante destacar a importância de Platão para a Administração Científica, pois por meio de seus estudos sobre distintos tipos de governo, podemos identificar os três princípios básicos dos Fundamentos da Administração: » Princípio do Preparo – este princípio consiste na seleção científica dos profissionais a partir de suas aptidões e prepará-los para as tarefas com treinamento e com objeti- vo voltado para produção em maior volume e melhor qualidade. » Princípio do Controle – este princípio consiste no maior controle do trabalho para que as tarefas sejam executadas de acordo com normas e planos estabelecidos. » Princípio da Execução – execução a fim de distribuir as tarefas de acordo com a capacidade dos envolvidos e assim extrair os melhores resultados dos colaboradores Logo depois, Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.), que era discípulo de Platão, teve grande influência na história da administração clássica e no conceito de administração, seu pensamento era estimulado pelo conhecimento da Filosofia, Cosmologia, Metafísica, Lógica e Ciências Naturais. Em seu livro chamado “Política”, que fala sobre a organização do Estado, diferenciandoas três formas de administração pública.; Aristocracia, Oligarquia e Democracia. Francis Bacon (1561 – 1626): filósofo, fundador da lógica moderna, influenciou nos paradigmas científicos que marcaram a sociedade industrial, Bacon defendeu em seus trabalhos o uso da experiência e do método indutivo como critérios válidos para a acei- tação de qualquer conhecimento. Na sua visão, dava grande mérito ao método indutivo e da experimentação, e citou as duas operações básicas por onde a indução deve passar: a negativa, onde há a liberação dos erros e contradições causadas pela sociedade enraizada de preconceitos e tradições. E a construtiva, baseada na descoberta das verdades que podem ser comprovadas cientificamente, e não apenas em suposições vazias. Dava prioridade para o uso da razão nos atos do dia a dia, e ao método indutivo tendo o pensamento de que todo conhecimento tem por que ser posto em prática, formando assim os princípios da obra de Francis Bacon, que marcou a sociedade e influenciou a construção da abordagem científica da administração. 11 UNIDADE Introdução à Administração René Descartes (1596 – 1650): filósofo, fisiologista e matemático francês, foi o respon- sável pela criação das coordenadas cartesianas, impulsionando a Matemática e a Geome- tria da época. No âmbito da filosofia, foi famoso pela sua obra “O Discurso do Método”, onde narra detalhadamente os principais fundamentos do seu método filosófico, hoje de- nominado “método cartesiano”. O método cartesiano é composto por 4 princípios: » Princípio da Evidência, que trata de investigar a veracidade e a procedência da informação, aceitando somente aquilo que é evidente; » Princípio da Decomposição, onde cada tema ou questão é dividido em quantas partes forem possíveis e necessárias, tendo uma visão separada do melhor resultado. » Princípio da Síntese da Composição que faz a síntese de forma ordenada para que conduza nossos pensamentos e raciocínio, gradualmente à uma conclusão. Abordados primeiramente os objetivos e assuntos mais fáceis e simples de com- preender para gradualmente se passar aos mais difíceis. » Princípio da Enumeração ou da Verificação, que consiste em recontar, numerar e revisar cautelosamente as conclusões e revisões, de modo coerente à fim de que assegure-se que nenhuma informação foi omitida ou deixada de lado. Hoje podemos observar quão grande foi a influência do método cartesiano para a administração, que teve muitos de seus princípios, como a administração científica, teorias clássicas e neoclássicas, baseados nele. (CHIAVENATO, 2000, p.27) Thomas Hobes (1588 – 1679): filósofo e teórico político inglês que demonstrou convicção ao defender um governo absoluto, isso, por causa de sua visão pessimista da humanidade. Hobes acreditava que, sem a presença do governo, o homem tende a viver em per- manente guerra e em intermináveis situações de conflito, isso, apenas, para manter-se em uma situação de sobrevivência. Leviatã, sua obra mais famosa narra a renuncia de um povo a seus direitos naturais em nome de um governo que coloca a ordem, organiza a vida social e assegura a paz, detendo grande poder. Esse pacto entre Estado e povo o faz crescer de tamanha dimen- são, que no fim coloca em risco a liberdade de todos. (CHIAVENATO, 2000, p.27) Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), filósofo iluminista, tratou o tema ao desenvol- ver a teoria do contrato social afirma: só é possível a existência do Estado pelo acordo de vontades, firmado pelo contrato social, entre o povo ou sociedade que o reconhecem como autoridade sobre todo o conjunto de regras que forma o regime político. Na fala de Rousseau prediz, o homem é bom e afável por natureza e a vida em sociedade o corrompe. (SANTOS, 2002, p.1) 12 13 Com o evento da Revolução Industrial, a Administração foi influenciada pela filosofia moderna, que preconiza a relação de empregado e empregador, e os direitos de cada um, assim como seus papéis. Assim que a máquina do progresso começou a soltar vapor, logo vieram as más condições de trabalho, e com elas as revoltas sociais e políticas. Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) revelam a teoria da origem econômica, onde poder político do Estado é resultado da dominação econômica do homem, imposto por aquele que detém mais capital. Disso surgem as classes sociais e a exploração. Na obra, O Manifesto Comunista, afirmam que a história da humanidade é baseada em uma história da luta de classes. Influências Religiosas e da Igreja Há indícios da Administração nos primórdios da sociedade, e era uma fase dita, teo- crática. E apesar de não existir muitos relatos sobre esta fase, havia apenas um mundo de origem divina. Mas podemos nos apoiar no fato, de quando existimos em forma de tribos e aldeias, mesmo que pequenas, a gestão já existia. Nesta fase, destaca-se Hamurabi, rei dos Amoritas, tribo semita que dominou e for- mou o grande império babilônico. Sua legislação influência 15 séculos no oriente médio; Preconizou o salário profissional, as férias, o tabelamento de preços e seguro saúde para os trabalhadores da mesopotâmia; Estabelecia, em contrato, relações entre empregados e empregadores. Pode-se notar no decurso dos tempos, a importância da organização e administração da burocracia pública desde o Antigo Egito e Babilônia. Sabemos que as ferramentas administrativas já eram utilizadas há muito tempo, pois os povos antigos utilizavam o planejamento para a caça, liderança, poder e influência, aplicação da organização e previsão de fatores ambientais nos processos produtivos, como as cheias do rio Nilo, e muitas outras que, intuitivamente, eram usadas. Com o desenvolvimento de técnicas e máquinas, a humanidade começa a necessitar de maior conhecimento e capacidades para acompanhar as demandas e as tendências dos mercados. Existiu também a fase empírico-prática: de onde podemos identificar os principais lí- deres que conhecemos na nossa história. Salomão, no Século IX a.C, Confúcio, no Século VI a.C , Alexandre o Grande em Século IV a.C e Carlos Magno Século VIII/IX d.C. Na sua grande maioria eram religiosos; agiam de forma empírico-prática, isto é, experimen- tavam e repetiam o que dava certo, e eliminavam os insucessos. ( DURANT, 1995) De forma lenta, progressivamente as normas que se faziam a administração na época, e os princípios de administração pública foram se modificando e passando por entre as entidade estatais e finalmente a Igreja. Isso se deu de forma gradativa, mas muito bem sucedida. Isso porque os princípios fundamentais da organização eclesiástica e militar não eram compartilhados pela política, e se fez uma contradição de partidos e classes sociais dominantes. 13 UNIDADE Introdução à Administração E então, a Igreja Católica foi estruturando sua organização, se hierarquizando e formando seu estado-maior e sua coordenação. A necessidade por resultados positivos em suas organizações, esse modelo começou a ser muito utilizado, que passaram a incorporar vários princípios e normas da Igreja Católica. Na idade média as corporações de ofício eram estruturadas em três categorias profissionais: Mestre, Companheiro e Aprendiz. Eventos que marcaram essa fase: A organização dos Estados Unidos e a Revolução Fran- cesa em 1789, que pela Assembléia Nacional da Declaração dos Direitos do Homem, que democratizou as oportunidades de emprego, tanto para o setor público como para o setor privado, dando início à era da competição pelo mérito para o trabalho. Da Influência Militar Idêntica a inspiração da Igreja, com as competências delimitadas pela hierarquia. A disciplina é um requisito básico para uma boa organização. Surgimento do pensa- mento estratégico. Mais importantes são: » Princípio da Unidade de Comando - que tem por função limitar poderes aos líderesde comando, e centralizar as tomadas de decisões. É chamado de Escala hierárquica, os níveis de comando relativos ao grau de autoridade e responsabilidade de um cargo. O termo “Estado maior” nasceu no século XVIII na Prússia, com o Imperador Frederico II, o Grande (1712-1786). Que para aumentar a eficiência de seu exército, criou oficiais de assessoria que planejavam, e também os de linha, que executavam as operações de guerra. » Princípio de Direção - através do qual todo subordinado deve saber o que se espera dele e aquilo que ele deve fazer » A Disciplina – aceitação das normas e correto seguimento , mantendo as decisões cientificas e não somente intuitivas, e que vão de acordo com os objetivos propostos. Fundamentos da Administração Através do planejamento, organização, direção e controle de todas as atividades es- pecíficas, é quando ocorre a Administração. Assim, a Administração é fundamental para a existência, sobrevivência e sucesso das organizações. Em seus fundamentos estão as mais diferentes teorias e correntes de pensamentos, que compõem uma base para a construção de ferramentas para o ato de administrar e gerir uma organização. Ao correr da história, as teorias da administração surgem no meado do século XIX com o surgimento do modelo capitalista a revolução industrial. A ideologia capitalista tem no lucro a força motriz do sistema. E, para entendermos seu surgimento e evolução, devemos ter em mente uma imagem: a máquina. 14 15 Desta época podemos citar Adam Smith (1723-1790), preconizou o estudo dos tem- pos e movimentos, mais tarde desenvolvido por Taylor. Foi considerado um liberalista, que acreditava no poder livre de mercado para desenvolver a sociedade. Grandes idéias foram a marca da Revolução Industrial, como a máquina a vapor, de James Watt (1736 – 1819), na Inglaterra, que teve sua aplicação imediata das li- nhas de produção das indústrias, transformando o conceito de trabalho e a sociedade comercial da época. Foi dada em dois períodos: A Primeira Revolução Industrial - 1780 a 1860, também conhecida como Revolução do Carvão ou do Ferro. Esta fase foi caracterizada por diversas invenções e inovações no mundo da produção, vários tipos de ferramentas, equipamentos que revolucionaram o cená- rio da época e a forma de administrar as organizações. E podemos identificar quatro fases: Logo na primeira fase, ocorre a mecanização da indústria e da agricultura com a máquina de fiar de Hargreaves em 1767, e com o tear hidráulico de Arkwright em 1769, Em 1972, o descaroçador de algodão de Whitney, e o tear mecânico por Cartwright em 1785. Na segunda fase acontece a força motriz aplicada à indústria, com a introdução máquina a vapor. Já na terceira fase surgiram fábricas e operários, e a evolução do sistema fabril. E na quarta fase, a aceleração dos transportes e das comunicações: A introdução da navegação a vapor por Denis Papin, locomotiva a vapor, construção de estradas de ferros em meados de 1825. Samuel Morse inventa o telégrafo 1835, Graham Bell o telefone (1876), Daimler e Benz constroem o primeiro automóvel em 1880, Santos Dumont voa em Paris com o 14 Bis em 1906. Dentre as grandes transformações que houve nessa época, foi na segunda fase que vemos as mudanças que tem mais influência no mundo moderno que vemos hoje. Do mundo moderno podemos ressaltar a substituição do ferro pelo aço na indústria básica; a introdução da eletricidade e do petróleo como fontes de energia; maquinaria automática e alto grau de especialização. A ciência passa a dominar na indústria, há o melhoramento das vias férreas e a criação de automóveis. Novas formas de organização capitalista foram surgindo, como as ações, trustings holding companies, entre outros. A queda das estruturas corporativas da idade média e o avanço tecnológico, com as novas formas de energia e ampliação dos mercados foi a grande contribuição da Revolução Industrial. Um novo mundo estava aparecendo, com a criação de novas teorias científicas de administração. Com a criação das fábricas, e o trabalho assalariado, as cidades neste momento também estavam crescendo, o que culminava em um processo social que afetou a vida das pessoas, impulsionando assim o governo para que se buscassem medidas para problemas referentes a novas necessidades desta nova sociedade, como moradia, saúde, educação... e automaticamente a Revolução Industrial desencadeia uma nova tendência, que se dará via desenvolvimento de novos aspectos da administração pública. 15 UNIDADE Introdução à Administração A administração, enquanto ciência, data do início do século XX. Esta teoria desenvolvida por Frederick Winslow Taylor, um engenheiro norte-americano, que com o seu livro “Prin- cípios da Administração Científica” em 1911, procurava a racionalização do trabalho operário; Em seu trabalho analisou a divisão do trabalho operário, como sendo a peça fun- damental da organização para as tarefas do cargo e para o próprio operário. Com a publica- ção de seu livro, “Administração de Oficinas” em 1903, Taylor apresentou a padronização do método de trabalho, e a ferramentas usadas, racionalizando o trabalhando e estudando o tempo e movimento. Esse estudo concentrou toda a atenção para os métodos de trabalho, movimentos necessários para a realização de tarefas, abordando o todo por suas partes. Isso causou a especialização do operário, e reagrupamento dos cargos, hierarquia, tarefas e funções, formando assim a ORT (Organização Racional do Trabalho). O trabalho pragmático, enfatizando as tarefas, foi baseado em uma corrente de pensamento desenvolvida por engenheiros, que buscavam a eliminação do desperdício, o fim da ociosidade operária e redução dos gastos com a produção. Seus princípios científicos são: » Princípio de Planejamento: substituir a improvisação através do planejamento do método. » Princípio de Preparo, onde há uma preparação e treinamento dos operários, com o fim de produzirem mais e melhor conforme o planejamento e também fazer a manu- tenção das máquinas e equipamentos, preparando o ambiente físico e organizando racionalmente ferramentas e materiais. » Principio de Controle, onde há o controle de execução do trabalho, certificando-se que tudo está conforme as normas e planos previstos. » Princípio de Execução, onde há divisão de responsabilidades específicas para a execução do trabalho para que haja disciplina e eficácia. A aplicação dessa metodologia aos problemas da administração, para alcançar uma maior eficiência na indústria: eram Observação e Mensuração. Conceito de “Homus Economicus” A Administração Científica via o homem como um “Indivíduo materialista, limitado e mesquinho, que só trabalha por recompensas salariais, preguiçoso e vadio, tendo que ser constantemente controlado através do trabalho e racionalizado pelo tempo padrão”. A Escola Clássica considerava a Administração uma ciência com princípios próprios, baseados, de um lado, na experiência científica, no trabalho, e de outro, no método lógico- dedutivo. Esses princípios, porém, estavam baseados na idéia do “homo economicus”. (Chiavenato, 2000.) 16 17 Outra orientação seguida pela abordagem clássica da administração, é a teoria de Henry Fayol (1841-1925) engenheiro francês, onde tinha preocupação básica era aumentar a eficiência da empresa por meio da inter-relação de suas estruturas organizacional. Essa teoria é chamada de Teoria Clássica da Administração, e sua corrente de pensamento é focada em estrutura e funcionamento. E propõe um modelo cartesiano de organização e gerenciamento, que conhecemos como organograma. Ele também denominou em sua teoria, as diferentes funções de um administrador dentro da organização e também departamentos com diferentes objetivos funcionais. Quanto à funções na empresa:» Funções Técnicas, área onde se concentra a administração da produção de bens ou serviços da empresa. » Funções Comerciais, setor onde é feito o controle das compras, vendas ou trocas dos bens ou serviços da empresa. » Funções Financeiras, que é o gerenciamento de capitais, e procura de investimento. » Funções de Segurança, proteção e preservação os bens e pessoas. » Funções Contábeis, onde os inventários, registros, balanços, custos e estatísticas, são controlados. » Funções Administrativas, que tem o objetivo de integrar todas as funções anterio- res. Coordenando as demais funções da organização, com eficiência e autoridade. 17 UNIDADE Introdução à Administração Com essa teoria há também a formação de 14 princípios, que são dispostos na teoria clássica, que são seguidos a fim de se obter uma administração mais eficiente e eficaz. Esses princípios se tornaram uma espécie de prescrição global. São eles: Autoridade e Responsabilidade Teoria Clássica da Administração 14 Princípios de Fayol Divisão de Trabalho Remuneração do Pessoal Estabilidade Iniciativa Unidade de Direção Unidade de Comando Centralização Equidade Cadeia Escalar Espírito de Equipe Ordem Disciplina Figura 1 Esses dois estudiosos marcaram o nascimento da hoje chamada, administração cien- tífica. Depois desses passos iniciais, muitos começaram a investigar o mundo organiza- cional e as inter-relações de diversas variantes importantes nesse meio. Ao passar do tempo, o tema administração começou a ganhar mais espaço na socie- dade e no campo dos estudos científico-sociais. As empresas foram crescendo numa escala grandiosa, e esse crescimento espantoso do mundo organizacional teve influência direta na sociedade e no modo em como as pessoas vivem, independentemente se estão ligadas à elas, direta indiretamente. As mudanças sociais radicais iniciaram uma ‘nova era’ na humanidade. A administração foi influenciada por um novo paradigma, adotando uma filosofia concebida por um mundo puramente objetivo. Isso ainda está presente até os dias de hoje. 18 19 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Teoria Geral da Administração Antonio Cesar Amaru Maximiano. Teoria Geral da Administração. Editora Atlas, 2012. Leitura As Escolas da Administração - A evolução do pensamento da Ciência da Administração e suas Escolas https://goo.gl/kREz6I Principais Teorias e Escolas da Administração https://goo.gl/XRaB7G Principais Escolas da Administração https://goo.gl/zjo44R 19 UNIDADE Introdução à Administração Referências CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração - 6. ed. - Rio de Janeiro : Campus, 2000. Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira. Teoria Geral Administração. Ed. Atlas 2º edição.2012. DURANT, Will. A História da Civilização. São Paulo: Record, 1995. FARIA, Antônio Nogueira de. Chefia e Liderança. Rio de Janeiro: LTC, 1982. FERREIRA, Victor Claudio P. Modelos de Gestão 2ª Ed. – Rio de Janeiro : FGV, 2006. HAMEL, Gary; PRAHALAD, C.K. Competindo pelo Futuro: estratégias inovadoras para obter o Controle do seu setor e criar os mercados do amanhã. Rio de Janeiro: Campus, 1995. HAMPTON, David R.. Administração: processos administrativos. São Paulo: Mac Graw-Hill, 1990. LACOMBE, Francisco José Masset; HEILBORN, Gilberto Luiz J.. Administração: princípios e tendências. São Paulo: Saraiva, 2003. LODI, João Bosco. A história da Administração. São Paulo: Pioneira, 1987. MAXIMIANO, Amaru. Teoria Geral da Administração. Atlas, 2012. Patrimônios do Conhecimento. Rio de Janeiro: Campus, 1998. ROBBINS, Stephen P.; DECENZO, David A. Fundamentos de Administração: concei- tos essenciais e aplicações. 4. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2004. SCHWARTZ, Peter. Cenários. As surpresas inevitáveis. Rio de Janeiro: Campus, 2003. SUN TZU, século VI a.C. A arte da guerra, 500 a.C. 26. ed. Rio de Janeiro: Record, 2001. SVEIBY, Karl Erik. A Nova Riqueza das Organizações: gerenciando e avaliando TAYLOR, Frederick W. Princípios de Administração Cientifica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1990. 20
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