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3. Ensaio - sobre o repensar ambiental e a educação como meio

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ENSAIO: SOBRE O REPENSAR AMBIENTAL 
E A EDUCAÇÃO COMO MEIO 
 
Viviane Luchese1 
 
 
 
 
RESUMO - Existe um plus cultural que nega qualquer perspectiva de 
liberdade epistêmica a que se possa atribuir à visão que temos de ambiente. Ao 
que parece, nossa própria concepção de ambiente se confunde com idealismos 
políticos na maioria das vezes limitados e extremistas, que só reforçam aquilo que 
alguns denominam como crise ambiental, ou mais especificamente, o que também 
é chamado de a "crise do efeito do conhecimento sobre o mundo" conforme 
enuncia Leff. Deveras, se a crise é um efeito do acúmulo de conhecimento que o 
homem supostamente tem sobre mundo e, se é verdade que esta auto-isenção do 
homem é reflexo de impressões culturais muito fortes que cumulou ao longo da 
história, que vêem desde o seu reconhecimento como um ser distinto dos demais, 
até os dogmas do catolicismo depois substituídos pelo mecanicismo. É fato 
também, que enquanto se coloca a par da Gaia, ele pode não apenas subjugá-la 
como também se isentar de qualquer responsabilidade mantendo sua zona de 
conforto e seu modus vivendi. Eis a mudança paradigmática que se insurge 
necessária e que só é possível através de uma nova perspectiva alcançada através 
da Educação Ambiental que deve ir bem mais além, promovendo a reeducação do 
ser para uma efetiva e eficaz mudança cultural, capaz de reaproximar homem e 
natureza. Porquanto, partindo de um marco referencial teórico com ênfase na teoria 
dos Sistemas e da Complexidade - utilizando-se metodologicamente de pesquisa 
bibliográfica - parece-nos que só a mudança em âmbito cultural pode convergir o 
pensamento humano, indivíduo e sociedade, também na aplicação das diversas 
ciências no sentido de não apenas perpetuar a espécie através da promoção da 
sustentabilidade, mas sim e, principalmente, verdadeiramente relacionar-se com o 
planeta. 
 
PALAVRAS CHAVES: Cultura - Ecologia - Sociedade de consumo. 
 
 
 
ABSTRACT - Plus there is a culture that denies the epistemic perspective of 
freedom that can be attributed to the vision we have for the environment. It seems 
that our own conception of environment is confused with political idealism most 
often limited and extremists who only reinforce what some refer to as environmental 
crisis, or more specifically, what is also called the "crisis of the effect of knowledge 
about the world "as Leff states. Indeed, if the crisis is a result of accumulation of 
 
1
 Graduanda em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC onde é bolsista (PUIC) 
integra o Grupo de Estudos Meio Ambiente e Constituição, registrado pelo diretório de grupos 
CNPq/UNISC e, em caráter de extensão universitária realiza o curso de Capacitação Técnica em 
Consultoria Ambiental pela Fundação de Amparo a Pesquisa Universitária - FAPEU, da 
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, em parceria com a Fundação Universitária 
Iberoamericana, FUNIBER; E-mail: vivianeluchese@hotmail.com. 
2 
 
knowledge that man is supposed to have about the world and it is true that this 
man's self-exemption is a reflection of very strong cultural impressions they lavished 
throughout history, they see from their recognition as a being distinct from others, 
even the dogmas of Catholicism later replaced by mechanism. It is a fact too, that 
while bringing together of Gaia, it can not just overpower it also disclaim any 
responsibility for maintaining your comfort zone and its modus vivendi. That is the 
paradigm shift that is necessary and protested that it is only possible through a new 
perspective achieved through environmental education must go well beyond 
promoting the retraining to be an effective and efficient cultural change, able to 
reunite man and nature. Because, from a theoretical frame of reference with 
emphasis on systems theory and complexity - using research methodology 
literature - it seems that only the change in the cultural sphere can converge human 
thought, individual and society, also in the application of various sciences in order 
not only perpetuate the species through the promotion of sustainability, but, and 
especially truly relate to the planet. 
 
KEYWORDS: Culture - Ecology - Society of consumption 
 
 
 
 
Na natureza não há vícios senão os da razão 
(Shakespeare – Noite dos Reis) 
 
 
O filósofo e jurista François Ost começa o que muitos poderiam chamar de 
sua obra prima, A Natureza à Margem da Lei, trazendo à tona casos que poderiam 
nos fazer refletir sobre um novo prisma em que a natureza poderia ser não só 
objeto de direitos, mas sujeita de direitos2. Curiosa esta provocação, já que existe 
um plus cultural que nega qualquer perspectiva de liberdade epistêmica a que se 
possa atribuir à visão que temos de ambiente. 
 
 
A CULTURA E A RELAÇÃO HOMEM/NATUREZA 
 
Ao que parece, nossa própria concepção de ambiente se confunde com 
idealismos políticos, por vezes limitados e extremistas, que só reforçam aquilo que 
alguns denominam como crise ambiental, ou mais especificamente, o que Leff, em 
sua mais recente obra intitulada de Racionalidade Ambiental, proclama como a 
 
2
 OST, François. A natureza à margem da lei: a Ecologia à prova do direito. Lisboa: Instituto Piaget, 
1995, p. 7 et. seq. 
3 
 
"crise do efeito do conhecimento sobre o mundo"3. Deveras, se este anuncia ser a 
crise um efeito do acúmulo de conhecimento que o homem supostamente tem 
sobre mundo, Ost, há mais de uma década já declarava: 
 
Eis a crise ecológica: a deflorestação e destruição sistemática das 
espécies animais, sem dúvida; mas, antes de mais e, sobretudo, a crise da 
nossa representação da natureza, a crise da nossa relação com a 
natureza. [...] Esta crise é simultaneamente a crise do vínculo e a crise do 
limite: uma crise de paradigma sem dúvida. Crise do vínculo: já não 
conseguimos discernir o que nos liga ao animal, ao que tem vida, à 
natureza; crise do limite: já não conseguimos discernir o que deles nos 
distingue. 
4
 
 
Habitualmente, ouvimos distinções entre ambiente construído, cultural, do 
trabalho entre outros, mas especialmente ouvimos falar na distinção entre ambiente 
natural e artificial. De fato, muitas outras divisões poderiam ser feitas 
pragmaticamente, por questões hermenêuticas ou puramente metodológicas, mas 
invariavelmente, essas distinções acontecem justamente porque culturalmente o 
homem se coloca a par do ambiente. Daí a surgir o distinto ambiente artificial como 
uma concepção errônea, o exemplo evidente desse erro é a própria idéia de cidade 
como um ambiente artificialmente construído. Para entendermos essa disparidade 
precisamos compreender nos liames da ecologia que a cidade em si, nada mais é 
que a construção natural onde habita a espécie humana. Ricklefs conceitua o 
ambiente como "os arredores de um organismo, incluindo as plantas, os animais e 
os micróbios com os quais interage".5 
 
Destarte, nesta linha de pensamento, considerar uma cidade um ambiente 
artificial, deveria automaticamente nos levar a visualizar uma colméia ou um 
formigueiro igualmente como um ambiente artificialmente construído, mas não o 
fizemos por considerarmos estas últimas construções, criações da natureza. 
 
Em outro aspecto, em alusão ao exposto e antevendo que alguns possam 
elencar as questões tecnológicas envolvidas nas construção das cidades, pode-se 
dizer que tal afirmativa, mostra-se definitivamente, como apenas mais um modo 
 
3
 LEFF, Enrique. Racionalidade Ambiental: a reapropriação social da natureza. Rio de Janeiro: 
Civilização Brasileira, 2006, p. 16. 
4
 OST, François. A natureza à margem da lei: a Ecologia à prova do direito. Lisboa: Instituto Piaget, 
1995, p. 8-9. 
5
 RICKLEFS, Roberto E. A economia da natureza. 5ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003, 
p. 480. 
4 
 
irracional e incoerentede não admitir que de fato o homem tende a não se ver 
como parte de um todo. Isso fica claro, quando vemos por exemplo que alguns 
animais silvestres também utilizam-se de ferramentas mesmo que primárias para 
realização de suas atividades: Corvos-da-nova-caledónia utilizam ferramentas de 
perfuração com o bico para extrair insetos de troncos; lontras do mar podem usar 
de pedras para martelar conchas; elefantes foram observados cavando buracos 
para beber água e, rasgando e mastigando a casca de uma árvore para preencher 
o orifício, cobrindo com areia para evitar a evaporação; alguns carangueijos usam 
cascas descartadas de outras espécies para habitação e outros usam itens de 
vegetação como camuflagem enquanto insetos utilizam de pedras, areia e folhas 
como materias de contrução 6. Vejamos que nem por isso reconhecemos nessas 
atividades alguma artificialidade que desloque essa espécies de seu meio. 
Autenticando, Ricklefs bem argumenta: 
 
Somos parte da Natureza, não à parte da Natureza. Até o ponto em que 
nossa inteligência, cultura e tecnologia têm nos dado o poder para 
dominar a Natureza, devemos também usar nossas capacidades para nos 
impor uma auto-regulação e auto-restrição. Esse é o nosso maior desafio. 
Nós somos fantasticamente bem sucedidos em nos tomar uma espécie 
tecnológica. Nossa sobrevivência agora depende em nos tornarmos a 
espécie ecológica e assumir nosso próprio lugar na Economia da 
Natureza.
7
 
 
Conquanto, se for verdade que esta isenção do homem é reflexo 
principalmente de impressões culturais historicamente muito fortes que vêem 
desde o seu reconhecer-se como um ser distinto dos demais, até os dogmas das 
religiões8 depois substituídos pelos do mecanicismo, é fato também, que enquanto 
se coloca a par da Gaia9 ele pode não apenas subjugá-la como também se isentar 
de qualquer responsabilidade mantendo sua zona de conforto e seu modus vivendi. 
 
6
 JONES, T. B; KAMIL, A. C. 1973 Tool-making and tool-using in the northern blue jay. Science 180, 
p. 1070-1080, passim. 
7
 RICKLEFS, Roberto E. A economia da natureza. 5ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003, 
p. 475. 
8
 Aqui referimo-nos principalmente ao catolicismo. 
9
 Referimo-nos aqui a Teoria da Hipótese Gaia, de James Lovelock, que vislumbra todo o planeta 
como um corpo vivo "devido ao seu diferenciado 'desequilíbrio químico-atmosférico' na comparação 
com os planetas Vênus e Marte. Ao pesquisar as porcentagens de dióxido de carbono, nitrogênio e 
oxigênio em nosso planeta, Lovelock afirma que essa proporção de gazes só ocorre e é mantida 
mediante a atuação de organismos vivos". LUCHESE, Viviane. Paradigma ecológico e suas 
possíveis aplicações no urbano (no prelo). In: REIS, Jorge Renato dos; WEBER, Eliana; 
BITENCOURT, Caroline M.. (Org.). Estudos ambientais: livro em homenagem ao prof João Telmo 
Vieira. Porto Alegre - RS: UFRGS, 2009, p. 294. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Corvo-da-nova-caled%C3%B3nia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lontra-marinha
5 
 
Parafraseando Sinclair, é difícil entender algo quando nosso modo de vida depende 
justamente de não entendê-lo.10 Entretanto: 
 
A chave para sobrevivência da população humana é desenvolver 
interações sustentáveis com a biosfera. Isto exigira um controle do 
crescimento populacional humano ou uma crescente dependência de 
fontes de energia renováveis e a total reciclagem dos resíduos materiais.
11
 
 
Nesse contexto, se podemos acusar a cultura, especialmente a ocidental, 
por colocar o homem fora do sistema natural, é preciso também esclarecer que a 
cultura sim se diferencia da natureza.12 Esta sempre esteve aqui e é anterior ao 
próprio homem referindo-se a todas as coisas 'vivas' e 'não vivas', incluindo as 
suas manifestações, enquanto que a cultura é uma criação humana e 
fundamentalmente, nessa linha Soares corrobora ao citar Castoriadis, afirmando 
que criar só é possível dentro da cultura e "isso significa que o ser humano criou a 
si próprio enquanto criava a cultura"13, e segue: 
 
esta cultura que criou e instituiu a filosofia, a democracia, a ciência, o 
capitalismo e a ecologia. Esta é uma cultura que, embora ainda dependa 
da natureza, nega-a e tenta superá-la, isolá-la, controlá-la, domesticá-la. A 
história do Ocidente tem seguido esse caminho, mas, nela, muitas 
pessoas têm questionado essa orientação. A história da ecologia e do 
ambientalismo caracteriza-se por entender e chamar a natureza e a 
cultura de ambiente e por contestar essa orientação. 
14
 
 
O fato é que, se o homem criou a si próprio quando criou a cultura, ou seja, 
se podemos afirmar que o modus vivendi que possuímos e que nos faz diferentes, 
não só das outras espécies mas também de outros povos, é reflexo dessa criação. 
Não é estranho também que ela própria queira negar o vínculo e a necessidade 
que possui de integrar-se a natureza. Isto porque, negar essa conexão é que lhe 
isenta da sua responsabilidade para com o planeta como já referenciado. 
 
10
 Upton Sinclair: “é difícil conseguir que uma pessoa compreenda alguma coisa quando o salário 
dela depende de não compreender isso”. In. GORE, Albert. Uma verdade inconveniente – O que 
devemos saber (e fazer) sobre o aquecimento global. Barueri: Manole, 2006, p. 266-267. 
11
 RICKLEFS, Roberto E. A economia da natureza. 5ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2003, p. 475. 
12
 SOARES, André Geraldo. A Natureza, a Cultura e Eu: Ambientalismo e Transformação Social. 
Blumenau: Edifurb; Itajaí: Ed. da Univali, 2003, p. 19 et. seq. 
13
 Ibidem, p. 21. 
14
 RICKLEFS, op. cit. p. 24. 
6 
 
Por outro lado, apesar da negação comportamental da Hipótese Gaia é 
impossível indeferir-se as evidências materiais dos efeitos dessa negação15. Sendo 
evidente que historicamente os próprios movimentos ambientalistas e mesmo a 
nova formação geopolítica têm suas origens com base muito mais nos problemas 
ambientais, sejam eles antigos, atuais ou mesmo futuros, que se convergem 
visivelmente em perdas de cunho econômico do que por qualquer outro motivo 
quiçá altruísta. 
 
De todo modo, seja a economia ameaçada pelos prejuízos advindos da 
degradação do ambiente, seja pela população a sofrer com as catástrofes 
ambientais, o que importa é que a cultura ocidental especialmente, começa a se 
modificar de tal modo que ela mesma entenda que precisa da natureza para sua 
própria sobrevivência. Não por mera coincidência que alguns tratados 
internacionais, mesmo possuindo um caráter antropocêntrico, se manifestem nesse 
sentido: 
 
Principio 1: Os seres humanos estão no centro das preocupações com o 
desenvolvimento sustentável. Tem direito a uma vida saudável e 
produtiva, em harmonia com a natureza. […] Principio 4: Para alcançar 0 
desenvolvimento sustentável, a proteção ambiental constituirá parte 
integrante do processo de desenvolvimento e não pode ser considerada 
isoladamente deste.
16
 
 
Conforme se vê, dos trechos acima citados, é de fundamental importância a 
harmonia com a natureza e a sua proteção, mesmo para a continuidade do 
desenvolvimento que, a partir de então, não pode afastar-se da sustentabilidade. 17 
 
15
 "O Ártico esta derretendo... Os furacões estão cada vez mais fortes O Brasil na rota dos 
ciclones... o nível do mar esta subindo... Os desertos avançam... Já se contam os mortos " In. 
BERNA, Vilmar Sidnei Demamam. Amigos do Planeta: meio ambiente e educação ambiental. São 
Paulo: Paulus, 2008, p. 94-95. 
16
 Declaração do Rio Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. In. BRASIL. Legislação de direito 
internacional. São Paulo: Saraiva, 2008, p. 165. 
17
 Aqui fizemos um à parte, esclarecendo que o termo sustentabilidade deve ser visto de uma 
maneira bem mais eficiente do que costuma ser tratado pelas convenções econômicas e políticas. 
Nos liames da ecologia queremos referirque "chamar um atividade de 'sustentável' significa que ela 
pode ser continuada ou repetida em um futuro previsível. Portanto, a preocupação surge porque 
grande parte das atividades humanas são nitidamente insustentáveis. A população humana global 
não poderá continuar a retirar peixe do mar mais rápido do que a capacidade de repor os cardumes 
perdidos (se quiser comer peixe no futuro); não podemos continuar a explorar culturas agrícolas em 
florestas se a qualidade e a quantidade de solo se deteriora e os recursos hídricos se tornam 
inadequados; não poderemos continuar a usar os mesmos pesticidas se os números crescente de 
pragas se tomarem resistentes a eles; não poderemos manter a diversidade da natureza se 
continuarmos a provocar a extinção das espécies." In TOWNSEND, Colin R.; BEGON, Michael; 
HARPER, John L. Fundamentos em ecologia. 2" ed. Porto Alegre: Artmed, 2006, p. 442. 
7 
 
Porém, os próprios tratados na área mostram quão complexa a tarefa conforme 
vemos, a titulo de exemplo na Convenção-Quadro das Nações Unidas Sobre 
Mudança do Clima (CQNUMC): 
 
Artigo 4° - Obrigações: Todas as partes […] devem: […] h) Promover e 
cooperar no intercâmbio pleno, aberto e imediato de informações 
científicas, tecnológicas, técnicas, socioeconômicas e jurídicas relativas ao 
sistema climático e a mudança do clima, bem como as conseqüências 
econômicas e sociais de diversas estratégias de resposta; i) Promover e 
cooperar na educação, treinamento e conscientização pública em relação 
a mudança do clima, e estimular a mais ampla participação nesse 
processo, inclusive a participação de organizações não-governamentais;
18
 
 
Note-se que além de moldarem obrigações especificas, que lhes são próprias 
da sua razão de ser, tratados como CQNUMC também abrangem a cooperação 
entre os Estados, o dever de informar e, porque não dizer, reeducar a população. 
 
 
EDUCAÇÃO AMBIENTAL UM MEIO PARA A SUSTENTABILIDADE E O 
EMPODERAMENTO SOCIAL 
 
A Declaração do Rio Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento e taxativa ao 
elencar ainda, entre outros, uma readequação nos padrões de produção e 
consumo, bem como, a promoção de uma política demográfica adequada19. 
Cremos, contudo, que talvez a sua maior contribuição esteja em seu princípio 10, 
corroborado pelos tratados que lhe seguiram: 
 
A melhor maneira de tratar as questões ambientais e assegurar a 
participação, no nível apropriado, de todos os cidadãos interessados. No 
nível nacional, cada individuo terá acesso adequado as informações 
relativas ao meio ambiente de que disponham as autoridades publicas, 
inclusive informações acerca de materiais e atividades perigosas em suas 
comunidades, bem como a oportunidade de participar dos processos 
decisórios. Os Estados irão facilitar e estimular a conscientização e a 
participação popular, colocando as informações à disposição de todos. 
Será proporcionado o acesso efetivo a mecanismos judiciais e 
administrativos, inclusive no que se refere a compensação e reparação de 
danos.
20
 
 
 
18
 Convenção-Quadro das Nações Unidas Sobre Mudança do Clima. In. BRASIL. Legislação de 
direito internacional. São Paulo: Saraiva, 2008, p. 171-172. 
19
 Vejamos que as convenções citadas apenas enfatizam formalmente o que biólogos e ecólogos já 
viam como o caminho para a sustentabilidade da espécie humana, a titulo exemplificativo temos os 
trechos anteriormente citados de Ricklefs e Townsend, que apesar de posteriores a tais convenções 
exprimem um pensamento bem anterior já fixado em suas áreas. 
20
 BRASIL. Legislação de direito internacional. São Paulo: Saraiva, 2008, p. 166. 
8 
 
Neste sentido é inegável que estejamos passando por uma mudança de 
paradigmas onde finalmente a cultura predatória que cativamos, se curva diante da 
sua própria necessidade de subsistência. Mais ainda, como vemos nos trechos das 
convenções supramencionadas, não basta vontade política, ou leis coercitivas, 
existe a necessidade da mobilização em todos os níveis sociais. E aqui 
adentramos, oportunamente, no ponto talvez mais difícil dessa empreitada, na 
educação voltada para uma nova auto percepção desta sociedade, já que daí que 
há de se constituir uma nova cultura de integração e harmonia com o meio. 
Falamos da educação ambiental que surgi como a necessidade de mudança na 
forma de encarar o papel do ser humano no mundo, sendo de acordo com a 
Agenda 2121 "indispensável para a modificação de atitudes e para o 
desenvolvimento de comportamentos compatíveis com a formação de sociedades 
sustentáveis".22 
 
Ruscheinsky alerta: 
 
[...] se não houver mudança de cultura, as questões substantivas 
permanecerão intactas. Uma nova cultura compreenderá que a rua, a 
lagoa, a praia e as valetas são a extensão de nossa própria casa. E o 
nosso meio ambiente, o nosso habitat. O saneamento básico deve ocorrer 
inclusive na mente, no comportamento, nos significados, no imaginário e 
nos referenciais culturais. 
23
 
 
Igualmente, a que se compreender também que "a luta por um meio 
ambiente melhor é uma luta pela cidadania [...]. Mas ninguém nasce democrático e 
cidadão"24 e este é o papel da educação que, por sua vez, deve acima de tudo 
provocar o chamado empoderamento social. 
 
Empoderamento significa em geral a ação coletiva desenvolvida pelos 
indivíduos quando participam de espaços privilegiados de decisões, de 
consciência social dos direitos sociais. Essa consciência ultrapassa a 
tomada de iniciativa individual de conhecimento e superação de uma 
situação particular (realidade) em que se encontra, ate atingir a 
 
21
 A Agenda 21 é o Plano de Ação talvez mais conhecido dos resultados da Conferência Mundial 
das Nações Unidas no Rio de Janeiro, também conhecida como ECO-92. 
22
 DUVOISIN, Ivane Almeida. A Necessidade de uma Visão Sistêmica para a Educação Ambiental: 
conflitos entre o velho e o novo paradigmas. In. RUSCHEINSKY, Aloísio (org.). Educação 
Ambiental: abordagens múltiplas. Porto Alegre: Artmed, 2002, p. 91-92. 
23
 RUSCHEINSKY, Aloísio. As Rimas da Ecopedagogia: uma perspective ambientalista. In. 
RUSCHEINSKY, Aloísio (org.). Educação Ambiental: abordagens múltiplas. Porto Alegre: Artmed, 
2002, p. 70. 
24
 BERNA, Vilmar Sidnei Demamam. Amigos do Planeta: meio ambiente e educação ambiental. São 
Paulo: Paulus, 2008, p. 31. 
9 
 
compreensão de teias· complexas de relações sociais que informam 
contextos econômicos e políticos mais abrangentes.
25
 
 
Note-se aqui que ao contrário da legislação pátria que é influenciada, para 
não dizer pressionada, pelas convenções internacionais, a efetividade dos liames 
de proteção ambiental inverte obrigatoriamente o eixo de atuação. Queremos dizer 
com isso, que ao contrário do que se possa imaginar, através da educação 
ambiental quer-se a consciência ambiental e que dela a atitude ambiental parta das 
bases da sociedade. Eis a importância da sociedade como fundamento basilar para 
uma mudança real da perspectiva cultural, que localmente se reeduca e transforma 
o seu meio. 
 
Nesse sentido, compreende-se que: 
 
A idéia de empoderamento representa importante papel na mobilização 
social em torno de contextos específicos, como o de desenvolvimento 
sustentável local, orientado não só para a emergência de projetos e ações 
de fortalecimento de grupos sociais tradicionalmente negligenciados dos 
processos políticos; mas também significativo espaço institucional de 
articulação e emergência de novos agentes/atores políticos envolvidos na 
transformação democrática da relação Estado-sociedade. 
26
 
 
Obviamente que se trata de um processo lento, que implica urna série de 
fatores complexos a começar pela interdisciplinaridade que deve ser incluída na 
pauta educativa da sociedade. Mas, que não só é um processo possível, como 
também impreterível e que deve permear o indivíduo. Ressalve-se aqui que: 
 
Estamosfazendo referência ao fato de que a ação individual não é apenas 
a ação de cada indivíduo, mas sim a ação do mundo, através de cada 
indivíduo. Isto é, a ação dos mundos, internalizada e a seguir objetivada, 
através da ação individual.
27
 
 
Note-se que esta é posição que finalmente começa a ser adotada por uma 
parcela da população, onde através de pequenas ações, como a escolha e 
fornecedores ou produtos ecologicamente corretos incentiva para não dizer que 
instaura um novo eixo de mercado que deve priorizar as relações, especialmente 
as de consumo, com sustentabilidade. 
 
25
 FERDINAND, Cavalcanti Pereira. O que é empoderamento? Disponível em: 
<http://www.fapepi.pi.gov.br/novafapepi/sapiencia8/artigos1.php> Acesso em: 30 de Nov. 2009. 
26
 Ibidem, loc. Cit. 
27
 BARBOSA, Eva Machado. Poder local e cultura democrática: elementos para uma abordagem 
multi-escópica em ciências sociais. Sociologias. Ano 2. N.3. Jan/Jun 2000. 
10 
 
CONSUMO RESPONSÁVEL OBRIGA À OFERTA RESPONSÁVEL 
 
Até pouco tempo, tinha-se como o consumo de uma forma geral como o 
responsável principal pela degradação ambiental. Porém, como mencionado no 
parágrafo anterior, houve uma mudança no perfil da sociedade de consumo, que 
hoje, em conjunto com os movimentos ambientalistas transformam o mercado. 
 
Se alguns segmentos do mercado finalmente se viram para as questões 
ambientais, isso ocorre porque há uma grande fatia do mercado que procura 
manter seu nível de consumo de uma maneira responsável, qual seja, a de optar 
como já mencionado por consumidor produtos e serviços de menor impacto para o 
ambiente. 
 
De outro modo, essa mesma mudança de consumo, também enseja, uma 
mudança do agir do Estado, que por sua vez, utilizando-se dos instrumentos 
estatais para proteger o cidadão, acaba por regular e responsabilizar o mercado 
por aquilo que oferta e as condições em que oferta. 
 
Com ao advento do Código de Defesa do Consumidor temos que: 
 
 Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem 
assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua 
portuguesa sobre suas características, qualidades, quantidade, 
composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros 
dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e 
segurança dos consumidores. (grifos nossos). 
28
 
 
Recentemente Advocacia Geral da União (AGU) ajuizou Argüição de 
Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 101, questionando decisões 
autorizavam a importação de pneus usados. Contrariando os regimentos 
ambientais vigentes. 
 
A AGU informou, na inicial do processo que, sem contar os pneus 
importados, o Brasil gerava, na época da propositura da ação, um passivo 
anual de 40 milhões de unidades de pneus usados. “Segundo dados do 
Ministério do Meio Ambiente, existem mais de 100 milhões de pneus 
abandonados, à espera de uma destinação ambientalmente e 
 
28
 BRASIL, República Federativa do. Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990: Dispõe sobre a 
proteção do consumidor e dá outras providências. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8078.htm>, Acesso em 04-2010. 
11 
 
economicamente sustentável e recomendável”, acrescentou a AGU no 
pedido inicial.
29
 
 
Como era de se esperar o Supremo Tribunal Federal em concordância com 
o ajuizamento da AGU, entendeu serem nocivas ao meio ambiente às importações 
de pneus usados de outros países. Um dos principais motivos dá-se as inúmeras 
toxinas produzidas pelo lixo pneumático, que não encontra o fim adequado e que 
coloca em risco a saúde da população. 
 
Conforme se depreende da ementa colacionada abaixo: 
 
AGRAVO REGIMENTAL. SUSPENSÃO DE TUTELA ANTECIPADA. 
IMPORTAÇÃO DE PNEUMÁTICOS USADOS. MANIFESTO INTERESSE 
PÚBLICO. GRAVE LESÃO À ORDEM E À SAÚDE PÚBLICAS. 1. Lei 
8.437/92, art. 4.°. Suspensão de liminar que deferiu a antecipação dos 
efeitos da tutela recursal. Critérios legais. 2. Importação de pneumáticos 
usados. Manifesto interesse público. Dano Ambiental. Demonstração de 
grave lesão à ordem pública, considerada em termos de ordem 
administrativa, tendo em conta a proibição geral de não importação de 
bens de consumo ou matéria-prima usada. Precedentes. 3. Ponderação 
entre as exigências para preservação da saúde e do meio ambiente e o 
livre exercício da atividade econômica (art. 170 da Constituição Federal). 
4. Grave lesão à ordem pública, diante do manifesto e inafastável 
interesse público à saúde e ao meio ambiente ecologicamente equilibrado 
(art. 225 da Constituição Federal). Precedentes. 5. Questão de mérito. 
Constitucionalidade formal e material do conjunto de normas (ambientais e 
de comércio exterior) que proíbem a importação de pneumáticos usados. 
Pedido suspensivo de antecipação de tutela recursal. Limites impostos no 
art. 4.° da Lei n.° 8.437/92. Impossibilidade de discussão na presente 
medida de contracautela. 6. Agravo regimental improvido.
30
 
 
Em complementação, o CONAMA aprovou no ano de 2009 uma nova 
resolução, a 416 - em complementação as resoluções nº 23 e nº 235 de 1996 e 
1998 respectivamente e, em substituição a resolução nº 258 de 1999 e 301 de 
2002 - tolhendo a indiscriminada produção de tais artigos sem um mínimo de 
responsabilidade. Através da resolução, ficam obrigadas as indústrias a retirarem 
do meio em proporção igual, os pneus que introduzirem nele, medida que antes era 
 
29
 SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Notícia: Decisões judiciais que autorizaram importação de 
pneus usados motivaram ação no Supremo. Disponível em: 
<http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=104385>, Acesso em 28-04-
2010. 
30
 SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Jurisprudência Disponível em: 
<http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=pneumáticos&base=baseAco
rdaos>. Acesso em 26-04-2010. 
12 
 
de 1 x 4, ou seja, para cada 4 pneus lançados no mercado, um deveria ser 
retirado.31 
 
Note-se que situação similar já acontecera com as baterias e pilhas e, que 
apesar das dificuldades, começam a serem recolhidas para uma destinação 
adequada esperando-se que o mesmo ocorra com as famosas garrafas pets 
consideradas hoje o pior dos lixos, por seu crescente uso e por sua destinação 
imprópria. 
 
O cacique Seattle, da tribo Suquamish, já mencionava em 1855: 
 
Os brancos também passarão, talvez mais cedo do que todas as 
outras tribos. Contaminai a vossa cama, e vos sufocareis numa 
noite no meio de vossos próprios excrementos. 
32
 
 
É esta tomada de consciência que se materializa lenta, mas gradativa e 
irrecorrivelmente. 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Tome-se que os moldes sociais foram criados a partir de um erro 
impulsionado pela cultura, de ver o homem como o centro do universo que habita 
e, como centro deste, possuidor do direito de subjugá-lo à sua vontade. Mas como 
vimos, a cultura é uma das criações do próprio homem, portanto, ele mesmo pode 
modificá-la e, mesmo que em passos lentos, já o está fazendo através da 
educação ambiental e das novas regulamentações do mercado em que se insere. 
 
A filosofia, a sociologia e a ecologia, há muito se conformaram na idéia de 
que para ser antropocentrista é preciso ser antes de mais nada biocentrista, assim 
como, para ser humanista é urgente a necessidade de ser ecologista e, que o 
 
31
 MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Resolução nº 416, de 30 de setembro de 2009. Dispõe sobre 
a prevenção à degradação ambiental causada por pneus inservíveis e sua destinação 
ambientalmente adequada, e dá outras providências. Disponível em: 
<http://servicos.ibama.gov.br/ctf/manual/html/resolucao_conama_416.pdf>. Acesso em 24-04-2010. 
32
 Carta ao Presidente dos Estados Unidos, Grancis Pierce, em resposta ao boato de que seriam 
compradasas terras indígenas. In. MORAES, Marcos Antonio; FRANCO, Paulo Sérgio Silva. 
Geopolítica – uma visão atual. 3ª ed. Campinas: Editora Átomo, 2009, p. 209. 
13 
 
caminho mais apropriado para esta mudança paradigmática é guiada pela 
educação ambiental. Infelizmente, o direito nunca conseguiu acompanhar 
adequadamente todas as transformações da sociedade e, enquanto as ciências há 
que nos referimos no caput desse parágrafo, há muito tempo lutam por essa 
inserção do homem ao meio e a consideração das ciências chamadas da terra, ele 
se restringe a fria letra da lei sem considerar a dimensão complexa que exige tal 
estudo. 
 
Note-se que falamos em educação, mas de fato, o correto seria falar em 
reeducação, já que os conceitos destrutivos ao ambiente já estão inculcados em 
nossas mentes. Precisamos reaprender e recriar a nossa cultura de modo que ela 
se encaixe do modo mais pacífico possível ao ecossistema. Sendo que, no âmbito 
do direito esses novos aprendizados devam servir para interpretar a lei e a 
equidade de modo a considerar o todo e não apenas o âmbito local. 
 
Considerar o todo e não o uno, já que preservar o todo significa proteger o 
uno e vice-versa. Pois cada ser em si, carrega o ponto vital de uma cadeia de 
fatores e acontecimentos e reflete através de si, diretamente, o apogeu e a ruína 
dessa mesma cadeia, condenando diretamente os demais seres. Como disse, o já 
citado cacique Seattle, “O fim do viver e o início do sobreviver”. 
 
 
 
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MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Resolução nº 416, de 30 de setembro de 
2009. Dispõe sobre a prevenção à degradação ambiental causada por pneus 
inservíveis e sua destinação ambientalmente adequada, e dá outras providências. 
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