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APOSTILA PEDIATRIA COM SUMÁRIO

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PEDIATRIA 
Victoria Chagas 
 
 
 
 
 
 
 
 
TUTORIAIS 
1. Adaptações a vida extrauterina 
2. Amamentação e leite materno 
a. Lactogênese 
b. Composição do leite materno 
3. Puericultura 
a. Orientações na saída da maternidade 
b. Primeira consulta 
c. Reflexos primitivos 
d. Consultas subsequentes 
e. Orientações aos pais 
f. Registros 
g. Desenvolvimento psicomotor 
h. Marcos do desenvolvimento 
i. Puericultura x doenças crônicas 
4. Desnutrição 
5. Obesidade 
6. Atividade física 
7. Adolescência e puberdade 
a. Alterações no organismo 
b. Mudanças hormonais 
8. Mapas mentais 
a. Puericultura 
b. Vacinas ao nascer 
c. Amamentação e composição 
d. Técnica de amamentação 
e. Resumo amamentação 
f. Anamnese 1º consulta 
g. Exame físico 
h. Gráfico peso x idade 
i. Puericultura 2 
 
 
 
 
 
VICTORIA CHAGAS 
PEDIATRIA – TUTORIAIS 
VICTORIA CHAGAS 
 
ADAPTAÇÕES A VIDA EXTRAUTERINA 
 
❖ SISTEMA CARDIOVASCULAR 
 
 O Sistema cardiovascular é o primeiro a se formar. 
 Ao início da 3ª semana de gestação, formam-se os vasos e células sanguíneas, e ao fim da 
3ª semana o coração começa a bater. 
 O coração com 4 câmaras se desenvolve na 4ª e 5ª semana, e ao final do período 
embrionário está completamente desenvolvido 
 
o CIRCULAÇÃO FETOPLACENTÁRIA 
- FORAME OVAL: comunicação entre átrios (E e D) 
- DUCTO VENOSO: comunicação entre fígado (veia umbilical) e veia cava inferior 
- DUCTO ARTERIOSO: comunicação entre aorta e artérias pulmonares 
 
 Uma vez que os pulmões não são funcionantes, e 
que o fígado funcione parcialmente, não é 
necessário que o coração bombeie sangue para os 
pulmões e fígado 
 Sangue oxigenado vai da placenta para veia 
umbilical → no fígado passa para ducto venoso → 
veia cava inferior → mistura com sangue não 
oxigenado → coração → passa do átrio direito para 
esquerdo pelo forame oval → ventrículo esquerdo 
aorta → corpo → artérias umbilicais 
 Parte do sangue que sai do ventrículo direito para 
pulmão encontra muita resistência e retorna para 
átrio esquerdo e ventrículo esquerdo ou passa no 
ducto arterioso → aorta → corpo 
 
o CLAMPEAMENTO DO CORDÃO UMBILICAL 
- Desaparecimento da circulação fetoplacentária 
- Aumento do fluxo sanguíneo pulmonar 
- Fechamento dos shunts fetais 
 
 Aumento da resistência vascular pulmonar pela 
expansão dos pulmões (vasos deixam de estar 
comprimidos) 
 fechamento funcional do forame oval devido aumento da 
pressão atrial esquerda (resposta ao aumento de volume 
sanguíneo) → o anatômico fecha depois 
 Fechamento do ducto arterioso devido esforço respiratório 
→ funcional (14-24 hrs) e anatômico (1-4 meses) 
 Fechamento do ducto venoso → devido contração do ducto 
→ funcional (1-3 hrs) e anatômico (1-2 semanas) 
 
 
 
 
Clampeamento 
 benefício de esperar 
cerca de 3 minutos 
após o nascimento 
- Esperar parar de pulsar 
- Ordenhar para que 
feto receba mais 
sangue (terá mais ferro 
e hemácias) 
VICTORIA CHAGAS 
❖ HEMATOLÓGICAS 
 
 Débito cardíaco ↓ pela perda de sangue, mas ↓ logo depois → 2x maior que no adulto 
 Pressão arterial: 70/50 mmHg → depois de meses vai para 
90/60 mmHg e vai ↑ até normal 
 Redução nos fatores de coagulação 
 Redução na quantidade de plaquetas 
 São formadas poucas hemácias nas primeiras semanas de vida, 
já que o estímulo hipóxico da vida fetal que estimula a 
produção não está mais presente → 6-8 semanas, cai a 
contagem de hemácias, que sobe em torno de mais 2-3 meses. 
 
 
❖ SISTEMA RESPIRATÓRIO 
- Começa a se desenvolver ao redor do 1º mês 
- A partir da endoderme 
- Fica tudo pronto com pelo menos 35 semanas 
- Os alvéolos vão aumentando em número até os 7-8 anos 
 Quando o bebê nasce as paredes dos alvéolos estão colapsadas devido a tensão 
superficial do líquido em seu interior → ocorre troca do líquido por ar atmosférico 
 É preciso mais de 25mmHg de pressão inspiratória negativa nos pulmões para se opor a 
essa tensão superficial e abrir os alvéolos pela primeira vez 
 A surfactante, produzidas pelas células alveolares entre a 24ª e 30ª semanas de gestação, 
reduz a tensão superficial, evitando o colabamento dos alvéolos ao término da expiração 
 As primeiras inspirações do recém-nascido são extremamente potentes, capazes de criar 
até 60mmHg de pressão negativa no espaço intrapleural 
 A segunda respiração é mais fácil, com menor demanda de pressões positivas e negativas 
 Respiração não se normaliza totalmente até cerca de 40 minutos após o nascimento 
 A secreção (líquido pulmonar) vai sair 1/3 na hora do parto e restante vai ser reabsorvida 
pela via linfática e hematológica. 
 Padrão respiratório do RN: 
- Respiração superficial 
- Irregular 
- 30-60rpm 
- Curtos períodos de apneia durante a fase 
REM do sono (<15s) 
- Respiração nasal 
- Movimentos torácico e abdominal 
simultâneos na inspiração 
 
HEMATOPOIESE 
- Período mesoblástico 
(saco vitelínico) 
- Período hepático 
- Período mieloide: a 
partir do 4º mês de 
gestação até o fim da 
vida. 
 
VICTORIA CHAGAS 
❖ RENAIS 
 
 Até o 1º mês de vida, o desenvolvimento ainda não está completo 
 Vida intrauterina → rim funciona só para manter o volume do líquido amniótico 
 Quando nasce, aumenta resistência vascular sistêmica, reduz a resistência vascular renal, 
aumentando o fluxo renal, aumentando a TFG 
 Incapacidade de concentrar e diluir urina 
 95% dos rins urinam nas primeiras 24h 
 O metabolismo do bebê é 2 vezes maior o que significa mais ácido formado → ACIDOSE 
 Predisposição a acidose, desidratação e hiper-hidratação (tomar cuidado) 
 
❖ ENDÓCRINAS 
 
 Devido ao estresse do nascimento, ocorre liberação de catecolaminas (adrenalina e 
noradrenalina) → ↑ DC, ↑contração do miocárdio, libera surfactante, inibe secreção de 
líquido pulmonar, estímulo para lipólise e glicogenólise. 
 
❖ FUNÇÃO HEPÁTICA 
 
 Mal conjugação da bilirrubina nos primeiros dias 
 Formação deficiente de proteínas plasmáticas pelo fígado → 15 a 20% → RN pode 
desenvolver edema hipoproteinêmico (↓proteína ↓concentração → extravasa líquido) 
 Gliconeogênese deficiente → nível de glicose no sangue cai quando ele não está 
alimentado, usando suas reservas de gordura 
 Hiperbilirrubinemia fisiológica → Após o nascimento, o único meio eliminar bilirrubina é por 
seu próprio fígado, contudo, na primeira semana, ainda não funciona. Por isso, a 
concentração de bilirrubina aumenta de 1 mg/dL para aproximadamente 5 mg/dL 
durante os 3 primeiros dias e então volta gradativamente ao normal 
 Eritroblastose fetal → Causa icterícia grave, o bebe herda hemácias Rh-positivas do pai, 
quanto a mãe é Rh-negativa, a mãe fica imunizada contra fato Rh-positivo e seus 
anticorpos destroem as hemácias fetais, liberando quantidades extremas de bilirrubina 
 
❖ TEMPERATURA 
 
 Mecanismos de regulação temperatura permanecem deficientes nos 1ºs dias de vida 
 Muita gordura marrom, que pode aumentar produção de noradrenalina no frio, para agir 
nesses tecidos e fazerem eles mudarem a via para produção de energia 
 
❖ SISTEMA IMUNE 
 
 Imunidade passiva pela amamentação → até 6 meses contra muitas doenças 
 Vérnix caseoso: primeira defesa (isolante térmico, barreira para bactérias ruins) 
 Posteriormente corpo produz anticorpos → atingem níveis normais em 12 meses de vida 
 
AMAMENTAÇÃO E LEITE MATERNO 
 
 Aleitamento materno exclusivo: apenas leite materno, diretamente do peito ou 
ordenhado, podendo também estar recebendo medicamentos, vitaminas ou minerais 
 Aleitamento materno predominante: recebe predominantemente o leite materno e outros 
líquidos, como água, chá ou suco 
 Aleitamento materno complementado: Criança recebe leite materno e outros alimentos. 
 Aleitamento materno misto: Criança recebe leite materno e outros tipos de leite. 
 Aleitamento materno: recebe leite maternoindependentemente de outros alimentos. 
VICTORIA CHAGAS 
❖ LACTOGÊNESE 
 
 As glândulas mamárias atingem maturidade para produção láctea a partir do segundo 
trimestre → Já pode ocorrer liberação de colostro 
 A Lactogênese não ocorre durante a gravidez, por conta do efeito inibitório do estradiol, 
progesterona e hormônio lactogênico placentário sobre a prolactina nos alvéolos 
 Com o parto a quantidade desses hormônios circulando ↓ e possibilita ação da prolactina. 
 
 A prolactina produz alguns efeitos: 
o Diferenciação celular da fase pré-secretória para a fase secretória 
o Estímulo da síntese de RNA para produção de proteínas específicas do leite 
o Indução de enzimas catalisadoras (galactosiltransferase e lactose sintase) 
o Modifica secreção de colostro para leite em até 72 horas pós-parto → apojadura 
 
 Os níveis de prolactina sobem em picos induzidos com a sucção do leite 
 Assim, a produção de leite também depende da eficiente remoção contínua 
FASE I (gravidez) FASE II (após o nascimento) FASE lll (galactopoiese) 
- Estrogênio (Faz com que os 
ductos cresçam e se 
ramifiquem e que o estroma 
aumente) 
- Progesterona (Causa 
crescimento dos lóbulos 
mamários, com 
multiplicação dos alvéolos) 
 
- Redução nas 
concentrações de 
hormônios inibitórios 
- Aumento de prolactina, 
pela hipófise anterior 
- Aumento de ocitocina, 
pela hipófise posterior, com 
o estímulo da sucção 
- Descida do leite 
- Sucção do bebê e 
esvaziamento da mama 
 
o LACTOPOESE → manutenção da produção e da ejeção do leite 
o GALACTOCINESE → excreção do leite durante sucção da mama 
 
 Produção e ejeção do leite é controlada por reflexos neurais → tem início em terminações 
nervosas livres no complexo areolopapilar. O estímulo dessas terminações nervosas vai para 
as vias aferentes torácicas (T4-T6), com liberação de ocitocina pela hipófise anterior 
 
Sucção → nervos torácicos (T4 e T6) → núcleos paraventriculares e supraópticos do 
hipotálamo → neuro-hipófise → ocitocina → ejeção de leite 
 
 Ejeção de leite → estimulação da ocitocina 
- Quando há estimulação da ocitocina, as células mioepiteliais se contraem, causando a 
excreção láctea (pode ser estimulado pela sucção e resposta a estímulos como visão, 
cheiro e choro da criança, além de motivação, autoconfiança e tranquilidade) 
- A ocitocina também age nas células da musculatura lisa areolar, promovendo 
compressão do seio lactóforo e ereção da papila, contribuindo para a ejeção do leite. 
- Situações de desconforto, ansiedade e vergonha provocam inibição desse processo, 
reduzindo ejeção de leite, já que está relacionado com fatores psicoemocionais e 
ambientais (diferentemente da produção de leite) 
- Durante a sucção, ocorre inibição do fator inibidor da prolactina, permitindo que ela aja. 
- O pico de secreção de prolactina relaciona-se com o intervalo entre o parto e a primeira 
mamada, e a frequência de mamadas consecutivas. Quando maior o intervalo, menor o 
pico, menor produção de prolactina e menor produção de leite. 
- Aumento dos intervalos entre as mamadas ou sucção ineficiente acarreta estase láctea 
e redução do fluxo vascular local 
 
 
VICTORIA CHAGAS 
❖ COMPOSIÇÃO DO LEITE MATERNO 
 
 
 
 
 
COLOSTRO 
- Fluido cremoso, amarelado e mais denso que o leite 
- É um precursor do leite materno 
- Pode estar presente nos últimos meses gravidez até 2-5 dias pós-parto 
- Sua excreção dura em média 72 horas, mas pode variar entre 1-7 dias 
- É de fácil digestão pelo RN 
- Maior teor de minerais, proteínas, vitamina A e imunoglobulinas, e 
menor concentração de carboidratos e gordura → comparado ao leite 
materno maduro 
 
 
LEITE DE 
TRANSIÇÃO 
 
- Produzido entre 6º e 15º dia pós-parto 
- Leite rico em gorduras e lactose, nutrientes que contribuem para 
desenvolvimento e crescimento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEITE MADURO 
- Produzido a partir do 15º dia 
- Durante os primeiros seis meses o aleitamento materno exclusivo 
garante boa biodisponibilidade de todos os nutrientes. 
- Reflexo da alimentação materna 
 
- Água (87%) → importante para regulação corporal 
- Proteínas (0,9%) → As proteínas presentes no leite são a caseína e as 
proteínas do soro. O leite humano fornece ao ser humano todos os 
aminoácidos essenciais 
- Lipídios (2-5%) → O leite humano disponibiliza quantidades adequadas 
de lipídios 
- Carboidratos (7%) → A lactose é o principal carboidrato presente no 
leite humano e derivado da união alfalactobumina e glicose. Este 
carboidrato favorece a absorção do cálcio e fornece galactose para a 
mielinização do sistema nervoso central, além de energia. 
- Vitaminas e minerais (0,2%) → leite humano fornece todas as vitaminas 
e minerais necessários para o crescimento e desenvolvimento infantil. 
 
 Proteção no colostro e leite: imunoglobulinas, complemento, macrófagos, linfócitos, 
lactoferrina, lactoperoxidase, lisozimas 
 As gestantes apresentam adaptação a situações fora do padrão, como no caso de 
gêmeos, aumentando a produção de leite. 
 No caso de recém-nascido pré-termo, a composição do leite é 20% maior em proteínas, 
50% maior em gordura, mais IgA e 15% menos lactose 
 
LIVRE DEMANDA → Amamentação sem restrição de horários e duração da mamada. 
- Em geral, o bebê mama de 8-12 vezes ao dia. 
BENEFÍCIOS PARA MÃE BENEFÍCIOS PRO RN 
- Proteção contra CA de mama e ovário 
- Proteção contra diabetes 
- Menor fraturas ósseas por osteoporose 
- Economia 
- Efeito contraceptivo 
- Vínculo afetivo 
- Menor mortalidade 
- Proteção contra diarreia (3x↓ morte), 
infecções, alergias, hipertensão, diabetes 
tipo 2 e obesidade. 
- Promoção do crescimento, 
desenvolvimento cógnito e da cavidade 
bucal. 
VICTORIA CHAGAS 
 
PUERICULTURA 
 O termo “puericultura” etimologicamente quer dizer: puer → criança e cultura → criação 
 Ciência que reúne todas as noções (fisiologia, higiene, sociologia) suscetíveis de favorecer 
o desenvolvimento físico e psíquico, desde o período da gestação até a puberdade. 
 Quando chega na adolescência a puericultura se chama → hebiatria 
 
 FUNÇÃO DO PUERICULTOR 
a) vigiar o crescimento físico e o 
desenvolvimento neuropsicomotor e 
intelectual; 
b) ampliar a cobertura vacinal e 
promover a educação alimentar e 
nutricional; 
d) promover a segurança e a prevenção 
de acidentes; 
e) promover a prevenção de lesões 
intencionais, principalmente no ambiente 
doméstico; 
f) estimular a promoção da saúde e a 
prevenção das doenças mais comuns 
g) promover a higiene física e mental e a 
prática de atividades de lazer 
h) propiciar a socialização, estimulação 
cultural e adaptação da criança e do 
adolescente em seu meio social. 
VICTORIA CHAGAS 
 
 
 
 
 
 
 
❖ ORIENTAÇÕES SAÍDA DA MATERNIDADE 
 
 Orientar sobre amamentação, observações na rotina do RN (imagem) 
 Colocar a criança no berço em DECÚBITO DORSAL (não de lado ou de bruços) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
❖ PRIMEIRA CONSULTA 
 
 Em até 10 dias, primeira consulta com o médico 
 Avaliar observações orientadas para a mãe na saída da maternidade, verificar se os 
protocolos estão dando certo, fazer intervenção e correções. 
 Tem que ter crescimento do bebê. 
 Detectar crianças com risco físico/ risco social e encaminhar quando necessário. 
 Avaliar icterícia 
 Controlar peso → normal que perca um pouco de peso no começo (até 10%); avaliar 
mamada se está correta; se tudo ocorrer bem começa recuperar em 2 semanas) 
 Revisar técnica de amamentação (assistir uma mamada), podendo marcar retorno em 
intervalos curtos se a amamentação continuar instável. 
 Estabelecer empatia, mostrar apoio. 
 Explicar cólicas (começam com 3 semanas) 
 
 
 
VICTORIA CHAGAS 
o EXAME FÍSICO 
 
 Estado geral da criança: ganho de peso, altura e perímetro cefálico, FC, FR, temperatura, 
PA (quando necessário e uma vezao ano a partir dos 3 anos), exame da cabeça, 
palpação das fontanelas e suturas, olhos, implantação das orelhas, otoscopia, exame da 
orofaringe, pescoço, tórax, abdome, genitália, membros, gânglios, pulsos e perfusão 
periférica, pesquisa dos sinais de Ortolani e Barlow (para avaliar possível displasia congênita 
de quadril), pesquisa de reflexo luminoso e consensual e reflexo palpebrococlear. 
 Desenvolvimento neuropsicomotor: presença de reflexos primitivos 
 
❖ REFLEXOS PRIMITIVOS 
 
o PREENSÃO PALMAR E PLANTAR 
- Dedo na palma da mão/sola do pé da criança. 
- Observa-se flexão dos dedos do bebê 
- Deve desaparecer entre 4 e 6 meses (palmar) e 15 meses (plantar) 
 
o REFLEXO DE MORO 
- 4 formas de fazer 
- Queda da cabeça 
- Observa-se extensão e abdução dos membros 
superiores, seguido de adução e flexão 
(abrir as mãos e esticar os dedos – susto) 
- Acompanhado de choro audível 
 - Desaparece até 5 meses 
 
 
 
 
o MARCHA REFLEXA (de Placing) 
- Segura a criança com as duas mãos pelo tronco 
- Marcha pelo contato da planta do pé em superfície; membro 
inferior flexiona e coloca o pé para cima (subindo degraus) 
- Desaparece até 4 ou 8 semanas 
 
o REFLEXO DE SUCÇÃO (procura) 
- Toque da pele perioral 
- Movimento da cabeça em direção ao estímulo, com abertura da boca e tentativa de 
sucção 
 
o REFLEXO TÔNICO-CERVIVAL ASSIMÉTRICO E SIMÉTRICO 
 
- ASSIMÉTRICO: Gira a cabeça 90 
graus e deixa por 15 segundos; 
Extensão do ombro do lado para o 
qual virou a cabeça; Flexão os 
ombros do lado oposto; Some entre 3 
a 4 meses 
- SIMÉTRICO: resposta pode ser flexão 
dos braços e entensão dos quadris 
ou extensão do braços e flexão dos 
quadris 
 
VICTORIA CHAGAS 
❖ CONSULTAS SUBSEQUENTES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Sinais de alerta no fim do 1º trimestre 
o Ausência de sorriso social 
o Olhar vago, pouco interessado 
o O menor ruído provoca grande sobressalto 
o Nenhuma reação a ruídos fortes (surdez) 
o Mãos persistentemente fechadas 
 
 Sinais de alarme no fim do 2º trimestre 
o Não virar a cabeça para localizar sons (4 meses) - possível surdez 
o Hipertonia (rigidez) dos membros inferiores 
o Hipotonia do eixo do corpo: controle deficiente da cabeça 
o Criança exageradamente lenta e sem interesse 
o Movimentos bruscos do tipo “descarga motora” 
o Não dá risada 
o Falta de reação aos sons (surdez?) 
o Sem preensão em pinça 
 
 Sinais de alarme aos 9 meses (tomar providência) 
o Não senta sem apoio (hipotonia do tronco) 
o Pernas duras, “em tesoura” 
o Pernas moles em “posição de rã” (hipotonia) 
o Mãos persistentemente fechadas 
o Sem preensão em pinça 
o Incapacidade de localizar um som (surdez?) 
o Ausência de balbucio (distúrbio articulatório?) e sorriso social pobre 
o Não tem interesse no jogo “esconde-esconde” 
 
 Sinais de alarme no 1º aniversário 
o Ausência de sinergia pés-mãos 
(colocada em pé com apoio não procura ajudar com as mãos) 
o Movimentos anormais 
o Psiquicamente inerte ou irritada, sorriso social pobre 
o Não fala sílabas; cessação do balbucio (surdez?) 
 
VICTORIA CHAGAS 
❖ ORIENTAÇÕES AOS PAIS E RESPONSÁVEIS NAS PRÓXIMAS CONSULTAS 
 
 Orientações 1º ano: 
o 1º mês → Advertir contra o uso de chupeta pelo menos nas 3 primeiras semanas e para 
a desnecessidade e desvantagens do uso de chá ou água 
o Estímulos auditivos e visuais; conversar. 
o Transporte no carro em assento tipo conchinha com acessório que firma o pescoço 
o Nunca fumar perto da criança 
o A partir dos 6 meses é útil o “quadrado” (chiqueirinho”) ao nível do chão. 
o Aos 6 meses – retirar a criança do quarto dos pais (independência) 
o Aos 9 meses: liberdade para engatinhar (prevenção de acidentes). 
o Cuidado com objetos pequenos que podem ser colocados na boca e aspirados. 
o Desencorajar andador. 
 
 Orientações 2º ano: 
o Estimular o uso do copo e reduzir mamadeira. 
o Deixar a criança comer com as próprias mãos e exercitar o uso da colher. 
o Estimular o desenvolvimento da linguagem (conversar, ler). 
o Brincar ao ar livre. 
o Considerar a birra como “normal” 
o Observar se a criança enxerga bem com os 2 olhos em separado. 
 
 Orientações dos 3 aos 6 anos: 
o Estimular a independência e estabelecer limites definidos. 
o Brincar com outras crianças. 
o Retirada da chupeta. 
o Visita ao dentista. 
o Televisão limitada, compatível com a idade. 
o Prevenção de acidentes: 
o Explicar aos pais que nesta fase a criança tem frequentes infecções respiratórias virais 
e que elas devem ser acompanhadas pelo pediatra. 
 
 Orientação dos 6 aos 10 anos: 
o Teste de acuidade visual 
o Dieta prudente para evitar obesidade 
o Estimular atividade física regular e leitura 
o Mostrar interesse pelas atividades das crianças. 
o Reforçar independência e autorresponsabilidade. 
o Estabelecer regras quanto à hora de deitar, ver televisão. 
o Ensinar a atravessar a rua, regras de trânsito, usar capacete quando andar de bicicleta, 
ensinar a nadar e boiar. 
 
❖ REGISTROS 
 
 Fornecer e preencher a Caderneta da Criança (todas as consultas até chegar na 
adolescência vão ser registradas – todos os marcos de desenvolvimento) 
 Carteirinha de vacinação 
 Peso, crescimento e perímetro cefálico esperado 
 Registrar os achados do exame, diagnósticos e consultas 
 
VICTORIA CHAGAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VICTORIA CHAGAS 
❖ DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR 
 
o RECÉM-NASCIDO 
 Suas principais características são a completa dependência do adulto para sobrevivência, 
grande imaturidade e incapacidade de controlar impulsos e emoções. 
 Trata-se de uma criança que apresenta maiores riscos e necessita de cuidados mais 
intensos. 
 
 
o LACTENTE 
 Caracteriza-se por ser uma criança que se encontra em um período de rápido crescimento 
pôndero-estatural e desenvolvimento neuromotor, que evolui rapidamente de uma 
condição de vida dependente para uma vida de relacionamento com os pais e com o 
ambiente familiar, ganhando autonomia progressivamente. 
 A criança adquire maior movimentação voluntária, amplia seu espaço social e é muito 
estimulada pelo ambiente. 
 Nesta ocasião ocorrem ainda o início da construção da inteligência e a fase oral do 
desenvolvimento da personalidade. 
 
o PRÉ-ESCOLAR (2 – 7 ANOS) 
 
 Caracterizado por desaceleração do crescimento e menores necessidades nutricionais do 
que na fase anterior. 
 Com a especialização do desenvolvimento neuromotor, a criança vai adquirindo 
autonomia, ampliando o seu ambiente social e diminuindo a dependência dos adultos, que 
se torna mais emocional e intelectual do que física. 
 Sua evolução sócio adaptativa e cognitiva permite o início do processo de aprendizagem 
formal, embora ainda tenha pequena capacidade de prever riscos e de reconhecer o 
perigo. 
 O objetivo é obter um candidato fisicamente forte, mentalmente capaz e socialmente 
ajustado para entrar na escola. As crianças serão avaliadas em consultas médicas 
semestrais entre dois e sete anos; 
 Desenvolvimento de linguagem 
 
o ESCOLAR 
 caracteriza-se por ser um período de crescimento estável, quando o sistema nervoso 
central está se completando e pronto para receber alfabetização e realizar operações 
concretas. 
 Nesta fase, a criança sofre muitas influências externas e é insuficiente e 
inadequadamente vigiada pelos adultos. 
 Primeira vez que vão ser cobradas → notas, sociabilidade, comportamento ... 
 Maior percepção de diferenças 
 Coordenação motora maior 
 Troca dos dentes de leite 
 Maior influência por mídias e tecnologia → observar para não ficar sedentário e 
estabelecer limites para a criança não viciar em jogos online e internet. 
 Desenvolvimento cognitivo 
 Começa desafiar os pais e suas decisões 
 
o ADOLESCÊNCIA 
 Inicia-se aos 10 anos, caracterizando-sepor significativas e intensas mudanças físicas e 
emocionais, que visam a preparar o indivíduo para a vida adulta, definindo sua 
identidade e integração social. 
 Neste período, ocorre a maturidade física e reprodutiva, identidade sexual e psíquica e 
independência emocional. O adolescente necessita de autoafirmação, pois ainda é 
inexperiente e apresenta espírito desafiador e aventureiro. A partir dos 10 anos, as 
consultas são semestrais até os 20 anos de idade. 
VICTORIA CHAGAS 
❖ MARCOS DO DESENVOLVIMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
❖ PUERICULTURA VS. DOENÇAS CRÔNICAS 
 
 Exposições precoces são determinantes para o risco de saúde na vida adulta, como: 
o Crescimento Intrauterino Restrito; 
o Baixo peso ao nascer; 
o Amamentação; 
o Padrão de crescimento; 
o Tipo de alimentação. 
 Em muitos casos, o diagnóstico precoce na infância pode fazer toda a diferença no sucesso 
do tratamento e na manutenção da qualidade de vida desse paciente. 
VICTORIA CHAGAS 
DESNUTRIÇÃO 
 Condição clínica decorrente de uma deficiência ou excesso, relativo ou absoluto, de um 
ou mais nutrientes essenciais. 
 O IMC abaixo de 16kg/m2 é desnutrição 
 
❖ EPIDEMIOLOGIA 
 
 Estima-se que 15% dos nascimentos nos países de renda média e baixa sejam de baixo 
peso (< 2.500 g), e cifras maiores ainda são encontradas na Ásia e África 
 Estima-se que globalmente 16% das crianças abaixo de cinco anos sejam desnutridas 
 
❖ CLASSIFICAÇÃO 
 
o Causas primárias: 
- Alimentação qualitativa ou quantitativamente insuficiente em calorias e nutrientes (falta 
de oferta de comida) 
 
o Causas secundárias: 
- A ingestão de alimentos não é suficiente porque as necessidades energéticas são 
maiores ou por outro fator não diretamente relacionado ao alimento → falta de 
saneamento básico ou interrupção do aleitamento materno exclusivo e introdução 
alimentar inadequada. 
- Ex: presença de verminoses, câncer, anorexia, alergia, intolerâncias alimentares, 
digestão e absorção deficiente de nutrientes. 
 
❖ FISIOPATOLOGIA 
 
 
 Causa alterações sistêmicas, resultado das 
adaptações fisiológicas à menor 
disponibilidade de nutrientes 
 Pode prejudicar o equilíbrio metabólico, 
funcionamento de órgãos e sistemas, que 
estão diretamente relacionados com 
aumento da mortalidade. 
 Em longo prazo, pode haver prejuízo do 
crescimento, desenvolvimento 
neuropsicomotor e aumento do risco futuro 
para desenvolvimento de doenças crônicas 
não transmissíveis 
 Quando mais grave a DEP mais intensa sua 
repercussão metabólica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VICTORIA CHAGAS 
❖ CLÍNICA 
 
MARASMO KWASHIORKOR 
SIG (subnutrição infantil grave) Não edematosa SIG edematosa 
Ocorre principalmente em menores de 18 meses Ocorre principalmente de 1 a 3 anos 
Grave privação ou absorção prejudicada de 
proteínas, energia, vitaminas e minerais 
Ingestão inadequada de proteínas ou, mais 
comumente, infecções 
Desenvolve-se lentamente Início rápido 
Perda severa de peso Alguma perda de peso 
Crescimento: <60% de peso para a idade Crescimento: 60-80% de peso para a idade 
Ausência de fígado gorduroso 
(proteína sérica normal) 
Fígado aumentado, gorduroso (proteína sérica 
↓ pois fígado n produz albumina direito) 
Ansiedade, apatia Apatia, irritabilidade, tristeza 
Apetite pode ser normal ou prejudicado Perda de apetite 
Cabelo ralo, fino e seco, facilmente arrancado Cabelo seco e quebradiço, facilmente 
arrancado, com cor alterada, torna-se liso 
Pele seca, fina e enrugada Pele desenvolve lesões 
Gradual Repentina 
Risco de mortalidade: BAIXA Risco de mortalidade: ALTA 
 
 
 Kwashiorkor marasmático → 
- Junção dos dois, menos de 60% do peso com edema 
- Sequelas da desnutrição 
- Deficiência estrutural reversível 
- Danos ao SNC 
- Diretamente proporcionais ao nível de desnutrição 
 
❖ PREVENÇÃO 
 
 Educação nutricional 
 Orientação → mães a continuar amamentando 
 Bolsa família, programas do governo 
 Ferver a água antes de consumir, lavar bem os alimentos, ferver bem a carne 
 Saneamento básico 
 Acompanhamento das crianças 
 
VICTORIA CHAGAS 
OBESIDADE 
 Doença crônica resultante de fatores genéticos (herança poligênica – vários genes 
envolvidos), ambientais e comportamentais 
 Aumento no número e tamanho dos adipócitos 
 Obesidade infantil pode estar relacionada a um pré-natal inadequado 
 Diagnóstico: cálculo IMC (em crianças, joga na curva de peso e altura, não usando o IMC), 
circunferência abdominal e do braço. 
 Os adipócitos se dividem até aproximadamente 5 anos, depois não se dividem mais 
 
❖ EPIDEMIOLOGIA 
 
 1 em cada 3 crianças brasileiras está com sobrepeso 
 80% das crianças obesas se tornam adultos obesos 
 43 milhões de crianças estão obesas e 90 milhões estão com sobre peso no mundo 
 Maior tendência no sexo masculino 
 América e Ásia são os países mais prevalentes 
 
❖ CLASSIFICAÇÃO 
 
 Obesidade primária → relacionadas ao excesso de consumo calórico 
 Obesidade secundária → relacionadas a doenças 
 
❖ FISIOPATOLOGIA 
 
o INSULINA E LEPTINA (estimula ↓ da ingestão alimentar) 
 Informam ao SNC o grau de adiposidade do organismo 
 São secretadas em proporção ao conteúdo de gordura corporal 
 Agem no hipotálamo ativando vias efetoras catabólicas e inibindo vias efetoras anabólicas, 
traz como resulta a diminuição da ingestão alimentar 
 Obesos tem níveis ↑ de leptina e insulina, porém sensibilidade está ↓. 
 
o NEUROPEPTÍDEOS OREXÍGENOS (estimula ↑ da ingestão alimentar) 
 Neutopeptídeo Y (NPY) → secretado quando estoques de gorduras estão reduzidos 
- Leptina inibe secreção de NPY (por isso nos obesos é menor devido ↑leptina) 
 MCH, orexina A e B, AGRP ... 
 
o NEUROPEPTÍDEOS ANOREXÍGENOS (promovem balanço energético negativo) 
 Sua síntese é estimulada pelo aumento dos sinais de adiposidade no SCN 
 Obesos tem níveis aumentados de anorexígenos, a fim de reduzir a ingestão alimentar 
 α-MSH; melanocortina; CRH; TRH; CART; IL-1β... 
 
o COLECISTOQUININA (CCK) → causa sensação de saciedade 
 Estimulada pelo consumo alimentar principalmente de gorduras e proteínas 
 Liberada pelas células da mucosa duodenal 
 Função de diminuindo a ingestão alimentar. 
 Aumentada em obesos! 
 
o GRELINA (aumenta ingestão alimentar) 
 Peptídeo produzido no estômago que age na regulação da ingestão alimentar 
 As concentrações de grelina ↑ gradualmente antes das refeições e ↓ após elas 
 Estimula a expressão de neuropeptídio Y e da AGRP no hipotálamo → ↑ ingestão alimentar 
 Os níveis de grelina são mais baixos em obesos. 
 
VICTORIA CHAGAS 
o ADIPONECTINA (efeito antidiabético, antiaterogenico e anti-inflamatório) 
 Produzida por adipócitos diferenciados 
 É a proteína mais abundante do tecido adiposo 
 Obesos tem redução nos níveis de adiponectina 
 
o FATOR DE NECROSE TUMORAL (TNF-Α) 
 Pertence à família das citocinas e afeta o balanço metabólico 
 Valores aumentados nos obesos. 
 O TNF-α age como mediador da resistência insulínica na obesidade. 
 
o INTERLEUCINA 6 (IL-6) → relacionada a obesidade e resistência a insulina 
 Citocina relacionada a obesidade e resistência insulínica 
 IL-6 aumenta o gasto energético e diminui a massa gorda 
 A IL6 e seu receptor são expressos nos adipócitos 
 Valores aumentados nos obesos 
 Tanto a expressão quanto seus níveis diminuem com a perda de peso. 
 
❖ CORMOBIDADES 
 
o SÍNDROME METABÓLICA 
 
 A síndrome metabólica é caracterizada por uma grande circunferência abdominal (devido 
à gordura abdominal excessiva), hipertensão arterial, resistência aos efeitos da insulina 
(resistência à insulina) ou diabetes, e por níveis anormais de colesterol e outras gorduras no 
sangue (dislipidemia). 
 
▪ ↑ LDL e ↓HDL 
▪ Aumento da síntese de colesterol 
▪ Aumento da atividade simpáticao HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA 
 
 Existem 3 mecanismos que podem estar envolvidos no HAS a partir da obesidade: 
▪ Resistencia a insulina 
▪ Hiperatividade do SN simpático 
▪ Alterações de estrutura e função vasculares 
 
o DISLIPIDEMIA 
 
 Aumento dos níveis de triglicerídeos 
 Queda dos níveis de HDL 
 Composição anormal de LHL (maior proporção de partículas pequenas e densas) 
VICTORIA CHAGAS 
 
❖ PREVENÇÃO 
 
 Alimentação saudável 
 Prática de exercícios físicos 
 Limitar o consumo de alimentos processados. 
 Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, 
com companhia 
 Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora 
 Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar 
alimentos e criar preparações culinárias 
 
ATIVIDADES FÍSICAS 
 As atividades físicas mais indicadas conforme o desenvolvimento psicomotor são (SBP) 
 
o de 0 a 1 ano: decúbitos preferenciais, psicomotricidade, andar, natação a partir de 6 
meses; 
o de 1 a 6 anos: recreação, arremessar a um alvo, pegar ou chutar bola, explorar o meio 
ambiente, andar, correr, saltar obstáculos ou degraus, subir escadas, mergulhar; 
o de 6 a 12 anos: escolas de esportes, natação, ginástica olímpica, dança, basquetebol, 
futebol, voleibol, entre outros (não competitivos); 
o de 12 a 18 anos: esportes competitivos 
VICTORIA CHAGAS 
ADOLESCÊNCIA E PUBERDADE 
 Adolescência → é o período de transição entre a infância e a vida adulta, caracterizado 
pelos impulsos do desenvolvimento físico, mental, emocional, sexual e social e pelos 
esforços do indivíduo em alcançar os objetivos relacionados às expectativas culturais da 
sociedade em que vive. OMS define como 10-19 anos. 
 
 Puberdade → é o fenômeno biológico que se refere às mudanças morfológicas e 
fisiológicas devido reativação dos mecanismos neuro-hormonais. 
- Estas mudanças corporais conhecidas como os fenômenos da pubarca ou adrenarca e 
gonadarca são parte de um processo contínuo e dinâmico que se inicia durante a vida 
fetal e termina com o completo crescimento e fusão total das epífises ósseas, com o 
desenvolvimento das características sexuais secundárias, com a completa maturação da 
mulher e do homem e de sua capacidade de fecundação, através de ovulação e 
espermatogênese, respectivamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VICTORIA CHAGAS 
❖ ALTERAÇÕES NO ORGANISMO 
 
o ESTATURA 
 O crescimento e o desenvolvimento durante a fase puberal ocorrem com uma velocidade 
muito grande, e as modificações corporais consequentes acontecem paralelas a outras 
modificações na personalidade, na socialização, nas motivações e nos interesses. 
 O crescimento estatural depende do crescimento linear dos ossos longos, principalmente 
na cartilagem de crescimento, e é controlado por diversos hormônios 
 Até os quatro anos de idade, as meninas têm velocidade de crescimento discretamente 
mais elevada que os meninos. 
 
 Velocidades: 
▪ Intrauterina = 66 cm/ano. 
▪ Lactente = 20 a 25 cm/ano. 
▪ Pré-puberal = 5 a 7 cm/ano. 
▪ Puberal: 
- Masculino = 10 a 12 cm/ano. 
- Feminino = 8 a 10 cm/ano. 
 
 Os meninos continuam a crescer por cerca de 2 a 3 anos a mais que as meninas. 
 O estirão do crescimento começa distalmente, com o aumento das mãos e dos pés, 
seguido pelos braços e pernas e, finalmente, pelo tronco e pelo tórax. Esse crescimento 
assimétrico dá aos jovens adolescentes um aspecto desajeitado. 
 Nas meninas ocorre por volta dos 11,5 anos e depois desacelera até parar aos 16 anos 
 Nos meninos o estirão começa mais tarde, atingindo o pico aos 13,5 anos e depois se torna 
mais lento, parando aos 18 anos. 
 
o PESO 
 A puberdade também é momento de significativo ganho de peso → 50% peso final 
 Nos meninos, o pico de ganho de peso costuma coincidir com o pico de velocidade de 
crescimento estatural; nas meninas, ocorre cerca de seis meses depois 
 Massa magra: durante a puberdade, os homens adquirem massa magra a uma velocidade 
maior e por mais tempo do que a mulher. Enquanto mulheres adquirem a massa magra 
final por volta de 15 a 16 anos, os homens continuam até os 19 a 20 anos. 
 Tecido adiposo: o ganho de tecido adiposo é mais acentuado no sexo feminino e esse 
ganho é importante para que os ciclos menstruais se instalem e se mantenham regulares. 
 Massa óssea: andrógenos e estrógenos promovem deposição mineral óssea e mais de 90% 
do pico de massa esquelética está presente ao redor dos 18 anos em adolescentes com 
crescimento normal. Nas mulheres, cerca de 1/3 se acumula em três a quatro anos após o 
início da puberdade; homens têm deposição mais lenta, continuando até 18 anos. 
 
o HORMÔNIOS 
 A puberdade é caracterizada pelo aumento da amplitude dos pulsos de secreção de 
hormônio luteinizante (LH) e folículo-estimulante (FSH), detectáveis já antes que os sinais 
externos da puberdade sejam evidentes 
 A elevação desses hormônios promove o desenvolvimento das características sexuais 
secundárias e da composição corporal, que ocorrem nessa fase. 
 Na puberdade, o aumento da secreção de hormônio de crescimento é mais acentuado 
no sexo masculino, explicando a diferença na velocidade de crescimento 
 Ao final do desenvolvimento puberal, os níveis de hormônio de crescimento e IGF-1 voltam 
aos valores pré-puberais. 
 Além disso há aumento da resistência à insulina. 
 A leptina pode ser o sinal molecular de ligação na situação nutricional da ativação puberal 
do eixo hipotálamo-pituitária-gônada. 
 A testosterona estimula a eritropoiese (há aumento de células vermelhas no sexo masculino) 
 
 
VICTORIA CHAGAS 
❖ MUDANÇAS HORMONAIS 
 
 Na puberdade serão expressadas uma série de modificações no eixo hipotálamo-
hipofisário-gonadal (HHG), responsável pela secreção de hormônios sexuais 
caracterizando a maturação sexual nas mulheres, através da menarca, e nos homens, pela 
primeira ejaculação e diversas modificações corporais. 
 As mudanças rápidas da puberdade começam com o aumento da sensibilidade da 
hipófise ao hormônio de liberação da gonadotrofina (GnRH), pela liberação do GnRH, do 
LH e do FSH em pulsos durante o sono e aos aumentos correspondentes dos andrógenos e 
estrógenos gonadais 
 
o Adrenarca → aumento da secreção de andrógenos suprarrenais 
- Hormônios que podem ser convertidos para as formas mais comuns dos hormônios sexuais 
estrogênio e testosterona em outras partes do corpo. 
- A quantidade desses hormônios produzidos pela glândula suprarrenal é normalmente 
pequena se comparado com o que é produzido em outras partes do corpo. 
 
o Gonadarca → aumento dos esteroides sexuais produzidos pelos testículos e ovários 
- Não existe um único evento disparador da puberdade. Acredita-se que esse eixo seja 
estimulado por neurotransmissores, desde a vida embrionária, para a definição do sexo da 
criança pela secreção de hormônios. 
- No entanto, as gônadas, tanto masculinas como femininas, não alcançam um alto grau de 
maturação, pois ainda não possuem receptores necessários. 
- Quando o nível de receptores das células se torna suficientes, a ponto de estimular o eixo 
HHG, este inicia um processo que envolve tanto a hipófise quanto as gônadas 
- Inicialmente, o hipotálamo começa a secretar o hormônio liberador de gonadotrofinas 
(GnRH) para dentro da circulação. 
- Esse GnRH age sobre a adeno-hipófise (ou hipófise anterior), onde o GnRH estimula as células 
produtoras de gonadotrofinas na hipófise promovendo a síntese e a liberação do LH e do FSH. 
- Estas gonadotrofinas agirão sobre as gônadas (ovários e testículos). 
 
 Mulher 
- LH estimula teca interna a produzir progesterona e andrógenos 
- FSH e LH estimulam células da granulosa a produzirem estrógeno e inibina 
- FSH estimula aromatase (converte andrógenosem estrógenos) 
 
 Homem: 
- LH estimula células de Leydig que produzem testosterona 
- FSH estimula células de Sertoli que controlam espermatogênese 
 
 Feedback negativo → os esteroides sexuais e a inibina atuam sobre o hipotálamo e a 
hipófise, promovendo a redução da secreção de GnRH e LH/FSH. Essa atividade inibitória é 
inversamente proporcional aos níveis circulantes desses hormônios. 
 
 Na adolescência, o feedback é positivo → quanto mais hormônio sai, mais produz 
(até os 19 anos, mas no homem dura um pouco mais e na mulher um pouco menos) 
 
 
 
VICTORIA CHAGAS

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