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TREINAMENTO FISICO APLICADO A ESPORTES COLETIVOS - UNIASSELVI CAP 4

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CAPÍTULO 4
MODELOS DE ORGANIZAÇÃO E 
TREINAMENTO DAS MODALIDADES 
COLETIVAS: BASQUETEBOL, FUTEBOL, 
FUTSAL, HANDEBOL E VOLEIBOL
A partir da perspectiva do saber fazer, são apresentados os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
  Identifi car os modelos e organização para cada modalidade relacionada;
  Aplicar os modelos de organização e treinamento para cada modalidade 
coletiva.
114
 Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
115115
MODELOS DE ORGANIZAÇÃO E TREINAMENTO 
DAS MODALIDADES COLETIVAS: BASQUETEBOL, 
FUTEBOL, FUTSAL, HANDEBOL E VOLEIBOL
 Capítulo 4 
CONTEXTUALIZAÇÃO
Agora que já vimos os aspectos teóricos relacionados às modalidades 
coletivas, vamos focar, neste capítulo, na parte prática da preparação da 
equipe. Discutiremos as características dos esportes por ordem alfabética 
(basquetebol, futebol, futsal, handebol e voleibol). Dentro de cada 
modalidade, apresentaremos a preparação física, técnica e tática, dentro de 
suas características e particularidades. Contudo, a preparação psicológica 
considera todos os esportes, uma vez que este tipo de preparação está 
vinculado ao comportamento dos jogadores em situações de jogo com a bola, 
companheiros de equipe e adversários. Essas situações são comuns a todos 
os esportes coletivos. 
As modalidades citadas estão consideradas na divisão das competências 
a serem treinadas, com sugestões e estratégias de como melhorar cada uma 
delas. Sugerimos, agora, um planejamento resumido de preparação para a 
equipe, de acordo com a faixa etária ou nível técnico dos atletas. Lembramos 
que o objetivo deste caderno não é apresentar receitas, e sim sugestões e 
defi nições das modalidades e de suas práticas. Você pode alterar e melhorar 
de acordo com a sua necessidade e interesse, além de buscar outros autores 
sobre o assunto.
BASQUETEBOL
O basquetebol é um dos desportos mais conhecidos e praticados no 
mundo. Tem o objetivo claro, a cesta, o que auxilia na compreensão do jogo e, 
assim, exerce grande infl uência nas crianças. 
González et al. (2014) descrevem que, ao analisar a lógica interna do 
basquetebol, é possível compreender, devido à necessidade de cooperar 
com os companheiros para marcar cestas, que ele é extremamente coletivo. 
Como as ações de ambas as equipes estão relacionadas a interferir e sofrer 
interferência do ou pelo adversário, a modalidade é classifi cada como com 
interação entre adversários. Os autores discorrem, ainda, que, quanto ao tipo 
de esporte, o basquetebol faz parte do grupo das modalidades de invasão. 
Caracteriza-se pela necessidade constante de solução de problemas, nas 
diversas situações em que ocorrem e são típicos durante o jogo. Trata-se de 
um rápido processo cognitivo em que o jogador precisa perceber todas as 
informações relevantes para sua ação, escolher o que fazer entre as várias 
opções existentes e, fi nalmente, executar os movimentos para solucionar as 
difi culdades de forma efetiva naquele momento específi co e em um momento 
muito curto, às vezes, em menos de um segundo (GONZÁLEZ et al., 2014).
116
 Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
a) A preparação física no basquetebol
De acordo com Bompa (2005), o basquetebol depende essencialmente 
dos sistemas aeróbico e anaeróbico lático e possui as seguintes características 
físicas:
• Sistema de energia dominante: aeróbico-lático
• Ergogênese: alático - 20%; lático – 40%; aeróbico – 40%
 – Alta queima de energia, intercalada com cerca de 40 tipos de saltos 
variados, com curtos períodos de recuperação;
 – Altas acelerações/desacelerações e outras variações de corrida (de 5 
a 7km por jogo), seguidas por uma média de 280 mudanças rápidas de 
direção por jogo.
• Batimentos cardíacos: média de 167 bpm, 25% do tempo acima de 
180bpm.
• Fatores limitantes de performance: potência de aceleração e 
desaceleração, potência de salto, agilidade, coordenação e domínio de 
bola, velocidade de reação e tempo de movimento.
• Objetivos de treinamento:
 – Desenvolvimento dos três sistemas de energia (QF Imprescindível 
(IM)) com meios de treinamento específi cos para o jogo. Uma boa 
resistência aeróbica ajudará na efi ciência dos jogadores, principalmente 
no segundo tempo. Uma boa recuperação pós-jogo e entre os exercícios 
depende de uma boa base aeróbica.
 – Desenvolvimento da força máxima (QF Imprescindível (IM)), base 
do aperfeiçoamento da potência, da aceleração, da desaceleração, 
das mudanças rápidas de direção e do trabalho rápido e altamente 
coordenado de pés.
 – Desenvolvimento da resistência muscular localizada (QF 
Imprescindível (IM)) e da resistência de força, ou a habilidade de realizar 
repetidas ações de potência durante todo o jogo.
 – Desenvolvimento da velocidade (QF Imprescindível (IM)) máxima, 
realizada com boa técnica.
Dantas (2003) destaca que os jogadores de basquete, na fase básica 
de preparação, devem adquirir níveis básicos de fl exibilidade, RML, força 
dinâmica, resistência aeróbica e velocidade de movimentos. Na fase específi ca, 
devem aprimorar os níveis de força explosiva e resistência anaeróbica e, no 
período de competição, devem aperfeiçoar as capacidades adquiridas. 
117117
MODELOS DE ORGANIZAÇÃO E TREINAMENTO 
DAS MODALIDADES COLETIVAS: BASQUETEBOL, 
FUTEBOL, FUTSAL, HANDEBOL E VOLEIBOL
 Capítulo 4 
A partir dessa composição, Dantas (2003) sugere que os métodos a serem 
utilizados na preparação física do basquetebol durante a temporada podem 
ser assim distribuídos:
Quadro 16 - Métodos a serem utilizados na preparação física do basquetebol
QUALIDADES
FÍSICAS
PERÍODO PREPARATÓRIO
PERÍODO DE 
COMPETIÇÃO
PERÍODO DE 
TRANSIÇÃOFASE
BÁSICA
FASE
ESPECIFÍCA
RML e 
Força Dinâmica Musculação Circuito Circuito Calestenia
Força Explosiva - Power Training Power Training ou Circuito -
Res. Aeróbica Fartleck Fartleck Corrida continua Cross Promenade
Res. Anaeróbica - Circuito Circuito -
Velocidade Métodos Intervalados Circuito Circuito -
Flexibilidade 3S 3S 3S Métodos Passivos
Fonte: Dantas (2003).
Lembrando que existem outros autores, outras sugestões e outros métodos 
de treinamento que podem ser utilizados na periodização da preparação física 
do basquetebol.
b) A preparação técnica no basquetebol
De acordo com Gonzáles et al. (2014), a “técnica” no basquetebol vincula–
se à forma de executar os movimentos de passes, arremessos, dribles, etc. Os 
tipos de passe peculiares dessa modalidade são: de peito, quicado, gancho, de 
ombro, com uma mão e por cima da cabeça. Os tipos de arremessos: bandeja, 
jump, gancho e com uma das mãos, de curta, media ou longa distâncias. Os 
tipos de drible, basicamente, são: de proteção e de progressão. 
É importante compreender que os fundamentos técnicos mencionados 
antes correspondem à última parte de um complexo processo cognitivo o qual 
permite ao jogador ler e tomar decisões em relação ao jogo. Desse modo, 
os movimentos são oriundos da “dimensão tática”. Logo, dos elementos 
do desempenho esportivo, a “tática individual” precisa ser o foco central do 
ensino, não sendo conveniente o ensino das habilidades técnicas de forma 
isolada (GONZÁLEZ et al., 2014).
118
 Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
• Fundamentos do Basquetebol
 – Drible (COUTINHO, 2003 apud JOSGRILBERG, 2007):
 Drible Alto ou de Velocidade: utilizado para deslocar-se pela quadra sem 
marcação mais severa. A bola, normalmente, sobe até a altura da cintura 
do jogador, quando é novamente impulsionada ao solo;
 Drible Baixo ou de Proteção: utilizado quando o jogador, de posse da 
bola, sofre uma marcação mais próxima. A bola, normalmente, sobe até 
a altura do joelho do jogador, quando é novamente impulsionada ao solo. 
Deve-se utilizar o braço e a perna opostos à mão que impulsiona a bola 
para proteção desta.
 – Passe - Ferreira e De Rose Jr. (2003 apud JOSGRILBERG, 2007) 
destacaram diversas formas de realização do passe:
 Passe de Peito: Realizado com as duasmãos, em que a bola realiza 
uma trajetória em linha reta até o receptor. A bola parte da altura do peito 
daquele que executa o movimento. Utilizado para curtas distâncias.
 Passe Picado: Realizado com uma ou duas mãos, em que a bola em sua 
trajetória toca o solo antes de chegar ao receptor. Utilizado para desviar a 
bola dos defensores.
 Passe de Ombro: Realizado com uma das mãos, em que a bola realiza 
uma trajetória em linha reta até o receptor. A bola parte de cima do ombro 
daquele que executa o movimento. Utilizado para longas distâncias.
 Passe por cima da Cabeça: Realizado com as duas mãos, em que a bola 
realiza uma trajetória em linha reta até o receptor. A bola parte de cima da 
cabeça daquele que executa o movimento. Utilizado para passar a bola 
para jogadores mais altos.
 Passe de Gancho: Realizado com uma das mãos, em que a bola realiza 
uma trajetória parabólica até o receptor. O movimento do braço daquele 
que executa o passe é similar a um gancho. Utilizado para longas distâncias 
com a presença de defensores.
 – Arremessos - Ferreira e De Rose Jr. (2003 apud JOSGRILBERG, 2007) 
caracterizaram as diversas formas de arremesso no jogo de basquete: 
 Com uma das mãos: Realizado sem salto. Utilizado na cobrança dos 
lances-livres.
 Jump: Similar ao arremesso com uma das mãos apenas com a inclusão do 
salto. Utilizado para médias e longas distâncias. 
 Bandeja: Caracterizado por dois tempos rítmicos ou passos. Utilizado nos 
contra-ataques e nas infi ltrações após aproximação da cesta.
 De gancho: Arremesso em que o braço que lança a bola realiza trajetória 
similar à de um gancho. Utilizado pelos pivôs.
119119
MODELOS DE ORGANIZAÇÃO E TREINAMENTO 
DAS MODALIDADES COLETIVAS: BASQUETEBOL, 
FUTEBOL, FUTSAL, HANDEBOL E VOLEIBOL
 Capítulo 4 
 Enterrada: Caracterizada pelo jogador “prensar” a bola para dentro da 
cesta. Utilizada por jogadores altos ou com grande impulsão.
 – Rebotes – Deve-se considerar (COUTINHO, 2003 apud 
JOSGRILBERG, 2007):
 Ofensivo - localização da bola – por meio de visualização; sair do bloqueio 
do defensor – tentar se aproximar da cesta; salto e recuperação da bola 
- saltar e agarrar a bola com as duas mãos; aterrissagem – de forma 
equilibrada; fi nalização – novo arremesso ou passe para um companheiro; 
 Defensivo - antecipar-se ao adversário - estando concentrado para 
qualquer movimentação; bloqueio do adversário - impedindo que o 
atacante se aproxime da cesta e posicionando entre o atacante e a cesta, 
de frente para esta por meio de um giro; localização da bola – por meio 
de visualização; salto e recuperação da bola - esperar a bola tocar no aro 
para saltar e agarrar a bola com as duas mãos; aterrissagem – de forma 
equilibrada; fi nalização – sair pela lateral da quadra, driblando ou passando 
a bola para um companheiro.
c) A preparação tática no basquetebol
O basquetebol é um dos esportes em que as combinações táticas 
ocorrem com frequência. Praticamente em todo ataque é possível observá-las. 
Combinações táticas como passar e seguir, bloqueio indireto, bloqueio direto 
dinâmico e bloqueio direto estático, são exemplos dessas ações combinadas. 
Os sistemas de jogo, por sua vez, correspondem à distribuição dos jogadores 
na quadra (GONZÁLEZ et al., 2014) e a estratégia que a equipe utilizará, tanto 
para defender quanto para atacar.
• Sistemas Ofensivos no Basquetebol
Os sistemas de ataque consistem em movimentações táticas que 
apresentam como principal objetivo a obtenção dos pontos/cesta. Contudo, por 
apresentar inúmeras opções de ataque, os sistemas ofensivos não apresentam 
uma categorização bem defi nida. Ferreira e De Rose Júnior (2003) descrevem 
que para defi nir qual o sistema de ataque que será utilizado contra defesa 
individual ou qualquer outro tipo de sistema defensivo, deve-se considerar 
quais os movimentos escolhidos, e não as posições ou a distribuição dos 
atacantes em quadra. Portanto, podemos classifi car os sistemas de ataque 
de acordo com a defesa contra a qual se irá atuar, associados a três fatores, 
como referência (PENHA et al., 2014):
 – O primeiro referencial é o número de pivôs que o sistema ofensivo 
utiliza, independente das movimentações aplicadas para o seu 
desenvolvimento. 
Os sistemas de ataque 
de acordo com a 
defesa contra a qual 
se irá atuar.
Número de pivôs.
120
 Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
 – O segundo referencial diz respeito à rotatividade, pois neste sistema 
os praticantes não têm um posicionamento fi xo, atuando, assim, em 
todas as posições. 
 – O terceiro referencial baseia-se na associação do posicionamento 
inicial dos atacantes, que considera a função inicial de cada membro 
da equipe e classifi ca o ataque de forma numérica.
Para que os pontos sejam obtidos, a equipe atacante defi ne alguns 
princípios táticos, relacionados às funções de cada jogador. De acordo com 
Reis (2005), o ataque no basquetebol permite realizar três situações distintas: 
 – Primeiro, a manutenção da posse de bola pelo maior tempo possível 
(dentro do que a regra permite),
 – Segundo, o desequilíbrio da defesa adversária, e 
 – Terceiro, a fi nalização. 
Já para González et al. (2014), o sistema ofensivo posicional é um dos 
mais utilizados. Quando a equipe está defendendo e parte para o ataque, 
pode utilizar contra-ataque direto e sustentado. A equipe pode atacar com 1 
armador, 1 ala armador, 1 ala, 1 ala pivô e 1 pivô. Ou pode jogar com 2 pivôs, 
por exemplo (pontuação fi nal).
LOZANA, Claudio. Basquetebol uma Aprendizagem Através 
da Metodologia dos Jogos. Rio de Janeiro: Sprint, 2007.
• Sistemas Defensivos no Basquetebol 
Quando a equipe está defendendo, poderá escolher entre os sistemas 
de defesa por zona: 2:1:2, 1:2:2, 2:2:1, 2:3, 3:2, 1:3:1; defesa individual; 
defesa individual pressão-meia-quadra; defesa individual pressão quadra 
toda; defesa individual com fl utuação; sistema de defesa misto, entre outros. 
Obviamente, a escolha do sistema passa pela característica dos jogadores 
da equipe adversária (‘chutadores’ de 3 pontos, 1 ou 2 pivôs, jogadores com 
características de drible, etc.). A escolha do sistema no ataque, depende 
essencialmente do tipo de defesa que o oponente está utilizando (GONZÁLEZ 
et al., 2014).
 – Sistema Defensivo Zona – Marca a bola com relação à posição 
dos adversários. Os defensores estão sempre focados na bola 
(MARONEZE, 2015).
Rotatividade.
Posicionamento inicial 
dos atacantes.
A manutenção da 
posse de bola.
O desequilíbrio da 
defesa adversária.
A fi nalização.
Sistema ofensivo 
posicional.
121121
MODELOS DE ORGANIZAÇÃO E TREINAMENTO 
DAS MODALIDADES COLETIVAS: BASQUETEBOL, 
FUTEBOL, FUTSAL, HANDEBOL E VOLEIBOL
 Capítulo 4 
 Características:
o A responsabilidade dos defensores é por setores;
o Cada defensor é responsável por um espaço da formação defensiva 
escolhida;
o Para escolher a formação, devemos considerar as características dos 
nossos defensores e as habilidades ofensivas das equipes opostas;
o Os critérios em determinar quais defensores irão marcar à frente devem 
ser para os jogadores mais velozes, devido às maiores distâncias 
a serem percorridas para as coberturas; e nas áreas de trás devem 
defender os jogadores mais altos e com maior capacidade de rebote 
defensivo;
o A defesa se movimentará de acordo com a bola e o responsável pelo 
setor irá bloquear com o seu corpo a linha de passagem do adversário 
para a cesta. Os demais irão se aproximar desta linha nos limites de 
seus setores ou outras sugestões de marcação determinadas pelo 
treinador.
 Vantagens:
o O posicionamento prévio dos defensores facilita a obtenção do rebote 
defensivo;
o Diminuição da efi ciência das jogadas de corta-luz feitas pelos 
adversários;
o Recomendada contra equipes com baixo percentual de acerto de 
arremessos de longas distâncias;
o Favorece a organização do contra-ataque;
o Indicado contra equipes que não realizam bons passes;o Permite melhor aproveitamento dos jogadores mais lentos na defesa.
 Desvantagens:
o Os deslocamentos de defesa podem não acompanhar a velocidade do 
ataque adversário;
o Não funciona contra equipes com bons arremessadores “de fora”;
o Sofre para cobrir as sobrecargas quando o ataque posiciona mais um 
atacante no mesmo setor de marcação de um defensor.
122
 Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
Figura 15 - Sistemas defensivos mais utilizados 
no Basquetebol e algumas variações
Fonte: Oliveira (2002).
123123
MODELOS DE ORGANIZAÇÃO E TREINAMENTO 
DAS MODALIDADES COLETIVAS: BASQUETEBOL, 
FUTEBOL, FUTSAL, HANDEBOL E VOLEIBOL
 Capítulo 4 
 – Sistema Defensivo Individual – Marca os adversários com relação à 
posição da bola. Cada defensor estará focado no adversário que lhe 
cabe marcar (MARONEZE, 2015). 
 Características: 
ο A responsabilidade defensiva está clara individualmente;
ο Para determinar as marcações, o treinador deve utilizar critérios para 
que haja a equiparação e/ou superação dos seus jogadores com as 
características dos adversários;
ο Os critérios são biotipo, qualidade técnica, qualidade física (velocidade, 
força, etc.) e psicológica;
ο A escolha do tipo de defesa individual levara em conta as qualidades 
e possibilidades dos nossos jogadores e a fraqueza dos jogadores 
adversários.
 Vantagens:
ο É fácil de ensinar e aprender;
ο Podem-se explorar as condições físicas e técnicas individuais dos 
adversários e dos nossos jogadores;
ο Iguala qualquer estratégia ofensiva adversária;
ο Difi culta os arremessos de média distância;
ο Exige maiores recursos técnicos e físicos dos adversários.
 Desvantagens:
ο Aumento da difi culdade de organizar o contra-ataque, pois não há 
garantia de posições na obtenção do rebote defensivo;
ο Difi culta a antecipação de passes;
ο Aumenta a probabilidade de cometer faltas;
ο Dá margem às penetrações;
ο Exige maior atenção no rebote (Faltava pontuação fi nal).
 Variações:
ο Existem duas grandes variáveis no sistema defensivo individual e a 
escolha deve ser determinada de acordo com a competência da defesa 
que se pretende utilizar:
124
 Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
Quadro 17 - Variáveis no sistema defensivo individual
Primeira Variável Segunda Variável
QUADRA ADVERSÁRIO
Quadra toda (inteira) Com marca defi nida
Três quartos de quadra Por proximidade
Meia quadra Com possibilidade de troca
Um quarto de quadra (recuado) Sem possibilidade de troca
Fonte: Maroneze (2015).
 – Sistema Defensivo Misto – Une uma das variações do sistema zona 
com uma das variações do sistema individual (MARONEZE, 2015).
 Características:
o A responsabilidade defensiva será dividida em dois sistemas;
o Maiores variações por setor ou por posição;
o Maiores variações e possibilidades de acordo com as necessidades ou 
característica dos jogadores.
 Vantagens:
o Aprendizagem rápida desde que os sistemas anteriores tenham sido 
ensinados e aprendidos com qualidade;
o As marcas individuais irão exigir maior desempenho técnico e físico dos 
atacantes;
o Pode desorganizar a equipe adversária quando depende de um ou dois 
atacantes;
 Desvantagens:
o Alto desgaste físico quando da marcação individual;
o Trocas individuais difi cultadas;
o Maior vulnerabilidade dos setores.
 – Sistema Defensivo Pressão – provoca situações de dois defensores 
ou mais contra o atacante de posse da bola (MARONEZE, 2015).
 Características:
o As situações de 2x1 acontecem especialmente quando o jogador de 
posse da bola está com restrição de espaço, como nos cantos da 
quadra;
125125
MODELOS DE ORGANIZAÇÃO E TREINAMENTO 
DAS MODALIDADES COLETIVAS: BASQUETEBOL, 
FUTEBOL, FUTSAL, HANDEBOL E VOLEIBOL
 Capítulo 4 
o Pode ser por setor ou individual;
o Pode ser aplicado na quadra toda ou meia-quadra, um quarto da 
quadra, etc.
 Vantagens:
o Grandes possibilidades de “roubar” a bola e marcar pontos em espaço 
de tempo reduzido;
o Pode obrigar o adversário a mudar as características normais de jogo, 
fazendo-o errar mais;
o Difi culta ao adversário cruzar a linha central, o que atrapalha a 
organização ofensiva e a equipe pode ser penalizada nos 8 segundos 
caso não ultrapasse a linha central.
 Desvantagens:
o Alto grau de risco, quando o adversário consegue se desvincular da 
defesa 2x1, aumentando as suas chances de pontuar com jogadores 
“livres”; 
o Desgaste físico;
o Aumenta os índices de faltas;
o Existem saídas de pressão que geram contra-ataques.
d) Sugestão de modelo de treinamento para o Basquetebol
Após termos apresentado as características físicas, técnicas, táticas do 
basquetebol, sugerimos agora um planejamento resumido de preparação para 
a equipe, de acordo com a faixa etária dos atletas. 
126
 Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
Quadro 18 - A preparação dos jogadores de basquetebol na etapa 
de treinamento especializado - Sugestões para o desenvolvimento 
das capacidades físicas e o aperfeiçoamento da técnica e tática
FASES IDADE CAPACIDADES FÍSICAS TÉCNICA
TÁTICA
Treinamento 
Especializado 
(Nível I)
15 a 17
Resistência de 
força, resistência 
aeróbica, início 
da força explosiva 
máxima
Aperfeiçoamento 
dos fundamentos 
individuais de 
grupo e coletivo
Aperfeiçoamen-
to nas funções 
específi cas e 
nos sistemas de 
ataque e defesa
Treinamento Espe-
cializado (Nível II)
18 a 20
Desenvolvimento 
da força máxima, 
velocidade má-
xima, resistência 
anaeróbia máxima
Aprofundamento 
dos conteúdos in-
dividuais de grupo 
e coletivo
Aprofundamen-
to nas funções 
específi cas e nos 
sistemas defensi-
vos e ofensivos
Treinamento Espe-
cializado (Nível III)
Acima de 20
Melhores resul-
tados da força má-
xima, velocidade 
máxima, resis-
tência aeróbia e 
anaeróbia máxima
Perfeição máxima 
na execução dos 
fundamentos indi-
viduais de grupo e 
coletivo
Capacidades 
ótimas de decisão: 
individual, em grupo 
e coletivamente sem 
necessidade de ter 
jogadas pré-deter-
minadas
Fonte: Oliveira (2002).
Atividade de Estudos:
1) Você viu os aspectos relacionados à preparação para o 
basquetebol. Para levar esta teoria para a prática, elabore, 
agora, a partir do modelo abaixo, um treinamento para o 
basquetebol de uma equipe com jogadores entre 15 a 17 anos, 
em seus aspectos físicos, técnicos e táticos, no período de 
preparação básica. O quadro apresenta uma sugestão para a 
segunda-feira e você deve preencher com as suas sugestões 
de treinos para toda a semana:
 CATEGORIA__________________________.
 Prof._______________________.
 PERÍODO:_____/_____ a _____/_____.
 MICROCICLO: ___________________.
127127
MODELOS DE ORGANIZAÇÃO E TREINAMENTO 
DAS MODALIDADES COLETIVAS: BASQUETEBOL, 
FUTEBOL, FUTSAL, HANDEBOL E VOLEIBOL
 Capítulo 4 
SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA SEXTA 
OB
JE
TI
VO
Aperfeiçoar 
a resistência 
aeróbica, os 
fundamentos 
de passe e 
bandeja e 
sistema de 
defesa (zona)
TE
CN
IC
O
Fundamen-
tos:
Passe peito, 
quicado;
Bandeja
(20min).
TA
TI
CO
Sistema de 
Defesa:
Defesa por 
zona
Alternando 
equipes de 
ataque e 
defesa
(35min)
FI
SI
CO
Aquecimento:
Alongamento 
e Pega-Pega 
(15min)
Res. Aeró-
bica:
Fartleck.
(30min).
TO
TA
L
1h e 40 min.
128
 Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
FUTEBOL
O futebol é a modalidade esportiva mais popular no mundo e está presente 
de forma intensa na história e cultura do Brasil. Os grandes jogadores são 
ídolos e a mídia explora esta modalidade de forma incessante. Assim, as 
crianças são incentivadas pelos pais ou por este apelo da mídia à prática do 
esporte. 
De acordo com Borges e Rechenchosky (2014), o futebol se caracteriza 
por ser de oposição com o adversário, é considerado um esporte com interação 
e de invasão, pois as ações de uma equipe estão vinculadas ao oponente. 
Sobre o tipo de esporte, faz parte do grupo das modalidades de invasão – 
invadir o espaço defendido peloadversário para colocar a bola na meta. 
O futebol é constituído por diversos elementos do desempenho esportivo. 
A totalidade desses elementos, uns em maior grau do que outros, dependendo 
da situação, infl uenciam na atuação dos jogadores e da equipe, ao passo que 
determinam os resultados dos jogos. Assim, a capacidade física, o sistema 
de jogo, a estratégia, as combinações táticas, a capacidade volitiva, a 
habilidade técnica e a tática individual são os elementos envolvidos (BORGES; 
RECHENCHOSKY, 2014).
a) A preparação física no futebol
De acordo com Bompa (2005), as principais características físicas do 
futebol são:
• Sistema de energia dominante: lático e aeróbico
• Ergogênese: alático - 15%; lático – 15%; aeróbico – 70%
 – Altas demandas energéticas para ambos os períodos, intercalados com 
fortes acelerações e desacelerações e mudanças rápidas de direção;
 – Os períodos de recuperação ocorrem durante as interrupções de jogo 
de 5 a 15 segundos, como também para as posições de defesa imediata 
ou ataque, quando o jogo está sendo feito no campo adversário.
• Fatores limitantes de performance: potência de aceleração e 
desaceleração, agilidade na forma de trabalho rápido de pés, mudanças 
rápidas de direção, velocidade de reação e tempo de movimento.
• Objetivos de treinamento:
 – Desenvolver todos os sistemas energéticos (QF Imprescindível (IM)) 
129129
MODELOS DE ORGANIZAÇÃO E TREINAMENTO 
DAS MODALIDADES COLETIVAS: BASQUETEBOL, 
FUTEBOL, FUTSAL, HANDEBOL E VOLEIBOL
 Capítulo 4 
sobre uma boa e específi ca condição aeróbica;
 – Desenvolver pernas e tronco potentes como base para a alta aceleração/
desaceleração e mudanças de direção;
 – Desenvolver força de saída (arrancada) e potência (QF Imprescindível 
(IM)) de salto;
 – Desenvolver a agilidade (QF Imprescindível (IM)) específi ca para 
o complexo trabalho de pé, a velocidade de reação e o tempo de 
movimento.
Dantas (2003) descreve que o jogador de futebol deve, na fase básica, 
adquirir níveis mínimos de condicionamento para as resistências aeróbicas e 
anaeróbicas, RML e fl exibilidade. Já na fase específi ca, treinar a velocidade 
de movimento e de força explosiva. Para o período de competição, as CP 
imprescindíveis devem ser aperfeiçoadas.
A partir dessa composição, Dantas (2003) sugere que os métodos a 
serem utilizados na preparação física do futebol durante a temporada podem 
ser assim distribuídos:
Quadro 19 - Métodos a serem utilizados na preparação física do futebol
QUALIDADES
FÍSICAS
PERÍODO PREPARATÓRIO
PERÍODO DE 
COMPETIÇÃO
PERÍODO DE 
TRANSIÇÃOFASE
BÁSICA
FASE
ESPECÍFICA
Res. Aeróbica Fartleck Corrida continua Corrida continua Cross Promenade
Res. Anaeróbi-
ca e Velocidade
Interval 
Training Interval Training - -
RML e 
Força Dinâmica Musculação
Musculação ou 
Circuito Circuito Calestenia
Força Explosiva - Power Training Power Trainng -
Flexibilidade 3S 3S 3S Insistência Passiva
Fonte: Dantas (2003).
Novamente, lembramos que existem outras sugestões e outros métodos 
de treinamento que podem ser utilizados na periodização da preparação física 
do futebol.
b) Preparação técnica no futebol
A técnica no futebol corresponde à forma de executar os movimentos de 
passes, fi nalizações, cabeceios, entre outros. O passe com a parte interna do 
pé é o gesto motor mais utilizado em um jogo, não sendo o único. Lançamentos 
130
 Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
com o peito do pé são comuns, ao contrário de chutes de “três dedos” ou 
“trivela”, que são menos usuais (BORGES; RECHENCHOSKY, 2014).
• Fundamentos do futebol – Os principais fundamentos do futebol são 
(FRISSELLI; MANTOVANI, 1999):
1. Recepção – primeiro contato com a bola, realizado de acordo com a 
regra e da posição do corpo em relação à bola. A partir desse contato, acontece 
a recepção;
1.1. Quanto à trajetória – Rasteira, Meia-altura, Parabólica, Alta;
1.2. Quanto à execução –
o Recepção rasteira – faces interna, externa e solado do pé;
o Recepção à meia-altura – faces interna e externa do pé; coxa;
o Recepções parabólicas – cabeça, peito, coxa, dorso e solado do pé, 
coxa, dorso e solado do pé;
o Recepções altas – cabeça e peito.
2. Condução - é o ato de se locomover com a bola por meio de toques 
sucessivos.
2.1. Classifi cação –
o Quanto à velocidade - Lenta (andando / trotando) e Rápida 
(velocidade).
o Quanto à trajetória – Retilínea e Sinuosa.
o Quanto a execução – Bolas rasteiras – com a planta do pé, com o 
dorso do pé, com a parte interna do pé, com a parte externa do pé; e 
Bolas suspensas – com o dorso do pé, com a coxa e com a cabeça.
3. Passe - transferência da posse de bola para o outro membro da equipe. 
A execução desse fundamento pode ser realizada com várias partes do corpo: 
pés, coxa, peito, cabeça, etc. 
3.1. Condições importantes para realização de um bom passe: 
Equilíbrio, Visão, Precisão, Intenção e Objetivo.
3.2. Classifi cação –
ο Quanto à distância – Curto, Médio e Longo;
131131
MODELOS DE ORGANIZAÇÃO E TREINAMENTO 
DAS MODALIDADES COLETIVAS: BASQUETEBOL, 
FUTEBOL, FUTSAL, HANDEBOL E VOLEIBOL
 Capítulo 4 
ο Quanto à trajetória - Passe rasteiro, Passe de meia altura, Passe 
parabólico e Passe alto; 
ο Quanto à execução do contato com o pé - Parte interna do pé, Parte 
externa do pé, Parte anterior do pé (bico), Solado do pé, Dorso do pé e 
Calcanhar;
ο Quanto ao espaço de realização do jogo – Lateral, Diagonal e 
Paralelo;
ο Quanto à habilidade - Passe com a coxa, Passe de peito, Passe de 
cabeça e Passe de ombro;
ο Quanto à execução - Rasteira – parte interna, externa e solado; Meia 
altura – parte interna, externa e coxa; Parabólica – cabeça, peito, dorso 
e solado; e Alta – cabeça e peito.
4. Drible - toques sucessivos na bola com a fi nalidade de ultrapassar o 
oponente, adquirir espaço para dar seguimento à jogada, podendo fi nalizá-la 
ou não.
4.1. Quanto ao objetivo - Ofensivo – visa à meta adversária; Defensivo – 
manter a posse de bola com segurança.
4.2. Quanto ao tipo - Simples – puxadas e saídas laterais; Solado, faces 
interna e externa dos pés; Complexos – associados a uma fi nta; e Clássicos – 
dorso do pé (chapéu), elástico, meia-lua, bola entre as pernas do adversário.
5. Finta – movimento realizado pelo jogador com ou sem posse de bola, 
objetivando ultrapassar o adversário ou criar espaço para a realização do 
passe ou fi nalização da jogada.
5.1. Quanto ao objetivo - Ofensiva – desmarcar-se do adversário 
para receber a bola de um companheiro; Defensiva – quando se encurta a 
marcação para difi cultar a linha do passe ou ocorre a aproximação do atacante 
adversário, tentando tirar a bola de seu controle.
6. Chute - é caracterizado pela fi nalização de uma jogada que tem a 
fi nalidade de fazer o gol.
6.1. Efi ciência - Pé de apoio – ao lado da bola (chute baixo); atrás 
(trajetória elevada); a frente (inadequado); Pé de toque – bola: abaixo do 
eixo (eleva); no eixo (reto); tangencialmente (em curva), no eixo (reto); 
tangencialmente (em curva). Equilíbrio corporal e Velocidade. 
6.2. Classifi cação – 
ο Quanto à trajetória - Rasteiro – contato com o solo; Meia altura; Alto.
132
 Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
ο Quanto à execução - Dorso do pé (peito); Parte interna do pé; Parte 
externa do pé; Parte anterior do pé (bico).
7. Cabeceio – ato de golpear a bola com a cabeça.
7.1. Classifi cação –
ο Quanto ao objetivo – Ofensivo; Defensivo.
ο Quanto à execução – Frontal; lateral; parado; com saltos; em corrida; 
lateral; para trás; e em mergulho.
8. Goleiro – defende a meta, participa com os pés na armação e também 
reinicia o jogo.
8.1. Tipos de Pegadas – Bola rasteira – Na altura do pé; Com os joelhos 
fl exionados; Fora da direção do goleiro; Bola na altura do tronco; Bola alta; 
Bola alta na altura do canto da meta; Desvios; Mão trocada; Rebatida com os 
punhos; Defesa com os pés; Saídas nas bolas altas; Colocação da barreira; 
Defesa de pênaltise faltas. 
Figura 16 - Técnica e treinamento para o futebol
Fonte: Bauer (1994).
133133
MODELOS DE ORGANIZAÇÃO E TREINAMENTO 
DAS MODALIDADES COLETIVAS: BASQUETEBOL, 
FUTEBOL, FUTSAL, HANDEBOL E VOLEIBOL
 Capítulo 4 
c) Preparação tática no futebol
Dos elementos, a tática individual precisa ser a dimensão central do ensino, 
uma vez que – costumeiramente – as difi culdades de atuação dos jogadores se 
vinculam a ela. Nesse elemento, há a necessidade de optar por uma entre as 
diversas alternativas, levando em consideração todo o contexto (adversários, 
companheiros, espaço de jogo, local da bola, etc.). As combinações táticas 
ocorrem constantemente nesse esporte. O overlap, passar e seguir e o 
cruzamento no “segundo pau” são exemplos desse elemento do desempenho 
esportivo (BORGES; RECHENCHOSKY, 2014).
O sistema de jogo mais utilizado no futebol é o 4-4-2, apesar de não ser 
único. Atualmente, nota-se a utilização dos: 3-5-2, 4-3-3 e 4-3-2-1, havendo 
outras variações que são possíveis, alterando o posicionamento de apenas 
um jogador. Diversas equipes utilizam um sistema de jogo para atacar e outro 
para defender. Por exemplo, quando a equipe está no ataque é usado o 4-3-3, 
no momento em que perde a posse da bola, dois atacantes recuam, compondo 
a marcação no sistema e 4-3-2-1 (BORGES; RECHENCHOSKY, 2014).
As estratégias utilizadas no futebol são as mais diversas, de acordo com 
o objetivo daquela partida ou da fase do campeonato. Nesse sentido, utilizar 
três volantes quando se joga “fora de casa”; usar atacantes rápidos para jogar 
no contra-ataque; diminuir o número de volantes e aumentar a quantidade de 
meias ou atacantes quando se joga “em casa”, são exemplos de defi nições 
estratégicas no futebol (BORGES; RECHENCHOSKY, 2014).
A imagem a seguir apresenta os sistemas de jogo que as seleções 
utilizaram na Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Como se percebe, a maioria 
das equipes utilizaram o sistema 4-2-3-1, com um atacante. Contudo, as 
equipes que fi zeram a fi nal, Alemanha e Argentina, utilizaram o sistema 4-3-3, 
priorizando o meio de campo.
134
 Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
Figura 17 - Esquemas usados pelas 32 seleções 
que disputam a Copa do Mundo 2014
Fonte: Lima (2014).
135135
MODELOS DE ORGANIZAÇÃO E TREINAMENTO 
DAS MODALIDADES COLETIVAS: BASQUETEBOL, 
FUTEBOL, FUTSAL, HANDEBOL E VOLEIBOL
 Capítulo 4 
A partir dos esquemas táticos apresentados na fi gura 
acima, descreva qual o sistema mais utilizado pelas equipes no 
Campeonato Brasileiro de Futebol em 2015. Exemplo: Sistema 
mais utilizado foi o 3-5-2.
d) Sugestão de Montagem do Treinamento para o Futebol
Como foi descrito anteriormente, não daremos modelos prontos para 
treinamento, e sim sugestões de práticas e de cuidados na preparação e 
variarão de acordo com as habilidades técnicas e os objetivos de cada equipe, 
assim como com as capacidades dos treinadores. Roth (1993 apud MATTA; 
GRECO, 1996) entende que o processo de treinamento técnico no futebol 
está ligado a quatro parâmetros básicos de relação. São eles:
a) Objetivo do movimento;
b) Condições do movimento (regras do esporte);
c) Atributos do movimento;
d) Condições de execução do movimento meio ambiente.
 Roth (1993 apud MATTA; GRECO, 1996) também apresenta cinco 
possibilidades táticas de simplifi cação da tarefa, de acordo com os parâmetros 
básicos relacionados anteriormente. Eles serão citados a seguir com um 
exercício aplicado ao futebol para melhor entendimento:
a) Simplifi cação dos objetivos do movimento - o executante, ao realizar 
a técnica do cabeceio, terá como objetivo atingir um local com dimensões 
superiores ao normal. Assim sendo, o alcance do objetivo por meio do 
cabeceio será facilitado.
b) Simplifi cação das regras - durante uma partida de futebol só será 
permitido converter gol por meio de uma cabeçada.
c) Redução da ação do adversário - o executante vai desenvolver o 
exercício dentro da grande área, na qual terá como objetivo cabecear a 
bola para dentro do gol. Dentro da área estarão posicionados, de maneira 
passiva, companheiros que farão o papel do adversário. O executante 
vai se deslocar em direção à bola, desviando de seus companheiros, e 
executar a cabeçada.
d) Redução da ação do colega - a dinâmica deste exercício é a mesma do 
princípio anterior, entretanto, será somado ao exercício um companheiro, 
que fará o papel de jogador de sua equipe. O objetivo neste exercício é: 
136
 Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
após desviar dos agentes passivos que estão posicionados dentro da 
grande área e alcançar a bola, o executante tentará, por meio de uma 
cabeçada, alcançar seu companheiro de equipe.
e) Simplifi cação do meio ambiente onde se executa a técnica - um 
exercício que pode retratar este princípio é o jogo de futebol em que as 
dimensões do campo sejam menores e as balizas (gols) maiores. Durante 
esse jogo só será permitido consignar gols por meio de cabeçadas.
Estes cinco princípios representam, também, um guia para a elaboração 
do processo de ensino-aprendizagem-treinamento, conforme a defi ciência que 
o atleta acusa.
Atividade de Estudos:
1) Você viu os aspectos relacionados à preparação para o futebol. 
Para levar esta teoria para a prática, elabore, agora, a partir do 
modelo abaixo, um treinamento para o futebol de uma equipe 
com jogadores entre 19 a 21 anos, em seus aspectos físicos, 
técnicos e táticos, no período de preparação específi ca. O 
quadro apresenta uma sugestão para a segunda-feira e você 
deve preencher com as suas sugestões de treinos para toda a 
semana:
 CATEGORIA:___________________. 
 Prof._______________________
 PERÍODO:_____/_____ a _____/_____.
 MICROCICLO: ___________________
SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA SEXTA 
OB
JE
TI
VO
Aperfeiçoar 
a resistência 
anaeróbica, 
os fundamen-
tos de drible 
e fi nalização 
e sistema de 
ataque
137137
MODELOS DE ORGANIZAÇÃO E TREINAMENTO 
DAS MODALIDADES COLETIVAS: BASQUETEBOL, 
FUTEBOL, FUTSAL, HANDEBOL E VOLEIBOL
 Capítulo 4 
TE
CN
IC
O
Fundamen-
tos:
Dribles e 
fi nalizações, 
contra mar-
cador
(30min).
TA
TI
CO
Sistema de 
Ataque:
Ataque (3 
jogadores) 
contra defesa 
(4 jogadores)
Alternando 
equipes de 
ataque e 
defesa
(50min)
FI
SI
CO
Aquecimento:
Alongamento 
e exercícios 
(10min)
Res. Anaeró-
bica:
Interval Trai-
ning. (45min).
TO
TA
L
2 h e 15 min.
FUTSAL
O futsal, assim como outros esportes de invasão, caracteriza-se pela 
necessidade constante de solucionar problemas surgidos durante o jogo. 
Para resolver tais entraves, os jogadores precisam escolher gestos motores, 
utilizando-os nos momentos adequados, conforme a necessidade de cada 
situação. Nesse sentido, essa modalidade possui características que precisam 
ser consideradas quando se propõe seu ensino. Um aspecto importante é 
a necessidade de cooperar com os companheiros para marcar gols, sendo 
considerado um esporte coletivo. Quanto à relação de oposição com o 
adversário, o futsal é um esporte com interação entre adversários, uma vez 
138
 Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
que as ações de uma equipe estão atreladas – dependem e condicionam – as 
ações da outra. No que se refere ao tipo de esporte, pertence ao grupo das 
modalidades de invasão, pois seu objetivo é invadir o espaço defendido pelo 
adversário para colocar a bola na meta. Nesse conjunto, faz parte da mesma 
família do futebol americano e do rúgbi, apesar do fato desse dois serem 
praticados – prioritariamente – com as mãos (BORGES; AMORIM, 2014). 
a) A preparação física no futsal
O futsal apresenta uma gama de ações motoras semelhantes ao futebol. 
O futsal é caracterizado por Gomes e Silva (2002) como um jogo atlético 
com elevada atividade motora. Nesse esporte, os atletas realizam uma 
sucessão de esforços intensos e breves em ritmos diferentes, com um nível 
de exigência funcional muscular muito alto, comonas corridas, nos saltos, nas 
movimentações táticas e na técnica de condução de bola, solicitando desses 
atletas a mobilização máxima de suas capacidades funcionais, velocidade e 
força (GOMES; SILVA, 2002). 
 
Os diferentes tipos de deslocamento, com grandes acelerações, 
desacelerações, mudanças de direção, chutes, passes, fi ntas, desarmes, 
saltos, etc., proporcionam uma signifi cativa adaptação neuromuscular, 
favorecendo a potência e a agilidade (QF Imprescindível (IM)), permitindo, 
assim, uma rápida aceleração e mudança de direção em espaços reduzidos 
e compartilhados por adversários e companheiros de equipe (RÉ; BARBANTI, 
2006). A proximidade dos adversários faz com que as ações tenham que 
ocorrer de forma rápida e, muitas vezes, inesperada, motivo pelo qual 
os movimentos automatizados e infl exíveis limitam as possibilidades de 
desempenho (RÉ; BARBANTI, 2006). Considerando as exigências motoras, 
durante uma partida de futsal ocorrem os esforços intensos realizados por 
curto período de tempo e a alternância com períodos de baixa intensidade. 
Medina et al. (2002) indicam que a demanda metabólica seja suprida pelos três 
sistemas energéticos (aeróbio, anaeróbio lático e anaeróbio alático) (QF 
Imprescindível (IM)). Devido ao pequeno espaço de jogo, essas capacidades 
podem ser consideradas decisivas para o resultado de uma partida (RÉ; 
BARBANTI, 2006).
139139
MODELOS DE ORGANIZAÇÃO E TREINAMENTO 
DAS MODALIDADES COLETIVAS: BASQUETEBOL, 
FUTEBOL, FUTSAL, HANDEBOL E VOLEIBOL
 Capítulo 4 
Quadro 20 - Métodos a serem utilizados na preparação física do futsal
QUALIDADES
FÍSICAS
PERÍODO PREPARATÓRIO
PERÍODO DE 
COMPETIÇÃO
PERÍODO DE 
TRANSIÇÃOFASE
BÁSICA
FASE
ESPECÍFICA
Res. Aeróbica Fartleck Corrida continua Corrida continua Cross Promenade
Res. Anaeróbica 
e Velocidade
Interval 
Training Interval Training - -
RML e 
Força Dinâmica Musculação
Musculação ou 
Circuito Circuito Musculação
Força Explosiva - Power Training Power Trainng -
Flexibilidade 3S 3S 3S _
Fonte: Adaptado de Dantas (2003).
b) Preparação técnica no futsal
Alguns contatos com a bola são característicos do futsal. Para dominar a 
bola, a forma mais utilizada é pisando nela com a parte debaixo (sola) do pé. 
Já os passes, em sua maioria, são efetuados com a parte interna do pé (os 
toques de peito de pé, gancho/cavadinha e a “pisada” – escorada – para um 
companheiro ocorrem com menos frequência). Para fi nalizar na meta, além 
dos contatos já mencionados no passe, que podem ser utilizados também 
na fi nalização, o toque na bola com bico do pé é bastante comum no futsal 
(BORGES; AMORIM, 2014).
• Fundamentos do Futsal 
Voser e Giusti (2002) defi nem técnica como sendo todo gesto ou movimento 
realizado pelo atleta que lhe permite dar continuidade e desenvolvimento ao 
jogo. As técnicas esportivas do futsal são: passe, domínio, condução, chute, 
drible, fi nta, marcação, cabeceio. Lembrando que os fundamentos do futebol 
podem ser considerados também para o futsal, levando-se em consideração 
as similaridades e diferenças de ambos os esportes. Voser e Giusti (2002) 
determinam que os principais fundamentos do futsal são:
1. Passe: É a ação de interligar-se com os integrantes de uma equipe. É o 
fundamento técnico mais importante e que mais acontece, pode sair um passe 
com a cabeça, com o peito, a coxa, o ombro. O passe pode ser classifi cado, 
de acordo com: 
1.1. Distância: curto (até 4m), médio (de 4m a 10m), longo (acima de 
10m).
140
 Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
1.2. Trajetória: rasteiro, meia altura, parabólico.
1.3. Execução: interna, externa, bico, solado, dorso.
1.4. Espaço de Jogo: lateral, diagonal, paralelo.
1.5. Passes de Habilidades: coxa, peito, cabeça, calcanhar, ombro, etc.
1.6. Domínio: Ação consciente que ocorre a partir do recebimento da 
bola, muitas vezes entregue por um companheiro de equipe, em mantê-la sob 
controle e, assim, poder realizar movimentos técnicos, a fi m de dar sequência 
à jogada. Essa ação poderá ser feita com qualquer parte do corpo, exceto com 
aquelas não permitidas pela regra.
1.7. Condução: É o movimento de levar a bola próximo aos pés, de 
maneira que ela esteja sempre ao alcance do condutor.
1.8. Chute: Ação de golpear a bola parada ou em movimento visando 
desvia-la ou dar-lhe trajetória. É o fundamento que precede o gol.
1.9. Drible: Trata-se de uma série de movimentos e ações que culmina 
com a superação do adversário e a sequência da jogada com a posse da bola. 
A principal diferença entre o drible e a fi nta reside no fato de que no primeiro 
há o controle da bola, enquanto no segundo a bola não está presente.
1.10. Finta: É uma ação de inteligência motora e cognitiva que ocorre no 
espaço e no tempo apropriado. Seu objetivo maior é o de levar o adversário a 
pensar que quem faz a fi nta irá para um lugar quando este vai para outro.
1.11. Marcação: Trata-se da ação de evitar que o adversário receba a 
bola ou, quando este a possui, impedir ou difi cultar suas ações técnicas de 
condução, passe, chute ou drible.
c) Preparação tática no futsal
No futsal os elementos do desempenho esportivo são determinantes nos 
desempenhos dos jogadores e equipes, infl uenciando nos resultados dos 
jogos. Por se tratar de um esporte coletivo com interação entre adversários, 
demanda todos os elementos na sua prática. Desses, a tática individual 
assume o papel central no ensino, utilizando a técnica como suporte motor 
para cada situação do jogo. Desse modo, “o que” e “quando fazer” antecedem 
o “como fazer”. Por exemplo, ao receber a bola o jogador precisar optar – entre 
tantas outras possibilidades – se passa, dribla, fi naliza ou conduz a bola, e o 
momento em que fará a ação para, somente depois, executar o movimento. 
141141
MODELOS DE ORGANIZAÇÃO E TREINAMENTO 
DAS MODALIDADES COLETIVAS: BASQUETEBOL, 
FUTEBOL, FUTSAL, HANDEBOL E VOLEIBOL
 Capítulo 4 
Isso signifi ca compreender o futsal como um processo constante de tomada 
de decisões, em que os gestos motores correspondem à materialização das 
repostas escolhidas para cada situação do jogo (BORGES; AMORIM, 2014).
As combinações táticas se constituem como outro elemento importante 
no futsal. O encadeamento de movimentos entre os jogadores permite levar 
vantagem sobre os adversários. Ações como passar e seguir, rodízio em oito, 
fi nalização de 2° trave e escorada de pivô, são exemplos de combinações 
táticas. Os sistemas de jogo no futsal são diversos, possibilitando distintas 
formas de posicionamentos dos atletas em quadra. Como exemplo desses 
sistemas, citamos: o 2-2, que é utilizado, costumeiramente, por equipes 
iniciantes e categorias menores; o losango ou 1-2-1, que é constituído de um 
jogador denominado fi xo, um ala pela esquerda, outro ala pela direita e um 
pivô; o sistema 4-0, que, por sua vez, apresenta uma ampla movimentação dos 
jogadores em quadra, não havendo posições fi xas. Essas formas de disposição 
dos jogadores podem ser alteradas, mudando a função de apenas um jogador 
ou de toda a equipe, como é o caso quando se utilizam as marcações: meia 
quadra, pressão e mista (BORGES; AMORIM, 2014).
Em relação aos sistemas táticos, é difícil determinar um sistema fi xo, 
pois a troca de posições é constante, fato que exige uma elevada taxa de 
movimentação (RÉ et al., 2003). Para o nosso propósito, veremos os principais 
sistemas de jogo:
• Sistemas Ofensivos no Futsal (Baseado em MACHADO, 2010)
1. Sistema 2 - 2:
 – Esse sistema utiliza dois jogadores e dois no ataque. É o sistema de 
jogo mais simples que uma equipe pode adotar. Por essa razão, é o 
sistema mais utilizado nas categorias menores, pelos principiantes e 
pelas equipes de menor condição técnica.
 – Esse sistema pode ser considerado a causa primária do sistema 3 - 
1 e 1 - 3, pois a formação 2 - 2 se dá tanto quando a equipe ataca 
como quando defende. Quando um dos atacantes recua para dar mais 
estrutura à defesa ou umdefensor apoia o ataque tem início o sistema 
3 - 1 e 1 - 3.
 – O sistema 2 - 2 não oferece muitas opções de jogadas em razão da 
colocação dos jogadores em quadra, o que torna tanto o ataque como 
a defesa defi cientes ou carentes de mais apoio. No entanto, apesar das 
limitações, podem-se conseguir bons resultados, principalmente em 
quadras menores.
142
 Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
Figura 18 - Sistema 2 - 2
Legenda: F – Fixo; AD - Ala Direito; AE – Ala Esquerdo; P – Pivô.
Fonte: Machado (2010).
2. Sistema 3 - 1:
 – Esse sistema se caracteriza pela existência de um jogador fi xo na 
defesa, dois alas que fazem o vaivém de defesa e ataque, e um pivô, 
que joga sempre mais adiantado, tanto quando ataca como quando 
defende. É um sistema em a equipe ataca e defende com três jogadores.
 – A formação 3 - 1 se dá quando a equipe inicia suas manobras ofensivas 
no seu setor defensivo com três jogadores, que se movimentam 
procurando um espaço para receber e tocar a bola até o pivô; quando 
se defende, cabe ao fi xo vigiar a zona central da defesa e aos dois alas, 
as duas zonas laterais da quadra. O pivô deve se colocar no centro 
da quadra, tendo como função o primeiro combate ao adversário em 
qualquer setor da quadra. Nessa formação inicial de defesa podem 
ocorrer variações de cobertura ou de combate.
 – Por sua vez, a formação 1 - 3 se verifi ca quando a equipe está no ataque, 
ou seja, a bola foi tocada para o pivô e os alas avançam para a meia 
quadra adversária com a fi nalidade de realizar manobras ofensivas na 
tentativa de chute a gol. O fi xo só deverá ir ao setor ofensivo em casos 
excepcionais e, quando acontecer, deverá haver cobertura naquele 
setor.
 – Esse sistema oferece uma gama de opções no que diz respeito a ações 
ofensivas, e é mais utilizado pelas equipes que possuem jogadores de 
maior gabarito técnico.
143143
MODELOS DE ORGANIZAÇÃO E TREINAMENTO 
DAS MODALIDADES COLETIVAS: BASQUETEBOL, 
FUTEBOL, FUTSAL, HANDEBOL E VOLEIBOL
 Capítulo 4 
Figura 19 - Sistema 3 - 1
3. Sistemas 1 - 2 - 1 e 2 - 1 – 1:
 – Esses sistemas de jogo são mais utilizados nos lances de saída de 
bola no tiro de meta, em que os jogadores se posicionam com o intuito 
de provocar uma reação na marcação da equipe adversária, e, logo, 
realizam movimentações para confundir seus dispositivos defensivos e 
conseguir executar suas jogadas sem que a equipe defensora consiga 
neutralizar o lance. Esses sistemas podem ser considerados como 
variantes de outros sistemas como o 2 - 2, 3 - 1 e 4 - 0.
Legenda: F – Fixo; AD - Ala Direito; AE – Ala Esquerdo; P – Pivô.
Fonte: Machado (2010).
Figura 20 - Sistema 2-1-1 e Sistema 1-2-1 
Legenda: F – Fixo; AD - Ala Direito; AE – Ala Esquerdo; P – Pivô.
Fonte: Machado (2010).
144
 Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
4. Sistema 4 – 0
 – O sistema 4 - 0 é o mais moderno posicionamento utilizado no futsal 
e caracteriza-se pela colocação de 4 jogadores no setor defensivo na 
armação das jogadas. É também conhecido como 4 em linha e exige 
uma constante movimentação dos jogadores. 
 – É muito utilizado quando as dimensões das quadras são de 40 x 20 
metros, o que ocorre na maioria dos casos.
 – Sistema que possibilita uma grande combinação de movimentos e 
uma alternância de posicionamento que difi cultam muito a marcação 
adversária. 
 – O sistema 4 x 0 também oferece amplas opções de jogadas, por esta 
razão, é hoje um dos mais utilizados pelas equipes de alto rendimento.
Figura 21 - Sistema 4 - 0
Legenda: F – Fixo; AD - Ala Direito; AE – Ala Esquerdo; P – Pivô.
Fonte: Machado (2010).
5. Sistemas 1 – 2 - 2 ou 1 - 4
 – Com as modifi cações realizadas nas regras ofi ciais do futsal, um novo 
sistema de jogo foi criado. Falamos da permissão do goleiro atuar fora 
da área de meta, o que possibilitou a opção de um novo posicionamento 
dos jogadores para atacar a equipe defensora, procurando estabelecer 
uma superioridade numérica, a fi m de facilitar a posse de bola e, 
consequentemente, a fi nalização das jogadas.
 – É bastante utilizado nos fi nais de partidas em que uma equipe necessita 
de um resultado. 
145145
MODELOS DE ORGANIZAÇÃO E TREINAMENTO 
DAS MODALIDADES COLETIVAS: BASQUETEBOL, 
FUTEBOL, FUTSAL, HANDEBOL E VOLEIBOL
 Capítulo 4 
 – Pode ser usado com o goleiro ou mesmo um jogador de linha na posição 
com objetivo de melhorar o passe e a situação ofensiva.
Figura 22 - Sistema 1 - 2 - 2 ou 1 - 4
Legenda: G – Goleiro; F – Fixo; AD - Ala Direito; AE – Ala Esquerdo; P – Pivô.
Fonte: Machado (2010).
• Sistemas Defensivos no Futsal (Marcação) - “Disposição dos jogadores 
na quadra, com o objetivo de impedir uma ação ofensiva do adversário” 
(MUTTI, 1994 apud MORATO, 2004). A marcação pode ser: Pressão (Total 
ou parcial) e Meia Quadra:
1. Zona (pressão total ou parcial e meia quadra) - É pouco recomendada, 
pois no Futsal atual, em que os jogadores se deslocam constantemente sem 
posições fi xas, facilmente o ataque se colocará em vantagem numérica sobre 
a defesa em determinados setores da quadra. A marcação por Zona é sempre 
realizada na meia-quadra defensiva e apresenta duas variações no futsal 
- Losango (3-1) ou Quadrado (2-2) (MUTTI, 1994 apud MORATO, 2004). As 
descrições dos sistemas, suas vantagens e desvantagens são baseadas em 
Morato (2004).
1.1. Vantagens:
ο Pouco desgaste físico, pois cada jogador mantém a sua posição;
ο Facilita a cobertura e a recuperação no caso do drible;
ο Menor desgaste físico dos defensores;
ο Proporciona perigosos contra-ataques;
ο Impossibilita as "bolas nas costas";
ο Fecha o meio de quadra.
1.2. Desvantagens:
ο Se não for bem treinada facilita o erro, possibilita ao adversário utilizar 
dois jogadores em um setor;
146
 Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
ο Possibilita o chute de longa distância;
ο Aumenta o tempo de posse de bola do adversário;
ο Encobre parcialmente a visão do goleiro.
2. Individual (pressão total ou parcial e meia quadra) - É a mais 
utilizada no Futsal atual, na qual cada jogador da defesa marca um oponente 
do ataque por toda a quadra de jogo, isto é, o defensor desloca-se com seu 
oponente por toda a quadra.
2.1. Vantagens:
ο Contra equipes de pouca condição física; recomendada para equipes 
iniciantes; facilita identifi car o erro.
ο Diminui a opção do passe, forçando o erro adversário;
ο Maior desgaste físico dos adversários pela necessidade de maior 
movimentação em busca de espaços;
ο Difi culta o chute de longa distância;
ο Reduz o tempo de posse de bola do adversário;
ο Diminui o tempo de reação do adversário para refl etir sobre a jogada.
2.2. Desvantagens:
ο Compromete o sistema de cobertura; facilita o adversário utilizar o 
bloqueio; a equipe deve ter ótima condição física;
ο Grande desgaste físico dos defensores, proporcional à movimentação 
dos atacantes;
ο Abre o meio da quadra, facilitando lançamentos, infi ltrações e "bolas 
nas costas";
ο Dá maiores possibilidades de vantagem numérica ao adversário, na 
ocorrência de um drible, difi cultando a recuperação e a cobertura.
3. Mista (pressão total ou parcial e meia quadra) - Muito utilizada 
no Futsal de alto nível, exige muito a coordenação nos movimentos 
pelos praticantes. Neste tipo de marcação, onde há uma variação entre a 
marcação por zona e a marcação individual, há uma troca de marcadores em 
determinados setores da quadra.
3.1. Vantagens:
ο Facilita o sistema de cobertura e diminui o desgaste físico.
3.2. Desvantagens:
ο Contraindicado para iniciantes; erro de coordenação na troca de 
marcação coloca o adversário em superioridade numérica.
147147
MODELOS DE ORGANIZAÇÃO E TREINAMENTO 
DAS MODALIDADES COLETIVAS: BASQUETEBOL, 
FUTEBOL, FUTSAL, HANDEBOL E VOLEIBOL
 Capítulo 4 
• Tipos de marcação mais utilizadas (MUTTI, 1994 apud MORATO, 2004).
1. Marcação Diagonal ou “gangorra” (3 x 1) - Pode ser com marcação 
total ou parcial. Consiste emtirar espaços do homem de posse da bola, e 
os defensores formam uma linha diagonal atrás do jogador que marca o 
adversário com bola. Este tipo de marcação também é conhecido como 
“Gangorra”, isto é, no momento em que a bola é passada de um atacante para 
o outro, a defesa irá aproximar-se para a marcação, quando o atacante estiver 
com a bola a frente de sua área de meta os defensores devem posicionar-se 
atrás do marcador do atacante com a posse de bola, formando um triângulo 
entre os defensores na quadra de ataque.
Esta marcação também é conhecida como marcação no homem de posse 
de bola, pois a característica principal é efetiva marcação pressão no jogador 
que, no momento, estiver com a posse de bola, evitando qualquer ação de 
ataque daquele atleta.
2. Marcação de faltas (formação de barreiras) - É muito importante um 
sistema de defesa pré-determinado para que o adversário não tenha êxito 
na cobrança de uma falta. Devemos primeiramente saber como montarmos 
a barreira e, após, onde posicionaremos os homens da sobra (aqueles 
que não fi carão na barreira). Para formar a barreira e a sobra, devemos 
primeiro considerar o local da quadra em que a falta será cobrada e, depois, 
posicionarmos a barreira com o número necessário de jogadores. Recomenda-
se utilizar as seguintes formações de barreira, com os respectivos jogadores 
na sobra.
BELLO, Nicolino; ALVES, Ubiratan Silva. Futsal – Conceitos 
Modernos. São Paulo: Phorte, 2007.
d) Sugestão de modelo de treinamento para o Futsal
O futsal pode absorver os modelos das técnicas do futebol, com as 
devidas adaptações em relação ao tamanho da quadra, ao tipo de bola e as 
posições táticas do futsal. 
148
 Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
Quadro 21 - Relação dos conteúdos com os respetivos níveis de desempenho
CONTEÚDOS BÁSICO ELEMENTAR INTERMEDIÁRIO ESPECIALIZAÇÃO
Relação com 
a bola
Relação 
com a bola 
Controle 
da bola 
Passe X 
recepção 
Condução 
Remate 
Posição 
defensiva 
Controlo da bola 
Passe X recep-
ção Condução 
Remate Drible/
Finta Posição 
defensiva Inter-
cepção/
desarme 
Controlo da bola 
Passe X recepção 
Condução Re-
mate Drible/Finta 
Posição defensiva 
Intercepção/de-
sarme 
Controlo da bola 
Passe X recepção 
Condução Re-
mate Drible/Finta 
Posição defensiva 
Intercepção/desar-
me
Princípios 
ofensivos 
Penetração 
Cobertura 
ofensiva 
Penetração Co-
bertura ofensiva 
Penetração 
Cobertura ofen-
siva Mobilidade 
Espaço 
Penetração Co-
bertura ofensiva 
Mobilidade Espaço 
Princípios 
defensivos Contenção 
Contenção 
Cobertura defen-
siva 
Contenção Co-
bertura defensiva 
Equilíbrio Concen-
tração 
Contenção Co-
bertura defensiva 
Equilíbrio Concen-
tração
Fonte: Adaptado de Braz, Mendes e Palas (2013).
Atividade de Estudos:
1) Você viu os aspectos relacionados à preparação para o 
FUTSAL. Para levar esta teoria para a prática, elabore, agora, 
a partir do modelo abaixo, um treinamento para o futsal de 
uma equipe com jogadores adultos, em seus aspectos físicos, 
técnicos e táticos, no período básico. O quadro apresenta uma 
sugestão para a segunda-feira e você deve preencher com as 
suas sugestões de treinos para toda a semana:
 CATEGORIA:___________________. 
 Prof._______________________
 PERÍODO:_____/_____ a _____/_____.
 MICROCICLO: ___________________
149149
MODELOS DE ORGANIZAÇÃO E TREINAMENTO 
DAS MODALIDADES COLETIVAS: BASQUETEBOL, 
FUTEBOL, FUTSAL, HANDEBOL E VOLEIBOL
 Capítulo 4 
SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA SEXTA 
OB
JE
TI
VO
Aperfeiçoar 
a resistência 
muscular 
localizada, os 
fundamentos 
de condução 
e chute e 
sistema de 
ataque e 
defesa
TE
CN
IC
O
Fundamen-
tos:
Condução 
de bola e 
fi nalização
(30min).
TA
TI
CO
Sistema de 
Ataque e 
Defesa:
Ataque 4-0 
contra Defe-
sa por zona
Alternando 
equipes de 
ataque e 
defesa
(50min)
FI
SI
CO
Aquecimento:
Alongamento 
Res. Muscu-
lar Localiza-
da:
Musculação 
(60min).
TO
TA
L
2 h e 20 min.
150
 Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
Para saber mais sobre o planejamento dos treinos no futsal, 
acesse os conteúdos a seguir: 
BRAZ, Jorge; MENDES José Luís; PALAS, Pedro. Etapas de 
Formação do Jogador de Futsal. Federação Portuguesa de Futsal. 
2013. Disponível em <http://www.fpf.pt/Portals/0/Documentos/
Noticias/Livros/Etapas_Formacao_Jogador_Futsal.pdf>. 
ALMEIDA, Alexandre Gomes de; ARRUDA, Miguel; MARIA 
Thiago Santi. Futsal: Treinamento de alto rendimento. Rio de 
Janeiro: Phorte, 2009.
Acesse a página “Treino Futsal” através do link: <http://
treinofutsal.webnode.pt/>, para ter acesso a outras formas de 
planejamento do treino de futsal. 
HANDEBOL
O handebol é bastante popular nas escolas e muito conhecido no país, 
apesar de pouco se ver a prática desse esporte como hábito em momentos 
de lazer e as emissoras de televisão, com canais abertos, normalmente não 
transmitirem jogos. A aula de Educação Física é a principal fonte de promoção 
do handebol no país (GONZÁLEZ; BORGES; IMPOLCETTO, 2014). Tem 
bastante prática nas escolas, pois é o esporte coletivo mais fácil de ensinar e 
de aprender por reunir movimentos básicos como corrida, salto e arremesso. 
Sua simplicidade permite que o iniciante domine em pouco tempo a dinâmica 
funcional do jogo, constituindo-se em um meio acessível para a educação do 
movimento, da sua percepção e da relação entre os indivíduos (SHIGUNOV; 
PEREIRA, 1993).
No que se refere à lógica interna, por se tratar de um “esporte coletivo 
de cooperação e de invasão”, a modalidade se caracteriza pela tentativa das 
equipes em ocupar o setor da quadra defendido pelo adversário para marcar 
gols, protegendo simultaneamente sua própria meta. Portanto, as ações de 
uma equipe durante a partida estão relacionadas ao oponente, interferindo e 
151151
MODELOS DE ORGANIZAÇÃO E TREINAMENTO 
DAS MODALIDADES COLETIVAS: BASQUETEBOL, 
FUTEBOL, FUTSAL, HANDEBOL E VOLEIBOL
 Capítulo 4 
sofrendo interferência do adversário, o que constitui o handebol como uma 
“modalidade esportiva com interação” (GONZÁLEZ; BORGES; IMPOLCETTO, 
2014). 
No handebol, a cada ataque, os jogadores efetuam um grande número de 
passes. É por meio dessas trocas de passes e dribles, realizadas em grande 
velocidade, que tentam penetrar na defesa adversária, necessitando muita 
efi ciência para não perder a posse da bola e gerar contra-ataques. Nessa 
ação, é possível perceber que o handebol demanda a necessidade de uma 
alta velocidade na capacidade de tomada de decisão dos jogadores. Assim, 
é um esporte que requer muita inteligência dos participantes, pois as opções 
de ação são várias e, muitas vezes, precisam ser processadas em milésimos 
de segundos. Por exemplo, arremessar, driblar, passar ou realizar uma 
combinação tática, são algumas das alternativas que precisam ser levadas em 
conta para o êxito da ação (GONZÁLEZ; BORGES; IMPOLCETTO, 2014).
a) A preparação física no handebol
Para Bompa (2005), as características físicas do handebol estão baseadas 
em:
• Sistema de energia dominante: lático e aeróbico
• Ergogênese: alático - 20%; lático – 30%; aeróbico – 50%
 – Jogo rápido e potente, com altas queimas de energia, repetidas de 20 a 
40 vezes por jogo;
 – Curtos períodos de recuperação, de 3 a 7 segundos, devido às pausas.
• Fatores limitantes de performance: aceleração e desaceleração, 
mudanças de direção, potência de arremesso, agilidade e alta coordenação 
coma bola (manejo de bola).
• Objetivos de treinamento:
 – Desenvolver todos os sistemas energéticos (QF Imprescindível (IM)) 
sobre uma boa e específi ca condição aeróbica para sustentar o ritmo 
consistente e rápido durante o jogo todo;
 – Desenvolver pernas e tronco potentes, como base para a alta 
aceleração/desaceleração e mudanças de direção;
 – Desenvolver a potência (QF Imprescindível (IM)) de salto (vertical e 
horizontal) e de arremesso;
 – Desenvolver a agilidade e a coordenação (QF Imprescindível (IM)) 
entre pé e mão (manejo da bola).152
 Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
Dantas (2003) sugere que no handebol sejam treinadas, na fase básica, 
fl exibilidade, RML, força dinâmica, resistência aeróbica e velocidade de 
movimentos. Na fase específi ca, devem-se aprimorar os níveis de força 
explosiva e resistência anaeróbica e, no período de competição, aperfeiçoam-
se as capacidades imprescindíveis adquiridas.
Quadro 22 - Métodos a serem utilizados na preparação física do handebol
QUALIDADES
FÍSICAS
PERÍODO PREPARATÓRIO
PERÍODO DE 
COMPETIÇÃO
PERÍODO DE 
TRANSIÇÃOFASE
BÁSICA
FASE
ESPECÍFICA
RML e 
Força Dinâmica Musculação Circuito Circuito Calestenia
Força Explosiva - Power Training Power Training -
Res. Aeróbica Fartleck Fartleck Corrida continua Cross Promenade
Res. Anaeróbica - Circuito Circuito
Velocidade Métodos Intervalados Circuito Circuito -
Flexibilidade 3S 3S 3S Métodos Passivos
Fonte: Adaptado de Dantas (2003).
Lembrando que existem outros autores e outros métodos de treinamento 
os quais podem ser utilizados na periodização da preparação física do 
handebol.
b) Preparação técnica no handebol
 
A técnica empregada nessa modalidade requer muita precisão e efi ciência, 
tanto nas fi nalizações quanto nos passes. A coordenação na execução dos 
movimentos é essencial no deslocamento com a bola. O ato de arremesso 
em deslocamento, realizando uma sequência de passos antes da fi nalização, 
evidencia essa necessidade. Um atleta de alto nível dessa modalidade é capaz 
de realizar até oito contatos no solo em uma mesma jogada, após receber a 
bola. Isso permite percorrer uma distância considerável com a posse do móvel 
(GONZÁLEZ; BORGES; IMPOLCETTO, 2014).
De acordo com Reis (2006), os conteúdos específi cos do handebol 
podem ser classifi cados em: progressões, fundamentos, táticas individuais 
ofensivas, táticas individuais defensivas, táticas coletivas ofensivas, táticas 
coletivas defensivas, os postos específi cos ofensivos e os postos específi cos 
defensivos. Assim, as progressões têm as características de (REIS, 2006):
153153
MODELOS DE ORGANIZAÇÃO E TREINAMENTO 
DAS MODALIDADES COLETIVAS: BASQUETEBOL, 
FUTEBOL, FUTSAL, HANDEBOL E VOLEIBOL
 Capítulo 4 
Progressões - são quase todos os deslocamentos feitos com 
ou sem a posse da bola. Com a posse da bola o deslocamento 
pode ser realizado através de um, dois ou no máximo três passos 
em qualquer direção ou mesmo sem deslocamento. 
• Os fundamentos do handebol - São movimentos fundamentais do 
handebol, executados segundo um determinado gesto técnico, que é 
a forma "correta" de execução de um movimento específi co, descrito de 
modo biomecânico. Os principais fundamentos do handebol são (REIS, 
2006):
1. Empunhadura - é a forma de empunhar a bola de handebol com uma 
das mãos. Ela deve ser segurada com as falanges distais dos cinco dedos 
abertos e com a palma da mão em uma posição ligeiramente côncava. 
Observações: os dedos devem abarcar a maior superfície possível da bola, os 
dedos devem exercer uma certa força (pressão) na bola para que ela esteja 
bem segura. 
2. Recepção - Deve ser feita sempre com as duas mãos paralelas e 
ligeiramente côncavas voltadas para frente. Recentemente os atletas utilizam-
se também da recepção com uma das mãos. Então, apesar da literatura 
específi ca sobre o método parcial haver considerado esse uso habitual recente 
como um erro, a prática atual e sua efi ciência em diversas situações têm nos 
dado os elementos necessários para indicarmos o ensino e treinamento da 
recepção com uma das mãos como um elemento necessário para o jogo 
de handebol. A recepção pode ser classifi cada em: alta, média e baixa, 
dependendo da altura com que a bola seja recepcionada.
3. Passes - São movimentos que permitem a bola ir de um jogador a outro 
Dessa forma, ele necessita sempre da interdependência de no mínimo duas 
pessoas. Os tipos de passes podem ser classifi cados da seguinte maneira:
3.1. Passes acima do ombro: podem ser realizados em função da 
trajetória da bola para frente ou oblíquo, sendo que ambos podem ser: 
retifi cado ou bombeado.
3.2. Passes em pronação: lateral e para trás.
3.3. Passes por de trás da cabeça: lateral e diagonal.
3.4. Passes por de trás do corpo: lateral e diagonal.
154
 Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
3.5. Passe para trás: na altura da cabeça com extensão do pulso.
3.6. Passe quicado: quando a bola toca o solo uma vez antes de ser 
recepcionada pelo companheiro. Nesse tipo de passe a bola é atirada ao solo 
em trajetória diagonal.
4. Arremesso - É um fundamento realizado sempre em direção ao 
gol. A maioria dos arremessos pode ser denominada "de ombro" e segue 
basicamente a mesma descrição de movimento a seguir - a bola deve ser 
empunhada, palma da mão voltada para frente, cotovelo ligeiramente acima 
da linha do ombro, a bola deve ser levada na linha posterior a da cabeça e 
no momento do arremesso ser empurrada para frente com um movimento 
de rotação do úmero. Os arremessos podem ser classifi cados em função da 
forma de execução:
4.1. Com apoio - signifi ca que um dos pés do arremessador ou ambos 
está(ão) em contato com o solo.
4.2. Em suspensão - signifi ca que no momento do arremesso não há 
apoio de nenhum tipo do arremessador com o solo.
4.3. Com queda - signifi ca que após a bola ter deixado a mão do 
arremessador, ele realiza uma queda, que normalmente se dá dentro da 
área adversária e de frente - arremesso bastante comum entre os pivôs e 
eventualmente entre os pontas.
4.4. Com rolamento - signifi ca que após a bola ter deixado a mão do 
arremessador, ele realiza um rolamento, na maioria das vezes um rolamento de 
ombro. Este tipo de arremesso é mais comum entre os pontas e eventualmente 
por pivôs.
4.5. Condições importantes para um bom arremesso (ZAMBERLAN, 
1999):
ο Oportunidade: procurar a melhor posição e momento oportuno para a 
fi nalização, ou seja, quando o jogador está livre de marcação;
ο Velocidade de reação: o arremesso deve ser feito com rapidez para 
surpreender o adversário, não dando tempo para que os defensores se 
organizem na defesa;
ο Precisão (direção): o êxito do arremesso está diretamente ligado à 
direção da bola. Procurar arremessos nos pontos de maior difi culdade 
para o goleiro;
ο Força explosiva: essa força faz com que a bola chegue ao local 
pretendido o mais rapidamente possível e com força necessária, 
difi cultando a ação de defesa do goleiro;
155155
MODELOS DE ORGANIZAÇÃO E TREINAMENTO 
DAS MODALIDADES COLETIVAS: BASQUETEBOL, 
FUTEBOL, FUTSAL, HANDEBOL E VOLEIBOL
 Capítulo 4 
ο Variedade de arremesso: o jogador deve dominar vários tipos de 
arremesso para aplicá-los em cada situação específi ca de jogo. A 
variação de tipos de arremesso e as posições diferentes facilitam a 
obtenção de um gol;
ο Habilidade na execução (técnica correta): execução correta da 
técnica do arremesso, procurando a utilização correta de cada segmento 
envolvido.
5. Drible - É o movimento de bater na bola contra o solo com uma das 
mãos estando o jogador parado ou em movimento.
6. Ritmo Trifásico - (conhecido entre os atletas como "3 passadas") é 
considerado pela literatura específi ca do método parcial como um fundamento 
no qual o jogador dá três passos à frente e em direção à meta adversária com 
a posse da bola.
7. Duplo Ritmo Trifásico - (conhecido entre os atletas como "dupla 
passada") é considerado pela literatura específi ca do método parcial como um 
fundamento em que o jogador dá "sete" passos com a posse da bola, sendo 
obrigatoriamente realizados à frente, da seguinte forma: os três primeiros 
passos são dados com a posse da bola imediatamente após tê-la recebido, 
e simultaneamente na execução do quarto passo o jogador terá que quicar a 
bola no solo uma vez, tornar a empunhá-la e dar mais três passos com a bola 
dominada. Ao fi nal do sétimo passo ele terá obrigatoriamente que passar ou 
arremessar a bola, com a perna contrária aobraço que realizará o arremesso.
Para saber um pouco mais sobre o treinamento do handebol, 
acesse o artigo: O ensino do handebol utilizando-se do método 
parcial, texto escrito por Heloisa Helena Baldy dos Reis, em 2006. 
Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd93/handebol.htm>.
c) Preparação tática no handebol
É sempre importante ressaltar que, como em outros esportes com 
interação entre adversários, os gestos motores somente acontecem após um 
intrincado processo cognitivo de leitura do jogo e tomada de decisão. Desse 
modo, é importante que a execução dos movimentos ocorra sempre em 
função da tática individual, que precisa ser o cerne do ensino dos esportes 
com interação, em virtude das próprias características de lógica interna e 
estrutura funcional que a modalidade apresenta, particularmente nas etapas de 
iniciação. Diversas são as “intenções táticas” que podem ser identifi cadas para 
156
 Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
cada um dos “subpapéis”. No handebol, as “combinações táticas” ocorrem com 
bastante frequência. Em todo ataque é possível observar a presença desse 
importante e decisivo elemento do desempenho esportivo. São exemplos de 
combinações táticas: passar e seguir, engajamento, cruzamento, bloqueios 
diretos e indireto, estáticos e dinâmicos.
Outro importante elemento é o sistema de jogo, que diz respeito à 
organização dos jogadores na quadra. Nessa modalidade são utilizados 
diversos sistemas para defender e para atacar. Ainda a respeito dos sistemas 
de jogo, é sempre bom lembrar que são ensinados em etapas de ensino 
avançadas da modalidade. No princípio, a marcação individual, em que cada 
aluno é responsável por marcar um adversário direto, deve ser priorizada nas 
primeiras etapas.
• Sistemas Ofensivos do Handebol (PORTAL SÃO FRANCISCO)
1. Sistema Ofensivo 5-1
 – É um sistema com cinco jogadores atuando à frente da área de tiro livre, 
equidistantes, e um infi ltrador (pivô) próximo da área de gol, ocupando 
a faixa central da baliza onde o ângulo de arremesso é maior.
 – Os cinco jogadores que atuam fora da área de tiro livre devem receber 
a função de armação das jogadas, utilizando nisto três jogadores, 
enquanto os outros dois, jogando nas laterais, tentam a penetração ou 
combinação de fi ntas e fi nalizações com o pivô.
 – O pivô deve se movimentar em relação à bola, acompanhando para 
o lado onde está sendo armada a jogada, procurando facilitar o 
recebimento, só sair para o lado proposto ao da jogada quando quiser 
criar o vazio ou possibilitar a tabela com quem está penetrando. Sua 
movimentação será junto à linha do goleiro para facilitar a execução 
dos arremessos especiais, saindo somente se necessário para facilitar 
o recebimento da bola. É um sistema com aplicação contra defesa nos 
sistemas 6-0, 4-2, 3-3 e 3-2-1.
2. Sistema Ofensivo 6:0
 – É um sistema com seis jogadores atuando à frente da área de tiro livre, 
equidistantes, procurando ocupar toda a frente da área. Os jogadores 
procuram trocar passes na tentativa de conseguirem penetrar ou obter 
condições vantajosas para executar os arremessos de longa distância. 
 – É o sistema mais simples, sendo indicado para a ofensiva, continuando 
157157
MODELOS DE ORGANIZAÇÃO E TREINAMENTO 
DAS MODALIDADES COLETIVAS: BASQUETEBOL, 
FUTEBOL, FUTSAL, HANDEBOL E VOLEIBOL
 Capítulo 4 
na mesma faixa de campo, dando aos alunos noção de ataque 
organizado sem perder a estrutura defensiva, importante quando perder 
a posse da bola. Essa formação ofensiva não prevê o emprego de pivô, 
e as jogadas são armadas fora da área de tiro livre, prevalecendo os 
arremessos de longa distância e as penetrações laterais.
 – Deve-se orientar os armadores para fazerem a armação das jogadas 
pelas laterais, trazendo a defesa mais para um dos lados e conseguindo 
a possibilidade de penetração pelo lado contrário com o ponta. Caso a 
armação seja feita no centro da quadra, deve-se dar a orientação de 
que troquem passes mais perto do meio do campo, evitando, com isso, 
embolar o jogo e facilitar o corte dos passes pelos defensores.
 – No handebol, quando praticado em nível elevado, com jogadores de 
grande habilidade, o mesmo sistema ofensivo volta a ser empregado. 
Os jogadores se colocam bem abertos, procurando tirar a defesa da sua 
colocação junto à área do goleiro, abrindo e possibilitando o emprego 
de um pivô móvel.
 – Quando as jogadas são armadas por uma das laterais, o ponta do 
lado contrário penetra pelo meio, ocupando a posição do pivô. Sua 
penetração é feita pelas costas dos defensores centrais, difi cultando o 
trabalho destes: por estar em movimento, fi ca com maiores condições 
de receber os passes; caso não consiga receber a bola ou a jogada 
mude de lado, ele volta para sua posição, dando ao ponta do lado 
contrário a possibilidade de penetrar e ocultar a posição do pivô. É um 
sistema com aplicação contra defesa nos sistemas 6-0, 5-1, 3-3, e 3-2-
1.
• Sistemas Defensivos do Handebol
1. Sistema Defensivo 6-0
 – É um sistema que se caracteriza por apenas uma linha de defesa com 
os seis jogadores atuando próximos a linha dos seis metros. Eles se 
deslocam de acordo com a trajetória da bola, para a direita e para a 
esquerda, para frente e com retorno em diagonal para linha dos seis 
metros.
 – As posições defensivas neste sistema são: ponta esquerda, meia-
esquerda, central esquerdo, ponta direita, meia-direita, central direito.
 – Utiliza-se contra equipes em cujo coletivo se encontre um grande 
número de jogadores de seis metros de elevado nível e as quais faltem, 
158
 Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
contudo, bons especialistas em arremessos de meia distância. A defesa 
é vulnerável aos arremessos de meia distância e pressupõe um goleiro 
acima da média. O sistema 6-0 pode aplicar-se também ofensivamente, 
o que, porém, não é vulgar.
1.1. Vantagens
 – É muito ampla, diminuindo, assim, os espaços junto à área de gol, 
difi cultando o trabalho de alas e pivôs;
 – As tarefas dos defensores são claras, compreensíveis e modifi cam-se 
pouco durante o jogo;
 – Defensores extremos podem partir tranquilos para contra-ataque, pois a 
área da baliza é sufi cientemente coberta pelas demais;
 – Dá boa margem à cobertura;
 – Não permite arremesso de curta distância e penetrações próximo a 
área de gol.
1.2. Desvantagens
 – Frágil nos arremessos de meia distância,
 – Perturba-se pouco a liberdade de movimentação do adversário,
 – Pouco efi caz para roubar a bola;
 – Permite arremessos de média e longa distância e não permite contra-
ataques rápidos.
2. Sistema Defensivo 5-1
 – Formado por duas linhas de defesa, uma com cinco jogadores próximos 
a linha de seis metros e a segunda com um jogador sobre a linha dos 
nove metros. O jogador avançado deve ser rápido, ágil e resistente, 
não tendo muita importância a sua estatura. As suas tarefas são: não 
permitir arremessos de longa distância (zona central da baliza); evitar 
que seja feito um passe para o pivô; perturbar o jogo dos atacantes 
nos arremessos de longa distância e interceptar passes; auxiliar 
especialmente os defensores laterais esquerdo e direito na luta contra 
os armadores; iniciar o contra-ataque.
 – Utiliza-se este sistema contra equipes com bons jogadores de seis 
metros e um bom passador e especialista em remate de meia distância. 
Este sistema tem muitas facetas na sua aplicação, uma vez que pode 
utilizar-se tanto de maneira muito ofensiva como muito defensiva.
o Defensiva: os defensores saem pouco, até os armadores se limitam 
mais aos bloqueios de longa distância.
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MODELOS DE ORGANIZAÇÃO E TREINAMENTO 
DAS MODALIDADES COLETIVAS: BASQUETEBOL, 
FUTEBOL, FUTSAL, HANDEBOL E VOLEIBOL
 Capítulo 4 
o Ofensiva: laterais esquerdo e direito saem até a linha dos nove metros 
e atacam o adversário com a bola. Com este comportamento ofensivo 
nasce uma defesa estática, com profundidade e largura, que passa de 
uma

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