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Ética e Cidadania Elaine Arantes 2013 Curitiba-PR PARANÁ Catalogação na fonte pela Biblioteca do Instituto Federal do Paraná © INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ – EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Este Caderno foi elaborado pelo Instituto Federal do Paraná para a rede e-Tec Brasil. Presidência da República Federativa do Brasil Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Prof. Irineu Mario Colombo Reitor Prof. Joelson Juk Chefe de Gabinete Prof. Ezequiel Westphal Pró-Reitor de Ensino – PROENS Gilmar José Ferreira dos Santos Pró-Reitor de Administração – PROAD Prof. Silvestre Labiak Pró-Reitor de Extensão, Pesquisa e Inovação – PROEPI Neide Alves Pró-Reitor de Gestão de Pessoas – PROGEPE Bruno Pereira Faraco Pró-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional – PROPLAN Prof. Marcelo Camilo Pedra Diretor Geral do Câmpus EaD Prof. Célio Alves Tibes Junior Diretor de Ensino, Pesquisa e Extensão – DEPE/EaD Coordenador Geral da Rede e-Tec Brasil – IFPR Thiago da Costa Florencio Diretor Substituto de Planejamento e Administração do Câmpus EaD Prof.ª Patrícia de Souza Machado Coordenadora de Ensino Médio e Técnico do Câmpus EaD Prof.ª Monica Beltrami Coordenadora do Curso Jessica Brisola Stori Assistente Pedagógica Prof.ª Ester dos Santos Oliveira Coordenadora de Design Instrucional Prof.ª Sheila Cristina Mocellin Lídia Emi Ogura Fujikawa Designers Instrucionais Jessica Deus Soares Revisora Aline Kavinski Diagramadora e-Tec/MEC Projeto Gráfico e-Tec Brasil3 Prezado estudante, Bem-vindo à Rede e-Tec Brasil! Você faz parte de uma rede nacional de ensino, que por sua vez constitui uma das ações do Pronatec - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego. O Pronatec, instituído pela Lei nº 12.513/2011, tem como objetivo principal expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de Educação Profissional e Tecnológica (EPT) para a população brasileira propiciando caminho de o acesso mais rápido ao emprego. É neste âmbito que as ações da Rede e-Tec Brasil promovem a parceria entre a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC) e as instâncias promotoras de ensino técnico como os Institutos Federais, as Secretarias de Educação dos Estados, as Universidades, as Escolas e Colégios Tecnológicos e o Sistema S. A Educação a Distância no nosso país, de dimensões continentais e grande diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao garantir acesso à educação de qualidade, e promover o fortalecimento da formação de jovens moradores de regiões distantes, geograficamente ou economicamente, dos grandes centros. A Rede e-Tec Brasil leva diversos cursos técnicos a todas as regiões do país, incentivando os estudantes a concluir o Ensino Médio e realizar uma formação e atualização contínuas. Os cursos são ofertados pelas instituições de educação profissional e o atendimento ao estudante é realizado tanto nas sedes das instituições quanto em suas unidades remotas, os polos. Os parceiros da Rede e-Tec Brasil acreditam em uma educação profissional qualificada – integradora do ensino médio e educação técnica, – é capaz de promover o cidadão com capacidades para produzir, mas também com autonomia diante das diferentes dimensões da realidade: cultural, social, familiar, esportiva, política e ética. Nós acreditamos em você! Desejamos sucesso na sua formação profissional! Ministério da Educação Novembro de 2011 Nosso contato etecbrasil@mec.gov.br Apresentação e-Tec Brasil e-Tec Brasil5 Indicação de ícones Os ícones são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual. Atenção: indica pontos de maior relevância no texto. Saiba mais: oferece novas informações que enriquecem o assunto ou “curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao tema estudado. Glossário: indica a definição de um termo, palavra ou expressão utilizada no texto. Mídias integradas: sempre que se desejar que os estudantes desenvolvam atividades empregando diferentes mídias: vídeos, filmes, jornais, ambiente AVA e outras. Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em diferentes níveis de aprendizagem para que o estudante possa realizá-las e conferir o seu domínio do tema estudado. Sumário Palavra da professora-autora 11 Aula 1 – Ética e moral 13 1.1 Introdução à Ética 13 1.2 Introdução à Moral 14 1.3 A visão ética de Einstein 16 Aula 2 – Valores éticos individuais e organizacionais 19 2.1 Valores e virtudes 19 2.2 Consciência ética 21 Aula 3 – Conduta humana fundamentada na ética 23 3.1 A conduta ética 23 3.2 Os dilemas pessoais e profissionais que enfrentamos 23 3.3 Os interesses pessoais 24 Aula 4 – Por que falar sobre ética? 27 4.1 Decisões éticas e antiéticas na história da humanidade 27 4.2 Pesquisas científicas 28 4.3 Internet com ética 29 Aula 5 – A conduta cidadã 31 5.1 Evolução do conceito de cidadania 31 Aula 6 – Cidadãos: direitos e deveres cotidianos 35 6.1 Cidadão ou consumidor do governo? 35 6.2 O “jeitinho” é um traço cultural brasileiro? 36 Aula 7 – Ética profissional 39 7.1 O que é profissão? 39 7.2 Virtudes exigidas na conduta profissional 40 7.3 Código de ética de uma profissão 40 e-Tec Brasil Aula 8 – Código de ética 43 8.1 Código de ética empresarial e profissional 43 8.2 Como se elabora um código de ética empresarial 44 Aula 9 – Gestão da reputação do profissional 47 9.1 A ética, a reputação e a imagem do profissional 47 9.2 Direito de uso de imagem 47 Aula 10 – Ética na administração e gestão 53 10.1 Habilidades para a administração 53 10.2 Mudanças na natureza do trabalho e a necessidadedo desenvolvimento de novas habilidades de gestão 54 Aula 11 – Questões éticas envolvidasnos relacionamentos interpessoais no trabalho 57 11.1 O processo de comunicação 57 11.2 Ruídos de comunicação e conflitos 58 Aula 12 – Adversidades no ambiente de trabalho e o papel da liderança 61 12.1 A linha que separa a firmeza da liderança e o assédio moral 61 12.2 Resiliência: suportando pressões num ambiente de adversidades 61 Aula 13 – A gestão da diversidade valorizando as diferenças no convívio social e profissional – I 65 13.1 A gestão da diversidade 65 13.2 Afrodescendentes no Brasil 65 13.3 A política de cotas no Brasil 67 Aula 14 – A gestão da diversidade valorizando as diferenças no convívio social e profissional – II 69 14.1 Exemplos de superação 69 14.2 A normatização brasileira garantindo a inclusão de pessoas com deficiência 70 Aula 15 – A segurança no trabalho para pessoas com deficiência 73 15.1 Conceito de deficiência 73 15.2 Pessoas com deficiência no ambiente de trabalho 74 15.3 Segurança e medicina no trabalho para pessoas com deficiência 75 Aula 16 – Interculturalidade, relações interpessoais e a conduta ética profissional 79 16.1 A influência do contexto cultural no comportamento ético profissional 79 16.2 A moral brasileira 79 Aula 17 – Ética nas negociações 81 17.1 O “sim” nem sempre é o suficiente 81 17.2 Natureza do conflito 81 17.2.2 Conflitos devem ser evitados? 82 Aula 18 – A ética no setor público 85 18.1 O código de ética do servidor público 85 Aula 19 – A ética, a transparência e a responsabilidade social 89 19.1 Como a responsabilidade social se insere na gestão das organizações 89 19.2 A gestão socialmenteresponsável dos negócios e o respeito à diversidade 90 19.3 O que a responsabilidade tem a ver com a segurança do trabalho? 91 Aula 20 – Ética pessoal, pública e privada 93 20.1 Decisões éticas são tomadas por pessoas éticas 93 Referências95 Atividades autointrutivas 99 Currículo da professora-autora 119 e-Tec Brasil Palavra da professora-autora e-Tec Brasil11 Querido aluno, Ética é um tema sempre presente no nosso cotidiano desde o relacionamento pessoal e profissional até a reflexão sobre as descobertas feitas por pesquisas científicas feitas cujo impacto leva ao questionamento sobre os limites do controle da vida do ser humano. Nós nos deparamos frequentemente com escândalos e tendemos a crer que a falta de ética é a regra geral, na conduta do homem. Quero, neste livro, ressaltar que cabe a cada um de nós o comportamento ético e moral diário dando a devida importância ao exercício pleno da cidadania contribuindo para a formação de pessoas e profissionais que construam uma Nação melhor. Iniciaremos nossa abordagem com os conceitos fundamentais de ética, moral, cidadania, valores, conduta ética, dilemas éticos e consciência ética. Vistos estes conceitos, vamos aplicá-los no cotidiano do homem e do profissional, voltando para a gestão. O profissional de segurança do trabalho, assim como aqueles de diferentes áreas, se depara diariamente com situações em que seus valores são colocados à prova. Quais parâmetros considerar para a tomada de decisão? Vamos discutir amplamente neste livro os temas voltados para a gestão e sua relação com as bases éticas fundamentais. Liderança, comunicação, relacionamento interpessoal, código de ética profissional e organizacional, gestão da reputação, valorização da diversidade, ética no serviço público são alguns temas sobre os quais você refletirá em termos de consciência e conduta ética. Ao final deste livro, fica a pergunta: Ética pública e privada: há luz no fim do túnel? Vamos refletir e responder juntos a partir das discussões que fizemos ao longo desta obra. Artigos, vídeos, entrevistas e enquetes complementam o conteúdo apresentado a partir da percepção de outras pessoas e nos permitem comparar o que foi visto neste livro, nossa própria percepção e a contribuição de terceiros. Minha sugestão é que você leia, reflita e discuta com os seus colegas, construindo coletivamente o conhecimento sobre este tema. Boa leitura e bom trabalho! Professora Elaine Cristina Arantes e-Tec Brasil13 Aula 1 – Ética e moral Na primeira aula, vamos abordar os conceitos fundamentais de ética e moral desde sua abordagem nos tempos antigos, antes de Cristo até nossos dias. Vamos refletir sobre a base destes conceitos e compreender a diferença entre o que é moral, imo- ral e amoral. Desde já, quero deixar claro que não é minha pretensão abordar a ética e seus conceitos correlatos em bases filosóficas, mas trazendo para nosso cotidiano a reflexão sobre o que é ético e antiético assim como a relação do cidadão com seu município, estado e país na busca pelo bem comum. 1.1 Introdução à Ética Há uma confusão na compreensão dos termos ética e moral, inclusive levan- do a crer que ambos têm o mesmo significado. Deixo claro que isto não está correto. Vamos compreender o conceito de ética para depois diferenciá-lo de moral. Quando falamos sobre ética, parece que as coisas estão indo mal. Parece que há uma crise e logo nos reportamos a escândalos envolvendo a admi- nistração pública. "Ora, cada um de nós tem sua própria ética baseada nas regras impostas pelo grupo do qual fazemos parte cujas ações se fundamen- tam na cultura transmitida de geração a geração e que nos diz o que é certo ou errado". “A ética, como ciência do ethos, é um saber elaborado segundo regras ou segundo uma lógica peculiar” segundo o ensinamento de Patrus-Penas e Castro (2010, p. 32). É a ética, conforme Srour (2011, p.21), que esclarece o motivo que leva os agentes sociais a tomarem esta ou aquela decisão, orientados por este ou aquele valor, condicionados por estes ou aqueles interesses. Portanto, ser ético, significa ser um agente social cujas decisões são fundamentadas na moral do grupo ao qual pertence e são tomadas com base em valores e in- teresses que busquem o bem comum. Colombo et. al (2011, p.11) recorre a Vázquez (2005) para ensinar que ética “pode ser compreendida como ‘teoria, investigação ou explicação de um tipo de experiência humana ou forma de comportamento dos homens’ e possui como função fundamental estudar a essência do comportamento moral”. O termo ética foi trazido pelos trabalhos de Pitágoras em VI a.C. e por Aris- tóteles, em IV a.C. em sua obra “Ética a Nicômaco”. Cada sociedade tem sua ética própria, assim, não podemos dizer que há cer- to ou errado quando se compara o papel que se atribui à mulher no ocidente com aquele preconizado no Oriente Médio ou na cultura muçulmana. Veja o exemplo da Figura 1.1, em que a mulher muçulmana está usando uma burka, vestimenta que não é adotada pela mulher ocidental. Figura 1.1: Burka – vestimenta obrigatória para as mulheres mulçumanas. Fonte: Domínio Público/Wikimedia Commons. 1.2 Introdução à Moral Colombo et. al (2011 p. 25) indica que, para Vásquez (2005) o compor- tamento moral é legislado pela ética. Os autores reforçam ainda que “a ética vai definir o que é bom e investigar princípios da moralidade de uma sociedade. Ela fundamenta e justifica certos comportamentos, mas não cria a moral”. A moral de um povo é o conjunto de normas vigentes consideradas como critérios que orientam o modo de agir dos indivíduos daquela sociedade. “Quando se qualifica um comportamento como bom ou mau, tem-se um critério que é definido no espaço da moralidade” ensina Rios (2011, p. 29) e isso interessa à ética no sentido de procurar o fundamento dos valores que oferecem sustentação para este comportamento bom ou mau. Preconizado: que se preconizou; aconselhado, recomendado. Fonte: http:// aulete.uol.com.br/preconizado. Ética e Cidadaniae-Tec Brasil 14 Observe que a Figura 1.2 resume e diferencia a ética como disciplina teórica e a ética individual, a moral e a conduta. Figura 1.2: Terminologia para ética, moral e conduta. Fonte: SROUR, HENRY, 2003. A origem da palavra “ética”, conforme Srour (2011, p. 18), está no “caráter distintivo, os costumes, hábitos e valores de determinada coletividade ou pessoa”. Daí surge a confusão entre ética e moral, pois a palavra “costume” foi traduzida em latim por mos ou mores no plural, derivando a palavra mo- ral, no português. Vamos nos reportar a Srour (2011, p. 21) para a definição de ética como sendo “o estudo dos fatos sociais, ou seja, relações entre agentes histori- camente definidos. A Ética é o conhecimento científico dos fatos morais”. As escolhas que estes agentes fazem considerando suas avaliações sobre o bem e o mal; o mal e o bem (quando se admite que há um mal necessário para que um bem maior seja atingido); o bem e o bem (quando só é possível beneficiar uma das partes como exemplificado na Figura 1.3); e o mal e o mal (quando se admite que “entre os males, o menor”) é o que diferencia fatos morais (estudados pela ética) de fatos sociais (do cotidiano). Figura 1.3: A escolha entre o bem e o bem: o que é bom para a gazela não é bom para a leoa. Fonte: ©Brocken Inaglory/Wikimedia Commons. e-Tec BrasilAula 1 – Ética e moral 15 Temos então que moral, para Rios (2011, p. 32) é “um conjunto de normas e regras destinadas a regular as relações dos indivíduos em uma comunidade social dada”. Estas normas e regras, para Rios (2011, p. 32) “se sustentam nos valores criados pelos sujeitos em suas relações entre si e com a natureza”. 1.3 A visão ética de Einstein A humildade, afabilidade, cordialidade e confiança naquilo que fazia eram características de Albert Einstein (veja Figura 1.4) cuja irreverência, segundo Sá (2010,p. 46) era fruto de seu inconformismo. Sua visão ética sobre a vida foi um de seus legados, além das brilhantes pesquisas no campo da Física e da Matemática. Sá (2010, p. 47) reforça alguns dos princípios éticos de Einstein: • Valor para a simplicidade, liberdade e respeito a cada ser; • Recusa a normas, dogmas, inconformismo e submissão; • Aceitação daquilo que se pode compreender; • Repúdio à escravidão; • Confiança na criatividade do ser humano; • Crença de que os males são resultado do desamor e da ignorância; • Aceitação de que não se ensina ou aprende o que não se ama; • Fama merece cautela, pois causa inveja e ressentimento. Albert Einstein nasceu na Alemanha em 1879. Conhecido por ter desenvolvido a teoria da relatividade, seu trabalho abriu caminho para o desenvolvimento da energia atômica. Rece- beu em 1921 o Prêmio Nobel de Física pela sua teoria quântica, esclarecendo o efeito fo- toelétrico. Perseguido pelos nazistas, deixou a Alemanha passando a morar nos Estados Unidos, como cidadão americano onde fa- leceu em 1955. Em 2009 foi eleito por 100 renomados físicos em todo o mundo como o físico mais memorável de todos os tempos. Figura 1.4: Albert Einstein em 1921. Fonte: Domínio Público/Wikimedia Commons. Assista ao vídeo com a entrevista concedida pelo Prof. Mario Sergio Cortella a Jô Soares, exibido pela TV Globo e disponível no link http://www.youtube.com/ watch?v=QK5LDsEKuEA. Nesta entrevista, Cortella fala sobre ética e explica conceitos como: moralidade; amoralidade e imoralidade. Ética e Cidadaniae-Tec Brasil 16 Resumo Nesta aula, vimos que ética e moral não são a mesma coisa. Ética é uma disciplina teórica que estuda os princípios da moralidade. A moral é um con- junto de normas e regras destinadas a regular as relações dos indivíduos em uma comunidade social. Vimos também que alguns dos princípios de Eins- tein, um gênio que não se rendeu a condutas antiéticas mesmo que tenha sido perseguido em seu próprio país. Atividades de aprendizagem • Reflita sobre um personagem da História que tenha deixado um lega- do ético assim como vimos nesta aula, em relação a Einstein. Faça uma relação dos princípios desta pessoa e a utilize como exemplo para suas reflexões sobre os temas que iremos abordar neste livro. e-Tec BrasilAula 1 – Ética e moral 17 e-Tec Brasil19 Aula 2 – Valores éticos individuais e organizacionais Nesta aula, vamos abordar os valores, elementos fundamentais para as decisões éticas individuais e organizacionais, sejam elas públicas ou privadas. A consciência ética também é um tema desta aula e sua abordagem será feita com base nos exemplos que temos em nosso cotidiano. Vamos saber mais? 2.1 Valores e virtudes Valores são princípios dos quais não se abre mão. Eles estão na base de nossa conduta individual assim como são os fundamentos da tomada de decisão das organizações. Você conhece os valores declarados pela empresa onde você trabalha? Observe que na Figura 2.1, os valores estão na base do planejamento estratégico das organizações. Os níveis estratégico, tático e operacional executam suas tarefas e tomam decisões com base nas crenças da organização. Sá (2010, p. 79), recorre a Aristóteles para ensinar que “aos hábitos dig- nos de louvor chamamos virtudes”. Vale aqui ressaltar que os virtuosos são dignos de louvor ainda que o meio em que vivam ou trabalhem não pro- porcione a prática da conduta virtuosa. A conduta virtuosa (respeitar todos os seres, por exemplo) é uma qualidade fundamental no campo da ética e somente é possível para pessoas com valores (respeito, por exemplo) fortes. Figura 2.1: valores da organização na base de seu planejamento estratégico. Fonte: elaborada pela autora. Veremos mais adiante a importância dos códigos de ética profissionais e organizacionais, contudo, vale aqui observar que de nada adianta existirem padrões de conduta se as pessoas não se identificarem legitimamente com seus princípios. Quando os valores mudam os costumes também mudam, a legislação acom- panha esta mudança e estabelece limites para o convívio harmonioso e este conjunto determina o comportamento ético das pessoas naquela sociedade. Por exemplo, na década de 50 não se imaginava que as mulheres traba- lhassem fora de casa. O valor atribuído à presença da mulher no mundo do trabalho era diferente daquele que vemos atualmente, no século XXI. A mudança deste valor leva a uma mudança de costumes, pois atualmente não somente a mulher trabalha como já se vê uma mudança radical de valo- res em que o homem passa a se dedicar mais às atividades domésticas. Com esta mudança de valores e costumes, a legislação que prevê os direitos das mulheres passa a reger situações como a obrigatoriedade de berçário para empresas com um número mínimo de mulheres empregadas. Para Rios (2011, p. 29), “não é apenas no campo da moralidade que se en- contram valores. Existe valoração na medida em que qualquer interferência do homem na realidade se dá para conferir um significado a esta realidade”. Figura 2.2: O papel da mulher nos anos 50 e no século XXI. Fonte: http://office.microsoft.com Ética e Cidadaniae-Tec Brasil 20 2.2 Consciência ética O que fazer se o Código Civil protege o sigilo e a lei fiscal obriga sua quebra? A consciência, como bem lembra Sá (2009, p. 73) “tem como mais forte o dever de não trair e de não insurgir-se contra aquele que se tem o dever de proteger”. Contudo, quando prevalece o bem público, age a lei no sentido de revelar aquilo que a consciência leva a omitir. Deveria ser necessária a ação da lei já que se sabe que a omissão prejudica o bem estar público? Uma imagem que me vem à mente quando falo sobre consciência ética é a ocupação, em novembro de 2010, do Morro do Alemão e um ano depois, em novembro de 2011 a ocupação da Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro. Estas duas comunidades mantinham seu próprio código de ética respeitado não somente pelos próprios traficantes, mas também pelos moradores inde- pendente de sua opinião a respeito. Figura 2.3: Ocupação do Complexo do Alemão em novembro – 2010. Fonte: ©Agência Brasil – ABr/Wikimedia Commons. A intervenção dos policiais, com apoio do Governo Federal brasileiro se deu e foi legítima, pois a ética ali predominante entrava em conflito com a ética da sociedade, prejudicando os moradores daquele local e oferecendo um exemplo de conduta para outros indivíduos que não condiz com a convivên- cia saudável que se espera para os seres humanos. Insurgir: opor-se reagir. Fonte: http://michaelis.uol. com.br/moderno/portugues/ index.php?lingua=portugues- portugues&palavra=insurgir e-Tec BrasilAula 2 – Valores éticos individuais e organizacionais 21 A consciência ética daqueles que dominavam estas comunidades não condiz com aquela que é aceita em nossa sociedade. É deste choque de percepções sobre o que é certo e errado que se origina confrontos com estes aos quais assistimos. Sá (2011, p. 74) apresenta alguns estados especiais de manifestação da consciência ética ao indicar que sentimentos morais, religiosos, partidários e econômicos assim como as expressões do ego voltadas para o interesse e a emoção podem tentar a consciência ética a ceder. A qualidade destas mani- festações é que determina o quanto as circunstâncias ambientais influencia- rão na firmeza do caráter de quem toma a decisão. Resumo Nesta aula, aprendemos que valores são princípios dos quais não se abre mão, podendo ser individuais ou organizacionais. Vimos que hábitos dignos de louvor são chamados de virtudes e que de nada adianta códigos da pro- fissão ou de organizações se as pessoas não internalizaremseu significado. A consciência ética também foi tema de discussão desta aula em que trata- mos dos dilemas a que são confrontados os profissionais. Atividades de aprendizagem • E você, quais são seus valores? Já pensou sobre isso? Quais são as atitu- des, os posicionamentos dos quais você não abre mão? Para saber mais sobre a ocupação da polícia na Favela da Rocinha em 2011 acesse: http:// veja.abril.com.br/noticia/brasil/ rocinha-ganha-reforco-no- policiamento-a-pe Leia o artigo sobre o pensamento e a obra de Aristóteles, em especial “Ética a Nicômaco” disponível no link http://www.webartigos. com/articles/5996/1/Etica-a- Nicomaco/pagina1.html. Ética e Cidadaniae-Tec Brasil 22 e-Tec Brasil23 Aula 3 – Conduta humana fundamentada na ética Nesta aula, abordaremos a ética como base para a conduta do homem, individualmente, nas organizações em que trabalha ou nos grupos sociais aos quais pertence. Ao compreendermos que o estudo da ética passa pela normatização das condutas dos indivíduos, precisamos também conhecer as razões que levam os indivíduos a aceitarem as normas impostas pelo grupo ao qual pertencem. 3.1 A conduta ética Você já observou que há situações em que se faz necessária a orientação quanto às roupas adequadas para situações especiais no cotidiano, no am- biente de trabalho e no culto religioso. Veja que, no nosso país, não há penalidades legais implícitas, mas existem punições sociais expressas pela rejeição do grupo. Já em outros países, o desrespeito às normas de conduta simples como o uso de vestimentas específicas ferem os princípios religio- sos e, neste caso existe a punição pela lei. Veremos este tema mais adiante quando tratarmos da ética presente na interculturalidade. Neste sentido, vale ressaltar que a conduta humana deve respeitar normas implícitas no convívio ou explícitas em manuais, códigos ou na lei, por exem- plo. A palavra “etiqueta” traz este conceito, pois trata-se do respeito à ética em situações específicas do convívio, como por exemplo à mesa, durante as refeições; numa cerimônia religiosa; num evento político. O cerimonial segue uma etiqueta prevista que por sua vez contempla os princípios éticos fundamentados na moral, nos costumes e valores daquele grupo. 3.2 Os dilemas pessoais e profissionais que enfrentamos No exercício de nossa profissão, nos deparamos frequentemente com dile- mas éticos que exigem reflexão. Por exemplo, o que dizer de um advogado que deve defender um criminoso? Ou de um contador que, mesmo sabendo das atividades ilícitas de seu cliente, tenha que lhe prestar serviço? Ou de um da obrigatoriedade de se reportar um acidente ocorrido no trabalho ainda que isto cause impactos negativos para a empresa junto à sociedade? Normatização: (norma+izar) VTD Estabelecer normas para. Cf. normalizar. Fonte: http://www. dicionarioweb.com.br/norma- tizar.html A sabedoria de Salomão Apresentaram-se duas mulheres a Salomão. Uma disse: "Senhor, eu e esta mulher habitávamos na mesma casa. Durante a noite, estando a dormir, sufocou o filho e, aproveitando-se do meu sono, pôs o meu filho adorme- cido junto de si e colocou aos meus pés o seu filho que estava morto. De manhã, olhando de perto para ele, vi que não era o meu filho". A outra mulher interrompeu: "Não, o meu filho é o que está vivo, o teu morreu". A primeira replicou: "Não, o teu é que morreu. O que está vivo é meu". E continuaram a disputar. Então o rei disse: Trazei uma espada, dividi em duas partes o menino que está vivo e dai metade a cada uma!". Cheia de amor ao seu filho, a mulher cujo filho estava vivo suplicou: "Se- nhor, peço-vos que lhes deis a ela o menino vivo e não o mateis!". A outra, pelo contrário, dizia: "Não seja para mim nem para ti, mas divida- -se". Então Salomão disse: "Dai a primeira o menino vivo porque é ela a verdadeira mãe". E assim todo o povo de Israel soube que a sabedoria de Deus assistia ao rei para julgar com retidão. Fonte: http://www.bibliacatolica.com.br/historia_biblia/17.php. Acesso em: 08 set. 2011. 3.3 Os interesses pessoais Para Srour (2011, p. 41), interesses são “fatores tão valiosos para os agentes sociais que eles se mobilizam para satisfazê-los e defendê-los”. O problema começa quando os interesses pessoais encontram-se no limite do egoísmo e da ganância. Você se lembra da fraude de 65 bilhões de dólares conduzida por Bernard Madoff, ex-presidente da bolsa eletrônica Nasdaq? A pirâmide de investimentos que ele criou consistia em usar o dinheiro de novos apli- cadores para remunerar os antigos. Quando houve uma brusca queda nos novos investimentos em 2008 face à recessão mundial, o esquema desmoro- nou. Em junho de 2009, Madoff foi condenado a 150 anos de prisão. Mui- tos perderam suas economias neste investimento que contava com a boa fé das pessoas e que acabou prejudicando suas vidas. Por outro lado, há uma situação interessante a ser observada. Os trabalha- dores muitas vezes se queixam da pressão sofrida no ambiente de trabalho, mas quando são chamados a revelar a causa do estresse, não apontam suas verdadeiras causas acreditando que colocarão em risco sua competência profissional. Veja o resultado da pesquisa feita pela ONG britânica Mind. Ética e Cidadaniae-Tec Brasil 24 A ONG britânica Mind, voltada para a saúde mental, publicou um le- vantamento referente ao estresse endêmico que acomete milhões de trabalhadores no Reino Unido e que acarreta a perda de bilhões de dó- lares em horas de trabalho. O mais curioso é que 93% mentiram a seus patrões a respeito do motivo real de seu absenteísmo. Alegaram dores de estômago, resfriados, dores de cabeça, consultas médias, problemas em casa ou doenças na família, menos o estresse no trabalho. Não confes- saram que aguentam cada vez menos as pressões para o cumprimento de metas, nem tentaram discutir as questões referentes ao ambiente de trabalho em que prevalece o moral baixo, a baixa produtividade e formas escapistas de enfrentar tensões. Fonte: Srour, 2011. Citado em: www.mind.org.uk/news/4106_the_final_taboo_millions_of_employees_forced_to_lie_about_stress À medida que cada um olha somente para seus interesses pessoais, cria-se um círculo vicioso e todos perdem. Veja como a conduta ética permeia vários aspectos do nosso cotidiano exigindo reflexões constantes! Resumo Nesta aula, vimos que o estudo da ética passa pela normatização das condutas dos indivíduos. Ainda que o interesse pessoal exista, este não deve ser tal que se exceda para o egoísmo e para a ganância que prejudicam a todos. Por outro lado, a sinceridade na avaliação de situações difíceis contribui para sua solução enquanto que condutas evasivas somente levam a uma perda coletiva. Atividades de aprendizagem • No exercício de sua profissão, você já se deparou com dilemas éticos? Qual escolha você fez e a que você renunciou? Após sua decisão, qual foi sua avaliação: a escolha que fez demonstrou ser a mais acertada? Sugiro que você pesquise sobre aCAT - Comunicação de Acidentes de Trabalho nos links http://www.inss. gov.br/conteudoDinamico. php?id=39 e http://www.mps. gov.br/conteudoDinamico. php?id=463. A matéria “Hemofilia e o dilema ético” disponível no link http:// veja.abril.com.br/blog/genetica/ arquivo/hemofilia-e-o-dilema- etico/ é um exemplo do estudo da ética voltado para questões científicas e de convívio social envolvendo a ética profissional na área médica. Neste caso, um dilema se impõe aos médicos envolvendo um caso de paternidade. Leia, reflita e dê sua opinião. Discuta com seus colegas a respeito e compare as opiniões a respeito deste caso. Endêmico: que tem caráter de endemia. Peculiar a umpovo ou região. Endemia: Doença que existe constantemente em determinado lugar e ataca as pessoas que aí vivem. Fonte: http://www.dicionarioinformal. com.br/end%C3%AAmico e-Tec BrasilAula 3 – Conduta humana fundamentada na ética 25 e-Tec Brasil27 Aula 4 – Por que falar sobre ética? Nesta aula, vamos rever alguns temas polêmicos ao longo da história da Humanidade que nos levam a refletir sobre as ra- zões para sermos éticos. “Como querem que eu faça tudo direito se a justiça é morosa, os impostos são um absurdo, todo dia vemos escândalos com os políticos em quem vota- mos, o mundo cheio de gente esperta[...] por que eu tenho que ser ético?” Querido aluno, estas e outras situações não podem servir como parâmetros para nossa conduta. Vamos saber mais? 4.1 Decisões éticas e antiéticas na história da humanidade A história da humanidade revela situações baseadas em decisões antiéticas que ao longo do tempo foram corrigidas. Ao declarar que a Terra se move em torno do Sol e não o inverso, Galileu Galilei desafiou a Igreja Católica que o convocou para julgamento diante do Santo Ofício, em Roma. Condenado a se retratar publicamente, diz-se que ele teria sussurrado Eppur si muove ou seja “mas ela se move” referindo-se ao movimento da Terra em torno do Sol. Imagine que somente no Século XX, a Igreja Católica por meio do Papa João Paulo II se retratou publicamente, assumindo o erro por esta condenação. Figura 4.1: Galileu Galilei. Fonte: Domínio Público/Wikimedia Commons. Físico, matemático e astrônomo, o italiano Galileu Galilei nasceu em Pisa em 1564 e faleceu em Florença em 1642, na Itália. Suas pesquisas revolucionaram a ciência com o enunciado do princípio da inércia e os estudos sobre o movimento uniforme- mente acelerado e sobre o movimento do pêndulo. Descobertas sobre manchas so- lares, satélites de Júpiter, anéis de Saturno e estrelas da Via Láctea complementaram a defesa que fez do heliocentrismo. 4.2 Pesquisas científicas Em 1996, pesquisadores escoceses surpreenderam o mundo com o resulta- do da primeira experiência de clonagem de animais: nascia a ovelha batizada como “Dolly” a partir de uma célula da glândula mamária de uma ovelha adulta. Na sequência, foram também clonados bois, cavalos, ratos e porcos. Figura 4.2: A ovelha Dolly, primeiro mamífero clonado. Fonte: ©Toni Barros/Wikimedia Commons. Produzir artificialmente um ser vivo tornou-se objeto de polêmicas entre re- ligiosos, políticos e movimentos sociais em diversos países. A discussão reto- mou sua força quando Dolly precisou ser sacrificada, em 2003, devido à uma doença pulmonar progressiva. Pesquisas com células tronco nos levam a crer na esperança de cura para doenças como diabetes, esclerose, Alzheimer, distrofia muscular e Parkinson. As células embrionárias usadas nestas pesquisas são as únicas com capacida- de de diferenciação nos 216 tecidos que formam o corpo humano. Por outro lado, despertam discussões calorosas sobre o acesso do homem a células embrionárias. A discussão gira em torno da vida de um indivíduo que deixa de se formar para curar outro ser humano. Também os resultados de pesquisas são objeto de preocupação dos órgãos públicos. No Brasil, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) divulgou diretrizes que promovem a ética na divulgação dos resultados das pesquisas que são realizadas em nosso país. Esta iniciativa se deu devido a fraudes ocorridas na comunicação de resultados obtidos por pesquisadores brasileiros. Ética e Cidadaniae-Tec Brasil 28 Não se pode realizar procedimentos médicos sem a anuência do paciente. A ética se faz presente na condução de situações como esta já que há grupos de pessoas incapazes de decisão como crianças e pacientes de hospitais psi- quiátricos cuja concordância com pesquisas científicas deve se dar por seus representantes legais. Entram em cena a consciência ética do ser humano e do profissional fundamentada nos valores do indivíduo que toma a decisão e nos deveres profissionais éticos esclarecidos no código da categoria. 4.3 Internet com ética Você faz parte de redes sociais como Orkut, Facebook ou Linkedin? Se a res- posta for afirmativa, você sabe quantas mudanças ocorreram nestes espaços virtuais buscando oferecer alguma privacidade aos seus participantes. Então você também sabe o quanto esta privacidade é cada vez mais difícil de se obter. Os usuários da internet consomem a informação quando quiserem e a utilizam da maneira que desejarem. Quantos processos já foram movidos por pessoas que se sentiram prejudicadas pelo uso indevido de seus nomes, comprometendo a imagem pessoal e profissional! Ainda que seja possível descobrir a fonte de observações equivocadas feitas na internet, somente com o apoio da Justiça pode-se consultar os provedores e então fazer mo- vimentos para tentar restabelecer a imagem de quem se sentiu prejudicado. O fato é que não é possível haver um controle 100% efetivo sobre o que acontece no ambiente virtual. Dependemos da consciência ética das pessoas que nele navegam para que seu uso seja feito para o bem comum. É isso que você vê no seu dia a dia?A pirataria na internet ocorre quando se obtém có- pias não autorizadas de bens para uso pessoal (Srour, 2011), da mesma ma- neira que estas cópias são vendidas no mercado, nas ruas ou nas casas, sem autorização legal. A moral do oportunismo se instala e a conduta antiética é justificada pela necessidade do suprimento de necessidades básicas do ser humano. Esta conduta se justifica? Srour (2011, p. 38), indica que “raciona- lização antiética” está na base desta conduta orientando práticas racionais fundamentadas no que Sá (2010, p. 263), chama de “ética da mentira”. As pessoas estabelecem um conjunto articulado de justificativas para seus atos imorais e ilícitos, condenados pela sociedade. A ovelha Dolly foi o primeiro mamífero clonado e teve que ser sacrificada devido à uma doença pulmonar progressiva. Saiba mais lendo: http://www1. folha.uol.com.br/folha/ciencia/ ult306u8462.shtml acessado em 04/12/2011. Pesquisas com células tronco são o tema da matéria publicada em http://veja.abril.com.br/idade/ exclusivo/celulas_tronco/01. html. Acesso em: 04 dez. 2011. Leia esta matéria e reflita sobre os avanços que as pesquisas científicas podem trazer para a medicina e considere as polêmicas geradas por estes movimentos científicos. Leia no link http://www. inovacaotecnologica. com.br/noticias/noticia. php?artigo=cnpq- diretrizes-eticas- pesquisa&id=010175111026. Acesso em: 04 dez. 2011 sobre as diretrizes éticas estabelecidas no Brasil pelo CNPq para que sejam feitas pesquisas científicas. e-Tec BrasilAula 4 – Por que falar sobre ética? 29 Resumo Nesta aula, vimos que ao longo da história da Humanidade foram tomadas decisões antiéticas que se basearam nos princípios vigentes naquele momen- to e que norteavam a conduta da sociedade. Vimos também que polêmicas são levantadas a partir de pesquisas científicas realizadas na busca pela cura de doenças. A ética na internet é um tema contemporâneo que precisa ser considerado orientando o comportamento dos indivíduos no sentido de pro- mover um convívio harmônico de todos. Atividades de aprendizagem • Em que medida é válido colocar em risco seres vivos ou mesmo colocá-los em risco para se desenvolver pesquisas científicas? Observe quantos ex- perimentos são feitos e relacione seus benefícios comparando-os com os riscos que apresentam. Reflita sobre os resultados desta análise e compare com os de seus colegas. Ética e Cidadaniae-Tec Brasil 30 e-Tec Brasil31 Aula 5 – A conduta cidadã Nesta aula, vamosabordar a conduta de cada cidadão em re- lação aos seus direitos e deveres para com à coletividade a que faz parte. Vamos refletir sobre a ética presente no cotidiano do cidadão não somente em relação ao que ele pode exigir do Es- tado mas no que diz respeito ao cumprimento de seus deveres. Ao abordar o tema da conduta ética, é fundamental tratar a questão da re- lação entre o indivíduo e o Estado, ou seja, a cidadania. Já na Roma Antiga – um período que durou 12 séculos e se iniciou em VIII a.C. com a fundação de Roma - se estabeleceu os direitos e deveres que cada indivíduo tem para com o Estado. 5.1 Evolução do conceito de cidadania Originado na Grécia antiga (1100 a.C. até 146 a.C.) o termo cidadania indica aquele que habita uma cidade (civitas) e dizia respeito à sua atuação efetiva o que significava dizer que nem todos eram cidadãos, mas somente aqueles que usufruíam de privilégios em determinadas classes sociais. O conceito, naquela época excluía mulheres, crianças e escravos e incluía somente os homens totalmente livres, ou seja, aqueles que não precisavam trabalhar para viver. Imagine que o número de cidadãos era bem reduzido. Figura 5.1: Grécia Antiga. Fonte: Domínio Público/Wikimedia Commons. Na Roma Antiga, cidadania estava relacionada ao exercício de direitos polí- ticos, civis e religiosos atribuída somente aos patrícios (homens livres, des- cendentes dos fundadores da cidade); negada aos plebeus (descendentes de estrangeiros) assim como aos escravos (todos aqueles que não saldavam suas dívidas, os traidores e os prisioneiros de guerra). Com a expansão militar romana, o advento da Lei das Doze Tábuas (450 a.C.) assegurou aos plebeus o acesso ao exercício da cidadania. Com a queda do Império Romano e o início da Idade Média, as relações entre o cidadão e o Estado passaram a ser controladas pela Igreja Católica e com o Feudalismo, a vassalagem estabeleceu uma relação intensa de de- pendência do camponês. O homem medieval nunca foi cidadão. De alguma maneira, foram “suspensos” os princípios de cidadania. A Revolução Francesa, que iniciou em Paris em 14 de julho de 1789, com a Queda da Bastilha, alterou o quadro político daquele país e foi um marco na instauração de um Estado democrático voltado para os interesses de todos os cidadãos e um exemplo seguido por outros países. Com o início da Idade Moderna foram introduzidos os princípios de liberdade e igualdade na busca pela justiça e contra os privilégios. Figura 5.2: Obra de Eugène Delacroix representando “Marianne” que personifica a República Francesa. Fonte: Domínio Público/Wikimedia Commons. A queda da Bastilha foi o evento decisivo para o início da Revolução Francesa de 1789. A Bastilha era uma velha fortaleza construída em 1370, utilizada pelo regime monárquico como prisão de criminosos comuns. Para saber mais acesse: http:// www.infoescola.com/historia/ queda-da-bastilha/. Ética e Cidadaniae-Tec Brasil 32 O conceito de cidadania no Estado Democrático de Direito, conforme explica Luiz Flávio Borges d’Urso está relacionado a “um status jurídico e político mediante o qual o cidadão adquire direi- tos civis, políticos e sociais; e deveres (pagar impostos, votar, cumprir as leis) relativos a uma coletividade política, além da possibilidade de participar na vida coletiva do Estado. Esta possibilidade surge do prin- cípio democrático da soberania popular.” Disponível em: <http://www.oabsp.org.br/palavra_presidente/2005/88/>. Acesso em: 04 dez. 2011. Assim, participar ativamente da condução da gestão pública faz parte do exercício pleno da cidadania importando não somente em apontar as melho- rias a serem realizadas, mas também em atuar na direção de sua realização. A inclusão política se faz por meio do exercício pleno da cidadania o que é reforçado pela colocação de Dalmo de Abreu Dallari (1998, p. 14), “A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a pos- sibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído da vida social e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade den- tro do grupo social”. Observe que as palavras de Dallari (1998) indicam que “participar ativamen- te da vida e do governo” é um direito do povo. Você tem exercido este direito, em seu município? No Brasil, a Constituição de 1988 foi um marco na conquista do povo pelo seu direito a participar da tomada de decisões no país. No dia 27 de julho de 88, em que foi promulgada a nova Constituição, Ulysses Guimarães disse: “essa será a Constituição cidadã, porque recuperará como cidadãos milhões de brasileiros, vítimas da pior das discriminações: a miséria”. “Cidadão é o usuário de bens e serviços do desenvolvimento. Isso hoje não acontece com milhões de brasileiros, segregados nos guetos da perseguição social”. Para relembrar o que foi o Impeachment do Presidente Fernando Collor de Mello leia a reportagem disponível em: http://g1.globo.com/politica/ noticia/2012/09/impeachment- de-collor-faz-20-anos-relembre- fatos-que-levaram-queda.html. e-Tec BrasilAula 5 – A conduta cidadã 33 Movimentos populares como a Ação Ci- dadania Contra a Miséria e pela Vida, li- derado por Betinho e a ação dos “caras pintadas” que incentivou o impeachment do Presidente Fernando Collor de Mello são exemplos do exercício destes direitos. Outro exemplo é o recolhimento correto dos impostos que deve ser feito por todos os cidadãos da mesma maneira que devem contribuir para a manuten- ção da segurança e do patrimônio público. Considerando estes exemplos, você diria que temos exercido a cidadania de maneira plena? Vale também ressaltar que a cidadania empresarial é também uma maneira de as organizações cumprirem com seus deveres ao mesmo tempo em que usufruem de seus direitos na relação com os públicos que de alguma manei- ra são impactados por suas atividades. A cidadania empresarial está presente quando uma organização oferece aos seus funcionários mais do que prevê a lei, como no caso de berçário, creche, assistência médica extensiva a fa- miliares, integração de pessoas com deficiência ao ambiente de trabalho e promoção de seu relacionamento saudável com os colegas, etc. Este é um termo que tem sido cada vez mais utilizado no Brasil desde que o Instituto Ethos de Responsabilidade Social iniciou suas atividades, em 1998, estimu- lando o investimento em projetos sociais e ambientais pela iniciativa privada. Resumo Nesta aula, vimos que o conceito de cidadania evoluiu desde a Roma e a Grécia Antigas até os dias de hoje, mudando ao longo do tempo face aos novos cenários políticos que se apresentavam. Durante o Feudalismo, vimos que os princípios relacionados à cidadania ficaram “suspensos” com a insta- lação de relações de dependência entre o homem e o Estado que passava a ser controlado pela Igreja Católica. Atividades de aprendizagem • Observe a conduta das pessoas que você conhece (a sua própria, inclusi- ve!) e analise se todos estão praticando plenamente a cidadania no senti- do de exercer o direito à gestão pública seja de seu município, seu estado ou do nosso país. A Declaração dos Direitos Humanos que se encontra na íntegra no link http:// www.onu-brasil.org.br/ documentos_direitoshumanos. php, foi proposta pela ONU – Organização das Nações Unidas e assinada por todos os Estados Membros garantindo “a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo”. Figura 5.3: logotipo do movimento liderado por Betinho. Fonte: http://www.acaodacidadania.com.br Ética e Cidadaniae-TecBrasil 34 e-Tec Brasil35 Aula 6 – Cidadãos: direitos e deveres cotidianos Nesta aula, vamos refletir sobre o exercício cidadão face à ad- ministração pública. Vamos também discutir o conhecido “jei- tinho brasileiro” de se resolver as situações delicadas. Há aqueles que afirmam que se trata de um traço cultural do povo brasileiro, enquanto outros defendem a afirmação de que se trata de pura falta de ética mascarada pela culturalidade. Vamos conhecer o que alguns pesquisadores dizem a respeito e refletir sobre seus ensinamentos, comparando-os com o que vemos no nosso cotidiano. 6.1 Cidadão ou consumidor do governo? Em seu artigo, Mintzberg (1998, p. 151), retoma o questionamento feito por Tom Peters sobre a máxima que conhecemos: “o direito de uma pessoa termina quando começa o direito da outra”. Leia atentamente o trecho do artigo de Mintzberg: “Eu não quero, diz Tom Peters, um burocrata da prefeitura me criando dificuldades. Eu quero tratamento apropriado, rápido,eficaz e profis- sional. Mas o que acontece se meu vizinho quiser uma permissão para aumentar a casa dele, fazendo sombra sobre a minha?Quem é o clien- te da prefeitura neste caso?” MINTZBERG, 1998. Você sabia? Henry Mintzberg (nascido nos EUA em 1939) é reconhecido mundial- mente como uma referência nas áreas de estratégia e gestão de negócios. Mintzberg afirma que o gestor gerencia os negócios em três níveis: ação, informação e pessoas. Thomas Peters (nascido em 1942/EUA) é uma referência mundial na ges- tão de negócios. “Destruição Criativa” e “Descontinuidade” são temas que ele aborda alertando para a gestão nociva da manutenção de antigos paradigmas. Com base no que vimos até agora, vale lembrar Matias-Pereira (2010, p. 37) quando indica que o conceito de cliente pode ser ampliado quando se fala em administração pública “considerando o cidadão como um cliente que recebe serviços ao mesmo tempo em que se concebe a organização como um sistema integrado de provedores internos e externos”. Observe como temos aqui afirmações que se complementam: o cidadão pode ser visto como um consumidor na medida em que interage com a gestão pública como provedor externo de informações, recolhimento de tri- butos, conservação de patrimônio público, etc. Vale aqui ressaltar que na iniciativa privada, as organizações cada vez mais têm envolvido os consumi- dores no desenvolvimento e aperfeiçoamento de seus produtos e serviços. Também as organizações têm sido cobradas pela sociedade pelo exercício da “cidadania empresarial” ou seja, seu comprometimento com a gestão do que é público por meio de parcerias estratégicas. O exercício da cidadania empresarial não se limita ao recolhimento de tributos, é mais amplo do que isso. São exemplos de cidadania empresarial: programas de inclusão social por meio de investimento social; integração de pessoas com deficiência no ambiente de trabalho, indo muito além do que exige a legislação; preserva- ção meio ambiente, entre outros. 6.2 O “jeitinho” é um traço cultural brasileiro? O antropólogo Roberto da Matta (2009), ao discutir o tema: “O jeitinho brasi- leiro é uma forma de corrupção?” ensina que esta forma de resolver situações difíceis contando com a benevolência dos outros poderia ser mundial, não fosse em países como a Alemanha ou Suíça onde impera a rigidez no cum- primento das normas. Para este autor, o mesmo “jeitinho” que facilita a vida no cotidiano também coloca o brasileiro acima da lei: “o jeitinho se confunde com corrupção porque desiguala o que deveria ser tratado com igualdade”. Para da Matta, há uma questão sociológica envolvida no “jeitinho” que es- tabelece uma relação ruim com a norma estabelecida para todos. O cidadão exige o cumprimento da lei pelo político que ocupa um cargo público, mas por outro lado, pede a um parente que faça “vista grossa” sobre um tributo não recolhido. Como lidar com a ética nesta situação? Como dizer que o representante do povo foi antiético e precisa ter seus direitos políticos cassa- dos se o próprio cidadão transgride a lei. Leia o artigo “Você tem cultura?” escrito por Roberto da Matta e disponível no link http:// www.arq.ufsc.br/urbanismo5/ artigos/artigos_mr.pdf Acesso em: 21 dez. 2012. Compreenda a reflexão que o autor faz sobre “o agir cultural” brasileiro de dizer que não tem cultura. Ética e Cidadaniae-Tec Brasil 36 Resumo Aprendemos nesta aula, que a relação entre os cidadãos e o governo precisa ser muito mais intensa do que o mero recolhimento de tributos e sua apli- cação na área pública. A participação do cidadão na gestão faz a diferença entre ser apenas consumidor e ser cidadão atuante na gestão pública. Vimos também que o “jeitinho brasileiro” é uma maneira que encontramos de resolver situações difíceis usando subterfúgios ou contando com a bene- volência dos outros. Atividades de aprendizagem • Discuta com seus colegas as seguintes colocações: Al Gore quando era vice-presidente dos EUA afirmou que o povo americano é consumidor do governo; Henry Mintzberg se diz mais do que mero consumidor do governo. Qual sua percepção sobre estas duas colocações? O que dizem seus colegas a respeito? Anotações Subterfúgio: pretexto para evitar uma dificuldade. Fonte: http://michaelis.uol. com.br/moderno/portugues/ index.php?lingua=portugues- portugues&palavra= subterf%FAgio e-Tec BrasilAula 6 – Cidadãos: direitos e deveres cotidianos 37 e-Tec Brasil39 Aula 7 – Ética profissional Nesta aula, veremos o conceito de profissão e as virtudes que seu exercício exige. Discutiremos a relação entre a habilidade técnica no exercício da profissão e a prática das virtudes universais que permeiam as profissões. 7.1 O que é profissão? O “exercício habitual de uma tarefa, a serviço de outras pessoas” é o concei- to que Sá (2009, p. 155) atribui à profissão. Os benefícios, tanto para quem desempenha esta tarefa como para quem é beneficiado por sua execução também integram este conceito. Figura 7.1: Profissões. Fonte: IFPR 2013. A ética, para Sá (2009) ,permeia o exercício da profissão na medida em que a conduta profissional condizente com a moral e a regulação feita pela lei ga- rantem benefícios para os profissionais, a categoria à qual pertencem e para a sociedade. Vale aqui ressaltar que a conduta ética universal independe das culturas cujos costumes são diferenciados, ou seja, o zelo, a honestidade, e a competência são virtudes desejadas em qualquer exercício profissional independente da área de atuação ou cultura em que for desenvolvido. Uma frase de Sá (2009, p. 164) é significativa: “A profissão não deve ser um meio, apenas de ganhar a vida, mas de ganhar pela vida que ela proporciona, re- presentando um propósito de fé”. 7.2 Virtudes exigidas na conduta profissional Para o exercício de uma profissão, habilidades técnicas são exigidas. A per- gunta que coloco para sua reflexão é: somente habilidades técnicas são su- ficientes para que seja virtuoso o exercício de uma profissão? Na matéria publicada na edição especial “Veja na História”, observa-se que durante a Segunda Guerra Mundial, médicos nazistas utilizaram as técnicas da pro- fissão para uma determinada finalidade que inclui pesquisas. Não é preciso dizer que tais práticas foram e continuam sendo condenadas pela ausência absoluta de respeito à dignidade humana, virtude necessária à prática de qualquer profissão. Sei que o exemplo é extremo, mas coloco aqui para que não nos esqueçamos que a prática de nossas profissões requer acima de tudo o exercício da moral e da ética colocando em prática as virtudes univer- sais que permeiam os relacionamentos, em nossasociedade. 7.3 Código de ética de uma profissão Em seu livro, Sá (2009, p. 152) ensina que “a profissão pode enobrecer pela ação correta e competente, pode também ensejar a desmoralização, através da conduta inconveniente, com a quebra de princípios éticos.” Ao pertencer a uma classe profissional, qualquer que seja sua natureza, o indivíduo assu- me um compromisso com a sociedade e com os colegas de profissão. O que dizer de um médico ou um enfermeiro que negligencia os cuidados com um paciente? E um professor que desrespeita um aluno? Veja os políticos! Te- mos aqueles que se dedicam ao exercício da representação popular e aque- les citados negativamente pela mídia. Observe como existe uma tendência a generalizar a atuação profissional, fazendo referências negativas ou positivas a uma classe profissional apenas pela observação de um ou de alguns indiví- duos cuja ética é questionável pela sociedade. Leia a matéria publicada na edição especial Veja na História, disponível no link http://veja. abril.com.br/especiais_online/ segunda_guerra/edicao006/ sub2.shtml Acesso em: 22 jan. 2012. Reflita sobre exemplos de outras atuações profissionais em que somente o domínio da técnica não é suficiente para garantir a conduta ética do profissional. Ética e Cidadaniae-Tec Brasil 40 Resumo Aprendemos, nesta aula, que o conceito de profissão envolve a prática ha- bitual de uma tarefa e pressupõe a conduta ética do profissional que a de- senvolve. Virtudes como zelo, honestidade, e competência são inerentes ao exercício de qualquer profissão independente do país e da cultura onde for colocada em prática. Atividades de aprendizagem • Discuta com seus colegas o seguinte tema: em que medida a ampliação do conhecimento de um profissional para além das habilidades técnicas contribui para sua conduta ética? Anotações e-Tec BrasilAula 7 – Ética profissional 41 e-Tec Brasil43 Aula 8 – Código de ética Nesta aula, vamos falar sobre o código de ética empresarial e profissional e para finalizar, abordaremos o código de ética do técnico em segurança do trabalho. Inicialmente, vamos compreender o que tem motivado as organizações a re- digirem, publicarem e disseminarem um código de ética para os públicos com os quais se relaciona. Na sequência, discutiremos uma metodologia de pro- dução do código de ética envolvendo os funcionários de uma organização. 8.1 Código de ética empresarial e profissional O que é um código de ética? ARRUDA (2006, p. 526) ensina que se trata de um documento cujo objetivo é “nortear condutas, mas procedimentos específicos devem constar de normas, manuais ou políticas definidas concre- tamente para cada setor ou atividade”. O código de ética, segundo Patrus-Pena e Castro (2010, p. 48) representa a “oportunidade de a empresa manifestar os valores básicos que pautam sua conduta no mundo dos negócios e na relação com a sociedade”. Desde que o Instituto Ethos iniciou suas atividades no Brasil, em 1998, as organizações têm discutido o tema da responsabilidade social cujo conceito volta-se para a gestão do negócio de maneira ética e transparente com os públicos com os quais se relaciona, pautando-se no desenvolvimento susten- tável, caminho para sua sustentabilidade. Com a evolução das discussões sobre este tema, observa-se que as organiza- ções cada vez mais têm adotado o código de ética como uma ferramenta de orientação de conduta das pessoas que nelas trabalham. Lembre-se que já falamos que não existem empresas éticas, mas pessoas éticas que trabalham nas empresas. As decisões destas pessoas no cotidiano da gestão do negócio constrói a reputação tanto da organização como dos próprios profissionais tomadores de decisão. No sentido de orientar a atuação dos profissionais no sentido da conduta éti- ca, zelando pela reputação da categoria, é redigido e divulgado o código de ética da profissão. De quantos casos você já tomou conhecimento por meio da mídia sobre médicos, por exemplo, que tiveram cassado seu registro no con- selho da profissão devido à sua conduta antiética? Leia a reportagem sobre a médica do Hospital Evangélico de Curitiba. Disponível em: http://g1.globo. com/jornal-hoje/noticia/2013/02/hospital-evangelico-de-curitiba-afas- ta-47-funcionarios-da-uti.html e faça também outras pesquisas. 8.2 Como se elabora um código de ética empresarial Se um código de ética orienta a conduta dos profissionais de uma orga- nização, então, para que seja efetivo é preciso que eles participem de sua elaboração. Algumas sugestões são feitas por ARANTES (2011, p. 143) para que este processo seja inclusivo e educativo. Sugiro que sejam seguidas as seguintes etapas na produção de um código de ética empresarial: 1. Organizar reuniões de trabalho no formato de oficinas. 2. Selecionar representantes de todas as áreas da organização para partici- par das reuniões. 3. Iniciar com a explicação sobre os objetivos do trabalho que será realizado. 4. Propor uma discussão inicial sobre o entendimento de cada participante sobre os conceitos: ética, moral, cidadania, valores, entre outros. 5. Levantar as situações vividas pelos participantes que exemplifiquem con- dutas éticas e antiéticas. 6. Discutir a necessidade de normas para o convívio harmonioso e produtivo. 7. Conhecer códigos de ética de outras organizações. 8. Iniciar a elaboração do código de ética da organização utilizando como base os conhecimentos adquiridos. 9. Apresentar para a alta direção e validar o conteúdo. Ética e Cidadaniae-Tec Brasil 44 10. Organizar reuniões com todos os funcionários divididos por área para apre- sentação da íntegra do código elaborado e aprovado pela alta direção. 11. Entregar o código de ética a cada um dos funcionários com protocolo. 12. Enviar o código de ética para os demais públicos com os quais a organi- zação se relaciona: fornecedores, principais clientes, governo, parceiros estratégicos. 13. Disponibilizar o texto do código de ética no website da organização. 14. Disponibilizar um canal de denúncias para condutas antiéticas. 15. Organizar um comitê de ética que avalie as denúncias, dê retorno àque- les que se identificaram e acompanhe a aplicação do código de ética na organização. 16. Tornar público os nomes dos participantes do comitê de ética. Resumo Aprendemos. nesta aula, que a conduta de um profissional causa impacto sobre sua própria reputação assim como sobre a reputação da organização onde ele trabalha e sobre a categoria à qual ele pertence. Vimos que para ser efetivo, é preciso que o código de ética de uma organização tenha cunho educativo e seja elaborado com a participação de representantes de todas as áreas. Conhecemos também os movimentos que a Federação dos Técnicos em Segurança no Trabalho estão fazendo para que o profissional da área tenha aprovado o código de ética de sua profissão. Atividades de aprendizagem • Pesquise o código de ética da organização em que você trabalha. Você já o conhecia? Procure saber como ele foi construído e divulgado e se todos os funcionários têm conhecimento de seu conteúdo, além de seguir aquilo que nele está indicado. O que você mudaria no texto do código de sua organização? Caso ela ainda não tenha, reflita sobre a possibilidade de pro- por uma discussão sobre a ética e os outros temas tratados em nossas aulas. Conheça o conteúdo do Código de Ética e Disciplina da OAB no link www.oab.org.br/ Content/pdf/LegislacaoOab/ codigodeetica.pdf Acesso em: 14 maio 2013. e-Tec BrasilAula 8 – Código de ética 45 e-Tec Brasil47 Aula 9 – Gestão da reputação do profissional Nesta aula, vamos discutir os impactos causados pela conduta sobre a reputaçãode um profissional. Abordaremos o quanto a exposição dos profissionais nas redes sociais pode causar impactos positivos e negativos sobre a reputação de um profissional. 9.1 A ética, a reputação e a imagem do profissional O patrimônio de um profissional é constituído também da percepção que se tem dele, de suas decisões na vida pessoal e de sua conduta na organização com os colegas e na sua relação com o trabalho. Em sua obra, Sá (2010) re- força o valor do código de ética da profissão no sentido de preservar o nome profissional que causa impactos em toda categoria. Ao tratar as condutas antiéticas do ser humano, Sá (2010, p. 153) reforça a importância de se preservar a imagem pessoal e profissional que faz por merecer a confiança da sociedade e das organizações. “O que se faz du- rante toda uma vida, em poucos dias pode desmoronar, diante dos efeitos malévolos da ação dos caluniadores, traidores, difamadores, chantagistas e intrigantes” diz Sá (2010, p. 153). Energia e inteligência são necessárias para que possamos nos contrapor aos resultados das ações que buscam destruir uma imagem positiva, seja ela pessoal ou profissional. 9.2 Direito de uso de imagem Pessoas que constroem ao longo de suas vidas uma imagem tão positiva que acabam se tornando uma celebridade precisam cuidar para que dela não se faça uso indevido ou sem autorização. Campanhas de comunicação frequentemente utilizam a imagem de atletas, atores, entre outros para en- dossar produtos ou serviços de organizações de diferentes segmentos. A imagem de um profissional é um assunto tão sério que a normatização de seu uso é feita pela legislação. A lei 9.610 de 19/02/1998 cuja íntegra está disponível no link http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9610.htm, acesso em: 05 fev. 2012, dispõe sobre direitos autorais. Vale aqui ressaltar que também fazem parte desta discussão o direito ao desenvolvimento de um produto, serviço, autoria de textos ou produções culturais, entre outros. O INPI – Instituto Nacional da Propriedade Industrial é o órgão que regula os registros de patentes neste campo. Quando patentes são registradas e seus produtos tornados públicos qualquer utilização sem autorização prévia ou fazendo a devida referência é punida pela lei. Da mesma maneira, textos acadêmicos devem fazer referência aos seus au- tores originais, como fontes de referência. Veja o exemplo deste livro. Inúme- ros autores são citados, suas referências estão no texto e ao final desta obra. Assim, quando fazemos trabalhos acadêmicos, devemos seguir as normas da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas que oferecem as diretri- zes para as instituições de ensino, como a nossa, e seus alunos. Observe que o Manual de Normas para a Redação de Trabalhos Acadêmicos do IFPR está à sua disposição, em nosso portal. Fica altamente prejudicada a imagem daquele que se apropria de trechos de obras já publicadas, sem fazer a devida referência, conforme orienta a ABNT. Para refletir A matéria intitulada “Reputação on- -line: como cuidar da sua imagem na internet” que você lê a seguir aborda um tema muito atual voltado para o acesso ilimitado que todos têm sobre todas as pessoas, apenas digitando seus nomes num site de pesquisa, na internet. Você já teve sua privacidade invadida pela internet? Até que ponto considera benéfica a participação em redes sociais como Orkut, Facebook e outros sites de relacionamento, e de que maneira esta exposição pode preju- dicar um profissional? Que atitudes você adota para se prevenir de situações indesejáveis que possam afetar sua imagem como profissional? Leia no link http://www. jornaldocampus.usp.br/index. php/2011/03/professor- demitido-responsabiliza-aluna- por-plagio, acesso em: 06 fev. 2012, a matéria sobre uma caso de apropriação indevida de trechos de obras publicadas onde os nomes das pessoas envolvidas foram também publicados. Figura 9.1: Imagem em foco. Fonte: IFPR 2013. Ética e Cidadaniae-Tec Brasil 48 Reputação on-line: como cuidar de sua imagem na internet Atenção, você está sendo “googlado”. Qualquer pessoa com conexão à internet pode ter acesso à informações básicas sobre outra em uma sim- ples busca em sites, por exemplo, o Google. Inclusive o atual chefe e um futuro empregador. Monitorar a imagem e ter certos cuidados antes de se expor nas redes so- ciais e sites não é uma tarefa impossível. “Ninguém enviaria um currículo impresso com uma foto de biquíni anexada para tentar uma nova opor- tunidade de emprego. A necessidade de etiqueta pessoal e profissional ocorre em qualquer contexto e é apenas mais evidente na internet”, diz Ana Paula Zacharias, sócia-diretora da Hunter Consulting Group. Vamos fazer um teste? 1. Pesquise o seu nome: Observe o que as outras pessoas podem descobrir sobre você e veja se há textos e fotos comprometedores ou indesejáveis a seu respeito. Muita gente com blog pessoal e sites de fotos como Flickr ou Fotolog pode se esquecer de postagens antigas e até com opiniões que já não condizem com a sua, mas que podem comprometer na busca por um emprego. Caso o seu nome seja comum ou não apareça nos primeiros resultados, o escreva entre aspas e veja o que é listado com o nome completo e as variações possíveis dele. O uso de palavras-chave, como o atual emprega- dor ou cidade, acompanhadas do nome também ajudam a potencializar a pesquisa. Altere as configurações de privacidade das redes sociais que aparecem nos resultados ou delete o conteúdo indesejado. Se o resultado não puder ser removido, pode ser necessário buscar ajuda especializada. 2. Não adianta se esconder. Quem prefere não ter conta em redes sociais ou se esconder atrás de ape- lidos corre outro risco: perder oportunidades. “A escolha de não se expor deixa o profissional sem visibilidade diante da busca de um recrutador. Não estar na rede hoje pode ser grave e significar desatualização, princi- palmente para algumas carreiras”, explica Ana Paula. Postagens= Pôr-se, colocar-se. Fonte: http:// michaelis.uol.com.br/ moderno/portugues/index. php?lingua=portugues- portugues&palavra=postar e-Tec BrasilAula 9 – Gestão da reputação do profissional 49 Redes sociais como LinkedIn e o Facebook, se usadas corretamente, po- dem turbinar a carreira e ser vitrine do seu trabalho. Usá-las a seu favor conta pontos e pode ser determinante na busca por um emprego ou no crescimento profissional. 3. O que um recrutador pode procurar? Em um processo de seleção, por que o recrutador busca os profissionais na internet antes de decidir se a entrevista de emprego será oferecida? Usar o Google ou procurar informações nas redes sociais fornecem, de antemão, dados sobre o perfil da pessoa, que poderá ser o desejado pela empresa ou não. Opiniões polêmicas, fotos comprometedoras ou falta de credibilidade po- dem afetar o julgamento do profissional, mas um recrutador espera sem- pre encontrar pontos favoráveis sobre o candidato. “O selecionador quer ter acesso a informações pessoais do candidato, mas deve entender que um profissional pode se expor na rede diferente- mente da forma como conduz a vida profissional”, diz Ana Paula. 4. Qual imagem virtual agrada empregadores? Informações sobre envolvimento em atividades e pessoas relacionadas à função exercida pelo profissional contam a favor. “É importante que o profissional seja verdadeiro e ativo nas redes sociais, mostrando uma ima- gem que condiz com o histórico profissional”, diz Ana Paula. 5. Como melhorar a reputação on-line? Publique boas informações a seu respeito na internet. Quem possui contas de blogs, Twitter, Facebook e LinkedIn, entre os principais, pode usar a ati- vidade online aseu favor. Poste opiniões e textos que condizem com a sua profissão e use uma linguagem adequada. Dê uma checada às vezes nas buscas a seu respeito, inclusive nos fóruns de discussão da web, para não escorregar diante da liberdade de expressão. Ética e Cidadaniae-Tec Brasil 50 Fique atento ainda às configurações de privacidade das suas redes sociais. Se for preciso, crie um perfil profissional no Facebook, por exemplo, e mantenha o seu pessoal com configuração para não aparecer em buscas. “O cuidado sempre tem que existir porque o que você publica pode estar acessível, mas uma exposição condizente com o seu objetivo pode dar bons resultados”, aconselha Ana Paula. Fonte: http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/reputacao-online-veja-como-cuidar-da-sua-imagem-na-internet Leia a íntegra da palestra proferida pelo jurista brasileiro Dalmo de Abreu Dallari sobre Ética, disponível no link https:// gestao.dnit.gov.br/institucional/ comissao-de-etica/artigos-e- publicacoes/publicacoes/Etica- Dalmo%20de%20Abreu%20 Dallari.pdf Acesso em: 24 abr. 2011. Quais pontos chamaram sua atenção no texto? Reflita e discuta com seus amigos.Resumo Nesta aula, vimos que a imagem de um indivíduo é elemento fundamental no patrimônio de uma pessoa e de um profissional. Pessoas, profissionais e orga- nizações constroem imagens positivas sustentadas por ações que beneficiam a sociedade. Indivíduos cuja imagem está associada à ética e à retidão de ca- ráter são frequentemente citados como exemplos para a sociedade. A legis- lação prevê normas específicas para o uso de imagem e deve ser respeitada. Atividades de aprendizagem • Faça uma revisão dos perfis que você disponibiliza nas redes sociais. Veja também as fotos que você publicou. Reflita sobre o impacto que estas informações pode ter sobre sua reputação como indivíduo e como profis- sional. Você acredita que é necessário alterar seu perfil nas redes sociais? Discuta com seus colegas e acompanhe suas reflexões sobre este tema. e-Tec BrasilAula 9 – Gestão da reputação do profissional 51 e-Tec Brasil53 Aula 10 – Ética na administração e gestão Nesta aula, discutiremos a tomada de decisão dos gestores de uma organização com base em suas habilidades. Você conhecerá as habilidades necessárias para um profissional atuar na ges- tão e vamos refletir sobre a atuação profissional do técnico em segurança de trabalho no contexto organizacional. 10.1 Habilidades para a administração Uma organização tem três níveis para sua gestão: estratégico, ocupado pela presidência e diretoria; tático, ocupado pela gerência; e operacional, ocupado por todos aqueles que não estão nos dois primeiros níveis. Vale aqui lembrar que quando falamos em nível operacional, não estamos nos referindo apenas às pessoas que trabalham na indústria, operando máquinas, mas também aos supervisores, coordenadores, analistas, estagiários, etc. Em todos estes níveis, é necessário que o profissional domine habilidades que estão demonstradas na Figura 10.1: Figura 10.1: As habilidades de um administrador. Fonte: Chiavenato (2003). Observe que as habilidades técnicas são mais específicas do nível operacio- nal, o que não significa dizer que os demais níveis não precisem ter domínio sobre questões técnicas envolvidas nos processo. Eles precisam, mas numa intensidade menor. Chiavenato (2003), denomina de “intermediário” ou ”tá- tico” o nível em que estão os gerentes cuja visão do negócio (habilidades conceituais) deve ser mais intensa do que o domínio de habilidades técnicas. Quanto ao nível estratégico, observa-se pela figura 10.1 que as habilidades conceituais são ainda mais requisitadas (CHIAVENATO, 2003; RIBEIRO, 2009). Observe, contudo que o relacionamento humano é fundamental na gestão de um negócio e isto fica claro na figura 10.1, pois as habilidades humanas aparecem com a mesma intensidade nos três níveis de uma organização. O exercício da profissão com urbanidade, independente do nível em que o profissional se encontra é fundamental para que se forme um ambiente saudável de trabalho em que os profissionais complementem sua formação técnica e sua visão sobre o negócio em que estão atuando. 10.2 Mudanças na natureza do trabalho e a necessidade do desenvolvimento de novas habilidades de gestão Montana e Charnov (2010, p. 468) chamam nossa atenção para as mu- danças ocorridas na natureza do trabalho, ao longo do tempo. Conforme indicam estes autores, em 1979, o maior número de trabalhadores ocupava a função de balconista, posição anteriormente ocupada pelo operário e, an- tes deste, pelo agricultor. A mudança estrutural do mundo dos negócios da fabricação para o processamento de informações. Neste contexto, Montana e Charnov (2010, p. 468) indicam que funções no campo da informação tiveram um notável crescimento de 1980 a 1995, passando de uma porcen- tagem de 17% para 65% da força de trabalho e aumentando significativa- mente com o acesso à internet. O perfil do trabalhador tem mudado, exigindo dos profissionais o desen- volvimento de novos conhecimentos, habilidades e atitudes. Trabalhadores idosos têm sido cada vez mais percebidos no mercado de trabalho da mesma maneira que a mudança de valores sociais abriram espaço para a entrada das mulheres na força de trabalho. Pessoas com deficiência também compõem uma força de trabalho cuja atuação é regulada pela legislação. Urbanidade: qualidade do que é urbano; civilidade. Fonte: http://michaelis.uol.com.br/ moderno/portugues/index. php?lingua=portugues- portugues&palavra=urbanidade. Para saber mais sobre as mudanças do perfil do trabalhador acesse: http://www.mte.gov.br/fisca_ trab/inclusao/lei_cotas_2.asp e http://www.procon.sp.gov.br/ categoria.asp?id=680 Acesso em: 05 fev. 2012. No link http://www.ufrgs.br/ bioetica/eticprof.htm, acesso em: 17 maio 201,3 você encontra reflexões sobre a ética profissional e suas relações sociais, propostas por Rosana Soibelmann Glock e José Roberto Goldim. Neste texto, são discutidos temas como a ética da ação voluntária com uma perspectiva que vai fazê-lo pensar. Acesse os links: http://www.mte.gov.br/fisca_ trab/inclusao/lei_cotas_2.asp e http://www.procon.sp.gov.br/ categoria.asp?id=680 Acesso em: 17 maio 2013. E conheça a legislação voltada para as pessoas com deficiência. Reflita sobre a atuação do técnico em segurança do trabalho para proporcionar às pessoas com deficiência condições adequadas para o desenvolvimento de suas funções, nas organizações. Ética e Cidadaniae-Tec Brasil 54 Resumo Nesta aula, vimos que numa organização há três níveis nos quais se distri- buem os profissionais: estratégico (alta direção); tático (gerência); e opera- cional (demais funcionários) e que a cada um cabem habilidades conceituais e técnicas em mais ou menos intensidade. Vimos também que habilidades humanas são fundamentais para os profissionais nos três níveis para garantir um ambiente saudável no trabalho. A mudança na força de trabalho das organizações tem exigido dos profissionais o desenvolvimento de conheci- mentos, habilidades e atitudes Atividades de aprendizagem • Faça uma avaliação sobre suas habilidades e verifique se você tem mais habilidades conceituais do que técnicas. Veja também se você tem desen- volvido habilidades humanas de maneira a promover um relacionamento profissional que garanta um ambiente de trabalho saudável com aqueles que o cercam. e-Tec BrasilAula 10 – Ética na administração e gestão 55 e-Tec Brasil57 Aula 11 – Questões éticas envolvidas nos relacionamentos interpessoais no trabalho Nesta aula, vamos discutir o processo de comunicação que
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