Buscar

Etica e Cidadania

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 120 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 120 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 120 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Ética e Cidadania
Elaine Arantes
2013
Curitiba-PR
PARANÁ
Catalogação na fonte pela Biblioteca do Instituto Federal do Paraná
© INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ – EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Este Caderno foi elaborado pelo Instituto Federal do Paraná para a rede e-Tec Brasil.
Presidência da República Federativa do Brasil
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Prof. Irineu Mario Colombo
Reitor
Prof. Joelson Juk
Chefe de Gabinete
Prof. Ezequiel Westphal
Pró-Reitor de Ensino – PROENS
Gilmar José Ferreira dos Santos
Pró-Reitor de Administração – PROAD
Prof. Silvestre Labiak
Pró-Reitor de Extensão, Pesquisa e 
Inovação – PROEPI
Neide Alves
Pró-Reitor de Gestão de Pessoas – PROGEPE
Bruno Pereira Faraco
Pró-Reitor de Planejamento e 
Desenvolvimento Institucional – PROPLAN
Prof. Marcelo Camilo Pedra
Diretor Geral do Câmpus EaD
Prof. Célio Alves Tibes Junior
Diretor de Ensino, Pesquisa e Extensão – 
DEPE/EaD
Coordenador Geral da Rede e-Tec Brasil – IFPR
Thiago da Costa Florencio
Diretor Substituto de Planejamento e 
Administração do Câmpus EaD
Prof.ª Patrícia de Souza Machado
Coordenadora de Ensino Médio e 
Técnico do Câmpus EaD
Prof.ª Monica Beltrami
Coordenadora do Curso
Jessica Brisola Stori
Assistente Pedagógica
Prof.ª Ester dos Santos Oliveira
Coordenadora de Design Instrucional
Prof.ª Sheila Cristina Mocellin
Lídia Emi Ogura Fujikawa
Designers Instrucionais
Jessica Deus Soares
Revisora
Aline Kavinski
Diagramadora
e-Tec/MEC
Projeto Gráfico
e-Tec Brasil3
Prezado estudante,
Bem-vindo à Rede e-Tec Brasil!
Você faz parte de uma rede nacional de ensino, que por sua vez constitui uma 
das ações do Pronatec - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e 
Emprego. O Pronatec, instituído pela Lei nº 12.513/2011, tem como objetivo 
principal expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de Educação 
Profissional e Tecnológica (EPT) para a população brasileira propiciando 
caminho de o acesso mais rápido ao emprego.
É neste âmbito que as ações da Rede e-Tec Brasil promovem a parceria entre 
a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC) e as instâncias 
promotoras de ensino técnico como os Institutos Federais, as Secretarias de 
Educação dos Estados, as Universidades, as Escolas e Colégios Tecnológicos 
e o Sistema S.
A Educação a Distância no nosso país, de dimensões continentais e grande 
diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao 
garantir acesso à educação de qualidade, e promover o fortalecimento da 
formação de jovens moradores de regiões distantes, geograficamente ou 
economicamente, dos grandes centros.
A Rede e-Tec Brasil leva diversos cursos técnicos a todas as regiões do 
país, incentivando os estudantes a concluir o Ensino Médio e realizar uma 
formação e atualização contínuas. Os cursos são ofertados pelas instituições 
de educação profissional e o atendimento ao estudante é realizado tanto nas 
sedes das instituições quanto em suas unidades remotas, os polos. 
Os parceiros da Rede e-Tec Brasil acreditam em uma educação profissional 
qualificada – integradora do ensino médio e educação técnica, – é capaz 
de promover o cidadão com capacidades para produzir, mas também com 
autonomia diante das diferentes dimensões da realidade: cultural, social, 
familiar, esportiva, política e ética.
Nós acreditamos em você!
Desejamos sucesso na sua formação profissional!
Ministério da Educação
Novembro de 2011
Nosso contato
etecbrasil@mec.gov.br
Apresentação e-Tec Brasil
e-Tec Brasil5
Indicação de ícones
Os ícones são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de 
linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual.
Atenção: indica pontos de maior relevância no texto.
Saiba mais: oferece novas informações que enriquecem o 
assunto ou “curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao 
tema estudado.
Glossário: indica a definição de um termo, palavra ou expressão 
utilizada no texto.
Mídias integradas: sempre que se desejar que os estudantes 
desenvolvam atividades empregando diferentes mídias: vídeos, 
filmes, jornais, ambiente AVA e outras.
Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em 
diferentes níveis de aprendizagem para que o estudante possa 
realizá-las e conferir o seu domínio do tema estudado. 
Sumário
Palavra da professora-autora 11
Aula 1 – Ética e moral 13
1.1 Introdução à Ética 13
1.2 Introdução à Moral 14
1.3 A visão ética de Einstein 16
Aula 2 – Valores éticos individuais e organizacionais 19
2.1 Valores e virtudes 19
2.2 Consciência ética 21
Aula 3 – Conduta humana fundamentada na ética 23
3.1 A conduta ética 23
3.2 Os dilemas pessoais e profissionais que enfrentamos 23
3.3 Os interesses pessoais 24
Aula 4 – Por que falar sobre ética? 27
4.1 Decisões éticas e antiéticas 
na história da humanidade 27
4.2 Pesquisas científicas 28
4.3 Internet com ética 29
Aula 5 – A conduta cidadã 31
5.1 Evolução do conceito de cidadania 31
Aula 6 – Cidadãos: direitos e deveres cotidianos 35
6.1 Cidadão ou consumidor do governo? 35
6.2 O “jeitinho” é um traço cultural brasileiro? 36
Aula 7 – Ética profissional 39
7.1 O que é profissão? 39
7.2 Virtudes exigidas na conduta profissional 40
7.3 Código de ética de uma profissão 40
e-Tec Brasil
Aula 8 – Código de ética 43
8.1 Código de ética empresarial e profissional 43
8.2 Como se elabora um código de ética empresarial 44
Aula 9 – Gestão da reputação do profissional 47
9.1 A ética, a reputação e a imagem do profissional 47
9.2 Direito de uso de imagem 47
Aula 10 – Ética na administração e gestão 53
10.1 Habilidades para a administração 53
10.2 Mudanças na natureza do trabalho 
e a necessidadedo desenvolvimento 
de novas habilidades de gestão 54
Aula 11 – Questões éticas envolvidasnos relacionamentos 
interpessoais no trabalho 57
11.1 O processo de comunicação 57
11.2 Ruídos de comunicação e conflitos 58
Aula 12 – Adversidades no ambiente de 
trabalho e o papel da liderança 61
12.1 A linha que separa a firmeza 
da liderança e o assédio moral 61
12.2 Resiliência: suportando pressões 
num ambiente de adversidades 61
Aula 13 – A gestão da diversidade 
valorizando as diferenças no 
convívio social e profissional – I 65
13.1 A gestão da diversidade 65
13.2 Afrodescendentes no Brasil 65
13.3 A política de cotas no Brasil 67
Aula 14 – A gestão da diversidade 
valorizando as diferenças no 
convívio social e profissional – II 69
14.1 Exemplos de superação 69
14.2 A normatização brasileira garantindo a 
inclusão de pessoas com deficiência 70
Aula 15 – A segurança no trabalho 
para pessoas com deficiência 73
15.1 Conceito de deficiência 73
15.2 Pessoas com deficiência no ambiente de trabalho 74
15.3 Segurança e medicina no trabalho 
para pessoas com deficiência 75
Aula 16 – Interculturalidade, relações 
interpessoais e a conduta ética profissional 79
16.1 A influência do contexto cultural 
no comportamento ético profissional 79
16.2 A moral brasileira 79
Aula 17 – Ética nas negociações 81
17.1 O “sim” nem sempre é o suficiente 81
17.2 Natureza do conflito 81
17.2.2 Conflitos devem ser evitados? 82
Aula 18 – A ética no setor público 85
18.1 O código de ética do servidor público 85
Aula 19 – A ética, a transparência e a 
responsabilidade social 89
19.1 Como a responsabilidade social 
se insere na gestão das organizações 89
19.2 A gestão socialmenteresponsável dos 
negócios e o respeito à diversidade 90
19.3 O que a responsabilidade tem a 
ver com a segurança do trabalho? 91
Aula 20 – Ética pessoal, pública e privada 93
20.1 Decisões éticas são tomadas por pessoas éticas 93
Referências95
Atividades autointrutivas 99
Currículo da professora-autora 119
e-Tec Brasil
Palavra da professora-autora
e-Tec Brasil11
Querido aluno,
Ética é um tema sempre presente no nosso cotidiano desde o relacionamento 
pessoal e profissional até a reflexão sobre as descobertas feitas por pesquisas 
científicas feitas cujo impacto leva ao questionamento sobre os limites do 
controle da vida do ser humano. Nós nos deparamos frequentemente 
com escândalos e tendemos a crer que a falta de ética é a regra geral, na 
conduta do homem. Quero, neste livro, ressaltar que cabe a cada um de 
nós o comportamento ético e moral diário dando a devida importância ao 
exercício pleno da cidadania contribuindo para a formação de pessoas e 
profissionais que construam uma Nação melhor. 
Iniciaremos nossa abordagem com os conceitos fundamentais de ética, moral, 
cidadania, valores, conduta ética, dilemas éticos e consciência ética. Vistos 
estes conceitos, vamos aplicá-los no cotidiano do homem e do profissional, 
voltando para a gestão. O profissional de segurança do trabalho, assim como 
aqueles de diferentes áreas, se depara diariamente com situações em que 
seus valores são colocados à prova. 
Quais parâmetros considerar para a tomada de decisão? Vamos discutir 
amplamente neste livro os temas voltados para a gestão e sua relação com 
as bases éticas fundamentais. Liderança, comunicação, relacionamento 
interpessoal, código de ética profissional e organizacional, gestão da 
reputação, valorização da diversidade, ética no serviço público são alguns 
temas sobre os quais você refletirá em termos de consciência e conduta ética. 
Ao final deste livro, fica a pergunta: Ética pública e privada: há luz no fim do 
túnel? Vamos refletir e responder juntos a partir das discussões que fizemos 
ao longo desta obra. Artigos, vídeos, entrevistas e enquetes complementam o 
conteúdo apresentado a partir da percepção de outras pessoas e nos permitem 
comparar o que foi visto neste livro, nossa própria percepção e a contribuição 
de terceiros. Minha sugestão é que você leia, reflita e discuta com os seus 
colegas, construindo coletivamente o conhecimento sobre este tema. 
Boa leitura e bom trabalho!
Professora Elaine Cristina Arantes
e-Tec Brasil13
Aula 1 – Ética e moral
Na primeira aula, vamos abordar os conceitos fundamentais de 
ética e moral desde sua abordagem nos tempos antigos, antes 
de Cristo até nossos dias. Vamos refletir sobre a base destes 
conceitos e compreender a diferença entre o que é moral, imo-
ral e amoral. 
Desde já, quero deixar claro que não é minha pretensão abordar a ética 
e seus conceitos correlatos em bases filosóficas, mas trazendo para nosso 
cotidiano a reflexão sobre o que é ético e antiético assim como a relação do 
cidadão com seu município, estado e país na busca pelo bem comum.
1.1 Introdução à Ética
Há uma confusão na compreensão dos termos ética e moral, inclusive levan-
do a crer que ambos têm o mesmo significado. Deixo claro que isto não está 
correto. Vamos compreender o conceito de ética para depois diferenciá-lo 
de moral. 
Quando falamos sobre ética, parece que as coisas estão indo mal. Parece 
que há uma crise e logo nos reportamos a escândalos envolvendo a admi-
nistração pública. "Ora, cada um de nós tem sua própria ética baseada nas 
regras impostas pelo grupo do qual fazemos parte cujas ações se fundamen-
tam na cultura transmitida de geração a geração e que nos diz o que é certo 
ou errado".
“A ética, como ciência do ethos, é um saber elaborado segundo regras ou 
segundo uma lógica peculiar” segundo o ensinamento de Patrus-Penas e 
Castro (2010, p. 32).
É a ética, conforme Srour (2011, p.21), que esclarece o motivo que leva os 
agentes sociais a tomarem esta ou aquela decisão, orientados por este ou 
aquele valor, condicionados por estes ou aqueles interesses. Portanto, ser 
ético, significa ser um agente social cujas decisões são fundamentadas na 
moral do grupo ao qual pertence e são tomadas com base em valores e in-
teresses que busquem o bem comum.
Colombo et. al (2011, p.11) recorre a Vázquez (2005) para ensinar que ética 
“pode ser compreendida como ‘teoria, investigação ou explicação de um tipo 
de experiência humana ou forma de comportamento dos homens’ e possui 
como função fundamental estudar a essência do comportamento moral”.
O termo ética foi trazido pelos trabalhos de Pitágoras em VI a.C. e por Aris-
tóteles, em IV a.C. em sua obra “Ética a Nicômaco”.
Cada sociedade tem sua ética própria, assim, não podemos dizer que há cer-
to ou errado quando se compara o papel que se atribui à mulher no ocidente 
com aquele preconizado no Oriente Médio ou na cultura muçulmana. Veja 
o exemplo da Figura 1.1, em que a mulher muçulmana está usando uma 
burka, vestimenta que não é adotada pela mulher ocidental. 
Figura 1.1: Burka – vestimenta obrigatória para as mulheres mulçumanas.
Fonte: Domínio Público/Wikimedia Commons.
1.2 Introdução à Moral
Colombo et. al (2011 p. 25) indica que, para Vásquez (2005) o compor-
tamento moral é legislado pela ética. Os autores reforçam ainda que “a 
ética vai definir o que é bom e investigar princípios da moralidade de uma 
sociedade. Ela fundamenta e justifica certos comportamentos, mas não cria 
a moral”.
A moral de um povo é o conjunto de normas vigentes consideradas como 
critérios que orientam o modo de agir dos indivíduos daquela sociedade. 
“Quando se qualifica um comportamento como bom ou mau, tem-se um 
critério que é definido no espaço da moralidade” ensina Rios (2011, p. 29) e 
isso interessa à ética no sentido de procurar o fundamento dos valores que 
oferecem sustentação para este comportamento bom ou mau.
Preconizado: que se 
preconizou; aconselhado, 
recomendado. Fonte: http://
aulete.uol.com.br/preconizado. 
Ética e Cidadaniae-Tec Brasil 14
Observe que a Figura 1.2 resume e diferencia a ética como disciplina teórica 
e a ética individual, a moral e a conduta.
Figura 1.2: Terminologia para ética, moral e conduta.
Fonte: SROUR, HENRY, 2003.
A origem da palavra “ética”, conforme Srour (2011, p. 18), está no “caráter 
distintivo, os costumes, hábitos e valores de determinada coletividade ou 
pessoa”. Daí surge a confusão entre ética e moral, pois a palavra “costume” 
foi traduzida em latim por mos ou mores no plural, derivando a palavra mo-
ral, no português. 
Vamos nos reportar a Srour (2011, p. 21) para a definição de ética como 
sendo “o estudo dos fatos sociais, ou seja, relações entre agentes histori-
camente definidos. A Ética é o conhecimento científico dos fatos morais”. 
As escolhas que estes agentes fazem considerando suas avaliações sobre o 
bem e o mal; o mal e o bem (quando se admite que há um mal necessário 
para que um bem maior seja atingido); o bem e o bem (quando só é possível 
beneficiar uma das partes como exemplificado na Figura 1.3); e o mal e o 
mal (quando se admite que “entre os males, o menor”) é o que diferencia 
fatos morais (estudados pela ética) de fatos sociais (do cotidiano).
Figura 1.3: A escolha entre o bem e o bem: o que é bom para a gazela não é bom para a leoa.
Fonte: ©Brocken Inaglory/Wikimedia Commons.
e-Tec BrasilAula 1 – Ética e moral 15
Temos então que moral, para Rios (2011, p. 32) é “um conjunto de normas 
e regras destinadas a regular as relações dos indivíduos em uma comunidade 
social dada”. Estas normas e regras, para Rios (2011, p. 32) “se sustentam 
nos valores criados pelos sujeitos em suas relações entre si e com a natureza”. 
1.3 A visão ética de Einstein
A humildade, afabilidade, cordialidade e confiança naquilo que fazia eram 
características de Albert Einstein (veja Figura 1.4) cuja irreverência, segundo 
Sá (2010,p. 46) era fruto de seu inconformismo. Sua visão ética sobre a vida 
foi um de seus legados, além das brilhantes pesquisas no campo da Física 
e da Matemática. Sá (2010, p. 47) reforça alguns dos princípios éticos de 
Einstein:
•	 Valor para a simplicidade, liberdade e respeito a cada ser;
•	 Recusa a normas, dogmas, inconformismo e submissão;
•	 Aceitação daquilo que se pode compreender;
•	 Repúdio à escravidão;
•	 Confiança na criatividade do ser humano;
•	 Crença de que os males são resultado do desamor e da ignorância;
•	 Aceitação de que não se ensina ou aprende o que não se ama;
•	 Fama merece cautela, pois causa inveja e ressentimento.
Albert Einstein nasceu na Alemanha em 1879. 
Conhecido por ter desenvolvido a teoria da 
relatividade, seu trabalho abriu caminho para 
o desenvolvimento da energia atômica. Rece-
beu em 1921 o Prêmio Nobel de Física pela 
sua teoria quântica, esclarecendo o efeito fo-
toelétrico. Perseguido pelos nazistas, deixou 
a Alemanha passando a morar nos Estados 
Unidos, como cidadão americano onde fa-
leceu em 1955. Em 2009 foi eleito por 100 
renomados físicos em todo o mundo como o 
físico mais memorável de todos os tempos. 
Figura 1.4: Albert Einstein em 1921.
Fonte: Domínio Público/Wikimedia Commons.
Assista ao vídeo com a 
entrevista concedida pelo 
Prof. Mario Sergio Cortella 
a Jô Soares, exibido pela TV 
Globo e disponível no link 
http://www.youtube.com/
watch?v=QK5LDsEKuEA. Nesta 
entrevista, Cortella fala sobre 
ética e explica conceitos 
como: moralidade; 
amoralidade e imoralidade.
Ética e Cidadaniae-Tec Brasil 16
Resumo
Nesta aula, vimos que ética e moral não são a mesma coisa. Ética é uma 
disciplina teórica que estuda os princípios da moralidade. A moral é um con-
junto de normas e regras destinadas a regular as relações dos indivíduos em 
uma comunidade social. Vimos também que alguns dos princípios de Eins-
tein, um gênio que não se rendeu a condutas antiéticas mesmo que tenha 
sido perseguido em seu próprio país.
Atividades de aprendizagem
•	 Reflita sobre um personagem da História que tenha deixado um lega-
do ético assim como vimos nesta aula, em relação a Einstein. Faça uma 
relação dos princípios desta pessoa e a utilize como exemplo para suas 
reflexões sobre os temas que iremos abordar neste livro.
e-Tec BrasilAula 1 – Ética e moral 17
e-Tec Brasil19
Aula 2 – Valores éticos individuais 
e organizacionais
Nesta aula, vamos abordar os valores, elementos fundamentais 
para as decisões éticas individuais e organizacionais, sejam elas 
públicas ou privadas.
A consciência ética também é um tema desta aula e sua abordagem será feita 
com base nos exemplos que temos em nosso cotidiano. Vamos saber mais?
2.1 Valores e virtudes
Valores são princípios dos quais não se abre mão. Eles estão na base de 
nossa conduta individual assim como são os fundamentos da tomada de 
decisão das organizações. Você conhece os valores declarados pela empresa 
onde você trabalha? Observe que na Figura 2.1, os valores estão na base do 
planejamento estratégico das organizações. Os níveis estratégico, tático e 
operacional executam suas tarefas e tomam decisões com base nas crenças 
da organização.
Sá (2010, p. 79), recorre a Aristóteles para ensinar que “aos hábitos dig-
nos de louvor chamamos virtudes”. Vale aqui ressaltar que os virtuosos são 
dignos de louvor ainda que o meio em que vivam ou trabalhem não pro-
porcione a prática da conduta virtuosa. A conduta virtuosa (respeitar todos 
os seres, por exemplo) é uma qualidade fundamental no campo da ética e 
somente é possível para pessoas com valores (respeito, por exemplo) fortes.
Figura 2.1: valores da organização na base de seu planejamento estratégico.
Fonte: elaborada pela autora.
Veremos mais adiante a importância dos códigos de ética profissionais e 
organizacionais, contudo, vale aqui observar que de nada adianta existirem 
padrões de conduta se as pessoas não se identificarem legitimamente com 
seus princípios.
Quando os valores mudam os costumes também mudam, a legislação acom-
panha esta mudança e estabelece limites para o convívio harmonioso e este 
conjunto determina o comportamento ético das pessoas naquela sociedade. 
Por exemplo, na década de 50 não se imaginava que as mulheres traba-
lhassem fora de casa. O valor atribuído à presença da mulher no mundo do 
trabalho era diferente daquele que vemos atualmente, no século XXI. 
A mudança deste valor leva a uma mudança de costumes, pois atualmente 
não somente a mulher trabalha como já se vê uma mudança radical de valo-
res em que o homem passa a se dedicar mais às atividades domésticas. Com 
esta mudança de valores e costumes, a legislação que prevê os direitos das 
mulheres passa a reger situações como a obrigatoriedade de berçário para 
empresas com um número mínimo de mulheres empregadas.
Para Rios (2011, p. 29), “não é apenas no campo da moralidade que se en-
contram valores. Existe valoração na medida em que qualquer interferência 
do homem na realidade se dá para conferir um significado a esta realidade”.
Figura 2.2: O papel da mulher nos anos 50 e no século XXI.
Fonte: http://office.microsoft.com
Ética e Cidadaniae-Tec Brasil 20
2.2 Consciência ética
O que fazer se o Código Civil protege o sigilo e a lei fiscal obriga sua quebra? 
A consciência, como bem lembra Sá (2009, p. 73) “tem como mais forte o 
dever de não trair e de não insurgir-se contra aquele que se tem o dever 
de proteger”. 
Contudo, quando prevalece o bem público, age a lei no sentido de revelar 
aquilo que a consciência leva a omitir. Deveria ser necessária a ação da lei já 
que se sabe que a omissão prejudica o bem estar público?
Uma imagem que me vem à mente quando falo sobre consciência ética é a 
ocupação, em novembro de 2010, do Morro do Alemão e um ano depois, 
em novembro de 2011 a ocupação da Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro. 
Estas duas comunidades mantinham seu próprio código de ética respeitado 
não somente pelos próprios traficantes, mas também pelos moradores inde-
pendente de sua opinião a respeito. 
Figura 2.3: Ocupação do Complexo do Alemão em novembro – 2010.
Fonte: ©Agência Brasil – ABr/Wikimedia Commons.
A intervenção dos policiais, com apoio do Governo Federal brasileiro se deu 
e foi legítima, pois a ética ali predominante entrava em conflito com a ética 
da sociedade, prejudicando os moradores daquele local e oferecendo um 
exemplo de conduta para outros indivíduos que não condiz com a convivên-
cia saudável que se espera para os seres humanos. 
Insurgir: opor-se reagir. 
Fonte: http://michaelis.uol.
com.br/moderno/portugues/
index.php?lingua=portugues-
portugues&palavra=insurgir
e-Tec BrasilAula 2 – Valores éticos individuais e organizacionais 21
A consciência ética daqueles que dominavam estas comunidades não condiz 
com aquela que é aceita em nossa sociedade. É deste choque de percepções 
sobre o que é certo e errado que se origina confrontos com estes aos quais 
assistimos.
Sá (2011, p. 74) apresenta alguns estados especiais de manifestação da 
consciência ética ao indicar que sentimentos morais, religiosos, partidários e 
econômicos assim como as expressões do ego voltadas para o interesse e a 
emoção podem tentar a consciência ética a ceder. A qualidade destas mani-
festações é que determina o quanto as circunstâncias ambientais influencia-
rão na firmeza do caráter de quem toma a decisão.
Resumo
Nesta aula, aprendemos que valores são princípios dos quais não se abre 
mão, podendo ser individuais ou organizacionais. Vimos que hábitos dignos 
de louvor são chamados de virtudes e que de nada adianta códigos da pro-
fissão ou de organizações se as pessoas não internalizaremseu significado. 
A consciência ética também foi tema de discussão desta aula em que trata-
mos dos dilemas a que são confrontados os profissionais.
Atividades de aprendizagem
•	 E você, quais são seus valores? Já pensou sobre isso? Quais são as atitu-
des, os posicionamentos dos quais você não abre mão?
Para saber mais sobre a 
ocupação da polícia na Favela da 
Rocinha em 2011 acesse: http://
veja.abril.com.br/noticia/brasil/
rocinha-ganha-reforco-no-
policiamento-a-pe
Leia o artigo sobre o 
pensamento e a obra de 
Aristóteles, em especial “Ética 
a Nicômaco” disponível no 
link http://www.webartigos.
com/articles/5996/1/Etica-a-
Nicomaco/pagina1.html. 
Ética e Cidadaniae-Tec Brasil 22
e-Tec Brasil23
Aula 3 – Conduta humana 
fundamentada na ética
Nesta aula, abordaremos a ética como base para a conduta do 
homem, individualmente, nas organizações em que trabalha 
ou nos grupos sociais aos quais pertence. 
Ao compreendermos que o estudo da ética passa pela normatização das 
condutas dos indivíduos, precisamos também conhecer as razões que levam 
os indivíduos a aceitarem as normas impostas pelo grupo ao qual pertencem.
3.1 A conduta ética
Você já observou que há situações em que se faz necessária a orientação 
quanto às roupas adequadas para situações especiais no cotidiano, no am-
biente de trabalho e no culto religioso. Veja que, no nosso país, não há 
penalidades legais implícitas, mas existem punições sociais expressas pela 
rejeição do grupo. Já em outros países, o desrespeito às normas de conduta 
simples como o uso de vestimentas específicas ferem os princípios religio-
sos e, neste caso existe a punição pela lei. Veremos este tema mais adiante 
quando tratarmos da ética presente na interculturalidade. 
Neste sentido, vale ressaltar que a conduta humana deve respeitar normas 
implícitas no convívio ou explícitas em manuais, códigos ou na lei, por exem-
plo. A palavra “etiqueta” traz este conceito, pois trata-se do respeito à ética 
em situações específicas do convívio, como por exemplo à mesa, durante 
as refeições; numa cerimônia religiosa; num evento político. O cerimonial 
segue uma etiqueta prevista que por sua vez contempla os princípios éticos 
fundamentados na moral, nos costumes e valores daquele grupo.
3.2 Os dilemas pessoais e 
profissionais que enfrentamos
No exercício de nossa profissão, nos deparamos frequentemente com dile-
mas éticos que exigem reflexão. Por exemplo, o que dizer de um advogado 
que deve defender um criminoso? Ou de um contador que, mesmo sabendo 
das atividades ilícitas de seu cliente, tenha que lhe prestar serviço? Ou de um 
da obrigatoriedade de se reportar um acidente ocorrido no trabalho ainda 
que isto cause impactos negativos para a empresa junto à sociedade?
Normatização: (norma+izar) 
VTD Estabelecer normas para. Cf. 
normalizar. Fonte: http://www.
dicionarioweb.com.br/norma-
tizar.html
A sabedoria de Salomão
Apresentaram-se duas mulheres a Salomão. Uma disse: "Senhor, eu e esta 
mulher habitávamos na mesma casa. Durante a noite, estando a dormir, 
sufocou o filho e, aproveitando-se do meu sono, pôs o meu filho adorme-
cido junto de si e colocou aos meus pés o seu filho que estava morto. De 
manhã, olhando de perto para ele, vi que não era o meu filho". 
A outra mulher interrompeu: "Não, o meu filho é o que está vivo, o teu 
morreu". A primeira replicou: "Não, o teu é que morreu. O que está vivo 
é meu". E continuaram a disputar. Então o rei disse: Trazei uma espada, 
dividi em duas partes o menino que está vivo e dai metade a cada uma!". 
Cheia de amor ao seu filho, a mulher cujo filho estava vivo suplicou: "Se-
nhor, peço-vos que lhes deis a ela o menino vivo e não o mateis!". 
A outra, pelo contrário, dizia: "Não seja para mim nem para ti, mas divida-
-se". Então Salomão disse: "Dai a primeira o menino vivo porque é ela a 
verdadeira mãe". E assim todo o povo de Israel soube que a sabedoria de 
Deus assistia ao rei para julgar com retidão. 
Fonte: http://www.bibliacatolica.com.br/historia_biblia/17.php. Acesso em: 08 set. 2011.
3.3 Os interesses pessoais
Para Srour (2011, p. 41), interesses são “fatores tão valiosos para os agentes 
sociais que eles se mobilizam para satisfazê-los e defendê-los”. O problema 
começa quando os interesses pessoais encontram-se no limite do egoísmo e 
da ganância. Você se lembra da fraude de 65 bilhões de dólares conduzida 
por Bernard Madoff, ex-presidente da bolsa eletrônica Nasdaq? A pirâmide 
de investimentos que ele criou consistia em usar o dinheiro de novos apli-
cadores para remunerar os antigos. Quando houve uma brusca queda nos 
novos investimentos em 2008 face à recessão mundial, o esquema desmoro-
nou. Em junho de 2009, Madoff foi condenado a 150 anos de prisão. Mui-
tos perderam suas economias neste investimento que contava com a boa fé 
das pessoas e que acabou prejudicando suas vidas.
Por outro lado, há uma situação interessante a ser observada. Os trabalha-
dores muitas vezes se queixam da pressão sofrida no ambiente de trabalho, 
mas quando são chamados a revelar a causa do estresse, não apontam suas 
verdadeiras causas acreditando que colocarão em risco sua competência 
profissional. Veja o resultado da pesquisa feita pela ONG britânica Mind. 
Ética e Cidadaniae-Tec Brasil 24
A ONG britânica Mind, voltada para a saúde mental, publicou um le-
vantamento referente ao estresse endêmico que acomete milhões de 
trabalhadores no Reino Unido e que acarreta a perda de bilhões de dó-
lares em horas de trabalho. O mais curioso é que 93% mentiram a seus 
patrões a respeito do motivo real de seu absenteísmo. Alegaram dores de 
estômago, resfriados, dores de cabeça, consultas médias, problemas em 
casa ou doenças na família, menos o estresse no trabalho. Não confes-
saram que aguentam cada vez menos as pressões para o cumprimento 
de metas, nem tentaram discutir as questões referentes ao ambiente de 
trabalho em que prevalece o moral baixo, a baixa produtividade e formas 
escapistas de enfrentar tensões.
Fonte: Srour, 2011. 
Citado em: www.mind.org.uk/news/4106_the_final_taboo_millions_of_employees_forced_to_lie_about_stress
À medida que cada um olha somente para seus interesses pessoais, cria-se 
um círculo vicioso e todos perdem. Veja como a conduta ética permeia vários 
aspectos do nosso cotidiano exigindo reflexões constantes!
Resumo
Nesta aula, vimos que o estudo da ética passa pela normatização das condutas 
dos indivíduos. Ainda que o interesse pessoal exista, este não deve ser tal que 
se exceda para o egoísmo e para a ganância que prejudicam a todos. Por outro 
lado, a sinceridade na avaliação de situações difíceis contribui para sua solução 
enquanto que condutas evasivas somente levam a uma perda coletiva.
Atividades de aprendizagem
•	 No exercício de sua profissão, você já se deparou com dilemas éticos? 
Qual escolha você fez e a que você renunciou? Após sua decisão, qual foi 
sua avaliação: a escolha que fez demonstrou ser a mais acertada? 
Sugiro que você pesquise 
sobre aCAT - Comunicação 
de Acidentes de Trabalho 
nos links http://www.inss.
gov.br/conteudoDinamico.
php?id=39 e http://www.mps.
gov.br/conteudoDinamico.
php?id=463.
A matéria “Hemofilia e o dilema 
ético” disponível no link http://
veja.abril.com.br/blog/genetica/
arquivo/hemofilia-e-o-dilema-
etico/ é um exemplo do estudo 
da ética voltado para questões 
científicas e de convívio social 
envolvendo a ética profissional 
na área médica. Neste caso, 
um dilema se impõe aos 
médicos envolvendo um caso 
de paternidade. Leia, reflita e dê 
sua opinião. Discuta com seus 
colegas a respeito e compare as 
opiniões a respeito deste caso.
Endêmico: que tem caráter de 
endemia. Peculiar a umpovo 
ou região. Endemia: Doença 
que existe constantemente em 
determinado lugar e ataca as 
pessoas que aí vivem. Fonte: 
http://www.dicionarioinformal.
com.br/end%C3%AAmico
e-Tec BrasilAula 3 – Conduta humana fundamentada na ética 25
e-Tec Brasil27
Aula 4 – Por que falar sobre ética?
Nesta aula, vamos rever alguns temas polêmicos ao longo da 
história da Humanidade que nos levam a refletir sobre as ra-
zões para sermos éticos.
“Como querem que eu faça tudo direito se a justiça é morosa, os impostos 
são um absurdo, todo dia vemos escândalos com os políticos em quem vota-
mos, o mundo cheio de gente esperta[...] por que eu tenho que ser ético?” 
Querido aluno, estas e outras situações não podem servir como parâmetros 
para nossa conduta. Vamos saber mais?
4.1 Decisões éticas e antiéticas 
na história da humanidade
A história da humanidade revela situações baseadas em decisões antiéticas 
que ao longo do tempo foram corrigidas. Ao declarar que a Terra se move 
em torno do Sol e não o inverso, Galileu Galilei desafiou a Igreja Católica que 
o convocou para julgamento diante do Santo Ofício, em Roma. Condenado 
a se retratar publicamente, diz-se que ele teria sussurrado Eppur si muove ou 
seja “mas ela se move” referindo-se ao movimento da Terra em torno do Sol.
Imagine que somente no Século XX, a Igreja Católica por meio do Papa João 
Paulo II se retratou publicamente, assumindo o erro por esta condenação.
Figura 4.1: Galileu Galilei.
Fonte: Domínio Público/Wikimedia Commons.
Físico, matemático e astrônomo, o italiano 
Galileu Galilei nasceu em Pisa em 1564 e 
faleceu em Florença em 1642, na Itália. 
Suas pesquisas revolucionaram a ciência 
com o enunciado do princípio da inércia e 
os estudos sobre o movimento uniforme-
mente acelerado e sobre o movimento do 
pêndulo. Descobertas sobre manchas so-
lares, satélites de Júpiter, anéis de Saturno 
e estrelas da Via Láctea complementaram 
a defesa que fez do heliocentrismo.
4.2 Pesquisas científicas
Em 1996, pesquisadores escoceses surpreenderam o mundo com o resulta-
do da primeira experiência de clonagem de animais: nascia a ovelha batizada 
como “Dolly” a partir de uma célula da glândula mamária de uma ovelha 
adulta. Na sequência, foram também clonados bois, cavalos, ratos e porcos. 
Figura 4.2: A ovelha Dolly, primeiro mamífero clonado.
Fonte: ©Toni Barros/Wikimedia Commons.
Produzir artificialmente um ser vivo tornou-se objeto de polêmicas entre re-
ligiosos, políticos e movimentos sociais em diversos países. A discussão reto-
mou sua força quando Dolly precisou ser sacrificada, em 2003, devido à uma 
doença pulmonar progressiva.
Pesquisas com células tronco nos levam a crer na esperança de cura para 
doenças como diabetes, esclerose, Alzheimer, distrofia muscular e Parkinson. 
As células embrionárias usadas nestas pesquisas são as únicas com capacida-
de de diferenciação nos 216 tecidos que formam o corpo humano. Por outro 
lado, despertam discussões calorosas sobre o acesso do homem a células 
embrionárias. A discussão gira em torno da vida de um indivíduo que deixa 
de se formar para curar outro ser humano.
Também os resultados de pesquisas são objeto de preocupação dos órgãos 
públicos. No Brasil, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e 
Tecnológico (CNPq) divulgou diretrizes que promovem a ética na divulgação 
dos resultados das pesquisas que são realizadas em nosso país. Esta iniciativa 
se deu devido a fraudes ocorridas na comunicação de resultados obtidos por 
pesquisadores brasileiros.
Ética e Cidadaniae-Tec Brasil 28
Não se pode realizar procedimentos médicos sem a anuência do paciente. A 
ética se faz presente na condução de situações como esta já que há grupos 
de pessoas incapazes de decisão como crianças e pacientes de hospitais psi-
quiátricos cuja concordância com pesquisas científicas deve se dar por seus 
representantes legais. Entram em cena a consciência ética do ser humano e 
do profissional fundamentada nos valores do indivíduo que toma a decisão e 
nos deveres profissionais éticos esclarecidos no código da categoria.
4.3 Internet com ética
Você faz parte de redes sociais como Orkut, Facebook ou Linkedin? Se a res-
posta for afirmativa, você sabe quantas mudanças ocorreram nestes espaços 
virtuais buscando oferecer alguma privacidade aos seus participantes. Então 
você também sabe o quanto esta privacidade é cada vez mais difícil de se 
obter. Os usuários da internet consomem a informação quando quiserem e 
a utilizam da maneira que desejarem. Quantos processos já foram movidos 
por pessoas que se sentiram prejudicadas pelo uso indevido de seus nomes, 
comprometendo a imagem pessoal e profissional! Ainda que seja possível 
descobrir a fonte de observações equivocadas feitas na internet, somente 
com o apoio da Justiça pode-se consultar os provedores e então fazer mo-
vimentos para tentar restabelecer a imagem de quem se sentiu prejudicado.
O fato é que não é possível haver um controle 100% efetivo sobre o que 
acontece no ambiente virtual. Dependemos da consciência ética das pessoas 
que nele navegam para que seu uso seja feito para o bem comum. É isso que 
você vê no seu dia a dia?A pirataria na internet ocorre quando se obtém có-
pias não autorizadas de bens para uso pessoal (Srour, 2011), da mesma ma-
neira que estas cópias são vendidas no mercado, nas ruas ou nas casas, sem 
autorização legal. A moral do oportunismo se instala e a conduta antiética 
é justificada pela necessidade do suprimento de necessidades básicas do ser 
humano. Esta conduta se justifica? Srour (2011, p. 38), indica que “raciona-
lização antiética” está na base desta conduta orientando práticas racionais 
fundamentadas no que Sá (2010, p. 263), chama de “ética da mentira”. As 
pessoas estabelecem um conjunto articulado de justificativas para seus atos 
imorais e ilícitos, condenados pela sociedade.
A ovelha Dolly foi o primeiro 
mamífero clonado e teve que 
ser sacrificada devido à uma 
doença pulmonar progressiva. 
Saiba mais lendo: http://www1.
folha.uol.com.br/folha/ciencia/
ult306u8462.shtml acessado 
em 04/12/2011.
Pesquisas com células tronco são 
o tema da matéria publicada em 
http://veja.abril.com.br/idade/
exclusivo/celulas_tronco/01.
html. Acesso em: 04 dez. 2011. 
Leia esta matéria e reflita sobre 
os avanços que as pesquisas 
científicas podem trazer para 
a medicina e considere as 
polêmicas geradas por estes 
movimentos científicos.
Leia no link http://www.
inovacaotecnologica.
com.br/noticias/noticia.
php?artigo=cnpq-
diretrizes-eticas-
pesquisa&id=010175111026. 
Acesso em: 04 dez. 2011 sobre 
as diretrizes éticas estabelecidas 
no Brasil pelo CNPq para que 
sejam feitas pesquisas científicas. 
e-Tec BrasilAula 4 – Por que falar sobre ética? 29
Resumo
Nesta aula, vimos que ao longo da história da Humanidade foram tomadas 
decisões antiéticas que se basearam nos princípios vigentes naquele momen-
to e que norteavam a conduta da sociedade. Vimos também que polêmicas 
são levantadas a partir de pesquisas científicas realizadas na busca pela cura 
de doenças. A ética na internet é um tema contemporâneo que precisa ser 
considerado orientando o comportamento dos indivíduos no sentido de pro-
mover um convívio harmônico de todos.
Atividades de aprendizagem
•	 Em que medida é válido colocar em risco seres vivos ou mesmo colocá-los 
em risco para se desenvolver pesquisas científicas? Observe quantos ex-
perimentos são feitos e relacione seus benefícios comparando-os com os 
riscos que apresentam. Reflita sobre os resultados desta análise e compare 
com os de seus colegas.
Ética e Cidadaniae-Tec Brasil 30
e-Tec Brasil31
Aula 5 – A conduta cidadã
Nesta aula, vamosabordar a conduta de cada cidadão em re-
lação aos seus direitos e deveres para com à coletividade a que 
faz parte. Vamos refletir sobre a ética presente no cotidiano do 
cidadão não somente em relação ao que ele pode exigir do Es-
tado mas no que diz respeito ao cumprimento de seus deveres.
Ao abordar o tema da conduta ética, é fundamental tratar a questão da re-
lação entre o indivíduo e o Estado, ou seja, a cidadania. Já na Roma Antiga 
– um período que durou 12 séculos e se iniciou em VIII a.C. com a fundação 
de Roma - se estabeleceu os direitos e deveres que cada indivíduo tem para 
com o Estado. 
5.1 Evolução do conceito de cidadania
Originado na Grécia antiga (1100 a.C. até 146 a.C.) o termo cidadania indica 
aquele que habita uma cidade (civitas) e dizia respeito à sua atuação efetiva 
o que significava dizer que nem todos eram cidadãos, mas somente aqueles 
que usufruíam de privilégios em determinadas classes sociais. O conceito, 
naquela época excluía mulheres, crianças e escravos e incluía somente os 
homens totalmente livres, ou seja, aqueles que não precisavam trabalhar para 
viver. Imagine que o número de cidadãos era bem reduzido.
Figura 5.1: Grécia Antiga.
Fonte: Domínio Público/Wikimedia Commons.
Na Roma Antiga, cidadania estava relacionada ao exercício de direitos polí-
ticos, civis e religiosos atribuída somente aos patrícios (homens livres, des-
cendentes dos fundadores da cidade); negada aos plebeus (descendentes 
de estrangeiros) assim como aos escravos (todos aqueles que não saldavam 
suas dívidas, os traidores e os prisioneiros de guerra). Com a expansão militar 
romana, o advento da Lei das Doze Tábuas (450 a.C.) assegurou aos plebeus 
o acesso ao exercício da cidadania.
Com a queda do Império Romano e o início da Idade Média, as relações 
entre o cidadão e o Estado passaram a ser controladas pela Igreja Católica 
e com o Feudalismo, a vassalagem estabeleceu uma relação intensa de de-
pendência do camponês. O homem medieval nunca foi cidadão. De alguma 
maneira, foram “suspensos” os princípios de cidadania.
A Revolução Francesa, que iniciou em Paris em 14 de julho de 1789, com a 
Queda da Bastilha, alterou o quadro político daquele país e foi um marco na 
instauração de um Estado democrático voltado para os interesses de todos 
os cidadãos e um exemplo seguido por outros países. Com o início da Idade 
Moderna foram introduzidos os princípios de liberdade e igualdade na busca 
pela justiça e contra os privilégios.
Figura 5.2: Obra de Eugène Delacroix representando 
“Marianne” que personifica a República Francesa.
Fonte: Domínio Público/Wikimedia Commons.
A queda da Bastilha foi o 
evento decisivo para o início da 
Revolução Francesa de 1789. A 
Bastilha era uma velha fortaleza 
construída em 1370, utilizada 
pelo regime monárquico como 
prisão de criminosos comuns. 
Para saber mais acesse: http://
www.infoescola.com/historia/
queda-da-bastilha/.
Ética e Cidadaniae-Tec Brasil 32
O conceito de cidadania no Estado Democrático de Direito, conforme explica 
Luiz Flávio Borges d’Urso está relacionado a
“um status jurídico e político mediante o qual o cidadão adquire direi-
tos civis, políticos e sociais; e deveres (pagar impostos, votar, cumprir 
as leis) relativos a uma coletividade política, além da possibilidade de 
participar na vida coletiva do Estado. Esta possibilidade surge do prin-
cípio democrático da soberania popular.”
Disponível em: <http://www.oabsp.org.br/palavra_presidente/2005/88/>. 
Acesso em: 04 dez. 2011.
Assim, participar ativamente da condução da gestão pública faz parte do 
exercício pleno da cidadania importando não somente em apontar as melho-
rias a serem realizadas, mas também em atuar na direção de sua realização. 
A inclusão política se faz por meio do exercício pleno da cidadania o que é 
reforçado pela colocação de Dalmo de Abreu Dallari (1998, p. 14),
“A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a pos-
sibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo. 
Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído da vida social 
e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade den-
tro do grupo social”.
Observe que as palavras de Dallari (1998) indicam que “participar ativamen-
te da vida e do governo” é um direito do povo. Você tem exercido este 
direito, em seu município? No Brasil, a Constituição de 1988 foi um marco 
na conquista do povo pelo seu direito a participar da tomada de decisões no 
país. No dia 27 de julho de 88, em que foi promulgada a nova Constituição, 
Ulysses Guimarães disse:
“essa será a Constituição cidadã, porque recuperará como cidadãos 
milhões de brasileiros, vítimas da pior das discriminações: a miséria”. 
“Cidadão é o usuário de bens e serviços do desenvolvimento. Isso hoje 
não acontece com milhões de brasileiros, segregados nos guetos da 
perseguição social”.
Para relembrar o que foi o 
Impeachment do Presidente 
Fernando Collor de Mello leia 
a reportagem disponível em: 
http://g1.globo.com/politica/
noticia/2012/09/impeachment-
de-collor-faz-20-anos-relembre-
fatos-que-levaram-queda.html.
e-Tec BrasilAula 5 – A conduta cidadã 33
Movimentos populares como a Ação Ci-
dadania Contra a Miséria e pela Vida, li-
derado por Betinho e a ação dos “caras 
pintadas” que incentivou o impeachment 
do Presidente Fernando Collor de Mello 
são exemplos do exercício destes direitos. 
Outro exemplo é o recolhimento correto dos impostos que deve ser feito por 
todos os cidadãos da mesma maneira que devem contribuir para a manuten-
ção da segurança e do patrimônio público. Considerando estes exemplos, 
você diria que temos exercido a cidadania de maneira plena?
Vale também ressaltar que a cidadania empresarial é também uma maneira 
de as organizações cumprirem com seus deveres ao mesmo tempo em que 
usufruem de seus direitos na relação com os públicos que de alguma manei-
ra são impactados por suas atividades. A cidadania empresarial está presente 
quando uma organização oferece aos seus funcionários mais do que prevê 
a lei, como no caso de berçário, creche, assistência médica extensiva a fa-
miliares, integração de pessoas com deficiência ao ambiente de trabalho e 
promoção de seu relacionamento saudável com os colegas, etc. Este é um 
termo que tem sido cada vez mais utilizado no Brasil desde que o Instituto 
Ethos de Responsabilidade Social iniciou suas atividades, em 1998, estimu-
lando o investimento em projetos sociais e ambientais pela iniciativa privada.
Resumo
Nesta aula, vimos que o conceito de cidadania evoluiu desde a Roma e a 
Grécia Antigas até os dias de hoje, mudando ao longo do tempo face aos 
novos cenários políticos que se apresentavam. Durante o Feudalismo, vimos 
que os princípios relacionados à cidadania ficaram “suspensos” com a insta-
lação de relações de dependência entre o homem e o Estado que passava a 
ser controlado pela Igreja Católica.
Atividades de aprendizagem
•	 Observe a conduta das pessoas que você conhece (a sua própria, inclusi-
ve!) e analise se todos estão praticando plenamente a cidadania no senti-
do de exercer o direito à gestão pública seja de seu município, seu estado 
ou do nosso país.
A Declaração dos Direitos 
Humanos que se encontra 
na íntegra no link http://
www.onu-brasil.org.br/
documentos_direitoshumanos.
php, foi proposta pela ONU – 
Organização das Nações Unidas 
e assinada por todos os Estados 
Membros garantindo “a todos 
os membros da família humana 
e de seus direitos iguais e 
inalienáveis é o fundamento
da liberdade, da justiça 
e da paz no mundo”. 
Figura 5.3: logotipo do movimento 
liderado por Betinho.
Fonte: http://www.acaodacidadania.com.br
Ética e Cidadaniae-TecBrasil 34
e-Tec Brasil35
Aula 6 – Cidadãos: direitos 
e deveres cotidianos
Nesta aula, vamos refletir sobre o exercício cidadão face à ad-
ministração pública. Vamos também discutir o conhecido “jei-
tinho brasileiro” de se resolver as situações delicadas. 
Há aqueles que afirmam que se trata de um traço cultural do povo brasileiro, 
enquanto outros defendem a afirmação de que se trata de pura falta de ética 
mascarada pela culturalidade. Vamos conhecer o que alguns pesquisadores 
dizem a respeito e refletir sobre seus ensinamentos, comparando-os com o 
que vemos no nosso cotidiano.
6.1 Cidadão ou consumidor do governo?
Em seu artigo, Mintzberg (1998, p. 151), retoma o questionamento feito 
por Tom Peters sobre a máxima que conhecemos: “o direito de uma pessoa 
termina quando começa o direito da outra”. Leia atentamente o trecho do 
artigo de Mintzberg: 
“Eu não quero, diz Tom Peters, um burocrata da prefeitura me criando 
dificuldades. Eu quero tratamento apropriado, rápido,eficaz e profis-
sional. Mas o que acontece se meu vizinho quiser uma permissão para 
aumentar a casa dele, fazendo sombra sobre a minha?Quem é o clien-
te da prefeitura neste caso?” MINTZBERG, 1998.
Você sabia?
Henry Mintzberg (nascido nos EUA em 1939) é reconhecido mundial-
mente como uma referência nas áreas de estratégia e gestão de negócios. 
Mintzberg afirma que o gestor gerencia os negócios em três níveis: ação, 
informação e pessoas. 
Thomas Peters (nascido em 1942/EUA) é uma referência mundial na ges-
tão de negócios. “Destruição Criativa” e “Descontinuidade” são temas 
que ele aborda alertando para a gestão nociva da manutenção de antigos 
paradigmas.
Com base no que vimos até agora, vale lembrar Matias-Pereira (2010, p. 37) 
quando indica que o conceito de cliente pode ser ampliado quando se fala 
em administração pública “considerando o cidadão como um cliente que 
recebe serviços ao mesmo tempo em que se concebe a organização como 
um sistema integrado de provedores internos e externos”. 
Observe como temos aqui afirmações que se complementam: o cidadão 
pode ser visto como um consumidor na medida em que interage com a 
gestão pública como provedor externo de informações, recolhimento de tri-
butos, conservação de patrimônio público, etc. Vale aqui ressaltar que na 
iniciativa privada, as organizações cada vez mais têm envolvido os consumi-
dores no desenvolvimento e aperfeiçoamento de seus produtos e serviços.
Também as organizações têm sido cobradas pela sociedade pelo exercício 
da “cidadania empresarial” ou seja, seu comprometimento com a gestão do 
que é público por meio de parcerias estratégicas. O exercício da cidadania 
empresarial não se limita ao recolhimento de tributos, é mais amplo do que 
isso. São exemplos de cidadania empresarial: programas de inclusão social 
por meio de investimento social; integração de pessoas com deficiência no 
ambiente de trabalho, indo muito além do que exige a legislação; preserva-
ção meio ambiente, entre outros.
6.2 O “jeitinho” é um traço 
cultural brasileiro?
O antropólogo Roberto da Matta (2009), ao discutir o tema: “O jeitinho brasi-
leiro é uma forma de corrupção?” ensina que esta forma de resolver situações 
difíceis contando com a benevolência dos outros poderia ser mundial, não 
fosse em países como a Alemanha ou Suíça onde impera a rigidez no cum-
primento das normas. Para este autor, o mesmo “jeitinho” que facilita a vida 
no cotidiano também coloca o brasileiro acima da lei: “o jeitinho se confunde 
com corrupção porque desiguala o que deveria ser tratado com igualdade”. 
Para da Matta, há uma questão sociológica envolvida no “jeitinho” que es-
tabelece uma relação ruim com a norma estabelecida para todos. O cidadão 
exige o cumprimento da lei pelo político que ocupa um cargo público, mas 
por outro lado, pede a um parente que faça “vista grossa” sobre um tributo 
não recolhido. Como lidar com a ética nesta situação? Como dizer que o 
representante do povo foi antiético e precisa ter seus direitos políticos cassa-
dos se o próprio cidadão transgride a lei.
Leia o artigo “Você tem 
cultura?” escrito por Roberto da 
Matta e disponível no link http://
www.arq.ufsc.br/urbanismo5/
artigos/artigos_mr.pdf
Acesso em: 21 dez. 2012. 
Compreenda a reflexão que o 
autor faz sobre “o agir cultural” 
brasileiro de dizer 
que não tem cultura. 
Ética e Cidadaniae-Tec Brasil 36
Resumo
Aprendemos nesta aula, que a relação entre os cidadãos e o governo precisa 
ser muito mais intensa do que o mero recolhimento de tributos e sua apli-
cação na área pública. A participação do cidadão na gestão faz a diferença 
entre ser apenas consumidor e ser cidadão atuante na gestão pública. Vimos 
também que o “jeitinho brasileiro” é uma maneira que encontramos de 
resolver situações difíceis usando subterfúgios ou contando com a bene-
volência dos outros. 
Atividades de aprendizagem
•	 Discuta com seus colegas as seguintes colocações: Al Gore quando era 
vice-presidente dos EUA afirmou que o povo americano é consumidor 
do governo; Henry Mintzberg se diz mais do que mero consumidor do 
governo. Qual sua percepção sobre estas duas colocações? O que dizem 
seus colegas a respeito?
Anotações
Subterfúgio: pretexto 
para evitar uma dificuldade. 
Fonte: http://michaelis.uol.
com.br/moderno/portugues/
index.php?lingua=portugues-
portugues&palavra= 
subterf%FAgio
e-Tec BrasilAula 6 – Cidadãos: direitos e deveres cotidianos 37
e-Tec Brasil39
Aula 7 – Ética profissional
Nesta aula, veremos o conceito de profissão e as virtudes que 
seu exercício exige. 
Discutiremos a relação entre a habilidade técnica no exercício da profissão e 
a prática das virtudes universais que permeiam as profissões.
7.1 O que é profissão?
O “exercício habitual de uma tarefa, a serviço de outras pessoas” é o concei-
to que Sá (2009, p. 155) atribui à profissão. Os benefícios, tanto para quem 
desempenha esta tarefa como para quem é beneficiado por sua execução 
também integram este conceito.
Figura 7.1: Profissões.
Fonte: IFPR 2013.
A ética, para Sá (2009) ,permeia o exercício da profissão na medida em que a 
conduta profissional condizente com a moral e a regulação feita pela lei ga-
rantem benefícios para os profissionais, a categoria à qual pertencem e para 
a sociedade. Vale aqui ressaltar que a conduta ética universal independe das 
culturas cujos costumes são diferenciados, ou seja, o zelo, a honestidade, 
e a competência são virtudes desejadas em qualquer exercício profissional 
independente da área de atuação ou cultura em que for desenvolvido. Uma 
frase de Sá (2009, p. 164) é significativa: “A profissão não deve ser um meio, 
apenas de ganhar a vida, mas de ganhar pela vida que ela proporciona, re-
presentando um propósito de fé”. 
7.2 Virtudes exigidas 
na conduta profissional
Para o exercício de uma profissão, habilidades técnicas são exigidas. A per-
gunta que coloco para sua reflexão é: somente habilidades técnicas são su-
ficientes para que seja virtuoso o exercício de uma profissão? Na matéria 
publicada na edição especial “Veja na História”, observa-se que durante a 
Segunda Guerra Mundial, médicos nazistas utilizaram as técnicas da pro-
fissão para uma determinada finalidade que inclui pesquisas. Não é preciso 
dizer que tais práticas foram e continuam sendo condenadas pela ausência 
absoluta de respeito à dignidade humana, virtude necessária à prática de 
qualquer profissão. Sei que o exemplo é extremo, mas coloco aqui para que 
não nos esqueçamos que a prática de nossas profissões requer acima de 
tudo o exercício da moral e da ética colocando em prática as virtudes univer-
sais que permeiam os relacionamentos, em nossasociedade. 
7.3 Código de ética de uma profissão
Em seu livro, Sá (2009, p. 152) ensina que “a profissão pode enobrecer pela 
ação correta e competente, pode também ensejar a desmoralização, através 
da conduta inconveniente, com a quebra de princípios éticos.” Ao pertencer 
a uma classe profissional, qualquer que seja sua natureza, o indivíduo assu-
me um compromisso com a sociedade e com os colegas de profissão. O que 
dizer de um médico ou um enfermeiro que negligencia os cuidados com um 
paciente? E um professor que desrespeita um aluno? Veja os políticos! Te-
mos aqueles que se dedicam ao exercício da representação popular e aque-
les citados negativamente pela mídia. Observe como existe uma tendência a 
generalizar a atuação profissional, fazendo referências negativas ou positivas 
a uma classe profissional apenas pela observação de um ou de alguns indiví-
duos cuja ética é questionável pela sociedade.
Leia a matéria publicada na 
edição especial Veja na História, 
disponível no link http://veja.
abril.com.br/especiais_online/
segunda_guerra/edicao006/
sub2.shtml
Acesso em: 22 jan. 2012. 
Reflita sobre exemplos de outras 
atuações profissionais em que 
somente o domínio da técnica 
não é suficiente para garantir a 
conduta ética do profissional.
Ética e Cidadaniae-Tec Brasil 40
Resumo
Aprendemos, nesta aula, que o conceito de profissão envolve a prática ha-
bitual de uma tarefa e pressupõe a conduta ética do profissional que a de-
senvolve. Virtudes como zelo, honestidade, e competência são inerentes ao 
exercício de qualquer profissão independente do país e da cultura onde for 
colocada em prática.
Atividades de aprendizagem
•	 Discuta com seus colegas o seguinte tema: em que medida a ampliação 
do conhecimento de um profissional para além das habilidades técnicas 
contribui para sua conduta ética?
Anotações
e-Tec BrasilAula 7 – Ética profissional 41
e-Tec Brasil43
Aula 8 – Código de ética
Nesta aula, vamos falar sobre o código de ética empresarial e 
profissional e para finalizar, abordaremos o código de ética do 
técnico em segurança do trabalho.
Inicialmente, vamos compreender o que tem motivado as organizações a re-
digirem, publicarem e disseminarem um código de ética para os públicos com 
os quais se relaciona. Na sequência, discutiremos uma metodologia de pro-
dução do código de ética envolvendo os funcionários de uma organização. 
8.1 Código de ética 
empresarial e profissional
O que é um código de ética? ARRUDA (2006, p. 526) ensina que se trata 
de um documento cujo objetivo é “nortear condutas, mas procedimentos 
específicos devem constar de normas, manuais ou políticas definidas concre-
tamente para cada setor ou atividade”.
O código de ética, segundo Patrus-Pena e Castro (2010, p. 48) representa a 
“oportunidade de a empresa manifestar os valores básicos que pautam sua 
conduta no mundo dos negócios e na relação com a sociedade”.
Desde que o Instituto Ethos iniciou suas atividades no Brasil, em 1998, as 
organizações têm discutido o tema da responsabilidade social cujo conceito 
volta-se para a gestão do negócio de maneira ética e transparente com os 
públicos com os quais se relaciona, pautando-se no desenvolvimento susten-
tável, caminho para sua sustentabilidade. 
Com a evolução das discussões sobre este tema, observa-se que as organiza-
ções cada vez mais têm adotado o código de ética como uma ferramenta de 
orientação de conduta das pessoas que nelas trabalham. Lembre-se que já 
falamos que não existem empresas éticas, mas pessoas éticas que trabalham 
nas empresas. As decisões destas pessoas no cotidiano da gestão do negócio 
constrói a reputação tanto da organização como dos próprios profissionais 
tomadores de decisão.
No sentido de orientar a atuação dos profissionais no sentido da conduta éti-
ca, zelando pela reputação da categoria, é redigido e divulgado o código de 
ética da profissão. De quantos casos você já tomou conhecimento por meio da 
mídia sobre médicos, por exemplo, que tiveram cassado seu registro no con-
selho da profissão devido à sua conduta antiética? Leia a reportagem sobre a 
médica do Hospital Evangélico de Curitiba. Disponível em: http://g1.globo.
com/jornal-hoje/noticia/2013/02/hospital-evangelico-de-curitiba-afas-
ta-47-funcionarios-da-uti.html e faça também outras pesquisas.
8.2 Como se elabora um 
código de ética empresarial
Se um código de ética orienta a conduta dos profissionais de uma orga-
nização, então, para que seja efetivo é preciso que eles participem de sua 
elaboração. Algumas sugestões são feitas por ARANTES (2011, p. 143) para 
que este processo seja inclusivo e educativo. Sugiro que sejam seguidas as 
seguintes etapas na produção de um código de ética empresarial:
1. Organizar reuniões de trabalho no formato de oficinas. 
2. Selecionar representantes de todas as áreas da organização para partici-
par das reuniões.
3. Iniciar com a explicação sobre os objetivos do trabalho que será realizado.
4. Propor uma discussão inicial sobre o entendimento de cada participante 
sobre os conceitos: ética, moral, cidadania, valores, entre outros.
5. Levantar as situações vividas pelos participantes que exemplifiquem con-
dutas éticas e antiéticas.
6. Discutir a necessidade de normas para o convívio harmonioso e produtivo.
7. Conhecer códigos de ética de outras organizações.
8. Iniciar a elaboração do código de ética da organização utilizando como 
base os conhecimentos adquiridos.
9. Apresentar para a alta direção e validar o conteúdo.
Ética e Cidadaniae-Tec Brasil 44
10. Organizar reuniões com todos os funcionários divididos por área para apre-
sentação da íntegra do código elaborado e aprovado pela alta direção.
11. Entregar o código de ética a cada um dos funcionários com protocolo.
12. Enviar o código de ética para os demais públicos com os quais a organi-
zação se relaciona: fornecedores, principais clientes, governo, parceiros 
estratégicos.
13. Disponibilizar o texto do código de ética no website da organização.
14. Disponibilizar um canal de denúncias para condutas antiéticas.
15. Organizar um comitê de ética que avalie as denúncias, dê retorno àque-
les que se identificaram e acompanhe a aplicação do código de ética na 
organização.
16. Tornar público os nomes dos participantes do comitê de ética.
Resumo
Aprendemos. nesta aula, que a conduta de um profissional causa impacto 
sobre sua própria reputação assim como sobre a reputação da organização 
onde ele trabalha e sobre a categoria à qual ele pertence. Vimos que para 
ser efetivo, é preciso que o código de ética de uma organização tenha cunho 
educativo e seja elaborado com a participação de representantes de todas as 
áreas. Conhecemos também os movimentos que a Federação dos Técnicos 
em Segurança no Trabalho estão fazendo para que o profissional da área 
tenha aprovado o código de ética de sua profissão.
Atividades de aprendizagem
•	 Pesquise o código de ética da organização em que você trabalha. Você já 
o conhecia? Procure saber como ele foi construído e divulgado e se todos 
os funcionários têm conhecimento de seu conteúdo, além de seguir aquilo 
que nele está indicado. O que você mudaria no texto do código de sua 
organização? Caso ela ainda não tenha, reflita sobre a possibilidade de pro-
por uma discussão sobre a ética e os outros temas tratados em nossas aulas. 
Conheça o conteúdo do Código 
de Ética e Disciplina da OAB 
no link www.oab.org.br/
Content/pdf/LegislacaoOab/
codigodeetica.pdf
Acesso em: 14 maio 2013.
e-Tec BrasilAula 8 – Código de ética 45
e-Tec Brasil47
Aula 9 – Gestão da reputação 
do profissional
Nesta aula, vamos discutir os impactos causados pela conduta 
sobre a reputaçãode um profissional. 
Abordaremos o quanto a exposição dos profissionais nas redes sociais pode 
causar impactos positivos e negativos sobre a reputação de um profissional.
9.1 A ética, a reputação e a 
imagem do profissional
O patrimônio de um profissional é constituído também da percepção que se 
tem dele, de suas decisões na vida pessoal e de sua conduta na organização 
com os colegas e na sua relação com o trabalho. Em sua obra, Sá (2010) re-
força o valor do código de ética da profissão no sentido de preservar o nome 
profissional que causa impactos em toda categoria.
Ao tratar as condutas antiéticas do ser humano, Sá (2010, p. 153) reforça 
a importância de se preservar a imagem pessoal e profissional que faz por 
merecer a confiança da sociedade e das organizações. “O que se faz du-
rante toda uma vida, em poucos dias pode desmoronar, diante dos efeitos 
malévolos da ação dos caluniadores, traidores, difamadores, chantagistas e 
intrigantes” diz Sá (2010, p. 153). Energia e inteligência são necessárias para 
que possamos nos contrapor aos resultados das ações que buscam destruir 
uma imagem positiva, seja ela pessoal ou profissional. 
9.2 Direito de uso de imagem
Pessoas que constroem ao longo de suas vidas uma imagem tão positiva 
que acabam se tornando uma celebridade precisam cuidar para que dela 
não se faça uso indevido ou sem autorização. Campanhas de comunicação 
frequentemente utilizam a imagem de atletas, atores, entre outros para en-
dossar produtos ou serviços de organizações de diferentes segmentos. 
A imagem de um profissional é um assunto tão sério que a normatização de 
seu uso é feita pela legislação. A lei 9.610 de 19/02/1998 cuja íntegra está 
disponível no link http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9610.htm, 
acesso em: 05 fev. 2012, dispõe sobre direitos autorais. 
Vale aqui ressaltar que também fazem parte desta discussão o direito ao 
desenvolvimento de um produto, serviço, autoria de textos ou produções 
culturais, entre outros. O INPI – Instituto Nacional da Propriedade Industrial é 
o órgão que regula os registros de patentes neste campo. Quando patentes 
são registradas e seus produtos tornados públicos qualquer utilização sem 
autorização prévia ou fazendo a devida referência é punida pela lei. 
Da mesma maneira, textos acadêmicos devem fazer referência aos seus au-
tores originais, como fontes de referência. Veja o exemplo deste livro. Inúme-
ros autores são citados, suas referências estão no texto e ao final desta obra. 
Assim, quando fazemos trabalhos acadêmicos, devemos seguir as normas 
da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas que oferecem as diretri-
zes para as instituições de ensino, como a nossa, e seus alunos. Observe que 
o Manual de Normas para a Redação de Trabalhos Acadêmicos do IFPR está 
à sua disposição, em nosso portal. 
Fica altamente prejudicada a imagem daquele que se apropria de trechos de 
obras já publicadas, sem fazer a devida referência, conforme orienta a ABNT. 
Para refletir
A matéria intitulada “Reputação on-
-line: como cuidar da sua imagem na 
internet” que você lê a seguir aborda 
um tema muito atual voltado para o 
acesso ilimitado que todos têm sobre 
todas as pessoas, apenas digitando 
seus nomes num site de pesquisa, na 
internet. Você já teve sua privacidade 
invadida pela internet? Até que ponto 
considera benéfica a participação em 
redes sociais como Orkut, Facebook e 
outros sites de relacionamento, e de que maneira esta exposição pode preju-
dicar um profissional? Que atitudes você adota para se prevenir de situações 
indesejáveis que possam afetar sua imagem como profissional? 
Leia no link http://www.
jornaldocampus.usp.br/index.
php/2011/03/professor-
demitido-responsabiliza-aluna-
por-plagio, acesso em: 06 fev. 
2012, a matéria sobre uma 
caso de apropriação indevida 
de trechos de obras 
publicadas onde os nomes das 
pessoas envolvidas foram 
também publicados. 
Figura 9.1: Imagem em foco.
Fonte: IFPR 2013.
Ética e Cidadaniae-Tec Brasil 48
Reputação on-line: como cuidar de sua imagem na internet
Atenção, você está sendo “googlado”. Qualquer pessoa com conexão à 
internet pode ter acesso à informações básicas sobre outra em uma sim-
ples busca em sites, por exemplo, o Google. Inclusive o atual chefe e um 
futuro empregador.
Monitorar a imagem e ter certos cuidados antes de se expor nas redes so-
ciais e sites não é uma tarefa impossível. “Ninguém enviaria um currículo 
impresso com uma foto de biquíni anexada para tentar uma nova opor-
tunidade de emprego. A necessidade de etiqueta pessoal e profissional 
ocorre em qualquer contexto e é apenas mais evidente na internet”, diz 
Ana Paula Zacharias, sócia-diretora da Hunter Consulting Group.
Vamos fazer um teste?
1. Pesquise o seu nome: 
Observe o que as outras pessoas podem descobrir sobre você e veja se 
há textos e fotos comprometedores ou indesejáveis a seu respeito. Muita 
gente com blog pessoal e sites de fotos como Flickr ou Fotolog pode se 
esquecer de postagens antigas e até com opiniões que já não condizem 
com a sua, mas que podem comprometer na busca por um emprego.
Caso o seu nome seja comum ou não apareça nos primeiros resultados, 
o escreva entre aspas e veja o que é listado com o nome completo e as 
variações possíveis dele. O uso de palavras-chave, como o atual emprega-
dor ou cidade, acompanhadas do nome também ajudam a potencializar 
a pesquisa. Altere as configurações de privacidade das redes sociais que 
aparecem nos resultados ou delete o conteúdo indesejado. Se o resultado 
não puder ser removido, pode ser necessário buscar ajuda especializada.
2. Não adianta se esconder.
Quem prefere não ter conta em redes sociais ou se esconder atrás de ape-
lidos corre outro risco: perder oportunidades. “A escolha de não se expor 
deixa o profissional sem visibilidade diante da busca de um recrutador. 
Não estar na rede hoje pode ser grave e significar desatualização, princi-
palmente para algumas carreiras”, explica Ana Paula.
Postagens= Pôr-se,
colocar-se. Fonte: http://
michaelis.uol.com.br/
moderno/portugues/index.
php?lingua=portugues-
portugues&palavra=postar
e-Tec BrasilAula 9 – Gestão da reputação do profissional 49
Redes sociais como LinkedIn e o Facebook, se usadas corretamente, po-
dem turbinar a carreira e ser vitrine do seu trabalho. Usá-las a seu favor 
conta pontos e pode ser determinante na busca por um emprego ou no 
crescimento profissional.
3. O que um recrutador pode procurar?
Em um processo de seleção, por que o recrutador busca os profissionais 
na internet antes de decidir se a entrevista de emprego será oferecida? 
Usar o Google ou procurar informações nas redes sociais fornecem, de 
antemão, dados sobre o perfil da pessoa, que poderá ser o desejado pela 
empresa ou não.
Opiniões polêmicas, fotos comprometedoras ou falta de credibilidade po-
dem afetar o julgamento do profissional, mas um recrutador espera sem-
pre encontrar pontos favoráveis sobre o candidato.
“O selecionador quer ter acesso a informações pessoais do candidato, 
mas deve entender que um profissional pode se expor na rede diferente-
mente da forma como conduz a vida profissional”, diz Ana Paula.
4. Qual imagem virtual agrada empregadores?
Informações sobre envolvimento em atividades e pessoas relacionadas à 
função exercida pelo profissional contam a favor. “É importante que o 
profissional seja verdadeiro e ativo nas redes sociais, mostrando uma ima-
gem que condiz com o histórico profissional”, diz Ana Paula.
5. Como melhorar a reputação on-line?
Publique boas informações a seu respeito na internet. Quem possui contas 
de blogs, Twitter, Facebook e LinkedIn, entre os principais, pode usar a ati-
vidade online aseu favor. Poste opiniões e textos que condizem com a sua 
profissão e use uma linguagem adequada.
Dê uma checada às vezes nas buscas a seu respeito, inclusive nos fóruns de 
discussão da web, para não escorregar diante da liberdade de expressão.
Ética e Cidadaniae-Tec Brasil 50
Fique atento ainda às configurações de privacidade das suas redes sociais. 
Se for preciso, crie um perfil profissional no Facebook, por exemplo, e 
mantenha o seu pessoal com configuração para não aparecer em buscas. 
“O cuidado sempre tem que existir porque o que você publica pode estar 
acessível, mas uma exposição condizente com o seu objetivo pode dar 
bons resultados”, aconselha Ana Paula.
Fonte: http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/reputacao-online-veja-como-cuidar-da-sua-imagem-na-internet
Leia a íntegra da palestra 
proferida pelo jurista brasileiro 
Dalmo de Abreu Dallari sobre 
Ética, disponível no link https://
gestao.dnit.gov.br/institucional/
comissao-de-etica/artigos-e-
publicacoes/publicacoes/Etica-
Dalmo%20de%20Abreu%20
Dallari.pdf
Acesso em: 24 abr. 2011. Quais 
pontos chamaram sua atenção 
no texto? Reflita e discuta com 
seus amigos.Resumo
Nesta aula, vimos que a imagem de um indivíduo é elemento fundamental no 
patrimônio de uma pessoa e de um profissional. Pessoas, profissionais e orga-
nizações constroem imagens positivas sustentadas por ações que beneficiam 
a sociedade. Indivíduos cuja imagem está associada à ética e à retidão de ca-
ráter são frequentemente citados como exemplos para a sociedade. A legis-
lação prevê normas específicas para o uso de imagem e deve ser respeitada.
Atividades de aprendizagem
•	 Faça uma revisão dos perfis que você disponibiliza nas redes sociais. Veja 
também as fotos que você publicou. Reflita sobre o impacto que estas 
informações pode ter sobre sua reputação como indivíduo e como profis-
sional. Você acredita que é necessário alterar seu perfil nas redes sociais? 
Discuta com seus colegas e acompanhe suas reflexões sobre este tema.
e-Tec BrasilAula 9 – Gestão da reputação do profissional 51
e-Tec Brasil53
Aula 10 – Ética na administração 
e gestão
Nesta aula, discutiremos a tomada de decisão dos gestores de 
uma organização com base em suas habilidades. 
Você conhecerá as habilidades necessárias para um profissional atuar na ges-
tão e vamos refletir sobre a atuação profissional do técnico em segurança de 
trabalho no contexto organizacional.
10.1 Habilidades para a administração
Uma organização tem três níveis para sua gestão: estratégico, ocupado pela 
presidência e diretoria; tático, ocupado pela gerência; e operacional, ocupado 
por todos aqueles que não estão nos dois primeiros níveis. Vale aqui lembrar 
que quando falamos em nível operacional, não estamos nos referindo apenas 
às pessoas que trabalham na indústria, operando máquinas, mas também 
aos supervisores, coordenadores, analistas, estagiários, etc. 
Em todos estes níveis, é necessário que o profissional domine habilidades que 
estão demonstradas na Figura 10.1:
Figura 10.1: As habilidades de um administrador.
Fonte: Chiavenato (2003).
Observe que as habilidades técnicas são mais específicas do nível operacio-
nal, o que não significa dizer que os demais níveis não precisem ter domínio 
sobre questões técnicas envolvidas nos processo. Eles precisam, mas numa 
intensidade menor. Chiavenato (2003), denomina de “intermediário” ou ”tá-
tico” o nível em que estão os gerentes cuja visão do negócio (habilidades 
conceituais) deve ser mais intensa do que o domínio de habilidades técnicas. 
Quanto ao nível estratégico, observa-se pela figura 10.1 que as habilidades 
conceituais são ainda mais requisitadas (CHIAVENATO, 2003; RIBEIRO, 2009).
Observe, contudo que o relacionamento humano é fundamental na gestão 
de um negócio e isto fica claro na figura 10.1, pois as habilidades humanas 
aparecem com a mesma intensidade nos três níveis de uma organização. 
O exercício da profissão com urbanidade, independente do nível em que 
o profissional se encontra é fundamental para que se forme um ambiente 
saudável de trabalho em que os profissionais complementem sua formação 
técnica e sua visão sobre o negócio em que estão atuando.
10.2 Mudanças na natureza do trabalho e 
a necessidade do desenvolvimento 
de novas habilidades de gestão
Montana e Charnov (2010, p. 468) chamam nossa atenção para as mu-
danças ocorridas na natureza do trabalho, ao longo do tempo. Conforme 
indicam estes autores, em 1979, o maior número de trabalhadores ocupava 
a função de balconista, posição anteriormente ocupada pelo operário e, an-
tes deste, pelo agricultor. A mudança estrutural do mundo dos negócios da 
fabricação para o processamento de informações. Neste contexto, Montana 
e Charnov (2010, p. 468) indicam que funções no campo da informação 
tiveram um notável crescimento de 1980 a 1995, passando de uma porcen-
tagem de 17% para 65% da força de trabalho e aumentando significativa-
mente com o acesso à internet.
O perfil do trabalhador tem mudado, exigindo dos profissionais o desen-
volvimento de novos conhecimentos, habilidades e atitudes. Trabalhadores 
idosos têm sido cada vez mais percebidos no mercado de trabalho da mesma 
maneira que a mudança de valores sociais abriram espaço para a entrada das 
mulheres na força de trabalho. Pessoas com deficiência também compõem 
uma força de trabalho cuja atuação é regulada pela legislação.
Urbanidade: qualidade do 
que é urbano; civilidade. Fonte: 
http://michaelis.uol.com.br/
moderno/portugues/index.
php?lingua=portugues-
portugues&palavra=urbanidade.
Para saber mais sobre as 
mudanças do perfil do 
trabalhador acesse:
http://www.mte.gov.br/fisca_
trab/inclusao/lei_cotas_2.asp 
e http://www.procon.sp.gov.br/
categoria.asp?id=680
Acesso em: 05 fev. 2012.
No link http://www.ufrgs.br/
bioetica/eticprof.htm, acesso 
em: 17 maio 201,3 você 
encontra reflexões sobre a ética 
profissional e suas relações 
sociais, propostas por Rosana 
Soibelmann Glock e José 
Roberto Goldim. Neste texto, 
são discutidos temas como a 
ética da ação voluntária com 
uma perspectiva que vai fazê-lo 
pensar.
Acesse os links:
http://www.mte.gov.br/fisca_
trab/inclusao/lei_cotas_2.asp 
e http://www.procon.sp.gov.br/
categoria.asp?id=680
Acesso em: 17 maio 2013. E 
conheça a legislação voltada 
para as pessoas com deficiência. 
Reflita sobre a atuação do 
técnico em segurança do 
trabalho para proporcionar 
às pessoas com deficiência 
condições adequadas para 
o desenvolvimento de suas 
funções, nas organizações.
Ética e Cidadaniae-Tec Brasil 54
Resumo
Nesta aula, vimos que numa organização há três níveis nos quais se distri-
buem os profissionais: estratégico (alta direção); tático (gerência); e opera-
cional (demais funcionários) e que a cada um cabem habilidades conceituais 
e técnicas em mais ou menos intensidade. Vimos também que habilidades 
humanas são fundamentais para os profissionais nos três níveis para garantir 
um ambiente saudável no trabalho. A mudança na força de trabalho das 
organizações tem exigido dos profissionais o desenvolvimento de conheci-
mentos, habilidades e atitudes
Atividades de aprendizagem
•	 Faça uma avaliação sobre suas habilidades e verifique se você tem mais 
habilidades conceituais do que técnicas. Veja também se você tem desen-
volvido habilidades humanas de maneira a promover um relacionamento 
profissional que garanta um ambiente de trabalho saudável com aqueles 
que o cercam.
e-Tec BrasilAula 10 – Ética na administração e gestão 55
e-Tec Brasil57
Aula 11 – Questões éticas envolvidas 
nos relacionamentos 
interpessoais no trabalho
Nesta aula, vamos discutir o processo de comunicação que

Outros materiais