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sendo a mesma denominada de fóvea (FIGURA 76), e a qual é a área mais acurada da visão destes animais (ARENT, 2010). Mas em espécies como papagaios, beija-flores e aves de rapina existe uma segunda área de acurácia, uma segunda fóvea, localizada temporalmente, auxiliando ainda mais na visão binocular dessas aves (RITCHIE et al., 1994; PEREIRA, 2006; ARENT, 2010). 71 Audição A estrutura do ouvido das aves é mais simples, porém com excepcional habilidade acústica quando comparada a dos mamíferos. A orelha localiza-se 72 lateralmente à cabeça, atrás e discretamente abaixo dos olhos. Consiste em três partes: a externa, média e interna (O’MALLEY, 2005; DYCE et al., 2010). O ouvido externo é uma abertura que canaliza o som para o tímpano, estando normalmente delimitada por penas auriculares que a protegem durante os vôos. Esta parte encontra-se separada do ouvido médio através da membrana timpânica (FIGURA 78). O ouvido médio possui apenas um osso, chamado de columela, que conecta à parte interna e funciona como um funil transmitindo o som do tímpano para a janela vestibular do ouvido interno (FIGURA 78). A parte média ainda possui conexão com a orofaringe através dos tubos faringotimpânicos (O’MALLEY, 2005; DYCE et al., 2010). E o ouvido interno consiste em um labirinto ósseo e labirinto membranoso. O labirinto ósseo é composto de um pequeno vestíbulo central (janela vestibular), canais semicirculares e a cóclea. E o labirinto membranoso está contido dento do labirinto ósseo e o segue de perto, exceto que no vestíbulo central ele é dividido em utrículo e sáculo (FIGURA 78) (KING, 1986). A cóclea é o órgão da audição e converte as ondas sonoras em impulsos nervosos sendo enviados ao cérebro e o labirinto membranoso é o órgão do balanço que possui a função de manter o balanço e o equilibro da cóclea (O’MALLEY, 2005; ARENT, 2010). Cabe salientar que a audição possui seu mais alto nível de desenvolvimento nas corujas. Elas possuem o opérculo (FIGURA 79), aba de pele em cada abertura 73 da orelha externa, que auxilia a canalizar o som para as orelhas internas. Possuem tímpanos, columelas, cócleas grandes e um centro acústico no metencéfalo bem desenvolvido (PACHALY, 2002; O’MALLEY, 2005; PEREIRA, 2006; ARENT, 2010). Ademais, em algumas corujas a abertura das orelhas é assimétrica, pois uma fica ligeiramente acima do olho e a outra ligeiramente abaixo (FIGURA 80). O que ajuda na localização vertical e horizontal do som (O’MALLEY, 2005; PEREIRA, 2006; ARENT, 2010). Tato Na pele das aves existem dois tipos de terminações nervosas sensitivas que respondem aos estímulos de dor, calor, frio e toque. O primeiro tipo é o corpúsculo de Gandry, localizado na língua e no palato de diversas espécies que ciscam para encontrar alimentos. O segundo tipo é o corpúsculo Herbst localizado na cloaca, pernas, asas, glândula uropigiana, na base de diversas penas e também na cavidade oral, como na língua de pica-paus, no palato e bico de patos e nas dobras do bico de animais jovens (O’MALLEY, 2005; ARENT, 2010). Paladar As papilas gustativas estão confinadas a um epitélio glandular não- cornificado e estas papilas ocorrem em pequenas quantidades dispersas na base da língua e no teto e assoalho da orofaringe. Nos papagaios, cujo paladar é mais 74 apurado, são encontradas também em cada lado da coana e rostral ao monte laríngeo. O número total de papilas gustativas é muito menor do que os mamíferos, por exemplo, a galinha possui 24 papilas e papagaios 350 contrastando com as 9.000 papilas nos humanos e 17.000 nos coelhos (O’MALLEY, 2005; GODOY, 2006). Olfato O olfato consiste nas narinas e nas conchas caudais que possuem um epitélio olfatório e estão conectadas aos bulbos olfatórios no cérebro. Não existe órgão vomeronasal nas aves (O’MALLEY, 2005). Acredita-se que o olfato de passeriformes e de rapinantes seja pobremente desenvolvido ao contrário do que se observa em espécies como urubus, albatrozes e aves aquáticas, por exemplo, em que este sentido parece ser desenvolvido para o auxílio da localização de alimento (ARENT, 2010). 75 Referências [1] ALMEIDA, M.A. Struthioniformes (Ema, Avestruz) In: CUBAS Z. S.; SILVA J. C. R.; CATÃO-DIAS J. L. Tratado de Animais Selvagens Medicina Veterinária. Editora Roca, São Paulo, 2006, p.136-157. [2] ARENT, L.R. Anatomia e Fisiologia das Aves. In: COLVILLE, T.; BASSERT, J.M. Anatomia e Fisiologia Clínica para Medicina Veterinária. 2 ed. Ed. Elsevier Saunders, Rio de Janeiro, 2010, p.414-454. [3] CUBAS, Z.S. Piciformes (Tucano, Araçari, Pica-pau). In: CUBAS Z. S.; SILVA J. C. R.; CATÃO-DIAS J. L. Tratado de Animais Selvagens Medicina Veterinária. Editora Roca, São Paulo, 2006, p.210-221. [4] DE LULLIS, G.& PULERÀ, D. The Dissection of Vertebrates – A Laboratory Manual. Ed. Elsevier Saunders, 2007, 298p. [5] DYCE, K.M.; SACK, W.O.; WENSING, C.J.G. Tratado de Anatomia Veterinária. 4 ed. Ed. Elsevier Saunders, Rio de Janeiro, 2010, 834p. [6] FILHO, R.P.S.; RUOPPOLO, V. Sphenisciformes (Pinguim). In: CUBAS Z. S.; SILVA J. C. R.; CATÃO-DIAS J. L. Tratado de Animais Selvagens Medicina Veterinária. Editora Roca, São Paulo, 2006, p.309-323. [7] GODOY, S.N. Psittaciformes (Arara, Papagaio, Periquito). In: CUBAS Z. S.; SILVA J. C. R.; CATÃO-DIAS J. L. Tratado de Animais Selvagens Medicina Veterinária. Editora Roca, São Paulo, 2006, p.222-251. [8] GRESPAN, A. Anseriformes (Pato, Cisne, Ganso, Marreco). In: CUBAS Z. S.; SILVA J. C. R.; CATÃO-DIAS J. L. Tratado de Animais Selvagens Medicina Veterinária. Editora Roca, São Paulo, 2006, p.185-209. 76 [9] GUIMARÃES, M.B. Passeriformes (Pássaro, Canário, Saíra, Gralha). In: CUBAS Z. S.; SILVA J. C. R.; CATÃO-DIAS J. L. Tratado de Animais Selvagens Medicina Veterinária. Editora Roca, São Paulo, 2006, p.324-337. [10] KING, A.S. Introdução às Aves. In: GETTY, R. Anatomia dos Animais Domésticos. Vol.2. 5 ed. Ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 1986, p.1677- 1962. [11] PACHALY, J. R. Medicina de Animais Selvagens. Apostila, Umuarama 2002, 290p [12] PEREIRA, R.J.G. Falconiformes e Strigiformes (Águia, Gavião, Falcão, Abutre, Coruja). In: CUBAS Z. S.; SILVA J. C. R.; CATÃO-DIAS J. L. Tratado de Animais Selvagens Medicina Veterinária. Editora Roca, São Paulo, 2006, p.252-267. [13] RITCHIE, B.W.; HARRISON, G.J.; HARRISON, L.R. Avian Medicine: Principles and Application. Ed. Wingers Publishing, Florida, 1994, 1384p. [14] TULLY, T.N. Birds. In: MITCHELL, M.A.; TULLY, T.N., 2009, T.N., 2009, T.N. Manual of Exotic Pet Practice. Ed. Elsevier Saunders, 2009, p.250-298. [15] WERTHER, K. Semiologia de Animais Silvestres. In: FEITOSA, F. L. F. Semiologia Veterinária. 1 ed, Editora Roca, São Paulo, 2004, p.733-740. [16] WERTHER, K. Columbiformes (Pomba, Rolinha, Avoante, Juriti). In: CUBAS Z. S.; SILVA J. C. R.; CATÃO-DIAS J. L. Tratado de Animais Selvagens Medicina Veterinária. Editora Roca, São Paulo, 2006, p.268-289.