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LESÕES DE FURCA

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1 JENNIFER DELGADO FONTES 
LESÕES DE FURCA 
 A progressão da doença periodontal inflamatória, se não tratada, acaba resultando em perda de inserção 
suficiente para afetar a bifurcação ou trifurcação de dentes multirradiculares. A furca é uma área de morfologia 
anatômica complexa, que pode dificultar ou impossibilitar a limpeza por meio da instrumentação periodontal de 
rotina. Porém, isso não significa que sempre terá que extrair! 
 
 CONCEITO: 
Reabsorção patológica do osso no interior da furca. (AAP, 1992) 
 Molares superiores são os mais frequentemente perdidos por razões periodontais (são mais complexos por 
apresentarem 3 raízes). 
 Dificulta a instrumentação periodontal e os procedimentos de higiene oral. 
A presença do envolvimento de furca é um achado clínico que pode levar a um diagnóstico de periodontite avançada 
e potencialmente a um prognóstico menos favorável para o dente ou dentes afetados. 
 
 FATORES ETIOLÓGICOS: 
 O fator primário é a presença de placa bacteriana, e, consequentemente, a presença de inflamação local. A 
extensão da perda de inserção necessária para produzir um envolvimento de furca é variável  fatores anatômicos 
locais (comprimento do tronco radicular, morfologia radicular) e anormalidades de desenvolvimento local (projeções 
cervicais de esmalte). 
 ANATOMIA RADICULAR: 
A furca é composta por: 
a) Complexo radicular: A partir da JCE até o resto da raiz; 
b) Tronco radicular: da JCE até o teto da furca; 
c) Cone radicular: São as raízes; 
d) Fórnix: é a área de teto da furca. 
OBS: Ao avaliar as raízes deve-se observar a divergência entre as raízes, que significa a distância entre os cones 
radiculares. 
 COMPRIMENTO DO TRONCO RADICULAR: 
Este é um fator-chave tanto para o desenvolvimento quanto para o tratamento do envolvimento de furca. Os dentes 
podem possuir troncos radiculares bastante curtos, troncos radiculares com extensão moderada ou raízes que podem 
apresentar-se fusionadas até próximo ao ápice dental. Quanto menor o tronco, menor a perda de inserção necessária 
para que a furca seja envolvida. Uma vez que a furca seja exposta, dentes com troncos radiculares curtos podem ser 
mais acessíveis aos procedimentos de manutenção, bem como podem facilitar a execução de determinados 
procedimentos cirúrgicos. Por sua vez, dentes com troncos radiculares longos ou com raízes fusionadas podem não 
ser candidatos adequados ao tratamento uma vez que a furca seja afetada pela doença. 
 COMPRIMENTO RADICULAR: 
O comprimento radicular  quantidade de inserção suportando o dente. Dentes com tronco radicular longo e raízes 
curtas  perda de grande parte do seu suporte quando a furca é afetada. Dentes com raízes longas e tronco radicular 
curto a moderado mostram se mais acessíveis ao tratamento presença de inserção remanescente suficiente para 
responder às demandas funcionais. 
 FORMA RADICULAR: 
 
2 JENNIFER DELGADO FONTES 
Raiz mesial da maioria dos primeiros e segundos molares inferiores e a raiz mesiovestibular dos primeiros molares 
superiores normalmente são curvas em direção distal na região do terço apical. Além disso, o aspecto distal desta raiz 
é normalmente achatado. A curvatura e o achatamento podem aumentar a chance de perfuração radicular durante o 
tratamento endodôntico ou dificultar a colocação de um núcleo durante a restauração do dente. (para o tratamento 
de algumas lesões de furca, pode ser necessário a realização do tratamento endodôntico e o uso de uma coroa e 
núcleo). 
 DIMENSÃO INTERRADICULAR: 
O grau de separação entre as raízes também é um fator importante no plano de tratamento. Raízes muito próximas 
ou fusionadas podem impedir uma adequada instrumentação durante a raspagem, o alisamento radicular e a cirurgia. 
Dentes com raízes mais separadas apresentam um maior número de opções terapêuticas, bem como maior facilidade 
de tratamento. 
OBS: As projeções cervicais de esmalte podem atrapalhar o tratamento das lesões de furca  devem ser removidas. 
OBS 2: A combinação entre envolvimento de furca + proximidade radicular com um dente adjacente representa o 
mesmo problema existente em furcas com separação radicular inadequada  risco de remoção do dente mais 
severamente afetado ou da remoção de uma ou mais raízes. 
 FURCA EM PRIMEIRO PRÉ-MOLAR SUPERIOR: 
- Existe a presença de furca em 40% dos casos. 
 Furca de 8mm na junção cemento-esmalte, normalmente nesses casos devido à grande 
 extensão da doença, o tratamento indicado é a extração. 
 O pré-molar tem anatomias variadas, e com isso dificulta o tratamento das lesões de furca. 
 Podem existir raízes divergentes, fusionadas, aberta somente no ápice, e etc. 
 Possui grande concavidade (formato de 8), chamada de área de pré-furca 
  essa área é de difícil acesso para o paciente higienizar. 
 Os pré-molares superiores, é um dente complexo de tratamento, pois existe uma destruição grande nessas 
unidades, é uma unidade que não realiza-se exame de furca, pelo menos não comumente. O procedimento 
respectivo nesses elementos raramente é possível devido a anatomia do complexo radicular. 
 Nem sempre vai ser necessário extrair, porém possui um prognóstico pior (PMS). 
 
 PRIMEIRO MOLAR SUPERIOR: 
 Não existe furca na área palatina do molar superior. São 3 furcas : V, M e D; 
 O primeiro molar superior, dos molares é o mais robusto, apresenta 3 cones radiculares, 
sendo 2 vestibulares e 1 na palatina. Na vestibular a entrada da furca está em uma distânci 
a de 3,5mm, então necessita ter doença até essa área para que se tenha uma lesão de furca. 
 
o FURCA MESIAL: Distância média da JEC à entrada da furca – 3mm; a entrada da furca 
está mais próxima da face proximal. Essa entrada se encontra mais para palatino do 
que para vestibular, então na hora da sondagem, sonda por palatino. 
Porque a raiz mesiovestibular é mais achatada e longa, já a raiz palatina é menor 
 e arredondada. 
o FURCA DISTAL: Distância média da JEC à entrada da furca – 5mm; 
 está num ponto equidistante das faces vestibulares e palatinas, abaixo do ponto de contato. Por isso, 
seu acesso é mais difícil, caso haja a presença do dente adjacente. 
 
 Um fator que complica são pacientes que possuem raízes muito próximas de dentes vizinhos. 
 
 
 
3 JENNIFER DELGADO FONTES 
 MOLARES INFERIORES: 
 Normalmente são dois cones. 
 A entrada da furca é mais ou menos ao meio, tanto em vestibular como em lingual. 
o FURCA VESTIBULAR: > 3mm 
o FURCA LINGUAL: > 4mm 
 A diferença entre uma e outra, é que a entrada da furca lingual é mais longa, e a vestibular mais estreita. 
 A presença de furca grau II e III, é sinal de que o paciente é periodontite severa. Pois entra como fator agravante. 
Devido à complexidade do tratamento. 
 
 DIAGNÓSTICO: 
O diagnóstico é predominantemente clínico, a radiografia não é o exame de eleição, pois a perda óssea é sempre 
maior que o demonstrado pela radiografia. O diagnóstico é muito importante em lesões de furca, principalmente o 
diagnóstico precoce. O mesmo é realizado com a sonda de Nabers. Algumas regiões podem ser realizadas com a sonda 
periodontal, mas a clássica sonda utilizada é a de nabers. 
 CLASSIFICAÇÃO: 
 
 CLASSE I: 1/3 de perda óssea. Consiste em um estágio inicial ou incipiente da lesão. A bolsa é supraóssea e afeta 
primariamente os tecidos moles. Uma perda óssea inicial pode ter ocorrido com um aumento na profundidade de 
sondagem, porém alterações radiográficas não são normalmente encontradas. Clinicamente consegue tratar 
facilmente. 
 
 CLASSE II: Mais de 1/3 de perda óssea dentro da furca. A lesão de furca grau II pode afetar uma ou mais furcas 
do mesmo dente. É chamada de “rua sem saída”. A extensão de penetração horizontal da sonda determina se o 
defeito é inicial ou avançado. Perda óssea vertical pode estar presente  complicação terapêutica. Radiografias 
podem ou não evidenciar o envolvimentode furca, já que nos molares superiores, particularmente, observa-se a 
superposição de suas raízes. 
 
 CLASSE III: Perda de osso total no sentido horizontal no interior da furca. Nas lesões de furca grau III, o osso 
não se encontra inserido na região do teto da furca. Em lesões de grau III iniciais, a abertura da furca pode estar 
preenchida por tecido mole e não se apresentar visível. Radiografias tiradas com adequada exposição e angulação 
de uma lesão de furca Classe III inicial mostram o defeito como uma área radiolúcida no dente. 
 
 Existe ainda outra forma de classificação: As subclasses sendo propostas são: A, B, e C. “A” indica uma 
profundidade vertical provável de 1 a 3 mm, “B” indica 4 a 6 mm, e “C” indica 7 ou mais mm de profundidade 
provável do teto da furca apicalmente. As furcas seriam, portanto, classificadas como IA, IB, e IC; IIA, IIB, e IIC; e 
IIIA, IIIB, e IIIC. 
 
 
 
 
 
 TRATAMENTO DAS LESÕES DE FURCA: 
 
 FURCAS CLASSE I: 
 RAR - Raspagem e alisamento radicular; 
 
4 JENNIFER DELGADO FONTES 
 Caso seja necessário, plastia na área de furca – tornar área de furca fácil para higiene, ampliando a abertura de 
furca, para conseguir uma melhor higienização. 
 Uma vez que a bolsa é supraóssea e não houve penetração no interior da furca, orientação e higiene bucal, 
raspagem e alisamento radicular mostram-se efetivos. 
 
 FURCAS CLASSE II: 
 RAR – Raspagem e alisamento radicular. Somente, ou mais: 
o Plastia na área de furca 
o Tunelização – Criação de túnel na área de furca para facilitar a higienização pelo paciente com escova 
interdental; 
o Hemissecção radicular 
o Ressecção radicular 
o RTG – Regeneração tecidual guiada 
o Exodontia 
 
 FURCAS CLASSE III: 
 Tunelização; 
 Hemissecção radicular – quando separa as raízes; 
 Ressecção radicular – quando separa as raízes e retira uma delas, ou até duas (MS); 
 Extração dentária; 
 O tratamento não cirúrgico normalmente não é efetivo, uma vez que a adequada instrumentação das superfícies 
radiculares torna-se comprometida. 
 Cirurgia periodontal, terapia endodôntica e restauração do dente podem ser necessárias para a manutenção do 
elemento dentário. 
 
 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: 
 Nem toda lesão de furca é originada por biofilme  diagnóstico diferencial. O diagnóstico diferencial é entre a 
periodontia e a endodontia, e para isso, será realizado o teste de sensibilidade para que essa dúvida seja tirada, caso 
o teste dê negativo, a origem é através da patologia pulpar. 
a) Lesão endodôntica 
b) Lesão periodontal 
c) Trauma oclusal – quando há uma imagem semelhante com lesão de furca, mas quando a sonda é inserida, não 
entra. (Habito parafuncional, bruxismo)  realização de desgaste oclusal e na próxima semana, observa-se o 
início da reversão do caso. 
Quando houver lesões periodontais associadas a problemas endodônticos  primeiro realiza o tratamento 
endodôntico, depois, caso necessário, realiza-se a terapia periodontal. 
OBS: Quando não existe perda óssea nas interproximais, certamente não é devido à doença periodontal. Uma perda 
entre as raízes pode estar associada a lesão endodôntica ou trauma de oclusão. 
 TRATAMENTO – OBJETIVOS: 
 Eliminar os depósitos duros e moles (biofilme) das superfícies do complexo radicular, por isso, sempre faz 
raspagem e o alisamento radicular, independente do tratamento escolhido; 
 Estabelecer uma anatomia das superfícies afetadas que facilite o controle do biofilme pelo paciente. 
 
 TRATAMENTO NÃO CIRÚRGICO DAS LESÕES: 
Existe essa possibilidade, através de instrumentos ultrassônicos, utilizando de pontas finas, e instrumentos 
especiais. Pois, as curetas de gracey possui uma espessuras muitos grandes que ultrapassa a área de furca. 
 Curetas de gracey MF 
 Instrumentos ultrassônicos 
 
5 JENNIFER DELGADO FONTES 
 Limas periodontais 
 Controle do biofilme bacteriano 
OBS: O componente mais crítico da manutenção de um dente multirradicular é sempre a redução bem-sucedida ou 
eliminação das áreas de retenção de placa da área de furca; a higiene oral meticulosa pelo paciente e uma terapia não 
cirúrgica efetiva podem exercer um papel principal na obtenção deste objetivo. Ou seja, o prognóstico vai depender 
do grau de higiene oral do paciente. 
Lesões de bifurcações poder ser mantidas com terapia periodontal conservadora: instrumentos ultrassônicos e 
antimicrobianos locais (PVPI- usado em faces livres, já em faces proximais não teve benefício); 
- As lesões de Classe II livres tem mais sucesso com o tratamento não cirúrgico do que as lesões proximais que o acesso 
é muito difícil. 
 RASPAGEM COM ACESSO CIRÚRGICO/RETALHO GENGIVAL: 
Apesar do acesso cirúrgico mais efetiva remoção de cálculo, as avaliações clinicas não indicam diferenças significativas 
entre a raspagem com ou sem retalho no tratamento de lesões de furca. Essa equivalência pode ser atribuída ao 
operador, adesão ao tratamento, risco inicial do paciente e combinação de fatores. 
 TÉCNICAS DE TRATAMENTO CIRÚRGICO: 
 
 ODONTOPLASTICA: 
 Remove o teto da furca com brocas, para facilitar o controle de placa; 
01) Retalho para acesso – Incisão intra-sulcular 
02) Remoção do tecido de granulação e RAR – utiliza-se as curetas MF e ultrassom 
03) Odontoplastia (eliminar arestas) 
04) Recontorno da crista óssea 
05) Sutura 
OBS: prescrever Clorexidina no pós-operatório, pois o paciente não poderá escovar a área da cirurgia. Clorexidina em 
gel 2x ao dia. 
 TUNELIZAÇÃO: 
 Cria-se um túnel aumentando o diâmetro da área de furca, assim, cria-se uma exposição dessa área para que o 
paciente consiga higienizar; 
 A realização no primeiro molar superior é mais fácil que no 2º molar. Quais são os requisitos necessários para a 
realização de Tunelização? 
 Divergência radicular maior; 
 Cones longos; 
 Ângulo de separação larga; 
 Tronco radicular curto – é um dos principais achados radiográficos. A furca aparece mais rápida e contem 
maior inserção no remanescente. (NÃO PODE SER REALIZADO EM TRONCOS LONGOS). 
01) Incisão intra-sulcular e retalho periodontal; 
02) Remoção do tecido de granulação; 
03) RAR; 
04) Alargamento da área de furca (Odontoplastia e Osteotomia) – tornar área possível para higienização. 
05) Recontorno da crista óssea; 
06) A manutenção da superfície radicular exposta deverá ser efetuada com aplicação tópica de clorexidina e flúor; 
07) Orientação de escovação – escovação interdental e unitufo; 
08)Inclusão no programa de manutenção periódica; 
 
OBS: Muitas vezes, pode ser necessário a realização do tratamento endodôntico, devido ao risco de reação pulpar. 
 
 
6 JENNIFER DELGADO FONTES 
 HEMISSECÇÃO RADICULAR: 
 A hemissecção é a divisão de um dente birradicular em duas porções separadas. Este processo foi chamado 
bicuspidização ou separação, pois ele altera o molar em duas raízes separadas. A hemissecção é mais provável de ser 
executada nos molares inferiores com envolvimentos de furca vestibular e lingual Classe II ou III. Não se faz em molares 
superiores. Ou seja: consiste na separação do complexo radicular e manutenção de todas as raízes. 
 
 Molares com perda óssea avançada nas zonas interproximal e inter-radicular não são bons candidatos para 
hemissecção; 
 É necessário ter estabilidade em cada raiz  ausência de mobilidade; 
 É obrigatoriamente necessário a realização de um tratamento endodôntico e o uso de uma prótese fica; 
 Transforma o molar em dois pré-molares; 
 A distância inter-radicular entre as duas raízes de um dente a ser hemissecionado também é importante; 
 Zonas inter-radiculares estreitas podem complicar o procedimento cirúrgico. A retenção de ambas as raízes do 
molar pode complicar a restauração do dente, já que pode ser virtualmente impossível terminar as margens ou 
fornecer um espaço adequado entre as duas raízes para efetiva higiene oral e manutenção. A separação 
ortodônticadas raízes é com frequência necessária para permitir a restauração com uma forma interdental 
adequada. 
 
 RESSECÇÃO RADICULAR: 
É a remoção de uma ou mais raízes deixando coroa e raízes remanescentes em função. A ressecção radicular pode 
ser executada em dentes vitais ou em dentes tratados endodonticamente. É preferível, contudo, que a terapia 
endodôntica esteja concluída previamente à ressecção radicular. Se isto não for possível, a polpa deve ser removida, 
a desobstrução dos canais determinada e a câmara pulpar medicada antes da ressecção. 
 
De modo geral, os dentes a serem submetidos à ressecção radicular devem ser: 
1. Dentes de grande importância para o plano de tratamento global do paciente. São exemplos os dentes que 
servem como pilares de próteses fixas ou removíveis, os quais, se removidos, resultariam na perda da prótese e em 
consequente retratamento protético extenso. 
2. Dentes que apresentem inserção remanescente suficiente para a função mastigatória. Molares com perda óssea 
avançada nas áreas interproximais e inter-radicular, a menos que as lesões apresentem três paredes ósseas, não são 
candidatos à amputação radicular. 
3. Dentes para os quais não existam outros métodos ou técnicas mais previsíveis ou de custo razoável. São 
exemplos os dentes com defeitos de furca que tenham sido tratados endodonticamente com sucesso, porém se 
apresentam agora, com fratura radicular vertical, perda óssea avançada ou cárie na raiz. 
4. Dentes de pacientes com boa higiene oral e baixa atividade de cárie são bons candidatos a esta terapia. 
Pacientes incapazes de executar uma boa higiene oral e medidas preventivas não são bons candidatos à ressecção 
radicular ou hemissecção. 
 
De preferência, qual raiz extrair? 
 MOLARES SUPERIORES: Com 3 raízes uma ou duas podem permanecer, normalmente a raiz que contenha um 
maior calibre, esteja em melhor posição no arco, e com maior suporte no remanescente. 
o A raiz DV é a menor e seu tronco radicular + longo – normalmente é a que será removida. Tem menor 
quantidade de osso de suporte  maior risco de mobilidade; 
o Raiz MV maior área superficial, posição central no processo alveolar; está alinhada com os pré-molares 
superiores; boa posição para ser uma unidade isolada. 
 
 PRÉ-MOLARES SUPERIORES: a ressecção radicular nesses elementos raramente é possibilitada devido a anatomia 
do complexo radicular. 
 
 MOLARES INFERIORES: 
 Separação e manutenção das duas raízes (hemissecção) 
 Separação e extração da raiz mesial 
 
7 JENNIFER DELGADO FONTES 
 Separação e extração da raiz distal 
 A raiz mesial do molar inferior apresenta maior área de superfície, porém ela apresenta difícil controle do biofilme, 
canais estreitos, e canais próximos a superfície externa; 
Já a raiz distal ela é mais larga e mais resistente a fratura, além disso, pode receber pinos intrarradiculares, a sua 
reabilitação protética que é a desvantagem. 
 
Dicas para escolher qual raiz extrair: 
1. Remova a(s) raiz(es) que promova(m) a eliminação da furca, permitindo uma arquitetura de fácil manutenção das 
raízes remanescentes. 
2. Remova a raiz que apresenta maior perda óssea e de inserção. Inserção periodontal suficiente deve permanecer 
após a cirurgia, capaz de suportar o dente frente às demandas funcionais, tais como um pilar para ponte e em 
pacientes com bruxismo. Dentes com perda óssea horizontal uniforme e avançada não são candidatos à ressecção 
radicular. 
3. Remova a raiz que melhor contribuir para a eliminação de problemas periodontais em dentes adjacentes. Por 
exemplo, um primeiro molar superior, com uma lesão de furca Classe III indo de vestibular para distal, encontra-se 
adjacente a um segundo molar superior que apresenta um defeito intraósseo de duas paredes entre os molares e uma 
lesão de furca Classe II inicial na furca mesial do segundo molar. Pode ou não haver fatores anatômicos locais afetando 
esses dentes. A remoção da raiz distovestibular do primeiro molar permitirá a eliminação da furca e o tratamento da 
lesão intraóssea de duas paredes, facilitando, também, o acesso para a instrumentação e a manutenção do segundo 
molar. 
4. Remova a raiz que apresenta o maior número de problemas anatômicos, como curvatura severa, fissuras de 
desenvolvimento, concavidades radiculares, múltiplos canais radiculares ou canais acessórios. 
5. Remova a raiz que menos complicará a manutenção periodontal futura. 
 
 SEQUÊNCIA DO TRATAMENTO: 
1) Tratamento endodôntico  o ideal é prévio a cirurgia para o paciente não sentir dor no pós-operatório; 
2) Restauração provisória; 
3) Hemissecção e ressecção radiculares; 
4) Restaurações protética final; 
 
 A ressecção radicular mais comum envolve a raiz distovestibular do primeiro molar superior. Após anestesia local 
apropriada, um retalho mucoperiosteal de espessura total é elevado. A ressecção radicular ou hemissecção dos dentes 
com perda de inserção avançada usualmente requer a abertura de ambos os retalhos vestibular e palatino. 
Tipicamente, a raiz não pode sofrer ressecção sem elevação de um retalho. O retalho deve fornecer acesso adequado 
para visualização e instrumentação e mínimo trauma cirúrgico. 
A remoção de uma raiz altera a distribuição das forças oclusais nas raízes remanescentes. Portanto, é aconselhável 
avaliar a oclusão dos dentes dos quais as raízes foram ressecadas e, se necessário, ajustar a oclusão. As forças cêntricas 
devem ser mantidas, mas as excêntricas devem ser eliminadas da área sobre a raiz que foi removida. 
 
 PROGNÓSTICO: 
A terapia de ressecção radicular em molares com envolvimento de furca podem ser considerada uma efetiva medida 
para resolver o problema periodontal dos defeitos de furca e para manutenção de um prognostico favorável a longo 
prazo o dente tratado. Falhas endodônticas e fraturas radiculares são as principais causas de falhas desses tipos de 
tratamento em molares. 
 
 REGENERAÇÃO TECIDUAL GUIADA (RTG): 
O objetivo é formação de novo tecido, novo ligamento e novo osso. A colocação de uma membrana sobre um 
defeito periodontal, além de apresentar efeitos relativos à seleção tecidual, tem a função ainda de criar um meio que 
favoreça a formação e estabilização do coagulo sob a membrana. A formação do epitélio juncional longo impede a 
formação de ligamento periodontal e osso, pois as células do epitélio juncional se proliferam mais rápido, não dando 
oportunidade para as outras células se proliferarem. 
 
 
8 JENNIFER DELGADO FONTES 
As técnicas regenerativas visam reproduzir ou reconstituir a parte perdida ou injuriada dos tecidos periodontais 
pela doença periodontal, de tal maneira que a função dessas estruturas seja restabelecida. Dessa forma, a regeneração 
periodontal tem como meta regenerar os tecidos de suporte do dente, que incluem osso alveolar, cemento e 
ligamento periodontal. 
 
 PREVISIBILDADE DO TRATAMENTO DE RTG: 
MOLARES INFERIORES GRAU II (furca livre): resultados menos favoráveis em furcas grau III em molares 
superiores e inferiores, e grau II. 
 
 FATORES QUE LIMITAM A RTG: 
 Contaminação bacteriana 
 Potencial inato de reparo 
 Características locais 
 Procedimento cirúrgico. 
 
 DERIVADO DA MATRIZ DE ESMALTE 
1) Deposição de dentina + secreção de EMP 
2) Estimulo para diferenciação do folículo em cementoblastos 
3) Formação de cemento esmalte 
 
 COMPOSIÇÃO: 
o 90% amelogênina 
o Veiculo: alginato de propileno glicol 
o Outros 10%: proteínas não amelogênicas proteínas séricas e salivares 
 
A aplicação do EMD (emdogain) promove o aumento da proliferação de células do ligamento periodontal, sem induzir 
células epiteliais, além de causar um aumento da síntese de proteínas pelas células do ligamento e formação de 
nódulos minerais por essas células. 
o Diminui IL 1 e bela IL-8 
o Aumenta PGE2 e TNF alpha 
o Aumenta OPG e diminui Rankl 
o Favorece a ação de macrófagosOBS: Em uma pesquisa, pode-se concluir que, o uso de Emdogain não trouxe benefício na redução da profundidade 
de sondagem e ganho de inserção, mas apresentou efeito positivo sobre a conversão de furcas II em furcas I. 
 
OBS 2: Quando aplicado continua na superfície radicular por 4 semanas, após 2-6 semanas seguinte, téra a presença 
de tecido periodontal formado; esse tecido induz uma cascata de eventos biológicos que levam à formação de novo 
tecido periodontal. 
 
 EXTRAÇÃO DENTÁRIA: 
A extração de dentes com completo envolvimento de furca e perda de inserção avançada pode ser a terapia mais 
apropriada para alguns pacientes. Isso é especialmente verdadeiro para indivíduos que não podem ou não irão realizar 
um adequado controle de placa, têm um alto nível de atividade de cárie, não participarão de um correto programa de 
manutenção ou que apresentam problemas socioeconômicos que venham a impossibilitar a realização de terapias 
mais complexas. 
Estudos demonstraram aceitável a taxa de sobrevivência funcional a longo prazo para molares com lesões de 
furcas, indicando que a presença ou envolvimento de furca, em si, não é uma razão para prognósticos sombrios desses 
dentes. 
 
 
 
9 JENNIFER DELGADO FONTES 
 PROGNOSTICO PERIODONTAL: 
1. Envolvimento periodontal 
2. Grau de motivação do paciente 
3. Estética 
4. Valor estratégico 
5. Fraturas verticais 
6. Reabilitação protético-restaurador. 
“O fator mais importante para o prognostico de dente com periodontite é o grau de higiene oral, que os pacientes 
manterão após a terapia ativa. “ 
 
 PROGNOSTICO DUVIDOSO: 
 50% perda ossea 
 P.S de 6 a 8mm 
 Furca classe II com raízes próximas 
 Sulco palato radicular profundo 
 Envolvimento de furca PMS 
 Carie extensa 
 Restauração 
 
 PROGNOSTICO DESFAVORÁVEL: 
 75% perda ossea; 
 Osso interproximal c/ perda 
 P.S maior que 8mm 
 Furca classe III 
 Mobilidade grau III 
 Proximidade radicular; 
 Relação coroa-raiz desfavorável 
 Presença de abscesso. 
 
 USO DE IMPLANTES DENTÁRIOS: 
 O alto nível de previsibilidade da osseointegração pode motivar o profissional e o paciente a considerar a remoção 
dos dentes com um prognóstico reservado ou pobre e procurar por um plano de tratamento de uma prótese 
implantossuportada. Portanto, a avaliação cuidadosa do prognóstico periodontal, endodôntico e restaurador em 
longo prazo deve ser considerada antes de realizar uma terapia cirúrgica invasiva para salvar um dente com uma lesão 
avançada de furca. Outro fator que devemos nos atentar é ao risco de periimplantite  antes de colocar um implante, 
o paciente deve possuir saúde periodontal. 
 Estudos tem mostrado que a reabsorção óssea ao redor de dentes e de implantes são semelhantes. Ou seja, se o 
paciente tem sucesso com o tratamento com implantes, também terá sucesso no tratamento com a manutenção do 
dente. 
 
OBS: O sucesso da terapia das lesões de bifurcação depende: diagnóstico precoce, adequado plano de tratamento, 
bom controle de placa pelo paciente, controle de placa pelo paciente, cuidadosa execução técnica da terapia e inclusão 
em TPS. 
 
REFERÊNCIAS: 
 
DELIBERADOR, Tatiana Miranda et al. Regeneração tecidual guiada no tratamento dos defeitos de furca classe 
II. RSBO Revista Sul-Brasileira de Odontologia, v. 5, n. 3, p. 57-65, 2008. 
 
CARRANZA Jr., F.A.; NEWMAN M.G.; TAKEI H.H. Periodontia clínica , 9 o ed., Ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2004. 
 
 
10 JENNIFER DELGADO FONTES

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