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BIOÉTICA Introdução a Bioética · Estudo interdisciplinar que busca estudar, refletir, responder, e se posicionar perante condutas humanas originadas com o avanço da tecnologia e ciências sobre os seres humanos e o meio ambiente. · A bioética tem como objetivo indicar os limites e as finalidades da intervenção do homem sobre a vida, identificar os valores de referência racionalmente proponíveis, denunciar os riscos das possíveis aplicações. · Promove desenvolvimento de princípios universais, que orientam o crescimento tecnológico, pesquisa científica e resolução de conflitos morais, colaborando para tornar a sociedade mais justa · Ética ≠ Moral, na ética se faz um juízo de valores, e a moral se vincula aos costumes Como surgiu a bioética? R: Com o avanço tecnológico da medicina e a experimentação em seres humanas, o termo bioética começou a ser empregado por volta de 1970, com objetivo de denunciar ações maléficas ao ser humano, investigar o uso de aparelhos, medicamentos, técnicas de transplante. Com tantos questionamentos precisando de respostas e posicionamentos, surgiram então os Institutos de Bioética. Em 1988 surgiu no Brasil as primeiras normas brasileiras de ética envolvendo seres humanos, em 1992 surgiu a Sociedade Brasileira de Bioética Modelo de Bioética A bioética utiliza modelos explicativos ajudar no processo de escolha, facilitam na orientação do raciocínio. Análogos a placas de orientações em estradas, é necessário saber o destino e assim as placas te auxiliam. Existem diferentes modelos que abrangem distintos pensamentos. 1. Modelo Principialista a. Desenvolvido por Beauchamp e Childress voltado para prática médica (The Principles of biomedical ethics) i. Beneficência: promoção do máximo de benefícios, reduzindo danos, riscos e malefícios. ii. Autonomia: capacidade de decidir o que é melhor para si e defender seus direitos 1. Autonomia reduzida: capacidade reduzida iii. Justiça: distribuição apropriada de benefícios, recursos e riscos b. Os princípios são interdependentes c. Críticas: falta de precisão, o que é mal ou bem para uma pessoa?, como hierarquizar os princípios? 2. Modelo Personalista a. Autor Elio Sgreccia se baseou na pessoa humana em sua essência, natureza e verdade. b. A pessoa é uma unitotalidade de corpo e espírito, e totalidade de outras dimensões (física, social, psicológica, econômica e espiritual) o que a faz ser única c. Valor e dignidade de vida humana 1º) Princípio da defesa da vida física 2º) Princípio da liberdade e responsabilidade 3º) Princípio terapêutico 4º) Princípio da sociabilidade e de subsidiariedade Fundamentos da Bioética 1. Individualista a. Liberdade levada ao extremo em contra ponto com o respeito a liberdade do outro 2. Hedonismo a. Busca pelo prazer e supressão da dor a qualquer custo b. Felicidade/Vida reduzida a satisfação sensorial c. Qualidade de vida: consumismo, busca da beleza e do prazer. Não há sentido a vida sem isso. d. Como se pessoas com deficiências e sem condições financeiras fossem indignas e infelizes 3. Utilitarismo a. Relação custo/benefício, lucro e prejuízo justificam ações morais b. Possui valor apenas o que é considerado útil (exemplo: quem não trabalha não é útil para o capitalismo, é uma vida indigna, sem valor, que pode ser descartada) Exemplo: eutanásia e aborto Consentimento nas pesquisas e relações assistências · Termo de Consentimento Livre e esclarecido (TCLE): documento que registra direitos e deveres das partes envolvidas, detalhes da pesquisa e identificação da equipe de pesquisa · Entretanto, o consentimento não se trata de um documento assinado e sim da atitude de respeito a dignidade da pessoa que o pesquisar assume · Autonomia prevalece sobre a beneficência nas pesquisas · A abordagem deve ser sem obrigações, o diálogo deve ser transparente a respeito do propósito da pesquisa · A linguagem deve ser simples e sem termos técnicos para garantir o entendimento do indivíduo · Grupos vulneráveis: pessoas com autodeterminação reduzida, exemplo crianças, cedem mais facilmente a coerções na pesquisa, podem não denunciar possíveis danos, não receber os benefícios da pesquisa A vulnerabilidade pode ser permanente ou circunstancial · Situação de dependência ou hierarquia: intimidados, coagidos, constrangimento moral · Mulheres grávidas ou em idade fértil devido ao risco de gravidez · Pessoas com autonomia reduzida: crianças, adolescentes e deficientes mentais. Podendo participar com a assinatura de um responsável legal mas não exclui o fato de que eles também concordem, claro, dentro do limite de sua compreensão. · Portadores de doenças sensoriais e de dificuldade de entender o idioma: deve adequar a comunicação a cada pessoa (ex: brailee e intérprete) · Analfabetos: assinam o TCLE com a impressão digital, que deve ser lido pelos pesquisadores na presença de uma testemunha sem vínculos com a pesquisa. · População indígena: cuidado com o respeito a cultura · Pessoas com dificuldade de acesso a cuidados e recursos básicos: na situação de pobreza as pessoas são mais susceptíveis a participar de pesquisar com objetivo de conseguirem um tratamento médico · Consentimento nas relações assistenciais · Fatores que influenciam negativamente na decisão: medo, ansiedade, baixa escolaridade, baixa renda · A beneficência prevalece sobre a autonomia, exceto em casos · O paciente tem direito de não saber caso queira, neste caso um familiar é informado
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