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Trabalho de Instalações Elétricas

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PAGE 
1
CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS AMÉRICAS - FAM
POIRAS COMBUSTÍVEIS E ÁREAS CLASSIFICADAS
Prof Cesar Augusto Palacio Dantas
São Paulo
2020
SUMÁRIO
1
POEIRAS COMBUSTÍVEIS
2
1.1 Definições
2
1.2 Tipos de poeiras 
3
1.3 Ensaio com poeira em suspensão
6
1.3.1 Identificação dos locais geradores de pó
6
1.3.2 Coleta das amostras de poeira
6
1.3.3 Cálculo dos resultados
7
1.3.4 Determinação do grau de explosão
7
1.4 Explosão em ambiente industrial
10
1.4.1 O que é necessário para explosão
10
1.4.2 Dimensão do pó
10
1.4.3 Métodos de prevenção de explosões
11
1.4.4 Equipamentos utilizados na indústria
12
1.4.5 Tipos de explosões
13
1.4.5.1 primárias
13
1.4.5.2 secundárias
13
1.4.6 Mudança de incêndio a explosão
13
1.5 Fontes de ignição das nuvens de poeira
14
1.6 Simuando uma situação com poeira em suspensão
15
1.7 Efeitos das explosões em seres humanos
17
2 ÁREAS CLASSIFICADAS
19
2.1 Atmosferas explosivas
19
2.2 Fatores para uma explosão
20
2.3 Classificação de Área 
21
2.3.1 Zona “0”
22
2.3.2 Zona “1”
22
2.3.3 Zona “2”
22
2.4 Classe de Temperatura
23
2.5 Grupo de Equipamentos
25
2.5.1 Grupo l
25
2.5.2 Grupo ll
25
2.5.3 Grupo lll
26
2.6 Modos de Proteção
26
2.7 Marcação de Equipamento
28
2.7 ABNT NBR IEC 60079 (Atmosferas Explosivas)
29
2.7.1 ABNT NBR IEC 60079-0:2013 Versão Corrigida 2:2016 – Equipamentos: Requisitos gerais
30
2.7.2 ABNT NBR IEC 60079-1:2016 - Proteção de equipamento por invólucro à prova de explosão “d”
30
2.7.3 ABNT NBR IEC 60079-2:2016 - Proteção de equipamento por invólucro pressurizado “p”
30
2.7.4 ABNT NBR IEC 60079-5:2016 - Proteção de equipamentos por imersão em areia “q” 
30
2.7.5 ABNT NBR IEC 60079-6:2017 - Proteção de equipamento por imersão em líquido “o” 
31
2.7.6 ABNT NBR IEC 60079-7:2018 - Proteção de equipamentos por segurança aumentada “e”.
31
2.7.7 ABNT NBR IEC 60079-10-1:2018 Versão Corrigida:2019 - Classificação de áreas - Atmosferas explosivas de gás
31
2.7.8 ABNT NBR IEC 60079-11:2013 Versão Corrigida:2017 - Proteção de equipamento por segurança intrínseca “i”
31
2.7.9 ABNT NBR IEC 60079-13:2019 - Proteção de equipamentos por ambiente pressurizado “p” e por ambiente artificialmente ventilado “v”
32
2.7.10 ABNT NBR IEC 60079-14:2016 Versão Corrigida:2018 - Projeto, seleção e montagem de instalações elétricas
32
2.7.11 ABNT NBR IEC 60079-15:2019 - Proteção de equipamento por tipo de proteção “n”
32
2.7.12 ABNT IEC/TR 60079-16:2009 - Ventilação artificial para a proteção de casa de analisadores
32
2.7.13 ABNT NBR IEC 60079-17:2014 Versão Corrigida:2017 - Inspeção e manutenção de instalações elétricas
33
2.7.14 ABNT NBR IEC 60079-18:2016 - 
Proteção de equipamento por encapsulamento “m”
33
2.7.15 ABNT NBR IEC 60079-19:2016 - Reparo, revisão e recuperação de equipamentos
33
2.7.16 ABNT NBR IEC 60079-20-1:2011 Versão Corrigida 2:2014 - Características de substâncias para classificação de gases e vapores - Métodos de ensaios e dados
34
2.7.17 ABNT NBR IEC 60079-25:2011 - Sistemas elétricos intrinsecamente seguros......................................................................................................................................34
2.7.18 ABNT NBR IEC 60079-26:2016 - Equipamento com nível de proteção de equipamento (EPL) Ga
34
2.7.19 ABNT NBR IEC 60079-28:2016 - Proteção de equipamentos e de sistemas de transmissão que utilizam radiação óptica
35
2.7.20 ABNT NBR IEC 60079-29-1:2008 - Detectores de gás - Requisitos de desempenho de detectores para gases inflamáveis
35
2.7.21 ABNT NBR IEC 60079-29-2:2011 - Detectores de gases - Seleção, instalação, utilização e manutenção de detectores para gases inflamáveis e oxigênio
35
2.7.22 ABNT NBR IEC 60079-29-3:2019 - Detectores de gás: orientações sobre segurança funcional de sistemas fixos de detecção de gases
36
2.7.23 ABNT NBR IEC 60079-29-4:2014 - Detectores de gás: requisitos de desempenho de detectores de caminho aberto para gases inflamáveis
36
2.7.24 ABNT NBR IEC 60079-30-1:2014 - Traceamento elétrico resistivo — Requisitos gerais e de ensaios
36
2.7.25 ABNT NBR IEC 60079-30-2:2013 - Traceamento elétrico resistivo — Procedimento para aplicação em projeto, instalação e manutenção
37
2.7.26 ABNT NBR IEC 60079-31:2014 - Proteção de equipamentos contra ignição de poeira por invólucros “t”
37
2.7.27 ABNT NBR IEC 60079-32-1:2018
37
2.7.28 ABNT NBR IEC 60079-33:2015 - Proteção de equipamentos por proteção especial “s”
37
2.7.29 ABNT NBR ISO/IEC 80079-34:2014 - Aplicação de sistemas da qualidade para a fabricação de equipamentos
38
2.7.30 ABNT NBR IEC 60079-35-1:2013 - Lanternas para capacetes para utilização em minas sujeitas a grisu — Requisitos gerais — Construção e ensaios em relação ao risco de explosão
38
2.7.31 ABNT NBR IEC 60079-35-2:2013 - Lanternas para capacetes para utilização em minas sujeitas a grisu — Desempenho e outros requisitos relacionados à segurança
38
2.7.32 ABNT NBR ISO 80079-37:2018 - Equipamentos não elétricos para atmosferas explosivas - Tipos de proteção não elétricos: segurança construtiva “c”, controle de ignição de fontes “b” e imersão em líquido “k”
39
2.7.33 ABNT IEC/TS 60079-39:2019 - Sistemas intrinsecamente seguros com limitação de duração de centelha controlada eletronicamente
39
2.7.34 ABNT IEC/TS 60079-40:2016 - Requisitos para selagem do processo entre fluidos inflamáveis do processo e sistema elétricos
39
2.7.35 ABNT IEC/TS 60079-46:2018 - Atmosferas explosivas - Parte 46: Conjunto de equipamentos pré-montados
39
2.8 PORTARIA INMETRO Nº 179 18/05/10 E Nº89 23/02/12
40 
3
REFERÊNCIAS
41
1 poeiras combustíveis
1.1 Definições 
Poeiras combustíveis são partículas sólidas finas que quando suspensas no ar, possuem potencial para gerar um incêndio ou explosão. “É alarmante a quantidade de explosões e incêndios em indústrias que possuem processos com pós combustíveis”. (Estellito R Junior).
Figura 1 - Fluxograma para a caracterização de poeira combustível ou de partículas combustíveis em suspensão
Fonte: Revista ADNormas
1.2 Tipos de Poeiras
Há uma série de materiais que podem se comportar dessa forma combustível. Não existe uma característica específica, mas cada poeira é única, bem como seus efeitos são bem particulares. Muitas pessoas acreditam que esses incidentes ocorrem apenas quando um material químico ou tóxico está presente, mas diferente disso, pode-se comprovar que até mesmo poeiras como farinha, açúcar ou leite em pó podem se tornar explosivas em situações específicas. Alguns exemplos são:
· Produtos agrícolas, tais como, leite em pó, amido de milho, açúcar, farinha, grãos, etc;
· Alimentos para animais;
· Metais tais como alumínio, bronze, magnésio, zinco, etc;
· Materiais químicos;
· Farmacêuticos;
· Produtos e materiais de madeira;
· Carvão;
· Plásticos;
Para identificação do tipo de poeira, são utilizados testes de mitigação de explosões de poeiras, bem como as normas OSHA e NFPA. Nas tabelas abaixo estão descritos tipos de poeiras combustíveis e suas respectivas características.
Nomenclatura utilizada:
· Ie = Índice de explosividade (adimensional)
· Si = Sensibilidade de explosão (adimensional)
· Ge = Grau de explosividade (adimensional)
· Pmp = Pressão máxima de explosão (kg/cm2)
· Vmp = Velocidade máxima de pressão (kg/cm2)
· T1 = Temperatura mínima de ignição (ºC)
· T2 = Temperatura Máxima de ignição (ºC)
· E = Energia de ignição (joules)
· C = Concentração mínima de pó (Gr./m3)
· P = % mínima de O2 no ambiente.
Tabela 1 – Poeiras Agrícolas
Fonte: Estudos dos laboratórios da NFPA
Tabela 2 – Poeiras Carboníferas
Fonte: Estudos dos laboratórios da NFPA
Tabela 3 – Poeiras Metálicas
Fonte: Estudos dos laboratórios da NFPA
1.3 Ensaio com poeira em suspensão
Para que a poeira suspensa no ar gere grandes explosões é necessário que ela entre em ignição. As poeiras finamente pulverizadas são, em geral, muito perigosas, ficam suspensas no ar, sendo ocasionadas por depósitos de poeira combustíveis sobre vigas e sobre as máquinas do local.
Um teste experimentalfoi realizado em uma indústria de grãos de soja para verificar lugares mais propensos à acúmulo de pó e o grau de periculosidade dessa situação. O procedimento de ensaio com poeira em suspensão consiste em algumas etapas, descritas abaixo:
1.3.1 Identificação dos locais geradores de pó
Essa primeira etapa é feita através de entrevistas em campo com os funcionários do local. Os lugares que apresentam maiores concentrações de pó, são normalmente os de armazenamento do produto. Neste caso, o fluxo envolvia principalmente a moega de recebimento dos grãos, o secador, máquinas de limpeza e túneis de transferência. 
1.3.2 Coleta das amostras de poeira
As coletas são feitas nos locais onde são identificadas maiores quantidades e incidências de poeira. Três amostras são retiradas do mesmo local, mas em tempos distintos. Geralmente são feitos intervalos de aproximadamente 4 horas de uma amostra para outra.
A coleta é feita através de filtros, que são retirados das embalagens originais de forma muito cuidadosa com a utilização de uma pinça, e depositados sobre os porta filtros. É necessário que haja essa cautela para evitar contaminação. “O método utilizado para a coleta de poeira no ambiente de trabalho deve seguir a NBR 12085: Agentes químicos no ar – coleta de aerodispersoides por filtração”. (ABNT, 1991).
O método de análise das partículas é através de análise gravimétrica de aerodispersoides sólidos coletados sobre filtros de membrana, e dessa forma pode-se determinar a massa da poeira total coletada nos filtros. O primeiro passo é realizar a pesagem do filtro antes da coleta, depois com a poeira suspensa o filtro é pesado novamente e então, a massa é calculada através da diferença de valores antes e após o experimento.
Para esse procedimento utiliza-se uma balança analítica de sensibilidade 0,01 mg e a temperatura da sala de pesagem é colocada em um range de 20 a 25 °C controlado por um aparelho de ar condicionado.
1.3.3 Cálculo dos resultados 
O cálculo das concentrações de pó é feito através da diferença entre a massa do filtro inicialmente e após seu carregamento.
Massa da amostra = massa do filtro carregado com pó – massa do filtro virgem
Em seguida, o fator de correção das pesagens é determinado pela fórmula:
Sendo: F = fator de correção
a = massa inicial do filtro testemunho T1
b = massa inicial do filtro testemunho T2
c = massa final do filtro testemunho T1
d = massa final do filtro testemunho T2 
1.3.4 Determinação do grau de explosão
As concentrações encontradas são testadas de forma que é introduzidas uma determinada quantidade de oxigênio juntamente a alguma fagulha elétrica, para que ocorra uma explosão. 
Basicamente são avaliados dois fatores: Probabilidade de ocorrência de explosões, avaliada através da frequência de acidentes, e a severidade da explosão, determinada através das análises feitas in loco. 
1.3.5 Análise dos resultados do teste experimental realizado
Os resultados foram expressos separadamente nas etapas de recebimento, armazenagem e expedição de grãos que incluem moega com descarga manual e descarga com tombador, túnel subterrâneo, máquinas de limpeza, elevador de transporte, secador e redlers. A primeira tabela apresenta as concentrações de pó medidas no mesmo local em diferentes tempos.
Tabela 4 - Resultado das concentrações totais encontradas nos locais de coleta.
 Fonte: Scielo, elaboração dos autores Marcelo Fabiano Costella, Silvio Edmundo Pilz, Andrisio Bet.
É importante ressaltar que a faixa de explosividade é de entre 20 g/m3 e 4.000 g/m3. Sendo assim, foi observado que as concentrações na Moega com descarga manual e na Máquina de limpeza ficaram abaixo do nível preocupante. O que possivelmente influencia esse resultado para a Moega é o fato de que a descarga manual é mais lenta e com isso há maior dissipação do pó. Além disso, o ambiente é extenso e aberto o que contribui para que não haja altas concentrações de pó depositadas sobre um determinado espaço.
No secador de grãos, a quantidade de pó foi de 17,31 g/m3 ficando bem próxima do limite inferior para condições de explosão. Treinamentos operacionais e limpeza periódica são recomendáveis.
Para as demais áreas analisadas foram encontradas concentrações altas e que apresentam necessidade de um plano de ação de forma que melhore as condições de trabalho e diminua a possibilidade de explosão. Na Moega com descarga por tombador por exemplo, a concentração após 8h foi de 31,18 g/m3 e nesse caso poderia ser instalado um sistema de captação de pós para diminuir a concentração presente. Já no Túnel subterrâneo, as concentrações foram de 21,43 g/m3 e 41,25 g/m3, e por se tratar de um local confinado, a tendência é de que a concentração de pó aumente proporcionalmente ao tempo. As recomendações são de manter as correias de transmissão esticadas, realizar diariamente a limpeza e instalar captação de pós nesses túneis.
Os resultados mais alarmantes foram os encontrados no Elevador de transporte e no Redler, neles, duas das três medições apresentaram quantidades dentro do range de explosividade e concluiu-se que quanto maior o tempo de funcionamento desses equipamentos, maior é a concentração de pó. Em vista desse cenário, algumas precauções podem ser tomadas, tais como sistema de manutenção preventiva periódica, sistema de supressão de explosões para evitar a propagação de chamas para o exterior em caso de uma explosão; janelas de explosão para descarga de pressão, motores dos elevadores à prova de explosão; maior cuidado no uso de aparelhos de solda, entre outras.
Figura 2 – Concentração total de poeira acima do limite inferior de explosividade de 20 g/m3.
Fonte: Elaboração dos autores. Marcelo Fabiano Costella, Silvio Edmundo Pilz, Andrisio Bet
1.4 Explosão em ambiente industrial
1.4.1 O que é necessário para explosão
Incêndios podem ocorrer em qualquer ambiente com materiais combustíveis. Entende-se por combustível todo produto que em contato com uma fonte térmica entra em combustão, gerando calor, luz e fogo (resultado de um processo exotérmico de oxidação). Para materiais sólidos, o aquecimento é muitas vezes o gatilho que o faz entrar em combustão através de suas substâncias voláteis. Já os líquidos e gasosos, podem entrar diretamente em combustão conforme sua temperatura de ignição, ou recebendo pouco calor.
Alguns fatores podem tornar esse ambiente ainda mais sensível a explosões, como por exemplo a utilização de uma quantidade muito alta do material combustível. A forma de adição do material também influencia bastante, pois a alta velocidade de adição, acelera as partículas deixando-as agitadas e mais dispersas. Segundo estatísticas (Betenheuser et al., 2005), as principais fontes de ignição causadoras de acidentes com explosões de pó são: faíscas mecânicas (50%); eletricidade estática, corte e solda, faíscas a arco (35%) e sobreaquecimento (15%).
Papel, madeira, plásticos, gás de hidrocarbonetos, gasolina e outros materiais orgânicos são susceptíveis a oxidação quando em contato com o oxigênio do ar e ao atingirem a energia de ativação. A energia para inflamar o combustível pode ser fornecida através de uma faísca de uma chama, de um raio solar ou outra qualquer fonte térmica de energia.
O que emite a luz visível em uma explosão são justamente os produtos da combustão, normalmente vapor de água e gás carbônico, que quando submetidos à altas temperaturas acabam tendo calor desprendido da reação.
Explosões industriais são relatadas desde 1795 e ainda que os principais motivos de fontes de ignição sejam conhecidos, e muitos métodos de prevenção tenham sido descobertos, inúmeros casos ainda ocorrem até hoje, gerando fatalidades.
1.4.2 Dimensão do pó
Pós de dimensões menores consequentemente possuem densidade menor, o que ocasiona formação de nuvem de poeira que facilmente entra em ignição, especialmente quando a reação de oxidação ocorre de forma muito rápida. O tamanho pequeno da partícula do pó ocasiona também o aumento de pressão. 
A possibilidade da explosão de uma nuvem de póestá condicionada pela dimensão de suas partículas, sua concentração, as impurezas, a concentração de oxigênio e a potência da fonte de ignição. As explosões de pó se produzem frequentemente em série, muitas vezes a deflagração inicial é muito pequena em quantidade, porém de suficiente intensidade para colocar o pó em suspensão ou romper peças de máquinas ou instalações dentro do edifício, como os coletores de pó, com o que se cria uma nuvem maior através da qual podem se propagar explosões secundárias e até mesmo de um edifício ao outro (Eckhoff, 2003).
1.4.3 Métodos de prevenção de explosões
A umidade já foi considerada como um dos métodos utilizados para prevenção de acidentes de explosão com pós, no entanto, isso provou ser ineficaz, tendo em vista que a umidade na maioria das vezes deve ser evitada no processo por prejudicar a performance do produto, além do fato de que a maioria das fontes de ignição proporciona energia que é suficientemente alta para provocar a evaporação da umidade que pode estar presente no pó. Para que a umidade consiga algum efeito, precisa ser tão alta a ponto de deixar a partícula encharcada. 
Para reduzir um pouco o poder de combustão do pó, a presença de um sólido inerte pode ser aplicada pois ele absorve calor. Porém, para conseguir o efeito desejado, a quantidade necessária é considerada maior do que as concentrações que podem ser encontradas ou toleradas como corpos estranhos ao processo.
Para proteção contra incêncios também podem ser empregados gases inertes ao processo como Dióxido de Carbono (CO2) ou Nitrogênio (N2), pois eles podem diluir o Oxigênio O2 a uma concentração baixa. É importante se atentar somente ao tipo de reação existente, pois muitas vezes o pó pode reagir com esse gás, como é o caso de algumas poeiras metálicas, nesse caso, há opção de utilizar o Hélio (He) ou Argônio (A).
Independentemente do tipo de processo existente, é importante que o sistema/equipamento tenha um método de escape dos gases e faça alívio de pressão, acoplando válvula de segurança, pressostato, entre outros instrumentos necessários de forma que a pressão interna do reator por exemplo, não atinja um valor elevado. O recomendável é que esses tipos de processo sejam operados em locais abertos e atmosferas inertes.
Em suma, não há apenas um método universal que evite explosões industriais, mas para cada tipo de processo há métodos específicos que podem atuar nessa prevenção.
O que se pode aplicar a todos os processos são procedimentos de segurança que devem ser conhecidos por todos os funcionários, de forma a instruí-los aos riscos que estão expostos e como devem proceder em caso de explosões. Realizar a inspeção periódica dos equipamentos e limpeza da poeira frequentemente de forma adequada são alguns dos procedimentos que podem ser aplicados. Algumas práticas comuns para diminuir as possíveis fontes de ignição são:
· Estabelecer o monitoramento de perigos em potenciais fontes de ignição, 
· Remover chamas abertas
· Desenvolver um sistema de autorização de trabalho quente para atividades como soldagem
· Desencorajar o tabagismo
1.4.4 Equipamentos utilizados na indústria 
Existe um conjunto de sistemas e componentes que atuam na parte de segurança do maquinário, são eles: Supressores, usados para produtos químicos em pó, atuam quando o pó é derramado no ambiente, de tal forma que reagem com o oxigênio presente na mistura e impedem desta forma a continuidade do fogo ou da explosão.
Os Discos e Janelas de Ruptura proporcionam ao processo um sistema de alívio da pressão e explosão. Para redes de dutos que conduzem gases e poeiras inflamáveis de grande secção, podem ser implementadas essas janelas que protegem em caso de um evento, liberando as pressões diretamente para a atmosfera externa reduzindo os efeitos da explosão. Esses componentes muitas vezes precisam ser atribuídos a um agente supressor, para que esse impeça a continuidade das explosões subsequentes no caminho da rede, essa necessidade precisa ser avaliada.
Por norma, é vedado o uso de janelas de alívio dentro de prédios, pois há casos em que ao serem rompidas as janelas de alívio, é gerado na horizontal perpendicular a janela, um “jato” de fogo e pressão que pode atingir até 20 metros e acabar por atingir fatalmente uma pessoa ou equipamento que estivesse nesse alcance. Para esse tipo de cenário, são adotados dutos com no máximo 3m de extensão e um sistema onde o jato de explosão seja conduzido para fora do prédio. Também podem ser usados abafadores sobre a janela de alívio, deixando sair apenas os gases sem a irradiação.
É imprescindível que se tome o cuidado necessário com a eletricidade estática presente no local. Todo sistema que possui movimentação de poeiras inflamáveis deve tomar ações que evitem o acúmulo de partículas, pois ao atingir certa carga, se torna uma faísca que dá início à explosões.
1.4.5 Tipos de explosões 
1.4.5.1 primárias
Quando há pó inflamável depositado sobre um local ou em forma de nuvem de poeira no ar, se ocorrer agitação delas ou elas forem submetidas à uma determinada fonte de energia, certamente ocasionará a primeira deflagração levando à inflamação, e em caso de ambientes confinados, poderá explodir com a presença de gases no recinto. Desse modo, após a primeira explosão, mais material é colocado em suspensão e novas explosões ocorrem em sequência, podendo se expandir para outros ambientes através de condutos de elementos de comunicação. 
1.4.5.2 secundárias
Explosões secundárias são as explosões subsequentes à ocorrência da primeira. As explosões primárias acabam depositando poeiras sobre diversas estruturas e estas ao formarem uma nuvem de pó, quando encontram fonte de calor entram imediatamente em combustão de forma que são rapidamente oxidadas e aumentam o volume gasoso no local, e este volume quando está contido em um local pequeno ocasiona uma série de explosões catastróficas. 
Processada a detonação em um dado ponto, a energia calorífica dissipada será utilizada na detonação de outro ponto. E enquanto houver condições favoráveis para a existência de agentes comburentes, uma série de detonações continuará ocorrendo. “As séries de detonações podem atingir velocidades de propagação de até 7000 m/s, exercer pressões de até 550 KPa e gerar ondas de choque com velocidades de 300 m/s.” (Silva, 1999, p. 1).
Na sequência das explosões iniciais, todas as áreas próximas sofrem vibrações e fazem com que mais pó entre em suspensão e mais explosões ocorram. É importante destacar que cada explosão que surge acaba tendo uma intensidade maior do que a anterior.
1.4.6 Mudança de incêndio a explosão
Para que um incêndio se torne uma explosão é necessário que tenha agitação das partículas de poeira e elas apresentem a concentração mínima necessária para desencadear a explosão. O contrário também pode ocorrer, quando a poeira que está queimando sai da suspensão e espalha o fogo. Este último apresenta piores consequências pois normalmente o oxigênio é exaurido pelo consumo das reações, e além de gases tóxicos, o local permanece com material não consumido pelo incêndio, desse modo, os meios de contenção se tornam mais difíceis.
1.5 Fontes de Ignição das nuvens de poeira 
As fontes básicas de ignição são basicamente fogo e energia. A ignição que ocorre em camadas, precisa ser muito bem controlada, de forma que as partículas de pó combustível depositadas sobre estruturas não sejam colocadas em suspensão e formem a chamada nuvem de poeira. 
As nuvens de poeira podem incendiar-se pela ação de chamas abertas, luzes, produtos defumadores, arcos elétricos, filamentos incandescentes, faíscas de fricção, condutos de vapor de alta pressão, e outras superfícies quentes, faíscas eletrostáticas, aquecimento espontâneo, Solda, e faíscas procedentes destas operações.
A probabilidade de explosão está muito interligada ao tamanho das partículas do pó, mas também à concentração contida, impurezas e o mais importante: fontes de oxigênio e potencial fonte de ignição.
A sensibilidade de igniçãoé função da temperatura de ignição e da energia necessária, enquanto que a gravidade de explosão é determinada pela pressão máxima de explosão e pela máxima velocidade de crescimento da pressão. 
A dimensão do tamanho da partícula também se relaciona com as cargas elétricas que se pode acumular na partícula da nuvem. Como a capacidade elétrica dos sólidos é função de sua superfície, a possibilidade que se produzam descargas eletrostáticas de suficiente intensidade para colocar em ignição a nuvem de pó, aumenta ao diminuir a dimensão média da partícula. 
A quantidade de Oxigênio presente também é relevante, e quando se diminui a pressão parcial de O2 tanto a energia necessária para a explosão, quanto a temperatura aumentam. O tipo de gás inerte usado para reduzir a concentração do O2 tem um efeito aparentemente relacionado com a capacidade molar. A combustão do pó se produz na superfície das partículas, desse modo, a velocidade de reação depende contato do pó com o Oxigênio.
A mistura entre pó e gás inflamável põe em ignição o aerossol resultante, que aumenta a violência da explosão principalmente a baixas concentrações. Os processos que envolvem evaporação de uma substância inflamável extraída da poeira combustível, produzem explosões muito mais graves que as consideradas apenas pelo vapor inflamável.
Um outro agravante também são os espaços confinados, pois quando as explosões ocorrem nesses locais, têm efeitos ampliados, em face da resistência encontrada pela estrutura da construção e pelo aumento das pressões internas geradas 
Em geral, as temperaturas que trazem essa ignição estão em um range de 300 e 600 º C. e a grande maioria das potências, estão entre 10 e 40 Mj. Comparando-se estes dados com as energias de ignição necessárias para inflamar vapores, observa-se que as poeiras necessitam de 20 a 50 vezes mais energia que os gases. Segunda as normas NFPA, as fontes de ignição podem ser identificadas e a eliminação de todas essas fontes é fundamental para se prevenir acidentes com explosão de poeira combustível.
Figura 3 - Gráfico Representando os Riscos Com Explosões de Poeiras por Causa
Fonte: revista STAHL
1.6 Simulando uma situação com poeira em suspensão 
Diversos estudos relatam históricos de acidentes com explosões de pós em suspensão, tais como Abbasi & Abbasi (2007) que apresentam um histórico detalhado de acidentes desde 1911 até 2004. Já Vijayaraghavan (2004) detalha, a partir de informações da Health & Safety Executive, 36 explosões de poeiras com lesão e 123 explosões sem lesões durante o períodode 1979 a 1988. 
No Brasil, destaca-se a explosão da célula C-2 do silo vertical do Porto de Paranaguá, Curitiba (PR), que causou o falecimento de dois trabalhadores além de cinco ficarem feridos. A provável causa apontada para a explosão teria sido a combustão da poeira de cevada armazenada no local, durante uma operação de limpeza que acontecia no décimo andar do silo, o qual tinha 13 andares e 55 metros de altura (Rangel, 2007).
Em 2008, uma enorme explosão ocorreu no Imperial Sugar Refinaria, em Savannah, EUA, matou 14 e deixou 38 pessoas feridas. A explosão começou em um transportador de açúcar nos silos da empresa, em sua forma primária colocou partículas de poeira de açúcar em suspensão de forma elevada e acabou propagando mais poeira e explosões através dos edifícios. As explosões secundárias ocorreram ao longo dos edifícios de embalagem, peças da refinaria, e edifícios de carregamento de açúcar. Conforme DEI 2012, as ondas de pressão das explosões geraram desprendimento de pisos de concreto e paredes de tijolo desabaram, bloqueando a escada e outras rotas de saída de emergência, aumentando a tragédia.
Segundo estudos, um dos locais mais susceptíveis à explosão de pós de cereais são os túneis subterrâneos com a movimentação e transporte dos produtos. 
Para essa simulação foram adotadas dimensões de silos: 2 m. de altura x 1,5 m.de largura x 30 m. de comprimento. Túnel de descarga da moega com: 2 x 1,5 x 30 m., volume interno do túnel = 90 m3 e área interna das paredes do túnel = 210 m2. A Pressão interna exercida no sistema pela explosão = Pmp. x 10 = Kg/m2. E para verificar as possíveis consequências, foram adotados 4 tipos de poeiras: arroz, milho, soja e trigo, com quantidades de 5,57 kg, 2,25 kg, 3,195 kg, e 5,87 kg, respectivamente.
Tabela 5 - Tabela com parâmetros de comparação
Fonte: Estudos dos laboratórios da NFPA
A partir dos dados da tabela, pode-se concluir que o pó de milho produz maiores efeitos negativos, seguido pelo trigo, pelo soja e o que oferece menor danos é o arroz. 
Quadro 1 – Efeito de explosões em estruturas
Fonte: Estudos dos laboratórios da NFPA
Nesse estudo, os materiais e condições adotadas promoveriam consequências catastróficas aos edifícios e maquinários envolvidos.
1.7 Efeito das explosões em seres humanos
Explosões de pós combustíveis são extremamente graves e em grande parte fatais a todas as pessoas envolvidas no processo. Os danos envolvem parte física, muitas vezes deixando sequelas como perda de membros; sentidos (audição, visão) afetados; danos psicológicos como medo e traumas por perdas por morte de colegas de trabalho e ou familiares; danos econômicos pois além de a empresa ter que passar por um período de reconstrução, muitas vezes sua imagem diante do mercado é afetada e não consegue mais obter o mesmo faturamento de antes, além de a mesma ter gastos com indenizações e etc. 
 A gravidade também se torna alta pelo fato das explosões atingirem grandes raios de distância, afetando e deixando sequelas até mesmo em plantas e locais vizinhos ao ocorrido. Os efeitos são específicos às características da situação, de acordo com o tipo de poeira, e a pressão contida por exemplo. 
Temos que o limite de ruptura do tímpano é de 0,70/0,85; limite de danos nos pulmões 1,05/1,4; ruptura do tímpano em 50% casos com valores de 2,11/2,95; limite mortal 2,95/4,00; morte em 50% dos casos com valores de 4,0/5,0 e morte em 100% dos casos com valores acima dos mencionados, sendo todos esses dados de pressão em bar. 
Na simulação do tópico anterior, com pressões internas de até 3,3 kg/cm², teríamos a morte de 50% dos envolvidos na planta de arroz e morte de 100% nos demais processos.
Quadro 2 – Efeito das explosões em seres humanos
Fonte: Estudos dos laboratórios da NFPA
Não apenas explosões, mas o contato direto e frequente com poeiras combustíveis no ambiente de trabalho, tornam os funcionários suscetíveis à danos, bem como:
Por absorção – o pó pode ser absorvido através da pele e ocasionar diversas formas de alergias, ulcerações, dermatoses e outras doenças ocupacionais que atingem esse tecido.
Por inalação – ao atingir os pulmões, as partículas de poeira se depositam neles e pode ser ou não metabolizado. Com isso, pode levar a doenças profissionais como: siliciose, asbestose, infecções por agentes biológicos etc.
Por ingestão – se a higiene pós trabalho não for bem feita, traços do produto ainda podem estar na pessoa e ser transmitida ao alimento, que ingerido pode causar complicações digestivas. 
2 ÁREAS CLASSIFICADAS
Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2013) área classificada pode ser definida como uma região tridimensional ou espaço na qual uma atmosfera potencialmente explosiva ou inflamável está presente ou pode ser prevista para estar presente, em quantidades tais que requeiram precauções especiais para construção, instalação e utilização de equipamentos. Para isso, é necessária a adoção de um padrão de classificação adequado. 
Historicamente, o início da produção industrial brasileira contou com a presença de materiais importados norte-americanos. Com isso, era comum a orientação da normalização técnica pelas normas americanas, destacando-se as publicações da API (American Petroleum Institute – Instituto Americano de Petróleo) e da NEC (National Electrical Code - Código Elétrico Nacional). 
No início da década de 80, foi implantada na ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, uma comissão queficou encarregada de elaborar normas brasileiras sobre equipamentos e instalações elétricas em atmosferas explosivas. Inicialmente, a elaboração adotou como base as normas internacionais, evoluindo, com o passar do tempo, a fim de tornar mais seguro o gerenciamento de áreas de risco de explosão (JORDÃO, 2008).
 A década de 90 foi marcada pela obrigatoriedade da certificação de motores e classificação de áreas de risco. Desde então, o que se viu foi o desenvolvimento de técnicas de proteção para que medidas construtivas sejam projetadas e aplicadas nos equipamentos, visando torná-los aptos a operar em áreas de risco (WEG, 2013).
2.1 Atmosferas explosivas
A atmosfera explosiva é a mistura com o ar, sob condições atmosféricas, de substâncias inflamáveis na forma de gás, vapor, névoa ou poeira, na qual, após ignição, inicia-se uma combustão autossustentada através da mistura remanescente. 
“Toda área onde possa existir uma atmosfera potencialmente explosiva necessita ser classificada para se determinar as possíveis substâncias que podem estar presentes, bem como a frequência com que tais substâncias ocorrem; dai o termo área classificada, às vezes erroneamente denominada por área perigosa” (BORGES, 1997).
2.2 Fatores para uma explosão
Existem três condições mínimas para a formação de uma mistura explosiva, representados pela Figura 6. Primeiramente, gás ou vapor inflamável deve estar presente. Além disso, essas substâncias devem formar uma mistura com o oxigênio (comburente) em proporções e quantidades adequadas para produzir uma mistura inflamável/explosiva. Por fim, deve ocorrer a ignição, o que, para instalações elétricas, refere-se a níveis operativos dos equipamentos suficientes para levar à ignição, ou seja, um equipamento pode, por aquecimento de superfície, atingir a temperatura de inflamação do gás ou do pó, e causar a ignição do combustível. Conhecer a temperatura de ignição (menor temperatura em que a mistura explosiva entra em combustão) do combustível é de extrema importância para a correta especificação dos equipamentos destinados a atmosfera explosiva. Da mesma forma é importante conhecer o ponto de fulgor (flash point) na classificação de área, que é a menor temperatura na qual um líquido libera vapor em quantidade suficiente para formar uma mistura explosiva.
Figura 4 – Triangulo de fogo para explosão
 Fonte: Jordão, 2008
Segundo o Subcomitê SC IECEx BR do Cobei, para tornar seguras as instalações elétricas e mecânicas em atmosferas explosivas, é necessário que os equipamentos elétricos, eletrônicos, digitais, de automação, de telecomunicações e mecânicos, tanto fixos como portáteis, possuam algum tipo de proteção “Ex” padronizado pelas Normas das Séries ABNT NBR IEC 60079 ou ABNT NBR ISO/IEC 80079. Estes requisitos especiais de construção e certificação são aplicados de forma a evitar que os equipamentos e instalações “Ex” representem fontes de ignição, devido à geração de faíscas, centelhas ou pontos quentes com temperaturas acima da temperatura de ignição dos gases inflamáveis ou das poeiras combustíveis que estejam presentes no local da instalação. Com estes recursos construtivos, bem como com a aplicação dos devidos procedimentos de classificação de áreas, projeto “Ex”, seleção de equipamentos “Ex”, montagem “Ex”, inspeção “Ex”, manutenção “Ex” e reparos e recuperação dos equipamentos “Ex” é evitado o "fechamento" do Triângulo da Explosão, evitando assim a ocorrência de explosões em áreas classificadas.
2.3
Classificação de Área
A classificação de área é um método de análise e classificação do ambiente onde uma atmosfera explosiva de gás possa ocorrer, de modo a facilitar a adequada seleção e instalação de equipamentos a serem utilizados com segurança em tais ambientes. A classificação também leva em consideração as características de ignição dos gases ou vapores, tais como energia de ignição (grupo do gás) e a temperatura de ignição (classe de temperatura). (ABNT, 2013)
Na maioria das situações práticas, onde produtos inflamáveis são utilizados, é difícil assegurar que a presença de uma atmosfera explosiva de gás nunca irá ocorrer. Pode também ser difícil assegurar que os equipamentos nunca se constituirão em fontes de ignição. Desta forma, em situações onde exista uma alta probabilidade de ocorrência de uma atmosfera explosiva de gás, a confiabilidade é obtida pela utilização de equipamentos que possuam uma baixa probabilidade de se tornarem fontes de ignição. Por outro lado, onde houver uma baixa probabilidade de ocorrência de uma atmosfera explosiva de gás, equipamentos construídos com requisitos menos rigorosos podem ser utilizados. (ABNT, 2018)
A fim de determinar a extensão das, medidas de proteção, as áreas perigosas subsistentes devem ser classificadas em zonas, em função da probabilidade de formação de atmosferas explosivas perigosas.
2.3.1 Zona “0”
É uma área na qual uma atmosfera explosiva na forma de gás, vapor ou névoa está continuamente presente ou por longos períodos ou frequentemente. Representa uma fonte de risco contínuo. Segundo ABNT (2018), é considerada uma zona 0 um local onde há a presença de mistura inflamável em 1000 horas ou mais por ano, que corresponde a aproximadamente 10% do total de horas em um ano.
2.3.2 
Zona “1”
É uma área na qual uma atmosfera explosiva na forma de gás, vapor ou névoa pode ocorrer ocasionalmente em condições normais de operação. Representa uma fonte de risco primário. Segundo ABNT (2018), tem-se uma zona 1 quando há a presença de mistura inflamável em um local cerca de 10 a 1000 horas por ano, o equivalente de 0,1% a 10% do total de horas em um ano. 
2.3.3 Zona “2”
É uma área na qual uma atmosfera explosiva na forma de gás, vapor ou névoa não é provável de ocorrer em condições normais de operação, mas se ocorrer irá persistir somente por um curto período. Segundo ABNT (2018), uma zona 2 existe se existir uma atmosfera explosiva cerca de 1 a 10 horas por ano, que equivale a 0,01% a 0,1% do total de horas em um ano. 
Quando a atmosfera explosiva está presente em menos do que 1 hora por ano, a área é considerada não classificada. 
Figura 5: Graduação do risco conforme a frequência de ocorrência
Fonte: ABPEX, 2011
Para atmosfera explosiva criada por poeiras e fibras a separação em zonas segue o mesmo critério, apenas a nomenclatura muda, que é respectivamente definida Zona 20, Zona 21 e Zona 22. O Quadro 3 abaixo resume estes conceitos.
Quadro 3: Graduação do risco – conceituação
 Fonte: ABPEX, 2011
2.4 Classe de Temperatura
Todo o equipamento eléctrico certificado para uso em áreas com gases ou vapores está identificado com uma temperatura máxima designada por Classe de Temperatura. Se objetos tais como chapas aquecidas, acessórios de iluminação, invólucros, cabos aquecidos forem levados ao contato com uma determinada atmosfera inflamável cuja temperatura de autoignição é menor que a temperatura de superfície dos mesmos, ocorrerá ignição. Conhecendo a temperatura de autoignição dos produtos inflamáveis do setor onde o equipamento deverá trabalhar, pode-se escolher a classe de temperatura apropriada, que deverá ser menor que a temperatura de autoignição dos produtos em questão.
De acordo com a ABNT (2018), a tabela 6 mostra a divisão entre as classes de temperatura encontradas em plantas industriais.
Tabela 6: Classificação de temperatura máxima dos gases
Fonte: ABNT, 2018
As poeiras combustíveis apresentam duas temperaturas de inflamação diferentes: Temperatura de ignição de nuvem de poeira (TIN) e Temperatura de ignição de camada de poeira (TIC). 
A temperatura máxima da superfície do equipamento não deve exceder dois terços da temperatura mínima de ignição (em ºC) da mistura poeira/ar considerada.
TMAX – Temperatura superficial máxima do equipamento (ºC)
TIN – Temperatura mínima de ignição da nuvem de poeira (ºC) 
Para situações em que a espessura da camada de poeira é igual ou inferior a 5mm é frequente utilizar uma margem de segurança de 75ºC entre a temperatura mínima deignição de uma camada de poeira e a temperatura da superfície do equipamento. 
T5mm – Temperatura mínima de ignição de uma camada de poeira de 5mm (ºC)
São necessárias margens superiores se a espessura da camada for entre 5mm e 50mm uma vez que a temperatura mínima de ignição de camadas de poeira desce com o aumento da espessura e estará presente um maior efeito de isolamento, o que resulta em temperaturas mais altas na superfície do equipamento. (EN 61241-14,2004)
2.5 Grupo de Equipamentos
A norma brasileira classifica os ambientes em grupos referidos aos equipamentos elétricos. De acordo com ABNT (2013), os equipamentos elétricos para atmosferas explosivas são divididos em três grupos:
2.4.1 Grupo l
Equipamento elétrico do Grupo l é destinado para utilização em minas de carvão suscetíveis ao gás metano (conhecido como grisu) e/ou poeiras inflamáveis.
2.4.2 Grupo ll
Equipamento elétrico do Grupo ll é destinado para utilização em locais com uma atmosfera explosiva de gás que não seja em minas suscetíveis ao grisu. São produtos encontrados em indústrias de superfície (químicas, petroquímicas, farmacêuticas, etc).
Dentro deste grupo já uma subdivisão de acordo com a natureza da atmosfera explosiva de gás para o qual é destinado. Esta subdivisão é baseada no máximo interstício experimental segura (MESG) ou na proporção de corrente mínima de ignição (MIC).
MIC se refere à corrente elétrica mínima que é capaz de inflamar uma determinada substância e o MESG se refere ao interstício máximo que pode ocorrer num invólucro sem que haja propagação para o meio externo, de uma eventual explosão que aconteça em seu interior (JORDÃO, 2003). Assim sendo, têm-se três subdivisões do grupo ll: 
· Grupo llA: são produtos pertencentes à família do propano;
· Grupo llB: são produtos pertencentes à família do etileno;
· Grupo llC: são produtos pertencentes à família do hidrogênio, incluindo-se a acetileno.
2.4.3 Grupo lll
O equipamento elétrico do grupo lll é utilizado em locais com uma atmosfera explosiva de poeiras que não seja em minas suscetíveis ao grisu. Novamente, de acordo com a natureza da atmosfera explosiva de poeiras, temos a seguinte subdivisão:
· Grupo lllA: fibras combustíveis;
· Grupo lllB: poeiras não condutoras;
· Grupo lllC: poeiras condutoras.
O equipamento elétrico marcado como llC e lllC é adequado respectivamente para aplicações que requerem equipamento IIB/llA e IIIB/IIIA. Da mesma maneira equipamento elétrico llB pode ser usado onde requer equipamento llA. O contrário não é verdadeiro. O Quadro 4 mostra o que foi apresentado neste item resumidamente, incluindo as faixas de transição de acordo com a mínima energia de ignição (MIE).
Quadro 4: Graduação de risco - grupo de explosividade
Fonte: ABPEX, 2011
2.6 Modos de Proteção
Contra o risco de inflamação ou explosão que podem ocorrer com os equipamentos, existem modos de proteção reconhecidos atualmente que suprimem uma das condições que leva à produção da explosão. Trata-se então de suprimir a atmosfera explosiva, a origem da inflamação ou causas de ignição ou ainda a transmissão da explosão.
Quadro 5 – Modos de proteção para equipamentos elétricos
Fonte: Cunha, 2014
Quadro 6 – Modos de proteção para equipamentos não elétricos
Fonte: Cunha, 2014
2.7 Marcação de Equipamento
Todos os equipamentos certificados para serem utilizados em atmosferas explosivas e, por isso, dotados de um ou vários modos de proteção, dispõem de uma marcação de acordo com o indicado nas normas nas quais se baseia a dita certificação.
A marcação deve conter de forma clara a informação do modo de proteção, a classe de temperatura, o grupo e subgrupo de atmosferas, certos parâmetros específicos do modo e siglas do organismo de certificação e o número do certificado. 
Esta marcação será necessária para uma adequada instalação, manutenção e utilização do equipamento em questão.
Figura 6 – Marcação de Equipamentos
Fonte: Cunha, 2014
O final desta marcação pode ser seguido de uma letra X ou uma letra U que indicam:
 
− X – Indica que o material certificado está submetido a condições especiais de fabricação ou uso para uma utilização segura;
 − U – Indica que o material certificado é um componente. Entende-se por componente um material que não tem entidade própria como equipamento completo. O certificado de componente é um certificado parcial que servirá de base para a realização de um equipamento que dispõe de tais componentes.
2.7 ABNT NBR IEC 60079 (Atmosferas explosivas)
As Normas Técnicas Brasileiras adotadas das Séries ABNT NBR IEC 60079 (Atmosferas explosivas) elaboradas pelas Comissões de Estudo do Subcomitê SCB 003:031 da ABNT/CB-003 (COBEI) são idênticas, em termos de conteúdo técnico, estrutura e redação, sem desvios técnicos nacionais em relação às respectivas normas internacionais da IEC, de acordo com requisitos especificados na ABNT DIRETIVA 3 – Adoção de documentos técnicos internacionais. Seguindo a tendência e a convergência normativa mundial dos países membros da IEC, incluindo o Brasil, as Normas Técnicas nacionais que envolvem os processos de avaliação da conformidade de empresas de prestação de serviços “Ex”, de competências pessoais “Ex” e de equipamentos elétricos e mecânicos “Ex” são Normas adotadas, idênticas às respectivas normas internacionais da IEC.
2.7.1 ABNT NBR IEC 60079-0:2013 Versão Corrigida 2:2016 – Equipamentos: Requisitos gerais
Parte da ABNT NBR IEC 60079 que especifica os requisitos gerais para construção, ensaios e marcação de equipamentos elétricos e componentes Ex destinados a utilização em atmosferas explosivas.
2.7.2 ABNT NBR IEC 60079-1:2016 - Proteção de equipamento por invólucro à prova de explosão “d”
Parte da ABNT NBR IEC 60079 que contém requisitos específicos para a construção e ensaios de equipamentos elétricos com o tipo de proteção por invólucro à prova de explosão “d”, destinados para utilização em atmosferas explosivas de gás.
2.7.3 ABNT NBR IEC 60079-2:2016 - Proteção de equipamento por invólucro pressurizado “p”
Parte da ABNT NBR IEC 60079 que apresenta os requisitos específicos para a construção e ensaios de equipamentos elétricos com invólucros pressurizados do tipo de proteção “p”, destinados para instalação em atmosferas explosivas de gases inflamáveis ou de poeiras combustíveis.
2.7.4 ABNT NBR IEC 60079-5:2016 - Proteção de equipamentos por imersão em areia “q”
Parte da ABNT NBR IEC 60079 que estabelece os requisitos específicos para construção, ensaio e marcação de equipamentos elétricos, partes de equipamentos elétricos e componentes “Ex” protegidos por imersão em areia “q”, destinados à utilização em atmosferas explosivas de gás.
2.7.5 ABNT NBR IEC 60079-6:2017 - Proteção de equipamento por imersão em líquido “o”
Parte da ABNT NBR IEC 60079 que especifica os requisitos para o projeto, fabricação, ensaios e marcação de equipamentos “Ex” e componentes “Ex” com tipo de proteção por imersão em líquido “o”, destinados à utilização em atmosferas explosivas de gás.
2.7.6 ABNT NBR IEC 60079-7:2018 - Proteção de equipamentos por segurança aumentada “e”.
Parte da ABNT NBR IEC 60079 que especifica os requisitos para o projeto, fabricação, ensaios e marcação de equipamentos elétricos e componentes Ex com tipo de proteção de segurança aumen­tada “e”, destinados à utilização em atmosferas explosivas de gases. Os equipamentos elétricos e os componentes Ex do tipo de proteção “e” podem proporcionar: Nível de proteção “eb” (EPL “Mb” ou “Gb”) ou Nível de proteção “ec” (EPL “Gc”).
2.7.7 ABNT NBR IEC 60079-10-1:2018 Versão Corrigida:2019 - Classificação de áreas - Atmosferas explosivas de gás
Parte da ABNT NBR IEC 60079 que refere-se à classificação de áreas onde pode ocorrer a pre­sença de gases ou vapores inflamáveis e pode ser utilizada como base para a seleção e instalação adequadas de equipamentos para utilização em áreas classificadas.
2.7.8 ABNT NBR IEC 60079-11:2013 Versão Corrigida:2017 - Proteção de equipamento por segurança intrínseca “i”
Parte da ABNT NBR IEC 60079 que especifica aconstrução e ensaio de equipamentos intrinsecamente seguros destinados à utilização em atmosferas explosivas e equipamentos associados, os quais se destinam a conexão com circuitos intrinsecamente seguros que entram em tais atmosferas.
2.7.9 ABNT NBR IEC 60079-13:2019 - Proteção de equipamentos por ambiente pressurizado “p” e por ambiente artificialmente ventilado “v”
Parte da ABNT NBR IEC 60079 que apresenta os requisitos para o projeto, construção, avaliação, verificação e marcação de ambientes utilizados para proteção interna de equipamentos. 
2.7.10 ABNT NBR IEC 60079-14:2016 Versão Corrigida:2018 - Projeto, seleção e montagem de instalações elétricas
Parte da série ABNT NBR IEC 60079 que contém os requisitos específicos para o projeto , seleção, montagem e inspeção inicial de instalações elétricas em, ou associadas com, áreas classificadas.
2.7.11 ABNT NBR IEC 60079-15:2019 - Proteção de equipamento por tipo de proteção “n”
Parte da ABNT NBR IEC 60079 que especifica os requisitos para projeto, fabricação, ensaios e marcação para equipamentos elétricos do Grupo II com tipo de proteção “n”, que incluem; dispositivos selados “nC”, hermeticamente selados “nC”, componentes não acendíveis “nC” e invólucros com respiração restrita “nR”, previstos para serem utilizados em atmosferas explosivas de gás. Esta Parte da ABNT NBR IEC 60079 é aplicável aos equipamentos elétricos em que a tensão nominal não exceda 15 kV c.a. eficaz ou c.c., incluindo produtos Ex que possuem tensão de trabalho interna que exceda 15 kV, por exemplo, para luminárias com lâmpadas HID.
2.7.12 ABNT IEC/TR 60079-16:2009 - Ventilação artificial para a proteção de casa de analisadores
Relatório Técnico que fornece os princípios gerais de proteção, por ventilação artificial, de casa de analisador(es) contra os perigos de explosão causados por um vazamento de substâncias inflamáveis e, se aplicável, contra o perigo causado por uma atmosfera explosiva externa de gás. Ele também fornece as condições em que os equipamentos elétricos, capazes de causar ignição, possam ser utilizados nesta casa de analisador(es). Estas casas de analisador(es) podem ser localizadas em uma área classificada ou em uma área não-classificada.
2.7.13 ABNT NBR IEC 60079-17:2014 Versão Corrigida:2017 - Inspeção e manutenção de instalações elétricas
Parte da ABNT NBR IEC 60079 é destinada a ser utilizada por usuários e abrange fatores direta­mente relacionados à inspeção e manutenção de instalações elétricas somente em áreas classificadas, onde o risco pode ser causado por gases inflamáveis, vapores, névoas, poeiras, fibras ou partículas em suspensão.
2.7.14 ABNT NBR IEC 60079-18:2016 - 
Proteção de equipamento por encapsulamento “m”
Parte da ABNT NBR IEC 60079 que apresenta requisitos específicos para a construção, ensaios e marcação de equipamentos elétricos, partes de equipamentos elétricos e componentes “Ex” com o tipo de proteção por encapsulamento “m”, destinados à utilização em atmosferas explosivas de gases inflamáveis ou de poeiras combustíveis.
2.7.15 ABNT NBR IEC 60079-19:2016 - Reparo, revisão e recuperação de equipamentos
Parte da ABNT NBR IEC 60079: fornece instruções, principalmente de natureza técnica, sobre reparo, revisão, recuperação e modificação de equipamentos projetados para utilização em atmosferas explosivas; não é aplicável aos serviços de manutenção, exceto quando o reparo e a revisão são associados à manutenção, nem fornece recomendações sobre sistemas de entrada de cabos que possam requerer substituição, quando o equipamento for reinstalado; não é aplicável aos tipos de proteção “m”, “o” e “q”; assume que boas práticas de engenharia são adotadas durante todo o processo dos serviços realizados.
2.7.16 ABNT NBR IEC 60079-20-1:2011 Versão Corrigida 2:2014 - Características de substâncias para classificação de gases e vapores - Métodos de ensaios e dados
Parte da ABNT NBR IEC 60079 que fornece orientações sobre a classificação de gases e vapores. Esta parte da ABNT NBR IEC 60079 descreve um método de ensaio destinado à medição dos máximos interstícios experimentais seguros (maximum experimental safe gaps – MESG) para misturas de gases ou vapores com o ar sob condições normais de temperatura1 e pressão, de forma a permitir a seleção de um grupo de equipamento apropriado. O método do ensaio não leva em consideração os possíveis efeitos de obstáculos nos interstícios seguros2. Esta Norma descreve também um método de ensaio para a utilização na determinação da temperatura de auto-ignição de um gás ou vapor quimicamente mpuro no ar, na pressão atmosférica. 
2.7.17 ABNT NBR IEC 60079-25:2011 - Sistemas elétricos intrinsecamente seguros
 Parte da ABNT NBR IEC 60079 que estabelece os requisitos específicos para construção e avaliação de sistemas elétricos intrinsecamente seguros, tipo de proteção “i”, destinados a serem utilizados, integralmente ou em parte, em locais onde a utilização de equipamento dos Grupos I, II ou III é requerida. 
2.7.18 ABNT NBR IEC 60079-26:2016 - Equipamento com nível de proteção de equipamento (EPL) Ga
Parte da ABNT NBR IEC 60079 que especifica os requisitos alternativos para a fabricação, ensaios e marcação de equipamentos elétricos que proporcionem nível de proteção de equipamento (EPL) Ga, quando um único tipo de proteção “Ex” normalizado (por exemplo, Ex “ia”, Ex “ma”, Ex “da”) não puder ser aplicado. Esta Norma também se aplica aos equipamentos montados em uma fronteira onde diferentes níveis de proteção de equipamento podem ser requeridos.
2.7.19 ABNT NBR IEC 60079-28:2016 - Proteção de equipamentos e de sistemas de transmissão que utilizam radiação óptica
Parte da ABNT NBR IEC 60079 que especifica os requisitos, ensaios e marcação de equipamentos que emitem radiação óptica, destinados à utilização em atmosferas explosivas. Esta Norma também cobre equipamentos localizados fora da atmosfera explosiva ou protegidos por um Tipo de Proteção relacionado na ABNT NBR IEC 60079-0, mas que geram radiação óptica que penetra uma atmosfera explosiva. Esta Norma cobre os Grupos I, II e III, e EPL Ga, Gb, Gc, Da, Db, Dc, Ma e Mb.
2.7.20 ABNT NBR IEC 60079-29-1:2008 - Detectores de gás - Requisitos de desempenho de detectores para gases inflamáveis
Parte da ABNT NBR IEC 60079 que especifica os requisitos gerais para projeto, construção, ensaios e desempenho, e descreve os métodos de ensaio que se aplicam a equipamentos portáteis, transportáveis e fixos para detecção e medições de concentrações de gases ou vapores inflamáveis no ar. Os equipamentos ou partes deles são designados para utilização em atmosferas potencialmente explosivas e em minas suscetíveis a gases inflamáveis. É também aplicável quando um fabricante de equipamento faz qualquer exigência relativa a qualquer recurso particular de construção ou de desempenho superior que excede estes requisitos mínimos. É aplicável a equipamentos de detecção de gás inflamável destinados a fornecer indicação, alarme ou outra função de saída, cujo propósito seja fornecer um alerta de um perigo potencial de explosão e, em alguns casos, iniciar ação de proteção. É aplicável a equipamentos de utilização destinada a aplicações de segurança comercial, industrial e não residencial. Não se aplica a sistemas de amostragem externos, ou equipamentos de laboratórios ou do tipo científico, ou equipamentos usados somente para o propósito de controle de processos complementa e modifica os requisitos gerais da ABNT NBR IEC 60079-0.
2.7.21 ABNT NBR IEC 60079-29-2:2011 - Detectores de gases - Seleção, instalação, utilização e manutenção de detectores para gases inflamáveis e oxigênio
Parte da ABNT NBR IEC 60079-29 que estabelece orientações e práticas recomendadas para a seleção, instalação, utilização segura e manutenção de equipamentos eletricamente operados do grupo II, destinados a serem utilizados em aplicações industriais e comerciais seguras, para a detecção e medição de gases inflamáveis atendendo aos requisitos da ABNT NBR IEC 60079-29-1. 
2.7.22 ABNT NBR IEC 60079-29-3:2019- Detectores de gás: orientações sobre segurança funcional de sistemas fixos de detecção de gases
Parte da ABNT NBR IEC 60079-29 que apresenta orientações para o projeto e a implantação de sistemas fixos de detecção de gás, incluindo equipamentos de detecção de gás associados ou periféricos, para a detecção de gases/vapores inflamáveis e oxigênio, quando utilizados em uma aplicação relacionada à segurança, de acordo com a IEC 61508 e a IEC 61511. Esta Norma também é aplicável à detecção de gases tóxicos.
2.7.23 ABNT NBR IEC 60079-29-4:2014 - Detectores de gás: requisitos de desempenho de detectores de caminho aberto para gases inflamáveis
Parte da ABNT NBR IEC 60079-29 que especifica os requisitos de desempenho de um equipamento para a detecção e medição de gases ou vapores inflamáveis em ar, por meio da medição da absorção espectral em um caminho óptico extenso, variando tipicamente de um metro até alguns quilômetros.
2.7.24 ABNT NBR IEC 60079-30-1:2014 - Traceamento elétrico resistivo — Requisitos gerais e de ensaios
A Norma IEC equivalente foi cancelada e substituída pela versão (em inglês) disponível: IEC/IEEE 60079-30-1:2015." Norma que especifica os requisitos gerais e de ensaios para sistemas de traceamento elétrico para aplicação em atmosferas explosivas de gás. Esta Norma engloba sistemas de traceamento elétrico, que podem compreender unidades montadas em fábrica ou em campo, que podem ser cabos aquecedores em série, cabos aquecedore s em paralelo, ou mantas e painéis de aquecimento, que tenham sido montados e/ou terminados de acordo com as instruções do fabricante. Inclui também os requisitos para montagem da terminação e os métodos de controle utilizados nos sistemas de traceamento elétrico.
2.7.25 ABNT NBR IEC 60079-30-2:2013 - Traceamento elétrico resistivo — Procedimento para aplicação em projeto, instalação e manutenção
A Norma IEC equivalente foi cancelada e substituida pela versão (em inglês) disponível IEC/IEEE 60079-30-2:2015." Norma que fornece diretrizes para sistemas de traceamento elétrico resistivos para aplicação em áreas onde atmosferas explosivas podem estar presentes, com exceção daquelas classificadas como zona 0.
2.7.26 ABNT NBR IEC 60079-31:2014 - Proteção de equipamentos contra ignição de poeira por invólucros “t”
Parte da ABNT NBR IEC 60079 que é aplicável aos equipamentos elétricos protegidos por invólucros e com limitação de temperatura de superfície para utilização em atmosferas de poeiras combustíveis. Esta Norma especifica requisitos para o projeto, construção e ensaios de equipamentos elétricos e componentes Ex.
2.7.27 ABNT NBR IEC 60079-32-1:2018
Parte da ABNT NBR IEC 60079 que apresenta orientações sobre equipamentos, produtos e proprieda­des de processos necessárias para evitar os riscos de ignição e de choques eletrostáticos que podem surgir da eletricidade estática, bem como requisitos operacionais necessários para assegurar a utili­zação segura do equipamento, produto ou processo. 
2.7.28 ABNT NBR IEC 60079-33:2015 - Proteção de equipamentos por proteção especial “s”
Parte da ABNT NBR IEC 60079 que apresenta o método específico para a avaliação, ensaio, e requisitos para a marcação de partes ou, equipamentos elétricos e componentes Ex com tipo de proteção “s”.
2.7.29 ABNT NBR ISO/IEC 80079-34:2014 - Aplicação de sistemas da qualidade para a fabricação de equipamentos
Parte da ABNT NBR ISO/IEC 80079 que especifica requisitos e informações específicas para a implantação e a manutenção de um sistema da qualidade para fabricação de equipamentos Ex, incluindo sistemas de proteção, de acordo com o indicado no certificado Ex.
2.7.30 ABNT NBR IEC 60079-35-1:2013 - Lanternas para capacetes para utilização em minas sujeitas a grisu — Requisitos gerais — Construção e ensaios em relação ao risco de explosão
 Parte da ABNT NBR IEC 60079-35 que estabelece os requisitos específicos para construção, ensaio e marcação de lanternas para capacetes, incluindo lanternas para capacetes com um ponto de conexão para outro equipamento, para utilização em minas sujeitas a presença de grisu (Grupo I – equipamentos elétricos para atmosferas explosivas de gás, como definido na ABNT NBR IEC 60079-0). Esta Norma trata somente dos riscos da lanterna se tornar uma fonte de ignição.
2.7.31 ABNT NBR IEC 60079-35-2:2013 - Lanternas para capacetes para utilização em minas sujeitas a grisu — Desempenho e outros requisitos relacionados à segurança
Parte da ABNT NBR IEC 60079-35 que detalha as características de desempenho e outras características de segurança de lanternas para capacetes, incluindo aquelas com um ponto de conexão para outros equipamentos, não cobertos na ABNT NBR IEC 60079-35-1, mas que são importantes para a segurança e condições de trabalho do usuário. Esta Norma pode também ser aplicada a lanternas para capacetes não passíveis de serem expostas ao risco pelo grisu.
2.7.32 ABNT NBR ISO 80079-37:2018 - Equipamentos não elétricos para atmosferas explosivas - Tipos de proteção não elétricos: segurança construtiva “c”, controle de ignição de fontes “b” e imersão em líquido “k”
Parte da ABNT NBR ISO 80079 especifica os requisitos para o projeto e a fabricação de equipa​mentos não elétricos destinados para instalação em atmosferas explosivas, protegidos pelos tipos de proteção por segurança construtiva “c”, controle de fontes de ignição “b” e por imersão em líquido “k”.
2.7.33 ABNT IEC/TS 60079-39:2019 - Sistemas intrinsecamente seguros com limitação de duração de centelha controlada eletronicamente
Esta Especificação Técnica especifica os requisitos para o projeto, ensaios, instalação e manutenção de equipamentos e sistemas Power-i que aplicam limitação da duração da centelha controlada eletronicamente para manter um nível adequado de segurança intrínseca.
2.7.34 ABNT IEC/TS 60079-40:2016 - Requisitos para selagem do processo entre fluidos inflamáveis do processo e sistema elétricos
Este documento apresenta requisitos específicos para a selagem do processo entre um fluido de processo contendo uma substância inflamável e um sistema elétrico, no qual a ocorrência de uma falha poderia permitir a migração do fluido do processo diretamente para as partes do sistema de fiação.
2.7.35 ABNT IEC/TS 60079-46:2018 - Atmosferas explosivas - Parte 46: Conjunto de equipamentos pré-montados
Este documento, na forma de uma Especificação Técnica, especifica os requisitos para o projeto, construção, montagem, ensaios, inspeção, marcação, documentação e avaliação de montagens de equipamentos para instalação em atmosferas explosivas, sob a responsabilidade do fabricante e do montador do conjunto de equipamentos pré-montados.
2.8 Portaria INMETRO nº 179 18/05/10 e nº89 23/02/12
A Portaria 179 do Inmetro, publicada em 18 de maio de 2010, instituiu a certificação compulsória de equipamentos instalados em atmosferas explosivas, classificados como Zona 0, Zon a 1, Zona 2, Zona 20, Zona 21 e Zona 22, estando inclusos os equipamentos elétricos e eletrônicos.. Nela são estabelecidos os critérios para a conformidade dos equipamentos por meio de processo de certificação de produtos. O objetivo desta certificação é garantir maior segurança para os usuários e para as instalações, conduto, os produtos classificados como Equipamentos Elétricos para Atmosferas Explosivas, importados ou fabricados nacionalmente, só podem ser comercializados no Brasil após receberem a certificação junto à portaria INMETRO nº 179/2010.
 Em 23 de fevereiro de 2012 o Inmetro, emitiu a Portaria n° 89, que alterou a Portaria 179 publicada em 18 de maio de 2010, a portaria referência 41 normas. Os tipos de e a validade de certificação são:
· Modelo 5 - Validade da certificação: 18 meses – Prorrogável através da manutenção do processo.
· Modelo 7 - É avaliado um lote específico de produtos, onde são realizados ensaios conforme a quantidade de itens. Neste modelo não há auditoria. Validade da certificação: Até a comercialização total do lote. Novos produtos importados ou fabricados devem ser certificados novamente.· Modelo por avaliação documental e inspeção - É feito a validação de um certificado emitido no país de origem, através de uma série de requisitos e complementada por uma inspeção física nos produtos. Validade da certificação: O certificado é valido somente para os produtos inspecionados.
Para todos os modelos de certificação, é necessário realizar uma auditoria de tratamento de reclamações (SAC) anualmente.
3 REFERÊNCIAS
COSTELLA, Marcelo et al. Método de coleta e análise de amostras de poeira para avaliação de riscos de explosões de pós em suspensão em unidades de recebimento e armazenagem de grãos. São Carlos, julho 2016. Available at: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-530X2016000300503. [Acesso em 15 fev 2020].
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Atmosferas explosivas - Parte 0: Equipamentos – Requisitos Gerais. NBR IEC 60079-0. Rio de Janeiro, Brasil, 2013. [Acesso em 14 fev 2020].
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Atmosferas explosivas. Parte 10-1: Classificação de áreas – atmosferas explosivas de gás. Rio de Janeiro, 2018. [Acesso em 14 fev 2020].
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA PREVENSÕES DE EXPLOSÕES (ABPEX). Manual de bolso de Instalações elétricas em atmosferas explosivas. São Paulo, 2010. [Acesso em 14 fev 2020].
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA PREVENSÕES DE EXPLOSÕES (ABPEX). Programa de treinamento ABPEX: Capacitação de profissionais em áreas classificadas – Princípios Gerais de Classificação de áreas. Triunfo, 2011. [Acesso em 14 fev 2020].
BORGES, G.H. Manual de segurança intrínseca ex i: do projeto a instalação, Rio de Janeiro, 1997. [Acesso em 14 fev 2020].
BUFFON, Lucas. Estudo de adequação de uma área classificada à n. rma vigente. Porto Alegre, 2011. Available at: https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/65620., 2011.[Acesso em 14 fev 2020].
CUNHA, André. Implementação da Directiva Atex no Sector Industrial. Julho, 2014. Available at: https://estudogeral.sib.uc.pt/handle/10316/38464. [Acesso em 18 fev 2020].
JORDÃO, D. M., Manual de Instalações Elétricas em Indústrias Químicas, Petroquímicas e de Petróleo. Atmosferas Explosivas. 3 ed, Rio de Janeiro, Brasil, Qualitymark, 2008. Available at: http://img.travessa.com.br/capitulo/BLUCHER/PEQUENO_MANUAL_DE_INSTALACOES_ELETRICAS_EM_ATMOSFERAS_POTENCIALMENTE_EXPLOSIVAS-9788521206866.pdf. [Acesso em 14 fev 2020].
SÁ.Ari. Prevenção e Controle dos Riscos com Poeiras Explosivas R4. 
Available at: http://www.ares.org.br/uploads/pdf/explosoes_com_poeiras.pdf. [Acesso em 18 mar 2020].
SÁ,Ari. Risco de explosão, produtos em forma de pó representam perigo nas atividades industriais. Revista Proteção número 61 - ano 97. Available at: http://www.safetyguide.com.br/artigos/perigexpl.htm. [Acesso em 18 mar 2020].
OTSUKA, Aroldo. Análise Quantitativa de Extensão de Áreas Classificadas. Sergipe, 2011. Available at: https://ri.ufs.br/handle/riufs/5056. [Acesso em 14 fev 2020].
WEG MOTORES, Atmosferas Explosivas – Segurança e confiabilidade. Jaraguá do Sul, 2013. [Acesso em 14 fev 2020].

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