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DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA - GOLD: diagnóstico, tratamento e seguimento do DPOC, 2019 lançado em out/2018 - Doença prevenível e tratável - Sintomas respiratórios persistentes e limitação de fluxo aéreo - Por alterações nas via aéreas e alvéolos << exposição significativa a partículas/gases nocivos (principal tabaco) - 2 fenótipos: enfisematoso (magro, dispenico) e bronquítico (tosse) - 4ª causa de morte no mundo: ICo, AVC e infecção respiratória baixa - Brasil: 15% da população > 40 anos; apenas 12% diagnosticado; 25% dos dx com tratamento - 5ª causa de internação no SUS e 5ª causa de morte no Br - Causa de óbito que mais cresce nos últimos 20 anos - FATORES DE RISCO - 85% por fumo: fumaça atrai células inflamatórias, que estimulam a liberação da elastase (quebra de células musculares >> destruição de parênquima >> enfisema) e inativação da alfa 1 antitripsina (inativa elastase) - Suscetibilidade genética é muito importante - ENFISEMA é irreversível - Reversíveis: contração da musculatura lisa, inflamação, hiperplasia glandular, hipersecreção de muco - SINTOMAS - Principal que leva buscar atendimento: DISPNEIA progressiva, persistente e piora com esforço - Tosse crônica: primeiro a surgir, pela manhã - tosse matinal do fumante - Catarro: aumento da quantidade e mudança de cor - exacerbação? - EXAME FÍSICO - Geralmente normal - Alterações quando muito grave - Limitação do fluxo aéreo: tórax em tonel (aumento AP), hipertimpanismo (retenção) e expansibilidade reduzida - Sibilos e roncos nas exacerbações - Estertores geralmente ausentes: DD PNM, fibrose pulmonar - RX DE TÓRAX - Normalidade não exclui a doença: "o normal é ser normal" - Retração de arcos costais, retificação de cúpula, tórax em tonel (aumento diâmetro AP): casos mais graves - hiperinsuflação somente em doença avançada - Excluir DD ou condição associadas (neo, fibrose, bronquiectasia, PNM) - DIAGNÓSTICO = ESPIROMETRIA - Prova de função pulmonar - Sinais e sintomas (dispneia + tosse crônica + expectoração crônica) + históricos de FdR >> espirometria - Valores PÓS-broncodilatadores (salbutamol) - VEF1/CVF < 0,70 - CVF = capacidade vital forçada - VEF1 = volume expirado forçado no 1º segundo da CVF, marcador de mortalidade quanto menor, gravidade da obstrução, razoável correlação com os sintomas - DPOC: aumento no tempo espirado #Etapa 1 - Diagnosticar DPOC + determinar gravidade da obstrução de fluxo (escala GOLD 1 a 4) - GOLD 1: VEF1 > ou = 80 - GOLD 2: 50-79 - GOLD 3: 30-49 - GOLD 4: < 30 #Etapa 2 - Determinar classificação GOLD A-D: exacerbação e dispneia (baseia tratamento) - > ou = 2 exacerbações ou 1 ou + com hospitalização: C ou D - 0 ou 1 exacerbação s/ hospitalização: A ou B - mMRC 0-1: A ou C (pouco sintomático) - mMRC > ou = 2: B ou D (muito sintomático) - mMRC 0: dispneia ao exercício intenso - mMRC 1: ao subir escada/ladeira ou andar apressadamente no plano - mMRC 2: ao próprio passo no plano/dificuldade de acompanhar pessoas da mesma idade - mMRC 3: em < 100 m ou após alguns min - mMRC 4: muito dispneico pra sair da casa ou ao se vestir/despir - Mais comum = GOLD B - Mais raro: GOLD C - Mais grave: GOLD D - DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL - Pulmonares: asma, bronquiectasia, TB, TEP crônico, fibrose pulmonar - Extrapulmonares: principal é IC, disfunção de corda vocal (mais DD de asma) - TRATAMENTO - GOLD A: 1 broncodilatador, SABA - GOLD B: 1 broncodilatador de longa ação LABA/LAMA - GOLD C: LAMA - superior ao LABA para evitar exacerbação - GOLD D: LAMA ou LAMA + LABA (sobretudo muito sintomáticos) ou CI + LABA (se Eo > ou = 300) - Teofilina ou xantina NÃO FAZEM MAIS PARTE - Diferente do da asma: asma CI x DPOC broncodilatador - LABA: b2 agonista de longa ação - formoterol, salmeterol e indacaterol (EC: taquicardia e tremores) - LAMA: anticolinérgico/anti-muscarínico de longa ação - tiotrópio e glicopirrônio (EC: boca seca, reteção urinária, glaucoma agudo) - CI: corticoide inalatório - budesonida, mometasona e fluticasona (EC: monilíase oral, rouqidão, FdR para PNM) - Tratamento farmacológico: reduz exacerbação, trata sintomas, melhora tolerância ao exercício - NÃO ALTERA MORTALIDADE - BRONCOCONSTRIÇÃO - 2 vias de broncoconstrição: adrenérgico (simpático) e colinérgico (parassimpático) da musculatura lisa - Colinérgico: ativação faz broncoconstrição - medicação anticolinérgica >> broncodilatação (LAMA) - Adrenérgico: ativação faz broncodilatação - medicação agonista b2 adrenérgica >> broncodilatação por ativação do sistema adrenérgico (LABA) - SEGUIMENTO - Uso de LAMA ou LABA com persistência da dispneia: associar LAMA + LABA - Uso de LAMA ou LABA com exacerbações: ver Eos --- Se > ou = 300: LAMA + CI (considerar LAMA + LABA se PNM) --- Se < 300: LAMA + LABA - Uso de LAMA + LABA com exacerbações: ver Eos --- Se > ou = 100: LAMA + LABA + CI --- Se < 100: roflumilate se VEF1 <50% e bronquite crônica ou azitromicina em ex-fumantes (3x/semanas) - Exacerbações com roflumilate/terapia tripla: azitromicina em ex-fumantes (3x/semana) - TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO - Cessar tabagismo e atividade física PARA TODOS - Reabilitação pulmonar para sintomáticos ou exacerbadores - Vacinas: gripe e pneumocócica - Oxigenioterapia quando indicada e cessação de tabagismo: MELHORA SOBREVIDA #Indicações oxigenioterapia (> 15h/dia) - PaO2 < ou = 55 mmHg ou SpO2 < ou = 88% - PaO2 55-60 mmHg + SpO2 88-90% + sinal de IC D com hipertensão pulmonar/edema periférico/policitemia (Ht > 55%) - EXACERBAÇÃO - Evento agudo: agravamento dos sintomas respiratórios - Diagnóstico clínico: piora da dispneia, da expectoração e aumento da purulência do catarro - Aumento purulência: exacerbação bacteriana - usar ATB - Febre não é comum: se presente pensar em PNM - Principal causa de mortalidade se VEF1 < 50% - Maioria por bactérias (50%), depois vírus (25%) >> maior inflamação >> edema + aumento secreção/muco >> broncoconstrição >> piora dispneia por piora da limitação do fluxo aéreo >> exacerbação - Inflamação sistêmica associada >> aumento do RCV - DD: PNM, PTX (ruptura de enfisema), TEP (não respondem ao tratamento e são mais graves), depressão respiratória por fámacos (BDZ), DCV e ansiedade/pânico #Fatores de risco - Principal = EXACERBAÇÃO PRÉVIA - Inatividade físico - DRGE: tá na moda - TRATAR - Outros: baixa qualidade de vida, bronquítico, VEF1 < 35%, cardiopatia grave #Tratamento - O2: manter SpO2 88-92%, usar VNI (ventilação não invasiva) se preciso - Medicamentoso: broncodilatar - SABA (fenoterol 10 gts) e/ou SAMA (ipratrópio 40 gts) até de 4/4h - Xantina não recomendada - ABCO: ATB, broncodilatador, corticoide e O2 - Corticoide sistêmico: ÚNCIO COM NÍVEL DE EVIDÊNCIA "A" >> diminui tempo de recuração, melhora função pulmonar (VEF1) e hipoxemia, reduz risco de recaída precoce/falha no tratamento/duração de internação - Prednisona 40 mg 5 a 7 dias - sem necessidade de desmame - ATB: evidência B se aumento dispneia e volume E purulência da secreção (um OU outro é evidência C) e necessidade de VM/VNI - ATB 5-7 dias VO ou IV - Principais bactérias: Haemophilus influenzae (produção de betalactamase), Strep pneumoniae e Moraxella catarrhalis - VEF1 > 50% e ausência de FdR (> 65 anos, comorbidade, BQT, 3 exac/ano, ATB nos últimos 15 dias): amox+clav, cefuroxima, azitromicina ou claritromicina - VEF1 > 50% + FdR: os anteriores, pensar em quinolona - VEF1 < 50%: pensar em Pseudomonas - amox+clav + quinolona - Risco Pseudomonas: VEF1 < 50%, ATB > 4 cursos/anos, hospitalização < 90 dias, bronquiectasia na TC, infecção prévia por Pseudomonas - VNI: se dispneia moderada a grave (musc. acessórios, movimento paradoxal abd, retração intercostais), pH < 7,35 e/ou PaCO2 > 45 ou FR > 25 irpm --- Reduz risco IOT, mortalidade pela metade, dias de internação, melhora gasometria
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