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Monografia Segurança e Saúde do Trabalhador - Lara Welter

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO 
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 
 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS 
 
Curso de Pós Graduação Lato Sensu em Engenharia de Segurança do 
Trabalho 
 
 
 
LARA BORGES WELTER 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA DE GESTÃO SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR: 
PROPOSTA MODELO PARA APLICAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ijuí/RS 
2014 
2 
 
 
 
LARA BORGES WELTER 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA DE GESTÃO SAÚDE DO TRABALHADOR, PROPOSTA 
MODELO PARA APLICAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
 
 
 
 
 
Monografia do Curso de Pós Graduação Lato Sensu em 
Engenharia de Segurança do Trabalho apresentado como 
requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro de 
Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
Orientador: Fernando Wypyszynski 
 
 
 
 
 
Ijuí/RS 
2014 
 
3 
 
 
LARA BORGES WELTER 
 
 
SISTEMA DE GESTÃO SAÚDE DO TRABALHADOR, PROPOSTA 
MODELO PARA APLICAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
Monografia defendida e aprovada em sua forma final pelo professor orientador e pelo 
membro da banca examinadora 
 
 
 
 
Banca examinadora 
 
 
 
________________________________________ 
Prof. Fernando Wypyszynski, Especialista - Orientador 
 
 
 
________________________________________ 
Profª. Cristina Eliza Pozzobon, Mestre em Engenharia Civil 
 
 
 
 
 
Ijuí, 19 de setembro de 2014 
 
 
 
 
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Dedico esse trabalho primeiramente a Deus pela vida e pelas oportunidades que Ele tem 
me proporcionado. 
Aos meus pais Luiz Ricardo e Regina Welter que me orientaram através de seus 
exemplos de trabalho, dedicação e fé. E, especialmente por seu amor incondicional. 
A minha irmã, sem qual seria impossível o desenvolvimento desta pesquisa, jornalista, 
mas minha professora de português particular. 
A tia Berna pelos conselhos e dicas de apoio, leituras e releituras para ver se havia 
coerência na monografia. 
Ao meu amor, Sérgio David Jaskulski Filho, pelo apoio e incentivo ao meu 
aperfeiçoamento profissional. 
 
 
 
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AGRADECIMENTOS 
 
 
 
A UNIJUÍ, pelo aprendizado e o excelente quadro de profissionais disponibilizando 
troca de conhecimento e experiências, conteúdo elaborado e de alta qualidade. 
 Aos professores, pela dedicação, entusiasmo e aprendizado importante para aplicação, 
visando o progresso da sociedade e a preservação da saúde do trabalhador nos diversos 
setores. 
 Ao meu orientador, Fernando Wypyszynski, por sua orientação e acompanhamento 
em cada etapa do desenvolvimento, mas especialmente por sua compreensão e apoio nas fases 
difíceis. E, pela amizade e troca de conhecimentos ao longo desta pesquisa, 
 A construtora, nas pessoas de seus diretores, engenheiros, mestres, técnicos e 
operários, pela viabilização deste trabalho, através da disponibilidade de informações e, 
principalmente, pela gentil presteza em nos atender sempre que necessário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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“Faça hoje o que a maioria não faz, 
para ter amanhã o que a maioria não tem” 
Zig Ziglar 
 
7 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
 
Com o presente trabalho pretende-se demonstrar a importância dos sistemas de Gestão da 
Segurança e Saúde no Trabalho, no sentido de otimizar o trabalho nas organizações e diminuir 
os riscos de acidentes e prejuízos. Os sistemas de gestão têm como principais objetivos 
melhorar o trabalho nas empresas e organizações e diminuir riscos de acidentes, além dos 
incômodos e inconvenientes causados por estes. Discutir-se-á, a partir da opinião de autores e 
de normas especificadas em lei, a relevância desses sistemas e as técnicas utilizadas em sua 
implementação. Neste estudo também será demonstrada a tentativa de implementação em 
uma empresa, tornando visível o passo a passo para esta aplicação e os benefícios trazidos 
pelo sistema. 
 
Palavras-chave: Gestão de Segurança; Sistemas de gestão; Riscos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
 
Figura 1- Elementos do SGSST 21 
Figura 2 - Abrangência dos Indicadores Proativos e Reativos 33 
Figura 3 - Layout canteiro de obras 40 
Figura 4 - Imagens da área de vivência 41 
Figura 5 - Área da Carpintaria 41 
Figura 6 - Armações de aço 42 
Figura 7 - Estruturas concreto armado 42 
Figura 8 - Escadas e rampas 43 
Figura 9 - Proteção Contra Quedas 43 
Figura 10 - Movimentação de Cargas 44 
Figura 11 - Andaimes em situações irregulares 44 
Figura 12 - Tapume padrão das obras 45 
Figura 13 - Extintor na área de vivência 45 
Figura 1 - Esquema de implementação 49
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS E SÍMBOLOS 
 
 
 
ABNT NBR – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS 
CIPA - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES 
EPI – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL 
EPC- EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVA 
ISO - INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION 
MTE – MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO 
NR – NORMA REGULAMENTADORA 
PCMAT - PROGRAMA DE CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA 
INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO 
RTP - REGULAMENTOS TÉCNICOS DE PROCEDIMENTOS 
RD – REPRESENTANTE DA DIREÇÃO 
SESMT - SERVIÇO ESPECIALIZADO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM 
MEDICINA DO TRABALHO 
SGA - SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL 
SGI - SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADA 
SGSST - SISTEMA DE GESTÃO SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO 
SGQ - SISTEMA DE GESTÃO DE QUALIDADE 
 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
INTRODUÇÃO 12 
1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 13 
1.1 GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO 16 
1.1.1 Política de Segurança e Saúde no Trabalho 21 
1.1.2 Identificação, avaliação e controle de riscos 22 
1.1.3 Requisitos legais e outros 27 
1.1.4 Objetivos do SST 27 
1.1.5 Programas de gestão 27 
1.1.6 Recursos, funções, responsabilidades, atribuições e autoridades 28 
1.1.7 Competência, treinamento e experiência 29 
1.1.8 Comunicação 29 
1.1.9 Documentação e Controle de documentos 30 
1.1.10 Controle Operacional 31 
11 
 
1.1.11 Preparação e atendimento a emergências 31 
1.1.12 Medição e Monitoramento de Desempenho 32 
1.1.13 Identificação e análise de incidentes e acidentes, não-conformidade, ação 
corretiva e ação preventiva 34 
1.1.14 Controle de Registro 35 
1.1.15 Auditoria 36 
1.1.16 Análise Crítica pela Direção 37 
2. METODOLOGIA 39 
2.1 VERIFICAÇÃO DA NR 18 40 
2.2 SISTEMA DE GESTÃO DA SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR 46 
CONCLUSÃO 55 
REFERÊNCIAS 56 
ANEXO 58 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
O presente trabalho tem como principal intenção apresentar a relevância dos sistemas 
de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho, conteúdo estudado e praticado durante a pós 
graduação em Segurança do Trabalho. Os sistemas de gestão têm como principais objetivos 
melhorar o trabalho nas empresas e organizações e minimizar riscos de acidentes, bem como 
os incômodos e inconvenientes causados por estes. 
A partir da opinião de autores demonstraremos o quão importante são esses sistemas e 
de que forma normas especificadas em lei às normatizam. Detalhes relacionados à abordagem 
técnica e legal desses sistemas nortearão o trabalho. Pretende-se ainda aplicar os conteúdos 
teorizados em uma análise prática em empresa do setor de construção civil. 
O objetivo é apresentar os riscos causados pela falta de sistemas de gestão e de que 
forma a empresa em estudo trabalha com estes.Além de ser um benefício para a segurança 
física do trabalhador, o que poucos empresários entendem, é que a demanda financeira que 
um acidente causa pode ser evitado com a simples implementação de sistemas que evitem ou 
supram com agilidade o mesmo. 
Enfim, abordaremos de forma simplificada um estudo relacionado aos sistemas de 
gestão de segurança e saúde no trabalho e sua aplicação real em uma empresa do interior do 
Rio Grande do Sul que não aceita a totalidade desses sistemas e não acredita piamente na sua 
eficácia. O trabalho busca justamente esse contraponto e de que forma as empresas podem 
melhorar o seu funcionamento com planejamento e visão. 
 
 
 
13 
 
 
 
1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
O setor de atividade mais antigo do mundo é a construção civil, pois desde os tempos 
das cavernas o homem já engenhava abrigos e ferramentas para sua sobrevivência. A cada dia 
que passa ela sofre processos de transformações, seja nos materiais, projetos, mão-de-obra e 
principalmente processos construtivos. 
Atualmente a indústria da construção está em ascensão no Brasil, dados mostram que 
a construção civil movimenta cerca de 60% do capital bruto do país e emprega 1/3 dos 
trabalhadores. Nota-se, porém que a construção civil difere-se dos demais processos 
industriais contemporâneos. No subsetor edificações, que onde este presente trabalho se 
enquadra, observa-se processos únicos, cada um com uma série de peculiaridades o que se 
diferencia das atividades de indústrias, que produzem produtos em série. 
Há uma série de divergências na indústria da construção civil: trabalho precariamente 
organizado, heterogeneidade do produto, alta rotatividade de mão-de-obra, muitas vezes mão 
de obra não qualificada, grande variedade de materiais, alto índice de desperdício, elevados 
índices de acidentes de trabalho. 
Devido ao número bastante elevado de acidentes ocorridos nesse setor, e dando 
sequência a um plano governamental de avaliação periódica das normas regulamentadoras, o 
governo resolveu nomear uma comissão tripartite, com participação de representantes do 
governo, dos trabalhadores e dos empresários, para reavaliar a NR-18, criada em 1978, 
através da Portaria nº. 3.214, com o título de Obras de construção, demolição e reparos. Essa 
comissão reformulou a NR-18, dando-lhe uma nova redação e um novo título: Condições e 
meio ambiente de trabalho na indústria da construção. 
O novo texto da NR-18 passou a vigorar a partir de julho de 1995, através da Portaria 
Nº. 4 de 04/07/1995. A NR-18, após a nova redação, passou a contar com 38 disposições e um 
glossário. Essas disposições abordam os seguintes itens: objetivo e campo de aplicação; 
comunicação prévia; programa de condições e meio ambiente de trabalho na indústria da 
construção - PCMAT; áreas de vivência; demolição; escavações, fundações e desmonte de 
rochas; carpintaria; armações de aço; estruturas de concreto; estruturas metálicas; operações 
de soldagem e corte a quente; escadas, rampas e passarelas; medidas de proteção contra 
quedas de altura; movimentação e transporte de materiais e pessoas; andaimes; cabos de aço; 
alvenaria, revestimento e acabamentos; serviços em telhados; serviços em flutuantes; locais 
14 
 
confinados; instalações elétricas; máquinas, equipamentos e ferramentas diversas; 
equipamentos de proteção individual; armazenamento e estocagem de materiais; transporte de 
trabalhadores em veículos automotores; proteção contra incêndio; sinalização de segurança; 
treinamento; ordem e limpeza; tapumes e galerias; acidente fatal; dados estatísticos; comissão 
interna de prevenção de acidentes - CIPA nas empresas da indústria da construção; comitês 
permanentes sobre condições e meio ambiente do trabalho na indústria da construção; 
regulamentos técnicos de procedimentos - RTP; disposições gerais; disposições finais; 
disposições transitórias. 
Estabelecendo diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e organização, a 
NR-18 objetiva a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança 
nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da construção. 
Estudos recentes, como os de Saurin et al. (2000), Araújo e Meira (1996, 2000), Cruz (1997), 
dentre outros, demonstram que, apesar dos esforços realizados pelo governo (MTE, 
FUNDACENTRO, DRT), sindicatos de classes (empresários e trabalhadores), especialistas 
em segurança e saúde no trabalho (técnicos,engenheiros e médicos) e instituições de pesquisa 
(universidades e centros tecnológicos), a NR-18 ainda encontra dificuldades para ser 
devidamente implementada nos canteiros de obras brasileiros. 
As principais dificuldades, apontadas nesses estudos, para implantação da NR-18 
dizem respeito à falta de conhecimento do seu conteúdo e não priorização de ações voltadas 
para a segurança, por parte das empresas. Apesar das dificuldades apresentadas, tanto os 
empresários como os trabalhadores afirmam que as condições de trabalho nos canteiros de 
obras têm melhorado bastante, de 1996 para cá. Entretanto, também afirmam que muito ainda 
há por fazer, pois ainda se podem encontrar empresários que defendem que segurança do 
trabalho resume-se ao simples uso de EPI. 
Da mesma maneira a qualidade da construção vem sendo exigida cada vez mais, a 
partir da crescente competição do mercado, bem como o aumento da exigência pelos clientes 
públicos e privados. Nas últimas décadas as organizações passaram a implementar diversos 
tipos de sistemas de gestão como forma de administrar e comprovar essa qualidade. Hoje há 
Sistema de Gestão de Qualidade (SGQ), Sistema de Gestão Segurança e Saúde do Trabalho 
(SGSST) e também Sistema de Gestão Ambiental (SGA). As empresas estão cada vez mais se 
adaptando ao Sistema de Gestão Integrada (SGI) que engloba os três sistemas acima descritos. 
Ferreira (1986) define gestão como o ato de gerir. Cardella (1999) identifica gestão 
como o ato de coordenar esforços de pessoas para atingir os objetivos da organização. A 
gestão eficiente e eficaz é realizada de modo que as necessidades e os objetivos das pessoas 
15 
 
sejam consistentes e complementares aos objetivos da organização a que estão vinculadas. 
Um sistema de gestão pode ser deliberado como um conjunto de instrumentos inter-
relacionados, interatuantes e interdependentes de que uma organização ou entidade faz uso 
para planejar, operar e controlar suas atividades com o intuito de alcançar suas metas. 
Cardella (1999) define como instrumentos do sistema de gestão: 
Princípio: é a base sobre a qual o sistema de gestão é construído. Resulta da filosofia, 
do paradigma dominante. 
Objetivo: é um estado futuro que se deseja atingir. 
Estratégia: é um caminho para atingir o objetivo. 
Política: é uma regra ou conjunto de regras comportamentais. 
Diretriz: é uma orientação. Pode restringir os caminhos possíveis ou dar indicações de 
caráter geral. É mais específica que a política e serve, inclusive, para explicitá-la. 
Sistema organizacional: é um sistema no qual as relações entre pessoas predominam 
sobre as relações entre equipamentos. 
Sistema operacional: é um sistema no qual as relações entre equipamentos 
predominam sobre as relações entre pessoas. Por extensão, é operacional o sistema que, 
mesmo apresentando intensa rede de relações pessoais, apresente características repetitivas e 
mecânicas de trabalho. 
Programa: é um conjunto de ações desenvolvidas dentro de determinado campo de 
ação. Promove a evolução da organização rumo aos objetivos. São constituídos por objetivos 
específicos, diretrizes, estratégias, metas, projetos, atividades e planos de ação. 
Meta: é um ponto intermediário na trajetória que leva ao objetivo. 
Projeto: é a menor unidade de ação ou atividade que se pode planejar e avaliar em 
separado e, administrativamente, implantar. Tem característica não repetitiva de trabalho. 
Atividade: é um conjuntode ações com características repetitivas, utilizadas para 
atingir e/ou manter metas e objetivos. 
Método: é um caminho geral para resolver problemas. 
Cabe à cada empresa, adotar e implementar um sistema de gestão, de acordo com as 
suas necessidades e objetivos. Os sistemas de gestão são tidos como instrumentos eficazes no 
sentido de melhorar as condições do ambiente de trabalho. Eles representam ainda possíveis 
alternativas para a evolução da gestão nas empresas construtoras, as quais historicamente 
apresentam baixo desempenho nessa área. 
Nos últimos anos, tem havido um crescente interesse das empresas brasileiras pela 
busca da qualidade e melhoria da produtividade. Atualmente, fabricar um produto ou prestar 
16 
 
um serviço com alto nível de qualidade significa postura de liderança empresarial, 
representando uma poderosa vantagem competitiva. A corrida pela obtenção do certificado 
ISO (International Organization for Standardization) 9000 retrata bem esse cenário marcado 
pela concorrência e rivalidade. Segundo dados fornecidos pelo Comitê Brasileiro de 
Qualidade, o Brasil ocupa o segundo lugar em velocidade de certificação entre os 92 países 
que adotaram a certificação ISO 9000. 
A situação atual das normas considera certificáveis apenas a IS0 9001 e ISO 14001e 
as não certificáveis, a ISO 9000/9004, ISO 14004, BS 8800 e a OHSAS 18001, para os 
Sistemas de Gestão da Qualidade, Gestão Ambiental e da Segurança e Saúde no Trabalho. 
Já as normas ISO série 14000 são um conjunto de normas que fornecem ferramentas e 
estabelecem um padrão de sistema de gestão ambiental, propiciando, à empresa, sistematizar a 
sua gestão mediante uma política ambiental que vise à melhoria contínua em suas ações no 
quesito sustentabilidade ecológica. 
A OHSAS 18001, não é considerada como norma nacional ou internacional, ela é uma 
especificação que objetiva prover às organizações os elementos de um Sistema de Gestão de 
SST (Segurança e Saúde no Trabalho) eficaz, auxiliando-as a alcançar suas metas de 
segurança e saúde ocupacional, de forma integrada com outros requisitos de gestão. Baseada 
na OSHAS 18001 foi criada a norma brasileira NBR 18.801 que especifica requisitos para um 
Sistema de Gestão de SST, com o intuito de permitir a uma organização desenvolver e 
executar uma política e definir seus objetivos levando em conta os requisitos legais e 
informação sobre os riscos de SST. Pretende-se que esta Norma seja aplicável a todos os tipos 
e áreas de atuação de organizações e que se considere as diversas circunstâncias geográficas, 
culturais e sociais. 
 
1.1 GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO 
 
As empresas devem estar livres de riscos de danos nos ambientes de trabalho, 
garantindo o bem estar físico, mental, e social dos trabalhadores. Para minimizar ou eliminar 
os prejuízos causados por um possível dano ou acidente de trabalho, muitas organizações 
desenvolvem e implementam sistemas de gestão voltados para a segurança e saúde 
ocupacional. 
Os principais motivos para as empresas investirem nesse tipo de sistema são custo e 
responsabilidade social. Da combinação dessas perspectivas as empresas percebem as 
vantagens competitivas que as motivam a continuarem na promoção SST. 
17 
 
Qualquer acidente que ocorre, resultando ou não em lesões aos trabalhadores, gera um 
prejuízo econômico significativo, pois todos os custos diretos e indiretos resultantes são 
creditados no custo de produção, revertendo em ônus para a empresa e consequentemente 
para todas as partes interessadas. 
Segundo Hinze (1997), um fato muito importante a ser considerado é que a maioria 
dos empresários ainda visualiza somente os custos diretos relacionados aos acidentes, 
enquanto que os custos indiretos podem ser de 3 a 10 vezes maiores que o custo direto. 
Para avaliar a abrangência desses custos, deve-se notar que sempre que ocorre algum 
acidente, por mais simples que seja, dá-se início à geração de uma série de despesas diretas e 
indiretas, que em geral, não são claramente percebidas e avaliadas pelas organizações. A 
Tabela 01 exemplifica os custos com a não-segurança sendo que principais custos envolvidos 
com os acidentes, tanto diretos como indiretos, e que podem possuir maior ou menor 
abrangência dadas as características do acidente; e o custo da segurança, exemplifica alguns 
dos principais custos da segurança sendo que esses custos podem ser maiores ou menores, 
pois são função do tipo de obra, duração, número de funcionários e da eficácia da gestão da 
SST na empresa. 
Tabela 1 - A diferenças do custo com a não segurança e a segurança 
CUSTOS DA NÃO-SEGURANÇA X CUSTOS DA SEGURANÇA 
Custos do transporte e atendimento médico; 
Pagamento de benefícios e indenizações aos 
acidentados e suas famílias; 
Pagamento de multa e penalizações; 
Tratamento de pendências jurídicas, tais como 
processos criminais por lesões corporais, 
indenizatórias e previdenciárias. 
Tempo não trabalhado pelo acidentado durante 
o atendimento e no período em que fica 
afastado. 
Tempo despendido pelos supervisores, equipes 
de SST e médica durante o atendimento. 
Baixa moral dos trabalhadores, perda de 
motivação e consequente queda de 
produtividade. 
Tempo dos trabalhadores utilizado 
durante as atividades de treinamento. 
Custos dos treinamentos, 
conscientização e capacitação dos 
trabalhadores. 
 Custos com exames médicos de 
monitoramento de saúde. 
Manutenção de equipes de SST e 
respectivos encargos sociais. 
Aquisição de equipamento de proteção 
individual. 
Tempo para desenvolvimento de 
projetos e instalação de proteções 
coletivas. 
Placas de identificação e orientativas de 
18 
 
Tempo de paralisação das atividades pelo 
poder público e consequente prejuízo à 
produção. 
Tempo para a limpeza e recuperação da área e 
reinício das atividades. 
 Tempo dos supervisores para investigar os 
acidentes, preparar relatórios e prestar 
esclarecimentos às partes interessadas: clientes, 
sindicatos, MTE, imprensa etc. 
Tempo de recrutamento e capacitação de um 
novo funcionário na função do acidentado, 
durante o seu afastamento. 
SST. 
Manutenção da infra-estrutura nos 
canteiros (áreas de vivência, refeitórios, 
alojamento, sanitários). 
Custos com realização de medições de 
condições ambientais (ruído, 
iluminação, vapores etc.). 
Fonte: própria autora, 2014 
 
O simples conhecimento da existência e abrangência dos custos da não-segurança e da 
segurança é de fundamental importância para diretores e gerentes, pois o seu 
desconhecimento pode ser considerado um dos fatores que fazem as empresas negligenciarem 
a SST, assunto que normalmente é tratado como meras obrigações legais. Dessa forma, pode-
se concluir que a avaliação dos investimentos em segurança pelas organizações, como a 
decisão de se implementar SGSST e outras decisões operacionais, deve ser feita por meio de 
uma análise da abrangência, mesmo que de maneira subjetiva, dos custos da não-segurança e 
dos custos da segurança. 
No contexto da responsabilidade social surge a importância da atuação socialmente 
responsável por parte das empresas, visto que cada uma deve possuir um processo contínuo de 
reavaliação do ambiente organizacional interno e externo, identificando como sua atuação 
direta e indiretamente pode afetar a qualidade de vida de seus funcionários, comunidades 
vizinhas, organizações com as quais se relaciona e a sociedade, e dessa forma possibilitar um 
desempenho que propicie as mudanças necessárias. 
Empresas devem ser consideradas como sistemas sociais cujos membros 
compartilham valores e uma cultura comum, formando a base de uma consciência 
corporativa. Assim, pode-se dizer que as empresas têm consciência e podem ser 
responsabilizadas moralmente por suas ações. Desse modo, a questão dos acidentes de 
trabalho é considerada como um dos elementos que integram a responsabilidade social dasorganizações. 
19 
 
Os Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho devem ser vistos como 
ferramentas gerenciais que contribuam para a melhoria no desempenho das empresas 
construtoras em relação às questões de SST, o que é uma necessidade fundamental para a 
organização, trabalhadores e para a sociedade. No entanto, há uma grande quantidade de 
empresas construtoras que desconhecem os SGSSTs, os conceitos envolvidos, seus elementos 
e que resultados e benefícios podem ser obtidos com a sua implementação. 
Para a correta implantação do Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho é 
importante conhecer os níveis de desempenho em relação à Segurança e Saúde no Trabalho 
que as organizações podem apresentar, visto que o propósito básico do sistema é atuar sobre 
esse desempenho. Estes sistemas de gestão podem contribuir para que empresas obtenham um 
nível de melhoria contínua com mecanismos sistêmicos, fundamentando-se em uma atuação 
pró-ativos. 
Alguns conceitos básicos precisam ser conhecidos por essas organizações, tais como: 
� Acidente: evento ou sequência de eventos de ocorrências anormais, ou 
qualquer interferência no processo normal de trabalho, que resultem em 
consequências que possam causar lesões ao trabalhador (NBR 18.001); na 
definição de acidente apresentada pelas normas BSI-OHSAS-18001 e BS-
8800: “evento indesejável que resulta em morte, problemas de saúde, 
ferimentos, danos e outros prejuízos”. 
� Quase-acidente: um evento não previsto que tinha potencial de gerar acidentes. 
(BSI-OHSAS-18001 e BS-8800). O conhecimento dos quase-acidentes fornece 
informações para as organizações identificarem deficiências e estabelecerem as 
devidas medidas de controle, permitindo eliminar ou reduzir a probabilidade de 
que se tornem acidentes reais em uma situação futura. 
� Incidente: uma ocorrência insegura que surge do trabalho ou ao longo deste, 
em que não são gerados danos pessoais ou segundo a NBR 18.801, qualquer 
ocorrência não programada que por circunstância possa resultar em lesões, 
danos materiais ou econômicos à organização ou anormalidade no processo 
operacional e/ou administrativo. 
� Atos inseguros: são os fatores pessoais dependentes das ações dos homens que 
são fontes causadoras de acidentes. Exemplos: permanecer sobre cargas 
suspensas, operar máquinas sem estar habilitado ou autorizado, deixar de usar 
os equipamentos de proteção individual, remover proteções de máquinas, 
entrar em áreas não permitidas, entre outros. 
20 
 
� Condições inseguras: estão ligadas às condições do ambiente de trabalho que 
são fontes causadoras de acidentes. Exemplos: máquinas sem proteções 
adequadas, iluminação e ventilação inadequadas, ferramentas em mau estado 
de conservação, piso escorregadio, temperatura elevada etc. 
� Perigo: fonte ou situação com potencial de provocar lesões pessoais, problemas 
de saúde, danos à propriedade, ao ambiente de trabalho, ou uma combinação 
desses fatores. Identificamos que o conceito de perigo é igual a soma dos atos 
inseguros e condições inseguras. 
� Risco: combinação da probabilidade e das consequências de ocorrer um evento 
não desejado que pode se transformar em dano à saúde, integridade das 
pessoas, materiais e ambiente do trabalho. Assim, o termo “risco” deve ser 
entendido como sendo um adjetivo que caracteriza os perigos, ou seja, um 
perigo pode ter um risco alto ou baixo. 
� Segurança: o estado de estar livre de riscos inaceitáveis de danos. 
� Saúde: estado de bem estar físico, mental e social, e não meramente a ausência 
de doenças ou enfermidades. 
� Segurança e Saúde no Trabalho: é o estado de estar livre de riscos inaceitáveis 
de danos nos ambientes de trabalho, garantindo o bem estar físico, mental e 
social dos trabalhadores. 
� Não-conformidade: é não-atendimento a um requisito legal, norma técnica, 
diretriz ou procedimento interno da organização, ou seja, qualquer desvio em 
relação às normas de trabalho, práticas, procedimentos, regulamentos, 
desempenho do sistema de gestão etc., que podem direta ou indiretamente 
levar a lesões ou doenças, danos à propriedade, prejuízo ao ambiente de 
trabalho, ou à combinação desses. 
� Correção: segundo a ISO-9000, é a ação tomada para eliminar uma não-
conformidade definida para transformar uma situação não-conforme em 
conforme; ação corretiva, segundo a ISO-9000, é para eliminar a causa de uma 
não–conformidade identificada, ou outra situação indesejável. 
� Ação preventiva: segundo a ISO-9000, é a tomada para eliminar a causa de 
uma potencial não-conformidade, ou outra situação potencialmente 
indesejável. 
� Melhoria contínua: processo recorrente de se avançar com o sistema de gestão 
de SST e aperfeiçoamento tecnológico, com o propósito de atingir o 
21 
 
aprimoramento do desempenho da SST geral, coerente com a política de SST 
da organização. 
Os elementos de um sistema de saúde e segurança ocupacional exigem um processo 
contínuo de revisão e avaliação, dentro do conceito de melhoria contínua. Deve-se sempre 
levar em conta o aperfeiçoamento e a minimização de todas as não-conformidades em saúde e 
segurança. Segundo Tavares Jr. (2001) nesta avaliação, a identificação de um elemento com 
alto percentual ou indicador elevado em uma não-conformidade, pode ser usado como 
indicador de prioridade para eliminar a não-conformidade ou reduzi-la a padrões 
estabelecidos nas Normas Regulamentadoras. 
A construção do conceito de Sistema de Gestão da SST deve partir da teoria dos 
sistemas e do pensamento sistêmico para se estabelecer uma visão global sobre os SGSSTs, 
necessária às organizações que almejam sua implementação. Os elementos básicos de um 
SGSST, considerando os requisitos propostos pela norma NBR-18.801, e subdivide-os de 
forma sistemática em itens básicos conforme apresentados na Figura 1. 
Figura 2- Elementos do SGSST 
 
Fonte: própria autora, 2014 
 
Para cada item são apresentados a análise crítica do requisito em relação aos seus 
objetivos específicos e ao entendimento do seu conteúdo, por meio de uma revisão 
bibliográfica do assunto das explicações dadas pelas normas e guias relacionadas aos 
SGSSTs, baseado nos requisitos da NBR 18.801. 
 
22 
 
1.1.1 Política de Segurança e Saúde no Trabalho 
 
 O objetivo deste requisito é definir um direcionamento geral para a empresa e as 
diretrizes de atuação em relação à segurança e saúde do trabalho. Estas diretrizes devem ser 
compostas por elementos que efetivamente sejam cumpridos pela empresa e que sejam 
evidenciados de maneira clara. A política dever ser autorizada pela alta administração, que 
claramente estabeleça os objetivos gerais de segurança e saúde e o comprometimento com a 
melhoria do desempenho em segurança e saúde. 
A empresa deve fundamentar com base em sua política os objetivos e os respectivos 
programas de gestão da segurança e saúde no trabalho. O desdobramento da política e missão 
da empresa em objetivos quantificados feito sucessivamente ao longo de todos os níveis da 
organização, de maneira a permitir que cada pessoa saiba exatamente de que forma contribui, 
faz com que a empresa seja facilmente manobrável, tornando-se mais ágil e dinâmica. 
Em resumo, a política de SST é uma carta de intenções, devendo ser composta por 
pontos que efetivamente sejam cumpridos pela empresa e que possam ser evidenciados de 
maneira clara. 
Segundo Cruz (1998), o grau de comprometimento da diretoria com a segurança pode 
ser demonstrado de muitas formas. Embora possam ser estabelecidas políticas, é na área de 
assuntos não políticos que a diretoria pode fazer sua declaração mais forte sobre seu 
compromisso com a segurança, isto é, nas demonstrações não formais de comprometimento. 
O compromisso para a implementação da política de segurança dever ser 
primeiramente da diretoria, não se deve deixar apenas a cargo dos trabalhadores. Alguns 
autores sugerem medidas para seremadotadas para uma efetiva implementação, tais como: 
participar ativamente dos esforços para implementar as políticas de segurança; reconhecer os 
trabalhadores que implementam as políticas; demonstrar continuamente o seu apoio às 
políticas de segurança. 
 A política deve ser informada a todos os funcionários da empresa de modo que todos 
entendam e compreendam, sendo desnecessário decorá-la. A divulgação pode ser feita através 
de cartazes, murais, palestras e até durante reuniões de treinamento. 
 
1.1.2 Identificação, avaliação e controle de riscos 
 
 A empresa deve estabelecer e manter procedimentos para a contínua identificação de 
perigos, avaliação de riscos e a implementação das medidas de controle necessária, devendo 
23 
 
documentar e manter tais informações atualizadas. Deve-se buscar o total conhecimento dos 
perigos e riscos existentes em seus ambientes de trabalho, estabelecendo uma sistemática que 
permita a criação de um inventário destes, contemplando a avaliação dos riscos envolvidos, 
devendo ser pró-ativo e ter como objetivo garantir que todos os perigos atuais e futuros sejam 
identificados e tratados adequadamente. 
No Brasil, essa tendência pode ser percebida na indústria da construção civil por meio 
das normas regulamentadoras NR-18 e NR-9 do MTE, pois estas estabelecem 
respectivamente os programas PCMAT (Programa de Condições e Meio Ambiente de 
Trabalho na Indústria da Construção) e o PPRA (Programa de Prevenção de Riscos 
Ambientais), que devem ser implementados pelas empresas de modo que contemplem 
obrigatoriamente um processo de identificação prévia de perigos e riscos existentes nos 
ambientes de trabalho. 
Apesar disso, a maioria das empresas, em especial as construtoras, ainda realiza a 
identificação de perigos e riscos de maneira informal, mal planejada, baseando-se 
exclusivamente na experiência de seu corpo técnico de SST e com o intuito exclusivo de 
obedecer a uma imposição legal, muitas vezes sem preocupar-se com os riscos reais 
oferecidos. 
De Cicco (1996) afirma que a identificação de perigos e riscos sem planejamento, e 
efetuada apenas para obedecer a uma imposição burocrática, resulta em um desperdício de 
tempo, não traz resultados positivos em relação à SST e pode levar a empresa a se perder em 
detalhes, o que é maléfico para a própria empresa e para os trabalhadores que atuam nela, uma 
vez que esses ficam descobertos de segurança. 
O gerenciamento de riscos é de fundamental importância, pois auxilia a tomada de 
decisão na área de Segurança e Saúde e permite melhor alocação de recursos, além de 
subsidiar o processo de definição de medidas de controle, podendo avaliar quais riscos são 
toleráveis e quais devem e poderão, futuramente, ser controlados. Estes dados também devem 
subsidiar o estabelecimento dos objetivos e programas, direcionando os recursos para as áreas 
mais importantes, o que resulta em uma melhoria na relação custo-benefício. 
Deve-se notar a importância deste requisito, uma vez que o desempenho de segurança 
e saúde está diretamente ligado à eficácia de sua implementação, ou seja, se os perigos e 
riscos forem mal identificados, todas as ações decorrentes serão realizadas de forma 
inadequada, visto que o planejamento não acontecerá adequadamente. 
É de suma importância salientar que não há probabilidade de se eliminar todos os 
riscos e perigos existentes nos ambientes de trabalho, Por isso, é fundamental um eficiente e 
24 
 
bem feito gerenciamento de riscos. Esse procedimento deve buscar de forma intensa e 
contínua minimizar os existentes. Nesse sentido, Brauer (1994) destaca que não existe risco 
zero. 
A empresa, baseando-se na identificação de perigos e avaliação de riscos, deve 
procurar os processos que possam contribuir para a eliminação ou para a redução destes e 
estabelecer os controles necessários para esse processo. Nesse aspecto, é válido considerar 
diversos fatores, como: o nível de risco existente, os custos, a praticidade do controle e a 
possibilidade de se introduzir novos perigos, a fonte (perigo), o meio e o homem, e quanto 
mais próximos os controles estiverem das fontes mais eficientes e efetivos eles serão. 
Os controles operacionais na fonte devem dar prioridade à eliminação dos perigos ou 
evitar que eles existam, pois uma vez que não existe, não haverá o acidente, nem danos ao 
trabalhador. Deve-se destacar que essa forma de controle pode demandar a aplicação de novas 
tecnologias, mudanças significativas nos processos e consequentemente maiores 
investimentos para se obter resultados mais significativos que intensifiquem a proteção e o 
melhor desempenho profissional dos trabalhadores. 
Os controles nos meios baseiam-se na criação de barreiras para prevenir que o 
trabalhador fique exposto a um determinado perigo, sem que este seja eliminado. Uma vez 
aplicadas, operando corretamente e com as devidas manutenções, as barreiras não demandam 
ações por parte das pessoas. Uma das maiores dificuldades em relação a esse tipo de controle 
é que, muitas vezes, as barreiras são removidas ou tornadas inoperantes, expondo as pessoas 
ao risco. Esse tipo de controle, em alguns casos, pode criar uma falsa sensação de segurança, 
podendo gerar graves acidentes. 
O controle sobre as pessoas baseia-se no estabelecimento de parâmetros para a forma 
de pensar e agir dos trabalhadores, como intuito de que os processos ocorram de maneira 
segura. Este deve ser utilizado como último recurso, somente nos casos em que não é possível 
conseguir uma forma praticável de tornar o ambiente de trabalho intrinsecamente seguro. 
Para o eficaz atendimento desse requisito, faz-se necessário um gerenciamento de 
riscos que seja sistemático, pró-ativo e tenha como intenção garantir que todos os perigos 
atuais e futuros sejam identificados antecipadamente e com segurança para que uma 
probabilidade de planejamento seja vislumbrada. 
As etapas de identificação dos perigos nas origens e avaliação dos riscos não são 
tarefas fáceis, uma vez que estamos constantemente passando pelos perigos de forma 
despercebida. Assim, é necessário treinamento e experiência para perceber condições 
inseguras e prever atos inseguros, já que não é tão simples e direto perceber como a 
25 
 
combinação de fatos e a complexidade das operações e equipamentos podem conduzir a um 
evento indesejável. 
Em virtude disso, a identificação dos perigos e a avaliação dos riscos devem ser 
realizadas por meio de uma abordagem estruturada, que é possível pela aplicação de técnicas 
analíticas estruturadas, tais como: 
� APR – Análise Preliminar de Riscos: é uma metodologia indutiva estruturada 
para identificar os potenciais perigos decorrentes da instalação de novas 
unidades e sistemas ou da própria operação da planta que opera com materiais 
perigosos. Esta metodologia procura examinar as maneiras pelas quais a 
energia ou o material de processo pode ser liberado de forma descontrolada, 
levantando, para cada um dos perigos identificados, as suas causas, os métodos 
de detecção disponíveis e os efeitos sobre os trabalhadores, a população 
circunvizinha e sobre o meio ambiente. Após, é feita uma Avaliação 
Qualitativa dos riscos associados, identificando-se, desta forma, aqueles que 
requerem priorização. Além disso, são sugeridas medidas preventivas e/ou 
mitigadoras dos riscos a fim de eliminar as causas ou reduzir as consequências 
dos cenários de acidente identificados. 
 
� What / IF: Esta é uma técnica de análise qualitativa, com aplicação bastante 
simples e útil na detecção de riscos, tanto na fase de processo, projeto ou pré-
operacional, e pode ser utilizada em qualquer estágio da vida de um processo. 
O objeto do What-If é proceder à identificação e tratamento de riscos que pode 
ser testado possíveis omissões no sistema. (CARDELLA, 1999).Da aplicação 
do What-if resultam a elaboração de questões sobre a possibilidade de 
ocorrênciade eventos indesejáveis, bem como a geração de soluções para as 
possíveis ocorrências de eventos indesejáveis levantados. O conceito da análise 
What-if estimula a equipe de análise de risco a refletir sobre questões que 
começam com ¨E se...”;” O que aconteceria se...”; “O que acontece se...” 
 
� HAZOP – Hazard and Operability Studies: é uma metodologia estruturada 
para identificar desvios operacionais, pode ser usada na fase de projeto de 
novos sistemas/unidades de processo quando já se dispõe dos fluxogramas de 
engenharia e de processo da instalação ou durante modificações ou ampliações 
de sistemas/unidades de processo já em operação. Pode também ser usada 
26 
 
como revisão geral de segurança de unidades de processos já em operação. 
Portanto, esta técnica pode ser utilizada em qualquer estágio da vida de uma 
instalação. A análise por HAZOP foi desenvolvida originalmente para ser 
aplicada a processos de operação continua. 
 
� FMEA – Failure Mode and Effect Analysis: A Análise de Modos de Falha e 
Efeitos (AMFE), também conhecida pela sigla FMEA (Failure Modes and 
Effects Analysis), é uma técnica de análise de riscos de uso geral, detalhada, 
qualitativa ou quantitativa. Segundo De Cicco (1994), esta técnica permite 
analisar as maneiras pelas quais um equipamento, componente ou sistema 
podem falhar. Permite também, estimar as taxas de falhas e os efeitos que 
poderão advir, e, estabelecer as mudanças que deverão ser feitas para aumentar 
a probabilidade de que o sistema ou equipamento funcione satisfatoriamente 
(DE CICCO e FANTAZZINI 1994). 
 
� AAF – Análise de Árvore de Falhas: é uma técnica dedutiva que permite aos 
analistas de riscos focar em um acidente particular e fornece um método para 
determinar as causas deste acidente. A Árvore de Falhas é um modelo gráfico, 
baseado na aplicação de princípios da Álgebra Booleana (utilização de portas 
lógicas do tipo “E” ou “OU”), que exibe as várias combinações de falhas de 
equipamentos e erros humanos que podem resultar na principal falha do 
sistema de interesse, chamado de evento Topo (ou Top). As combinações 
sequenciais destes eventos formam os diversos ramos da árvore. De Cicco e 
Fantazzini (1994) 
 
Identificando os perigos e avaliando os riscos, as empresas podem avaliar quais são 
toleráveis e quais podem ser controlados e como realizar esse controle. Cabe destacar que este 
processo deve ser realizado no início da implementação do SGSST, em intervalos regulares 
definidos, ou quando requerido, uma vez que suas condicionantes não são estáticas e podem 
surgir novos perigos a qualquer momento, seja por fatores de mudança internos ou externos, 
inclusive no que se referem a novas obras, introdução de novos materiais, equipamentos e 
serviços. O SGSST é um processo mutante dependendo do teor estrutural da empresa. É 
preciso levar em consideração mudança, atualizações e, em especial, obras. 
 
27 
 
1.1.3 Requisitos legais e outros 
 
Antes de buscar a implementação de um SGSST deve se sempre procurar e conhecer 
as normas pertinentes relacionados à SST. A empresa deve estabelecer e manter 
procedimento para identificar e acessar a legislação e outras exigências de Segurança e Saúde 
no Trabalho que lhe são aplicáveis. 
As leis, normas e demais informações devem sempre estar atualizadas. É necessário 
comunicar informações relevantes sobre legislação e outras exigências aos seus empregados e 
a outras partes interessadas e participantes desse processo. A falta de um processo adequado 
para identificação e aplicação de legislações e normas nas empresas pode contribuir para o 
seu descumprimento e as consequentes multas, embargos e acidentes. 
 O ideal seria a empresa ter um arquivo com os originais e dispor cópias atualizadas 
para consulta dos interessados, é recomendado que no caso de construtoras cada obra tenha 
seu acervo de documentos bem como o controle de utilização. 
 
1.1.4 Objetivos do SST 
 
 Os objetivos devem ser planejados antecipadamente e de forma clara para que seja 
possível atingi-los. A empresa deve fundamentar os mesmos, baseados na política do SST, 
pois dessa maneira enquanto a política estabelece os compromissos assumidos, os objetivos 
estabelecem as metas a serem alcançadas. A partir daí pode-se estabelecer um termômetro de 
análise das ações. 
 Cada objetivo está ligado a um Programa de Sistema de Gestão da SST, e para cada 
programa definem-se metas e indicadores para que seja possível mensurar os objetivos e 
analisar se estão sendo realizados com êxito. Desse modo, é possível que a diretoria faça a 
análise crítica, possibilitando avaliar o desempenho do SGSST de maneira eficaz e baseada 
nos fatos apurados. Isso possibilita um trabalho mais organizado e eficaz. 
 
1.1.5 Programas de gestão 
 
 Os Programas de Gestão do SST devem ser estabelecidos e documentados para que 
possibilitem a comunicação de todos os envolvidos, durante sua aplicação. O programa deve 
contemplar alguns itens básicos, tais como: identificação de forma clara e objetiva das 
28 
 
responsabilidades de cada funcionário, em todos os setores da empresa; a identificação das 
atividades, dos recursos necessários e dos prazos para o desenvolvimento das mesmas. 
 
1.1.6 Recursos, funções, responsabilidades, atribuições e autoridades 
 
 O SGSST depende da ação de cada funcionário da empresa, para uma efetiva 
implementação e manutenção do mesmo é necessário que todos os níveis organizacionais 
estejam cientes de suas respectivas responsabilidades e atribuições. 
 Para isso recomenda-se que seja composto um comitê de SST, com a seguinte 
estrutura: 
� Representante da Alta Administração: deve ser representada Diretor Técnico ou pelo 
responsável pelo Departamento de Recursos Humanos da empresa, devido a sua 
formação. Dentre suas responsabilidades as principais são gerenciar toda e qualquer 
ação relativa à SST; presidir as reuniões do Sistema de Gestão. 
� Responsável pela implementação do Sistema de Gestão:profissional da área de 
Segurança do Trabalho (Engenheiro, Médico ou Técnico) do quadro funcional da 
empresa. Recomenda-se que o profissional visite as obras alternadamente. Esses 
profissionais, preferencialmente, devem ser os responsáveis pelo PCMAT e pelo 
PCMSO, respectivamente, de forma a facilitar a implementação e acompanhamento 
dos respectivos programas. 
� Engenheiro responsável pela obra: é o responsável pelo SGSST seja executado 
corretamente dentro do canteiro de obra. 
� Mestre de obras: é o contato intermediário do engenheiro e os operários, sua 
responsabilidade maior é cumprir e fazer cumprir as ações relativas à SST definidas no 
SGSST. 
� Representante da CIPA: recomenda-se que a empresa possua CIPA por 
estabelecimento ou centralizada, de acordo com o efetivo de cada obra. A 
responsabilidade da CIPA é a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do 
trabalho, de modo a tornar compatível o trabalho com a preservação da vida e a 
promoção da saúde do trabalhador. 
� Representante dos funcionários da obra para os assuntos de SST: funcionário deve ser 
escolhido pelos seus colegas de trabalho,através de aclamação ou eleição, e tem como 
responsabilidade representar seus colegas no SGSST, devendo participar das 
discussões oriundas da implementação do sistema de gerenciamento. Outra 
29 
 
responsabilidade desse funcionário diz respeito à comunicação de medidas 
tomadas e/ou a serem implementadas, relativas à SST. 
A definição das responsabilidades pode ser formalizada por meio de manual de 
descrição de funções, organogramas das empresas, procedimentos de trabalho e matrizes de 
responsabilidades. 
 
1.1.7 Competência, treinamento e experiência 
 
 Deverá ser estabelecido um procedimento para identificar e prover as competências 
necessárias para exercer cada um dos cargos existentes na empresa. Podendo considerar as 
seguintes fontes: demandas relacionadas aosobjetivos e programas de gestão da SST, 
requisitos legais e outras exigências, procedimentos e instruções de segurança, resultados de 
avaliações de desempenho de equipes, resultados dos indicadores de desempenho de SST, 
identificação dos perigos e avaliação dos riscos. 
As competências devem ser estabelecidas e documentadas minimamente em relação a 
formação escolar, cursos teóricos e práticos realizados e tempo de experiência em 
determinada função. As determinações precisam ser claras e direcionadas aos seus 
trabalhadores. Os documentos são utilizados como base para a realização de novas 
contratações, mudanças de funções e para a identificação de necessidades de novos 
treinamentos, para a garantia de que não haja pessoas inabilitadas realizando atividades. 
 Na construção civil existe uma grande dificuldade quanto às mãos-de-obra operacional 
e gerencial, pois na maioria das vezes não apresentam qualificação necessária. Weeks (1998) 
cita, especificamente para o setor da construção civil, que os treinamentos práticos que 
demonstram práticas seguras são muito melhores para incutir um comportamento seguro do 
que as instruções em salas de aula com provas escritas. 
Este mesmo autor afirma que a educação e treinamento dos trabalhadores e 
supervisores são elementos essenciais em quaisquer programas de segurança e saúde do 
trabalhador. Os treinamentos devem contemplar os princípios gerais de SST, de forma 
integrada aos treinamentos das tarefas, específicos para cada canteiro de obras, cobrindo os 
procedimentos a serem tomados no caso de um acidente. 
 
1.1.8 Comunicação 
 
30 
 
 Este requisito deve ser desenvolvido por meio de um procedimento que proporcione 
uma sistemática confiável, o mesmo deve estabelecer uma boa comunicação entre gerência e 
trabalhadores e vice-versa, entre a empresa e todas as partes interessadas. O estímulo à 
comunicação entre os diferentes cargos é uma forma relevante de melhorar o funcionamento 
da empresa. 
Recomenda-se que a empresa estimule os funcionários a participar das boas práticas 
de SST e apoiar a sua política de SST. Como meios de comunicação, sugere-se que sejam 
elaboradas instruções de serviços, a serem utilizadas pelos funcionários da empresa e/ou 
partes interessadas (contratados e visitantes, por exemplo), de acordo com o serviço e as 
partes envolvidas na execução do mesmo. Outros meios que também podem ser utilizados 
são: quadros de aviso, contendo dados sobre o desempenho da SST, distribuição de cópias de 
procedimentos do SGSST, cartas de advertências entre outras. Essas ações devem ser todas 
documentadas. 
O SGSST não pode ser constituído apenas por formulários e procedimentos se os 
funcionários não tiverem uma comunicação eficiente, de fácil acesso e aprendizado. É 
necessário que uma política de comunicação atenda os diferentes cargos e funções e esteja 
acessível para ser eficaz. 
 
1.1.9 Documentação e Controle de documentos 
 
 Como forma de atender as necessidades da empresa e estar compatível com suas 
características, a documentação deve ser desenvolvida com um formato específico, em virtude 
de ser o elemento chave para a realização de qualquer processo que envolva comunicação 
permitindo que o conhecimento existente relativo à SST seja mantido e aperfeiçoado de forma 
contínua. 
 Entre os itens mínimos a serem exigidos estão os registros que devem estar legíveis, 
identificáveis e rastreáveis às atividades envolvidas. Os registros de segurança e saúde no 
trabalho devem ser arquivados e mantidos de maneira que possam ser recuperados tanto sob 
condições rotineiras como sob condições não rotineiras, incluindo emergências. 
 Os documentos desenvolvidos para o sistema de gestão devem ser controlados por 
meio de um procedimento que assegure que eles sejam criados e distribuídos de uma forma 
organizada, permitindo uma correta organização. Deve-se também ser desenvolvido um 
manual que contemple informações relevantes explicando o funcionamento do Sistema de 
31 
 
Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho em linhas gerais e em linguagem acessível aos 
diferentes níveis escolares que a empresa contempla. 
 
1.1.10 Controle Operacional 
 
 No presente requisito é necessária a avaliação dos riscos e identificação dos perigos 
para a aplicação de medidas de controle. Para isso, devem ser elaborados procedimentos para 
controlar as ações, tais como lista de verificação de EPI, de EPC, de Máquinas e 
Equipamentos, entre outras. 
 Segundo Brauer (1994) para selecionar os controles operacionais devem ser 
considerados diversos fatores, entre eles: o nível de risco existente, os custos, a praticidade do 
controle e a possibilidade de se introduzir novos perigos. Esse autor destaca que a 
implementação de um controle operacional pode resultar na introdução de novos perigos, ou 
seja, podem surgir efeitos colaterais. Um exemplo dessa situação é o caso da substituição do 
transporte manual de tambores por um transporte mecanizado, no qual se reduz a 
probabilidade de lesões musculares, mas surge a possibilidade de atropelamento de 
transeuntes pelo equipamento mecânico. 
 Distintos autores afirmam que deve-se levar em consideração a fonte (perigo), o meio 
e o homem para o processo de definição de controles. E, estabelecem a regra geral que quanto 
mais próximos os controles estiverem das fontes mais eficientes e efetivos eles serão. 
 Dessa maneira, que o controle operacional deve dar prioridade à eliminação do perigo 
ou caso não seja possível deve-se buscar a redução dos seus riscos, ou seja, reduzir a 
gravidade dos danos que podem gerar ou a probabilidade de sua ocorrência. 
 
1.1.11 Preparação e atendimento a emergências 
 
 Com base nos perigos existentes, a empresa deve identificar todas as hipóteses 
possíveis de emergências, ponderando novos riscos e situações de emergência que possam 
ocorrer com a instalação de novos equipamentos, novos serviços e materiais. Uma vez que 
nenhuma atividade pode ser realizada de maneira totalmente segura, assim toda a situação se 
emergência deve ser pensada, planejada, praticada e implementada pela empresa. 
 Desse modo, este requisito estabelece que a empresa deve ter planos ou procedimentos 
de emergência, onde deve ser definido como agir em eventual situação de emergência, 
devendo ser considerado a hipótese de emergência, a preparação (recursos disponíveis para 
32 
 
uma eventual situação de emergência) e atendimento (como é feita a detecção, comunicação, 
avaliação e mobilização dos recursos para controlar a emergência). 
 O procedimento deve conter itens básicos tais como: sinalização das rotas de fuga e 
saídas de emergências, sistemas de iluminação de emergência, responsabilidade 
desempenhada por cada um em situação de emergência (coordenar evacuação, prestar 
primeiros socorros, combater o incêndio, acionar agentes externos), treinamentos e 
qualificações necessários, mapas e plantas com a rotas de fuga identificadas, localização dos 
equipamentos de emergências, método de identificação dos brigadistas e socorristas 
(braceletes, coletes reflexivos ou identificação nos capacetes), como visitantes e 
subcontratados são orientados para atuar nas situações de emergência. 
No caso de construtoras, os planos de emergências devem ser elaborados 
individualmente para cada obra, visto que existem particularidades que impossibilitam a 
criação de um plano único, devido a quantidade de trabalhadores, aos agentes externos, layout 
do local e estruturas organizacionais diferentes. 
Portanto, pode-se afirmar que a eficácia durante as emergências se dá em função a 
quantidade e qualidade do planejamento, dos treinamentos e simulados utilizados. 
 
1.1.12 Medição e Monitoramento de Desempenho 
 
 Os autores estudados definem desempenho como um elemento vital em qualquer 
sistema de questão, porém só é possível gerenciar aquilo que se pode medir. Krause (1995)define três razões básicas para se medir e monitorar o desempenho em SST, são elas: 
� Prestação de contas: a medição possibilita a prestação de contas por todos os 
envolvidos; 
� Indicadores: as empresas querem saber se estão evoluindo ou não, e, em geral, 
demandam ferramentas para realização de benchmarking, o que possibilita a 
comparação de desempenho entre empresas (externo) ou entre obras e setores de uma 
mesma empresa (interno); 
� Retroalimentação: criação de um mecanismo de retroalimentação que possua grande 
valor, pois reforça o bom desempenho e corrige os desempenhos que apresentam 
falhas. 
Os resultados obtidos dos monitoramentos são empregados para determinar se os 
objetivos de SST, preestabelecidos na elaboração do manual do SGSST, foram alcançados e 
que sejam incorporados ao ciclo de melhoria contínua. Existem diversos métodos de 
33 
 
monitoramento, entre eles, indicadores de desempenho para avaliar o atendimento dos 
objetivos e metas de SST, lista de verificações (check list), levantamentos de segurança por 
amostragem entre outros. 
A obtenção de indicadores que possam corresponder a perspectivas requer um esforço 
planejado, a fim de avaliar o sistema de gestão da SST e mobilizar as pessoas em torno da 
importância dos resultados dessa atividade para a promoção da melhoria do desempenho da 
SST. 
 Os indicadores devem ser considerados proativos quanto reativos, considerando-se 
suas respectivas abrangências. Hopkins (1994) denomina indicadores proativos aqueles que 
são capazes de detectar ou medir resultados ou impactos negativos em fases, suficientemente, 
precoces a fim de gerar informações que levem a ações que permitam, ou que possibilitem 
interromper o curso evolutivo, reverter o processo, e evitar o fato ou asua ocorrência. 
 Segundo esse autor, denominam-se indicadores reativos aqueles que são capazes de 
detectar ou medir resultados ou impactos após a ocorrência de eventos cuja análise, ainda que 
post factum auxiliem com informações para realimentar o processo de melhoria contínua.A 
figura 2 apresenta os indicadores com base no diagrama causa-efeito, explicitando que os 
indicadores proativos estão ligados às causa das ocorrências enquanto os indicadores reativos 
estão ligados aos efeitos decorrentes. 
 
Figura 3 - Abrangência dos Indicadores Proativos e Reativos 
 
 
 Tradicionalmente a avaliação de desempenho em SST é realizada através das medidas 
e frequências de acidentes, porém nos dias atuais não satisfazem mais os preceitos atuais de 
34 
 
SGSST que requerem uma avaliação mais sistemática que priorize indicadores proativos, 
proporcionando informações para que se possa agir preventivamente sobre perigos e riscos 
existentes nos locais de trabalhos. 
 Os dois tipos de indicadores devem ser empregados de forma conjunta, visto que a 
análise de ambos possibilita a intervenção no SGSST de forma mais precisa do que 
isoladamente. A política de se prever e agir antes de que um acidente aconteça é mais eficaz e 
proporciona melhores resultados. 
 
1.1.13 Identificação e análise de incidentes e acidentes, não-conformidade, ação corretiva e 
ação preventiva 
 
O presente requisito exige que a empresa estabeleça um procedimento com sistemática 
para identificação e para análise as não conformidades, acidentes e quase-acidentes e para 
subsequente tomada de ações corretivas e preventivas. Deve-se destacar que a ação preventiva 
é executada para prevenir a ocorrência, enquanto que a ação corretiva é executada para 
prevenir a repetição de ocorrências já registradas. 
Esses procedimentos devem incluir: 
� definição de responsabilidades e autoridades dos envolvidos na 
implementação, notificação, investigação, acompanhamento e monitoramento 
das ações corretivas e preventivas; 
� obrigatoriedade de notificação de todas as não-conformidades, acidentes, 
incidentes e perigos; 
� aplicação extensiva a todos os funcionários com vínculo empregatício, 
contratados, temporários, visitantes e qualquer outra pessoa no local de 
trabalho; 
� garantia de que nenhum funcionário sofrerá qualquer tipo de repressão por 
notificar uma não-conformidade, um acidente ou um incidente; 
� definição clara do rumo da ação a ser tomada, a partir das não- conformidades 
identificadas no SGSST. 
Inicialmente deve-se investigar as causas, tanto para ações corretivas quanto para 
ações preventivas, pois somente depois de conhecê-las é presumível impedir a ocorrência ou 
reincidência de não-conformidades e acidentes. 
Algumas informações provenientes dos processos de medição e monitoramento do 
desempenho apoiam a tomada de ações corretivas, preventivas e realização de correções, 
35 
 
entre elas, estão por exemplos relatórios de auditorias, relatórios de inspeções de segurança 
em obras, ocorrência de acidentes e quase-acidentes, entre outras. 
Para a investigação das não-conformidades, acidentes e quase-acidentes existem 
diversos métodos utilizados, dos mais complexos ao mais simples, dependo da gravidade do 
problema identificado.Entre eles, podem ser adotados Métodos de Análises e Solução de 
Problemas (MASP) consagrados, tais como 
� análise de Árvore de Falhas (AAF); 
� diagrama de Causa-Efeito; 
� brainstorming. 
 
1.1.14 Controle de Registro 
 
 O presente requisito tem como objetivo assegurar que todos os registros devem ser 
mantidos a fim de demonstrar que o SGSST está operando de maneira eficiente e que os 
procedimentos da obra estão realizados sob condições seguras. 
 Durante o desenvolvimento da documentação, principalmente no caso de formulários, 
deve-se tomar os devidos cuidados em sua formatação, para que após o seu preenchimento 
(registros), não existam dúvidas em relação à exata situação em que este foi gerado (processo, 
local, data, horário etc.). 
Ponderando o requisito, pode-se dizer que os parâmetros obrigatórios a serem 
definidos e formalizados para cada registro são: 
� Identificação: os registros devem apresentar títulos e/ou códigos atribuídos. 
� Legibilidade: não são admitidos registros que não sejam legíveis para os usuários. 
Também pode ser incluída a questão da falta de inteligibilidade que pode ocorrer nos 
casos em que são utilizadas línguas estrangeiras, ou representações gráficas 
desconhecidas pelos usuários. 
� Recuperação: o processo de busca de qualquer registro deve ser fácil e rápido. Assim, 
é necessário para cada registro gerado a definição do seu local de arquivo (andar, sala, 
número da gaveta, endereço físico ou eletrônico etc.), e a sua forma de indexação 
(ordem alfabética, por data, por obra etc.). 
� Proteção: a forma de arquivamento deve evitar a deterioração ou perda dos registros, 
podendo ser feita a proteção por meio da utilização de pastas suspensas, pastas tipo 
AZ, caixa arquivo, realização de back-ups de registros eletrônicos, entre outros. 
36 
 
� Tempo de Retenção: deve ser definido por quanto tempo cada registro deve ser 
guardado antes do seu descarte, devendo-se considerar as exigências legais para tal 
definição. 
 
1.1.15 Auditoria 
 
A auditoria do SGSST é um exame sistemático que determina se as atividades e os 
resultados relacionados estão de acordo às disposições planejadas e se as disposições estão 
implementadas efetivamente de forma a atender à política e aos objetivos de SST. 
Recomenda-se que a empresa tenha um programa de auditoria interna do SGSST, com 
o objetivo de permitir à empresa uma análise crítica do seu sistema de gestão. Essas auditorias 
devem ser realizadas por pessoas que pertençam à empresa ou por pessoas externas, a fim de 
estabelecer o grau de conformidade com os procedimentos documentados de SST e avaliar se 
o sistema é ou não eficiente no atendimento aos objetivos de SST da empresa. As pessoas 
responsáveis pela auditoria devem estar em uma posição que lhes permita agir de forma 
imparcial e objetiva. 
As avaliações da auditoria devem ser detalhadasquanto à eficácia dos procedimentos 
de SST, de conformidade com procedimentos e práticas, e identificar as ações corretivas, 
devendo estas informações serem registradas e relatadas à Direção da empresa em momento 
oportuno. 
Barreiros (2002) cita que a avaliação do SGSST é uma etapa essencial para dar 
consistência ao ciclo de melhoria contínua e contribuir para a aprendizagem organizacional. A 
regularidade desse processo é decisiva para o aprimoramento das estratégias para assegurar a 
correção dessa rota. O autor cita que essa avaliação destina-se a contribuir para: 
� Obter informações sobre o estágio de desempenho da SST atual e tendências ou 
evoluções desses resultados ao longo do tempo; 
� Julgar a funcionalidade e a eficácia do SGSST para identificar oportunidades de 
melhorias que satisfaçam às partes interessadas; 
� Obter informações para a retroação sobre o SGSST, visando à melhoria contínua do 
desempenho em SST e ao aprendizado organizacional; 
� Preparar a empresa para a certificação do SGSST; 
� Obter informações adicionais para justificar a priorização das inovações e melhorias 
necessárias diante das circunstâncias existentes; 
37 
 
� Proporcionar informações aos tomadores de decisão sobre a necessidade de introduzir 
novas tecnologias a fim de assegurar a consolidação do processo de melhoria 
contínua; 
� Compreender como essas melhorias podem ser alcançadas frente às restrições de 
recursos existentes; 
� Gerar informações para se realizar o balanço social, a fim de que possam demonstrar 
às partes interessadas o cumprimento de sua responsabilidade social quanto à SST; 
� Dar transparência às partes interessadas sobre como a gestão da SST é realizada e 
justificar o seu desempenho ao longo do tempo frente aos objetivos estabelecidos; 
� Melhorar a imagem corporativa junto às partes interessadas através da demonstração 
da existência na melhoria do desempenho em SST; 
� Reivindicar ao Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS) a redução do 
seguro acidente de trabalho, quando existir a melhoria no desempenho da SST ao 
longo do tempo; 
� Candidatar-se a prêmios de excelência em decorrência da melhoria do desempenho em 
SST; 
� Auxiliar os gerentes e os trabalhadores a compreenderem como e quais alternativas 
existem para solucionar os problemas da SST identificados, a fim de promover a 
melhoria do desempenho em SST; 
� Proporcionar os elementos para análise crítica do sistema de gestão pela diretoria, e a 
oportunidade para a revisão de valores, crenças e pressupostos equivocados existentes 
na empresa; 
� Construir as bases para o aprendizado organizacional e novas competências que 
possam agregar valor ao SGSST. 
 
1.1.16 Análise Crítica pela Direção 
 
A alta administração da empresa deve analisar criticamente os relatórios provenientes 
do Sistema de Gestão de SST implementado. A análise deve ser efetuada em reunião mensal, 
normalmente, na primeira semana do mês, e contar com a participação da alta administração 
(diretor técnico, por exemplo), engenheiro(s) da obra, responsáveis pelo Sistema de Gestão da 
SST (engenheiro de segurança, médico do trabalho e/ou técnico de segurança, sendo estes do 
quadro funcional da empresa ou não), mestre de obras, representante da CIPA, se houver, e 
um representante dos trabalhadores para as questões de SST (esse representante deve ser 
38 
 
escolhido pelos próprios trabalhadores). As reuniões devem ser documentadas através de atas 
para que dúvidas ou decisões tomadas possam ser verificadas posteriormente. 
Essa análise visa avaliar se o SGSST está sendo totalmente implementado, se a 
política está sendo cumprida e os objetivos atingidos. Recomenda-se que a análise crítica 
considere, ainda, se a política de SST continua apropriada. Caso não esteja, os objetivos 
devem ser atualizados ou modificados, de forma que permaneçam adequados às necessidades 
da empresa, podendo, também, haver alterações em outros itens que compõem o SGSST. Nos 
relatórios da auditoria devem constar, estatísticas de acidentes, estatísticas de embargos e 
interdições pelo responsável pela implementação do SGSST ou por auditores fiscais da DRT, 
não-conformidades anotadas no período em questão. 
 
39 
 
2. METODOLOGIA 
 
Segundo Marconi e Lakatos (2006), toda pesquisa implica levantamento de dados de 
várias fontes, quaisquer que sejam os métodos ou técnicas empregadas, e se constitui no 
caminho para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais. Os dois processos 
pelos quais se podem obter os dados são a documentação direta e a indireta. A primeira 
constitui-se, em geral, no levantamento de dados no próprio local onde os fenômenos 
ocorrem. Esses dados podem ser conseguidos de duas maneiras: através da pesquisa de campo 
ou da pesquisa de laboratório. Ambas se utilizam das técnicas de observação direta extensiva 
(questionário, formulário, medidas de opinião e atitudes técnicas mercadológicas). A segunda 
serve-se de fontes de dados coletados por outras pessoas, podendo constituir-se de material já 
elaborado ou não. 
No presente caso usou-se do primeiro processo, sendo feita pesquisa de campo em 
uma construtora que tem seu ramo na construção de edificações verticais residenciais, foi 
elaborado um check-list, conforme segue anexo A, onde se avaliou a estrutura da empresa, 
aplicação de segurança e saúde do trabalho, gestão de qualidade e gestão ambiental. 
Atuando há mais de 20 anos na área de construção civil, é uma empresa que busca 
oferecer aos seus clientes serviços na área de incorporação e execução de obras residenciais, 
sub-setor de edificações. Apresenta como sócio proprietário, um engenheiro civil, sendo a 
empresa atualmente possui mais de 20 funcionários, tendo como responsável pelas uma 
engenheira civil. 
A construtora já construiu mais de 30.000 metros quadrados em 9 edifícios 
residenciais com um sistema construtivo racionalizado e já consolidado na empresa ao longo 
dos anos, que é a alvenaria convencional. Atualmente, está em execução um edifício tem 
outros na fase de projeto. 
Quase a totalidade dos trabalhadores da obra eram funcionários da empresa, ou seja, 
mão-de-obra própria, sendo que apenas alguns serviços específicos, como fundações especiais 
e terraplanagem são subcontratados. 
 Na área de segurança e saúde do trabalhador a empresa possui PPRA, PCMAT e 
PCMSO, isto é, somente o que é obrigatório pela legislação. No quadro funcional da empresa 
não há nenhum profissional na área de segurança, assim como não a nenhum programa de 
gestão. Porém, a empresa ofereceu dois treinamentos: trabalho em altura e primeiros socorros. 
Relativo a acidentes de trabalho, a engenheira responsável informou que há registrado apenas 
um. 
40 
 
 
2.1 VERIFICAÇÃO DA NR 18 
 
A NR 18 foi aplicada em um dos canteiros de obra da construtora já mencionada, a figura 
03 apresenta o layout do canteiro e após aponta-se o que diz a norma e o que se constatou na 
visita feita. 
Figura 4 - Layout canteiro de obras 
 
Fonte: própria autora, 2014 
 
Área de vivência: A partir do esquema acima e das fotos abaixo podemos perceber que todas 
as obras apresentam no próprio canteiro um espaço destinado a sanitário, vestiário, local de 
refeições e escritório/estoque de materiais. Confeccionados de placas de MDF, cobertos com 
telhas de fibrocimento e um contrapiso de concreto e na área externa uma camada de brita. 
Sendo que na NR dispõe que deve haver ventilação natural efetiva de no mínimo 15% da área 
do piso, composta por no mínimo duas aberturas adequadamente dispostas, porém como o 
espaço normalmente encontra-se localizado sobre a divisa de fundo do lote, não é possível as 
duas aberturas, mas uma delas já preenche o requisito dos 15%. Possui também pé direito de 
2,50 metros sendo acima do estabelecido pela norma. As instalações elétricas possuem 
aterramento. O vestiário não apresenta armáriosindividuais dotados de fechadura, na figura 
abaixo podemos verificar como é o vestiário. 
41 
 
Figura 5 - Imagens da área de vivência 
 
Fonte: própria autora, 2014 
 
Carpintaria: neste setor observamos inúmeras irregularidades, na serra circular o motor não 
está aterrado eletricamente, as transmissões de força não são protegidas, não há coletor de 
serragem, na operações não são utilizados dispositivos de empurrador e guia de alinhamento, 
o setor de carpintaria é realizado no meio do canteiro de obras e no pedaço de espaço coberto 
as lâmpadas estão desprotegidas. A figura 5 mostra a localização da serra circular. 
Figura 6 - Área da Carpintaria 
 
Fonte: própria autora, 2014 
 
Armações de aço: assim como a carpintaria apresenta irregularidades, não está localizada 
numa área muito afastada da circulação dos trabalhadores, não possui uma cobertura residente 
e não há lâmpadas muito menos protegidas. Porém todos os pontilhões de aço estão 
42 
 
protegidos. Na figura 6 observamos do lado esquerdo local onde são feito as armaduras e do 
lado direito os vergalhões protegidos. 
Figura 7 - Armações de aço 
 
Fonte: própria autora, 2014 
 
Estruturas de concreto: neste requisito pelo que o técnico nos informou a empresa está em 
acordo com a legislação, não foi possível visualizar pois não foi feita concretagem nos dias de 
visita. Porém conforme mostra a figura 7 é possível visualizar o responsável verificando as 
armaduras e as formas todas escoradas. 
Figura 8 - Estruturas concreto armado 
 
Fonte: própria autora, 2014 
43 
 
Escadas, rampas e passarelas: é usual da empresar ir construindo a escada definitiva ao 
mesmo tempo que a próxima laje, sendo assim é pouco usado escadas de mão e escadas 
provisórias, na obra constatamos uma rampa provisória mas como diz a norma Nas rampas 
provisórias, com inclinação superior a 18º (dezoito graus), devem ser fixadas peças 
transversais, espaçadas em 0,40m (quarenta centímetros), no máximo, para apoio dos pés e 
isto podemos constar no lado direito da figura 8, nota-se que tanto a foto da direita como a da 
esquerda possui corrimão, entretanto na foto da esquerda não possui rodapé, sendo que é 
exigido pela norma. 
Figura 9 - Escadas e rampas 
 
Fonte: própria autora, 2014 
 
Medidas de proteção contra queda em altura: na maioria dos lugares onde há risco de queda 
de trabalhadores ou de projeção e materiais existe proteção coletiva, porém nas paradas do 
elevador de carga não há nenhuma barreira física e nem sinalização. O elevador de carga 
possui uma proteção externa para evitar o caimento de materiais. As plataformas estão 
corretamente dimensionadas e fixadas. A construtora possui um sistema primitivo de Sistema 
de Queda em Altura, sendo que está em fase de transformação após o curso de Trabalhos em 
Altura. 
44 
 
Figura 10 - Proteção Contra Quedas 
 
Fonte: própria autora, 2014 
 
Movimentação e transporte de materiais e pessoas: a empresa está em total desacordo com 
este item, não há nenhuma norma interna e os elevadores de carga não sofrem manutenção 
periodicamente. A norma preconiza que as áreas de carga ou descarga devem ser isoladas 
somente sendo permitido o acesso às mesmas ao pessoal envolvido na operação, mas como 
podemos observar a área de carga, a direita da figura 10 está cheia de entulho e a área de 
descarga, a esquerda da figura, é uma janela totalmente inapropriada. 
Figura 11 - Movimentação de Cargas 
 
Fonte: própria autora, 2014 
 
Andaimes e plataformas de trabalho: assim como o item anterior, este requisito apresenta 
muitas irregularidades, na visita podemos ver alguns andaimes pela obra, alguns serviam de 
45 
 
mesa e suporte de materiais, outros de maneira bem insegura, e outros improvisos também, na 
figura xx analisamos as situações acima descritas. 
Figura 12 - Andaimes em situações irregulares 
Fonte: própria autora, 2014 
 
Equipamentos de proteção individual (EPI) como já foi visto em algumas fotos anteriores a 
empresa fornece todos os equipamentos de proteção individual. Sendo que este item está em 
acordo com a legislação. 
Tapumes e galerias o presente item também está de apropriado para a legislação vigente, na 
figura 12 podemos ver o tapume em uma das obras. 
Figura 13 - Tapume padrão das obras 
 
Fonte: própria autora, 2014 
 
Proteção contra incêndio no canteiro você encontra alguns extintores, mas a empresa não 
possui brigada de incêndio, na figura 13 observa-se um extintor na área de vivência. 
46 
 
Figura 14 - Extintor na área de vivência 
 
Fonte: própria autora, 2014 
 
Treinamentos a empresa hoje possui treinamento sobre o uso correto de EPI, EPC, primeiros 
socorros e trabalho em altura, porém os mesmos não são realizados regularmente, apenas 
quando o funcionário é admitido. 
Ordem e limpeza dependendo do local do canteiro, você encontra áreas organizadas, mas 
também encontra áreas com bastante acúmulo de restos de materiais e desorganizados. 
 
2.2 SISTEMA DE GESTÃO DA SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR 
 
Para início do projeto de implementação do sistema de gestão da segurança e saúde do 
trabalhador (SST) na empresa é importante que a alta direção e os gestores de processo 
tenham conhecimento sobre o tema, através de cursos especializados nas normas de referência 
anteriormente citadas ou pela participação de palestra ministrada por especialistas, visando a 
apresentação de conhecimentos básicos, dos requisitos do sistema e as principais atividades a 
serem desenvolvidas. 
Depois de feito este estudo sobre a legislação pertinente e esclarecidas maiores 
dúvidas, é necessário formar o comitê do SST, indicando os membros. Para uma formação 
apropriada é imprescindível a participação de membros de cada área relacionada e do 
SESMT. Na ausência desses membros, deverá a empresa contratar um consultor 
47 
 
especializado para instruir e capacitar colaboradores indicados pela alta direção. O consultor 
fornecerá conhecimentos saúde e segurança no trabalho aplicado na área de construção civil. 
Após comitê devidamente formado será responsabilidade do mesmo formar grupos de 
trabalho, para a elaboração de procedimentos, e promover discussão e análise crítica dos 
mesmos juntamente com o Representante da Direção. O mesmo deverá ser nomeado pela alta 
direção, pois terá como atribuições assegurar todos os processos sejam estabelecidos, 
implementados e mantidos, liderar o comitê e relatar o desempenho do sistema para a alta 
direção. 
Em seguida ao comitê e representante escolhidos, devem-se começar a ser planejadas 
atividades a serem desenvolvidas na concepção e implementação, tais como: reuniões, 
entrevistas, treinamentos, dinâmicas, palestras, pesquisas e visitas em outras empresas. 
Inicialmente monta-se um cronograma para ser seguido contendo as ordens de atividades, 
data, assunto, objetivos, pessoas envolvidas e prazos limites. 
O comitê, o representante da direção e conceitos e terminologias básicas envolvidas no 
sistema devem ser apresentados aos colaboradores, explicando suas funções, atribuições e 
responsabilidades e, principalmente, como serão desenvolvidas as atividades, demonstrando o 
planejamento inicial. 
 O primeiro procedimento a ser criado deverá descrever a sistemática de aprovação, 
análise crítica de documentos, controle de revisões, controle de distribuição, de forma que 
estejam disponíveis nos locais de uso evitando, ainda, o uso acidental de procedimentos e 
formulários obsoletos. Convém que todos os documentos sejam controlados. 
Outro procedimento que precisará ser criado é sobre a forma de controle, 
identificação, armazenamento, proteção, recuperação, tempo de retenção e descarte dos 
registros. Deverão permanecer todos controlados e legíveis, identificados e de fácil 
recuperação para evidenciar a conformidade do processo com os requisitos do SST. 
O comitê deve realizar o levantamento de todos

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