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ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM PACIENTES ACOMETIDOS DE TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR: UMA REVISÃO INTEGRATIVA Karine Alves de Castro1 Jennifer Nathali de Melo Galindo2 Maria Hevilene Rodrigues de Sousa 3 Ariana Pontes da Silva4 Allex Junior Holanda Ribeiro 5 Lenismar Sá Cavalcante6 RESUMO Introdução: A lesão medular é decorrente de um trauma, sendo determinada por um grupo de fatores, que implica na função da medula espinhal em locais diferentes da coluna vertebral. O grau de acometimento irá depender de sua classificação, podendo ser incompleta onde alguma função estará preservada abaixo do nível da lesão e completa no qual não apresentara nenhum tipo de função. A fisioterapia tem um papel primordial, tendo benefícios a curto, médio e longo prazo por meio de diferentes técnicas fisioterapêuticas, prevenindo deformidades, proporcionando maior independência funcional e melhora a qualidade de vida. Desta forma, o presente trabalho tem por objetivo relatar a atuação fisioterapêutica em pacientes acometidos por traumatismo raquimedular (TRM). Método: Trata-se de uma revisão integrativa realizada através de buscas nas bases eletrônicas de dados LILACS e Google Acadêmico. Foram utilizados para a busca dos artigos os seguintes descritores: Fisioterapia, Traumatismos da medula espinal, Compressão da medula espinhal. Os critérios de inclusão definidos para a seleção dos artigos foram: artigos publicados nos anos 2006 a 2020, sendo na Língua Portuguesa, disponíveis em texto completo e que retratassem a temática atuação fisioterapêutica em paciente acometidos com trauma raquimedular, sendo critérios de exclusão do presente trabalho artigos que não estivessem dentro dos padrões de avaliação completa, resumos e artigos não disponíveis para leitura completa e que não retratassem a temática do trabalho. Resultados e Discussão: Os tratamentos utilizados constituíram nos mais diversos tipos como, estimulação elétrica neuromuscular, fisioterapia convencional, cicloergômetro, cinesioterapia, treino de macha e equilíbrio com a utilização do trampolim e programa de reeducação intestinal. Observou-se que a atuação da fisioterapia resultou no aumento da força muscular tendo um aprimoramento do equilíbrio e coordenação, redução do bloqueio da amplitude articular e redução do tônus muscular, aumento dos padrões respiratórios, além de uma melhora no sistema digestório. Considerações Finais: Em virtude dos fatos mencionados, conclui-se que a atuação fisioterapêutica no paciente acometido com trauma raquimedular torna-se primordial, tendo vários recursos, para as diversas sequelas, no qual atinge vários sistemas, como muscular, respiratório e digestório. De modo que evidenciou excelentes resultados, para uma vida mais ativa e independente. Entretanto ressalta a escassez de estudos específicos que abordem a temática da atuação do fisioterapeuta sobre o TRM. 1 Discente do Curso de Fisioterapia, UniFanor / Wyden, karinnycastro28@hotmail.com 2 Discente do Curso de Fisioterapia, UniFanor / Wyden, jennifer.melo89@hotmail.com 3 Discente do Curso de Fisioterapia, UniFanor / Wyden, rodriguesouza97@gmail.com 4 Discente do Curso de Fisioterapia, UniFanor / Wyden, aryanapontes51@gmail.com 5 Docente do Curso de Fisioterapia, UniFanor / Wyden, allexjhr@hotmail.com 6 Docente do Curso de Fisioterapia, UniFanor /Wyden, lenismar.cavalcante@unifanor.edu.br Palavras-chave: Fisioterapia. Traumatismos da medula espinhal. Compressão da medula espinhal. INTRODUÇÃO A lesão medular é decorrente de um trauma, sendo determinada por um grupo de fatores, que implica a função da medula espinal em locais diferentes da coluna vertebral. O grau de acometimento ira depender de sua classificação, podendo ser incompleta, onde alguma função estará preservada abaixo do nível da lesão, e completa, no qual não apresentará nenhum tipo de função. Segundo o nível da lesão os acometidos serão considerados tetraplégicos, quando a lesão é acima de T1 e paraplégico quando a lesão é abaixo deste nível. (ANDRIGHETTI,2009). O traumatismo raquimedular (TRM), segundo Atrice et al (2004, p. 507), “ocorre quando a medula espinal é danificada interrompendo a transmissão de estímulos nervosos através da medula espinal tendo como resultado de um trauma, processo de doença ou defeitos congênitos”. A maior parte das lesões medulares é decorrente de um trauma, destacando-se no TRM, acidentes automobilísticos, queda de altura, acidente por mergulho em água rasa, ferimentos por arma de fogo (FAF) e ferimento por arma branca (FAB). (ANDRIGHETTI,2009). Segundo Juvenal e Savordelli., (2016), o número de pessoas tetraplégicas ou paraplégicas por lesão medular espinhal vem aumentando significativamente e, no Brasil são cerca de 40 casos novos anuais por milhão de habitantes, equivalendo um total de seis a oito mil casos novos por ano. A fisioterapia, tem um papel significativo, tendo benefícios a curto, médio e longo prazo, para pacientes acometidos por TRM, mediante aplicação de diferentes técnicas fisioterapêuticas, deste modo, prevenindo deformidades, otimizando a força muscular, controle de tronco, assim proporcionando maior independência funcional e melhora a qualidade de vida. (ANDRIGHETTI,2009). O tratamento fisioterapêutico, consiste em recuperar a força muscular, aprimorar o equilíbrio e coordenação, diminuir complicações respiratórias decorrentes da fraqueza muscular e sedentarismo, pondendo resultar em uma maior independência possível. (JUVENAL, SAVORDELLI, 2016). No qual se faz a utilização de diversos protocolos, incluindo para reeducação intestinal, trazendo um melhor funcionamento do sistema digestivo. (THOME et al., 2012) O dado trabalho justifica-se por ser o TRM uma afecção de grande incidência nos serviços de reabilitação e por se ter ciência da importância da intervenção fisioterapêutica neste público, podendo servir posteriormente para ampliar o conhecimento acerca do diagnóstico e seu respectivo tratamento fisioterápico. Desta forma, o presente trabalho tem por objetivo relatar a atuação fisioterapêutica em pacientes acometidos por traumatismo raquimedular (TRM), por meio de uma revisão integrativa. MÉTODO Trata-se de uma revisão integrativa realizada no período de fevereiro a março de 2020. Onde feito através de buscas nas bases eletrônicas de dados: LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e Google acadêmico. No qual foram utilizados para a busca dos artigos os seguintes descritores: Fisioterapia, Traumatismos da medula espinhal, Compressão da medula espinal. Os critérios de inclusão definidos para a seleção dos artigos foram: artigos publicados nos anos 2006 a 2020, sendo em língua portuguesa, disponíveis em texto completo e que retratassem a temática atuação fisioterapêutica em paciente acometidos com trauma raquimedular, sendo critérios de exclusão do presente trabalho artigos que não estivessem dentro dos padrões de avaliação completa, resumos e artigos não disponíveis para leitura completa e que não retratassem a temática do trabalho. Foram encontrados 1.868 estudos, a partir dos descritores utilizados, sendo 278 publicados na LILACS, e 1.590 no Google Acadêmico. Após a leitura dos estudos, foram verificados os títulos e resumos disponíveis na base de dados e, posteriormente, a partir dessa leitura, foram captados 178 estudos. Fez-se, então, a leitura das 178 publicações, das quais 142 (79,78%) se encontram no Google Acadêmico, 36 (20,22%) na LILACS e, desse quantitativo, apenas 6 se adequaram a todos os critérios de inclusão citados anteriormente. RESULTADOS E DISCUSSÃO Segundo o estudo de Andrighetti., (2009), relata a evolução de um caso, composto por um paciente portador de sequela de traumatismo raquimedular em nível de T5 - T6. O tratamento proposto foi dividido em dois horários, onde no primeirofoi realizada, liberação manual de pontos de tensão, alongamentos para musculatura de coluna anterior e posterior, cervical e músculos peitorais. Fortalecimento muscular dos músculos rombóides, estabilizadores da coluna cervical e treino de equilíbrio. No segundo horário o paciente era colocado nas barras paralelas onde permanecia em posição ortostática. Diante do tratamento realizado foram obtidos resultados positivos, tendo uma melhora na força muscular e coordenação, mais potencializada em MMSS. Já Citero et al., (2012) também realizaram um estudo de caso, onde verificaram os efeitos da intervenção fisioterapêutica utilizando o trampolim associada a cinesioterapia. O estudo foi realizado em 1 paciente com quadro sindrômico de tetraparesia espástica, onde foi executado sobre o trampolim, treino de marcha com o apoio anterior e com olhos abertos, tendo algumas progressões com: transferência de peso látero-lateral, ântero-posterior, com auxílio da terapeuta e, depois sem o auxílio da terapeuta; exercício visando estimular o controle postural do tronco com transferência de peso sobre os ísquios e pés com ou sem dissociação de cinturas, associado ou não aos desequilíbrios promovidos pela instabilidade da lona do trampolim. Os resultados desse estudo evidenciam que cinesioterapia associada ao trampolim, mostrou melhora no equilíbrio e marcha e, modificou o tono e a flexibilidade articular. Além das técnicas convencionais da fisioterapia, como técnicas manuais ou mesmo estimuladores, foi encontrado em estudos de Juvenal e Savordelli., (2016) a utilização de outra estratégia, que foi o uso do cicloergometro, onde avaliaram a sua eficácia nos membros superiores no condicionamento cardiorrespiratório em pacientes com lesão medular. No qual três pacientes participarão do programa (dois paraplégicos e um tetraplégico). Foram realizados alongamento da musculatura acessória, fortalecimento da musculatura preservada e realização de cicloergômetro. Verificaram que os pacientes obtiveram melhora nos parâmetros ventilatórios, e da musculatura respiratória e aumento da pressão inspiratória máxima. No estudo foi concluído que o uso do cicloergomêtro em pacientes com lesão medular é eficaz, pois mostrou diminuir as complicações respiratórias decorrentes da fraqueza muscular e sedentarismo Segundo os estudos de Oliveira et al., (2009), compararam o tratamento para pacientes com TRM o uso da estimulação elétrica neuromuscular em comparação com a fisioterapia convencional em 19 pacientes com lesão medular. Nos dois grupos obtiveram redução de edema, além de uma redução do bloqueio da amplitude articular e redução do tônus muscular. Não houve diferença expressiva em relação independência funcional. O estudo mostra que tanto a fisioterapia convencional como a estimulação elétrica tem os mesmos resultadso em pacientes com TRM. Já Sartori et al., (2009), realizaram um estudo de caso de um paciente vitima de lesão traumática da medula espinhal em nível de L2. No qual o plano de tratamento fisioterapêutico, consistiu de exercícios terapêuticos para membros superiores/inferiores, músculos do tronco, treino de mudanças de decúbito, transferências de peso e treinamento de marcha. Os ganhos apresentados no final do tratamento foi uma evolução satisfatória quanto ao controle dos esfíncteres anal e vesical, obtenção do apoio de sedestação, controle do tronco onde já permanecia sentado no leito, na total ausência de apoio dorsal e/ou apendicular superior, facilitação de transferências individuais de posicionamento (poltrona – leito) e locomover-se em cadeira de rodas. Outro objetivo do tratamento utilizado para o TRM é a reeducação intestinal, em virtude de alterações no sistema digestório, no qual os mesmos sofrem com a inativação dos esfíncteres anais, onde não realizam facilmente a evacuação. Em virtude dessa sequela, Thome et al., (2012) efetuaram um programa de manobras fisioterapêuticas para reeducação intestinal. Participaram do estudo 9 individuos com lesão medular, onde, foram realizadas manobras para o diafragma, tríplices flexão dos membros inferiores, mobilização da cintura pélvica, manobra de valsalva, um conjunto de massagens como; massagem calmante, massagem estimulante, massagem no cólon transversal e evacuante. Deslizamento do cólon descendente e manobra de crede. Os resultados do protocolo, apresentaram eficazes na reeducação do intestino neurogênico, aumentado o numero de evacuações, diminuindo o tempo para evacuar e reduzindo os números de manobras de auxilio à evacuação. CONCLUSÕES/COSIDERAÇÕES FINAIS Em virtude dos fatos mencionados, conclui-se que a atuação fisioterapêutica no paciente acometido com trauma raquimedular torna-se primordial, tendo vários recursos, para as diversas seqüelas, no qual atinge vários sistemas, como muscular, respiratório e digestório. De modo que evidenciou excelentes resultados, para uma vida mais ativa e independente, contendo uma melhora na força muscular, melhora do equilíbrio e coordenação, redução do bloqueio da amplitude articular e redução do tônus muscular, aumento dos padrões respiratórios, além de uma melhora no sistema digestório. Entretanto ressalta a escassez de estudos específicos que abordem a temática da atuação do fisioterapeuta sobre o TRM. Dessa forma sugere-se que mais estudos sejam feitos para proporcionar um melhor tratamento e resultado para este público. REFERÊNCIAS ANDRIGHETTI, D. Fisioterapia em paciente com traumatismo raquimedular. Relato de caso, Santa Catarina, p. 1-15, 2009. CITERO, Eloísa Mombelli; MEDERDRUT, Eduardo Mário; FONTES, Sissy Veloso. Efeitos da Fisioterapia com Trampolim no Traumatismo Raquimedular. Revista Neurociências, v. 20, n. 2, p. 222-232, 2012. JUVENAL OLIVEIRA, Eliane Alves; SAVORDELLI, Claudia Lunardi. A eficácia do cicloergômetro no condicionamento cardiovascular em pacientes com lesão medular. Uma luz à saúde cardíaca feminina, v. 14, n. 3, p. 151-5, 2016. OLIVEIRA PEIXOTO, Beatriz. Lesão medular: estudo do potencial evocado como recurso prognóstico e comparação entre o tratamento de estimulação elétrica neuromuscular e fisioterapia convencional. Fisioterapia Brasil, v. 4, n. 1, p. 18-25, 2009. SARTORI, Juliano et al. Reabilitação física na lesão traumática da medula espinhal. Revista Neurociências, v. 17, n. 4, p. 364-370, 2009. THOMÉ, Bruna Isadora et al. Fisioterapia na reeducação do intestino neurogênico como resultado de uma lesão medular. Manual Therapy, Posturology & Rehabilitation Journal, v. 10, n. 47, 2012
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