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Estudo_Dirigido_Administracao_Judiciaria

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ADMINISTRAÇÃO JUDICIÁRIA 
ESTUDO DIRIGIDO 
 
Referência: Aulas da disciplina e obra: BACELLAR, Roberto Portugal. 
Administração judiciária – com justiça. Curitiba: InterSaberes, 2016. 
 
Prezado aluno, prezada aluna, olá! É 
uma honra ter você conosco para mais um 
agradável e proveitoso estudo dirigido! 
Como sempre, trazemos com uma 
outra abordagem, de forma resumida, os 
temas que consideramos mais importantes 
para sua revisão! 
Esperamos que goste da leitura e, que 
o conhecimento levante voos reflexivos diante 
do novo Sol do Saber que a sua mente se torna 
a cada dia de esforço e perseverança. 
Sumário 
1. COMPOSIÇÃO E ATRIBUIÇÕES DO PODER JUDICIÁRIO ............................. 2 
2. GESTÃO DO PODER JUDICIÁRIO ........................................................................... 4 
3. DEFICIÊNCIAS DO JUDICIÁRIO E PROPOSTAS PARA MELHORIA ........ 5 
4. SERVIDORES DO JUDICIÁRIO ................................................................................. 7 
5. RESPONSABILIDADE SOCIAL ................................................................................. 7 
6. OBJETIVOS ESTRATÉGIAS ........................................................................................ 9 
7. ACESSO À JUSTIÇA ....................................................................................................... 9 
8. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA ...................................................................10 
9. TRIBUNAIS SUPERIORES ........................................................................................11 
10. ADMINISTRAÇÃO JUDICIÁRIA .............................................................................12 
11. AUDIÊNCIAS PÚBLICAS ...........................................................................................13 
 
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1. COMPOSIÇÃO E ATRIBUIÇÕES DO PODER JUDICIÁRIO 
Antes de falarmos sobre o Poder Judiciário, temos de falar sobre os poderes 
da União. Conforme disposto no art. 2º da Constituição, eles são independentes e 
harmônicos entre si. Não há grau de hierarquia entre o Legislativo, o Executivo e o 
Judiciário. 
Ao Poder Judiciário cabe interpretar as leis elaboradas pelo Legislativo e 
promulgadas pelo Executivo. Ele deve aplicá-las em diferentes situações e julgar 
aqueles cidadãos que, por diversos motivos, não as cumprem. Seus órgãos estão 
dispostos na Constituição Federal, que diz: 
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: 
I - o Supremo Tribunal Federal; 
I-A o Conselho Nacional de Justiça; 
II - o Superior Tribunal de Justiça; 
II-A - o Tribunal Superior do Trabalho; 
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; 
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; 
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; 
VI - os Tribunais e Juízes Militares; 
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e 
Territórios. 
 
O artigo 92 da Constituição contempla os órgãos que pertencem ao Poder 
Judiciário, mas há estruturas que não integram o Poder Judiciário e podem, pelo 
nome, ser confundidas. Por exemplo, os Tribunais de Contas da União (TCU) e dos 
Estados (TCE) são órgãos auxiliares do Poder Legislativo; o Ministério Público, as 
Promotorias de Justiça, as Procuradorias de Justiça são independentes. Já o 
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controle das atividades do Ministério Público se dá pelas corregedorias internas e 
pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). O Ministério da Justiça 
compõe a estrutura auxiliar do Poder Executivo da União. Os Tribunais de Ética 
profissionais são privados e integram os respectivos órgãos de classe, por exemplo, 
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Conselho Federal de Medicina, Conselhos 
Regionais de Medicina, dentre outros tribunais e conselhos de ética existentes em 
variadas profissões. Os Tribunais de Justiça Desportiva (TJD) e Superior Tribunal 
de Justiça Desportiva (STJD) são instituições privadas com funções administrativas 
destinadas a controlar fundamentalmente a disciplina nos desportos conforme Lei 
9.615/98. Todos os órgãos citados neste parágrafo, portanto, não fazem parte do 
Judiciário. 
O Poder Judiciário possui como principal função defender os direitos de 
cada cidadão, promovendo a justiça e resolvendo os conflitos que possam surgir na 
sociedade. Assim, ele tem como atribuição a administração da Justiça na sociedade 
por meio do cumprimento de normas e leis. Pelo Judiciário também se garante o 
cumprimento dos direitos fundamentais dispostos na Constituição, como abertura 
de vagas em creches, internação de doentes com risco de morte, assegurar aos 
cidadãos o direito a remédios, entre outras medidas que podem determinar. 
Além dos magistrados (juízes, desembargadores), não se pode olvidar o 
trabalho dos auxiliares da justiça, que são aqueles que participam do processo no 
sentido de implementar a prestação jurisdicional, como os conciliadores, 
mediadores, facilitadores. 
 
Você sabia que não existe Juiz Municipal? O Poder Judiciário 
só é estabelecido nos âmbitos dos Estados e da União, 
portanto, existem apenas a Justiça Estadual e a Justiça Federal. 
O Poder Judiciário é constituído por juízes e tribunais e se 
exerce em todo o País nas comarcas, seções, subseções e 
demais unidades judiciárias. 
 
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Aproximadamente 70% de toda a demanda existente no País se concentra 
na Justiça Estadual. Isso ocorre porque a Justiça Estadual detém a competência 
residual: tudo que não for da competência da Justiça Especial nem da competência 
da Justiça Comum Federal é da competência da Justiça Comum Estadual. Dentre as 
questões que envolvem a Justiça Estadual estão: os direitos relativos a locação, 
condomínio, crianças e adolescentes, adoção, direito de família, dentre outros. 
2. GESTÃO DO PODER JUDICIÁRIO 
O Poder Judiciário necessita de gestores capacitados, em todos os âmbitos, 
para proporcionar resultados satisfatórios, porém, tem sido administrado por 
magistrados em geral com pouco — ou nenhum — conhecimento nas áreas de 
administração. Pelo mecanismo de coordenação (por supervisão direta), alguns 
administradores de tribunais que são também magistrados confundem a função 
jurisdicional (que se impõe pela força) com aquelas de gestão, destinadas a 
viabilizá-la. 
Na condição de juiz, o administrador não pode carregar para a gestão 
administrativa os seus “superpoderes”, que só se justificam para fazer cumprir a 
lei com a intencionalidade de preservar a convivência pacífica entre as pessoas. Os 
administradores, presidentes de tribunais, não deveriam centralizar e concentrar 
todas as atividades de gestão e administração. Apenas para efeito de 
exemplificação há tribunais estaduais em que ficam sob a responsabilidade do 
Presidente até mesmo a concessão de férias dos servidores e a compra de materiais 
de expediente. Por outro lado, a terceirização de algumas atividades, com a 
contratação de serviços externos, já é uma realidade em alguns tribunais 
brasileiros. 
Note-se que a atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário nos 
Estados é fiscalizada pelos Tribunais de Contas dos Estados, os quais são órgãos 
auxiliares do Poder Legislativo Estadual. 
O Judiciário não pode começar processos por motu proprio (vontade 
própria). O processo começa por iniciativa da parte, e depois se desenvolve por 
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impulso oficial, conforme dispõe o art. 2º do Código de Processo Civil brasileiro 
(CPC). A iniciativa para a instauração de um processo judicial vem da parte, porém 
normalmente a petição inicial não é elaborada diretamente por ela, já que as partes 
devem, em regra, ser representadas por advogados. 
O princípio do devido processo legal, due process of law, nasceu em 
oposição
ao Rei João sem Terra, filho de Henrique II da Inglaterra, que não 
respeitava os direitos dos cidadãos. Esse direito integrou uma das cláusulas da 
Magna Carta, a primeira Constituição escrita do mundo. O processo legal (seja ele 
judicial ou administrativo) deve ser adequado com a observância da ampla defesa 
e do contraditório, com direito à produção de provas e iguais oportunidades em 
todas as suas fases. A essência procedimental da cláusula do devido processo legal 
determina que ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido 
processo legal e que aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos 
acusados em geral, são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios 
e recursos a ela inerentes (veja o art. 5º, incisos LIV e LV da Constituição). 
O art. 5º, inciso XXXV da Constituição determina o princípio da 
indeclinabilidade ou inafastabilidade. É garantia fundamental: que nenhuma lesão 
ou ameaça de lesão pode ser excluída da apreciação do Poder Judiciário. 
3. DEFICIÊNCIAS DO JUDICIÁRIO E PROPOSTAS PARA MELHORIA 
No Brasil, os conflitos são quase sempre dirimidos perante o Poder 
Judiciário, pelo método adversarial. É o que tem sido denominado de cultura do 
litígio — que indica tradição brasileira de não tentar acordos prévios e levar 
diretamente os conflitos para serem dirimidos por decisão do Poder Judiciário. 
 
O Poder Judiciário está sobrecarregado em razão das demandas que se 
arrastam sem julgamento por anos e mesmo décadas. Esse abarrotamento do 
Judiciário acaba por trazer diversos problemas, como a morosidade. Dentre as 
deficiências do Judiciário, com propostas para resolvê-las, temos: 
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a) Baixa qualidade no atendimento operacional 
PROPOSTA: Dentre outras medidas para suprir essa deficiência, seria necessária 
capacitação específica dos servidores apta a produzir as competências 
relacionamento necessárias. 
b) Ausência de informatização adequada (e padronizada) e falta de controle 
dos procedimentos nas áreas operacionais 
PROPOSTA: Para corrigir essa deficiência, há de se fazer investimento em tecnologia 
da informação (TI) com um único programa ou um mesmo sistema que permita 
comunicação entre vários programas e acompanhamento, fiscalização, controle e 
correções nas atividades exercidas pela área operacional. 
c) Centralização dos poderes de gestão nas mãos de magistrados presidentes 
de tribunais ou diretores 
PROPOSTA: Recomenda-se trabalhar com pesquisas de clima e cultura 
organizacional e após, no contexto do resultado das pesquisas, promover o 
desenvolvimento de competências em empowerment. 
d) Ausência de tecnoestrutura. 
PROPOSTA: Avaliar as áreas de maior deficiência 
técnica que possam recomendar a necessidade de 
contratação de especialistas para orientar as 
atividades não só da cúpula estratégica, mas também 
das áreas da linha intermediária e até mesmo do núcleo 
operacional; 
e) Falta de conhecimento de administração pela cúpula estratégica, com 
prejuízo da liderança perante as diretorias e assessorias da linha intermediária 
PROPOSTA: Aqui a recomendação seria de capacitação. Na prática, há de se 
reconhecer como muito difícil o atendimento a essa recomendação. 
f) Juízes sobrecarregados de processos judiciais, sem disponibilidade de 
tempo ou condições para dar a devida atenção às atividades administrativas 
(muitas das quais podem ser desenvolvidas por servidores do quadro ou por outros 
profissionais específicos e qualificados) 
PROPOSTA: A delegação de atividades, o empowerment e a abertura para a 
resolução do conflito por métodos adequados (dentro ou fora do sistema 
judiciário) poderão ser instrumentos acertados para atender a essas dificuldades. 
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Portanto, para que o sistema judiciário possa ser administrado com 
eficiência, seus gestores precisarão conhecer os mecanismos de coordenação e 
implementar a gestão de pessoas por competências, a fim de regular com clareza o 
que cabe a cada uma das peças que compõe o quadro de servidores e auxiliares dos 
tribunais. Do conhecimento dessas peças caberá promover capacitação para cada 
uma das atividades profissionais que possam se transformar em competências 
para o trabalho. 
4. SERVIDORES DO JUDICIÁRIO 
Para garantir a eficiência no atendimento à população, é preciso que o 
Estado valorize seus servidores, uma vez que muitos esperam oportunidade para 
realizar grandes projetos. É o que se espera com as novas ideias oriundas da gestão 
de pessoas, se necessário com capacitação para atividades que possam ser 
transformadas em competências. 
Os servidores dos tribunais, em vista da configuração estrutural existente 
e da falta de mecanismos de coordenação, de regra estão acomodados, carregando 
as características culturais brasileiras do personalismo, protecionismo, jeitinho e 
aversão a sistematização e padronização objetiva do trabalho. Aqui, não se trata de 
generalização: ressaltam-se os bons exemplos de profissionais, servidores públicos 
vocacionados, dedicados, responsáveis e competentes. Abrimos parênteses para 
ressaltar que não incluímos a honestidade no rol das qualidades. A honestidade 
não é mérito: é dever e obrigação de todos. O foco na gestão de pessoas e na 
humanização da administração eleva o servidor ao elemento de maior valor na 
estrutura interna da organização. 
5. RESPONSABILIDADE SOCIAL 
O Poder Judiciário, melhor organizado e estruturado, deve propiciar ao 
cidadão efetivo acesso à ordem jurídica justa promovendo os meios que garantam 
a acessibilidade real do cidadão aos serviços judiciários, redução das distâncias 
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físicas aos órgãos e serviços judiciários por meio de parcerias, ações itinerantes 
que aumentem a capilaridade do atendimento, como mutirões de conciliação e 
atendimento carcerário. 
O Poder Judiciário demorou muito tempo para se preocupar com a 
responsabilidade social. Promover ações em benefício da sociedade é a essência do 
que se entende por responsabilidade social. Sabemos que desenvolver projetos de 
responsabilidade social fortalece a legitimação do Estado perante a sociedade. 
Entre os programas de responsabilidade social promovidos pelo Poder 
Judiciário, citamos dois: 
 Oficinas de prevenção ao Uso de Drogas. As práticas restaurativas 
dos Juizados Especiais Criminais de Curitiba ocorrem com a 
realização de Oficinas de Prevenção ao Uso de Drogas (OPUD). As 
ações têm alcançado a inserção de usuários e dependentes em ações 
construtivas e restaurativas. 
 Cidadania e justiça também se aprendem na Escola, da Associação 
dos Magistrados Brasileiros (AMB), que nasceu no ano de 1993 por 
sugestão do publicitário Sergio Mercer. Foi desenvolvido pelo autor 
inicialmente no Paraná, com a denominação Justiça se aprende na 
Escola. Este programa tem promovido um despertar de cidadania e 
já atendeu a mais de treze milhões de crianças e jovens, por meio de 
cartilhas, gibis, vídeos educativos, vinhetas (Cidadania – a gente vê 
por aqui), concursos de relatório, apresentações teatrais. São 
algumas das boas práticas compartilhadas por alguns tribunais, de 
maneira colaborativa. Há outras tantas boas iniciativas brasileiras. 
 
O Poder Judiciário parece desconhecer a força de sua autoridade, que, 
correta e honestamente trabalhada, será proporcional ao conceito moral que a 
sociedade lhe atribui. 
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6. OBJETIVOS ESTRATÉGIAS 
Para viabilizar o cumprimento dos objetivos estratégicos, o Poder 
Judiciário precisa manter contato com o principal destinatário dos serviços, que é 
o cidadão brasileiro. Para isso, a comunicação deve fluir de maneira simples, rápida 
e de forma articulada, por meio de planos de comunicação social, cartilhas
informativas e sites interativos que, além de esclarecer, divulguem as iniciativas do 
Poder Judiciário em prol de um melhor serviço à sociedade. 
O planejamento estratégico em parte do Poder Judiciário nacional só foi 
possível com a padronização de informações em um mesmo banco de dados e a 
uniformização de denominações relativas a projetos e programas existentes nos 
tribunais brasileiros. A utilização das ferramentas de gestão do Conselho Nacional 
de Justiça (CNJ) promoveu o estabelecimento de metas desafiadoras de curto, 
médio e longo prazos, com os respectivos indicadores para mensuração de seu 
alcance. 
No Poder Judiciário também é válido o Princípio da Eficiência na 
Administração Pública. Esse princípio abrange os aspectos econômicos da 
Administração Pública e tem sua origem em conceitos da iniciativa privada, 
incluídos nas reformas propostas pelo movimento conhecido como Nova 
Administração Pública. A eficiência no Poder Público tem por objetivo assegurar 
à comunidade mais serviços de melhor qualidade e no menor tempo, aproveitando 
ao máximo os recursos existentes. 
Ao buscar o Judiciário, o cidadão espera resultados? Ele não só almeja o 
julgamento do mérito da sua causa, mas também rapidez, bom atendimento, 
qualidade, clareza, e efetividade. Esses fatores geram uma expectativa, e a relação 
entre o que o jurisdicionado espera do processo e aquilo que o juiz executa é que 
determina a qualidade do serviço — segundo a perspectiva dele do jurisdicionado. 
7. ACESSO À JUSTIÇA 
Cappelletti e Garth, em sua obra “Acesso à Justiça”, explicam que a garantia 
do acesso à justiça é um requisito fundamental e básico dos direitos humanos 
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previstos em um sistema jurídico conhecido como moderno e igualitário. Porém, 
algumas pessoas não conseguem acesso ao Poder Judiciário por existirem 
obstáculos como a realidade social de cada indivíduo, alto custo, demora, excesso 
de recursos e excesso de formalismo. 
Os Juizados Especiais Cíveis removeram grande parte dos obstáculos de 
acesso à justiça. A gratuidade processual em primeira instância, a facultatividade 
da assistência por advogado nas causas de até vinte salários mínimos, a remoção 
dos formalismos inúteis e a simplificação do procedimento deram atendimento a 
tudo aquilo que aparentemente o cidadão comum precisava. No Juizado Especial 
foram introduzidos os critérios de oralidade, simplicidade, informalidade, 
celeridade, com a busca permanente da composição pacífica do conflito. 
8. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA 
O CNJ foi uma das grandes inovações incorporadas à Constituição da 
República pela Emenda Constitucional 45/2004. É um órgão administrativo de 
superposição composto por quinze membros (art.103-B da Constituição). É um 
órgão administrativo para controlar a atuação administrativa e financeira do Poder 
Judiciário e o cumprimento dos deveres dos magistrados. 
O CNJ visa a aperfeiçoar o trabalho do sistema judiciário brasileiro no que 
diz respeito ao controle e à transparência administrativa e processual. A missão do 
CNJ é contribuir para que a prestação jurisdicional seja realizada com moralidade, 
eficiência e efetividade em benefício da sociedade. 
O CNJ é composto pelos seguintes membros: 
1. O presidente do Supremo Tribunal, responsável por presidir o 
Conselho Nacional de Justiça desde a sua criação; 
2. Um Ministro do Superior Tribunal de justiça, que é o corregedor 
nacional de justiça; 
3. Um Ministro do Superior Tribunal de Trabalho; 
4. Um Desembargador de Tribunal de Justiça; 
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5. Um Juiz Estadual; 
6. Um Juiz do Tribunal Regional Federal; 
7. Um Juiz Federal; 
8. Um Juiz de Tribunal Regional do Trabalho; 
9. Um Juiz do Trabalho; 
10. Um Membro do Ministério Público da União; 
11. Um Membro do Ministério Público Estadual; 
12. Dois advogados; 
13. Dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada. 
O CNJ crescentemente busca assegurar seu espaço constitucional de 
maneira a se firmar como órgão de planejamento, orientação administrativa e de 
superintendência de todas as unidades judiciárias brasileiras. O STF algumas vezes 
é acionado para fixar os limites do CNJ, que não pode interferir em qualquer esfera 
que não seja de cunho administrativo, portanto, não pode interferir nas questões 
jurisdicionais. 
9. TRIBUNAIS SUPERIORES 
O STF é tribunal nacional de superposição na estrutura do Poder Judiciário, 
porque está acima das distinções entre justiça comum e especial, federal ou 
estadual, sendo competente para examinar originariamente ou reexaminar, em 
grau de recursos, causas com afetação constitucional, oriundas de todos os 
segmentos da estrutura judiciária brasileira. Ao STF cabe em primeiro lugar, a 
guarda da Constituição da República e, dentre outras competências secundárias, o 
julgamento do denominado Recurso Extraordinário. 
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) é a corte responsável por uniformizar 
a interpretação da legislação federal em todo o Brasil, ressalvada as especializações 
eleitoral (TSE) e do trabalho (TST). Representa a última instância da Justiça 
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brasileira para esse universo de causas infraconstitucionais, em relação, por 
exemplo, à interpretação e aplicação de leis federais. 
10. ADMINISTRAÇÃO JUDICIÁRIA 
A expressão Administração Judiciária designa o ramo da Administração 
Pública cujo objeto é a atividade administrativa do Poder Judiciário, 
compreendendo, inclusive, o relacionamento com os demais entes estatais e com 
as entidades sociais. A Administração Judiciário pode se valer da alta 
aprendizagem. 
A alta aprendizagem é um processo vivenciado diariamente nas 
organizações, que se manifesta nos planejamentos e decisões. A liderança 
apresenta-se de forma altamente envolvida e os planejamentos são flexíveis e 
interativos. A estratégia é de construção permanente. A dependência dos setores 
diretivos, via de regra, apresenta-se como sendo baixa, ao contrário das 
organizações de baixa aprendizagem, onde essa dependência é alta 
Nas organizações de alta aprendizagem, o grau de difusão e acessibilidade 
às informações é amplo e o grau de centralização da comunicação é baixo. As 
organizações que têm alta aprendizagem buscam interpretar seus erros de forma 
legítima e institucionalizada, nunca de forma puramente punitiva, como ocorre nas 
organizações de baixa aprendizagem. 
Para que uma organização possa gerir seus conhecimentos, ela deve tratá-
los como um ciclo em que, ao se iniciar qualquer atividade, reflete-se e teoriza-se 
sobre ela e experimentam-se novos caminhos para, posteriormente, reiniciar sua 
atividade, aplicando a experiência anterior. 
Nos Tribunais Federais, tem havido uma evolução no decorrer dos anos 
com a descentralização e delegação de funções (aplicação de empowerment), o 
estabelecimento de uma política de treinamento aos novos servidores e estudos de 
aperfeiçoamento contínuo. Tais providências melhoraram o atendimento das 
varas federais e aperfeiçoaram a comunicação do Poder Judiciário com a 
população. Na Justiça Federal, com uma estrutura adequada, com qualificação 
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permanente e a valorização de seus servidores com atribuição de certa autonomia, 
estes acabam recebendo incumbências administrativas por delegação dos gestores 
judiciais. O funcionamento da Justiça Federal tem sido elogiado pelos advogados e 
pelos operadores do direito. 
O mencionado empowerment é uma ferramenta para exercer o poder sem 
perdê-lo, de delegar motivando, energizando, liberando no empregado aquele 
potencial oculto de realizar e alcançar resultados. A aplicação do empowerment 
leva a um líder delegar uma ou algumas das muitas missões sem, contudo, perder 
o
controle, o interesse e o poder de também realizá-las. No âmbito de um Tribunal, 
por exemplo, o presidente do Tribunal continua sendo ele próprio o gestor, mas 
pode indicar como gestor geral das metas um desembargador de sua confiança ou 
o próprio corregedor-geral da justiça. 
11. AUDIÊNCIAS PÚBLICAS 
A Audiência Pública é um encontro feito na comunidade com a participação 
da população a fim de buscar opiniões e soluções para as demandas sociais e ter 
acesso à resposta das pessoas. Esse tipo de reunião existe para que todas as 
pessoas de uma comunidade possam participar do controle da Administração 
Pública. É uma forma de exercer a cidadania, possibilitando a troca de informações 
quando uma decisão afeta direitos coletivos. 
A convocação de uma audiência pode ser feita pelos mais diversos motivos, 
dentro de diferentes segmentos, como meio ambiente, licitações, contratos 
administrativos, permissão de serviços públicos, dentre outros assuntos. 
A audiência pública às vezes conta com ampla participação da população. 
Se a comunidade é muito grande, normalmente a audiência é conduzida por 
pessoas de maior influência local, tomando o papel de porta-vozes das demais 
opiniões. Mas ela também pode ocorrer em subgrupos, a fim de se discutir um 
assunto com maior profundidade. 
 A audiência pública está prevista na legislação brasileira, pode antevir a 
realização de uma função administrativa e pode servir como subsídio para o 
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processo legislativo e judicial. Ela é obrigatória quando for solicitada pelo 
Ministério Público, por uma entidade civil ou, ainda, por 50 ou mais cidadãos. 
Quando há a solicitação, é publicado um edital de convocação e pode ser feita uma 
correspondência aos que tiverem solicitado e aos agentes sociais necessários. 
Participam, ao todo, o público interessado, um representante legal, a equipe da 
Comissão solicitante e um representante público. 
 
 
Terminamos por aqui! 
Este estudo dirigido é uma ferramenta de assuntos para auxiliá-lo em sua 
jornada acadêmica. Tome-o como uma pequena vitamina após a refeição, mas não 
substitua a refeição pela vitamina. Assista às aulas e leia a obra de referência. 
Em caso de dúvidas, utilize o ícone Tutoria dentro da disciplina 
para falar conosco. 
 
Profa. Daniele Assad 
Tutora do CST em Gestão de Serviços Jurídicos e Notariais

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