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FAMÍLIA E PARENTESCO “Segundo Saraceno (1997, p. 14): [...] a família é como o espaço histórico e simbólico no qual e a partir do qual se desenvolve a divisão do trabalho, dos espaços, das competências, dos valores, dos destinos pessoais de homens e mulheres, ainda que isso assuma formas diversas nas várias sociedades. A construção familiar FAMÍLIA E PARENTESCO A partir dessas ideias, Saraceno (1997) reforça que a família é, na verdade, uma construção social. É a partir dela que os atores sociais definem formas e sentidos da mudança da sociedade que habitam. Logo, é por meio do convívio social que a família vai se definindo e estabelecendo suas fronteiras. A construção familiar FAMÍLIA E PARENTESCO Não importa o número de componentes numa família; o que importa é a possibilidade de troca de opinião, de aprendizagens e de vivências que enriqueçam o repertório dos membros. Essa heterogeneidade presente no seio familiar também vai se modificando ao longo do tempo, fazendo com que o modelo de família se altere. Assim, a família também é reflexo do que acontece com a sociedade. A construção familiar FAMÍLIA E PARENTESCO Família no plural FAMÍLIA E PARENTESCO A família pode ser definida como um núcleo de pessoas que convivem em determinado lugar, durante um lapso de tempo mais ou menos longo e que se acham unidas (ou não) por laços consanguíneos. Ela tem como tarefa primordial o cuidado e a proteção de seus membros, e se encontra dialeticamente articulada com a estrutura social na qual está inserida (MIOTO, 1997, p. 120). Família no plural FAMÍLIA E PARENTESCO Aquilo que se define como “parente” se relaciona também a essa noção de cuidado, ainda que se possa dizer que: [...] a família é um grupo social concreto e o parentesco uma abstração, uma estrutura formal, que resulta da combinação de três tipos de relações básicas: a relação de descendência (entre pais e filhos), a de consanguinidade (entre irmãos) e a de afinidade, que se dá pela aliança, através do casamento (BRUSCHINI, 1997, p. 60). Família no plural FAMÍLIA E PARENTESCO A seguir, você pode ver os novos padrões familiares — com base na divisão feita por Hintz (2001): a) família monoparental — o casal se divorcia ou se separa e um dos pais assume o cuidado dos filhos; b) família reconstituída — o casal une os filhos de casamentos anteriores com os filhos do atual casamento; c) união consensual — primeira forma de união entre os casais; Família no plural FAMÍLIA E PARENTESCO d) casal sem filhos por opção — o casal foca em outras áreas da sua vida e não na questão da vinda de um filho; e) família unipessoal — a pessoa opta por ficar sozinha; f) associação — a família é formada por amigos sem grau de parentesco, que não têm necessariamente um contato sexual, mas vivem juntos; g) casal de homossexuais — duas pessoas do mesmo sexo decidem assumir uma relação estável. Família no plural FAMÍLIA E PARENTESCO Como você já viu, para o conceito de família, é crucial é a noção de cuidado e proteção dos membros envolvidos. A questão da adoção evidencia outros termos utilizados atualmente para se definirem as novas formas familiares. Entre a gama de termos existentes, considere a Coparentalidade: Formação da família e sociedade FAMÍLIA E PARENTESCO Trata-se de arranjos familiares criados por gays e lésbicas que se associam com um parceiro do outro sexo para procriar, com ou sem relações sexuais, e criar a criança assim gerada em sistemas variados de residência alternada. A coparentalidade pode assumir múltiplas formas de acordo com o status conjugal dos parceiros e com o papel reservado a cada um dos atores envolvidos na elaboração do projeto. Assim, podemos ter situações onde um casal de homens decide ter uma criança com um casal de mulheres, um casal de mulheres com um homem solteiro (que pode ser homossexual ou heterossexual) ou ainda um casal de homens com uma mulher solteira (que também pode ser homossexual ou heterossexual) (TARNOVSKI, 2010, p. 2). Formação da família e sociedade FAMÍLIA E PARENTESCO Com os novos padrões familiares, cabe à sociedade se adaptar e compreender que as novas formas de se estar junto são tão legítimas como a família nucleada e estabelecida por relações sanguíneas. Assim, mesmo que se tenha garantida noção de liberdade na Constituição Federal de 1988, é preciso readaptar as formas jurídicas para que as novas famílias tenham seus direitos garantidos e possam viver com mais tranquilidade e segurança jurídica. Formação da família e sociedade FAMÍLIA E PARENTESCO ENFIM ... cabe compreender que um dos grandes desafios contemporâneos consiste em: “[...] respeitar a pluralidade de institutos e, por consequência, a pluralidade de efeitos que, por certo, podem (e devem) ser diversos, sob pena do aniquilamento da liberdade da pessoa e da sua própria dignidade humana” (ANGELUCI, 2017, p. 73). Assim, com o acesso aos direitos, as famílias podem garantir que sua geração tenha continuidade. Formação da família e sociedade
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