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1 Cristina Evaristo Camargo; Cyandra Ribeiro da Silva 2 Juliana Vieira Ferreira Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (PED1783) – Prática do Módulo II – 01/12/2019 A INCLUSÃO DIGITAL NA EJA Acadêmicos¹ Tutor Externo² RESUMO A inclusão digital das pessoas é uma necessidade político, social e cultural da era em que vivemos, já que estamos em meio a uma sociedade cada vez mais informatizada. Entretanto, nem todos os indivíduos tem tido acesso às estas novas tecnologias. Devido a essas exigências sociais atuais, busca-se por meio da realização dessa pesquisa bibliográfica, discutir os benefícios dos recursos tecnológicos na Educação de Jovens e Adultos e analisar os problemas que necessitam ser solucionados para uma utilização eficaz desses recursos para o processo de ensino e aprendizagem nesta modalidade de ensino. Este artigo visa também refletir sobre a história da Educação de Jovens e adultos, as novas tecnologias na educação, as novas tecnologias e a educação de jovens e adultos, finalizando com as dificuldades no uso das tecnologias no ensino da EJA. Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos. Aprendizagem. TICs. 1. INTRODUÇÃO O estudo tem como objetivo explicitar a importância de incluir os alunos da EJA na era digital que hoje vivemos. Pois nos dias atuais, além da importância de se ler e escrever, também existe há necessidade de ter noções básicas e poder ter contato com a tecnologia. Possibilitar a inclusão dos jovens e adultos nesse mundo digital, garantirá aos alunos da EJA, maiores oportunidades de inserção social. No entanto, para a concretização deste, existe muito a ser implementado e superado, visto que envolve alguns fatores, como por exemplo a falta de professores capacitados para lidarem com as tecnologias, a falta de investimentos por parte governamental, entre outros. Esses obstáculos tornam ainda mais difíceis à aprendizagem em relação a tecnologia, dificultando a inserção digital dos alunos da EJA. Podemos afirmar que ainda há muito a ser feito para transformar a situação destes jovens e adultos. Portanto, o referido trabalho visa colaborar para que sejam visualizadas as dificuldades existentes sobre o assunto, para que assim possam ser amenizadas e superadas ao longo do tempo pelos alunos e professores da EJA, de modo a colaborar com o educador no sentido de inserir os educandos a era digital, possibilitando-lhes o acesso às novas tecnologias, evidenciando sua importância e auxiliando na utilização 2 correta e inteligente dos recursos tecnológicos, provocando no indivíduo mudanças de pensamentos e atitudes, bem uma melhor inserção na sociedade. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 BREVE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) NO BRASIL A história da Educação de Jovens e Adultos (EJA) apresenta muitas variações ao longo do tempo, demonstrando estar ligada às transformações sociais, econômicas e políticas que caracterizam os diferentes momentos históricos do país. A EJA já existia desde o período colonial, porém, tinha foco na catequização e não no ato de educar em si, sendo que, somente no Brasil Império começaram a haver reformas educacionais relacionadas à educação. Inicialmente tinha-se uma alfabetização de adultos para os colonizadores, cujo objetivo era, instrumentalizar a população, ensinando-a a ler e escrever. Essa concepção foi adotada para que os colonos pudessem ler o catecismo e seguir as ordens e instruções da corte, para que os índios pudessem ser catequizados e, mais tarde, para que os trabalhadores conseguissem cumprir as tarefas exigidas pelo Estado. Os jesuítas acreditavam que não seria possível converter os índios sem que eles soubessem ler e escrever, verifica-se então, a importância da alfabetização (catequização) na vida do adulto, mesmo que os interesses fossem que essas pessoas servissem a Igreja e também para o trabalho. Após a expulsão dos Jesuítas no século XVIII, houve uma desorganização no ensino que até então estava estabelecido. A educação básica de adultos começou a estabelecer seu lugar através da história da educação no Brasil, a partir da década de 1930, pois neste período a sociedade passava por grandes transformações, como, o crescimento no processo de industrialização e concentração da população nos centros urbanos. Neste período, o sistema de ensino de educação começa a se firmar, há uma oferta gratuita acolhendo setores sociais cada vez mais diversos. A partir de agora a educação de Jovens e Adultos que antes era doutrinária, se efetiva como forma de Educação Tecnicista, pois com o desenvolvimento da indústria, 3 era necessário mão de obra qualificada, que obtivesse basicamente as competências de leitura, escrita e realização de operações matemáticas simples. Porém, a maior parte da população adulta não tinha uma escolarização suficiente que contemplasse essas exigências do mercado de trabalho na indústria e a partir daí, a escola começou a repensar seu currículo e passou a incorporar na sua proposta de trabalho pedagógico a formação técnica isto é, a preparação para o trabalho. A década de 1940 foi um período marcado por algumas iniciativas políticas e pedagógicas que ampliaram a educação de jovens e adultos. Este conjunto de iniciativas permitiu que a educação de adultos se firmasse como uma questão nacional, ao mesmo tempo, os movimentos internacionais e organizações como a UNESCO, exerceram influência positiva, reconhecendo os trabalhos que vinham sendo realizados no Brasil e estimulando a criação de programas nacionais de educação de adultos analfabetos. Com o fim da ditadura de Vargas em 1945, o país começou a viver uma grande ebulição política, onde a sociedade passou por momentos de grandes crises. Houve momentos de muitas críticas quanto aos adultos analfabetos, fazendo com que muitas vezes, as pessoas não acreditarem na busca de um ensino de qualidade. Todo esse transtorno em lutar por uma educação para todos, fez com que a educação de adultos ganhasse destaque na sociedade. Com o tempo, o tema Educação de Jovens e Adultos passou a ser bem questionado por meio de congressos, publicações e discussões a respeito das dificuldades nesse processo educativo e, entre o fim da década de 50 até a década de 60, em meio a tantas discussões e buscas de reformas, adotou-se o método Paulo Freire na EJA. Neste período, foi realizado o segundo Congresso Nacional de Educação de Adultos, objetivando avaliar as ações realizadas na área e visando propor soluções adequadas para a questão. A delegação de Pernambuco, da qual Paulo Freire fazia parte, propôs uma educação baseada no diálogo, que considerasse as características socioculturais das classes populares, estimulando sua participação consciente na realidade social. “Assim a educação […] deve compreender que os sujeitos têm história, participam de lutas sociais, têm nome e rostos, gênero, raça, etnias e gerações diferenciadas. O que significa que a educação precisa levar em conta as pessoas e os conhecimentos que estas possuem” (BRASIL, 2005, p.17). 4 Nesse congresso se discutiu, também, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e, em decorrência, foi laborada em 1962 o Plano Nacional de Educação, sendo extintas as campanhas nacionais de educação de adultos em 1963. A década de 70, ainda sob a ditadura militar, marca o início das ações do Movimento Brasileiro de Analfabetismo ( MOBRAL), que era um projeto para acabar com o analfabetismo em apenas dez anos. Já o ensino supletivo teve seu início em 1971 e foi um marco muito importante na história da educação de jovens e adultos do Brasil. Durante o período militar, a educação de adultos adquiriu pela primeira vez na sua história um estatuto legal, sendo organizada em capítulo exclusivoda Lei n° 5.692/71, intitulado ensino supletivo. O artigo 24 desta legislação estabelecia como função do supletivo suprir a escolarização regular para adolescentes e adultos que não a tenham conseguido ou concluído na idade própria. (Vieira, 2004, p.40) Foram criados os Centros de Estudo Supletivo em todo o País, com a proposta de ser um modelo de educação do futuro, atendendo às necessidades de uma sociedade em processo de modernização. No início da década de 80, a sociedade brasileira viveu importantes transformações sócio/políticas com o fim dos governos militares e a retomada do processo de democratização. Em 85, o MOBRAL foi extinto, sendo substituído pela Fundação EDUCAR. Contudo, a partir de 1990, com o início do governo Collor, a Fundação EDUCAR foi extinta. Posteriormente, em janeiro de 2003, foi lançado no governo de Lula, o Programa Brasil Alfabetizado, cuja meta era erradicar o analfabetismo. Apesar de o contexto histórico mostrar o progresso da Educação de Jovens e Adultos desde as primeiras iniciativas, observamos que essa modalidade educativa ainda possui muitos desafios que estão relacionados com a grade curricular, inadequação de livros e metodologias, falta de capacitação de alguns profissionais, falta de demanda de alunos, falta de investimentos do governo , dificuldade de acesso, e principalmente, a inexistência do uso das novas tecnologias no contexto escolar, questões essas que necessitam ser analisadas, para uma oferta de educação de qualidade. 2.2 AS NOVAS TECNOLOGIAS E A EDUCAÇÃO 5 O mundo atual está passando por inúmeras e cada vez mais aceleradas transformações em torno de todos os cantos da sociedade. Estamos diante de um mundo globalizado e cada vez mais automatizado, que desfruta das mais diversas tecnologias para aperfeiçoar inúmeras áreas do conhecimento, convém dar o devido destaque à tecnologia da informação voltada para a educação, que vem ganhando espaço na realidade educacional brasileira. Atualmente quase que todo o funcionamento da vida social está entrelaçado com as tecnologias. A tecnologia existe desde os primórdios da humanidade com o objetivo de facilitar a vida do homem. “O homem se valeu da técnica ou instrumentos desde o fim da era glacial e nas eras Mesolíticas, Neolíticas e Paleolíticas como forma de sobrevivência e, com o tempo foi aprimorando o uso da técnica para a satisfação de suas necessidades” (GRINSPUN, 2009). No entanto, a tecnologia propriamente dita no qual conhecemos hoje, teve sua ascensão a partir do fim Século XX e início do Século XXI, com a ampliação dos meios de comunicação e informação com o processo de globalização. Quando se fala em Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), geralmente acredita-se ser somente a internet, porém estas vão além do uso da internet. “São consideradas Tecnologias da Informação e Comunicação, às redes de informática e dispositivos que interagem com elas” (TEDESCO, 2004, p.96). No contexto escolar pode-se citar como recurso tecnológico o computador, a internet, a televisão, o rádio, reprodutores de vídeo, materiais impressos e as tecnologias convencionais que não são novas, como retroprojetores e outros, que ainda tem utilidade pedagógica. A integração da tecnologia de informação e comunicação na escola favorece muito a aprendizagem do aluno e a aproximação deste com o professor, pois através deste meio tecnológico ambos têm a possibilidade de construírem conhecimento juntos. Além de melhorar o processo de ensino e aprendizagem, aproxima o conhecimento aprendido na escola com a realidade atual em que a sociedade vive. A escola de hoje vai além de ser um espaço com mero objetivo de transmitir conhecimentos e adquirir competências valorizadas no mercado, a escola envolve a preparação para a vida em sociedade. De acordo com TEDESCO: 6 Por isso mesmo, também deve dar conta das transformações que experimenta o contexto cultural imediato em que se desenvolvem as tarefas formativas, ou seja, o contexto de sentidos e significados que permite que os sistemas educacionais funcionem como meio de transmissão e integração culturais. (TEDESCO, 2004, p.34) A educação deve dar conta das novas exigências culturais e sociais, sendo preciso incorporá-las no ato educativo e, as novas tecnologias estão inseridas nesse contexto, por isso, precisam ser utilizadas pela escola no processo de ensino e aprendizagem até mesmo na Educação de Jovens e Adultos. Como se pode aprender em todos os lugares, a escola por meio dos recursos tecnológicos pode ampliar o acesso ao conhecimento e posteriormente promover uma educação continuada, de qualidade e finalidade prática. As tecnologias são utilizadas para romper as barreiras impostas pelas paredes das escolas, tornando possível ao professor e ao aluno conhecer e lidar com um mundo diferente a partir de culturas e realidades ainda desconhecidas, a partir de trocas de experiências e de trabalhos colaborativos. 2.3 AS NOVAS TECNOLOGIAS E A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Os recursos tecnológicos são ferramentas importantes na aprendizagem dentro da escola em qualquer modalidade de ensino. Ainda assim, apesar dos benefícios desses recursos, constata-se que estes não são muito utilizados na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Os recursos tecnológicos estão presentes no dia a dia desde códigos de barra ao uso contínuo do celular, entre outros e não permitir o conhecimento do uso desses recursos faz com que uma parcela da sociedade esteja alienada com relação ao direito à cidadania. O papel da escola é preparar para a vida, e isso envolve mais do que ensinar conteúdos ou habilidades estabelecidas nos currículos. O educar para a vida envolve preparar o aluno para lidar com os problemas pessoais e sociais, saber seus deveres e direitos, a ter bom relacionamento com os outros em diversos ambientes e principalmente a ter autonomia que por sinal é o maior desafio que a escola possui hoje. É essa autonomia 7 que os alunos da Educação de Jovens e Adultos precisam aprender dentro da escola, e a inclusão digital pode favorecer nesse quesito. A escola precisa proporcionar aos alunos de todas as idades o acesso às diversas formas de conhecimento, além do acesso à cultura e a arte. No Ensino Fundamental e Médio esse acesso é facilitado devido ao maior investimento do governo nessas modalidades, já na Educação de Jovens e Adultos, a situação é diferente. Como a EJA é ofertada em sua maioria no período noturno, há uma dificuldade ao acesso presencial em instituições culturais e artísticas, além disso, a Educação de Jovens e Adultos é considerada como uma educação compensatória e aligeirada no Brasil e devido a isso os investimentos são limitados ou escassos. O contexto social em que vivemos hoje exige o uso das tecnologias, e utilizá-las não muda somente a forma de agir, mas, sim da forma de viver e relacionar dos indivíduos. Se tratando da questão da exclusão digital, o documento base VI Confintea nos diz: Todos os sujeitos se veem diante de um novo mundo de informações e linguagens/ferramentas do ambiente virtual multimídia, mas mesmo a apreensão desigual dessas linguagens/ferramentas do fazer este mundo inclui a todos, sem escolha, com diferentes graus de acesso: códigos de barra, cartões eletrônicos, celulares estão na relidade cotidiana, mesmo quando se é levado a pensar no conceito que mais uma vez, ameaça o direito: o da exclusão digital. (BRASIL, 2008,p.18) Ao permitir o acesso as tecnologias tais como: computadores ligados a internet, filmes, vídeos e outros, os alunos jovens e adultos passam a ter um maior conhecimento de mundo, perpassando barreiras sócio-culturais e regionais. Em detrimento dessa exigência social, a Declaração de Hamburgo propõe medidas a longo prazo para melhoriada qualidade da Educação de Jovens e Adultos no Brasil. A Declaração de Hamburgo salienta: (…) O desenvolvimento de novas tecnologias, na área da informação e comunicação, traz consigo novos riscos de exclusão social para grupos de indivíduos e de empresas que se mostrem incapazes de se adaptar a essa realidade. Uma das funções da educação de adultos, no futuro, deve ser de limitar esses riscos de exclusão, de modo que a dimensão humana das sociedades da informação se torne preponderante. (UNESCO, 1997,p.26) 8 Desde 1997 quando foi apresentada essa proposta de inclusão digital, observa-se que caminhamos pouco em relação a esse processo. Muitas barreiras necessitam ser quebradas para a diminuição da exclusão digital e o uso eficaz das tecnologias na escola. 2.4 AS DIFICULDADES NO USO DAS TECNOLOGIAS NO ENSINO DA EJA O uso das tecnologias como ferramenta de educar é um sonho ainda distante, principalmente porque não há interesse por parte do governo em investir na capacitação de professores e alunos. E os poucos que conseguem se empenham em se profissionalizar com custo próprio, os educandos, geralmente pertencem a uma comunidade pobre, e dependem exclusivamente dos investimentos governamentais. Por isso, para que a tecnologia fosse usada de forma a integrar professores e alunos, seria necessária uma mudança radical do sistema de ensino público. Faz-se necessária uma maior capacitação dos professores para uso dessas tecnologias, pois, quando se há domínio de uso se torna mais fácil o planejamento das aulas com esses recursos e maior objetividade de sua finalidade para os alunos. Seria interessante então, haver maior investimento do governo e das instituições em capacitação desse professor atuante na Educação de |Jovens e Adultos. Outra questão fundamental que dificulta na integração dos recursos tecnológicos em sala de aula na EJA, é o olhar tradicional e compensatório que ela possui. Muitos pensam que só porque essa modalidade de ensino envolve um público de alunos adultos, ou pessoas de terceira idade, não há necessidade de utilizar os recursos tecnológicos em sala, pois o foco desta educação é alfabetizar ou ensinar o básico para conseguir o diploma. Com isso pouco se é feito com relação a investimentos, incorporação de recursos tecnológicos e novas metodologias a serem utilizadas pelo professor para essa modalidade de ensino. Porém é imprescindível que os alunos se integrem ao mundo tecnológico, pois essa integração trará oportunidades que só quem está plenamente integrado tem. No mundo em que vivemos, considera-se qualificado aquele aluno que consegue se integrar com a realidade tecnológica, pois, no mercado de trabalho é cada vez maior a necessidade 9 do uso dessas ferramentas, desse modo, o aluno que não se aplica em aprender, fica à mercê da sorte. 3. MATERIAIS E MÉTODOS O procedimento metodológico utilizado para este trabalho foi qualitativo, que possui como características o pesquisador como principal instrumento da pesquisa alvo, a obtenção de dados predominantemente descritivos a partir do contato do pesquisador com a situação estudada. Pode-se então afirmar que a pesquisa é de caráter exploratório, uma vez que a pesquisa exploratória permite o controle dos efeitos desvirtuadores do pesquisador, possibilita que a realidade seja percebida tal como ela é, e não como o pesquisador pensa que seja. De acordo com Prodanov e Freitas (2013, p.14): A metodologia é compreendida como uma disciplina que consiste em estudar, compreender e avaliar os vários métodos disponíveis para realização de uma pesquisa acadêmica. A metodologia, em um nível aplicado, examina, descreve e avalia métodos e técnicas de pesquisa que possibilitam a coleta e processamento de informações, visando ao encaminhamento e à resolução de problemas e/ou questões de investigação. O trabalho será produzido em forma de pesquisa bibliográfica sendo a primeira etapa com o levantamento do material bibliográfico, que se refere a classificação do material selecionado como fonte da pesquisa, por exemplo: livros, coletânea de textos, teses e dissertações, periódicos (Citando o nome daqueles que forma consultados). Na segunda etapa é o teste do instrumento para levantamento das informações, selecionando o material bibliográfico e realização de leituras. Realizar um pesquisa bibliográfica não significa apenas analisar informações, é necessário uma busca, analisar e verificar novas fontes de pesquisa que tenha uma base teórica, é necessário a busca aprimorada em lugares apropriados a trabalhos reconhecidos. Para Gil (2007), os exemplos mais característicos desse tipo de pesquisa são sobre investigação, sobre ideologias ou aquelas que propõem à análise das diversas posições acerca de um problema já existente, através do problema localizado, a busca da pesquisa bibliográfica ira auxiliar no processo do desenvolvimento na construção do conhecimento. A pesquisa bibliográfica tem uma importante função no desenvolvimento nos mais diversos tipos de pesquisas, ela está presente em todos os estudos, as pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. FIGURA 1 – APRENDIZAGEM DIGITAL 10 FONTE: Disponível em: < https://medium.com/cesar-reports/escola-e- inova%C3%A7%C3%A3o-educacional-no-novo-mundo-do-trabalho-12d82828e049 >. Acessado em: 5 de Out. 2019 Na imagem temos um desenho de computadores com algumas pessoas olhando para destes enquanto outros apontam e fazem gestos como se estivessem ensinados algo. Vemos pessoas de diversas cores e gêneros e idades, representando uma diversificação. Tudo isso de forma leve através dos efeitos de coloração, mostrando um momento descontraído, de aprendizagem. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO A Educação de Jovens e Adultos no Brasil percorreu uma grande trajetória até se encontrar como é conhecida atualmente. E o foco da aprendizagem na EJA também foi se alterando ao longo dos anos. Além disso, a inclusão da tecnologia alterou as formas de aprendizagens e seus métodos em relação a educação de modo geral, pois capacitar os alunos para lidar com a tecnologia, é os ensinar a lidar com o mundo atual. Mas com essa inclusão, o que era para ser um facilitador, passou a ser um sonho idealizado. Com poucos ou sem nenhum recurso e profissionais não habilitados para lidar com essas mudanças, a Educação de Jovens e Adultos encara grandes desfalques em relação a tecnologia digital. Muitos desses resultados proporcionados pela falta de interesse governamental e por conta da visão tradicional que se lança sobre os alunos da EJA, visto como seres que https://medium.com/cesar-reports/escola-e-inova%C3%A7%C3%A3o-educacional-no-novo-mundo-do-trabalho-12d82828e049 https://medium.com/cesar-reports/escola-e-inova%C3%A7%C3%A3o-educacional-no-novo-mundo-do-trabalho-12d82828e049 11 não precisam lidar com tais recursos, o que apresenta uma linha totalmente contrária do que o mercado de trabalho atual procura. 5. CONCLUSÃO Através deste trabalho foi possível concluir que através da Educação de Jovens e Adultos, uma parcela da sociedade que era excluída em questões escolares, passou a ganhar uma importante atenção. Mas que as intenções para que essa modalidade fosse ofertada, passou por alterações, acompanhando a evolução histórica. Também foi possível perceber o quanto a temática da tecnologia na Educação de Jovens e Adultos é pouco abordada. E quando se fala do uso das tecnologias na EJA. Notasse que os desafios ainda são grandes e muito difíceis. Em nosso País, em que a erradicação do analfabetismo ainda não é concreta, o analfabetismo digital e o uso das tecnologias nas práticas de ensino ainda são distantes. Assim, considerando-se a mudança de perfilda população a ser atendida pela Educação de Jovens e Adultos, é imprescindível repensar e replanejar essa modalidade de ensino e o que poderá ser oferecido aos que a ela recorrem. É importante levar em consideração os objetivos desses alunos ao procurarem a escola. A utilização de ferramentas como a internet, a televisão, o celular e o computador, pode trazer mudanças significativas nos processos de ensino e aprendizagem; são recursos que podem auxiliar não só os jovens e adultos a saírem das condições de “analfabetos” nos pontos de vista de leitura, de escrita e digital. Dessa maneira, o aluno seria capaz de conviver e conseguiria transformar a si próprio e a sociedade na qual está presente. Se faz urgente a necessidade de um programa de ensino que contemple a educação e a tecnologia, para que ambas consigam atuar como facilitadoras para esse momento, que como professores, tanto sonhamos que aconteça, que os alunos transforme a sociedade. REFERÊNCIAS BRASIL. Documento base nacional preparatório a VI CONFINTEA. Brasília. MEC, 2008. BRASIL. Decreto n° 6.300, de dezembro de 2007. Programa Nacional de Tecnologia Educacional-ProInfo. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF. BRASIL. Ministério da Educação. Saberes da Terra: Programa Nacional de Educação de Jovens e Adultos Integrada com Qualificação Social e Profissional para Agricultores(as) Familiares. MEC, out. 2005. 12 GRINSPUN, Miriam P.S.Zippin. Educação tecnológica: desafios e perspectivas. - 3. ed. rev.e ampl. - São Paulo: Cortez, 2009. 293p. PRODANOV, C. e FREITAS, E.C. Metodologia do trabalho cientifico: Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico. 2 ed. Novo Hamburgo: Feevale, 2013. TEDESCO, Juan Carlos. Educação e Novas Tecnologias: esperança ou incerteza? - São Paulo. Editora: Cortez, 2004. 255p. UNESCO. Declaração de Hamburgo sobre Educação de Adultos – V Conferência Internacional sobre Educação de Adultos/ V CONFINTEA. 1997. VIEIRA, Maria Clarisse. Fundamentos históricos, políticos e sociais da educação de jovens e adultos: aspectos históricos da educação de jovens e adultos no Brasil, v.1. Brasília: Universidade de Brasília, 2004.
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