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A inclusção digital na EJA

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1 Cristina Evaristo Camargo; Cyandra Ribeiro da Silva 
2 Juliana Vieira Ferreira 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (PED1783) – Prática do Módulo II – 
01/12/2019 
 
A INCLUSÃO DIGITAL NA EJA 
 
Acadêmicos¹ 
Tutor Externo² 
 
 
 
RESUMO 
 
A inclusão digital das pessoas é uma necessidade político, social e cultural da era em 
que vivemos, já que estamos em meio a uma sociedade cada vez mais informatizada. 
Entretanto, nem todos os indivíduos tem tido acesso às estas novas tecnologias. Devido 
a essas exigências sociais atuais, busca-se por meio da realização dessa pesquisa 
bibliográfica, discutir os benefícios dos recursos tecnológicos na Educação de Jovens e 
Adultos e analisar os problemas que necessitam ser solucionados para uma utilização 
eficaz desses recursos para o processo de ensino e aprendizagem nesta modalidade de 
ensino. Este artigo visa também refletir sobre a história da Educação de Jovens e adultos, 
as novas tecnologias na educação, as novas tecnologias e a educação de jovens e adultos, 
finalizando com as dificuldades no uso das tecnologias no ensino da EJA. 
 
 
 
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos. Aprendizagem. TICs. 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 O estudo tem como objetivo explicitar a importância de incluir os alunos da EJA 
na era digital que hoje vivemos. Pois nos dias atuais, além da importância de se ler e 
escrever, também existe há necessidade de ter noções básicas e poder ter contato com a 
tecnologia. 
 Possibilitar a inclusão dos jovens e adultos nesse mundo digital, garantirá aos 
alunos da EJA, maiores oportunidades de inserção social. No entanto, para a 
concretização deste, existe muito a ser implementado e superado, visto que envolve 
alguns fatores, como por exemplo a falta de professores capacitados para lidarem com as 
tecnologias, a falta de investimentos por parte governamental, entre outros. 
 Esses obstáculos tornam ainda mais difíceis à aprendizagem em relação a 
tecnologia, dificultando a inserção digital dos alunos da EJA. 
 Podemos afirmar que ainda há muito a ser feito para transformar a situação destes 
jovens e adultos. Portanto, o referido trabalho visa colaborar para que sejam visualizadas 
as dificuldades existentes sobre o assunto, para que assim possam ser amenizadas e 
superadas ao longo do tempo pelos alunos e professores da EJA, de modo a colaborar 
com o educador no sentido de inserir os educandos a era digital, possibilitando-lhes o 
acesso às novas tecnologias, evidenciando sua importância e auxiliando na utilização 
2 
 
 
 
correta e inteligente dos recursos tecnológicos, provocando no indivíduo mudanças de 
pensamentos e atitudes, bem uma melhor inserção na sociedade. 
 
 
 
 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
2.1 BREVE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) NO 
BRASIL 
 
A história da Educação de Jovens e Adultos (EJA) apresenta muitas variações ao 
longo do tempo, demonstrando estar ligada às transformações sociais, econômicas e 
políticas que caracterizam os diferentes momentos históricos do país. A EJA já existia 
desde o período colonial, porém, tinha foco na catequização e não no ato de educar em 
si, sendo que, somente no Brasil Império começaram a haver reformas educacionais 
relacionadas à educação. 
 
Inicialmente tinha-se uma alfabetização de adultos para os colonizadores, cujo 
objetivo era, instrumentalizar a população, ensinando-a a ler e escrever. Essa concepção 
foi adotada para que os colonos pudessem ler o catecismo e seguir as ordens e instruções 
da corte, para que os índios pudessem ser catequizados e, mais tarde, para que os 
trabalhadores conseguissem cumprir as tarefas exigidas pelo Estado. 
 
Os jesuítas acreditavam que não seria possível converter os índios sem que eles 
soubessem ler e escrever, verifica-se então, a importância da alfabetização (catequização) 
na vida do adulto, mesmo que os interesses fossem que essas pessoas servissem a Igreja 
e também para o trabalho. Após a expulsão dos Jesuítas no século XVIII, houve uma 
desorganização no ensino que até então estava estabelecido. 
 
A educação básica de adultos começou a estabelecer seu lugar através da história 
da educação no Brasil, a partir da década de 1930, pois neste período a sociedade passava 
por grandes transformações, como, o crescimento no processo de industrialização e 
concentração da população nos centros urbanos. Neste período, o sistema de ensino de 
educação começa a se firmar, há uma oferta gratuita acolhendo setores sociais cada vez 
mais diversos. A partir de agora a educação de Jovens e Adultos que antes era doutrinária, 
se efetiva como forma de Educação Tecnicista, pois com o desenvolvimento da indústria, 
3 
 
 
 
era necessário mão de obra qualificada, que obtivesse basicamente as competências de 
leitura, escrita e realização de operações matemáticas simples. Porém, a maior parte da 
população adulta não tinha uma escolarização suficiente que contemplasse essas 
exigências do mercado de trabalho na indústria e a partir daí, a escola começou a repensar 
seu currículo e passou a incorporar na sua proposta de trabalho pedagógico a formação 
técnica isto é, a preparação para o trabalho. 
 
A década de 1940 foi um período marcado por algumas iniciativas políticas e 
pedagógicas que ampliaram a educação de jovens e adultos. Este conjunto de iniciativas 
permitiu que a educação de adultos se firmasse como uma questão nacional, ao mesmo 
tempo, os movimentos internacionais e organizações como a UNESCO, exerceram 
influência positiva, reconhecendo os trabalhos que vinham sendo realizados no Brasil e 
estimulando a criação de programas nacionais de educação de adultos analfabetos. 
 
Com o fim da ditadura de Vargas em 1945, o país começou a viver uma grande 
ebulição política, onde a sociedade passou por momentos de grandes crises. Houve 
momentos de muitas críticas quanto aos adultos analfabetos, fazendo com que muitas 
vezes, as pessoas não acreditarem na busca de um ensino de qualidade. Todo esse 
transtorno em lutar por uma educação para todos, fez com que a educação de adultos 
ganhasse destaque na sociedade. 
 
Com o tempo, o tema Educação de Jovens e Adultos passou a ser bem questionado 
por meio de congressos, publicações e discussões a respeito das dificuldades nesse 
processo educativo e, entre o fim da década de 50 até a década de 60, em meio a tantas 
discussões e buscas de reformas, adotou-se o método Paulo Freire na EJA. Neste período, 
foi realizado o segundo Congresso Nacional de Educação de Adultos, objetivando avaliar 
as ações realizadas na área e visando propor soluções adequadas para a questão. A 
delegação de Pernambuco, da qual Paulo Freire fazia parte, propôs uma educação baseada 
no diálogo, que considerasse as características socioculturais das classes populares, 
estimulando sua participação consciente na realidade social. “Assim a educação […] deve 
compreender que os sujeitos têm história, participam de lutas sociais, têm nome e rostos, 
gênero, raça, etnias e gerações diferenciadas. O que significa que a educação precisa levar 
em conta as pessoas e os conhecimentos que estas possuem” (BRASIL, 2005, p.17). 
 
4 
 
 
 
Nesse congresso se discutiu, também, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional e, em decorrência, foi laborada em 1962 o Plano Nacional de Educação, sendo 
extintas as campanhas nacionais de educação de adultos em 1963. 
 
A década de 70, ainda sob a ditadura militar, marca o início das ações do 
Movimento Brasileiro de Analfabetismo ( MOBRAL), que era um projeto para acabar 
com o analfabetismo em apenas dez anos. Já o ensino supletivo teve seu início em 1971 
e foi um marco muito importante na história da educação de jovens e adultos do Brasil. 
 
Durante o período militar, a educação de adultos adquiriu pela primeira vez na 
sua história um estatuto legal, sendo organizada em capítulo exclusivoda Lei 
n° 5.692/71, intitulado ensino supletivo. O artigo 24 desta legislação 
estabelecia como função do supletivo suprir a escolarização regular para 
adolescentes e adultos que não a tenham conseguido ou concluído na idade 
própria. (Vieira, 2004, p.40) 
 
 
Foram criados os Centros de Estudo Supletivo em todo o País, com a proposta de 
ser um modelo de educação do futuro, atendendo às necessidades de uma sociedade em 
processo de modernização. No início da década de 80, a sociedade brasileira viveu 
importantes transformações sócio/políticas com o fim dos governos militares e a 
retomada do processo de democratização. Em 85, o MOBRAL foi extinto, sendo 
substituído pela Fundação EDUCAR. Contudo, a partir de 1990, com o início do governo 
Collor, a Fundação EDUCAR foi extinta. Posteriormente, em janeiro de 2003, foi lançado 
no governo de Lula, o Programa Brasil Alfabetizado, cuja meta era erradicar o 
analfabetismo. 
 
Apesar de o contexto histórico mostrar o progresso da Educação de Jovens e 
Adultos desde as primeiras iniciativas, observamos que essa modalidade educativa ainda 
possui muitos desafios que estão relacionados com a grade curricular, inadequação de 
livros e metodologias, falta de capacitação de alguns profissionais, falta de demanda de 
alunos, falta de investimentos do governo , dificuldade de acesso, e principalmente, a 
inexistência do uso das novas tecnologias no contexto escolar, questões essas que 
necessitam ser analisadas, para uma oferta de educação de qualidade. 
 
2.2 AS NOVAS TECNOLOGIAS E A EDUCAÇÃO 
 
5 
 
 
 
O mundo atual está passando por inúmeras e cada vez mais aceleradas 
transformações em torno de todos os cantos da sociedade. Estamos diante de um mundo 
globalizado e cada vez mais automatizado, que desfruta das mais diversas tecnologias 
para aperfeiçoar inúmeras áreas do conhecimento, convém dar o devido destaque à 
tecnologia da informação voltada para a educação, que vem ganhando espaço na realidade 
educacional brasileira. Atualmente quase que todo o funcionamento da vida social está 
entrelaçado com as tecnologias. 
 
A tecnologia existe desde os primórdios da humanidade com o objetivo de facilitar 
a vida do homem. “O homem se valeu da técnica ou instrumentos desde o fim da era 
glacial e nas eras Mesolíticas, Neolíticas e Paleolíticas como forma de sobrevivência e, 
com o tempo foi aprimorando o uso da técnica para a satisfação de suas necessidades” 
(GRINSPUN, 2009). No entanto, a tecnologia propriamente dita no qual conhecemos 
hoje, teve sua ascensão a partir do fim Século XX e início do Século XXI, com a 
ampliação dos meios de comunicação e informação com o processo de globalização. 
 
Quando se fala em Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), geralmente 
acredita-se ser somente a internet, porém estas vão além do uso da internet. “São 
consideradas Tecnologias da Informação e Comunicação, às redes de informática e 
dispositivos que interagem com elas” (TEDESCO, 2004, p.96). No contexto escolar 
pode-se citar como recurso tecnológico o computador, a internet, a televisão, o rádio, 
reprodutores de vídeo, materiais impressos e as tecnologias convencionais que não são 
novas, como retroprojetores e outros, que ainda tem utilidade pedagógica. 
 
A integração da tecnologia de informação e comunicação na escola favorece 
muito a aprendizagem do aluno e a aproximação deste com o professor, pois através deste 
meio tecnológico ambos têm a possibilidade de construírem conhecimento juntos. Além 
de melhorar o processo de ensino e aprendizagem, aproxima o conhecimento aprendido 
na escola com a realidade atual em que a sociedade vive. 
 
A escola de hoje vai além de ser um espaço com mero objetivo de transmitir 
conhecimentos e adquirir competências valorizadas no mercado, a escola envolve a 
preparação para a vida em sociedade. De acordo com TEDESCO: 
 
6 
 
 
 
Por isso mesmo, também deve dar conta das transformações que experimenta 
o contexto cultural imediato em que se desenvolvem as tarefas formativas, ou 
seja, o contexto de sentidos e significados que permite que os sistemas 
educacionais funcionem como meio de transmissão e integração culturais. 
(TEDESCO, 2004, p.34) 
 
 
A educação deve dar conta das novas exigências culturais e sociais, sendo preciso 
incorporá-las no ato educativo e, as novas tecnologias estão inseridas nesse contexto, por 
isso, precisam ser utilizadas pela escola no processo de ensino e aprendizagem até mesmo 
na Educação de Jovens e Adultos. Como se pode aprender em todos os lugares, a escola 
por meio dos recursos tecnológicos pode ampliar o acesso ao conhecimento e 
posteriormente promover uma educação continuada, de qualidade e finalidade prática. 
 
As tecnologias são utilizadas para romper as barreiras impostas pelas paredes das 
escolas, tornando possível ao professor e ao aluno conhecer e lidar com um mundo 
diferente a partir de culturas e realidades ainda desconhecidas, a partir de trocas de 
experiências e de trabalhos colaborativos. 
 
 
2.3 AS NOVAS TECNOLOGIAS E A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 
 
 
Os recursos tecnológicos são ferramentas importantes na aprendizagem dentro da 
escola em qualquer modalidade de ensino. Ainda assim, apesar dos benefícios desses 
recursos, constata-se que estes não são muito utilizados na Educação de Jovens e Adultos 
(EJA). 
 
Os recursos tecnológicos estão presentes no dia a dia desde códigos de barra ao 
uso contínuo do celular, entre outros e não permitir o conhecimento do uso desses 
recursos faz com que uma parcela da sociedade esteja alienada com relação ao direito à 
cidadania. O papel da escola é preparar para a vida, e isso envolve mais do que ensinar 
conteúdos ou habilidades estabelecidas nos currículos. O educar para a vida envolve 
preparar o aluno para lidar com os problemas pessoais e sociais, saber seus deveres e 
direitos, a ter bom relacionamento com os outros em diversos ambientes e principalmente 
a ter autonomia que por sinal é o maior desafio que a escola possui hoje. É essa autonomia 
7 
 
 
 
que os alunos da Educação de Jovens e Adultos precisam aprender dentro da escola, e a 
inclusão digital pode favorecer nesse quesito. 
 
A escola precisa proporcionar aos alunos de todas as idades o acesso às diversas 
formas de conhecimento, além do acesso à cultura e a arte. No Ensino Fundamental e 
Médio esse acesso é facilitado devido ao maior investimento do governo nessas 
modalidades, já na Educação de Jovens e Adultos, a situação é diferente. Como a EJA é 
ofertada em sua maioria no período noturno, há uma dificuldade ao acesso presencial em 
instituições culturais e artísticas, além disso, a Educação de Jovens e Adultos é 
considerada como uma educação compensatória e aligeirada no Brasil e devido a isso os 
investimentos são limitados ou escassos. 
 
O contexto social em que vivemos hoje exige o uso das tecnologias, e utilizá-las 
não muda somente a forma de agir, mas, sim da forma de viver e relacionar dos 
indivíduos. Se tratando da questão da exclusão digital, o documento base VI Confintea 
nos diz: 
 
Todos os sujeitos se veem diante de um novo mundo de informações e 
linguagens/ferramentas do ambiente virtual multimídia, mas mesmo a 
apreensão desigual dessas linguagens/ferramentas do fazer este mundo inclui 
a todos, sem escolha, com diferentes graus de acesso: códigos de barra, cartões 
eletrônicos, celulares estão na relidade cotidiana, mesmo quando se é levado a 
pensar no conceito que mais uma vez, ameaça o direito: o da exclusão digital. 
(BRASIL, 2008,p.18) 
 
Ao permitir o acesso as tecnologias tais como: computadores ligados a internet, 
filmes, vídeos e outros, os alunos jovens e adultos passam a ter um maior conhecimento 
de mundo, perpassando barreiras sócio-culturais e regionais. Em detrimento dessa 
exigência social, a Declaração de Hamburgo propõe medidas a longo prazo para melhoriada qualidade da Educação de Jovens e Adultos no Brasil. A Declaração de Hamburgo 
salienta: 
 
(…) O desenvolvimento de novas tecnologias, na área da informação e 
comunicação, traz consigo novos riscos de exclusão social para grupos de 
indivíduos e de empresas que se mostrem incapazes de se adaptar a essa 
realidade. Uma das funções da educação de adultos, no futuro, deve ser de 
limitar esses riscos de exclusão, de modo que a dimensão humana das 
sociedades da informação se torne preponderante. (UNESCO, 1997,p.26) 
 
 
8 
 
 
 
Desde 1997 quando foi apresentada essa proposta de inclusão digital, observa-se 
que caminhamos pouco em relação a esse processo. Muitas barreiras necessitam ser 
quebradas para a diminuição da exclusão digital e o uso eficaz das tecnologias na escola. 
 
 
2.4 AS DIFICULDADES NO USO DAS TECNOLOGIAS NO ENSINO DA EJA 
 
 
O uso das tecnologias como ferramenta de educar é um sonho ainda distante, 
principalmente porque não há interesse por parte do governo em investir na capacitação 
de professores e alunos. E os poucos que conseguem se empenham em se profissionalizar 
com custo próprio, os educandos, geralmente pertencem a uma comunidade pobre, e 
dependem exclusivamente dos investimentos governamentais. Por isso, para que a 
tecnologia fosse usada de forma a integrar professores e alunos, seria necessária uma 
mudança radical do sistema de ensino público. 
 
Faz-se necessária uma maior capacitação dos professores para uso dessas 
tecnologias, pois, quando se há domínio de uso se torna mais fácil o planejamento das 
aulas com esses recursos e maior objetividade de sua finalidade para os alunos. Seria 
interessante então, haver maior investimento do governo e das instituições em capacitação 
desse professor atuante na Educação de |Jovens e Adultos. 
 
Outra questão fundamental que dificulta na integração dos recursos tecnológicos 
em sala de aula na EJA, é o olhar tradicional e compensatório que ela possui. Muitos 
pensam que só porque essa modalidade de ensino envolve um público de alunos adultos, 
ou pessoas de terceira idade, não há necessidade de utilizar os recursos tecnológicos em 
sala, pois o foco desta educação é alfabetizar ou ensinar o básico para conseguir o 
diploma. Com isso pouco se é feito com relação a investimentos, incorporação de recursos 
tecnológicos e novas metodologias a serem utilizadas pelo professor para essa 
modalidade de ensino. 
 
Porém é imprescindível que os alunos se integrem ao mundo tecnológico, pois 
essa integração trará oportunidades que só quem está plenamente integrado tem. No 
mundo em que vivemos, considera-se qualificado aquele aluno que consegue se integrar 
com a realidade tecnológica, pois, no mercado de trabalho é cada vez maior a necessidade 
9 
 
 
 
do uso dessas ferramentas, desse modo, o aluno que não se aplica em aprender, fica à 
mercê da sorte. 
 
 
 
 
3. MATERIAIS E MÉTODOS 
 
O procedimento metodológico utilizado para este trabalho foi qualitativo, que 
possui como características o pesquisador como principal instrumento da pesquisa alvo, 
a obtenção de dados predominantemente descritivos a partir do contato do pesquisador 
com a situação estudada. 
Pode-se então afirmar que a pesquisa é de caráter exploratório, uma vez que a 
pesquisa exploratória permite o controle dos efeitos desvirtuadores do pesquisador, 
possibilita que a realidade seja percebida tal como ela é, e não como o pesquisador pensa 
que seja. De acordo com Prodanov e Freitas (2013, p.14): 
 
A metodologia é compreendida como uma disciplina que consiste em estudar, 
compreender e avaliar os vários métodos disponíveis para realização de uma 
pesquisa acadêmica. A metodologia, em um nível aplicado, examina, descreve 
e avalia métodos e técnicas de pesquisa que possibilitam a coleta e 
processamento de informações, visando ao encaminhamento e à resolução de 
problemas e/ou questões de investigação. 
 
O trabalho será produzido em forma de pesquisa bibliográfica sendo a primeira 
etapa com o levantamento do material bibliográfico, que se refere a classificação do 
material selecionado como fonte da pesquisa, por exemplo: livros, coletânea de textos, 
teses e dissertações, periódicos (Citando o nome daqueles que forma consultados). Na 
segunda etapa é o teste do instrumento para levantamento das informações, selecionando 
o material bibliográfico e realização de leituras. 
Realizar um pesquisa bibliográfica não significa apenas analisar informações, é 
necessário uma busca, analisar e verificar novas fontes de pesquisa que tenha uma base 
teórica, é necessário a busca aprimorada em lugares apropriados a trabalhos reconhecidos. 
 Para Gil (2007), os exemplos mais característicos desse tipo de pesquisa são sobre 
investigação, sobre ideologias ou aquelas que propõem à análise das diversas posições 
acerca de um problema já existente, através do problema localizado, a busca da pesquisa 
bibliográfica ira auxiliar no processo do desenvolvimento na construção do 
conhecimento. 
A pesquisa bibliográfica tem uma importante função no desenvolvimento nos 
mais diversos tipos de pesquisas, ela está presente em todos os estudos, as pesquisas 
desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 1 – APRENDIZAGEM DIGITAL 
10 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: < https://medium.com/cesar-reports/escola-e-
inova%C3%A7%C3%A3o-educacional-no-novo-mundo-do-trabalho-12d82828e049 >. 
Acessado em: 5 de Out. 2019 
 
 Na imagem temos um desenho de computadores com algumas pessoas olhando 
para destes enquanto outros apontam e fazem gestos como se estivessem ensinados algo. 
Vemos pessoas de diversas cores e gêneros e idades, representando uma diversificação. 
Tudo isso de forma leve através dos efeitos de coloração, mostrando um momento 
descontraído, de aprendizagem. 
 
 
 
 
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
A Educação de Jovens e Adultos no Brasil percorreu uma grande trajetória até se 
encontrar como é conhecida atualmente. E o foco da aprendizagem na EJA também foi 
se alterando ao longo dos anos. 
Além disso, a inclusão da tecnologia alterou as formas de aprendizagens e seus 
métodos em relação a educação de modo geral, pois capacitar os alunos para lidar com a 
tecnologia, é os ensinar a lidar com o mundo atual. 
Mas com essa inclusão, o que era para ser um facilitador, passou a ser um sonho 
idealizado. Com poucos ou sem nenhum recurso e profissionais não habilitados para lidar 
com essas mudanças, a Educação de Jovens e Adultos encara grandes desfalques em 
relação a tecnologia digital. 
Muitos desses resultados proporcionados pela falta de interesse governamental e 
por conta da visão tradicional que se lança sobre os alunos da EJA, visto como seres que 
https://medium.com/cesar-reports/escola-e-inova%C3%A7%C3%A3o-educacional-no-novo-mundo-do-trabalho-12d82828e049
https://medium.com/cesar-reports/escola-e-inova%C3%A7%C3%A3o-educacional-no-novo-mundo-do-trabalho-12d82828e049
11 
 
 
 
não precisam lidar com tais recursos, o que apresenta uma linha totalmente contrária do 
que o mercado de trabalho atual procura. 
 
 
5. CONCLUSÃO 
 
Através deste trabalho foi possível concluir que através da Educação de Jovens e 
Adultos, uma parcela da sociedade que era excluída em questões escolares, passou a 
ganhar uma importante atenção. Mas que as intenções para que essa modalidade fosse 
ofertada, passou por alterações, acompanhando a evolução histórica. 
Também foi possível perceber o quanto a temática da tecnologia na Educação de 
Jovens e Adultos é pouco abordada. E quando se fala do uso das tecnologias na EJA. 
Notasse que os desafios ainda são grandes e muito difíceis. Em nosso País, em que a 
erradicação do analfabetismo ainda não é concreta, o analfabetismo digital e o uso das 
tecnologias nas práticas de ensino ainda são distantes. 
Assim, considerando-se a mudança de perfilda população a ser atendida pela 
Educação de Jovens e Adultos, é imprescindível repensar e replanejar essa modalidade 
de ensino e o que poderá ser oferecido aos que a ela recorrem. É importante levar em 
consideração os objetivos desses alunos ao procurarem a escola. 
A utilização de ferramentas como a internet, a televisão, o celular e o computador, 
pode trazer mudanças significativas nos processos de ensino e aprendizagem; são 
recursos que podem auxiliar não só os jovens e adultos a saírem das condições de 
“analfabetos” nos pontos de vista de leitura, de escrita e digital. 
Dessa maneira, o aluno seria capaz de conviver e conseguiria transformar a si 
próprio e a sociedade na qual está presente. Se faz urgente a necessidade de um programa 
de ensino que contemple a educação e a tecnologia, para que ambas consigam atuar como 
facilitadoras para esse momento, que como professores, tanto sonhamos que aconteça, 
que os alunos transforme a sociedade. 
 
 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Documento base nacional preparatório a VI CONFINTEA. Brasília. 
MEC, 2008. 
 
BRASIL. Decreto n° 6.300, de dezembro de 2007. Programa Nacional de 
Tecnologia Educacional-ProInfo. Diário Oficial da República Federativa do 
Brasil, Brasília, DF. 
 
BRASIL. Ministério da Educação. Saberes da Terra: Programa Nacional de 
Educação de Jovens e Adultos Integrada com Qualificação Social e Profissional 
para Agricultores(as) Familiares. MEC, out. 2005. 
 
12 
 
 
 
GRINSPUN, Miriam P.S.Zippin. Educação tecnológica: desafios e 
perspectivas. - 3. ed. rev.e ampl. - São Paulo: Cortez, 2009. 293p. 
 
PRODANOV, C. e FREITAS, E.C. Metodologia do trabalho cientifico: Métodos 
e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico. 2 ed. Novo Hamburgo: 
Feevale, 2013. 
 
TEDESCO, Juan Carlos. Educação e Novas Tecnologias: esperança ou 
incerteza? - São Paulo. Editora: Cortez, 2004. 255p. 
 
UNESCO. Declaração de Hamburgo sobre Educação de Adultos – V 
Conferência Internacional sobre Educação de Adultos/ V CONFINTEA. 1997. 
 
VIEIRA, Maria Clarisse. Fundamentos históricos, políticos e sociais da 
educação de jovens e adultos: aspectos históricos da educação de jovens e 
adultos no Brasil, v.1. Brasília: Universidade de Brasília, 2004.

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