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Bombas para a Indústria Petrolífera

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS – UFSCar 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA – DEQ 
DISCIPLINA: OPERAÇÕES UNITÁRIAS DA INDÚSTRIA QUÍMICA 1 
 
 
 
 
Bombas e Sistemas de 
Bombeamento nas Indústrias 
de Petróleo 
 
 
 
 
 
Docente: Profª. Drª. Vádila Giovana Guerra 
Aluno: Vítor Dias Sabaraense (RA 278564) 
 
 
 
 
São Carlos 
Junho de 2011. 
2 
 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO	 3 
Bombas Centrífugas  3 
Bombas para o Escoamento de Fluidos Viscosos  4 
USOS DE BOMBAS NAS INDÚSTRIAS PETROLÍFERAS	 5 
Perfuração de Poços  5 
Produção dos Poços  8 
Bombas de Haste de Sucção  8 
Sistema com Bomba Alternativa Submersa  9 
Sistema com Bomba Centrífuga Submersa  10 
Bombeamento por Injeção de Água  10 
Bombeamento por Injeção de Gás  11 
Bombeamento Pneumático (gas lift)  11 
Transporte de Petróleo e de Derivados de Petróleo  12 
Refinarias  15 
Exploração de Petróleo na Camada Pré-Sal  17 
Recuperação de Óleo Espalhado no Mar  19 
CONCLUSÃO	 20 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	 21 
 
 
3 
 
Introdução 
 
 A indústria petrolífera, em suas várias áreas de processo, utiliza bombas 
de diversos tipos. Para efeito de seqüenciamento, as fases de processamento 
de petróleo serão tratadas pela seguinte divisão: 
 Perfuração de poços terrestres e submarinos 
 Produção nos poços 
 Transporte de petróleo e derivados do petróleo 
 Processamento em refinarias (fracionamento e destilação) 
 Recuperação de óleo espalhado no mar. 
Enorme é a gama de materiais utilizados na construção das bombas da 
indústria petrolífera: desde o aço carbono, para fluidos inertes, aços resistentes 
a altas pressões ou corrosão, materiais plásticos, etc. A API, em suas normas 
técnicas, especifica os materiais construtivos de acordo com o serviço e o 
material a ser bombeado. 
 
Bombas Centrífugas 
 
 Grande parte das bombas utilizadas na indústria petrolífera é do tipo 
centrífuga. No entanto, esta afirmação não traduz que as bombas são iguais, 
variando-se apenas a capacidade de bombeamento. 
Em verdade, são utilizadas diversas variedades de bombas centrífugas, 
caracterizadas pela disposição do eixo (vertical ou horizontal), pelo número de 
estágios (qualificando a quantidade de rotores e volutas em um, dois, três ou 
mais pares), características construtivas específicas (disposição “back to back”, 
carcaça bipartida horizontalmente, reservadas em tubos cilíndricos herméticos 
“can type”), tipo de acionamento (motor elétrico, vapor, turbina a gás, ar 
comprimido), transmissão e selagem (eixo mecânico com selagem mecânica 
ou por fluido, e transmissão magnética), entre outras características. 
 
4 
 
Bombas para o Escoamento de Fluidos Viscosos 
 
 Bombas centrífugas são rotineiramente utilizadas para o bombeamento 
de fluidos de viscosidade menor que 660 cSt, embora possam ser aplicadas a 
fluidos de até 3.300 cSt. No entanto, estas bombas são demasiado sensíveis a 
alterações de viscosidade e exibirão reduções significativas em capacidade e 
eficiência para fluidos de moderados a altos valores de viscosidade. Uma 
bomba centrífuga típica, que opera com eficiência de 59% e capacidade de 681 
m³/h com um fluido de 440 cSt, pode chegar a operar com eficiência de 23% e 
capacidade de 477 m³/h se for utilizada com um fluido de 3.300 cSt. 
 Bombas de deslocamento positivo, tanto do tipo rotativo quanto do tipo 
alternativo, são frequentemente empregadas para o bombeamento de fluidos 
viscosos, e algumas delas são projetadas para operarem com fluidos além do 
limite de viscosidade suportado pelas bombas centrífugas. Estas bombas, em 
grande parte, são desenhadas para transportar apenas fluidos de viscosidades 
a partir de moderadas, pois elas dependem da viscosidade dos fluidos 
bombeados para manter a lubrificação e os filmes de selagem em bom 
funcionamento. 
 Assim como nas bombas centrífugas, o desempenho de bombas de 
deslocamento positivo pode ser significativamente alterado por diferentes 
viscosidades, embora não da mesma maneira. A velocidades constantes, 
alterações na viscosidade geralmente causam pouco ou nenhum efeito na 
capacidade da bomba. A pressão diferencial ao longo da bomba normalmente 
sofre aumento proporcional ao aumento da viscosidade do fluido devido à 
maior resistência ao escoamento. A potência necessária para frenagem da 
bomba aumentaria, embora a eficiência não sofra de forma brusca como numa 
bomba centrífuga. 
 
5 
 
Usos de Bombas nas Indústrias Petrolíferas 
 
Perfuração de Poços 
 
 As perfurações de poços pioneiros, poços de delimitação ou extensão, e 
de poços de extração, também chamados de poços de produção ou 
desempenho, são etapas que sucedem a uma longa, árdua e custosa fase de 
prospecção que se inicia com estudos de Geologia e Geofísica visando a 
localizar estruturas geológicas favoráveis à formação e acumulação de 
petróleo. Recorre-se nessa fase a levantamentos aerofotogramétricos; a 
pesquisas geológicas; a métodos geofísico-gravimétricos, magnetométricos e 
sísmicos – com cujos dados se torna possível elaborar um mapeamento de 
regiões cujas estruturas geológicas oferecem indícios de uma possibilidade 
maior ou menor da existência de um lençol ou campo petrolífero. Nas áreas 
cobrindo a formação geológica demarcada estuda-se a localização dos poços. 
Procede-se então à perfuração. Somente após a perfuração dos mesmos é que 
se poderá de forma definitiva saber da ocorrência de petróleo numa certa área 
e concluir sobre as condições econômicas de sua exploração. 
 A perfuração de um poço se realiza utilizando sondas com brocas 
especiais de diamantes de carboneto de tungstênio, com dentes ou lâminas, 
acionadas por equipamentos montados em torres por vezes de altura 
considerável. 
 O processo mais empregado é o rotativo, embora se use também a 
turboperfuração. O primeiro utiliza uma mesa giratória, haste de sondagem e 
tubos de perfuração, manobrads pelo equipamento da torre, além de 
equipamentos auxiliares entre os quais as “bombas de lama”. 
 A haste e o tubo de perfuração, em cuja extremidade fica a broca, são 
ocos, e por essa passagem central é bombeada a “lama de perfuração”, que é 
uma dispersão quase coloidal de argila bentonítica. A densidade da lama varia 
entre 1.000 kg/m³ e 2.000 kg/m³ 
6 
 
 A lama injetada pela bomba no interior da haste sai pelos orifícios da 
broca, concorrendo para a desagregação das rochas, além de refrigerar e 
lubrificar a mesma. 
 A lama bombeada tem ainda outras finalidades: 
 Remove as partículas de rocha desagregadas, conduzindo-as pelo 
espaço anular entre o poço escavado pela broca e a haste até a 
superfície, onde é separada da lama por peneiramento e decantação, 
sendo a lama reaproveitada em sucessivos bombeamentos. 
 Forma um “enchimento” no poço antes de ser feito o revestimento 
metálico, evitando, com o peso de sua coluna, o colapso e obstrução do 
poço, que poderia ocorrer devido à elevada pressão a que as camadas 
rochosas profundas são submetidas. 
 Contém, até certo ponto, o petróleo, impedindo que esguiche, caso haja 
pressão interna no lençol, isto é, caso o poço se apresente “surgente”. 
A complexidade da operação pode ser percebida se atentarmos para as 
grandes profundidades dos poços, atingindo, muitas vezes, a mais de 4.000 
metros. 
Verificada a viabilidade econômica do poço, procede-se ao revestimento 
do mesmo com tubos de aço que obedecem a especificações do API 
(American Petroleum Institute). 
 As bombas de lama geralmente são do tipo alternativo duplex ou tríplex, 
eixo horizontal ou vertical, acionadas por motores diesel através de correias ou 
diretamente pela haste do êmbolo de uma máquina a vapor. 
 As pressões são da ordem de 3.000 psi, e as descargas chegam a 100 
litros por segundo. 
 Usam-se instalações destas bombas em série e em paralelo para 
abrangerem um amplo campo de utilização, sendo indispensável o emprego de 
câmaras de ar nas referidasbombas. Estas bombas são geralmente referidas 
em termos de potência hidráulica ao invés de capacidade. 
7 
 
 Existem instalações onde são empregadas bombas centrífugas ao invés 
de bombas alternativas para o bombeamento da lama, o que, todavia, não é o 
usual. 
 Após a perfuração, o poço é revestido ou “encamisado” com tubos de 
aço, colocando-se, entre o tubo e as paredes do poço, camada de argamassa 
de cimento, numa operação denominada cimentação do poço. Para abrir 
orifícios no tubo de aço que permitam ao petróleo e ao gás fluir para seu 
interior, emprega-se o chamado “canhão”, com o qual se fazem perfurações 
que atravessam o tubo e a rocha matriz nos locais onde se detectou, por 
ocasião da sondagem, o óleo ou o gás. 
 No interior do encamisamento, coloca-se o tubo por onde será 
bombeado o petróleo e que se denomina “coluna de produção”. A Figura 1 
mostra o esquema de circulação da lama de perfuração e a Figura 2 traz uma 
bomba alternativa típica para o bombeamento de lama. 
 
Figura 1 ‐ Circulação da lama na perfuração de 
petróleo. 
 
 
 
Figura 2 ‐ Bomba alternativa horizontal. Retirado de 
FLOWSERVE. HS e YHT vários êmbolos, bombas 
alternativas horizontais. Disponível em: 
<http://www.flowserve.com/>. Acesso em: 17 jun. 
2011. 
 
8 
 
Produção dos Poços 
 
 Para retirar o óleo dos poços, usam-se os seguintes sistemas: 
 Bombas com haste de sucção (sucker rods) acionadas por um sistema 
de balancim conhecido como “cavalo-de-pau” 
 Sistema com bomba alternativa submersa 
 Sistema com bomba centrífuga submersa 
 Bombeamento por injeção de água 
 Bombeamento por injeção de gás 
 Bombeamento pneumático (gas lift) 
Alguns poços possuem pressão interna de gás que dispensa o emprego 
de equipamentos especiais. São os poços petrolíferos “surgentes” que existem 
em alguns lugares do mundo. 
 
Bombas de Haste de Sucção 
 
A classificação do API apresenta oito tipos principais, conforme as 
características da haste, a espessura do tubo, a ancoragem e o sistema de 
válvulas. A haste é movimentada pelo equipamento dotado do balancim, 
acionado geralmente por um motor diesel. A Figura 3 mostra o bombeamento 
por haste de sucção e o “cavalo-de-pau”, sistema que movimenta a haste. 
9 
 
 
Figura 3 - Sistema de bombeamento por haste de sucção. Retirado de WIKIMEDIA FOUNDATION 
INC.. Sucker Rod. Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/Sucker_rod>. Acesso em: 11 jun. 
2011. 
 Este sistema de bombeamento, no entanto, deve ser em breve 
substituído, pois apresenta altos custos de manutenção devido aos atritos 
sofridos pelas hastes, principalmente em poços tortuosos. 
 
Sistema com Bomba Alternativa Submersa 
 
Uma bomba alternativa tríplex, colocada na superfície do solo ou em 
uma plataforma marítima, bombeia óleo através de tubulação especial, de 
modo a acionar uma outra bomba alternativa localizada no fundo do poço 
(funcionando como motor hidráulico), a qual retira o petróleo do lençol e o eleva 
até a superfície. 
São usadas para poços com até mais de 3.000 metros. A produção 
diminui com a profundidade do poço. Assim, por exemplo, uma bomba com um 
poço de 1.000 metros pode bombear 4.500 barris diários e, funcionando com 
um poço de 5.000 metros, poderá vir a bombear apenas cerca de 100 barris 
diários. 
10 
 
Essas bombas apresentam rendimento melhor que os do sistema de 
haste de sucção. 
Usa-se, às vezes, ar comprimido para o acionamento da bomba 
alternativa submersa. 
 
Sistema com Bomba Centrífuga Submersa 
 
Usam-se bombas centrífugas de múltiplos estágios com motor blindado, 
preso na parte inferior das mesmas, para poços não muito profundos, com 
cerca de 300 a 500 metros. As bombas são de rotores hélico-centrífugos e 
possuem pás-diretrizes e, de certo modo, são semelhantes às utilizadas para 
bombear água de poços. 
Podem ser usados para descargas que vão desde 20 até 15.000 barris 
pode dia, dependendo a produção da profundidade do poço e da capacidade 
da bomba. O rendimento é da ordem de 50%. 
 
Bombeamento por Injeção de Água 
 
Para o bombeamento por injeção de água, furam-se dois tipos de poços: 
um tipo para injeção de água, mais profundo, e outro para o recolhimento da 
mistura de água e petróleo, mais raso. A água injetada comprime o óleo do 
lençol para os poços de produção e a mistura é levada imediatamente a uma 
instalação de tratamento, onde o óleo é separado da água, seguindo para a 
estocagem. Dos tanques de estocagem o óleo é bombeado para oleodutos no 
sentido das refinarias ou dos terminais de embarque. Bombas de injeção de 
água para poços com produção de mais de 10.000 barris diários são de 
múltiplos estágios e fabricadas em aços especiais para fornecer pressões 
superiores a 200 bar. 
 
11 
 
Bombeamento por Injeção de Gás 
 
Um sistema de compressores injeta gás no poço de bombeamento, o 
qual, comprimindo o óleo do lençol produtor, eleva-o pelo poço de produção até 
uma instalação de separação, onde o gás é separado do petróleo. 
O petróleo separado é conduzido aos reservatórios de estocagem. O 
gás natural vai a instalações de gasolina natural, que são unidades especiais 
onde é retirada certa quantidade de “gasolina natural” – contida no gás, sob a 
forma de pequenas gotículas. O restante do gás, chamado “gás seco”, é usado 
como combustível industrial, como matéria-prima para a indústria petroquímica 
e para reinjeção nos reservatórios de produção, conforme este processo de 
bombeamento ou como o processo de gas lift. 
 
Bombeamento Pneumático (gas lift) 
 
O gás da própria jazida ou de uma jazida vizinha é injetado por um tubo 
no poço produzindo uma mistura de óleo e gás. Esta mistura, que contém óleo 
emulsionado pelo gás e, portanto, de menor peso específico que o óleo, sobe à 
estação de bombeamento por um tubo concêntrico interno ao tubo de gás ou 
paralelo a este. A vazão de óleo é ajustada por meio da vazão de gás. A Figura 
4 representa um sistema simplificado de bombeamento pneumático. 
12 
 
 
Figura 4 - Sistema Gas-Lift. SCHOTT, Rob. 
Gas-lift reverses diminishing returns. 
Disponível em: 
<http://www.epmag.com/Magazine/2008/11/ite
m16952.php>. Acesso em: 11 jun. 2011. 
Transporte de Petróleo e de Derivados de Petróleo 
 
Para o bombeamento de petróleo e derivados petrolíferos a grandes 
distâncias utilizam-se oleodutos (ou pipelines, em inglês). 
Além das bombas próximas aos grandes tanques de petróleo e seus 
derivados, intercalam-se estações intermediárias (estações booster) para o 
fornecimento da energia necessária à compensação da que foi perdida ao 
longo das extensas linhas de recalque, mantendo a velocidade de escoamento 
desejável. 
Embora existam muitos oleodutos com bombas alternativas, atualmente 
em oleodutos de certa expressão só se empregam bombas centrífugas. 
A necessidade de variar a descarga ou de atender à variação na 
viscosidade, devido a variações da temperatura, requer a possibilidade da 
associação das bombas em série ou de utilizá-las variando a velocidade. 
A maior parte das bombas de pipelines é centrífuga com rotor de entrada 
bilateral e carcaça bipartida horizontalmente, a fim de permitir rápidos reparos e 
substituições. A Figura 5 ilustra um corte na parte superior da carcaça bipartida 
de uma bomba fabricada pela Sulzer para uso em oleodutos. 
13 
 
 
Figura 5 - Esquema de bomba ilustrando corte na parte superior da carcaça. Retirado de SULZER 
PUMPS. HSB Horizontal Axially Split Single Stage Between Bearing Pump. Disponível em: 
<http://www.sulzerpumps.com/Portaldata/9/Resources/brochures/og/axial/HSB_E00608.pdf>. 
Acesso em: 12 jun. 2011. 
Quando a pressão é elevada, usam-se bombas de mesmo tipo, de 
múltiplos estágios, com os rotores com entrada bilateral (disposição back to 
back), que permitem receber o líquido por dois sentidos opostos, paralelamente 
ao eixo de rotação. Equivale a dois rotores em paralelo que, teoricamente, sãocapazes de elevar uma descarga dupla da que se obteria com o rotor simples. 
As tubulações de entrada e de saída são solidárias com a parte inferior da 
carcaça da bomba de modo que, na operação e reparos, não haja necessidade 
de desaparafusar os flanges. 
O acionamento pode ser por motores elétricos, turbinas a gás, ou por 
engrenagens redutoras, como é o caso do oleoduto de Idris a Zueitina, na 
Líbia, para descarga de 7.600 m³/h e a altura manométrica de 132 metros, com 
três bombas de 4.330 c.v. em série e rotação específica de 1.500 rpm, sendo o 
equipamento da fabricante Sulzer. 
14 
 
No oleoduto de Serir a Tobruk, na África, a Sulzer forneceu duas 
bombas de descarga unitária de 3.096 m³/h e altura manométrica de 428 
metros. A potência de cada bomba é de 4.450 c.v. e rotação específica de 
3.700 rpm. As bombas são de um estágio, aspiração bilateral. Não foram 
encontradas informações acerca das outras bombas que compõem as demais 
estações intermediárias deste oleoduto. 
As bombas de estações intermediárias num oleoduto são geralmente de 
eixo vertical, um estágio, sucção única. Podem ser utilizadas bombas rotativas 
para o transporte de óleo em pequenas e médias capacidades. 
Nos terminais de armazenamento de petróleo e derivados há 
necessidade de bombas para enchimento de petroleiros ou caminhões-tanque. 
Aí se utilizam bombas centrífugas quer de eixo horizontal quer vertical. Para 
manobras de enchimento e esvaziamento dos reservatórios, têm sido usadas 
bombas de eixo vertical, múltiplos estágios, colocadas num reservatório 
hermético (can type, ilustrado na Figura 6). Consegue-se com isso atender às 
características de aspiração extremamente desfavoráveis para líquidos 
bombeados em temperaturas superiores às correspondentes à pressão de 
vaporização e às pressões de recalque exigidas. 
15 
 
 
Figura 6 - Bomba Centrífuga de Eixo Vertical de Reservatório Hermético (can type). Retirado de 
SULZER PUMPS. SJD Vertical Multistage Can Pumps ISO 13709 (API 610) for Process Applications. 
Disponível em: 
<http://www.sulzerpumps.com/Portaldata/9/Resources/brochures/power/vertical/SJD_API610_E100
03.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2011. 
 
Refinarias 
 
As bombas para as refinarias (bombas de processo), como, aliás, todas 
as que se destinam a bombeamento de petróleo e derivados, obedecem a 
rigorosas exigências do API, dadas as características próprias dos produtos 
bombeados, que requerem precauções capazes de oferecer a indispensável 
segurança. 
16 
 
A variedade de bombas é muito grande, pois as condições de operação 
são muito diversificadas. 
Assim, há produtos de destilação do petróleo com densidade igual a 600 
kg/m³ e outros produtos de densidade maior que a da água. A viscosidade 
varia de valores inferiores aos da água até valores que caracterizam líquidos 
que não convém ser bombeados com bombas centrífugas, exigindo bombas 
rotativas. As temperaturas atingem até 450°C e as pressões podem ultrapassar 
100 kgf/cm². Os produtos bombeados podem ser inertes como água pura ou 
extremamente corrosivos, exigindo aços inoxidáveis especiais. Os motores 
elétricos que acionam as bombas de líquidos inflamáveis devem ser à prova de 
explosões. 
O American Petroleum Institute, no seu API Standard 610: Centrifugal 
Pumps for Petroleum, Petrochemical and Natural Gas Industries, apresenta 
especificações detalhadas de construção e fabricação abrangendo as bombas 
centrífugas para as mais variadas utilizações em refinarias, indústrias 
petroquímicas e de gás natural. Este é apenas um exemplo das normas do API 
relacionadas a bombas. Podem ser citadas várias outras, como a API Standard 
676: Positive Displacement Pumps – Rotary (para bombas rotativas de 
deslocamento positivo) ou como as normas de numeração API681 (bombas de 
vácuo e compressores) e API685 (bombas sem selo - magnéticas). 
Citando exemplo de uma exigência básica aplicável à grande parte das 
bombas de refinaria e indústria petroquímica, a carcaça de uma bomba deve 
conter as bocas de aspiração e recalque dispostas segundo o plano axial e 
fixadas à base para não ser necessária a desmontagem e desconexão das 
tubulações quando for preciso efetuar reparos na parte interna da bomba, de 
forma que o conjunto eixo-rotor-mancais-caixa de gaxetas e suporte deve ser 
desmontado e separado da carcaça fixa e do motor elétrico bastando 
desconectar a junta ou os flanges de ligação do eixo do motor (sistema back 
pull-out, exemplificado na Figura 7). 
17 
 
 
Figura 7 - Sistema back pull-out. Retirado de NESBITT, Brian. Handbook of Pumps and Pumping. 
Oxford: Elsevier Science & Technology Books, 2006. 470 p. 
Quando no processamento ocorrem exigências de NPSH que obrigam a 
instalação com bombas afogadas, uma opção consiste no emprego de bomba 
de eixo vertical, com um ou mais estágios, ficando a bomba no interior de uma 
caixa metálica cilíndrica de sucção (can type), à qual se acham ligados os 
encanamentos que aduzem e os que recalcam o líquido. Nas instalações de 
transferência e carga de líquidos, quando os reservatórios são enterrados, a 
solução se apresenta muito vantajosa, como foi citado anteriormente. 
 
Exploração de Petróleo na Camada Pré-Sal 
 
 A Petrobrás informa, através de seu sítio próprio na internet, que o 
bombeamento de petróleo presente na camada pré-sal deverá ser feito com 
algumas características diferentes da tradicional produção de petróleo. A 
Figura 8 ilustra qualitativamente a profundidade dos poços a serem explorados 
na camada pré-sal. 
18 
 
 
Figura 8 - Ilustração qualitativa da profundidade mínima dos poços a serem explorados na camada 
pré-sal. Retirado de PETROBRAS. Atuação no Pré-Sal. Disponível em: 
<http://www.petrobras.com.br/pt/energia-e-tecnologia/fontes-de-energia/petroleo/presal/>. Acesso 
em: 17 jun. 2011. 
 As particularidades começam já no tipo de tubulação que será utilizada: 
dadas as altas pressões a serem enfrentadas nas rochas e na camada de sal, 
de poços localizados sob cerca de 3.000 metros de coluna de água e 4.000 
metros de rochas entre as camadas pós-sal, sal e pré-sal, estuda-se o uso de 
aços e cimento especiais para o revestimento dos poços. 
 O gradiente de temperatura existente entre o interior dos poços e as 
águas oceânicas poderá causar precipitações no óleo em escoamento. Para 
tanto, pesquisadores da petrolífera estatal brasileira estudam possíveis 
compostos a serem injetados em pontos intermediários do escoamento a fim 
de dissolver ou evitar a ocorrência de precipitações enquanto o óleo é 
bombeado até as plataformas de exploração. Estuda-se também a 
possibilidade de manter os tubos termicamente isolados e até mesmo 
aquecidos para evitar choques térmicos muito bruscos. 
 
19 
 
Recuperação de Óleo Espalhado no Mar 
 
O óleo espalhado no mar devido a vazamentos, acidentes em navios-
tanque, operações de bombeamento para enchimento ou esvaziamento de 
navios petroleiros ou ruptura de oleodutos submarinos pode ser recolhido da 
superfície por meio de embarcações dotadas de dispositivos especiais de 
captação, separação e armazenagem. 
As embarcações tradicionais para a recuperação de petróleo no mar 
normalmente são barcos de dois cascos (tipo catamaran) e contam com uma 
correia transportadora para recolher o óleo mais viscoso e uma barragem feita 
de material leve que recupera o óleo emulsionado e menos denso. Uma bomba 
de engrenagens faz então o transporte da mistura de óleo e água recuperados 
até um reservatório, de onde o a mistura deverá seguir a uma unidade de 
separação destes líquidos. 
Em 2007, um grupo de pesquisadores europeus começou a desenvolver 
um navio de recuperação de óleo com uma estrutura de três cascos (trimaran) 
com cerca de 138 metros de comprimento e 38 metros de largura. Os dois 
cascos laterais tem a função de ajudar a estabilizar o navio em condições 
climáticas adversas, tornando a embarcação apta a operarquase que 
imediatamente após o vazamento causado por intempéries climáticas. Este 
navio deverá ser capaz de armazenar até 6.000 toneladas de petróleo. 
   
20 
 
Conclusão 
 
O setor de óleo e gás é também um ótimo exemplo de padronização de 
procedimentos de aplicações não só de bombas, mas de instalações industriais 
como um todo. As normas publicadas por órgãos como o API regem os 
projetos de instalações de petróleo ao redor do globo inteiro. 
A complexidade da indústria petrolífera em seus vários setores a torna 
um interessante caso para o estudo especialmente de bombas e escoamentos. 
Suas mais diversas características de fluidos e escoamentos permitem 
encontrar aplicação para praticamente todos os tipos de bombas industriais já 
inventadas e ainda uma enorme gama de variações destas. Embora antiga, a 
indústria de petróleo se mostra sempre moderna, à medida que as inovações 
tecnológicas traduzem não só lucro financeiro, como também oportunidades de 
exploração de poços e jazidas em condições mais diversas, como é o caso 
brasileiro do petróleo armazenado na camada pré-sal. 
 
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Referências Bibliográficas 
 
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