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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO 1° JUIZADO ESPECIAL CÍVEL E DAS RELAÇÕES DE CONSUMO DA COMARCA DE SÃO LUÍS – MA.
Cristiano dos Santos, brasileiro, casado, portador da RG n. 0152135870007 SSP/MA, inscrita no CPF/MF n. 008.435.678-40, residente e domiciliada na Rua das Palmeiras, n° 35m Centro, CEP n. 65.015-080, em São Luís/MA, por seu advogado procurador subscrito com procuração em anexo, inscrito na OAB/MA 1037, com escritório profissional na Rua Avenida Senador Vitorino Freire, s/n, Sala: 1313, 13° andar, Areinha, São Luís – MA, CEP n. 65010-655, endereço eletrônico ciceroadvsa@gmail.com, telefone n. (98)98890-8796, onde recebe intimações e notificações de estilo, vem perante Vossa Excelência, nos termos dos Arts. 5º, inciso X, da Constituição Federal, c/c Arts. 6º, incisos VI e VIII, do Código de Defesa do Consumidor, Arts. 186, 927 e seguintes do Código Civil e 319 do Código de Processo Civil e demais legislação pertinente, propor:
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
Em desfavor de GRUPO EQUATORIAL ENÉRGIA, empresa privada, concessionária de serviço público de energia elétrica, inscrita no CNPJ/MF sob o n. 06272.793/0001-84, na pessoa de seu representante legal, com sede na Rua Alameda 2, QD: SQS n. 100, CEP n. 65.070-900 nesta cidade de São Luís/MA, pelos seguintes fatos e direitos a seguir:
PRELIMINARMENTE
I. DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
Requer a parte Autora o benefício da gratuidade de justiça, nos termos da Legislação Pátria, inclusive para efeito de possível recurso, tendo em vista ser a Autora impossibilitada de arcar com as despesas processuais sem prejuízo próprio e de sua família, conforme Declaração de hipossuficiência anexo.
Por tais razões, pleiteiam-se os benefícios da Justiça Gratuita, assegurados pela Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV e pela Lei 13.105/2015 Código de Processo Civil, artigo 98 e seguintes.
II. DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
Inicialmente verificamos que o presente caso trata-se de relação de consumo, sendo amparada pela lei 8.078/90, que trata especificamente das questões em que fornecedores e consumidores integram a relação jurídica, principalmente tocante a matéria probatória.
A referida legislação faculta ao magistrado determinar a inversão do ônus da prova em favor do consumidor conforme seu dispõe o artigo 6º, VIII:
"Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
...
VIII - A facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiência".
Da simples leitura deste dispositivo legal, verifica-se, sem maior esforço, ter o legislador conferido ao arbítrio do juiz, de forma subjetiva, a incumbência de, presentes o requisito da verossimilhança das alegações ou quando o consumidor for hipossuficiente, poder inverter o ônus da prova.
Assim, presentes a verossimilhança do direito alegado e a hipossuficiência da parte autora para o deferimento da inversão do ônus da prova no presente caso, dá-se como certo seu deferimento.
III. DOS FATOS
A Requerente é usuária dos serviços de fornecimento de energia elétrica sob a unidade consumidora número 3002872608, no endereço mencionado anteriormente, onde possui residência.
No dia 02 de setembro de 2017 (sábado), a Requerente junto de seus familiares saiu pela manhã para pescar, ou seja, praticar o lazer familiar depois de uma semana longa, intensa, e muito corrida.
Quando retornou para descansar em sua residência percebeu que não havia energia elétrica.
A Requerente não entendeu o porquê do ocorrido, uma vez que não tinha motivo para tal acontecimento, foi então que sua vizinha informou que logo após o almoço a Requerida cortou a energia de sua residência.
Tal acontecimento gerou enorme constrangimento para a Requerente, uma vez que retornou para sua residência no intuito de descansar, porém não foi o que ocorreu.
Na residência convivem seu marido, sua filha e seu neto de 03 (três) anos de idade, que dependem desta e da estrutura domiciliar para realizarem seus afazeres diários, como por exemplo se alimentar e dormir.
O acontecimento impossibilitou que a família descansasse em sua própria casa, uma vez ser época de muito calor, e o neto menor não conseguiria dormir, sendo forçados a procurar abrigo e outro lugar.
O fato fez com que todos os alimentos contidos na geladeira não pudessem mais serem consumidos, ou seja, houve também a perca econômica não só da comida, mas também nos demais afazeres que dependem da energia elétrica, e o incontestável conforto de sua própria residência.
Não bastasse seu constrangimento particular, também ocorreu constrangimento perante a vizinhança, uma vez que sua residência não existia energia elétrica perante as demais.
A falta de energia perdurou por 07 (sete) dias, sendo religada no dia 08 de setembro de 2017, forçando a família durante todo esse tempo a buscar abrigo e ajuda perante amigos, vizinhos e parentes, afim de realizarem suas necessidades físicas e fisiológicas, gerando, portanto, gastos extraordinários não previstos.
A Requerente reconhece haver um pequeno atraso no pagamento da conta do mês atual, porém não se passaram 30 (trinta) dias de vencimento, no entanto já foi feito a quitação desta. No entanto Excelência por mais que houvesse uma conta atrasada esse pequeno atraso não enseja a interrupção do fornecimento de energia elétrica, uma vez que a Resolução 414 da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL determina que deve haver notificação prévia da requerida antes de tomar qualquer decisão, para que a Requerente pudesse tomar as devidas providências, fato este que não ocorreu.
Fato é que o não pagamento de uma conta não foi motivo para o corte no fornecimento de energia elétrica, vez que logo após o ocorrido a Requerente tentou contato com a Requerida perguntado porque motivo foi tomada essa decisão, e na oportunidade foi informada que o corte deveria ter ocorrido desde 25 de janeiro de 2017, pois em tese o lacre teria sido violado.
Ocorre Excelência, que o lacre não foi violado estando em perfeitas condições, e inclusive o fornecimento de energia elétrica estava sendo feito normalmente vez que as contas estavam sendo pagas dentro do prazo conforme documentação anexo.
A alegação da Requerida de que o lacre foi violado não faz sentido, pois se fosse verídica não deveria estar enviando contas de consumo de energia elétrica normalmente, e deveria ter tomado providências quanto a sua alegação na época em que o fato ocorreu.
Passados sete meses a Requerida interrompe o fornecimento de energia, com uma alegação infundada, sem prova, lesando completamente o consumidor, e ainda sem haver nenhuma notificação prévia para a resolução do conflito.
Como já mencionado anteriormente, a Requerente vem fazendo o pagamento respectiva conta normalmente sem nenhum problema, tendo, portanto, uso continuo de energia até a data do corte injusto.
A decisão da Requerida trata-se de uma completa e absurda ilegalidade. Não houve notificação anterior com tempo suficiente estabelecido pela ANEEL, para que a Requerente tomasse providências.
A Requerente não deu causa ao ocorrido, mas sim Requerida diante da mais completa ilegalidade e descaso com o consumidor, lembrando que o corte inconveniente gera prejuízo morais e matérias.
Conforme dispõe a lei 7.783/89, o fornecimento energia é serviço essencial, e por sua vez o Código de Defesa do Consumidor em seu Art. 22 diz que os serviços essenciais devem ser contínuos.
Quem sofre a interrupção de energia sem causa, sofre sem dúvida o dano moral, e o STJ reconhece que tal acontecimento fere a dignidade da pessoa humana.
O corte é admitido em hipóteses excepcionais para garantir a estabilidade do sistema, porque configura forma indireta de compelir os devedores a pagar, no entanto esse não foi o caso da presente demanda.
O corte do fornecimento de energia, ainda que ocorra por poucas horas, enseja a reparação do dano moral. O Tribunal de Justiça de São Paulojá decidiu da seguinte forma:
“O fato de se cuidar de episódio que durou poucas horas não indica que se deve tê-lo por transtorno comum impassível de indenização. Na situação, o prejuízo moral é presumível; decorre do senso comum de justiça” (apelação n. 980.597-0/6, 36ª Câmara, Rel. Des. Dyerceu Cintra).
Sendo assim, de acordo com os fatos apresentados o desrespeito, descaso e abalos morais por ficar 07 (sete) dias sem energia elétrica em sua residência, sem der causa, e cumprindo com todas as suas obrigações de consumidor, e ante aos gastos extraordinários sofridos, o abalo emocional que sofreu, noites sem descansar na própria residência, sem o seu conforto merecido, não restou, não restou outra alternativa senão buscar a tutela jurisdicional do Estado, para ser ressarcida e forma pecuniária pelos danos morais e materiais sofridos.
IV. DA ESSENCIALIDADE DO SERVIÇO
O fornecimento de energia elétrica deve ser contínuo, não cabendo interrupção por inadimplemento. Assim tem entendido o Superior Tribunal de Justiça, vejamos:
“AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO PÚBLICO NÃO ESPECIFICADO. ENERGIA ELÉTRICA. RGE. EXTENSÃO DA REDE. ESSENCIALIDADE DO SERVIÇO. MULTA DIÁRIA. Correta a antecipação de tutela, no que tange à instalação de energia elétrica na residência do autor, tendo em vista a essencialidade do bem de consumo em apreço, do qual não pode prescindir o cidadão. Caso em que as justificativas do agravante não se mostram plausíveis, uma vez que não comprovada a impossibilidade de realização da obra de extensão de rede elétrica na residência do autor, impõe-se a manutenção da bem lançada decisão pelo juízo a quo. Cabível a fixação de multa diária na hipótese de descumprimento de decisão judicial, nos termos do que dispõe o art. 461, § 5º, do CPC, observada a redação da Lei n. 10.444/02. Não houve fixação de multa diária, de forma que não há que se falar em limitação desta neste momento, carecendo a agravante de interesse recursal neste ponto. NEGADO PROVIMENTO AO AGRAVO DE INSTRUMENTO. UNÂNIME. (Agravo de Instrumento Nº 70067530477, Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: João Barcelos de Souza Junior, Julgado em 24/02/2016).
(TJ-RS - AI: 70067530477 RS, Relator: João Barcelos de Souza Junior, Data de Julgamento: 24/02/2016, Segunda Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 02/03/2016)”
V. DO DIREITO
DA RELAÇÃO DE CONSUMO
Incialmente alega-se que a presente ação se trata de relação de consumo, com previsão legal no Código de Defesa do Consumidor (CDC) em seus Arts. 2º e 3º:
Art. 2º Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
Parágrafo único: Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.
Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
§ 1º Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
§ 2º Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
DO DANO MORAL
Por conta de todo o descrito a Requerente passou por situação constrangedora, angustiante, ocasionando abalo emocional, tendo em vista o indevido corte de energia elétrica, sendo o suficiente para ensejar danos morais e materiais.
A requerente passou 07 (sete dias) sem energia elétrica, tendo que depender de vizinhos, amigos e familiares para realizar seus afazeres diários, tantos seus como de sua família, tudo emocionalmente abalada, vez que não tinha a possibilidade de utilizar sua própria moradia como de costume.
O dano moral, tem previsão na Constituição Federal em seu Art. 5º, inciso X:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
[...]
X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.
O Código de Defesa do Consumidor também menciona a possibilidade jurídica de indenização pelos danos morais, conforme previsão legal em seu Art. 6, VI:
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
VI - A efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;
SAVATIER define o dano moral como:
“Qualquer sofrimento humano que não é causado por uma perda pecuniária, abrangendo todo o atentado à reputação da vítima, à sua autoridade legitima, ao seu pudor, a sua segurança e tranquilidade, ao seu amor próprio estético, à integridade de sua inteligência, as suas afeições, etc...” (Traité de La ResponsabilitéCivile, vol. II, nº 525, in Caio Mario da Silva Pereira, Responsabilidade Civil, Editora Forense, RJ, 1989).
Igualmente, o dano moral, por se tratar de um tema relevante possui previsão legal em outros dispositivos legais, estando presente também nos Arts. 186 e 927 do Código Civil, segue:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Dessa forma, verifica-se que a Requerida cometeu ato ilícito violando moralmente a Requerente, que não deu causa ao ocorrido, e por sua ilicitude é obrigada a reparar o dano causado, conforme será demonstrado a seguir:.
A jurisprudência é pacífica quanto a reparação pode dano moral:
“Entende-se por dano moral a lesão a um bem jurídico integrante de própria personalidade da vítima, como a sua honra, imagem, saúde, integridade psicológica, causando dor, tristeza, vexame e humilhação à vítima. ” (TRF 2ª Região – 5ª Turma; Apelação Cível nº 96.02.43696-4/RJ – Rel. Desembargadora Federal Tanyra Vargas).
É notório que que Doutrinadores e Tribunais estão de acordo quanto a indenização por dano moral para satisfação da ofensa de atos lesivos à honra, à dignidade, ao nome de quem é atingido e denegrido por abusos, fato este que ocorreu com a Requerente.
Frisa-se que o dano moral por sua natureza subjetiva, prescinde de demonstração, da prova do dano, sendo suficiente para caracterizá-lo a ocorrência de seus três elementos essenciais, que são: o dano, o ato culposo e o nexo causal – todos estes presentes na presente ação.
No que tange a demonstra do dano, o STJ tem entendido da seguinte forma:
“Conforme entendimento firmado nesta Corte, não há falar em prova de dano moral, mas, sim, na prova do fato que gerou a dor, o sofrimento, sentimentos íntimos que o ensejam. Precedentes: REsps. Nºs:.261.028/RJ; 294.561/RJ;661.960/PB. - STJ - REsp nº 702872/MS - Rel. Min. Jorge Scartezzini - 4ª Turma – DJU 01/07/2005 - p. 557..” (grifo nosso).
Demonstrada a possibilidade de reparação de dano moral, estando presente todos os requisitos, analisamos o quantum da indenização, que não deve ser exagerado, mas também não poderá ser arbitrada como indulgência a quem causou malefício a outrem.
Nessa linha, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, entendido:
“RECURSO DE APELAÇÃO – AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS – MAJORAÇÃO DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. O valor da indenização por danos morais é majorado para se tornar razoável e proporcional ao dano sofrido,e atender aos fins preventivo e compensatório a que se destina. No caso, valor da indenização por danos morais arbitrado em R$ 10.000,00 (dez mil reais). Recurso conhecido e provido. (TJ-MS - APL: 08240912620148120001 MS 0824091-26.2014.8.12.0001, Relator: Juiz Geraldo de Almeida Santiago, Data de Julgamento: 27/10/2015, 2ª Câmara Cível, Data de Publicação: 28/10/2015). “ (grifo nosso)
Da mesma forma o Tribunal de Justiça da Paraíba, tem entendido que demonstrando o dano moral puro ou objetivo não tem necessidade de prova do efetivo reflexo patrimonial, a comprovação do ato ilícito e do nexo de causalidade já são elementos suficientes, bem como presumidos os efeitos nefastos na honra do ofendido:
A indenização por dano moral não tem finalidade de obtenção de lucro ou de qualquer vantagem financeira, tendo por objetivo, isto sim, o de reparar de forma sensata os danos morais efetivamente ocasionados pelo ofensor (TJPB - Apelação Cível nº 888.2002.0017 - 1ª Câmara Cível - Rel. Des. Jorge Ribeiro Nóbrega - jul. 20/06/2002).
Sendo assim, está claramente demonstrado o dano moral sofrido pela Requerente, inclusive o fato de passar cerca de 07 (sete dias) sem energia elétrica ocasionou grande abalo emocional, constrangimentos e gastos extraordinários como já mencionado, e tudo por motivo alheio a sua conduta.
	
VII. DOS PEDIDOS
Ante exposto, requer a Vossa Excelência:
a) A procedência do pedido quanto a gratuidade da justiça nos termos do artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal e pela Lei 13.105/2015 Código de Processo Civil, artigo 98 e seguintes, inclusive para efeito de possível recurso;
b) A inversão do ônus da prova, nos termos do artigo 6º, VIII do Código de Defesa do Consumidor, por se tratar de relação de consumo;
c) A citação da requerida para comparecer em audiência de conciliação a ser designada por Vossa Excelência, podendo esta ser convolada em audiência de instrução e julgamento nos termos da Lei n. 9099/95, sob pena de revelia e confissão;
d) Seja julgada TOTALMENTE PROCEDENTE a presente ação, afim de condenar a Requerida ao pagamento a título de DANOS MORAIS no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais).
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, especialmente depoimento pessoal do representante legal da reclamada, prova testemunhal e documental.
Dá-se causa o valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais).
Nestes termos, pede deferimento.
São Luís/MA, 05 de Fevereiro de 2020.
Cícero Hernandes – OAB- 14766
Advogado

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