1° Atividade Avaliativa de Direito de Empresa III_Abril de 2020

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ATIVIDADE AVALIATIVA DE DIREITO EMPRESARIAL III - VALOR: 15,00 PTS
ALUNO (A): Dayane Aparecida Riposati – RA: 5013456
ALUNO (A): Bethania Helena de Araujo – RA: 5125692
1) A Lei 7.357/85 dispõe sobre o cheque. Diante das proibições previstas na referida lei, é possível afirmar que:
a) É permitido o endosso parcial e o do sacado. 
b) O endosso pode ficar subordinado a uma condição.
c) Considera-se não escrita a estipulação de juros inserida no cheque.
d) Não se admite a transferência do cheque pelo portador, em se tratando de endosso em branco.
e) O cheque pagável a pessoa nomeada, com ou sem cláusula expressa “à ordem”, não é transmissível por via de endosso.
2) Quanto ao cheque, é correto afirmar:Parte superior do formulário
a) Trata-se de papel de curso forçado, a ser recebido como se fosse dinheiro.
b) Por ser uma ordem de pagamento à vista, o banco não se vincula à data aposta para pagamento, ainda que pré-datado, devendo pagar o título de imediato.
c) A ausência de provisão de fundos prejudica a validade do título, cambiariamente.
d) Admite as figuras do aval e do aceite.
e) Pode ser endossado, de modo puro e simples ou condicionado a evento futuro e incerto.
3) Luiz emitiu, em Quixeramobim, cheque que deveria ser pago, a Henrique, por agência situada em Juazeiro do Norte. O cheque não foi pago, por ausência de provisão de fundos, além de ter perdido força executiva, em razão da prescrição. De acordo com Súmula do Superior Tribunal de Justiça, o prazo para ajuizamento de ação monitória contra Luiz é de cinco anos, contados do:Parte superior do formulário
a) dia da data de emissão estampada na cártula.
b) dia seguinte ao sexagésimo dia posterior à data de emissão estampada na cártula.
c) trigésimo dia posterior à data de emissão estampada na cártula.
d) dia seguinte à data de emissão estampada na cártula
e) sexagésimo dia posterior à data de emissão estampada na cártula.
4) Alberto emitiu um cheque nominal em favor de Bruno, que, por sua vez, endossou o título a Carlos, subordinando o endosso a determinada condição que anotou do verso da cártula. Carlos então apresentou o cheque para pagamento ao banco sacado dentro do prazo legal. Nesse caso, considerando que Alberto mantém fundos suficientes e disponíveis para o pagamento, o banco sacado deve:
a) pagar o cheque, mas desde que tenha sido previamente informado pelo endossante ou pelo sacador sobre a realização da condição anotada na cártula.
b) pagar o cheque, reputando-se não escrita a condição anotada na cártula pelo endossante. 
c) negar o pagamento, pois a anotação de condição pelo endossante da cártula invalida o cheque.
d) pagar o cheque, mas desde que lhe seja apresentada, pelo endossatário, prova escrita da realização da condição anotada na cártula.  
e) negar o pagamento, pois a anotação de condição torna o cheque título causal, impossibilitando, por consequência, a sua transmissão por endosso.  
5) Lindolfo se dirigiu à Livraria Bom Livro Ltda no dia 20/09/2015 e comprou a quantia de R$ 10.000,00 (dez mil reais) em livros. O pagamento foi realizado através de cheque no qual foi inserida a seguinte cláusula: “BOM PARA 20/12/2015”. Diante do caso exposto responda com base na legislação pertinente e de acordo com a jurisprudência predominante:
a) A livraria poderá apresentar o cheque antes da data indicada no título? Justifique
Sim. A livraria poderá apresentar o cheque antes da data indicada no título, pois, o cheque pré ou pós-datado não tem previsão legal. Trata-se de uma construção doutrinária e jurisprudencial.
Portanto, para o direito empresarial, a “pós ou pré-datação” é considerada como não escrita. Assim, se o cheque for apresentado ao banco antes da data marcada, ele o paga.
Art. 32 da Lei 7.357/85. O cheque é pagável à vista. Considera-se não-estrita qualquer menção em contrário.
b) Na hipótese de apresentação antecipada do cheque a livraria poderá sofrer alguma consequência? Explique.
Sim. A livraria poderá sofrer dano moral, pois, embora a lei do cheque preveja a possibilidade tanto do protesto como da execução imediata do cheque pós-datado, o agente que assim atua viola a boa-fé objetiva, razão pela qual o STJ reconhece a ocorrência do dano moral:
Súmula 370 do STJ. Caracteriza dano moral, a apresentação antecipada do cheque pré-datado.
Por força desta Súmula, o dano moral está presumido, dispensando comprovação
6) Fernando emitiu um cheque (na cidade de Belo Horizonte) para Marcelo – o qual deveria ser pago na cidade de Uberaba. Referido cheque foi emitido em 01/10/2015. Dentro deste contexto responda com base na legislação e na jurisprudência predominante:
a) Quando ocorrerá a prescrição executiva do referido título?
O prazo para a apresentação do referido título ocorrerá 60 dias da data de emissão, pois trata-se de título em praça diferente (local da emissão diferente do local da agência pagadora). 
A prescrição executiva do referido título ocorrerá 6 meses, contados do fim do prazo de apresentação, ou seja, expirado o prazo de apresentação, inicia-se o prazo de 6 meses para a pretensão executória do cheque (Artigos 47 e 59 da Lei 7.357/85 e Artigo 784, I do CPC)
b) Considerando que o título esteja prescrito Marcelo possui alguma medida jurídica para tentar receber o crédito representado na cártula? Qual? Explique.
-Terminado o prazo da pretensão executória, tem início o prazo de 2 anos para o ajuizamento “ação de enriquecimento” ou “de locupletamento” (Artigo 61 da Lei 7.357/85);
A ação de locupletamento é ação cambial, ou seja, nela o cheque conserva suas 
características intrínsecas de título de crédito, como a autonomia e a consequente 
inoponibilidade das exceções pessoais ao terceiro de boa-fé. Segue, todavia, o rito ordinário de uma ação de conhecimento. 
Obs.: como, em regra, o aval perde a sua eficácia com a prescrição do título, o avalista não figura no polo passivo da ação de enriquecimento nem da ação monitória (salvo se o avalista houver se beneficiado do aval, conforme jurisprudência do STJ).
-Ação causal de cobrança: ultrapassado o referido prazo de prescrição da ação de locupletamento, o cheque ainda pode ser cobrado, desde que comprovado o seu não pagamento, mediante ação de cobrança, na qual caberá ao portador, todavia, provar a relação causal que originou o título (art. 62 da Lei de Cheque). Neste caso, a ação deixa de ser cambial.
-Passado o prazo da “ação de enriquecimento” o cheque pode ser cobrado por meio de Ação Monitória (artigos 700 a 702 do CPC) até se contarem 5 anos do dia seguinte à data de emissão estampada no cheque (Súmula 503 do STJ).
7) Estabeleça as principais diferenças entre o cheque e a nota promissória (necessário abordar as classificações e as declarações cambiárias que envolvem os dois títulos).
Cheques e Notas promissórias são títulos de crédito muito comuns em relações empresariais, sendo utilizados para representar obrigações pecuniárias de forma simples e eficiente de forma que seu valor possa circular e ser cobrado eficientemente. 
A principal diferença entre eles é que o cheque é uma ordem de pagamento à vista, enquanto a Nota Promissória é uma promessa de pagamento. O cheque é uma ordem de pagamento a vista. 
Assim, não tem data de vencimento estipulada, mas apenas a data da emissão do título. Da data de emissão, o credor terá 30 ou 60 dias para apresentar o título ao banco sacado para que este realize o pagamento se o devedor tiver fundos para tanto. O prazo de 30 dias se aplica se o cheque é de mesma praça, ou seja o local da emissão é o mesmo da agência pagadora do banco sacado; já se o local de emissão é diverso do da agência pagadora, o prazo é de 60 dias. Caso o cheque seja devolvido por ausência de fundos, o credor poderá buscar o pagamento através do Poder Judiciário.
O prazo de prescrição para a ação de execução do cheque é de 6 meses contados do término do prazo de apresentação. Ou seja, findos os 30 ou 60 dias, dependendo do caso, terá o credor 6 meses para executar o título no Judiciário.
Contudo, caso perca este prazo de 6 meses, ainda há uma outrapossibilidade. A cobrança poderá ser feita através de uma ação monitória. Esta tem prazo de 5 anos contados da data da emissão do cheque, ou seja, contados da data que conta no documento.
Em relação a nota promissória a sistemática é parecida. A diferença está no fato de a nota promissória ser uma promessa de pagamento, ou seja, admite vencimento futuro. Assim, a contagem dos prazos para ingressar na justiça se dão a partir do vencimento do título.
O prazo de prescrição para a ação de execução da nota promissória é de 3 anos contado do vencimento, para cobrar do devedor principal, e de 1 ano, contato do protesto do título, para cobrar dos codevedores, como endossantes e seus respectivos avalistas.
Contudo, caso o credor perca tais prazos, ainda há outra possibilidade, assim como no caso do cheque. A cobrança poderá ser feita através de uma ação monitória. Esta tem prazo de 5 anos contados do dia seguinte ao do vencimento da nota promissória.
Portanto, resumidamente, se o devedor não cumpriu espontaneamente com a obrigação assumida através do cheque, o devedor terá até o máximo de 5 anos contados da data de emissão estampada no título para cobrar judicialmente. Já, em se tratando de nota promissória, o credor terá os mesmos 5 anos, mas, neste caso, contados do dia seguinte ao do vencimento do título.
Esse é o posicionamento do Superior Tribunal de Justiça, conforme súmulas editadas no ano de 2014:
SÚMULA 503-STJ: O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de cheque sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte à data de emissão estampada na cártula.
SÚMULA 504-STJ: O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de nota promissória sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte ao vencimento do título.