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Simulado de Informativos - Gran Delta - Felipe Leal

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SIMULADO DE INFORMATIVOS – GRAN DELTA
Prof. Felipe Leal
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1. À luz do CPP e da jurisprudência do STJ, julgue o seguinte item, relativo à prisão, 
aos recursos, aos atos e aos princípios processuais penais.
A possibilidade da execução provisória da pena privativa de liberdade é orientação 
predominante na jurisprudência do STF e do STJ. Nesse cenário jurisprudencial, 
entende-se que a Constituição brasileira não condiciona a prisão – mas sim a cul-
pabilidade – ao trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Com o acór-
dão penal condenatório proferido em grau de apelação esgotam-se as instâncias 
ordinárias e a execução da pena passa a constituir, em regra, exigência de ordem 
pública, necessária para assegurar a credibilidade do Poder Judiciário. Nessa lógica, 
é possível a execução provisória não apenas de pena privativa de liberdade, como 
também a execução provisória em penas restritivas de direito, quando aplicadas 
em substituição às penas privativas de liberdade.
Comentário
Errado.
Ao final da assertiva, o examinador informa ser possível execução provisória de pena 
FELIPE LEAL
Graduado em Direito pela Universidade Federal da Paraíba (2003), 
mestrado em Direito Ambiental e Políticas Públicas pela Universidade 
Federal do Amapá (2012) e Doutorando em Ciências Jurídico-Criminais 
nas Universidades de Porto e de Coimbra, em Portugal (2017-2021). 
Ingressou na Polícia Federal em 2005, como Papiloscopista Policial 
Federal, adquirindo experiência na área pericial, e, desde 2006, é 
Delegado de Polícia Federal, tendo já chefiado Delegacias Especializadas 
na Repressão ao Tráfico de Drogas/PA (2006-2007), na Repressão 
aos Crimes Ambientais/AP (2008-2010) e na Repressão a Crimes 
Financeiros/PB (2011 -2012), bem como atuou como Chefe do Núcleo 
de Inteligência em Pernambuco (2013-2014). Após, foi designado 
como membro do Grupo de Inquéritos da Operação Lava Jato junto ao 
Supremo Tribunal Federal e ao Superior Tribunal de Justiça (2015-2016), 
sendo convidado a assumir a Divisão de Contrainteligência da Polícia 
Federal em Brasília (2016-2017). Na docência, é um dos responsáveis 
pela formação profissional de novos policiais, com a elaboração 
de Caderno Didático para a Academia Nacional de Polícia (ANP). Já 
elaborou Manuais de Investigações para autoridades policiais. Tutor da 
Disciplina Criminologia em Cursos de Aperfeiçoamento Profissional da 
ANP. Professor em Faculdades de Direito e em curso de pós-graduação 
da ANP. Coordenador Pedagógico da Escola Nacional de Delegados de 
Polícia Federal.
SIMULADO DE INFORMATIVOS – GRAN DELTA
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restritiva de direito. Impossibilidade firmada pelo STJ, conforme EREsp 1.619.087-
SC, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, Rel. para acórdão Min. Jorge Mussi, por 
maioria, julgado em 14/6/2017, DJe 24/8/2017 
(Informativo 609 STJ)
2. Matheus foi denunciado pela prática dos crimes de tráfico de drogas (Art. 
33, caput, da Lei nº 11.343/2006) e associação para o tráfico (Art. 35, caput da 
Lei nº 11.343/2006), em concurso material. Quando da realização da audiência de 
instrução e julgamento, o advogado de defesa pleiteou que o réu fosse interrogado 
após a oitiva das testemunhas de acusação e de defesa, como determina o Código 
de Processo Penal (Art. 400 do CPP, com redação dada pela Lei nº 11.719/2008), 
o que seria mais benéfico à defesa. O juiz singular indeferiu a inversão do in-
terrogatório, sob a alegação de que a norma aplicável à espécie seria a Lei nº 
11.343/2006, a qual prevê, em seu Art. 57, que o réu deverá ser ouvido no início 
da instrução. Nesse caso, o juiz agiu corretamente, eis que o interrogatório, em 
razão do princípio da especialidade, deve ser o primeiro ato da instrução nas ações 
penais instauradas para a persecução dos crimes previstos na Lei de Drogas. Fonte: 
FGV (adaptada).
Comentário
Errado.
O juiz não agiu corretamente, pois o interrogatório do acusado, após a Lei n. 
11.719/2008, passou a ser o último ato de instrução, devendo essa alteração pre-
valecer sobre as disposições em contrário presentes em leis especiais, conforme 
novo entendimento do STJ.
(Informativo 609 STJ)
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3. Em relação às imunidades parlamentares, a Constituição Federal estabelece que 
a prerrogativa dos Deputados e Senadores não serem violados civil e penalmente 
por suas opiniões, palavras e votos, no exercício da função, é denominada imuni-
dade material, que pode ser excepcionada quando as manifestações não guardem 
pertinência, por um nexo de causalidade, com o desempenho das funções do man-
dato parlamentar. Fonte: adaptação de questão elaborada pela FCC.
Comentário
Certo.
O entendimento de imunidade material sempre como excludente de tipicidade na 
conduta de parlamentares possui limites. Não mais encontra respaldo jurispruden-
cial a imunidade absoluta.
Reza o art. 53 da Constituição Federal: Os Deputados e Senadores são invioláveis, 
civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. 
Todavia, o Supremo Tribunal Federal já decidiu, inclusive:
Que os atos praticados em local distinto escapam à proteção da imunidade, quando as 
manifestações não guardem pertinência, por um nexo de causalidade, com o desempe-
nho das funções do mandato parlamentar;(...) e o fato de o parlamentar estar em seu 
gabinete no momento em que concedeu a entrevista é fato meramente acidental, já que 
não foi ali que se tornaram públicas as ofensas, mas sim através da imprensa e da inter-
net; [Inq 3.932 e Pet 5.243, rel. min. Luiz Fux, j. 21-6-2016, 1ª T, DJE de 9-9-2016.]
Em caso julgado pelo STF, um parlamentar reclamante noticia que um vídeo seu foi 
publicado com relevantes edições nas redes sociais por um Deputado Federal, de 
maneira a ofender sua honra objetiva. 
Sem ingressar no mérito do caso concreto, certo é que o Supremo Tribunal Federal 
reforça em seus julgados mais recentes, principalmente a partir do ano de 2016, a 
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existência de limites ao manto protetor da imunidade material, não presente quan-
do ofensas com animus difamandi ou injuriandi são provenientes de quem não es-
teja, na ocasião, “vestido de seu mandato parlamentar”, ausente, pois, a projeção 
do exercício de suas atividades.
Com efeito, o futuro Delta precisa ter atenção às questões de concurso elaboradas 
sobre o assunto. Quando se tratar de conduta realizada fora do recinto parlamentar 
e sem nexo com o desempenho das funções do mandato parlamentar, não há que 
se falar em imunidade material. Atenção também nas divulgações em redes sociais 
sem o nexo referido, pois acreditamos que isto será abordado nos próximos con-
cursos. A depender da narrativa da questão, provavelmente a imunidade absoluta 
não se sustentará no gabarito. 
(Informativo 876 STF)
4. Conforme Lei n. 12.850/2013, o acordo de colaboração premiada não pode dei-
xar de ser sigiloso antes do recebimento da denúncia. 
Comentário
Errado.
Conforme dispõe o art. 7º, §3º, da Lei 12.850/2013, O acordo de colaboração pre-
miada deixa de ser sigiloso assim que recebida a denúncia, observados os direitos 
do colaborador.
Um questionamento naturalmente surgiu com a publicidade de colaborações ainda 
no curso de investigação criminal: o sigilo do acordo somente pode ser levantado 
quando do recebimento da denúncia ou é possível que isto ocorra antes?
Decidiu o STF que o parágrafo citado não encerra observância absoluta, mas 
termo final máximo. Deve ser mantido até esse ponto apenas se houver 
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necessidade concreta.
(Informativo 877 STF)
5. Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tem-
po de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro,o de prisão administrativa e o de 
internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico. Esse cômputo é deno-
minado pelo Código Penal de detração. Entende-se por considerar a data da prisão 
preventiva como marco inicial para a obtenção de benefícios em sede de execução 
penal e não a progressão a data da publicação da sentença condenatória. Fonte: 
adaptação de questão elaborada pelo IESES (concurso Cartório - TJ/PA- 2016)
Comentário
Certo.
Em caso de prisão processual, anterior pois à sentença condenatória, entendeu o 
STF considerar a data da prisão preventiva como marco inicial para a obtenção de 
benefícios em sede de execução penal e não a progressão a data da publicação da 
sentença condenatória. 
(Informativo 877 STF)
6. A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com violência ou gra-
ve ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição da pena privativa de 
liberdade por restritiva de direitos. 
Comentário
Certo.
Vide Súmula 588 STJ
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7. É aplicável o princípio da insignificância nos crimes ou contravenções penais pra-
ticados contra a mulher no âmbito das relações domésticas. 
Comentário
Errado.
Vide Súmula 589 STJ.
8. Pedro, objetivando futura candidatura ao mestrado, mediante imposição de seu 
“login” e senha, de logo registrou atividade acadêmica falsa em seu currículo, na 
plataforma Lattes. Reunidos elementos de prova em seu desfavor, a autoridade po-
licial resolveu pelo indiciamento, ao considerar Pedro incurso no art. 299 do Código 
Penal. Nessa situação, o indiciamento foi equivocado, pois não é típica a conduta de 
inserir, em currículo Lattes, dado que não condiz com a realidade. Fonte: adaptação 
de questão elaborada pelo CESPE - concurso técnico judiciário - TJ AC - 2012.
Comentário
Certo.
O crime de falsidade ideológica está previsto no art. 299 do CPB, in verbis:
Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia 
constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser 
escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre 
fato juridicamente relevante:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclu-
são de um a três anos, e multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis, se o 
documento é particular.
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Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecen-
do-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro 
civil, aumenta-se a pena de sexta parte.
É sabido que a falsidade deve ser capaz de enganar e que o objeto material do 
crime é o documento público ou particular. Sobre o tema, uma importante decisão 
do STJ nesse informativo afirma que a capacidade de enganar não está presente 
quando o objeto material for um documento eletrônico sem validade jurídica por 
não conter assinatura judicial e suas informações devam ser objeto de aferição por 
quem nelas tem interesse, como é o caso do currículo inserido na plataforma vir-
tual Lattes do CNPQ.
(Informativo 610 STJ)
9. Em regra, as provas, no processo penal, podem ser produzidas a qualquer tempo, 
inclusive na fase recursal, desde que observado o contraditório; no procedimento do 
tribunal do júri, entretanto, exige-se a antecedência mínima de três dias antes da 
instrução em plenário não apenas para a juntada de documento ou objeto, mas tam-
bém para a ciência da parte contrária a respeito de sua utilização no Tribunal do Júri.
Comentário
Certo.
Segundo o art. 479 do CPP, com redação dada pela Lei 11.689/2008, durante o 
julgamento no Tribunal do Júri, não será permitida a leitura de documento ou a 
exibição de objeto que não tiver sido juntado aos autos com a antecedência mínima 
de 3 (três) dias úteis, dando-se ciência à outra parte. 
Pois bem, restava-se saber se a antecedência mínima de 3 (três) dias úteis era ape-
nas para a juntada aos autos do documento, ou se aplicava o prazo como reserva 
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temporal de ciência à outra parte.
Ao julgar o REsp 1.637.288-SP, o STJ entendeu que de nada adiantaria a exigência 
de que o documento seja juntado em tempo razoável se não vier acompanhada da 
necessidade de que a parte contrária seja cientificada também em tempo razoável 
da juntada, razão pela qual o prazo de 3 dias úteis a que se refere o art. 479 
do Código de Processo Penal deve ser respeitado não apenas para a junta-
da de documento ou objeto, mas também para a ciência da parte contrária 
a respeito de sua utilização no Tribunal do Júri.
(Informativo 610 STJ)
10. Acerca do sigilo das operações de instituições financeiras (Lei Complementar 
nº 105/2001), pode-se afirmar que independe de prévia autorização do Poder Ju-
diciário a quebra de sigilo de contas públicas, eis que, por força dos princípios da 
publicidade e da moralidade (CF, art. 37), não têm elas, em geral, direito à intimi-
dade e à privacidade. Fonte: adaptação de questão elaborada pelo IBADE (concur-
so Delegado PC AC - 2017)
Comentário
Certo.
O Supremo Tribunal Federal consolidou o entendimento de que as contas públicas, 
por força dos princípios da publicidade e da moralidade (CF, art. 37), não têm, em 
geral, direito à intimidade e à privacidade. Por conseguinte, não são abrangidas 
pelo sigilo bancário.
O sigilo de informações necessário à preservação da intimidade é relativizado quan-
do há interesse da sociedade em conhecer o destino dos recursos públicos. 
(Informativo 879 STF)
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11. Octávio, Procurador da República, presente em audiência, de logo teve ciência 
de ato que pretendia recorrer. Com relação ao prazo recursal, o início do cômputo 
somente se inicia com a remessa dos autos com vista à instituição, pois o prazo 
processual, considerado em si mesmo, não tem necessária relação com intimação 
(comunicação ou ciência de atos daqueles que figuram no processo), mas com o 
espaço de tempo de que as partes ou terceiros interessados dispõem para a prática 
válida de atos processuais que darão andamento ao processo.
Comentário
Certo.
O Superior Tribunal de Justiça, na análise do assunto, considerou aspectos práticos 
e legais. Em uma visão pragmática, a um, reconheceu o grande volume de trabalho 
de Promotores e Procuradores da República, responsáveis por várias ações penais, 
ante os princípios da oficialidade e da obrigatoriedade da ação penal. A dois, por 
considerar o princípio da unidade, entendeu que nem sempre o(a) Promotor(a)/
Procurador(a) da República presente na audiência será o mesmo agente público 
responsável pela condução e, posteriormente, pela impugnação dos atos praticados 
durante a audiência.
Avançando, citou várias normas legais, decidindo que o início do cômputo 
do prazo para a prática de novos atos só dispara com a remessa dos autos 
com vista à instituição.
• Lei Orgânica dos Ministérios Públicos Estaduais (art. 41, IV, da Lei n. 
8.625/1993); 
• Lei Complementar n. 75/1993, do Ministério Público da União (art. 18, II, “h); e
• Art. 180 do CPC. 
Nesse mesmo Informativo, sublinhe-se, consta decisão do STJ, reafirmando mes-
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mo tratamento à Defensoria Pública: 
A data da entrega dos autos na repartição administrativa da Defensoria Pública é o ter-
mo inicial da contagem do prazo para impugnação de decisão judicial pela instituição, 
independentemente de intimação do ato em audiência. HC 296.759-RS, Rel. Min. Ro-
gério Schietti Cruz, por maioria, julgado em 23/8/2017, DJe 21/9/2017.
(Informativo 611 STJ)
12. Com relação às prerrogativas parlamentares,o ato emanado do Poder Judiciá-
rio que houver aplicado medida cautelar que impossibilite direta ou indiretamente o 
exercício regular do mandato legislativo deve ser submetido ao controle político da 
Casa Legislativa respectiva, nos termos do art. 53, § 2º, da CF. Fonte: adaptação 
de questão elaborada pelo CESPE (concurso Juiz - TJCE - 2012)
Comentário
Certo.
Diferentemente do entendimento do ministro Marco Aurélio, entendeu a maioria do 
Supremo Tribunal Federal que o Poder Judiciário dispõe de competência para de-
cretar, por autoridade própria, as medidas cautelares a que se refere o artigo 319 
do Código de Processo Penal em desfavor de parlamentares.
Todavia, em respeito à independência harmônica que rege o princípio da separação 
dos Poderes, e considerando que medidas cautelares diversas da prisão acabam 
por impossibilitar direta ou indiretamente o exercício regular do mandato legislati-
vo, o Supremo Tribunal Federal, interpretação conforme à Constituição, decidiu que 
tais medidas aplicadas pelo Poder Judiciário, por reserva de Parlamento, devam 
ser submetidas, ao controle político da Casa Legislativa respectiva, nos termos do 
art. 53, § 2º, da CF: Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso 
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Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse 
caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, 
para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.
Ainda sobre o tema, é importante mencionar que o art. 53, §2º, da CF não pode 
ser invocado no caso de prisão decorrente de sentença condenatória transitada em 
julgado. Foi esse o entendimento do STF, conforme se observa no Informativo 
712, abaixo transcrito parcialmente, com grifos nossos:
Detentor de mandato eletivo e efeitos da condenação - 3
O Min. Teori Zavascki acrescentou que não procederia a alegação de ofensa ao art. 
53, § 2º, da CF. Afirmou que o dispositivo preservaria, no que diz respeito às imuni-
dades reconhecidas aos parlamentares federais, a regra segundo a qual, no âmbito 
das prisões cautelares, somente se admitiria a modalidade de prisão em flagrante, 
decorrente de crime inafiançável. Afirmou que nesse preceito não se compreenderia 
a prisão resultante de sentença condenatória transitada em julgado. Destacou que 
a incoercibilidade pessoal dos congressistas configuraria garantia de natureza rela-
tiva. Assim, ainda que pendente a deliberação, pela casa legislativa correspondente, 
sobre a perda de mandato parlamentar do condenado por sentença com trânsito em 
julgado (CF, art. 55, § 2º), não haveria empecilho a que o Judiciário promovesse a 
execução da pena privativa de liberdade imposta. No caso, aduziu a impertinência 
dessa questão — no que foi acompanhado pelos Ministros Ricardo Lewandowski e 
Rosa Weber —, pois não se poderia atrelar a suspensão dos direitos políticos com a 
perda do mandato. Assentou que a manutenção ou não do mandato, nas hipóteses 
de condenação definitiva, deveria ser resolvida pelo Congresso. Consignou, ainda, 
que o regime constitucional conferido ao tema quanto ao Presidente da República 
também não salvaguardaria o embargante, pois mesmo o Chefe do Executivo esta-
ria sujeito à prisão decorrente de condenação transitada em julgado. Desse modo, 
o fato superveniente citado não alteraria a condenação imposta, sequer inibiria a 
execução penal. Vencido o Min. Marco Aurélio, que reiterava a incompetência do STF 
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para julgar o feito, tendo em vista a renúncia do parlamentar ao cargo que ocupava 
antes da decisão condenatória. AP 396 QO/RO, rel. Min. Cármen Lúcia, 26.6.2013. 
(AP-396). AP 396 ED-ED/RO, rel. Min. Cármen Lúcia, 26.6.2013. (AP-396)
(Informativo 881 STF)
13. Há perda de objeto da ação de usucapião proposta em juízo cível na hipótese 
em que juízo criminal decreta a perda do imóvel usucapiendo em razão de ter sido 
adquirido com proventos de crime. Fonte: adaptação de questão elaborada pela 
FCC - concurso Juiz - TJ AP - 2014 c/c questão elaborada pelo CESPE - concurso 
Juiz - TRF 2º Região – 2013.
Comentário
Certo.
Segundo o Superior Tribunal de Justiça, apesar de a independência das instân-
cias ser regra, os sistemas processuais civil e penal admitem exceções, em que se 
adota o sistema da adesão, por meio do qual uma instância simplesmente adere 
ao julgamento da outra. 
SISTEMA DE ADESÃO
PREVALÊNCIA DO JUÍZO CRIMINAL PREVALÊNCIA DO JUÍZO CÍVEL
Art. 935 do CC. A responsabilidade civil é 
independente da criminal, não se podendo 
questionar mais sobre a existência do fato, ou 
sobre quem seja o seu autor, quando estas 
questões se acharem decididas no juízo 
criminal
Art. 92 do CPP. Se a decisão sobre a 
existência da infração depender da solução de 
controvérsia, que o juiz repute séria e fundada, 
sobre o estado civil das pessoas, o curso da 
ação penal ficará suspenso até que no 
juízo cível seja a controvérsia dirimida 
por sentença passada em julgado, sem 
prejuízo, entretanto, da inquirição das 
testemunhas e de outras provas de natureza 
urgente.
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No caso julgado, o STJ entendeu pela prevalência do juízo criminal. E concluiu que, 
após decretado o confisco do bem por meio de sentença penal condenató-
ria transitada em julgado, nada resta ao juízo cível senão curvar-se ao pro-
vimento exarado pelo juízo criminal, cabendo à parte interessada insurgir-se 
perante aquele juízo, por meio dos referidos embargos
Do exposto, há perda de objeto da ação de usucapião proposta em juízo cível na 
hipótese em que juízo criminal decreta a perda do imóvel usucapiendo em razão de 
ter sido adquirido com proventos de crime.
14. Em 2014 o STF adotou o entendimento de o desmembramento do processo 
ser a regra geral quando houver corréus sem prerrogativa de foro no STF. Admite, 
porém, como exceção julgamento único de ação penal que indicar a união indisso-
ciável entre as condutas, e não a mera conexão.
Comentário
Certo.
Aos dias 13 de fevereiro de 2014, após negar provimento a recurso (agravo regi-
mental) interposto contra o desmembramento do Inquérito (INQ) 3515, que corre 
no Supremo Tribunal Federal contra o deputado federal Arthur Lira (PP/AL) pela 
suposta prática dos crimes de lavagem de dinheiro, ocultação de bens e corrupção 
passiva, os ministros concordaram em adotar o entendimento de que o desmem-
bramento do processo fosse, doravante, uma regra geral quando houvesse 
corréus sem prerrogativa de foro no STF1.
Anos antes, porém, o STF havia decidido alguns casos pelo não desmembramento, 
diante da possibilidade de decisões contraditórias em separado. Assim foi, como 
exemplo, a Ação Penal 470/MG (“Mensalão”). 
1 Fonte: http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=260291 
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Nesse sentido, inclusive, a Súmula 704 do STF: Não viola as garantias do juiz na-
tural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou 
conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos de-
nunciados.
Por ser mais recente, a decisão de desmembramento como regra geral fez supor 
nova postura jurisdicional. Como se esperava, porém, exceções seriam reconheci-
das à regra proposta como geral.
E nessa esteira, no julgamento do Inq 4506 AgR/DF, no último dia 14 de novem-
bro, o STF entendeu pelo não desmembramento indicando hipótese para a exce-
ção: a união indissociável entre as condutas, e não a mera conexão.
(Informativo 885 STF)
15. Com o advento da lei 11.690/2008, o Código Processo Penal abandonou o sis-
tema presidencialista, de modo que a inquirição de testemunhas pelaspartes deve 
preceder à realizada pelo juízo.
Comentário
Certo.
Antes da Lei n. 11.690/2008, estabelecia o Código de Processo Penal que “as per-
guntas das partes seriam requeridas ao juiz, que as formularia à testemunha. O 
juiz não poderia recusar as perguntas da parte, salvo se não tivessem relação com 
o processo ou importarem repetição de outra já respondida”.
Com o advento da lei acima, o art. 212 do CPP passou ter uma nova redação: “As 
perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não admitin-
do o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa 
ou importarem na repetição de outra já respondida. Parágrafo único. Sobre os pon-
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tos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição”.
Abandonou-se, pois, o sistema presidencialista em homenagem ao sistema acusa-
tório, em que o juiz participa apenas ao final, de maneira supletiva. Passou-se a 
vigorar o procedimento inicial de direct-examination pela parte que arrolou, para 
em seguida se oportunizar à parte contrária as suas perguntas à testemunha (cros-
s-examination). 
A despeito da alteração legal, alguns magistrados ainda iniciam audiência formu-
lando suas perguntas. E foi o que ocorreu no processo analisado pelo STF. Impe-
trado o HC 111815/SP, o STF reafirmou que a inquirição de testemunhas pelas 
partes deve preceder à realizada pelo juízo. Com efeito, embora não tenha 
anulado o processo-crime a partir da audiência de instrução e julgamento, decidiu 
pela necessidade de nova oitiva, mantidos todos os demais atos processuais.
(Informativo 885 STF)
16. O princípio da insignificância é aplicável aos crimes contra a administração pública. 
Comentário
Errado.
Vide Súmula 599 STJ.
17. Para a configuração da violência doméstica e familiar prevista no artigo 5º da 
Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), exige-se naturalmente a coabitação entre 
autor e vítima. 
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Comentário
Errado.
Vide Súmula 600 STJ.
18. Sobre o regime jurídico da prisão provisória e das medidas cautelares pessoais 
no ordenamento jurídico pátrio, segundo orientação doutrinária e jurisprudencial, 
é correto afirmar que a prisão preventiva poderá ser substituída pela domiciliar 
quando o agente for mulher com filho de até 04 anos de idade.
Comentário
Errado.
Com a Lei n. 12.403/2011, o Código de Processo Penal brasileiro foi alterado, com 
a previsão de medidas cautelares diversas da prisão, razão pela qual a privação 
processual de liberdade, já excepcional, tornou-se medida subsidiária.
Para a aplicação da prisão preventiva ou de qualquer outra medida cautelar, o le-
gislador estabeleceu a necessidade de serem preenchidos os seguintes requisitos:
Art. 282 do CPP. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplica-
das observando-se a: 
I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução 
criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações 
penais; 
II - adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições 
pessoais do indiciado ou acusado. 
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Constata-se que se consagrou o princípio da proporcionalidade (entendido como o 
binômio necessidade e adequação das medidas a serem aplicadas), previsto im-
plicitamente na Constituição Federal e diretamente ligado à garantia dos direitos 
fundamentais. 
É por isso que, sempre que possível, a prisão preventiva será substituída por outra 
medida cautelar menos lesiva ao investigado ou acusado. É o que dispõe o artigo 
321 do CPP:
Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, 
o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas 
cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes 
do art. 282 deste Código. 
I - (revogado) 
II – (revogado)
Diversas são as cautelares diversas da prisão. Destacamos (a) comparecimento 
periódico em juízo; (b) proibição de acesso ou frequência a determinados lugares; 
(c) proibição de manter contato com pessoa determinada; (d) proibição de ausen-
tar-se da comarca; (e) recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de 
folga; (f) e suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza 
econômica ou financeira.
Por não outra razão, em uma representação policial pela prisão preventiva, sugere-
-se, como melhor técnica, demonstrar a ineficácia das demais medidas cautelares, 
não restando outra alternativa senão a prisão preventiva dos suspeitos. Apenas 
como ultima ratio, a prisão preventiva ressoa como medida cabível.
Nesse sentido, o informativo 887 apresenta o julgamento do HC 136408/SP, Inq 
4506 AgR/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, 
no qual o Supremo Tribunal Federal invocou a Lei 13.257/2016, que versa sobre 
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políticas públicas para a primeira infância, e determinou a substituição da preven-
tiva por prisão domiciliar de uma mãe com filho de até 12 anos de idade.
(Informativo 887 STF)
19. A imunidade formal prevista no art. 51, I, e no art. 86, “caput”, da Constituição 
Federal, tem por finalidade tutelar o exercício regular dos cargos de Presidente da 
República e de Ministro de Estado, razão pela qual não é extensível a codenuncia-
dos que não se encontram investidos em tais funções.
Comentário
Certo.
A imunidade formal prevista no art. 51, I, e no art. 86, “caput”, da Constituição 
Federal, tem por finalidade tutelar o exercício regular dos cargos de Presidente da 
República e de Ministro de Estado, razão pela qual não é extensível a codenuncia-
dos que não se encontram investidos em tais funções.
Com esse entendimento, o Supremo Tribunal Federal, nos autos do INQ 4483 e INQ 
4327, ao tempo em que reconheceu a imunidade formal do Presidente da República 
e dos Ministros de Estado, diante da negativa da Câmara dos Deputados, decidiu 
pelo prosseguimento das ações aos codenunciados, com o desmembramento dos 
processos de acordo com os critérios de competência. 
Com relação à imputação do crime de organização criminosa, acrescentou o STF 
que por se trata de delito autônomo, eventuais delitos cometidos em seu âmbito 
não ensejam, necessariamente, o reconhecimento da conexão para processo e jul-
gamento conjuntos.
Entendeu, por fim, o STF que o prosseguimento das ações não e traduz na possibili-
dade de responsabilização indireta dos detentores de imunidade formal, amparados 
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pela decisão da Câmara dos Deputados, uma vez que, no processo, penal, tem-se o 
princípio da responsabilidade penal subjetiva, cabendo ao Ministério Público o ônus 
da prova acerca dos elementos constitutivos do tipo penal incriminador, produzindo 
os elementos de prova capazes de demonstrar, em relação a cada um dos acusa-
dos, a perfeita subsunção das condutas.
(Informativo 888 STF)
20. Segundo o Supremo Tribunal Federal, é possível extraditar estrangeiro conde-
nado por seu país de origem a crimes de sequestro praticados há mais de 20 anos, 
por ser tal delito permanente, não prescrevendo enquanto não for encontrada a 
pessoa ou o corpo.
Comentário
Certo.
Interessante decisão do Supremo Tribunal Federal ao julgar a possibilidade de extradi-
ção de ex-militar da marinha argentina, acusado de participação em crime de seques-
tro, tortura e eliminação de pessoas no período compreendido entre 1976 e 1983.
De um lado, ministros sustentaram que, não sendo o Brasil signatário da Conven-
ção Interamericana sobre o Desaparecimento Forçado dePessoas, que prevê a im-
prescritibilidade dos delitos de lesa-humanidade, a extradição deveria ser negada, 
sob argumento de falta de dupla punibilidade, considerando a morte presumida da 
vítima e a prescrição máxima prevista no CPB: 20 anos.
Vencidos, porém, foram esses ministros. Por maioria, o STF entendeu que o crime 
de sequestro, por ser permanente, não prescreve enquanto não for encon-
trada a pessoa ou o corpo.
(Informativo 888 STF)
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21. O “habeas corpus” não pode ser empregado para impugnar medidas cautelares 
de natureza criminal diversas da prisão, eis que não presente ameaça ou ofensa, 
direta ou indireta, à liberdade de ir e vir.
Comentário
Errado.
Ao julgar dois “Habeas Corpus”: 147303/AP e 147426/AP, o Supremo Tribunal Fe-
deral entendeu ser possível impetrar em face de medidas diversas da prisão, como 
o afastamento das funções. Dois argumentos foram decisivos: 1) tais medidas, em-
bora diversas da prisão, afetam interesses não patrimoniais importantes da pessoa 
física; 2) Se descumpridas, podem ser convertidas em prisão processual.
(Informativo 888 STF)
22. À luz do posicionamento jurisprudencial, em caso de imputação do mesmo fato 
delituoso em ações penais diversas, ocorrendo coisa julgada nos juízos diferentes, deve 
prevalecer a primeira condenação, em respeito ao princípio da Segurança Jurídica.
Comentário
Errado.
Situação um pouco inusitada, porém de fácil resolução. O Superior Tribunal de Jus-
tiça entendeu que diante do trânsito em julgado de duas sentenças condenatórias 
por fatos idênticos, deve prevalecer a condenação mais favorável ao réu.
Abstraindo-nos do caso em si, apresento um exemplo no qual se mostra possível a 
ocorrência dessa situação. Admita-se que se investigue uma organização criminosa 
(ORCRIM) estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, com 
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objetivo de praticar crimes de contrabando. Em uma cidade “A”, onde os suspeitos 
residem e possuem comércio, tramita o inquérito policial a investigar a ORCRIM. Al-
gumas apreensões são realizadas nas cidades fronteiriças “B” e “C”, materializando 
a importação de mercadorias proibidas, com a prisão de alguns integrantes da OR-
CRIM já investigada na cidade “A”. Em todas as cidades, as investigações avançam, 
de modo a alcançar todos os integrantes. São eles denunciados nas cidades “A”, 
“B” e “C”, com imputação dos mesmos fatos delituosos, incursos no art. 2º da Lei 
12.850/2013 c/c art. 334-A do CPB, gerando condenações com trânsito em julgado.
(Informativo 616 STJ)
23. (2013/CESPE/PG-DF/PROCURADOR) Desde que o STF declarou incidental-
mente a inconstitucionalidade do artigo 2º, § 1º , da Lei n. 8.072/1990 (“A pena 
por crime previsto neste artigo [crime hediondo] será cumprida inicialmente em 
regime fechado”), não é mais obrigatória a fixação do regime inicial fechado para 
o condenado pelo crime de tráfico de entorpecentes, podendo a pena privativa de 
liberdade ser substituída por restritivas de direitos quando o réu for primário e sem 
antecedentes e não ficar provado que ele se dedique ao crime ou esteja envolvido 
com organização criminosa. 
Comentário
Certo.
No julgamento do Recurso Extraordinário 1.052.700, ocorrido em 03/11/2017, em 
Plenário Virtual, o Supremo Tribunal Federal decidiu por fixar a tese: “É inconstitu-
cional a fixação ex lege, com base no art. 2º, § 1º, da Lei 8.072/1990, do regime 
inicial fechado, devendo o julgador, quando da condenação, ater-se aos parâmetros 
previstos no artigo 33 do Código Penal”.
Já haviam julgados nesse sentido:
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AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. MATÉRIA CRIMINAL. JUL-
GAMENTO MONOCRÁTICO PELO RELATOR. POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE IMPUG-
NAÇÃO AOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. REGIME DE CUMPRIMENTO 
DE PENA. HABEAS CORPUS CONCEDIDO DE OFÍCIO. 1. […] 3. É inconstitucional 
a fixação de regime inicial fechado com base unicamente na hediondez do delito 
(HC 111.840, Rel. Min. Dias Toffoli, Pleno, DJe 17.12.2013). 4. Agravo regimental a 
que se nega provimento. Ordem de habeas corpus concedida de ofício apenas para 
determinar ao Juízo de 1º grau que reexamine, afastada a vedação do art. 2º, § 
1º, da Lei 8.072/1990, a possibilidade de fixação de regime inicial de cumprimento 
de pena menos gravoso, atendo-se ao previsto no art. 33, §§ 2º e 3º, do Código 
Penal. (ARE 935.967 AgR, Rel. Min. EDSON FACHIN, Primeira Turma, julgado em 
15.03.2016, grifei)
Ocorre que, nas palavras do Ministro Edson Fachin, fez-se necessária a consolidação 
da jurisprudência, diante do descumprimento dessa orientação por outras instân-
cias, sob o argumento de que a declaração de inconstitucionalidade no julgamento 
do HC 11.840/ES, por ter se dado de forma incidental, não teria efeito erga omnes2.
No Informativo 889 STF, consta que, já em sede de repercussão geral, o Supremo 
Tribunal Federal reafirmou a tese acima no Recurso Extraordinário com Agravo 
1.052.700 – MG.
(Informativo 889 STF)
24. Conforme entendimento jurisprudencial, o art. 53, § 2º, da Constituição Fe-
deral, ao dispor acerca de imunidade formal conferida a deputados federais e se-
nadores, confere uma prerrogativa constitucional aos parlamentares do Congresso 
Nacional e, justamente por se tratar de norma de exceção, deve ser interpretada 
restritivamente. Assim, um Juiz de primeiro grau, fundamentadamente, pode im-
2 http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/verPronunciamento.
asp?pronunciamento=7206125.
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por a parlamentares municipais as medidas cautelares de afastamento de suas fun-
ções legislativas sem necessidade de remessa à Casa respectiva para deliberação.
Comentário
Certo.
Conforme Informativo 881 STF, no julgamento da ADI n. 5.526/DF, entendeu a 
maioria do Supremo Tribunal Federal que o Poder Judiciário dispõe de competência 
para decretar, por autoridade própria, as medidas cautelares a que se refere o ar-
tigo 319 do Código de Processo Penal em desfavor de parlamentares. Todavia, em 
respeito à independência harmônica que rege o princípio da separação dos Poderes, 
e considerando que medidas cautelares diversas da prisão acabam por impossibili-
tar direta ou indiretamente o exercício regular do mandato legislativo, o Supremo 
Tribunal Federal, interpretação conforme à Constituição, decidiu que tais medidas 
aplicadas pelo Poder Judiciário, por reserva de Parlamento, devam ser submetidas, 
ao controle político da Casa Legislativa respectiva, nos termos do art. 53, § 2º, da 
CF: Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não po-
derão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos 
serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo 
voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.
Ainda sobre o tema, é importante mencionar que o art. 53, §2º, da CF não pode ser 
invocado no caso de prisão decorrente de sentença condenatória transitada em jul-
gado. Foi esse o entendimento do STF, conforme se observa no Informativo 712 STF.
No Informativo 617 STJ, o Superior Tribunal de Justiça entendeu ser possível que o 
Juiz de primeiro grau, fundamentadamente, imponha a parlamentares municipais 
as medidas cautelares de afastamento de suas funções legislativas sem necessida-
de de remessa à Casa respectiva para deliberação. Com relação ao art. 53, § 2º, 
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da Constituição Federal, segundo a decisão judicial, o referido artigo dispõe acerca 
de imunidade formal conferida à deputados federais e senadores, sendo, pois,uma 
prerrogativa constitucional conferida aos parlamentares do Congresso Nacional e, 
justamente por se tratar de norma de exceção, deve ser interpretada restritivamente
(Informativo 617 STJ)
25. É lícita a obtenção de dados pela polícia das conversas de whatsapp em celular 
sem prévia autorização judicial, desde que apreendido o aparelho no flagrante.
Comentário
Errado.
O STJ entendeu não haver ilegalidade na perícia de aparelho de telefonia celular 
pela polícia, sem prévia autorização judicial, na hipótese em que seu proprietário 
– a vítima – foi morto, tendo o referido telefone sido entregue à autoridade policial 
por sua esposa.
Tal decisão deve ser analisada a partir do contexto em que foi proferida: 1) o celu-
lar pertencia à vítima e não ao acusado; 2) a vítima veio a falecer e houve autori-
zação da esposa; 3) o celular teria sido um veículo para a prática do crime.
Recomenda-se cautela para não alargar esse entendimento, considerando outras 
decisões de Tribunais Superiores, cada vez mais inclinadas a considerar ilícita a 
prova quando não há autorização do proprietário/detentor do aparelho celular, nem 
decisão judicial permissiva.
“PENAL. PROCESSUAL PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. TRÁ-
FICO DE DROGAS. NULIDADE DA PROVA. AUSÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL 
PARA A PERÍCIA NO CELULAR. CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO. 1. Ilí-
cita é a devassa de dados, bem como das conversas de whatsapp, obtidas dire-
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tamente pela polícia em celular apreendido no flagrante, sem prévia autorização 
judicial. 2. Recurso ordinário em habeas corpus provido, para declarar a nulidade 
das provas obtidas no celular do paciente sem autorização judicial, cujo produto 
deve ser desentranhado dos autos”. (STJ. RHC 51.531/RO, 6ª Turma, Rel. Min. Nefi 
Cordeiro, julgado em 19/04/2016)
(Informativo 617 STJ)
26. Com referência ao crime de dispensa ou inexigibilidade de licitação fora das 
hipóteses previstas em lei (art. 89 da Lei n. 8.666/1993), julgue o item seguinte. 
A consumação do art. 89 reclama a configuração de dolo de dano ao erário (dolo 
específico), embora não seja necessária a comprovação do efetivo dano.
Comentário
Certo.
A Primeira Turma do STF não conheceu Recurso Especial interposto por Deputado 
Federal, condenado como incurso nos crimes previstos nos artigos 89 e 90 da Lei 
de Licitações, perpetrados quando de sua gestão como prefeito municipal, em ra-
zão dos termos do Enunciado 279 do STF: Para simples reexame de prova não cabe 
recurso extraordinário.
Na sequência, a Turma, também por maioria, afastou a prescrição da pretensão 
punitiva suscitada e determinou a imediata execução da pena, com expedição de 
mandado de prisão.
Ocorre que os argumentos utilizados pela defesa, não refutados pelo Relator, pode-
riam ser determinantes caso o Recurso fosse conhecido, reascendendo a importân-
cia do estudo dos tipos penais ora referidos. Vamos a eles:
Lei 8.666/1993: “Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses pre-
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vistas em lei, ou deixar de observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à 
inexigibilidade: Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa. Parágrafo 
único. Na mesma pena incorre aquele que, tendo comprovadamente concorrido 
para a consumação da ilegalidade, beneficiou-se da dispensa ou inexigibilidade ile-
gal, para celebrar contrato com o Poder Público”.
Lei 8.666/1993: “Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou 
qualquer outro expediente, o caráter competitivo do procedimento licitatório, com 
o intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do 
objeto da licitação: Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa”.
Há entendimentos, cada vez mais recorrentes, que a consumação do art. 89 re-
clama a configuração de dolo de dano ao erário (dolo específico), embora não 
seja necessária a comprovação do efetivo dano.
O tipo descrito do art. 89 da Lei de Licitação tem por escopo proteger o patrimônio 
público e preservar o princípio da moralidade, mas só é punível quando produz re-
sultado danoso. (Apn 261/PB, Rel. Min. Eliana Calmon, Corte Especial, julgado em 
02/03/2005)
As ações criminais, que envolvem o cometimento de crimes previstos na Lei de Li-
citações, exigem, para a configuração do delito, a evidenciação do dolo específico 
e do dano ao erário, para que consubstanciem a justa causa para a condenação 
penal. (APn 330/SP, Rel. Min. Francisco Falcão, Rel. p/ Acórdão Min. Luiz Fux, Corte 
Especial, julgado em 03/10/2007)
O entendimento dominante no Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que o 
crime do art. 89 da Lei 8.666, de 1993, somente é punível quando produz resulta-
do danoso ao erário. (Apn 214/SP, Rel. Min. Luiz Fux, Corte Especial, julgado em 
07/05/2008)
No Informativo 856 STF (março e 2017), o Supremo Tribunal Federal já havia se 
manifestado pela exigência de 03 critérios para a consumação do crime do art. 89 
da Lei 8.666/1993:
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O primeiro critério consiste na existência de parecer jurídico lavrado idonea-
mente pelo órgão competente. A investigação policial deve então enfrentar as 
circunstâncias não apenas da elaboração do parecer como também da própria 
escolha do parecerista, se possuía à época conhecimentos suficientes para tanto, 
ou se a designação apenas foi para suprir formalidade, entre outras diversas dili-
gências possíveis. 
O segundo critério a ser observado corresponde à indicação da especial finali-
dade de lesar o erário ou promover enriquecimento ilícito dos acusados. Por essa 
razão, a autoridade policial, quando do indiciamento, deve reunir elementos sobre 
o elemento subjetivo da conduta.
O terceiro critério é a comprovação de indícios de concurso de agentes, deman-
dando a descrição da existência de vínculo subjetivo entre os participantes para a 
obtenção do resultado criminoso, não bastando a mera narrativa de ato administra-
tivo formal eivado de irregularidade. Ressalvo que o concurso de agentes, embora 
não presente entre os licitantes, pode ser revelado entre um ou mais licitante e os 
servidores públicos/agentes políticos.
(...) Diante das peculiaridades que envolvem a distinção entre, de um lado, o ilícito 
cível e administrativo e, de outro lado, com maior desvalor jurídico, o ilícito penal, 
há a necessidade de sistematizar critérios para análise da ocorrência ou não do tipo 
versado no art. 89 da Lei 8.666/1993. Busca-se, com isso, reduzir o elevado grau 
de abstração da conduta prevista no tipo penal e, por consequência, atender aos 
princípios da “ultima ratio”, da fragmentariedade e da lesividade.
Entendeu que podem ser estabelecidos três critérios para a verificação judicial da 
viabilidade da denúncia que trate da prática do crime disposto no art. 89 da Lei 
8.666/1993. Esses critérios permitem que se diferencie, com segurança, a conduta 
criminosa definida no art. 89 da Lei 8.666/1993 das irregularidades ou ilícitos ad-
ministrativos e de improbidade, intencionais ou negligentes.
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O primeiro critério consiste na existência de parecer jurídico lavrado idoneamente 
pelo órgão competente. Nesses termos, o parecer do corpo jurídico, quando lavra-
do de maneira idônea, sem indício de que constitua etapa da suposta empreitada 
criminosa, confere embasamento jurídico ao ato, até mesmo quanto à observância 
das formalidades do procedimento. O parecer jurídico favorável à inexigibilidade 
impede a tipificação criminosa da conduta, precisamente por afastar, desde que 
inexistentes outros indícios em contrário, a clara ciência da ilicitude da inexigibili-dade, e determina o erro do agente quanto ao elemento do tipo, qual seja, a cir-
cunstância “fora das hipóteses legais” (CP, art. 20).
O segundo critério a ser observado corresponde à indicação, na denúncia, da espe-
cial finalidade de lesar o erário ou promover enriquecimento ilícito dos acusados. 
Para tanto, o crime definido no art. 89 da Lei 8.666/1993, de natureza formal, inde-
pende da prova do resultado danoso. Porém, para que a conduta do administrador 
seja criminosa, é exigível que a denúncia narre a finalidade do agente de lesar o 
erário, de obter vantagem indevida ou de beneficiar patrimonialmente o particular 
contratado, ferindo com isso a razão essencial da licitação (a impessoalidade da 
contratação).
Sobre esse critério, asseverou que a denúncia não mencionou a existência de in-
dício de que o acusado teria agido com o fim de obter algum proveito ilícito ou de 
beneficiar a OSCIP contratada, em detrimento do erário. Ponderou, ainda, que o 
tipo previsto no art. 89 da Lei 8.666/1993 tem como destinatário o administrador 
e adjudicatários desonestos, e não os supostamente inábeis. A intenção de ignorar 
os pressupostos para a contratação direta ou a simulação da presença desses são 
elementos do tipo, que não se perfaz a título de negligência, imprudência ou impe-
rícia — caracterizadores de atuar culposo.
Como último critério, destacou a necessária descrição do vínculo subjetivo entre os 
agentes. Assim, a imputação do crime definido no art. 89 da Lei 8.666/1993 a uma 
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pluralidade de agentes demanda a descrição indiciária da existência de vínculo sub-
jetivo entre os participantes para a obtenção do resultado criminoso, não bastando 
a mera narrativa de ato administrativo formal eivado de irregularidade. Em outros 
termos, deve-se perquirir se a denúncia, ao narrar a prática de crime em concurso 
de agentes, indica a presença dos elementos configuradores da união de desígnios 
entre as condutas dos acusados, voltadas à prática criminosa comum.
E com relação ao art. 90, temos o inverso: não é preciso comprovar o dolo de 
dano ao erário (dolo específico), porém é necessário comprovar o efetivo dano 
ao Erário. 
(Informativo 890 STF)
27. Conforme entendimento jurisprudencial, a cautelar fixada de proibição para 
que agente diplomático acusado de homicídio se ausente do país sem autorização 
judicial não é adequada na hipótese em que o Estado de origem do réu tenha re-
nunciado à imunidade de jurisdição cognitiva, mas mantenha a competência para 
o cumprimento de eventual pena criminal a ele imposta.
Comentário
Certo.
A cautelar fixada de proibição para que agente diplomático acusado de homicídio se 
ausente do país sem autorização judicial não é adequada na hipótese em que o Esta-
do de origem do réu tenha renunciado à imunidade de jurisdição cognitiva, mas man-
tenha a competência para o cumprimento de eventual pena criminal a ele imposta.
No caso do RHC 87.825-ES, importante destacar que o Estado Estrangeiro renun-
ciou apenas à imunidade de jurisdição cognitiva, permanecendo então soberano 
quanto à jurisdição executiva.
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Foi decretada medida cautelar em seu desfavor impedindo sua saída do país sem 
autorização judicial, com base em dois argumentos:
1) Para assegurar a aplicação da lei penal; e
2) No interesse da proteção à instrução criminal.
O primeiro argumento não encontra lastro lógico e jurídico, pois, como dito, a ju-
risdição executiva não cabe ao Estado brasileiro. O segundo argumento, por seu 
turno, não se sustenta por si só, uma vez que eventual intento de não comparecer 
a atos do processo é reserva de autodefesa ao acusado plenamente possível (nova 
redação dos artigos 185 e 4743 do CPP):
Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no curso do 
processo penal, será qualificado e interrogado na presença de seu defensor, consti-
tuído ou nomeado. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003). 
Grifos nossos.
Art. 474. A seguir será o acusado interrogado, se estiver presente, na forma 
estabelecida no Capítulo III do Título VII do Livro I deste Código, com as alterações 
introduzidas nesta Seção. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008). Gri-
fos nossos.
Na sequência do entendimento supra, o Superior Tribunal de Justiça reconhecer a de-
cisão da medida cautelar não apresentou fundamentação suficiente, demonstrando a 
adequação aos riscos que se pretendia com ela evitar, de modo que é de se reputar 
indevida a proibição do impetrante ausentar-se do país sem autorização judicial.
A respeito do tema, seguem importantes artigos da Convenção de Viena (Decreto 
n. º 56.435/1965):
ARTIGO 29.º A pessoa do agente diplomático é inviolável. Não poderá ser objec-
3 Equivocadamente, a decisão do STJ cita o art. 475 do CPP.
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to de qualquer forma de detenção ou prisão. O Estado acreditador tratá-lo-á com 
o devido respeito e adoptará todas as medidas adequadas para impedir qualquer 
ofensa à sua pessoa, liberdade ou dignidade.
ARTIGO 31.º O agente goza de imunidade de jurisdição penal do Estado acredita-
dor. Goza também da imunidade da sua jurisdição civil e administrativa, salvo se 
se trata de: a) Uma ação real sobre imóvel privado situado no território do Estado 
acreditador, salvo se o agente diplomático o possuir por conta do Estado acredi-
tante para os fins da missão; b) Uma ação sucessória na qual o agente diplomático 
figura, a título privado e não em nome do Estado, como executor testamentário, 
administrador, herdeiro ou legatário; c) Uma ação referente a qualquer atividade 
profissional ou comercial exercida pelo agente diplomático no Estado acreditador 
fora das suas funções oficiais. 2. O agente diplomático não é obrigado a prestar de-
poimento como testemunha. 3. O agente diplomático não está sujeito a nenhuma 
medida de execução, a não ser nos casos previstos nas alíneas a), b) e c) do pará-
grafo 1 deste artigo e desde que a execução possa realizar-se sem afetar a invio-
labilidade de sua pessoa ou residência. 4. A imunidade de jurisdição de um agente 
diplomático no Estado acreditador não o isenta da jurisdição do Estado acreditante
ARTIGO 32.º O Estado acreditante pode renunciar à imunidade de jurisdição dos 
seus agentes diplomáticos e das pessoas que gozam de imunidade nos termos do 
artigo 37.º
2. A renúncia será sempre expressa.(...)
(Informativo 618 STJ)
28. O Supremo Tribunal Federal, por maioria, concedeu “habeas corpus” coletivo, 
impetrado em favor de todas as mulheres presas preventivamente que ostentem 
a condição de gestantes, de puérperas ou de mães de crianças sob sua responsa-
bilidade. Considerando a cultura do encarceramento, que se revela pela imposição 
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exagerada de prisões provisórias a mulheres pobres e vulneráveis, e que resulta 
em situações que ferem a dignidade de gestantes e mães, com prejuízos para as 
respectivas crianças, cabe ao Judiciário adotar postura ativa ao dar pleno cumpri-
mento a esta ordem judicial, sem exceções. Nas hipóteses de descumprimento da 
presente decisão, a ferramenta a ser utilizada é a reclamação.
Comentário
Errado.
Em decisão inovadora, o Supremo Tribunal Federal concedeu “habeas corpus” co-
letivo em favor de todas as mulheres presas preventivamente que ostentem a 
condição de gestantes, puérperas ou de mães de crianças e de pessoas com defici-
ência sob sua responsabilidade, como também em favor das adolescentes sujeitas 
a medidas socioeducativas, na mesma condição - e enquanto perdurar tal condição 
-, excetuados os casos:
1) de crimes praticados por elas mediante violênciaou grave ameaça, contra seus 
descendentes; 
2) de situações excepcionalíssimas, as quais deverão ser devidamente fundamen-
tadas pelos juízes que denegarem o benefício.
Por essa razão, o habeas corpus” coletivo não afasta jurisdição de primeiro grau, por-
quanto os juízes podem considerar uma situação como excepcional, a justificar a não 
extensão dos efeitos do “habeas corpus” coletivo a casos concretos. Cabe ao magis-
trado decidir pela extensão dos efeitos, pela manutenção excepcional da prisão pre-
ventiva, ou pela prisão domiciliar, que, se inviável ou inadequada em determinadas 
situações, poderá ser substituída por medidas alternativas arroladas no 319 do CPP. 
A autoridade policial, ao representar pela prisão preventiva de mulheres nessa con-
dição, deve fundamentar o pedido em uma das hipóteses de exceção acima, bem 
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como justificar a impossibilidade de outra medida alternativa.
(Informativo 891 STF)
29. O mandado de segurança se presta para atribuir efeito suspensivo a recurso 
criminal interposto pelo Ministério Público 
Comentário
Errado.
Vide Súmula 604 STJ.
30. Havendo dúvida resultante da omissão cartorária em certificar a data de re-
cebimento da sentença conforme o art. 389 do CPP, pode-se presumir a data de 
publicação com o lançamento de movimentação dos autos na internet, a fim de se 
verificar a ocorrência de prescrição da pretensão punitiva.
Comentário
Errado.
Houve, em caso julgado pelo STJ, omissão cartorária na publicação da sentença, 
reservando-se os servidores ao lançamento do andamento processual “Mandado 
Expeça-sentença”, registrado junto ao sistema eletrônico de gerenciamento de pro-
cessos (eJUD).
Considerando as formalidades próprias, na dúvida, o Superior Tribunal de Justiça 
reconheceu a não publicidade da sentença e, por conseguinte, entendeu pela não 
interrupção do prazo prescricional.
(Informativo 619 STJ)
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31. Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, a incitação ao ódio público 
contra quaisquer denominações religiosas e seus seguidores não pode ser atribuída à 
conduta de líder espiritual ainda que responsável por propalar opiniões intolerantes, 
diante da proteção absoluta, por cláusula constitucional, da liberdade de expressão.
Comentário
Errado. 
No julgamento do RHC 146303/RJ, o STF entendeu que a incitação ao ódio público 
contra quaisquer denominações religiosas e seus seguidores não está protegida 
pela cláusula constitucional que assegura a liberdade de expressão.
O argumento de liberdade de expressão não pode - nem deve - servir como salvo 
conduto à ofensa dos demais direitos. Impõe-se respeitar restrições previstas na 
própria Constituição.
Entenda o caso: 
Os ministros consideraram que as declarações de uma pastor são “islamofóbicas” e 
incitam o ódio a várias religiões. O pastor publicou na internet textos e vídeos ofen-
sivos a seguidores de crenças diversas da sua, como muçulmanos, católicos, judeus, 
espíritas e umbandistas. Em algumas publicações, o réu pedia pelo fim das outras 
religiões e doutrinas, além de imputar fatos ofensivos aos devotos e sacerdotes. 
O crime de discriminação religiosa está previsto na Lei 7.716/1989, a mesma que 
pune o racismo. Condenado, inicialmente, pela 20ª Vara Criminal da Capital (RJ), 
a três anos de reclusão, em regime aberto, além do pagamento de 36 dias-multa, 
o pastor teve a pena privativa de liberdade substituída por restritiva de direito. O 
Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) apenas reduziu a quantidade de dias-
-multa, mantendo a condenação. Não satisfeita, a defesa do pastor impetrou habe-
as corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que rejeitou o pedido. Na decisão, o 
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ministro Joel Ilan Paciornik escreveu que “não se trata apenas de defesa da própria 
religião, culto, crença ou ideologia, mas sim de um ataque ao culto alheio, que põe 
em risco a liberdade religiosa daqueles que professam fé diferente à do paciente 4.
(Informativo 893 STF)
32. Diante da abolitio criminis promovida pela Lei n. 13.654/2018, que deixou de 
considerar o emprego de arma branca como causa de aumento de pena, é de rigor 
a aplicação da novatio legis in mellius. 
Comentário
Certo. 
A Lei 13.654/2018 revogou a causa de aumento de pena do inciso I, §2, do art. 
157, que estabelecia aumento de um terço até a metade se a violência ou ameaça 
fosse exercida com emprego de arma.
 § 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: (Redação dada 
pela Lei nº 13.654, de 2018)
 I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;
À época, utilizava-se interpretação extensiva de modo a considerar possível para a 
exasperação da pena:
 – AS ARMAS PRÓPRIAS: REVOLVER, PUNHAL ETC.
 – AS ARMAS IMPRÓPRIA: TACO DE BEISEBOL, FACÃO DE AÇOUGUE, GAR-
RAFAS ETC.
Desde que efetivamente empregadas, tanto as próprias como as armas impróprias 
implicavam o aumento de pena.
Com o advento da Lei 13.654/2018, ao tempo em que foi revogado o inciso acima 
4 Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/justica/considerado-islamofobico-pastor-e-condenado-por-
discriminacao-religiosa-ef69l4j8hlzub83qibf4e5wyd. Acesso em 16/01/2018, às 13:01:00.
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comentado, foi inserido o §2 -A, inciso I:
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): (Incluído pela Lei nº 
13.654, de 2018)
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo;
De um lado, temos um aumento maior de pena (antes 1/3 (um terço) até metade; 
hoje de 2/3). Todavia, o legislador se utilizou da expressão “arma de fogo”, de 
modo a afastar a possibilidade de interpretação extensiva, que antes, como visto, 
contemplava as armas impróprias.
(Informativo 626 STJ)
33. O Superior Tribunal de Justiça, efetuando controle de convencionalidade, reco-
nheceu a inexistência do crime de desacato em ambiente democrático, em razão 
de recomendação expedida pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos 
(CIDH). Tal entendimento foi endossado pelo Supremo Tribunal Federal, segundo 
o qual as leis que punem a expressão ofensiva contra funcionários públicos, geral-
mente conhecidas como ‘leis de desacato‘, atentam contra a liberdade de expres-
são e o direito à informação.
Comentário
Errado. 
Em dezembro de 2016, a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) des-
criminalizou a conduta tipificada como crime de desacato a autoridade, por en-
tender que a tipificação é incompatível com o artigo 13 da Convenção Americana 
de Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica). A decisão foi tomada na 
sessão desta quinta-feira (15)5.
5 http://www.stj.jus.br/sites/STJ/default/pt_BR/Comunica%C3%A7%C3%A3o/noticias/
Not%C3%ADcias/Quinta-Turma-descriminaliza-desacato-a-autoridade 
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Todavia, no mês de maio de 2017, a Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça, 
que reúne as duas turmas de direito penal do STJ, resolveu pacificar o entendimento 
sobre o assunto no julgamento de Habeas Corpus e decidiu, por maioria, que não há 
incompatibilidade do crime de desacato (art. 331 do CP) com as normativas internacio-
nais previstas na Convenção Americana de Direitos Humanos (Informativo 607 STJ). 
Enfrentando essa questão, o Supremo Tribunal Federal na esteira do posiciona-
mento final do STJ, entendeu que o desacato constitui importante instrumento de 
preservação da lisura da função pública e, indiretamente, da dignidade de quem 
a exerce. Não se pode despojar a pessoa de um dos mais delicados valores cons-
titucionais, a dignidade da pessoa humana, em razãodo “status” de funcionário 
público (civil ou militar).
(Informativo 894 STF)
34. A superveniência da maioridade penal não interfere na apuração de ato infra-
cional nem na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive na liber-
dade assistida, enquanto não atingida a idade de 21 anos. 
Comentário
Certo.
Vide Súmula 605 STJ.
35. No entendimento do Supremo Tribunal Federal, o delatado não tem legitimi-
dade para impugnar um acordo de colaboração premiada, por se tratar de negócio 
jurídico personalíssimo, salvo se a impugnação versar sobre a competência para 
homologação, considerando o imperioso respeito às disposições constitucionais 
quanto à prerrogativa de foro.
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Comentário
Certo.
Na apreciação do HC 151605/PR, rel. Min. Gilmar Mendes, a 2º turma do Supremo 
Tribunal Federal, por maioria, concedeu a ordem de “habeas corpus” para deter-
minar o trancamento de inquérito instaurado perante o STJ em desfavor de go-
vernador, considerando a homologação de colaboração premiada em seu desfavor, 
proposto pelo Ministério Público Estadual e homologado pelo juiz, em usurpação à 
competência e jurisdição do Superior Tribunal de Justiça.
Dois pontos merecem destaque, diante do entendimento pendular, no caso concre-
to, entre as Cortes Superiores. 
STJ STF
O STJ analisou a validade do acordo, em sede de 
reclamação. Reconheceu a usurpação da própria 
competência, mas apenas após a homologação 
do acordo. Conforme a decisão, até os depoimentos 
do colaborador, não havia elementos contra 
autoridades com prerrogativa de foro. Como os 
elementos que atraíram a competência do STJ teriam 
surgido com o acordo, teria sido correto homologar o 
acordo e, em seguida, remeter os autos ao STJ
Essa interpretação, contudo, está em descompasso 
com o entendimento do STF, segundo o qual 
a delação de autoridade com prerrogativa 
de foro atrai a competência do tribunal 
competente para a respectiva homologação 
e, em consequência, do órgão do Ministério Público 
respectivo.
Após a instauração do inquérito, a defesa do 
paciente impugnou a utilização das declarações 
do colaborador. O STJ decidiu, então, que 
o paciente não tinha legitimidade para 
impugnar o acordo.
O STF entende que o delatado não tem legitimidade 
para impugnar o acordo, por se tratar de negócio 
jurídico personalíssimo. O contraditório em relação 
aos delatados seria estabelecido nas ações penais 
instruídas com as provas produzidas pelo colaborador. 
A impugnação quanto à competência para 
homologação do acordo, porém, diz respeito 
às disposições constitucionais quanto à 
prerrogativa de foro. Assim, ainda que seja 
negada ao delatado a possibilidade de impugnar o 
acordo, esse entendimento não se aplica em caso de 
homologação sem respeito à prerrogativa de foro.
(Informativo 895 STF)
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36. No entendimento do Supremo Tribunal Federal, é possível a realização de 
“emendatio libelli” em segunda instância mediante recurso exclusivo da defesa 
desde que não altere o “quantum” de pena aplicado em 1º grau, ausente, pois, 
“reformatio in pejus”.
Comentário
Certo.
Duas interessantes controvérsias da leitura do HC 134.872/PR: 
1) A (im)possibilidade de “emendatio libelli” em grau de recurso.
2) A (in)existência de “reformatio in pejus” em recurso exclusivo da defesa na hi-
pótese de “emendatio libelli” quando não alterado o “quantum” de pena aplicado 
em 1º grau.
Pois bem. Entendeu o Supremo Tribunal Federal, no caso julgado, ser possível a 
realização de “emendatio libelli” em segunda instância mediante recurso exclusivo 
da defesa desde que não altere o “quantum” de pena aplicado em 1º grau, ausente, 
pois, “reformatio in pejus”.
(Informativo 895 STF)
37. Compete à Justiça Eleitoral processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns 
que lhe forem conexos, ressalvada a competência originária do Tribunal Superior e 
dos tribunais regionais.
Comentário
Certo.
Em se tratando de investigação de delitos eleitorais conexos com crimes comuns, o 
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Supremo Tribunal Federal, por jurisprudência já firmada nesse sentido, reconheceu 
a competência da justiça especializada.
Sobre o assunto, reza o art. 35, inciso II, do Código Eleitoral:
Art. 35. Compete aos juízes:
II – processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhe forem conexos, 
ressalvada a competência originária do Tribunal Superior e dos tribunais regionais;
Ao ensejo, colacionamos dois julgado importantes sobre competência de crimes 
eleitorais:
1) Competência para o julgamento de vereadores acusados de prática de 
crimes eleitorais: A despeito da competência do Tribunal de Justiça para o julga-
mento de vereador nos crimes comuns e de responsabilidade, tal como previsto na 
Constituição Estadual do Rio de Janeiro, não há na Constituição Federal previsão de 
foro privilegiado para vereador. Não há, pois, como aplicar o princípio do paralelis-
mo constitucional, como pretende o impetrante, para se concluir pela competência 
originária do Tribunal Regional Eleitoral para o julgamento de vereador nos crimes 
eleitorais. AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS Nº 316-24.2011.6.00.0000 
-CLASSE 16—ANGRA DOS REIS - RIO DE JANEIRO. Relator: Ministro Marcelo Ribeiro. 
2) Competência para o julgamento de menores acusados de prática de cri-
mes eleitorais: O juízo da vara da infância e da juventude, ou do juiz que exerce 
tal função na comarca, é competente para processar e julgar ato infracional come-
tido por menor inimputável, ainda que a infração seja equiparada a crime eleitoral. 
Ac.-STJ, de 11.6.2003, no CC nº 38.430:
(Informativo 895 STF)
38. Nos casos de violência contra a mulher praticada no âmbito doméstico e fa-
miliar, é possível a fixação de valor mínimo indenizatório a título de dano moral, 
desde que haja pedido expresso da acusação ou da parte ofendida, ainda que não 
especificada a quantia, e independentemente de instrução probatória.
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Comentário
Certo.
A Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça reúne a Quinta e a Sexta Turmas, 
responsáveis pela matéria penal. Ambas já haviam firmado o entendimento de que 
a imposição, na sentença condenatória, de indenização, a título de danos morais, 
para a vítima de violência doméstica, requer a dedução de um pedido específi-
co, em respeito às garantias do contraditório e da ampla defesa.
Havia, porém, uma controvérsia, conforme tabela que se segue?
QUINTA TURMA SEXTA TURMA
É necessária a indicação do valor pretendido 
para a reparação do dano sofrido
NÃO é necessária a indicação do valor 
pretendido para a reparação do dano sofrido. 
O juízo deve apenas arbitrar um valor 
mínimo, mediante a prudente ponderação das 
circunstâncias do caso concreto.
No julgado em comento, a Terceira Seção uniformizou o entendimento, adotando 
o posicionamento da Sexta Turma.
Outra questão analisada foi sobre a necessidade ou não de produção de provas 
para se arbitrar o valor mínimo de dado moral. Teríamos duas decisões possíveis:
DECISÃO 01 DECISÃO 02
É necessário provar não apenas a 
materialidade/autoria, como também o dano 
moral sofrido.
Não há razoabilidade na exigência de instrução 
probatória acerca do dano psíquico, do grau de 
humilhação, da diminuição da autoestima, etc., 
se a própria conduta criminosa empregada pelo 
agressor já está imbuída de desonra, descrédito 
e menosprezo ao valor da mulher como pessoa 
e à sua própria dignidade.
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Ao decidir pela desnecessidade de produção de prova quanto ao dado moral so-
frido, o STJ entendeu que, nos casos de violência contra a mulherpratica-
dos no âmbito doméstico e familiar, é possível a fixação de valor mínimo 
indenizatório a título de dano moral, desde que haja pedido expresso da 
acusação ou da parte ofendida, ainda que não especificada a quantia, e in-
dependentemente de instrução probatória.
(Informativo 621 STJ)
39. Nos casos de furto praticado em local sujeito à administração militar em detri-
mento de patrimônio sob administração militar, quando praticado por civil, é com-
petente a Justiça Comum Federal para processar e julgar o feito.
Comentário
Errado.
O STJ reafirmou ser crime militar o furto praticado em local sujeito à administração 
militar em detrimento de patrimônio sob administração militar, ainda que prati-
cado por civil.
Observou-se que esse entendimento pode ser revisto quando do julgamento da 
ADPF n. 289 perante a Suprema Corte, na qual a Procuradoria-Geral da República 
pretende o reconhecimento da incompetência da Justiça Militar da União para jul-
gamento de civis em tempo de paz.
Em resumo, temos duas situações:
JUSTIÇA COMUM JUSTIÇA MILITAR
Furto praticado em local sujeito à administração 
militar em detrimento de patrimônio particular, 
quando praticado por civil.
Furto praticado em local sujeito à administração 
militar em detrimento de patrimônio sob 
administração militar, quando praticado por civil.
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(Informativo 621 STJ)
40. Sobrevindo condenação definitiva ao apenado, por fato anterior ou posterior ao 
início da execução penal, a contagem do prazo para concessão de futuros benefí-
cios seria interrompida, de modo que o novo cálculo, realizado com base no soma-
tório das penas, teria como termo a quo a data do trânsito em julgado da última 
sentença condenatória.
Comentário
Errado.
No entendimento anterior do STJ, na esteira do posicionamento do STF, sobrevindo 
condenação definitiva ao apenado, por fato anterior ou posterior ao início da 
execução penal, a contagem do prazo para concessão de futuros benefícios seria 
interrompida, de modo que o novo cálculo, realizado com base no somatório das 
penas, teria como termo a quo a data do trânsito em julgado da última sentença 
condenatória.
Em mudança importante de entendimento, ponderou a Terceira Seção que uma 
nova condenação não possui consequência automática no regimento de cumpri-
mento da pena, de modo que a regressão para regime mais gravoso somente ocor-
re se assim justificar o somatório das penas. 
Lei n. 7.210/1984
Art. 111. Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo 
ou em processos distintos, a determinação do regime de cumprimento será feita 
pelo resultado da soma ou unificação das penas, observada, quando for o caso, a 
detração ou remição.
Parágrafo único. Sobrevindo condenação no curso da execução, somar-se-á a pena 
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ao restante da que está sendo cumprida, para determinação do regime.
Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regres-
siva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o 
condenado:
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena 
em execução, torne incabível o regime (artigo 111).
Não só. Reconheceu o STJ que os artigos acima não determinam alteração do ter-
mo a quo referente à concessão de novos benefícios. 
Reconheceu ainda que a condenação por crime anterior à execução penal em 
curso não desmerece hodiernamente o comportamento do sentenciado e não se 
presta a macular sua avaliação, visto que é estranho ao processo de resgate da 
pena. E o crime no curso da execução penal já possui seus efeitos, como infração 
disciplinar, repercutindo no bojo do cumprimento da pena.
Com efeito, embora forçosamente tenhamos somatório das penas para efeito de 
unificação, por falta de previsão legal, nova condenação não deve alterar da data-
-base para concessão de novos benefícios executórios.
ENTENDIMENTO ANTERIOR ENTENDIMENTO ATUAL
Sobrevindo condenação definitiva ao 
apenado, por fato anterior ou posterior ao 
início da execução penal, a contagem do prazo 
para concessão de futuros benefícios seria 
interrompida, de modo que o novo cálculo, 
realizado com base no somatório das penas, 
teria como termo a quo a data do trânsito em 
julgado da última sentença condenatória.
A alteração da data-base para concessão de 
novos benefícios executórios, em razão da 
unificação das penas, não encontra respaldo 
legal.
(Informativo 621 STJ)
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41. No entendimento do Supremo Tribunal Federal, em razão da vedação constitu-
cional à prisão perpétua (art. 5º, XLVII, b, da CF), a pena unificada para atender 
ao limite de trinta anos de cumprimento, determinado pelo art. 75 do Código Penal, 
também é considerada para a concessão de outros benefícios, como o livramento 
condicional ou regime mais favorável de execução.
Comentário
Errado. 
Em razão da vedação à pena perpétua, prevista no art. 5º, XLVII, b, da Constitui-
ção Federal, temos, por imperativo, a necessidade de se proceder à unificação das 
penas na fase de execução penal, não sendo permitido somatório acima de 30 anos 
(art. 75 do Código Penal).
Todavia, é importante ressalvar que isto não afasta a possibilidade de cumprimento 
de pena para além de 30 anos. Imaginemos um condenado a 96 anos por diversos 
homicídios. As penas por cada homicídio serão reunidas, conforme exposto, com 
o objetivo de não ultrapassar o limite legal. Após 04 anos de pena, restando, pois, 
26 a cumprir, temos a superveniência de condenação de 15 anos, desta vez por 
estupro com resultado morte, reclamando nova soma: (26+15=41). Ainda que se 
aplique novamente o redutor, teríamos 04 anos já cumpridos com novos 30 anos: 
(04+30=34).
Avançando com a hipótese acima, outro ponto merece atenção. Ainda que não hou-
vesse a condenação por estupro, qual seria a razão de se condenar a 96 anos, se 
temos o limite legal de 30 anos? Explico. Com base na Súmula 715 do STF: “A pena 
unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento, determinado pelo 
art. 75 do Código Penal, não é considerada para a concessão de outros benefí-
cios, como o livramento condicional ou regime mais favorável de execução”.
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Neste Informativo, tem-se que o HC 112182/RJ foi impetrado por condenado a 
pena unificada de 79 anos e 06 meses de reclusão, invocando o princípio da indivi-
dualização da pena e a vedação constitucional à aplicação de sanções perpétuas, ao 
requerer que o limite de 30 (trinta) anos previsto no art. 75 do Código Penal fosse 
considerado também como referência para o cálculo de benefícios como a progres-
são de regime e o livramento condicional.
Por maioria, a 1º Turma denegou a ordem, com base na Súmula 715 do STF. Dife-
rentemente de certames para a Defensoria Pública, o(a) candidato(a) ao cargo de 
Delegado(a) deve sustentar o acerto do entendimento atual, com base na Súmula 
referida.
(Informativo 896 STF)
42. No entendimento do Supremo Tribunal Federal, é possível que o relator de um 
HC determine a remessa de “habeas corpus” ao Plenário, de forma discricionária, 
com fundamento no art. 21, XI (1), do Regimento Interno (RI/STF).
Comentário
Certo.
Em preliminar, por maioria, o Supremo Tribunal Federal entendeu pela possibilidade 
de o relator determinar a remessa de “habeas corpus” ao Plenário, de forma dis-
cricionária, sem a necessidade de motivar o ato. 
Na decisão, reconheceu-se que o STF encontra, em sua composição Plenária, a uni-
dade sinérgica à qual incumbe, por excelência, a guarda da Constituição e o exer-
cício integral de sua competência e que determinadas matérias são naturalmente 
vocacionadas

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