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RESENHA – AV1 (ATÉ 5,0 PONTOS) DISCIPLINA: DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV PROFESSOR: ANDERSON CAROLI TURMA: 1023 CAMPUS: DUQUE DE CAXIAS PRAZO DE ENTREGA: ATÉ O DIA 16/05/2020. ORIENTAÇÕES: A resenha será formada por INTRODUÇÃO (1,5 pontos), DESENVOLVIMENTO (1,5 pontos) e CONCLUSÃO (2 pontos). Mínimo de 2 laudas e máximo de 3 laudas. FORMATAÇÃO DA RESENHA CRÍTICA: Fonte (regra): Times New Romam, tamanho 12. Margens: esquerda e superior de 3 cm, e direita e inferior de 2 cm; Espaçamento (regra): deverá ser de 1,5 cm TEMA: O instituto da liquidação de sentença e sua importância para o cumprimento de sentença. 1 O INSTITUTO DA LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA E SUA IMPORTÂNCIA PARA O CUMPRIMENTO DE SENTENÇA Lucas Freitas de Lima Chaves Prof. Ricardo Berilo Bezerra Borba Faculdade de Ensino Superior da Paraíba Bacharelado em Direito (sétimo período 2017.1) – Processo Civil III 12/04/2020 RESUMO Liquidação de sentença. Obrigação de pagar quantia. Divergências doutrinárias sobre vedação da sentença ilíquida. Características da liquidação. Legitimidade ativa. Espécies de liquidação. Mudanças com o novo código e aspectos que resultaram na celeridade processual. Palavras-chave: Liquidação de Sentença; Novo Código de Processo Civil; 2 1 INTRODUÇÃO Sabe-se que o Código de Processo Civil trata os casos de ação em que há obrigação de pagar quantia, a priori, como sujeitos à liquidação, devendo a decisão, desde logo, definir sua extensão. Observa-se, também, que várias correntes doutrinárias já expõem diferentes entendimentos a respeito do que está passível ou não de ser liquidado. Nesse sentido, o presente trabalho visa expor quais são os variados entendimentos a respeito do assunto e como a legislação, em sua letra fria, trouxe as devidas previsões legais. O juiz, ao proferir sua decisão no processo, deve fazê-lo definindo a extensão da obrigação, ou seja, sua liquidez (art. 491 do CPC). Trata-se, então, da especificação do objeto da condenação, numa fase em que já não se discute sobre a lide (art. 509 § 4º do CPC). No entanto, os incisos I e II do referido artigo 491, permitem que, uma vez o objeto da ação é evidente, não sendo possível definir o quantum debeatur ou quando possível apenas mediante realização de prova demorada, o inciso segundo se encarrega de assim reconhecer prolação da sentença ilíquida. Em contrapartida, parte da doutrina visualiza a sentença ilíquida como sendo vedada, cujo exemplo principal é Gonçalves, senão, vejamos: Somente os títulos judiciais podem ser ilíquidos. Mesmo assim, há casos em que o legislador os veda expressamente. Dispõe o art. 491 do CPC: “Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado pedido genérico, a decisão definirá desde logo a extensão da obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de juros, o termo inicial de ambos e a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso, salvo quando: I — não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido; II — a apuração do valor devido depender da produção de prova de realização demorada ou 3 excessivamente dispendiosa, assim reconhecida na sentença”. Mesmo nos casos em que se admite pedido genérico (art. 324, § 1º, do CPC), a sentença deve ser líquida. Só se admitirá que não o seja nas hipóteses dos incisos I e II do art. 491, quando então será necessária a liquidação. Nos termos da Súmula 318 do STJ, “Formulado pedido certo e determinado, somente o autor tem interesse recursal em arguir o vício da sentença ilíquida”. 1 Segundo a corrente restritiva, ao analisar o artigo 783 do CPC, nota-se que apenas a obrigação de pagar quantia certa enquadra-se na hipótese de liquidação de sentença, visto que o referido texto trata da “cobrança de crédito” como título sujeito de certeza, liquidez e exigibilidade. Outro entendimento avalia qualquer espécie de obrigação como alcançada pela liquidação, ampliando essa possibilidade para a entrega de coisa, obrigações de fazer ou não fazer, além daquelas de pagar quantia certa. No que diz respeito a entrega de coisa incerta, os artigos 811 a 813 do CPC já definem de que maneira deve ser satisfeita a obrigação segundo as hipóteses elencadas. Portanto, não há aqui espaço para confusão no que tange a liquidação da sentença e especificação da coisa incerta. Há de se incluir nesse rol a obrigação alternativa do artigo 800 do CPC, cuja escolha também sem que se recorra ao artigo 509 do CPC. 2 CARACTERÍSTICAS DA LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA 2.1 NATUREZA JURÍDICA Observa-se no artigo 509 do CPC que, para haver a liquidação, já existe uma sentença anterior que condenou a parte devedora ao pagamento da quantia. Esta fase, portanto, tem bastante relevância na medida em que possibilita, posteriormente, que seja realizado o cumprimento ou execução da sentença, uma 1 Gonçalves, Processo Civil Esquematizado, p. 1033. 4 vez que os documentos considerados títulos executivos necessitam corresponder a obrigação certa, líquida e exigível (art. 783 do CPC). Veja-se o que a doutrina diz a esse respeito: É natural que, sendo exigida a citação do demandado, o legislador deixe claro que por meio do pedido de liquidação dar-se-á vida a um novo processo, mas isso não é suficiente para concluir que esse novo processo seja um processo autônomo de liquidação. Explica-se. A liquidação nesse caso é a primeira fase procedimental de um processo que não se extingue com a definição do quantum debeatur, porque após essa definição se passará à fase de cumprimento de sentença. O processo, portanto, não é de liquidação, ao menos não é somente de liquidação, é de liquidação e de execução, processo sincrético, portanto. 2 2.2 LEGITIMIDADE No que diz respeito à legitimidade, tanto credor como devedor podem requerer a liquidação da sentença, segundo os moldes do artigo 509 do CPC. Ora, nada mais elaborado do que possibilitar que réu condenado ao pagamento inicie a fase de liquidação. Isto posto, permite-se uma celeridade processual tamanha, na medida em que este, “antes de ser intimado para o cumprimento da sentença, pode comparecer em juízo e oferecer o pagamento do valor que entender devido, apresentando memória discriminada do cálculo” (art. 526 CPC). 2.3 ESPÉCIES A liquidação da sentença se dá por duas formas: I - por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação; II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo. (Art. 509 do CPC) 2 Daniel Amorim, Manual de Processo Coletivo, p. 381. 5 No código anterior de 1973, havia previsão para modalidade de liquidação por cálculos, contudo, resta-se banida no novo Código de Processo Civil de 2015, haja vista o parágrafo segundo do artigo 509 permitir, desde logo, o credor promover o cumprimento de sentença quando a apuração do valor depender apenas do cálculo aritmético. Nesse sentido, assevera Daniel Amorim: Semprese entendeu que a liquidação prevista pelo CPC/1973 como liquidação por mero cálculo aritmético era uma pseudoliquidação, já que supostamente estar-se-ia a liquidar o que já era líquido, considerando que a liquidez da obrigação é sua determinabilidade e não sua determinação. Significa dizer que sendo possível se chegar ao valor exequendo por meio de um mero cálculo aritmético, a obrigação já será líquida e por tal razão seria obviamente dispensada a liquidação de sentença. 3 4 CONCLUSÃO Com isso, conclui-se que a fase de liquidação de sentença, atualizada nos moldes do novo código de 2015, trouxe mais ênfase à celeridade processual, impactando diretamente nas fases de cumprimento de sentença e execução. A doutrina, por sua vez, tem atuado de maneira a unificar o entendimento de que as sentenças sejam cada vez mais líquidas, retomando o artigo 491, Caput do CPC, a fim de evitar burocracias mais exacerbadas no andamento jurisdicional brasileiro. 5 REFERENCIAS: TISSOT, Rodrigo. Liquidação de sentença no Novo CPC: entenda o procedimento. Disponível em <https://www.aurum.com.br/blog/liquidacao-de-sentenca/ >. Acessado em 12 de Abril de 2020. CACEMIRO, Yasmin, “e col”. A liquidação de sentença à luz do vigente CPC: apontamentos acadêmicos ao tema. Disponível em <https://jus.com.br/artigos/57911/a-liquidacao-de- sentenca-a-luz-do-vigente-cpc-apontamentos-academicos-ao-tema>. Acessado em 12 de abril de 2020. 3 Daniel Amorim, Manual de Processo Coletivo, p. 385. https://www.aurum.com.br/blog/liquidacao-de-sentenca/ https://jus.com.br/artigos/57911/a-liquidacao-de-sentenca-a-luz-do-vigente-cpc-apontamentos-academicos-ao-tema https://jus.com.br/artigos/57911/a-liquidacao-de-sentenca-a-luz-do-vigente-cpc-apontamentos-academicos-ao-tema 6 NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Processo Coletivo: volume único / Daniel Amorim Assumpção Neves - 4 ed. rev. atual. e ampl. - Salvador: Ed. JusPodivm, 2020. GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil esquematizado® / Marcus Vinicius Rios Gonçalves. – 8. ed. – São Paulo : Saraiva, 2017 CIVIL, Código de Processol. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015 -2018/2015/lei/l13105.htm>. Acessado em 12 de abril de 2020. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
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