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OFÍCIO Ana Reis

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Oficio N.º _____
CAPANEMA/PA, 26 de junho de 2020.
Ao Senhor Daladiel Miranda,
ANA MARIA DA SILVA REIS, brasileira, solteira, professora, portadora do RG Nº 4521014 SSP/PA, inscrita no CPF nº 185.885.732-53, residente e domiciliada na Rua Luis Guilherme, s/n, bairro da União, Quatipuru/PA. CEP. 68.709/000, por seu advogado infra-assinado, vem, respeitosamente, perante o ilustríssimo Sr. gerente da agencia do ITAÚ/CAPANEMA, apresentar ofício, pelas razões de fato e direito a seguir apresentadas.
A Sra. Ana Maria da Silva Reis, esteve na agência bancária do itaú/Capanema, no dia 25 de junho de 2020, às 13:00 horas, para realizar o bloqueio total do seu cartão, após ser vitima de estelionato na cidade de Capanema/PA.
Diante do desespero, procurou, imediatamente, os funcionários do banco, bem como o gerente da agencia, o Sr. Daladiel Miranda. No entanto, mesmo diante de toda situação infeliz que ocorreu, demorou mais de 2 horas para ser atendida. Fato este que ocasionou desgaste emocional a requerente.
Após ter que realizar o bloqueio na “boca do caixa”, foi informada pela atendente que teria que falar com o gerente da agência, e que o mesmo seria o responsável pela emissão do extrato bancário.
Outrossim, ao emitir o extrato bancário da Sra. Ana Maria da Silva Reis, o gerente do banco informou que teria sido sacado o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), em um caixa 24 horas.
Diante do exposto, trata-se puramente de relação de consumo, devendo, portanto, a matéria ser apreciada com fulcro na Lei nº 8.078/90.
O Código de Defesa do Consumidor define, de maneira bem nítida, que o consumidor de produtos e serviços deve ser agasalhado pelas suas regras e entendimentos, senão vejamos:
Art. 2º: Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
Art. 3º: Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. (...)
§ 2º. Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
Portanto, é evidente o dever do requerido em ressarcir o valor sacado à requerente, independentemente de culpa. 
Com esse postulado o Código de Defesa do Consumidor consegue abarcar todos os fornecedores de produtos ou serviços – sejam eles pessoas físicas ou jurídicas – ficando evidente que devem responder por quaisquer espécies de danos porventura causados aos seus tomadores.
Com isso, fica espontâneo o vislumbre da responsabilização do requerido sob a égide da Lei nº 8.078/90, visto que se trata de um fornecedor de serviços que, independentemente de culpa, causou danos efetivos a um de seus consumidores.
Percebe-se, outrossim, que a requerente deve ser beneficiada pela inversão do ônus da prova, pelo que reza o inciso VIII do artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que a narrativa dos fatos encontra respaldo nos documentos anexos, que demonstram a verossimilhança do fato, conforme disposição legal:
Art. 6º. São direitos básicos do consumidor:
(...)
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
O requerimento ainda encontra respaldo em diversos estatutos de nosso ordenamento jurídico, a exemplo do Código Civil, que em seus arts. 927 e seguintes evidenciam a pertinência do pedido de reparação de danos. 
Além disso, segundo o Princípio da Isonomia, todos devem ser tratados de forma igual perante a lei, mas sempre na medida de sua desigualdade. Ou seja, no caso ora debatido, a requerente realmente deve receber a supracitada inversão, visto que se encontra em estado de hipossuficiência, uma vez que disputa a lide com uma empresa de grande porte, que possui maior facilidade em produzir as provas necessárias para a cognição do fato.
Conforme exposto, a requerente sofreu um prejuízo de R$ 10.000,00 (dez mil reais) com o saque indevido de valores por exclusiva falha do banco.
O fato que originou todo este constrangimento não tem nenhuma justificativa plausível por parte do banco, trazendo toda sorte de transtornos a requerente, que se sentiu lesada e humilhada após ter que esperar por mais de 2 horas para bloquear seu cartão, além dos prejuízos financeiros já acima descritos.
Neste sentido vem se consolidando o entendimento dominante na jurisprudência:
NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO A TÍTULO DE DANOS MORAIS E MATERIAIS. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. SAQUE INDEVIDO REALIZADO NA CONTA DA AUTORA. DEVER DE INDENIZAR. A responsabilidade do prestador de serviço é objetiva (art. 14, caput, do CDC), somente podendo ser afastada quando provar: I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro (art. 14, § 3º, I e II, do CDC). Entretanto, nenhuma dessas excludentes foi comprovada, ônus do réu, por força do art. 14 do CDC, § 3º, do CDC, razão pela qual impõe-se o dever de indenizar os danos morais ocasionados à autora. Danos morais devidos e fixados de acordo com os critérios de razoabilidade adotados por esta Câmara para casos semelhantes ao sub judice. Cabível a restituição em dobro do valor indevidamente sacado da conta da autora (inteligência do art. 42, parágrafo único, do CDC). Apelação parcialmente provida. (Apelação Cível Nº 70064012834, Décima Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Voltaire de Lima Moraes, Julgado em 09/07/2015).
(TJ-RS - AC: 70064012834 RS, Relator: Voltaire de Lima Moraes, Data de Julgamento: 09/07/2015, Décima Nona Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 14/07/2015).
DANO MORAL E MATERIAL – EXISTÊNCIA – SAQUE INDEVIDO EM CONTA BANCÁRIA – EXISTÊNCIA DE PROVA DO DANO MORAL E DO DANO MATERIAL – RESPONSABILIDADE PELO FATO DO SERVIÇO – IRREGULAR PRESTAÇÃO DE SERVIÇO BANCÁRIO – ART. 14 DO CDC – A indevida retirada de valores ou saques não autorizados de conta bancária do consumidor acarreta a responsabilidade do banco e o dever de indenizar o dano material e moral correspondente pelo evento danoso. Recurso provido.
(TJ-SP - APL: 10144455620148260344 SP 1014445-56.2014.8.26.0344, Relator: Roberto Mac Cracken, Data de Julgamento: 13/08/2015, 22ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 15/08/2015).
Diante de todo constrangimento e sofrimento que tem passado, sobretudo pela idade de 61 anos de idade, a requerente solicita, o imediato, ressarcimento do valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) em sua conta bancária, por questão de direito e justiça. 
Atenciosamente,
Mauricio Luz Reis OAB/PA 24.906
Mauricio Luz Reis, advogado, inscrito na OAB/PA nº 24.906, telefone 989046476, email. mauricioluzreis@hotmail.com. Cidade Nova 7, WE79, 102, Ananindeua/PA.

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