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62 - APOSTILA - MERCADO DE CAPITAIS (1)

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Mercado de 
Capitais
Professor Me. Matheus Henrique Delmonaco
AUTOR
Professor Me. Matheus Henrique Delmonaco
Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade 
Estadual de Maringá (PCO/UEM) - Linha de pesquisa: contabilidade para usuários 
externos. Graduado em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). 
Participou como bolsista em projeto de pesquisa voltado à Iniciação Científica para Ensino 
Médio (PIBIC-EM), na Universidade Estadual de Maringá (UEM). Atualmente atua como 
Supervisor de Operacões – EAD do Centro Universitário Cidade Verde - UNIFCV
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Seja muito bem-vindo(a)!
Prezado(a) aluno(a), se você se interessou pelo assunto desta disciplina, 
isso já é o início de uma grande jornada que vamos trilhar juntos a partir de agora. 
Proponho, junto com você construir nosso conhecimento sobre os conceitos 
fundamentais de Mercado de Capitais. Além de conhecer seus principais conceitos e 
definições vamos explorar, como é organizado e como analisar o mercado para poder 
investir. 
Na unidade I explicaremos como é o funcionamento do Mercado Financeiro brasileiro. 
Discorreremos sobre o Sistema Financeiro Nacional, sua estrutura, regras e definições. E 
abordaremos sobre diferentes tipos de investimentos, formas de remuneração, impostos.
Já na unidade II discorreremos sobre os tipos de títulos financeiros públicos e 
privados. Abordaremos sobre os tipos de ações: ordinárias, preferenciais, BRD, ETF, Unit. 
E no final da unidade Exemplificaremos os fundos de investimentos e outros investimentos.
Depois, na unidade III abordaremos sobre o funcionamento da B3 - Brasil, Bolsa, 
Balcão. Sendo a principal instituição brasileira de intermediação para operações do mercado 
de capitais, desenvolve, implanta e provê sistemas para a negociação de ações, derivativos 
de ações, títulos de renda fixa, títulos públicos federais, derivativos financeiros, moedas à 
vista e commodities agropecuárias.
Na unidade IV será abordado sobre os dois tipos de análises de investimentos 
mais conhecidos no mercado de capitais. Primeiramente conceituaremos a análise 
fundamentalista, na qual é considerada uma grande ferramenta para o investidor. E 
compreenderemos a análise técnica, na qual difere da análise fundamentalista, uma vez 
que não considera os fatores externos, e utiliza o gráfico como ferramenta principal da 
análise técnica. 
Aproveito para reforçar o convite a você, para junto conosco percorrer esta jornada 
de conhecimento e multiplicar seus conhecimentos. Esperamos contribuir para seu 
crescimento pessoal e profissional. 
Muito obrigado e bom estudo! 
SUMÁRIO
UNIDADE I ...................................................................................................... 5
Mercado Financeiro e o Sistema Financeiro Nacional
UNIDADE II ................................................................................................... 26
Ativos Financeiros
UNIDADE III .................................................................................................. 45
Bolsa de Valores no Brasil – B3
UNIDADE IV .................................................................................................. 65
Análise de Investimentos
5
Plano de Estudo:
• Mercado Financeiro
• Sistema Financeiro Nacional: estrutura, regras e definições
• Tipos de investimentos, formas de remuneração, impostos
Objetivos da Aprendizagem
• Compreender o funcionamento do Mercado Financeiro
• Identificar a importância do Sistema Financeiro Nacional: estrutura, regras e 
definições.
• Diferenciar os tipos de investimentos, formas de remuneração, e impostos
UNIDADE I
Mercado Financeiro e o Sistema 
Financeiro Nacional
Professor Mestre Matheus Henrique Delmonaco
6UNIDADE I Mercado Financeiro e o Sistema Financeiro Nacional
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), na Unidade 1, do livro da disciplina Mercado de Capitais, 
explicaremos como é o funcionamento do Mercado Financeiro brasileiro. O mercado 
financeiro, através de instituições públicas, privadas e das entidades governamentais tem 
como objetivos a aplicação e a captação de recursos financeiros, a distribuição e a circulação 
de títulos e valores mobiliários e a regulamentação desse processo. O mercado financeiro 
pode ser segmentado em quatro mercados específicos: Cambial, Monetário, Crédito e de 
Capitais. 
Discorreremos sobre o Sistema Financeiro Nacional, sua estrutura, regras e 
definições. O Sistema Financeiro Nacional tem como objetivo promover o desenvolvimento 
equilibrado do país e servir aos interesses da coletividade, e que o mesmo será regulado 
por leis complementares, as quais irão dispor, inclusive, acerca da participação do capital 
estrangeiro nas instituições. Dentro desta composição, o Sistema Financeiro Nacional pode 
ser estruturado em: órgãos normativos, que são aqueles que determinam as normas gerais, 
propondo políticas públicas estratégicas; entidades supervisoras, as quais são responsáveis 
pela fiscalização do cumprimento das regras estabelecidas pelos órgãos normativos; e os 
operadores, que são os intermediários financeiros e atuam com o público.
E por fim iremos diferenciar o tipos de investimentos, nas quais podem se dar de 
diversas maneiras, além das tradicionais que são no mercado financeiro e em companhias, 
existem outros instrumentos que são utilizados pelos investidores, sendo mais popular os 
investimento em imóveis que consistem na compra, venda e valorização de residências 
e terrenos, moedas digitais e etc. Os investidores possuem a sua disposição uma ampla 
gama de possibilidades de investimento dentro do mercado financeiro, na qual, a partir de 
suas análises e as suas pretensões, podem fazer suas escolhas. Os investimentos podem 
ser classificados em diversos tipos, sendo os mais conhecidos os de renda fixa e renda 
variável.
Bons estudos!
7UNIDADE I Mercado Financeiro e o Sistema Financeiro Nacional
1. MERCADO FINANCEIRO
Quando estudamos o mercado financeiro é fundamental compreender as suas 
principais características e as operações que podem ser realizadas. Se faz necessário 
conhecer os agentes econômicos envolvidos nas operações, que são os intermediários, 
quais tipos dos ativos e produtos financeiros que podem ser negociados, quais os meios 
que são utilizados para a captação dos recursos financeiros, a finalidade da aplicação 
desses recursos, tempo (prazo) da operação, a formalização, entre outros aspectos. Ao 
estudar essas características, é o que permite a divisão dos mercados financeiros, sendo 
classificados em diferentes segmentos, embora possa haver diferentes classificações, 
dependendo da natureza do que se está estudando. Dessa maneira é possível classificar os 
mercados financeiros quanto ao prazo da operação, quanto aos ativos e produtos financeiros 
utilizados ou quanto à finalidade da aplicação. (CVM, 2019; ASSAF NETO, 2014)
O mercado financeiro tem como objetivos a aplicação e a captação de recursos 
financeiros, a distribuição e a circulação de títulos e valores mobiliários e a regulamentação 
desse processo, a partir das instituições privadas e públicas e das entidades governamentais. 
Assim o mercado financeiro pode ser dividido em quatro mercados específicos: Cambial, 
Monetário, Crédito e de Capitais. 
8UNIDADE I Mercado Financeiro e o Sistema Financeiro Nacional
Quadro 1: Estrutura do Mercado Financeiro
Estrutura do Mercado Financeiro
Mercados Atuação Tempo
Monetário Controle dos meios de pagamentos da eco-
nomia.
Curtíssimo e curto 
prazos.
Crédito Créditos para consumo e capital de giro das 
empresas.
Curto e médio prazos.
Capitais Investimentos, financiamentos e outras ope-
rações.
Médio e longo prazos.
Cambial Conversão de moedas. A vista e curto prazo.
Fonte: Assaf Neto (2014)
1.1. Mercado de Crédito
O mercado de crédito tem como objetivo fundamental fornecer e suprir as 
necessidades de caixa de curto e médio prazos dosagentes econômicos, seja concedendo 
créditos para as pessoas físicas, ou por empréstimos e financiamentos as companhias. 
As operações desse mercado são realizadas por instituições financeiras bancárias, tendo 
como base uma política de especialização do Sistema Financeiro Nacional. Assim cada vez 
mais as atividades dos bancos, que visam principalmente reforçar o volume de captação 
de recursos, é possível observar uma evolução para um processo de diversificação de 
produtos financeiros e também na área de serviços prestados. (ASSAF NETO, 2014; 
ROSSETTI, 2016).
1.2. Mercado de Capitais
O mercado de capitais tem como finalidade o atendimento das necessidades de 
financiamento de médio e longo prazos das sociedades anônimas (SA) de capital aberto. A 
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é o órgão fiscalizador deste mercado. O mercado 
de capitais é tido como um dos papéis mais relevantes no processo de desenvolvimento 
econômico nacional, uma vez que é o grande catalisador de recursos permanentes para 
a economia, pois realiza uma ligação entre os que têm capacidade de poupar, ou seja, os 
investidores, e aqueles necessitam de recursos de longo prazo, ou seja, que apresentam 
déficit de investimento, na maioria das vezes as companhias. O mercado de capitais tem uma 
estrutura que buscam suprir as necessidades de investimentos dos agentes econômicos, 
por meio de diversas modalidades de financiamentos a médio e longo prazos para capital 
de giro e capital fixo. É constituído pelas instituições financeiras não bancárias, instituições 
componentes do sistema de empréstimos e poupança e entre outras instituições auxiliares. 
O mercado de capitais oferece também financiamentos com prazo indeterminado, como é o 
9UNIDADE I Mercado Financeiro e o Sistema Financeiro Nacional
caso de operações que envolvem as de ações das companhias listadas na B3. (MENESES 
E MARIANO, 2011).
1.3. Mercado Monetário
Segundo Assaf Neto (2014) o mercado monetário está estruturado de uma maneira 
para manter o controle da liquidez monetária da economia, bem como as taxas de juros 
fixadas pelas autoridades monetárias. Neste mercado os papéis são negociados a partir de 
um parâmetro de referência a taxa de juros, na qual se constitui em sua mais importante 
moeda de transação. O mercado monetário é caracterizado pelo curto e curtíssimo prazos, 
esse mercado é responsável pela formação das taxas de juros da economia como as taxas 
Selic e DI. Os papéis são negociados, principalmente os emitidos pelo Tesouro Nacional, 
com o objetivo de financiar o orçamento público, juntamente com além de diversos títulos 
públicos emitidos pelos Estados e Municípios. 
Os certificados de depósitos interfinanceiros (CDI), exclusivamente entre instituições 
financeiras, e títulos de emissão privada, como o certificado de depósito bancário (CDB) e 
debêntures são tipos de papéis negociados no mercado monetário O mercado monetário é 
essencial para o estabelecimento do nível de liquidez da economia, controlando e regulando 
o fluxo de moeda convencional (papel-moeda) e de moeda escritural (depósitos a vista nos 
bancos comerciais). Para adequar o volume de moeda com o objetivo de manutenção de 
liquidez da economia, a autoridade monetária (Banco Central) atua no mercado financeiro 
disponibilizando ou retirando recursos da economia. (ASSAF NETO, 2014)
1.4. Mercado de Câmbio
De acordo com Eiteman, Stonehill e Moffet (2013) Por meio do mercado de câmbio 
é feito a troca de moeda de um país pelo outro, a chamada conversão de câmbio. A taxa de 
câmbio é definida pelo o valor da moeda nacional perante a moeda estrangeira. O mercado 
de câmbio pode ser dividido em dois segmentos, o mercado interbancário e o mercado 
de clientes. As transações individuais no mercado interbancário são, normalmente, para 
grandes volumes de valores equivalentes em outras moedas. Enquanto que contratos entre 
um banco e seu cliente são, geralmente, pequenas quantias. Neste mercado os participantes 
podem ser divididos em categorias: negociadores bancários e não bancários de câmbio, 
indivíduos e empresas conduzindo. 
Segundo Eiteman, Stonehill e Moffet (2013) que o mercado de câmbio é o 
mecanismo pelo qual os participantes transferem poderes de compra entre países, obtém 
ou fornecem crédito para transações de negócios internacionais e minimizam a exposição 
10UNIDADE I Mercado Financeiro e o Sistema Financeiro Nacional
aos riscos das mudanças nas taxas de câmbio. Essa transferência de poder de compra é 
fundamental para que os negócios internacionais e transações de capitais pois usualmente 
envolvem partes que residem em países com moedas nacionais diferentes. Cada parte 
nesta relação, geralmente, quer negociar na sua própria moeda, mas a negociação ou 
transação de capitais pode ser realizada apenas em uma única moeda. Assim um dos 
negociadores terá́ utilizar uma moeda estrangeira.
11UNIDADE I Mercado Financeiro e o Sistema Financeiro Nacional
2. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: ESTRUTURA, REGRAS E DEFINIÇÕES
As instituições financeiras são considerados intermediários financeiros, pois auxiliam 
na realização das transferências dos fundos disponíveis dos agentes superavitários para 
aqueles que pretendem realizar um investimento, necessitando de recursos para tanto. 
A intermediação prestada pelas instituições financeiras pode se dar de forma direta ou 
indireta. Na intermediação direta, segundo Pinheiro e Saddi (2005) este contato existe, 
tendo em vista que o fluxo de recursos ocorre de maneira direta entre os agentes, ainda 
que haja participação de instituições que facilitem o processo, como bolsas e corretoras. 
A intermediação direta ocorre normalmente por meio do mercado de capitais. Já na forma 
indireta, há uma instituição financeira, como um banco ou alguma cooperativa de crédito, 
que está entre o agente poupador e o tomador de recursos, não existindo o contato ou 
obrigação mútua entre os agentes, mas apenas entre cada um deles e a instituição (BACHA, 
2018). 
De acordo com Eizirik (2008) o intermediário financeiro remunera o recurso dos 
superavitários com juros, na medida em que ao repassar estes recursos aos agentes que 
deles necessitam para realizar seus investimentos, ele cobra juros em um valor maior. 
A diferença é considerado o spread bancário, que consiste na remuneração obtida pela 
instituição financeira. 
Para que a transferência de recursos ocorra de maneira satisfatória, é necessário 
que o país tenha um mercado financeiro organizado, que forneça diversas alternativas 
de investimentos. Segundo Eizirik (2008) o mercado financeiro, conceitua-se como um 
12UNIDADE I Mercado Financeiro e o Sistema Financeiro Nacional
conjunto de mecanismos voltados para a transferência de recursos entre os agentes 
econômicos. Quantitativamente o mercado financeiro funciona de forma a adequar a 
estrutura de produção à estrutura de apropriação. A partir do ponto de vista qualitativo, 
é criado, mediante a intermediação financeira, melhores condições de liquidez, prazo, 
risco, rentabilidade, e outras, entre poupadores e tomadores. Dessa maneira, quanto mais 
organizado for o mercado financeiro, maior será o número de alternativas de investimento 
oferecidas, permitindo a transferência de recursos entre tomadores e poupadores em 
condições que satisfaçam a ambos. 
Um mercado bem organizado além de proporcionar melhores condições aos agentes 
na realização de suas negociações, permite otimização do tempo e espaço, centralizando 
a demanda e a oferta de recursos. De acordo com Pinheiro e Saddi (2005) no mercado 
financeiro os agentes (poupadores e investidores) que estão envolvidos nas transações 
realizadas raramente se conhecem. Junto a isso envolvesse o tempo entre as transações 
uma vez que os recursos são tomados hoje para serem pagos apenas no futuro. Segundo 
Pinheiro e Saddi (2005) todo país desenvolvido é estruturado fundamentalmente com um 
bom sistemafinanceiro, o que implica que também não há país nessa situação sem um 
bom sistema legal e judicial, pois a intermediação financeira não pode se desenvolver sem 
uma base jurídica adequada. 
De acordo com Assaf Neto (2014) o Sistema Financeiro Nacional foi estruturado 
e regulado pela Lei 4.595 da Reforma Bancária em 1964, seguida da Lei 4.728 de 14 
de julho de 1965, que disciplina o Mercado de Capitais e determina medidas para o seu 
desenvolvimento, já em 21 de setembro de 1988 ocorreu o estabelecimento dos bancos 
múltiplos, consolidando diversas atividades financeiras sob uma única entidade jurídica, 
por meio da Resolução 1.524/88, e finalmente em 22 de abril de 2002 se dá o início do 
novo sistema de pagamento brasileiro, trazendo benefícios como a redução no risco de 
liquidação financeira das transações bancárias e transferindo para o setor privado o risco 
de crédito do Banco Central, com instituições financeiras que apresentavam saldo negativo 
na conta de reserva bancária. A Constituição Federal de 1988 prevê, em seu artigo 192, 
que o Sistema Financeiro Nacional deve promover o desenvolvimento equilibrado do país 
e servir aos interesses da coletividade. Expõe, ainda, que o mesmo será regulado por 
leis complementares, as quais irão dispor, inclusive, acerca da participação do capital 
estrangeiro nas instituições (BRASIL, 1988). 
A Lei n. 4.595 de 31 de dezembro de 1964 criou o Conselho Monetário 
Nacional, órgão superior do Sistema Financeiro Nacional, e dispôs acerca da política e 
das instituições monetárias, bancárias e creditícias. Referida legislação apresenta em 
seu artigo 1º a composição do Sistema Financeiro, o qual é constituído pelo Conselho 
13UNIDADE I Mercado Financeiro e o Sistema Financeiro Nacional
Monetário Nacional, Banco Central do Brasil, Banco do Brasil S.A., Banco Nacional de 
Desenvolvimento Econômico e demais instituições financeiras públicas e privadas (BRASIL, 
1964). Dentro desta composição, o Sistema Financeiro Nacional pode ser estruturado em: 
órgãos normativos, que são aqueles que determinam as normas gerais, propondo políticas 
públicas estratégicas; entidades supervisoras, as quais são responsáveis pela fiscalização 
do cumprimento das regras estabelecidas pelos órgãos normativos; e os operadores, que 
são os intermediários financeiros e atuam com o público (BACEN, 2018). A estrutura e os 
segmentos do Sistema Financeiro Nacional podem ser visualizados na figura 1, extraída do 
site do Banco Central do Brasil:
Figura 1: Estrutura do Sistema Financeiro Nacional
Fonte: Banco Central do Brasil (2020)
14UNIDADE I Mercado Financeiro e o Sistema Financeiro Nacional
De acordo com Assaf Neto (2014) o Conselho Monetário Nacional (CMN) é 
responsável por expedir diretrizes gerais para o bom funcionamento do Sistema Financeiro 
Nacional. Este conselho visa se adaptar o volume dos meios de pagamento às necessidades 
da economia, regular o valor interno e externo da moeda e o equilíbrio do balanço de 
pagamentos, orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, propiciar 
o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, zelar pela liquidez e 
solvência das instituições financeiras, e coordenar as políticas monetária, creditícia, 
orçamentária e da dívida pública interna e externa. O principal executor das orientações 
do Conselho Monetário Nacional é o Banco Central do Brasil, uma autarquia vinculada 
ao Ministério da Fazenda, sendo também responsável por garantir o poder de compra da 
moeda nacional. 
Os principais objetivos do Banco Central, são os de zelar pela adequada liquidez 
da economia, manter as reservas internacionais em nível adequado, estimular a formação 
de poupança e zelar pela estabilidade e promover o contínuo aperfeiçoamento do sistema 
financeiro suas principais atribuições, sendo elas a de emitir papel moeda e moeda metálica, 
executar os serviços do meio circulante, receber recolhimentos compulsórios e voluntários 
das instituições financeiras e bancárias, realizar as operações de redesconto e empréstimo 
às instituições financeiras, regular a execução dos serviços de compensação de cheques e 
outros papéis, exercer a fiscalização de instituições financeiras, autorizar o funcionamento 
das instituições financeiras, estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos 
de direção nas instituições financeiras, vigiar a interferência de outras empresas nos 
mercados financeiros e de capitais e controlar o fluxo de capitais estrangeiros no país. 
(WERNKE, 2008)
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é responsável por regulamentar, 
desenvolver, controlar e fiscalizar o mercado de valores mobiliários no Brasil. De acordo com 
Wernke (2008) as funções da CVM são as de assegurar o funcionamento eficiente e regular 
dos mercados de bolsa de valores e de balcão, proteger os titulares de valores mobiliários, 
evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação no mercado, assegurar o acesso 
ao público a informações sobre valores mobiliários negociados e sobre as companhias que 
os tenham emitido, assegurar a observância de práticas comerciais equitativas no mercado 
de valores mobiliários, estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores 
mobiliários, promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de 
ações, estimular as aplicações permanentes em ações do capital social das companhias 
abertas.
15UNIDADE I Mercado Financeiro e o Sistema Financeiro Nacional
A Superintendência de Seguros Privados uma autarquia vinculada ao Ministério 
da Fazenda responsável pelo controle e fiscalização do mercado de seguro, previdência 
privada aberta e capitalização. Dentre suas atribuições estão: 
• Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das 
Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Privada 
Aberta e Resseguradores, na qualidade de executora da política traçada pelo 
Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP;
• Atuar no sentido de proteger a captação de poupança popular que se efetua 
através das operações de seguro, previdência privada aberta, de capitalização 
e resseguro;
• Defender os interesses dos consumidores dos mercados supervisionados; 
• Promover o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos operacionais 
a eles vinculados, promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição; 
• Cuidar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado, 
disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades, em especial os 
efetuados em bens garantidores de provisões técnicas, cumprir e fazer cumprir 
as deliberações do CNSP; 
• Exercer as atividades que por este forem delegadas e prover os serviços de 
Secretaria Executiva do CNSP. 
A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC) é uma 
autarquia vinculada ao Ministério da Previdência Social, responsável por fiscalizar as 
atividades das entidades fechadas de previdência complementar (fundos de pensão). A 
Previc atua como entidade de fiscalização e de supervisão das atividades das entidades 
fechadas de previdência complementar e de execução das políticas para o regime de 
previdência complementar operado pelas entidades fechadas de previdência complementar, 
observando, inclusive, as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional e pelo 
Conselho Nacional de Previdência Complementar. (BACEN, 2020)
16UNIDADE I Mercado Financeiro e o Sistema Financeiro Nacional
SAIBA MAIS
O Banco Central do Brasil tem mais de 50 anos. A realização de entrevistas orais com 
personalidades que contribuíram para a sua construção faz parte da memória dessa Ins-
tituição, que tão intimamente se vincula à trajetória econômica do país. Acesse o site do 
Banco Central do Brasil e entenda mais a história do tão importante Banco para o país. 
Fonte: BANCO CENTRAL DO BRASIL disponível em: https://www.bcb.gov.br/historiacontada/index.html
17UNIDADEI Mercado Financeiro e o Sistema Financeiro Nacional
3. TIPOS DE INVESTIMENTOS, FORMAS DE REMUNERAÇÃO, IMPOSTOS
Os investimentos são instrumentos utilizados para se obter um desenvolvimento ou 
uma multiplicação das finanças, recursos ou fatores onde é aplicado, seja um investimento 
empresarial, governamental ou financeiro. Segundo Assaf Neto (2014) o investimento tem 
como objetivo o crescimento de capital em opções que requerem o aumento efetivo da 
capacidade produtiva de uma país, determinando maior capacidade futura podendo gerar 
riqueza.
O intuito de obter ganhos futuros, sempre superiores aos valores aplicados, 
relacionado a um nível de viabilidade e atratividade, faz do investimento uma maneira de 
se maximizar as riquezas e alcançar os retornos desejados de uma aplicação. Segundo 
Gitman e Joehnk (2005) o investimento é considerado qualquer instrumento na qual os 
fundos disponíveis são colocados com expectativa de render positivamente. Esses retornos 
positivos dos investimentos recebidos são divididos em duas formas básicas: rendimento 
corrente e o valor agregado.
Fazem parte do processo de investimentos: as empresas, indivíduos e o governo, 
sendo considerados os três elementos essenciais. Para Gitman e Joehnk (2005) cada um 
pode agir como fornecedor e demandante de fundos. A economia necessita para seus 
crescimento, que os fundos devem estar disponíveis a indivíduos qualificados, empresas 
e ao governo. Os investimento podem se dar de diversas maneiras, além das tradicionais 
que são no mercado financeiro e em companhias, existem outros instrumentos que são 
18UNIDADE I Mercado Financeiro e o Sistema Financeiro Nacional
utilizados pelos investidores, sendo mais popular os investimento em imóveis que consistem 
na compra, venda e valorização de residências e terrenos, moedas digitais e etc.
Os investidores possuem a sua disposição uma grande quantidade de possibilidades 
de investimento dentro do mercado financeiro, na qual, a partir de suas análises e as suas 
pretensões, podem fazer suas escolhas. Os investimentos podem ser classificados em 
diversos tipos, sendo os mais conhecidos os de renda fixa e renda variável.
3.1. Instrumentos Financeiros de Renda Fixa 
No mercado de renda fixa, como o próprio nome sugere, encontram-se os produtos 
de terra firme, ou seja, os que possuem rentabilidade, quase, que garantida. De acordo 
com Lima et al (2006) o termo renda fixa é utilizado para as aplicações que definem a taxa 
de juros pré-estabelecida para ser aplicada ou, ainda, indicam um índice que será aplicado 
para corrigir o principal. Nos instrumentos financeiro de renda fixa, o tomador e o aplicador, 
sabe do valor que é investido, qual será a rentabilidade da operação, uma vez que a taxa 
é divulgada, ou através de um índice, mesmo que embora não tenha sido definido para a 
data do resgate, indicando assim qual será a correção aplicada ao principal. No mercado 
financeiro brasileiro dispõe de distintos tipos de investimentos, cada um com seu grau de 
risco, retorno e liquidez.
Segundo Lima et al (2006) os ativos de renda fixa, são considerados mais seguros, 
por isso normalmente são procuradas pelas classes de renda mais baixas, por terem uma 
menor complexidade para se entenderem e aceitarem quantias iniciais menores. Porém, 
por conta dessas garantias, estes produtos apresentam menor risco de perdas, logo, sua 
rentabilidade é menor que os instrumentos de renda variável. 
3.1.1. Caderneta de Poupança
A poupança é uma aplicação muito difundida no Brasil e contempla especialmente 
o aplicador e investidores que não desejem correr risco e que tem pouco capital para 
investimento (FRANKENBERG, 1999). Para Fortuna (2005), essa aplicação é a mais 
simples e tradicional, sendo uma das poucas, senão a única, em que se podem aplicar 
pequenas somas e ter liquidez diária, apesar de se perder a rentabilidade para saques fora 
da data de aniversário. A caderneta de poupança é remunerada mensalmente, por uma 
taxa de juros estabelecida em 0,5% ao mês mais a variação da TR (Taxa referencial) na 
data de aniversário da aplicação, assim, deduz-se que a rentabilidade do ativo dá-se de 
acordo com a quantia de dias úteis no mês e a variação da TR no período. 
19UNIDADE I Mercado Financeiro e o Sistema Financeiro Nacional
Segundo Fortuna (2005), Esse tipo de investimento pode ser realizado tanto por 
pessoas físicas quanto as jurídicas. Para o investidor que deseja aplicar em uma caderneta 
de poupança, a mesma poderá ser aberta em qualquer dia do mês. Quanto da remuneração 
da mesma, para pessoas físicas e pessoas jurídicas sem fins lucrativos, dá-se mensalmente, 
sem a cobrança de tributação (imposto de renda), já para as empresas, a rentabilidade 
passa a ser trimestral, tributadas pelo imposto de renda conforme legislação específica. 
3.1.2. Certificados de Depósitos Bancários – CDB
Os Certificados de depósitos bancários são títulos de renda fixa, oficialmente 
conhecida como depósitos a prazo, que somente podem ser emitidos por bancos comerciais, 
bancos múltiplos e bancos de investimento. Conforme Brito (2005) define o objetivo 
principal do CDB é captar recursos para serem repassados, geralmente, em operações de 
crédito. Em alguns casos os recursos captados por meio desses produtos são utilizados na 
constituição de posição própria da instituição, mediante a aplicação em outros produtos no 
mercado financeiro. 
Estes títulos podem ser pré ou pós-fixados. Os pré-fixados têm sua remuneração 
definida no ato da aplicação. Já os pós-fixados têm a forma de cálculo definida no momento 
da aplicação. Não existe prazo máximo para manter os recursos aplicados em CDB, já 
o prazo mínimo é de 30 dias, porém o impacto do imposto de renda sobre este tipo de 
instrumento ele está diretamente ligado ao prazo de aplicação. 
Para o CDB e CDI as alíquotas do Imposto de Renda segue as seguintes regras:
• Aplicações de até 180 dias: 22,5%
• Aplicações entre 181 e 360 dias: 20%
• Aplicações entre 361 e 720 dias: 17,5%
• Aplicações maiores do que 721 dias: 15%.
3.1.3. Certificado de Depósito Interbancário – CDI
Os certificados de depósito interbancário são os títulos de emissão das instituições 
financeiras monetárias e não-monetárias que lastreiam as operações do mercado 
interbancário. As características deste instrumento financeiro são idênticas ao CDB, porém, 
a diferença entre eles é que a negociação do CDI fica restrita ao mercado interbancário. 
A função do CDI é a de transferir recursos de uma instituição financeira a outra, ou seja, 
quando uma instituição está sem liquidez monetária, realiza um empréstimo de outra que 
possui esta disponibilidade, pagando uma taxa por este empréstimo. O CDI é utilizado como 
um indexador de várias aplicações financeiras, como por exemplo, o CDB. A vinculação 
20UNIDADE I Mercado Financeiro e o Sistema Financeiro Nacional
da rentabilidade de um CDB à variação do CDI insere um indexador ao primeiro título, 
tornando-o um título com rendimento pós-fixado (FILHO; ISHIKAWA, 2000; FORTUNA, 
2005)
3.1.4. Debêntures 
De acordo com Fortuna (2005) a debênture é um título emitido apenas por 
sociedades anônimas não financeiras de capital aberto, com garantia de seu ativo e com 
ou sem garantia subsidiária da instituição financeira, que as lança no mercado para obter 
recursos de médio e longo prazos, destinados normalmente a financiamento de projetos 
de investimentos ou alongamento do perfil do passivo. Uma empresa seja ela pública ou 
privada, ao desejar financiar iniciativas de médio e longo prazos, por exemplo: ampliação do 
parque fabril ou renovação da frota de veículos, esta irá necessitar de recursos financeiros. 
Assim, uma maneira que torna esses investimentos menos oneroso para a empresa, está 
a emissão de títulos da dívida da mesma, as chamadas debêntures. A debênture pode 
ser considerada um empréstimo que o tomador (comprador) do título faz a empresa quea emitiu. Os tomadores destes títulos os adquirem com a expectativa de receber juros 
periódicos e o reembolso específico do valor principal (valor nominal da debênture) quando 
do seu vencimento.
Tabela 1: Operação com debêntures
Fonte: Elaborado pelo autor (2020)
3.1.5. Tesouro Nacional ou Tesouro Direto
Os títulos públicos são instrumentos financeiros de renda fixa, com o objetivo principal 
21UNIDADE I Mercado Financeiro e o Sistema Financeiro Nacional
de captar recursos para o financiamento da dívida pública, ou para financiar programas do 
governo federal. A captação de recursos pelos títulos públicos é feita pela secretaria do 
Tesouro Nacional. Todos os títulos de emissão do Tesouro Nacional, cujas características 
serão descritas no Decreto 3.859 de 04/07/2001 (FORTUNA, 2005; ASSAF NETO, 2014)
3.2. Instrumentos Financeiros de Renda Variável 
É comum ler e assistir nos noticiários sobre o mercado de capitais, pois sempre que 
é mencionada a frase “renda variável”, logo vem à mente do investidor a bolsa de valores, 
e com a lembrança da bolsa de valores, logo se pensa em cassino. 
Observando-se os instrumentos de renda variável, percebe-se que a grande maioria 
desses instrumentos são negociados na Bolsa de Valores. Se um pessoa deseja investir 
seu dinheiro em um fundo de investimento em ações, logo, o fundo compra e venda ações 
na bolsa de valores, caso essa pessoa decida investir em um contrato futuro de dólar, ou 
mesmo comprar e vender dólares fisicamente, os mesmos passaram pelas mãos de um 
corretor que os negociam na bolsa de valores. Porém, os instrumentos financeiros de renda 
variável, como o próprio nome já enfatiza, pode variar para ganho ou até inclusive para 
perdas, pois diferentemente da renda fixa, não pode-se calcular o grau de rentabilidade de 
um produto de renda variável, estes por sua, possuem maior liquidez e por isso são mais 
especulados do que os de renda fixa. (ASSAF NETO, 2014; CVM; 2019)
3.2.1. Ações 
Uma ação representa a menor parcela (fração) do capital social de uma sociedade 
por ações. As ações podem ser emitidas com e sem valor nominal, de acordo com o regido 
no estatuto da companhia (ASSAF NETO, 2014). As empresas que estão habilitadas a 
emitir ações no mercado devem ser constituídas sociedades anônimas de capital aberto. 
As ações são classificadas em duas espécies: as ações preferenciais e as ações 
ordinárias. As ações preferenciais podem ser de uma ou mais classes, e em sua maioria 
não asseguram direito a voto. Para o acionista preferencial, o lucro é mais importante que 
o controle, ou seja, este acionista prioriza a distribuição de resultados. As ações ordinárias 
são aquelas que conferem ao seu titular o direito a voto na assembleia de acionistas e, 
portanto, de determinar o destino da empresa. Logo, a diferença entre as ações preferenciais 
e ordinárias é que a primeira tem preferência na distribuição de dividendos, porém não 
lhe dá direito a voto nas assembleias de acionistas, enquanto a segunda também recebe 
dividendos, porém em menor escala e após os acionistas preferenciais, mas, dando direito 
a voto nas assembleias. (CAVALCANTE, MISUMI e RUDGE, 2005)
22UNIDADE I Mercado Financeiro e o Sistema Financeiro Nacional
Segundo Assaf Neto (2014) no mercado de ações a rentabilidade não é garantida, 
podendo inclusive resultar em perdas para o investidor, seja por que a empresa que ele 
comprou a ação não esteja bem financeira e economicamente, seja por crises internas 
ou externas, ou seja, por especulação. Por isso o investidor que deseja comprar e vender 
ações deve ter estes riscos em mente. Todo o investidor que deseja participar do mercado 
de ações deve procurar uma corretora ou distribuidora de valores mobiliários. 
3.2.2. Derivativos
De acordo com Assaf Neto (2014) os derivativos são instrumentos financeiros que 
se originam do valor de outro ativo, tido como ativo de referência. Um contrato derivativo 
não apresenta valor próprio, derivando-se do valor de um bem básico (commodities, ações, 
taxas de juros etc.) Esses ativos objetos dos contratos de derivativos devem ter seus preços 
estabelecidos pelo mercado. As transações devem ser realizadas no mercados futuros, a 
termo, opções, swaps entre outros.
3.2.3. Commodities 
Commodities é uma palavra derivada do inglês que tem como significado 
‘mercadorias’. É utilizado para indicar produtos primários negociados entre importadores 
e exportadores. Uma commodity costuma ter características muito parecidas com as de 
outros produtores, permitindo que sejam cotadas nas Bolsas de Valores. Os produtores, 
permitindo que sejam cotadas nas Bolsas de Valores. Os produtores de commodities são 
considerados “price takers”, ou seja, são tomadores de preços, não podendo individualmente 
afetar as cotações dos produtos produzidos. Café, soja, milho, trigo e petróleo são exemplos 
de commodities. No Brasil, as commodities são negociadas na B3: Brasil, Bolsa, Balcão. 
(CVM, 2019)
REFLITA
Em 2019, com a queda da taxa Selic, houve um crescimento de investidores autônomos 
no mercado de capitais. Com a mínima histórica da taxa Selic, você acredita que o mer-
cado tende a atrair o público investidor, permitindo que o mercado privado possa com-
petir em condições mais favoráveis e reduzindo o custo do financiamento corporativo?
Fonte: CVM (2020) 
23UNIDADE I Mercado Financeiro e o Sistema Financeiro Nacional
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro estudante nesta Unidade entendemos a extrema importância Sistema 
Financeiro Nacional, demonstramos a estrutura e o funcionamento do sistema financeiro 
nacional. Expondo de que forma consiste sua composição e como atua cada segmento. 
O sistema financeiro nacional compreende: órgãos normativos, entidades supervisoras e 
operadores, o primeiro expedindo as diretrizes, o segundo controlando, desenvolvendo e 
fiscalizando o sistema financeiro e o terceiro responsável pela execução das concessões 
de crédito às empresas. Verificamos como o mercado financeiro é estruturado por meio 
das instituições privadas e públicas e das entidades governamentais tendo como objetivos 
a aplicação e a captação de recursos financeiros, a distribuição e a circulação de títulos 
e valores mobiliários e a regulamentação desse processo. Identificamos que o mercado 
financeiro pode ser segmentado em mercados: Cambial, Monetário, Crédito e de Capitais, 
cada um com suas especificidades. Abordamos também sobre os tipos de investimentos, 
na qual podem se dar de diversas maneiras, além das tradicionais que são no mercado 
financeiro e em companhias, existem outros instrumentos que são utilizados pelos 
investidores.
Na próxima unidade veremos mais detalhadamente os tipos de títulos financeiros 
públicos e privados, debêntures, opções de compra e venda de ações, ações ordinárias e 
preferenciais, e fundos de investimentos.
24UNIDADE I Mercado Financeiro e o Sistema Financeiro Nacional
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: Análise de Investimentos: Histórico, Principais Ferramentas 
e Mudanças Conceituais Para o Futuro
Ano: 2017
Sinopse: Quando falamos em Análise de Investimentos, 
primeiramente vêm à mente perguntas como qual o ativo objeto 
de análise, qual o momento mais adequado para formação de 
posição em tal ativo e para quem estamos analisando? Visando a 
difundir os conhecimentos sobre a Análise de Investimento, desde 
suas vertentes mais tradicionais, como a Análise Técnica, até as 
metodologias mais modernas que estão no caminho da integração 
das questões ambientais, sociais e de governança ao contexto 
da análise de investimentos, dando continuidade a série TOP, a 
APIMEC lançou o livro TOP Análise de Investimentos.
Link para download no site da CVM (Comissão de Valores 
Mobiliários):
https://www.investidor.gov.br/portaldoinvestidor/export/sites/
portaldoinvest idor/publ icacao/Livro/ l ivro_TOP_anal ise_
investimentos.pdf
FILME/VÍDEO
Título: Grande Demais Para Quebrar (Too Big To Fail)
Ano: 2011Sinopse: O banqueiro Richard Fuld, entre março e outubro de 2008, 
em meio a conversas com personalidades como Hank Paulson 
(secretário do Tesouro estadunidense), Ben Bernanke e Tim 
Geithner tenta salvar o Lehman Brothers. Durante as negociações, 
buscava-se uma solução privada envolvendo banqueiros de 
investimento e membros do Congresso para preservar a empresa 
sediada em Nova York.
25UNIDADE I Mercado Financeiro e o Sistema Financeiro Nacional
FILME/VÍDEO
Título: Os 3 PIORES Conselhos sobre Dinheiro | TEDx Thiago 
Nigro (O Primo Rico)
Ano: 2018
O vídeo a seguir demonstra os 3 dos piores conselhos que nós 
sempre recebemos:
1) Invista na poupança porque lá é mais seguro; 
2) Compre o seu próprio imóvel porque ele é mais seguro; 
3) Tenha o seu próprio carro porque ele é SEU e você fica mais 
seguro
Link: https://www.youtube.com/watch?v=OXzqGuZ-DeU
https://www.youtube.com/watch?v=OXzqGuZ-DeU
26
Plano de Estudo:
• Títulos financeiros públicos e privados
• Ações ordinárias, preferenciais, BRD, ETF, Unit
• Tipos de fundos de investimentos
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar os títulos financeiros públicos e privados
• Definir os tipos de ações: ordinárias, preferenciais, BRD, ETF, Unit
• Exemplificar os fundos de investimentos e outros investimentos
UNIDADE II
Ativos Financeiros
Professor Mestre Matheus Henrique Delmonaco
27UNIDADE II Ativos Financeiros
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), nesta Unidade do livro da disciplina mercado de capitais, 
discorreremos sobre os tipos de títulos financeiros públicos e privados. Os títulos são 
papéis vendidos pelos governos ou empresas ao mercado financeiro para obter recursos 
financeiros. Os títulos podem ser comparados aos contratos de empréstimo, no qual o 
tomador do recurso faz uma promessa de pagamento de uma determinada importância, 
acrescida de juros. Será abordado as funções dos debêntures, que são consideradas 
títulos de emissão de dívida de médio e longo prazo emitidos por Sociedades Anônimas 
(S.A.) não financeiras e adquiridas por investidores, assim esse será um financiador direto 
da companhia tomadora dessa dívida. Abordaremos sobre os tipos de ações e as opções. 
Ações constituem quase sempre a menor parcela do capital social de uma sociedade por 
ações, sendo valores mobiliários negociáveis e distribuídos aos acionistas de acordo com 
a sua participação monetária efetivada. As ações são divididas em vários tipos: Ações 
Ordinárias permite que o seu titular tenha direito a voto nas assembleias de acionistas; 
Ações Preferenciais normalmente não permite o direito de voto, porém, concede outras 
vantagens, tais como prioridade na distribuição de dividendos ou no reembolso de capital; 
Brazilian Depositary Receipt (BDR) permite a investidores brasileiros comprarem ações de 
empresas estrangeiras; Exchange Traded Funds (ETFs) buscam obter o retorno com base 
em determinado índice de ações, com suas cotas negociadas em bolsa; e as Units são um 
grupo de ações negociadas em conjunto (ações ordinárias e ações preferenciais) sobre um 
código de bolsa. No final desta unidade veremos sobres os fundo de investimentos, que por 
meio da emissão de cotas, reúnem aplicações de vários indivíduos para investimento em 
carteiras de ativos financeiros disponíveis nos mercados financeiro e de capitais.
Bons estudos!
28UNIDADE II Ativos Financeiros
1. TÍTULOS FINANCEIROS PÚBLICOS E PRIVADOS
TÍTULOS PÚBLICOS
Como visto na primeira Unidade deste livro, os títulos públicos são ativos de renda 
fixa. O órgão responsável pelos títulos públicos no Brasil é o Tesouro Nacional, segundo 
Securato et al (2009) este órgão é quem garante ao agentes econômicos a liquidez aos 
papéis emitidos, esses títulos são utilizados com o objetivo de financiar o orçamento 
público. Assim os títulos públicos são emitidos para prover o governo federal de recursos 
necessários para a cobertura de seus déficit explicitados nos orçamentos e para realizar 
operações de crédito por antecipação de receita. De acordo com Berger (2012) a Secretaria 
do Tesouro Nacional (STN) é o órgão autorizado a administrar e emitir os títulos da dívida 
pública, os quais são de responsabilidade do Tesouro Nacional. 
Os principais títulos públicos são: as Letras do Tesouro Nacional (LTN), as Letras 
Financeiras do Tesouro (LFT) na qual são emitidas preferencialmente para o financiamento 
de curto e médio prazo, e as Notas do Tesouro Nacional (NTN), é emitida preferencialmente 
para o financiamento de médio e longo prazo (BERGER, 2012).
De acordo com Pimentel et al (2015) os títulos públicos são considerados o 
investimento mais seguro no Brasil, uma vez que são ativos garantidos pelo governo federal 
e a probabilidade de inadimplência é baixíssima. Segundo Berger (2012) o Tesouro Nacional 
lançou o Tesouro Direto para operações com títulos públicos, direcionada ao pequeno 
investidor, a qual possibilita a compra e a venda desses títulos pela internet. O sistema 
29UNIDADE II Ativos Financeiros
permite que o pequeno investidor possa realizar essas operações com menores custos 
atingindo assim uma melhor rentabilidade, caso necessite, o Tesouro Nacional garante a 
recompra caso o investidor que precise resgatar a sua aplicação antes do vencimento do 
papel. Segundo o Tesouro Nacional (2020) hoje é possível também vender os títulos para o 
Tesouro Nacional todos os dias, possibilitando ao investidor uma liquidez significativamente 
alta e compatível com outros investimentos de renda fixa.
Para que possa investir no Tesouro Direto, é necessário que o investidor possua 
um Cadastro de Pessoa Física (CPF), e também uma conta corrente ou conta poupança 
em uma instituição financeira nacional. Por fim é necessário estar cadastrado em alguma 
corretora que esteja habilitada no Tesouro Direto, essa corretora disponibilizará ao investidor 
a senha de acesso provisória para poder acessar a área restrita de investidores no site do 
Tesouro Direto. Nessa área do site do Tesouro Direto, possibilita realizar consultas referentes 
aos investimentos em títulos públicos, bem como realizar a compra e venda dos mesmos. 
Algumas dessas instituições possuem seus sistemas integrados ao sistema do Tesouro 
Direto, sendo chamadas de agentes integrados. O que difere um agente integrado dos 
demais é a possibilidade de realizar as operações de compra e venda dos títulos públicos 
diretamente através do site do agente integrado e, de acordo com as suas regras, pode 
ser possível estas operações estarem restritas a serem realizadas somente através dele. 
Neste caso, a área restrita do investidor no site do Tesouro Direto continuará disponível 
para o investidor, porém apenas para consultas, não sendo possível realizar as operações 
de compra e venda. (CVM, 2019)
De acordo com Pimentel et al (2015) ao decidir investir em um título de renda 
fixa busca-se escolher a forma como o dinheiro será remunerado, podendo ser taxa pré 
ou pós-fixada. Com a forma de remuneração pré-fixada, ao investir o valor desejado, o 
comprador logo fica ciente do valor que irá receber se permanecer com o título até a data de 
vencimento. Esta forma é indicada para os investidores que acreditam que a taxa prefixada 
será maior que a taxa básica de juros da economia. Diferentes da remuneração pré-fixada, 
a pós-fixada é corrigida pelo seu indexador. A rentabilidade do título depende tanto dos 
índices indexados, quanto da taxa contratada no momento da compra.
A nomenclatura dos títulos públicos está disponibilizada de uma maneira para 
ajudar no melhor entendimento dos investidores, auxiliando na identificação das principais 
caraterísticas de cada papel, como a descrição do tipo de rentabilidade, fluxo de remuneração 
e o ano de vencimento.
30UNIDADE II Ativos Financeiros
LTN - TESOURO PREFIXADO
De acordo com o Tesouro Direito (2020) o LTN é um título de rentabilidade definida 
no momento a compra, atualmente conhecida como Tesouro Prefixado possui fluxo depagamento simples, assim o investidor receberá o valor investido acrescido da rentabilidade 
na data de vencimento ou resgate do título. O pagamento ocorre de uma só vez, no final da 
aplicação. A LTN se torna interessante para os investidores que podem esperar receber o seu 
dinheiro até o final do período, ou seja, é indicado para quem não necessita complementar 
sua em curto prazo. A rentabilidade é dada pela diferença entre o preço de compra do título 
e seu valor nominal (valor de face) no vencimento, sempre R$ 1.000,00. Esse título possui 
fluxo de pagamento simples, ou seja, o investidor faz a aplicação e recebe o valor de face 
(valor investido somado à rentabilidade) na data de vencimento do título. A figura abaixo 
ilustra o fluxo de pagamentos do Tesouro Prefixado (LTN):
Figura 1: Fluxos de pagamentos LTN
Fonte: Tesouro Direto (2020)
O cálculo da rentabilidade do Tesouro Prefixado (LTN), pode ser expressado da se-
guinte maneira. Suponha que o investidor tenha feito uma compra no Tesouro Direto nas 
seguintes condições:
Título: LTN Tesouro Prefixado 2015 Data de vencimento: 01/01/2015
Data da compra: 03/01/2012 Período de aplicação: 755 dias
Quantidade adquirida: 1 (um) título Preço do título na data da compra: R$ 733,86
Para calcular a rentabilidade bruta da aplicação, deve-se utilizar a fórmula abaixo, 
válida para todos os títulos que não fazem pagamento de cupom de juros:
31UNIDADE II Ativos Financeiros
LFT - TESOURO SELIC 
Segundo Macedo Junior (2010) são títulos de remuneração pós-fixada, cujo valor 
nominal é corrigido pela variação acumulada da taxa Selic entre a data da liquidação da 
compra e a data de vencimento do título. A remuneração é dada por essa variação da taxa 
Selic acrescida de uma taxa de remuneração adicional, dada por meio de um desconto no 
preço de compra do título. (Letra Financeira do Tesouro). A LFT oferece rentabilidade diária, 
e sua atualização tem por base a taxa básica da economia, a Taxa Selic.
NTN-F - TESOURO PREFIXADO COM JUROS SEMESTRAIS 
De acordo com Costa (2018) os títulos NTN-F (Nota do Tesouro Nacional Série 
F), são títulos pré-fixada a qual efetua o pagamento de cupom de juros semestral e de 
principal no vencimento, sua rentabilidade pactuada no momento da compra por sua taxa 
interna de retorno (TIR). De acordo com o Tesouro Direto esse título é indicado para os 
investidores que desejam utilizar seus rendimentos para complementar sua renda a partir 
do momento da aplicação, uma vez que esse título faz pagamento de juros a cada seis 
meses. É um título escritural, nominativo e negociável. Seu valor nominal no vencimento é 
fixo e equivale a R$ 1.000,00. Caso necessite vender o título antecipadamente, o Tesouro 
Nacional restituirá o valor de mercado, podendo a rentabilidade ser maior ou menor do que 
a contratada na data da compra. Se faz válido ressaltar que o Imposto de Renda incide em 
cada venda, com alíquota elevada nos primeiros pagamentos.
32UNIDADE II Ativos Financeiros
Figura 2: Fluxo de pagamento NTN - F
Fonte: Tesouro Direto (2020)
NTN-B - TESOURO IPCA+ COM JUROS SEMESTRAIS 
Segundo Costa (2018) o NTN-B são títulos pós-fixados seu rendimento é combinado 
por duas parcelas, o IPCA, índice oficial da inflação e uma taxa de juros prefixada. É mais 
interessante para quem deseja utilizar o rendimento para complementar sua renda a partir 
do momento da aplicação, pois faz pagamento de juros a cada semestre, diferentemente 
do Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal). Isso significa que o rendimento é recebido pelo 
investidor ao longo do período da aplicação, em vez de receber tudo no final. O título NTN-B 
é indicado para quem deseja investir de médio ou longo prazo por ter uma característica 
conservadora.
NTN-B PRINCIPAL - TESOURO IPCA+ 
Segundo Kerr (2011) esses títulos semelhantes não pagam cupom de juros a 
remuneração é dada pelo deságio e pela atualização pelo IPCA. Por ser um título atualizado 
pelo IPCA é procurado por quem busca ganhos equivalentes ou superiores à inflação. 
Possui fluxo de pagamento simples, isto é, você receberá o valor investido acrescido da 
rentabilidade na data de vencimento ou resgate do título. Em outras palavras, o pagamento 
ocorre de uma só vez, no final da aplicação. Sendo assim, é mais interessante para quem 
pode esperar para receber o seu dinheiro até o vencimento do título (ou seja, quem não 
necessita complementar sua renda desde já). 
Para fins de tributação do títulos públicos, os impostos cobrados para quem 
compra um título público são: o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), quando a 
aplicação é resgatada com menos de 30 dias, e o Imposto de Renda (IR), onde o valor da 
alíquota vai variar dependendo do prazo do investimento, alíquota regressiva.
33UNIDADE II Ativos Financeiros
Quadro 1: Alíquota do Imposto de Renda
Tempo de aplicação Alíquota do IR (%)
Até 180 dias 22,5
De 180 a 364 dias 20,0
Entre 364 e 720 dias 17,5
Acima de 720 dias 15
Fonte: Receita Federal (2020)
TÍTULOS PRIVADOS
De acordo com Rassier (2004) os principais tipos de títulos emitidos pelas 
instituições financeiras, são: Certificado de Depósito Bancário (CDB); Certificado de 
Depósito Interbancário (CDI); Letra Imobiliária (LI).
Certificado de Depósito Bancário: Segundo Cerbasi (2008), um CDB caracteriza-
se como sendo um empréstimo concedido a uma instituição financeira por seus clientes. 
Assim é considerado um título emitido por bancos comerciais tendo como contrapartida a 
realização de um depósito, com prazo certo, feito por um cliente, ou seja, é o documento 
emitido pelo banco que reconhece o empréstimo, ou a aplicação feita pelo cliente. Pode 
ser tanto a taxa pré ou pós-fixada. É possível sua negociação em mercado secundário. 
O CDB pré-fixado, adequado para quem se satisfaz ao garantir uma taxa fixa para seus 
rendimentos, sabemos já na contratação qual taxa de juros irá remunerar nosso investimento 
até o vencimento do papel. O CDB pós-fixado se adequa para quem teme o aumento da 
inflação, costumam ter sua rentabilidade vinculada a dois tipos de indicadores: a taxa de 
mercado (CDI) ou a inflação. Na contratação, o investidor deve optar por um dos indicadores. 
De qualquer maneira, ele só saberá ao certo o resultado de seu investimento ao final do 
período. 
Exemplo: Se você investisse R$15.000, por exemplo, com a taxa definida de 13% 
ao ano e prazo de vencimento para 2 anos:
 A rentabilidade bruta seria de R$ 4.153,50 ou 27,7%.
34UNIDADE II Ativos Financeiros
Porém como vimos na Unidade 1, sobre o rendimento do CDB deve-se calcular o Imposto 
de Renda. Assim, a rentabilidade líquida do investimento seria:
A rentabilidade líquida seria de R$ 3.530,48 ou 23,5%
Certificado de Depósito Interbancário - CDI: título emitido por instituições 
financeiras, lastreado às operações do mercado de empréstimo entre instituições 
financeiras. Esse tipo de investimento é muito similar ao CDB, porém ele está restrito a 
instituições financeiras, ou seja, somente instituições financeiras podem utilizar este tipo de 
investimento, na qual um banco utiliza de outro banco para fazer seus investimentos; 
Letra de Crédito Imobiliária: Esse tipo de título é emitido por sociedades de crédito 
imobiliário para a captação de recursos no intuito de financiar construtores e adquirentes 
de imóveis. Normalmente, são de prazos superiores a um ano e rendem uma taxa de juros 
pós fixada, ou uma taxa indexada a inflação ou índices da construção civil, são títulos de 
renda fixa emitidos por instituições financeiras, que conferem aos seus titulares direito de 
crédito pelo valor nominal, juros e, se for o caso, atualização monetária. As LCIs devem 
ser lastreadas por créditos imobiliários garantidos por hipoteca ou alienação fiduciária de 
coisa imóvel e só podem ser emitidos por Bancos Comerciais, Sociedades de Crédito 
Imobiliário, Bancos Múltiplos com carteira de crédito imobiliário, Companhias Hipotecárias, 
Caixa EconômicaFederal, Associações de Poupança e Empréstimo e demais espécies 
de instituições financeiras que venham a ser autorizadas pelo Banco Central do Brasil a 
realizar operações de crédito imobiliário.
Rassier (2004) explicita detalhadamente os principais tipos de títulos emitidos pelas 
instituições não-financeiras sendo eles: 
Duplicatas: são originadas nas vendas a prazo ou na prestação de serviço, ocorrendo 
um acordo entre o comprador de bens ou o adquirente dos serviços que se compromete ao 
pagamento da obrigação após a entrega da coisa pelo vendedor ou a realização do serviço 
contratado. Assim, originando um crédito, no entanto, muitos compradores, não cumprem 
com a sua parte na obrigação comercial. Para originar a duplicata, é necessário elaborar 
uma fatura na qual conste na nota do vendedor, a descrição da mercadoria, discriminando 
a sua qualidade e quantidade, e o preço. A fatura é um documento que é confeccionado 
35UNIDADE II Ativos Financeiros
no ato da compra e venda mercantil ou da prestação de serviço, que apresentará todas as 
informações necessárias para a elaboração da duplicata, portanto, constitui-se uma prova 
do contrato de compra e venda mercantil (ALMEIDA, 2018; MARTINS, 2019).
Nota Promissória: Esses títulos são emitidos em busca de recursos para capital 
de giro, tendo o prazo máximo da emissão de 180 dias para as empresas de capital fechado 
e de 360 dias para empresas de capital aberto. Normalmente a nota promissória tem um 
rentabilidade acima do CDI, e remunera mais que os investimentos tradicionais do mercado. 
As companhias que emitem notas promissórias se beneficiam uma vez que conseguem 
um grande volume de dinheiro, a juros abaixo dos valores de mercado. Normalmente, as 
empresas lançam tais títulos através de corretoras de valores ou de instituições financeiras, 
que são responsáveis por intermediar as negociações entre os investidores, podendo ser 
com taxas prefixadas ou pós fixadas. (NEUBAUER; LIMA; GALARDI, 2006; CERBASI, 
2008)
Debêntures: é um título de crédito de longo prazo na qual é emitido por sociedades 
anônimas para captar recursos, visando a investimento ou a financiamento de capital de 
giro. Os debenturistas não possuem pedaços da empresa, como os acionistas, assim só 
recebem juros durante um determinado horizonte temporal. O seu rendimento depende 
das condições particulares de cada emissão. Como vimos na Unidade 1, esse título é muito 
utilizado pelas companhias de capital aberto que estão no mercado de capitais.
36UNIDADE II Ativos Financeiros
2. AÇÕES ORDINÁRIAS, PREFERENCIAIS, BRD, ETF, UNIT
O mercado de ações é uma das fontes de rendas da maioria dos investidores, 
as ações são títulos negociáveis nominativos, elas representam uma fração do capital 
social de uma empresa. Podemos entender a ação como a menor parcela do capital social 
das companhias ou sociedades por ações. É, portanto, um título patrimonial e, como tal, 
concede aos seus titulares, os acionistas, todos os direitos e deveres de um sócio, no limite 
das ações possuídas. (Bruni, 2005; Macedo Junior, 2010). 
Uma ação é um valor mobiliário, expressamente previsto em lei, no entanto, apesar 
de todas as companhias ou sociedades por ações terem o seu capital dividido em ações, 
somente as ações emitidas por companhias registradas na CVM, chamadas companhias 
abertas, podem ser negociadas publicamente no mercado de valores mobiliários. As ações 
são predominantemente escriturais, não necessitam emissão de certificado físico, mantidas 
em contas de depósito, em nome dos titulares e em instituição contratada pela companhia 
para a prestação desse serviço, em que a propriedade é comprovada através de extrato de 
posição acionária. As ações devem ser exclusivamente nominativas. (CVM, 2019).
A principal forma de participação dos acionistas nos resultados da companhia é 
a partir dos dividendos, juros sobre o capital próprio e as bonificações distribuídas pelas 
companhias. Esses pagamentos são realizados conforme o desempenho financeiro da 
empresa, uma vez que a companhia apresentou lucro, geralmente ocorre a distribuição 
de parte desses ganhos para os sócios. Assim parte desse lucro e o valor final que será 
37UNIDADE II Ativos Financeiros
direcionado aos acionistas varia conforme uma série de fatores, incluindo, entre outros, 
a necessidade de investimentos para cumprir o plano de crescimento da empresa, o 
caixa disponível para a realização desse desembolso financeiro e os valores mínimos 
determinados pelo Estatuto Social da companhia (CVM, 2019).
 Outra maneira de remuneração dos acionistas é o direito de subscrição de capital, 
assim no momento de emissão de novas ações por parte da companhia, os atuais acionistas 
recebem o direito de subscrever prioritariamente essas ações, pelo preço de emissão e na 
proporção das ações já possuídas. Caso não tenha interesse em realizar a subscrição, é 
possível vender esse direito no mercado. 
Os investidores utilizam as ações principalmente pela possível valorização do preço 
das ações, porém não existe garantia de valorização. Ao contrário, o preço está sujeito a uma 
série de fatores internos e externos, não dependendo somente dos resultados da própria 
companhia, mas também das perspectivas para o setor em que ela atua e para a economia 
de uma forma geral. Em casos extremos, as ações podem, inclusive, perder totalmente seu 
valor, como é o caso, por exemplo, da liquidação de uma companhia (falência), em que todo 
o patrimônio seja usado para quitar as dívidas existentes. (CVM, 2019)
Como pode ser observado, o resultado de um investimento em ações depende 
fundamentalmente da gestão da companhia e das condições gerais da economia. Portanto, 
o investimento em ações é considerado como de renda variável estando sujeito a um alto 
risco, seja de mercado, inerente aos negócios empresariais e a economia. 
A legislação brasileira Lei 6.404/1976 admite a existência de diferentes espécies e 
classes de ações e, por isso, alguns direitos, especialmente os relacionados aos dividendos 
e direitos de voto, podem não ser iguais para todos os acionistas. O Estatuto Social das 
companhias define as características de cada espécie de ações, podendo ser:
Ação Ordinária (ON): Sua principal característica é conferir ao seu titular direito 
a voto nas assembleias de acionistas. Vale lembrar que a diferença que essa participação 
faz na administração da empresa depende da quantidade de ações ordinárias que um 
investidor possui. Ou seja, quanto mais ações ordinárias, mais poder de voto um investidor 
tem. Assim sendo, os grandes acionistas conseguem influenciar mais os rumos do negócio 
do que os pequenos investidores.
Ação Preferencial (PN): Normalmente, o Estatuto retira dessa espécie de ação 
o direito de voto. Em contrapartida, concede outras vantagens, tais como prioridade na 
distribuição de dividendos ou no reembolso de capital. As ações preferenciais podem ser 
38UNIDADE II Ativos Financeiros
divididas em classes, tais como, classe “A”, “B” etc. Os direitos de cada classe constam do 
Estatuto Social.
Brazilian Depositary Receipt (BDR): são ações de empresas estrangeiras que os a 
investidores brasileiros podem, através de certificados emitidos por instituições depositárias 
brasileiras, negociar no Brasil, Bolsa, Balcão (B3), a partir de recibos de ações que estão 
atrelados às ações originais sob custódia no país de origem e podem ser comercializados 
nos mercados de ações do Brasil. 
ETF (Exchange Traded Funds): são considerados fundos de índice que buscam 
obter retorno baseado em índice de ações, podendo ser negociadas em bolsa. Esses 
índices representam uma fração da carteira onde representa um grupo de ações que fazem 
parte da carteira teórica do índice usado como referência. Assim possibilita que o investidor 
tenha acesso a uma carteira diversificada sem a necessidade de aplicar individualmente 
em todos os papéis que compõem estacarteira. Os ETFs se torna um investimento prático, 
pois partir deles o investidor não precisa administrar todas as ações individualmente nem 
arcar com o custo para comprá-las e vendê-las de forma a manter a composição do índice 
de referência. Assim, para que o investidor possa negociar basta comprar, um ETF que 
reproduz um índice de mercado. Os índices mais conhecidos do mercado são IBrX-50 e 
IBrX-100. O objetivo do IBrX 50 é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos 
50 ativos de maior negociabilidade e representatividade do mercado de ações brasileiro. O 
objetivo do IBrX 100 é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos 100 ativos 
de maior negociabilidade e representatividade do mercado de ações brasileiro. (ASSAF 
NETO, 2014)
Units: essas ações são negociadas em conjunto (ações preferenciais e ações 
ordinárias) sobre um mesmo código de bolsa, dessa maneira o investidor pode diversificar 
sua carteira sem precisar pagar duas vezes para adquirir ações ordinárias e preferenciais 
da mesma companhia. Ao comprar uma Unit da Sanepar um investidor poderá adquirir 1 
ação ON e 4 ações PN. Os investidores das Units, tem seus direitos e deveres proporcionais 
a sua respectiva partição em ativos. (CVM, 2019)
A B3 (Brasil, Bolsa, Balcão) disponibiliza em seu site uma lista das companhias 
que estão registradas para negociar as ações. Quanto aos códigos de negociação das 
ações, é importante lembrar que as ações ordinárias terão o dígito 3 após as letras que 
correspondem a empresa, ações preferenciais terão o dígito 4 até o 8 e as Units terão dígito 
11.
39UNIDADE II Ativos Financeiros
Imagem 3: Códigos, tipo e setor das ações
Fonte: Reis (2017)
O Imposto de Renda (IR) sobre as ações ocorrem sobre os ganhos mensais, sempre 
que realizar movimentações de ações, opções ou outros produtos negociados na B3 em 
montante superior a R$ 20 mil e sobre as operações do day trade (compra e venda no 
mesmo dia) não contam com isenção, independentemente do valor. As operações comuns 
estão sujeitas à retenção de 15% de Imposto de Renda, enquanto as operações day trade 
pagam 20% de imposto sobre o lucro obtido.
SAIBA MAIS
Os setores de uma empresa variam de acordo com o tamanho e o tipo de atividade que 
ela executa. A Brasil, Bolsa e Balcão (B3) faz uma listagem das companhias de socieda-
de anônima por setor de atuação, subsetor, segmento e códigos das ações.
Fonte: Brasil, Bolsa e Balcão (2020): 
Saiba mais acessando o link: 
http://www.b3.com.br/pt_br/produtos-e-servicos/negociacao/renda-variavel/acoes/consultas/
classificacao-setorial/
40UNIDADE II Ativos Financeiros
3. FUNDOS DE INVESTIMENTOS 
Os Fundos de Investimento são compreendidos como condomínios constituídos 
buscando promover a aplicação coletiva dos recursos de seus investidores, tendo por 
objetivo captar os recursos e investir no mercado financeiro, transformando-se numa forma 
coletiva de investimento, com vantagens, sobretudo, para o pequeno investidor individual. 
(CVM, 2019)
De acordo com Assaf Neto (2014) por meio da emissão de cotas, reúnem aplicações 
de vários indivíduos para investimento em carteiras de ativos financeiros disponíveis nos 
mercados financeiro e de capitais. As cotas dos fundos são valores mobiliários, conforme 
a lei 6.385/76. Em virtude dos diversos tipos de ativos financeiros existentes, os fundos de 
investimento são divididos em categorias, conforme os tipos de ativos que poderão compor 
sua carteira, o que facilita a identificação do perfil de investimento do fundo. Os fundos são 
regidos por um regulamento e têm na assembleia-geral seu principal fórum de decisões. 
Para Assaf Neto (2014) os fundos funcionam como uma importante alternativa de 
investimento para pessoas que querem participar do mercado de capitais, beneficiando 
principalmente o pequeno investidor. Os fundos são estruturados pelas Instituições 
Financeiras, pelas determinações da CVM, como a quantidade máxima de composição da 
carteira de cada tipo de fundo, determinando assim o perfil da liquidez, a pelas escolhas da 
composição risco/rentabilidade desejada pelo gestor, criando desta forma a personalidade 
41UNIDADE II Ativos Financeiros
de cada fundo, que atrairá o perfil de investidor de acordo com cada fundo (FORTUNA, 
2008).
De acordo com Rambo (2014) os fundos podem ser classificados em função do prazo 
de resgate ou remuneração, do segmento de atuação, ativos que compõe o seu patrimônio 
e o riscos inerentes. Os gestores de fundos podem investir procurando rentabilidade similar 
à rentabilidade de um índice ou indexador que funcione como referência, como o IbrX-
100, ou os gestores podem buscar maximizar os resultados, ocorrendo em um maior custo 
operacional, investindo em melhores oportunidades de aplicação entre as alternativas de 
aplicações do mercado financeiro, porém que ocorram em maior risco. A oscilação dos 
ativos impactam diretamente na remuneração do fundo uma que depende do rendimento 
dos ativos financeiros que fazem parte do fundo sendo que. (Fortuna, 2008).
De acordo com Assaf Neto (2014) os fundos costumam cobrar taxa de administração, 
cobrada pela instituição financeira a fim de remunerar os serviços prestados de administração 
do fundo e da gestão da carteira. A taxa é definida pela administração e varia de acordo 
com o interesse da instituição, se a forma de investimento tem alto risco. 
Os fundos de investimentos podem ser classificados como renda fixa ou renda 
variável. Os fundos de renda fixa são os compostos por aplicações em títulos que tem taxa 
de retorno fixa na maioria das vezes. Outra parte pode ser aplicada em ações ou títulos com 
taxa de retorno variável. Já os fundos de renda variável são os compostos principalmente 
por aplicações em ações e títulos com taxa de retorno variável, dependendo exclusivamente 
do desempenho das ações (FORTUNA, 2008).
De acordo com a Anbima (2015), os fundos de investimos são classificados em 
curto prazo, referenciado DI, renda fixa, multimercados, dívida externa (investimento no 
exterior), ações, cambial, previdência, off shore. Alguns fundos podem ser definidos como:
Fundos de curto prazo: são recursos aplicados exclusivamente em títulos 
públicos federais ou privados prefixados ou indexados pela taxa Selic ou ou-
tra taxa de juros. 
Fundos referenciados: devem ser denominados de acordo com seu indica-
dor de desempenho. Composto por 80% no mínimo de títulos de emissão do 
Tesouro Nacional e/ou Banco Central e títulos e valores mobiliários de renda 
fixa.
Fundos de renda fixa: devem possuir 80% dos ativos em ativos de renda 
fixa, tendo como principal fator de risco a variação da taxa de juros doméstica 
e/ou variação do índice de preços. 
Fundos cambiais: necessitam possuir 80% dos ativos vinculados à taxa de 
câmbio, cujo fator de risco da carteira deve ser a variação da taxa de câmbio 
de moeda estrangeira ou cupom cambial. Dentre os fundos existem os fun-
dos cambiais dólar, que seguem a cotação da moeda americana. 
42UNIDADE II Ativos Financeiros
Fundos de ações: precisam possuir no mínimo 67% da carteira em ações 
negociadas na bolsa. Podem ser constituídos por vários tipos de carteiras de 
ações, desde as que seguem os índices da Bolsa até as que investem em 
empresas com características específicas. Esses fundos variam de acordo 
com as oscilações de preços das ações que compõem a sua carteira. Alguns 
fundos acompanham também a variação de um índice do mercado acionário 
como IbrX-100).
Fundos de dívida externa: devem conter no mínimo 80% do patrimônio em 
títulos da dívida externa de responsabilidade da União e no máximo 20% do 
patrimônio em outros títulos de créditos do mercado internacional. 
Fundos multimercados: envolvem vários fatores de risco, sem necessaria-
mente concentrar algum fator em especial (como câmbio, ações, derivativos 
e renda fixa), tendo como principais vantagens a flexibilidade para aplicação 
em vários tipos de ativose diversos estilos de estratégia de gestão. É um 
fundo que apresenta maior risco ao investidor pela oscilação. (FORTUNA, 
2008; RAMBO, 2014)
Segundo Assaf Neto (2014) os fundos de investimento, quanto maior o retorno 
normalmente maior o risco será, os riscos podem ser de crédito, de mercado, liquidez e 
sistêmico. O risco de crédito deve-se a possibilidade da instituição que compõe a carteira do 
fundo não ser pago ou ser liquidado em atraso, ocorrendo isso a rentabilidade é reduzida. 
O risco de mercado está ligado a variação de mercado como taxa de juros da economia, 
inflação, variação cambial, na qual podem interferir no valor dos títulos da carteira. O risco 
de liquidez corresponde à dificuldade de venda dos títulos da carteira, devido a baixa 
liquidez de recursos do mercado ou falta de atratividade. E o risco sistêmico é dado pelo 
comportamento da economia nacional e internacional que interferem diretamente nas taxas 
de juros do mercado, preços, câmbio.
43UNIDADE II Ativos Financeiros
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Caro(a) aluno(a), nesta Unidade do livro da disciplina mercado de capitais, vimos 
os diferentes os tipos de títulos financeiros públicos e privados. Os títulos podem ser 
definidos como papéis vendidos pelos governos ou empresas ao mercado financeiro para 
obter recursos financeiros. Podem ser comparados aos contratos de empréstimo, no qual 
o tomador do recurso faz uma promessa de pagamento de uma determinada importância, 
acrescida de juros. Será abordado as funções dos debêntures, que são consideradas títulos 
de emissão de dívida de médio e longo prazo emitidos por Sociedades Anônimas (S.A.) 
não financeiras e adquiridas por investidores, assim esse será um financiador direto da 
companhia tomadora dessa dívida. Abordamos sobre os tipos de ações e as opções nas 
quais podem ser entendidas como quase sempre a menor parcela do capital social de uma 
sociedade por ações, sendo valores mobiliários negociáveis e distribuídos aos acionistas 
de acordo com a sua participação monetária efetivada. As ações são divididas em vários 
tipos: Ações Ordinárias permite que o seu titular tenha direito a voto nas assembleias de 
acionistas; Ações Preferenciais normalmente não permite o direito de voto, porém, concede 
outras vantagens, tais como prioridade na distribuição de dividendos ou no reembolso de 
capital; Brazilian Depositary Receipt (BDR) permite a investidores brasileiros comprarem 
ações de empresas estrangeiras; Exchange Traded Funds (ETFs) buscam obter o retorno 
com base em determinado índice de ações, com suas cotas negociadas em bolsa; e as Units 
são um grupo de ações negociadas em conjunto (ações ordinárias e ações preferenciais) 
sobre um código de bolsa. Por fim estudamos sobre os fundo de investimentos, que por 
meio da emissão de cotas, reúnem aplicações de vários indivíduos para investimento em 
carteiras de ativos financeiros disponíveis nos mercados financeiro e de capitais.
44UNIDADE II Ativos Financeiros
Material Complementar 
LIVRO
Título: “40 Anos Cvm - A História da Cvm Pelo Olhar de Seus 
Ex-presidentes”
Ano: 2016
Autor: CVM
Sinopse: O livro “40 anos CVM - A história da CVM pelo olhar de 
seus ex-presidentes” é uma iniciativa comemorativa dos 40 anos 
da Comissão de Valores Mobiliários - CVM e retrata a história da 
autarquia pela narrativa do jornalista George Vidor através do olhar 
de seus ex-presidentes. O livro relata as fases de implantação, 
afirmação, consolidação e evolução da CVM, bem como do 
Mercado de Capitais no Brasil, além das transformações pelas 
quais o país passou nos campos político, institucional e econômico.
FILME/VÍDEO
Título: Margin Call: O Dia Antes do Fim
Ano: 2011
Sinopse: Numa corretora de valores de Wall Street, em meio 
ao abalo financeiro que afetou as bolsas de valores nos Estados 
Unidos em 2008, os cortes começam e, entre os demitidos, está 
Eric Dale (Stanley Tucci). Ao sair da empresa, ele deixa com 
seu subordinado, Peter Sullivan (Zachary Quinto), um pen drive 
carregado de informações confidenciais. Sullivan abre o arquivo, 
descobre que a companhia está à beira de um colapso e chama 
seu chefe (Paul Bettany) para pôr a situação em pratos limpos. A 
partir daí, os poderosos executivos começam a ser informados e, 
entre reuniões, o futuro de todos será decidido.
FILME/VÍDEO
Título: Sonhe Grande, Comece Pequeno
Ano: 2015
Sinopse: Tatiane recomenda a quem quiser empreender sonhar 
grande e começar pequeno. Ela abriu a primeira lavanderia da 
região onde mora e hoje é dona de uma rede de lavanderias na 
periferia de São Paulo. Tatiana Lobato estudou empreendedorismo 
no programa 10000 mulheres da FGV/Goldman Sachs. Ela é 
fundadora, sócia proprietária e diretora comercial da rede de 
lavanderias Magic Clean, pioneira em oferecer serviços de 
lavanderia na periferia de São Paulo. Em 2014 venceu o Desafio 
Pequenas Gigantes, uma iniciativa da Aliança Empreendedora e 
do Instituto Walmart.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=a9qsp7l5C3o
45
Plano de Estudo:
• Bolsa de Valores do Brasil e sua funcionalidade - (Brasil, Bolsa, Balcão – B3)
• Segmentos de listagem
• Índices de Mercado 
• Participantes do Mercado
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e compreender o funcionamento a bolsa de valores do Brasil – (Brasil, 
Bolsa, Balcão – B3).
• Apresentar os segmentos de listagem
• Entender os Índices de Mercado
• Abordar sobre os participantes do mercado
UNIDADE III
Bolsa de Valores no Brasil – B3
Professor Mestre Matheus Henrique Delmonaco
46UNIDADE III Bolsa de Valores no Brasil – B3
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), na Unidade 3, do livro da disciplina de Mercado de Capitais, será 
abordado sobre o funcionamento a bolsa de valores do Brasil – (Brasil, Bolsa, Balcão – B3). 
Sendo a principal instituição brasileira de intermediação para operações do mercado de 
capitais, desenvolve, implanta e provê sistemas para a negociação de ações, derivativos 
de ações, títulos de renda fixa, títulos públicos federais, derivativos financeiros, moedas à 
vista e commodities agropecuárias. A B3 exerce a função de depositária central dos ativos 
negociados em seus ambientes, compensando como central garantidora de boa parte 
das negociações realizadas em seus mercados, atuando como de licenciadora softwares 
e índices. Compreenderemos o funcionamento da Bolsa de Valores (B3), os tipos de 
mercado, prazos e regulações da bolsa. Apresentaremos os segmentos de listagem da 
B3, que são destinados ao modo de negociação das companhias que se comprometeram, 
voluntariamente, a adotar as boas práticas de governança corporativa e divulgações 
adicionais em relação ao exigido pela legislação brasileira. Os segmentos de listagem são 
divididos em Nível 1 e 2, Novo Mercado, e Bovespa Mais 1 e 2. Iremos entender os índices 
de mercado, que funcionam como indicadores que medem o desempenho médio dos 
preços das ações. Segundo Pinheiro (2008) os índices são considerados uma poderosa 
ferramenta para a avaliação comparada de performance de desempenho para gestores e 
investidores do mercado de capitais. E por fim abordaremos os principais participantes da 
bolsa de valores, que segundo a CVM (2019) são as corretoras e distribuidoras, os agentes 
autônomos, os administradores de carteiras de valores mobiliários, os analistas de valores 
mobiliários, e os consultores de valores mobiliários. 
Bons estudos!
47UNIDADE III Bolsa de Valores no Brasil – B3
1. BOLSA DE VALORES DO BRASIL - (BRASIL, BOLSA, BALCÃO – B3)
O principal objetivo da bolsa de valores é proporcionar um ambiente transparente e 
adequado para realização e movimentação dos negócios com valores mobiliários. Somente 
por meio das corretoras, os investidores têm acesso aos sistemas de negociação para efetuar 
suas transações de compra e venda desses valores (CAVALCANTE; MISUMI; RUDGE, 
2009). Durante muitos anos a Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos 
Privados - CETIP, Bolsa de São Paulo - Bovespa

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