Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - OFICIAL REDAÇÃO PMBA/CBMBA REDAÇÃO PMBA / CBMBA REDAÇÃO 2 LÍNGUA PORTUGUESA O inteiro teor desta apostila está sujeito à proteção de direitos autorais. Copyright © 2017 Loja do Concurseiro. Todos os direitos reservados. O conteúdo desta apostila não pode ser copiado de forma diferente da referência individual comercial com todos os direitos autorais ou outras notas de propriedade retidas, e depois, não pode ser reproduzido ou de outra forma distribuído. Exceto quando expressamente autorizado, você não deve de outra forma copiar, mostrar, baixar, distribuir, modificar, reproduzir, republicar ou retransmitir qualquer informação, texto e/ou documentos contidos nesta apostila ou qualquer parte desta em qualquer meio eletrônico ou em disco rígido, ou criar qualquer trabalho derivado com base nessas imagens, texto ou documentos, sem o consentimento expresso por escrito da Loja do Concurseiro. Nenhum conteúdo aqui mencionado deve ser interpretado como a concessão de licença ou direito de qualquer patente, direito autoral ou marca comercial da Loja do Concurseiro. PMBA / CBMBA REDAÇÃO 3 Você é avaliado pela 1º) CAPACIDADE DE INTERPRETAÇÃO DO TEMA Delimitação: a partir dos textos de apoio e a partir das palavras-chave do tema. 2º) CAPACIDADE DE ORGANIZAÇÃO LÓGICA (pense em parágrafos – divida a partir das palavras- chave do tema) Introdução (breve apresentação – assunto/problema) Assunto detalhado Causa Consequência Solução Prós x contra 3º) CAPACIDADE DE PRODUZIR UM TEXTO DISSERTATIVO (usa verbo afirmativo no presente) Defende um ponto de vista Sobre determinado assunto Com argumentos convincentes Dicas - Procedimentos Básicos Siga esta ordem: 01. Interpretação do tema: Devemos interpretar cuidadosamente o tema proposto, pois a fuga total a ele implica zerar a prova de redação; 02. Levantamento de ideias: A melhor maneira de levantar ideias sobre o tema é a autoindagação; 03. Construção do rascunho: Construa o rascunho sem se preocupar com a forma. Priorize, nesta etapa, o conteúdo; 04. Pequeno intervalo: Suspenda a atividade redacional por alguns instantes e ocupe-se com outras provas, para que possa desviar um pouco a atenção do texto; evitando, assim, que determinados erros passem despercebidos; 05. Revisão e acabamento: Faça uma cuidadosa revisão do rascunho e as devidas correções; 06. Versão definitiva: Agora passe a limpo para a versão definitiva, com calma e muito cuidado! 07. Elaboração do título: O título deve ser uma frase curta condizente com a essência do tema, mas ele não é obrigatório, por isso não precisa perder tempo com ele, pode produzir seu texto sem título. Redação PMBA / CBMBA REDAÇÃO 4 Orientação: O texto deve conter começo, meio e fim (introdução, desenvolvimento e conclusão). Vejamos, sucintamente, cada uma dessas partes. A. INTRODUÇÃO (início, começo) Podemos começar uma redação fazendo uma afirmação, uma declaração, uma descrição, uma pergunta, e de muitas outras maneiras. O que se deve guardar é que uma introdução serve para lançar o assunto, delimitar o assunto, chamar a atenção do leitor para o assunto que vamos desenvolver. Uma introdução não deve ser muito longa para não desmotivar o leitor. Se a redação dever ter trinta linhas, aconselha-se a que o aluno use de quatro a seis para a parte introdutória. DEFEITOS A EVITAR I. Iniciar uma ideia geral, mas que não se relaciona com a segunda parte da redação. II. Iniciar com digressões (o início dever ser curto). III. Iniciar com as mesmas palavras do título. IV. Iniciar aproveitando o título, com se este fosse um elemento d primeira frase. V. Iniciar com chavões Exemplos: - Desde os primórdios da Antiguidade... - Não é fácil a respeito de... - Bem, eu acho que... - Um dos problemas mais discutidos na atualidade... B. DESENVOLVIMENTO (meio, corpo) A parte substancial e decisória de uma redação é o seu desenvolvimento. É nela que o aluno tem a oportunidade de colocar um conteúdo razoável, lógico. Se o desenvolvimento da redação é sua parte mais importante, deverá ocupar o maior número de linhas. Supondo-se uma redação de trinta linhas, a redação deverá destinar de catorze (14) a dezoito (18) linhas para o corpo ou desenvolvimento dela. DEFEITOS A EVITAR I. Pormenores, divagações, repetições, exemplos excessivos de tal sorte a não sobrar espaço para a conclusão. C. CONCLUSÃO (fecho, final) Assim como a introdução, o fim deverá ocupar uma pequena parte do texto. Se a redação está planejada para trinta linhas, a parte da conclusão deve ter quatro a seis linhas. Na conclusão, nossas ideias propõem uma solução. O ponto de vista do escritor, apesar de ter aparecido nas outras partes, adquire maior destaque na conclusão. Se alguém introduz um assunto, desenvolve-o brilhantemente, mas não coloca uma conclusão: o leitor sentir-se-á perdido, estupefato. DEFEITOS A EVITAR I. Não finalizar (é o principal defeito) II. Avisar que vai concluir, utilizando expressões como "Em resumo" ou "Concluindo" ESQUEMATIZAR Compreendido o tema, não passaremos, de pronto, ao rascunho. Eis um erro muito comum: os alunos não simpatizam com os esquemas. Acham que o tempo é exíguo e atiram-se, a esmo, ao trabalho da redação. O fato é que, dispensando o esquema, perdem, no rascunho, os minutos que pensavam economizar. O que sucede? As ideias vêm vindo desordenadas, contraditórias. Atrapalhados, eles rabiscam, apagam, voltam a escrever o que riscaram... É como se estivessem dirigindo num desses dias de trânsito congestionado: querem correr e não saem do lugar. Qual seria a causa desse "espaçamento"? Única e exclusivamente a falta de esquema. Quando principiamos uma redação, temos de traçar uma diretriz, haveremos de tomar um partido. Se o assunto é "aborto", obriga-nos a uma definição: seremos a favor, ou, então contra? Qual tese defenderemos? O esquema é um mapa. O esquema é um guia. Não haverá lugar para desvios ou retrocessos se tivermos, anteriormente traçado o nosso roteiro. O esquema exigirá, talvez, uns dez minutos. Porém, esses minutos são importantíssimos. Eles nos trarão a ideia básica, alinharão os argumentos contrários e favoráveis, darão os conceitos introdutórios. Nosso trabalho, daí em diante, será vestir, com as roupagens da frase, aquilo que o esquema registrou. Esquematizar é planejar. É caminhar de olhos abertos. É saber o terreno que se pisa. É dar à redação um destino, um sentido, um fim. a) As partes do esquema Todo esquema deve conter três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão. No local destinado ao rascunho o aluno representá-los-á pelas letras a, b e c, respectivamente. Se escrevesse introdução, desenvolvimento e conclusão, já estaria despendendo tempo precioso. PMBA / CBMBA REDAÇÃO 5 b) A concentração de ideias Não se impressione se suas ideias custam a chegar. É natural que, no início, fiquemos um tanto vazios. Ideias não caem do céu. À medida que formos meditando, elas irão aparecendo, ainda que desordenadamente. Não nos esqueçamos de que esse é um momento de concentração absoluta. Imaginação, sensibilidade, inteligência, memória, todas as faculdades, enfim, devem estar despertas na procura penosa das ideias. c) Extensãodo esquema O esquema deve ser breve. Caso contrário, perderá sua finalidade. Evitem-se as minúcias, as divisões e subdivisões. O aluno não esgotará o tempo de exame, fazendo esquema. Com cinco palavras apenas, pode-se reunir material para uma boa redação. d) Técnicas de registrar ideias As ideias vão surgindo sem ordem, sem critério. O aluno começara a registrá-la na introdução (a), no desenvolvimento (b), ou na conclusão (c), com palavras sintéticas e abreviadas. Suponha-se que o tema seja "coexistência pacífica". Diversas ideias afloram à mente. Uma delas poderia ser a seguinte: "as nações destinam a maior parte da sua receita à corrida armamentista... Quantos males já poderiam ter sido debelados da face da terra se tais verbas tivessem sido empregadas no combate ao câncer, na erradicação da malária..." Se esta ideia não for imediatamente registrada, poderá ser esquecida. Que devemos fazer? Basta que coloquemos no desenvolvimento do esquema a palavra "arma". É suficiente para que posteriormente, no rascunho, se desenvolva a ideia. Um esboço feito dessa maneira não tomará mais de uns dez minutos. Se acharmos uma comparação expressiva ou uma imagem bonita, não deixemos escapar. Talvez seja essa a imagem, seja essa a comparação que mais agradará ao examinador. O esquema não é rígido. É pessoal, e cada um o executa de maneira que achar mais conveniente Poderemos, pode exemplo, abreviar as palavras, a fim de poupar tempo. Assim escreveremos "destr." (destruição), interc. (intercâmbio) etc. e) Seleção de ideias Se houver sobra de ideias, depois de registradas, deve o aluno selecionar as melhores. Lembre-se ele de que não vai escrever um ensaio ou um tratado e, sim, uma redação. Deverá eliminar, portanto, aquelas ideias desnecessárias, aquelas ridículas ou infantis. Deverão sobrar apenas alguns conceitos fundamentais e alguns outros subsidiários, o necessário, enfim, para cumprir o limite exíguo de linhas. f) Ordem das ideias Já vimos que as ideias chegam desconexas, desordenadas. É natural, portanto, que o aluno coloque na conclusão conceitos ou fatos que, talvez, coubessem melhor no desenvolvimento ou na introdução. Cumpre, antes de iniciar o rascunho, ordenar as ideias de modo que as partes da redação conservem sua autenticidade. A maneira mais fácil será numerar as ideias de acordo com sua ordem, a fim de que não percamos tempo na montagem de um novo esquema definitivo. O esquema é um roteiro e a redação deve caminhar progressivamente. Um esquema ordenado, definido, não levará o aluno a retrocessos. Tema: Menores abandonados 1. As crianças pobres são vítimas do progresso. 2. Criança famintas tornam-se ladrões e assassinos. 3. Os pequenos crimes aumentam com a idade. 4. A ignorância dos pais que têm muitos filhos deve ser enfrentada por uma campanha bem séria por parte da população. Esquema a) progresso – pobreza b) fome - crime – idade c) ignorância - educação PMBA / CBMBA REDAÇÃO 6 Descrever, Narrar, Dissertar Descrever é representar verbalmente um objeto, uma pessoal, um lugar, mediante a indicação de aspectos característicos, de pormenores individualizantes. Requer observação cuidadosa, para tornar aquilo que vai ser descrito um modelo inconfundível. Não se trata de enumerar uma série de elementos, mas de captar os traços capazes de transmitir uma impressão autêntica. Descrever é mais que apontar, é muito mais que fotografar. É pintar, é criar. Por isso, impõe-se o uso de palavras específicas, exatas. Narrar : é um relato organizado de acontecimentos reais ou imaginários. São seus elementos constitutivos: personagens, circunstâncias, ação; o seu núcleo é o incidente, o episódio, e o que a distingue da descrição é a presença de personagens atuantes, que estão quase sempre em conflito. A Narração envolve: I. Quem? Personagem; II. Quê? Fatos, enredo; III. Quando? A época em que ocorreram os acontecimentos; IV. Onde? O lugar da ocorrência; V. Como? O modo como se desenvolveram os acontecimentos; VI. Por quê? A causa dos acontecimentos; Dissertar é apresentar ideias, analisá-las, é estabelecer um ponto de vista baseado em argumentos lógicos; é estabelecer relações de causa e efeito. Aqui não basta expor, narrar ou descrever, é necessário explanar e explicar. O raciocínio é que deve imperar neste tipo de composição, e quanto maior a fundamentação argumentativa, mais brilhante será o desempenho. Agora vamos ao principal tipo de texto cobrado nos concursos: Dissertar é expor opiniões, pontos de vista, fundamentados em argumentos e raciocínios baseados em nossa vivência, nossas leituras, nossas posturas, nossas conclusões a respeito da vida, dos homens, de nós mesmos. Refletir, exercer o direito de ter ideias e expressá-las, respeitando as ideias de outras pessoas, assumir uma postura que problematize a realidade e mostre os fundamentos de tal problematização constituem as principais características do dissertar. Dissertação Dissertar é debater um tema, apresentar e defender ideias a respeito de um assunto. A atividade dissertativa revela-se vital para o desenvolvimento da inteligência, para a elaboração pessoal de ideias, para a capacidade de raciocínio e exposição lógica, ou seja, para a construção do conhecimento e do pensamento crítico e criativo. Para escrever lucidamente é preciso, em primeiro lugar, delimitar e contextualizar o tema. Depois, assumir uma posição e defendê-la com coerência, argumentando de modo organizado e com a linguagem adequada, lógico-expositiva. Assim, os elementos estruturais de um texto dissertativo são: Tema - o assunto sobre o qual se escreve. Tese/Ponto de vista - a posição que se assume diante do tema. Argumentação - a fundamentação do posicionamento, a defesa do ponto de vista. PMBA / CBMBA REDAÇÃO 7 Tipos de dissertação 1. Expositiva: acontece quando, no texto, o articulador das ideias utiliza dados fartamente noticiados em jornais, revistas, rádio, televisão, enciclopédias. Tais ideias são amplamente conhecidas e, por isso mesmo, inquestionáveis quanto ao conteúdo. Como o próprio nome diz, expõe os fatos, mas não apresenta necessariamente uma discussão. 2. Argumentativa: acontece quando, ao escrever, nos dispomos a refletir sobre os assuntos enfocados, usando pontos-de-vista pessoais, aproximando ou correlacionando os fatos a fim de que cheguemos facilmente a uma conclusão. Entre as maneiras de dissertar, é considerada sofisticada: a visão sobre os fatos discutidos é crítica, há evidências e juízos que são trazidos à luz de maneira analítica. 3. Mista: este último método é o melhor porque guarda em si as possibilidades dos dois anteriores, ou seja: ao mesmo tempo em que se expõem os fatos conhecidos de todos, que podem se transformar em exemplificação atualizada, também permite que se argumente de maneira analítica, portanto crítica, e aí sejam inseridos questionamentos, juízos de valor, elementos tão caros e necessários a qualquer texto dissertativo. De qualquer maneira que escolhamos dissertar, o fazemos sempre para demonstrar aspectos do que pensamos, para persuadir o outro, para mostrar nossa capacidade de crítica, de análise sobre determinado grupo de acontecimentos. Dissertamos para demarcar um espaço intelectual, dizer algo que é ponto de vista nosso, particular, advindo do nosso esforço de compreender o mundo. O tema Às vezes, uma pessoa pode iniciar uma redação abordando diretamente o assunto, sem introdução isso depende da maneira de cada um. É impossível determinar um padrão imutável para a introdução de uma redação, assim como para as outras partes. Tudo é variável, apesar de obedecer a algumas normas imutáveis. EXEMPLO DE PARÁGRAFOCOM INTRODUÇÃO TEMA: A fome de crianças abandonadas "Você já parou para pensar na tristeza de uma criança faminta? Ela mastiga as migalhas de pão duro encontradas nas latas de lixo sem entender porque não há o momento do almoço e do jantar como ocorre com as outras crianças". Você pode observar que o início do parágrafo traz uma introdução em forma de pergunta. O escritor questiona o virtual leitor sobre o problema, tentando levá-lo a um ato de reflexão. EXEMPLO DE PARÁGRAFO SEM INTRODUÇÃO TEMA: A fome de crianças abandonadas. "Vasculham as latas de lixo como se estivessem procurando diamantes perdidos. Um pedaço de pão duro, uma fruta podre, um doce estragado, tudo serve para aquele menino que não tem nada para colocar no estômago ansioso". No caso deste texto, o escritor entra diretamente no tema que vai desenvolver, sem rodeios introdutórios. Logicamente, existem muitas causas que concorrem para essa inibição no momento da expressão linguística. Vejamos algumas delas: Causas objetivas: Em primeiro lugar você deve saber que nem tudo pode ser traduzido para um código linguístico. Há emoções que não podem ser expressas pela língua. Além disso, a linguagem escrita envolve um condicionamento completamente diferente da linguagem falada. Na escrita não há diálogo do autor com o leitor. Você escreve sozinho e deve conduzir o discurso sem a ajuda de um interlocutor. Na escrita, as situações não estão configuradas. Você tem que criá-las. PMBA / CBMBA REDAÇÃO 8 A DISSERTAÇÃO: DIFERENÇA ENTRE TEMA E TÍTULO Produzir um texto dissertativo, ou dissertação, consiste em defender uma ideia. É a defesa de uma tese -- proposição que se apresenta com o objetivo de convencer quem lê, ou seja, o leitor. Para se alcançar tal objetivo, a organização da dissertação é fundamental. Existem, portanto, algumas instruções, as quais favorecem o ato da escrituração, que você poderá verificar agora. O tema e o título são, com muita frequência, empregados como sinônimos. Contudo, apesar de serem partes de um mesmo tipo de composição, são elementos bem diferentes. O tema é o assunto, já delimitado, a ser abordado; a ideia que será por você defendida e que deverá aparecer logo no primeiro parágrafo. Já o título é uma expressão, ou até uma só palavra, centrada no início do trabalho; ele é uma vaga referência ao assunto (tema). Veja a diferença entre os dois nos exemplos abaixo: Título: A cidade e seus problemas Tema: A cidade de Belém enfrenta atualmente grandes problemas. Título: A criança e a televisão Tema: Psicólogos do mundo todo têm se preocupado com a influência que determinados programas de televisão exercem sobre as crianças. Título: As contradições na era da comunicação Tema: Vivendo a era da comunicação, o homem contemporâneo está cada vez mais só. Note que o tema, na verdade, como já mencionamos acima, é a delimitação de determinado assunto. Isso é necessário, pois um assunto pode ser muito extenso e, nesse caso, ao abordá-lo, você poderá se perder em sua extensão. Peguemos o assunto "ensino" como exemplo. Há muito o que escrever sobre ele, por isso convém delimitá-lo. Desse modo, obtém-se o tema. Logo, para cada assunto, há inúmeros temas. Da mesma forma, quando os títulos são generalizados, abre-se um leque de temas a serem desenvolvidos. Para o título "A criança e a televisão", por exemplo, podemos definir um outro tema, como "A criança se encanta com os novos programas de TV criados especialmente para elas", ou ainda "Os pais, envoltos com seus problemas, não perceberam ainda o perigo da televisão para as suas crianças". O importante é você usar a criatividade até mesmo no título de sua redação. Pense no título após o rascunho estar ponto, fica mais fácil. Assim, o estudante não se torna escravo do título. OBSERVAÇÕES: Quando você participar de algum concurso ou teste e tiver de fazer uma dissertação, observe a proposta e/ou instruções. Muitas vezes, já vem explicitado o tema ou título; às vezes, é sugerido apenas o assunto. O item que faltar, cabe a você elaborar. O aspecto estético também é avaliado em qualquer teste. Com relação ao título e ao tema há algumas regras importantes: o título deve ser colocado no centro da folha, logo no início de sua dissertação, com inicial maiúscula; uma linha é suficiente para separar o título do corpo de sua redação. Nada mais deve ser acrescentado, principalmente algo que seja óbvio, do tipo "Título:"; comece diretamente pelo título (expressão escolhida por você para dar nome a sua redação), conforme orientações acima. PMBA / CBMBA REDAÇÃO 9 DELIMITAÇÃO DE TEMA Não é possível esgotar um tema. A dissertação impõe certos limites e é preciso saber escolher bem os aspectos que serão desenvolvidos. Em vista disso, é muito importante que, antes de começar a sua dissertação, você saiba delimitar o tema a ser tratado, selecionando os aspectos que achar mais importantes ou aqueles que conheça melhor. Nesta parte, vamos explicar como se pode delimitar o tema de uma dissertação. Para isso, leia com atenção o texto seguinte. A droga eletrônica Atualmente, os meios de comunicação de massa, como o jornal, o rádio e a televisão, invadiram praticamente todos os lares e exercem uma grande influência no modo de viver e pensar de adultos e crianças. Dentre estes meios de comunicação, ganha especial destaque a televisão, pois, evidentemente, ela é o mais interessante e sugestivo para crianças e adultos. Assistimos à televisão em casa, com todo o conforto, sem necessidade de grandes conhecimentos ou de grande instrução. Além disso, após um dia de trabalho, ela oferece a possibilidade de vermos lugares e pessoas que nunca poderiam ser vistos de outra maneira. Por outra lado, a televisão exige parte de nosso tempo. Para assistir a um programa temos de nos sentar diante do televisor e não podemos fazer mais nada a não ser olhar. Isso causa problemas mais sérios do que pode parecer. A televisão exclui qualquer outra forma de atividade. No caso de pessoas adultas, ainda é possível alegar que seja uma forma de repouso após o trabalho, mas no caso de crianças, pode significar a perda de um tempo precioso que deveria estar sendo usado para a aquisição direta de várias experiências. Além disso, nem tudo o que a televisão mostra é necessariamente bom. Mesmo que existam bons programas destinados especificamente ao público infantil, não há nenhuma garantia de que as crianças vejam apenas esses programas. Na verdade, atualmente, as crianças veem muito mais programas para adultos do que os infantis. Uma das consequências desse fato é a eliminação dos limites entre o mundo cultural dos adultos e o das crianças. Demasiado cedo, no momento em que são mais vulneráveis, as crianças entram em contato com o mundo e a cultura das pessoas adultas. Se os adultos da família não agirem adequadamente como mediadores, as crianças absorverão a imagem da sociedade e dos comportamentos adultos tal como são apresentados pela televisão; e isso se dará em detrimento da imagem espontânea e natural que poderiam formar a partir de suas próprias experiências vividas. É preciso, portanto, estar atento a esse poder de influência que a televisão exerce sobre as crianças. Se for mantida a tendência de se deixar uma criança em frente da televisão de maneira indiscriminada, ela estará cada vez menos apta a formar, por si mesma, uma visão crítica do mundo em que vive. (Artigo retirado e adaptado de O Correio da UNESCO.) PMBA / CBMBA REDAÇÃO 10 Vejamos, a seguir, a função dos parágrafos na estrutura do texto. Parágrafo 1 - Apresentação do tema A influência dos meios de comunicação de massa no modo deviver e pensar das pessoas. Parágrafo 2 - Delimitação do tema O autor explica que vai se deter na análise de um dos meios de comunicação de massa - a televisão. Parágrafos 3 a 6 - Desenvolvimento O autor destaca alguns aspectos positivos da televisão e, em seguida, um aspecto negativo que lhe parece muito importante - assistir à televisão é um hábito que exclui qualquer outra atividade simultânea, o que diminui o tempo que a criança poderia ter para se relacionar mais profundamente com o mundo que o rodeia. Do ponto de vista educacional, isso é negativo, pois expõe a criança a uma influência muito forte da televisão, que passa uma certa imagem da realidade, com padrões de comportamento que poderão servir-lhe de modelo para o resto da vida. Parágrafo 7 - Conclusão Com base nos argumentos apresentados, o autor conclui seu raciocínio alertando para o perigo de se deixar a criança exposta de maneira indiscriminada à televisão, acrescentando que isso seria uma barreira para que ela construísse, por si mesma, uma visão crítica e pessoal do mundo em que vive. Observações No enunciado do tema - a influência dos meios de comunicação de massa - o autor propõe uma delimitação, explicando que vai tratar especificamente de um desses meios: a televisão. Ao falar da televisão, porém, o autor fez mais uma delimitação e aprofundou-se na influência negativa que ela pode exercer sobre as crianças, deixando, assim, outros aspectos de lado. O tema inicial é muito vasto e vários outros aspectos poderiam ter sido escolhidos para desenvolvimento. Mas o objetivo do autor era tratar da influência negativa da televisão no processo de formação de uma visão crítica da realidade por parte da criança. Por isso, antes de começar a expor seus argumentos, ele deixou bem claro ao leitor a direção que seu texto ia tomar. Como você pôde observar, a delimitação ajuda a organizar o desenvolvimento do texto, direcionando-o e facilitando a compreensão das ideias expostas. Proposta de redação 1. Apresentamos a seguir alguns temas que, por sua amplitude, devem ser delimitados. Sua tarefa é relacionar pelo menos dois aspectos de cada tema que poderiam ser desenvolvidos numa dissertação. a. O esporte b. O progresso científico c. As viagens espaciais d. A propaganda no mundo atual e. O carnaval f. A guerra 2. Escolha um dos temas relacionados no exercício anterior: a) um parágrafo introdutório, apresentando o tema e informando o leitor sobre as várias possibilidades de desenvolvê-lo. b) um parágrafo em que o tema é delimitado. c) dois parágrafos de desenvolvimento d) um parágrafo de conclusão. PMBA / CBMBA REDAÇÃO 11 Como começar a dissertação Tipos de Introdução A introdução da dissertação traz ao leitor o tema a ser discutido além de, muitas vezes, trazer sob qual ângulo a questão será discutida. Dessa forma, é ela quem provoca no leitor o primeiro impacto, é ela a apresentação de seu texto e, portanto deve ser muito bem trabalhada, o que não é tão difícil, pois há várias boas maneiras de começar uma dissertação. As formas abaixo são algumas possíveis, mas, certamente, não são as únicas. Vale ainda salientar que a introdução só deve ser feita após estar concluído o "Projeto de Texto". 1. Roteiro Como em toda introdução, o tema deve estar presente. Além disso, neste tipo é apresentado ao leitor o roteiro de discussão que será seguido durante o desenvolvimento. Para exemplificação, suponhamos o tema: A questão do menor no Brasil Uma possível introdução seria: Para se analisar a questão da violência contra o menor no Brasil, é essencial que se discutam suas causas e suas consequências. O principal defeito em uma redação que utiliza este tipo de introdução é seguir outro roteiro que não seja o nela citado. 2. Hipótese: este tipo de introdução traz o ponto de vista a ser defendido, ou seja, a tese que se pretende provar durante o desenvolvimento. Evidentemente a tese será retomada – e não copiada - na conclusão. Vejamos um exemplo para o mesmo tema: A questão da violência contra o menor tem origem na miséria - a principal responsável pela desagregação familiar. O principal risco desse tipo de introdução é não ser capaz de realmente comprovar a tese apresentada. 3. Perguntas: esta introdução constitui-se de uma série de perguntas sobre o tema. Exemplo: É possível imaginar o Brasil como um país desenvolvido e com justiça social enquanto existir tanta violência contra o menor? O principal problema neste tipo de introdução é não responder, ou responder de forma ineficaz, as perguntas feitas. Além disso, por ser uma forma bastante simples de começar um texto, às vezes não consegue atrair suficientemente a atenção do leitor. 4. Histórica: esta introdução traça um rápido panorama histórico da questão, servindo muitas vezes se contraponto ao presente. Às crianças nunca foi dada a importância devida. Em Canudos e em Palmares não foram poupadas. Na Candelária ou na praça da Sé continuam não sendo. Deve-se tomar o cuidado de se escolher fatos históricos conhecidos e significativos para o desenvolvimento que se pretende dar ao texto. 5. Comparação - por semelhança ou oposição: procura- se neste tipo de introdução mostrar como o tema, ou aspectos dele, se assemelham - ou se opõem - a outros. É comum encontrar crianças de dez anos de idade vendendo balas nas esquinas brasileiras. Na França, nos EUA ou na Inglaterra - países desenvolvidos - nessa idade as crianças estão na escola e não submetidas a violência das ruas. É bastante importante que a comparação seja adequada e sirva a algum propósito bem claro - no caso, mostrar o subdesenvolvimento brasileiro na questão do menor. 6. Definição: parte da definição do significado do tema, ou de uma parte dele. Menor: de segundo plano, inferior, aquele que não atingiu a maioridade. O uso da palavra “menor” para se referir às crianças no Brasil já demonstra como são tratadas: em segundo plano. Vale perceber que há, muitas vezes, mais de uma maneira de se definir algo e, portanto a escolha da definição mais adequada dependerá do ponto de vista a ser defendido. PMBA / CBMBA REDAÇÃO 12 Jogos Lógico-expositivos > Processo argumentativo Existem muitos modos de expor ideias, de desenvolver o raciocínio dissertativo: 1. Definição: pode-se começar a dissertar fazendo uma definição do tema, para atribuir maior clareza e objetividade ao texto. Por exemplo: Violência se caracteriza como... Violência é... Um ato é violento quando... Existe violência se... Em seguida, expõe-se o ponto de vista e segue-se o processo dissertativo já sugerido. 2. Comparação: tem-se também a opção de começar, buscando uma definição do tema por comparação . Por exemplo: A violência é como... A violência é semelhante a... A violência parece-se com... A violência lembra... Depois de estabelecida a comparação, fazemos um breve comentário interpretativo dela, explicitando, assim, nossa visão do assunto. 3. Citação: pode-se ainda iniciar o texto com uma citação relativa ao tema. Uma frase interessante, um verso etc. O ideal é que a citação seja feita de modo clássico: entre aspas, reproduzindo exatamente as palavras do autor e de onde foi retirada. Em seguida faz-se uma pequena análise, um breve comentário a respeito da opinião citada, ao mesmo tempo, nosso ponto de vista sobre o assunto. 4. Exemplo: pode-se também escolher um fato- exemplo expressivo para iniciar o texto. Em seguida, fazemos uma análise interpretativa desse exemplo - que poderá ou não ser retomado mais adiante -, revelando nossa visão sobre o tema. Iniciar uma dissertação a partir de um exemplo dá concretude e comunicabilidadeao texto. 5. Estatística: pode-se começar a redação pela apresentação de um dado estatístico esclarecedor sobre o tema. O procedimento é praticamente idêntico ao de iniciar o texto pela exemplificação. 6. Resumo: um resumo daquilo que se pensa sobre o assunto da redação é uma das possibilidades de início. O começo da dissertação, funcionaria, assim, como uma espécie de índice, de sumário do texto, em que se apresentaria de modo sintético o tema, o ponto do vista e a argumentação. Por exemplo: A violência é "x" porque "y"... A violência se deve a três fatores, "a", "b" e "c". 7. Pergunta: por exemplo: uma pergunta seguida de definição e de uma comparação; um fato- exemplo seguido de uma comparação e de uma pergunta; uma citação seguida de uma pergunta etc. Outras relações que podem ser exploradas: Causa & Consequência Prós & Contra Por quê? Por quê? Por quê? PMBA / CBMBA REDAÇÃO 13 A linguagem dissertativa 1. Adequação: A redação deve ser produzida de acordo com a norma culta escrita, evitando repetições inexpressivas, gírias, vocabulário impreciso, etc. Impropriedade a ser evitada: Tem um negócio ruim que a gente sente que é uma coisa tipo quando você sente dor no peito. 2. Clareza: O texto deve ser inteligível, evitando ambiguidades e obscuridades. Exemplo: Sexo? Só com os pais. Chegando ao trabalho, o celular tocou. 3. Concisão: A linguagem deve ser precisa; palavras e frases, utilizadas com economia, evitando-se as redundâncias inexpressivas. É preciso evitar também a prolixidade, o excesso de palavras desnecessárias. Redundância a evitar: Novidade inédita na área de informática agita o mercado. 4. Coesão: O texto deve ser organizado por nexos lógicos adequados, com a sequência de ideias encadeadas logicamente, evitando frases e períodos desconexos. Exemplo de confusão a ser evitada: Juan e Peter não se entendem, mas um fala inglês e o outro espanhol. Carmem mora no Rio há cinco anos, portanto não conhece ainda o Corcovado. O livro que a professora de literatura mandou comprar já está esgotado, já que foi publicado há menos de três semanas. Embora o Brasil possua muito solo fértil com vocação para o plantio, isso conseguiu atenuar rapidamente o problema da fome. 5. Expressividade: Quem redige deve buscar uma elaboração própria e expressiva de linguagem, evitando os clichês, as frases feitas e os lugares- comuns. Exemplo de chavão ou clichê: O homem de hoje não vive, ele vegeta na selva de pedra da cidade grande. -----------------------Dicas------------------------------- Não use: Verbos no gerúndio – eles criam orações com sujeitos implícitos, o problema ocorre quando não fica claro o sujeito. Isso pode gerar incoerência ou ambiguidade. Dica: sempre explicite o sujeito/referente. O corretor deve saber a quem o verbo faz referência. “Onde” – esse pronome só pode ser utilizado retomando ideia de lugar, o problema é que é comum o uso dele em qualquer circunstância. Dica: não use o “onde”, no lugar dele use “em que”. “Ao invés de” – essa expressão significa literalmente “ao contrário de”, ou seja, só deve ser usado relacionando ideias/palavras opostas. Não é o que ocorre nas redações. Para evitar esse erro, use sempre “Em vez de”, que significa “no lugar de”, e relaciona tudo. ------------------------------------------------------------- PMBA / CBMBA REDAÇÃO 14 O QUE VOCÊ NÃO DEVE FAZER EM UMA DISSERTAÇÃO 1. Jamais use gírias em sua dissertação As gírias tornam-se inadequadas quando usadas em uma dissertação, a qual pressupõe uma linguagem formal, não necessariamente erudita, mas pelo menos bem elaborada. 2. Não utilize provérbios ou ditos populares. Uma dissertação costuma ser prejudicada pela má utilização de frases feitas, provérbios e ditos populares. Eles empobrecem a redação: fazem parecer que seu autor não tem criatividade, pois usa formas de expressão já batidas pelo uso frequente. 3. Não se inclua em sua dissertação (principalmente para contar fatos de sua vida particular). Dissertar é analisar um assunto proposto, emitindo opiniões gerais. Deve ser feito de modo impessoal e com total objetividade. Essa visão imparcial se perde quando o autor confunde a problemática analisada com problemas particulares. 4. Não utilize a dissertação para propagar doutrinas religiosas. Não há como argumentar de modo convincente com base em dogmas religiosos; os preceitos da fé independem de provas ou evidências constatáveis. Torna-se, assim, completamente descabido fundamentar qualquer tema dissertativo em ideias que se situem em um plano que transcende a razão. 5. Jamais utilize os temas propostos movido por emoção exagerada. Existem temas dissertativos que envolvem a análise de assunto dramático que causa revolta e indignação pela própria gravidade de sua natureza. Porém, por mais revoltante que se mostre o assunto tratado, ele deve ser abordado de modo pelo menos comedido. Não devemos deixar nossas emoções interferirem na análise objetiva que precisa transparecer em nossas dissertações, porque elas impedem que ponderemos outros ângulos da questão. 6. Não utilize exemplos contando fatos ocorridos com terceiros, que não sejam de domínio público. É normal lançarmos mão de exemplos que reforcem os fatos arrolados em uma dissertação. Entretanto, estes exemplos devem ser de conhecimento público. Não devemos, em hipótese alguma, introduzir na dissertação fatos ocorridos com pessoas que conhecemos particularmente. 7. Nunca repita várias vezes a mesma palavra. Isso causa uma impressão desagradável a quem lê sua redação, além de sugerir pobreza de vocabulário, procure imediatamente encontrar sinônimos que possam ser usados. 8. Procure não inovar, por sua conta, o alfabeto da língua portuguesa. Certas caligrafias apresentam algumas variações no modo de escrever determinadas letras do nosso alfabeto. No entanto, essa variação não pode tornar a letra irreconhecível. 9. Tente não analisar os assuntos propostos sob apenas um dos ângulos da questão. Uma boa análise pressupõe um exame equilibrado da realidade na qual se situa o assunto tratado em uma dissertação. O bom senso, nas opiniões emitidas, está diretamente relacionado à capacidade de se enxergar o problema pelos diversos ângulos que apresenta. Uma análise extremamente radical ignora outros aspectos que devem ser levados em conta em uma reflexão equilibrada sobre qualquer tema, por isso é indesejável. 10. Não fuja ao tema proposto Ao receber o tema para dissertar, leia-o com atenção e escreva sobre o que se pede. Jamais fuja do assunto solicitado, mesmo que seus conhecimentos sobre ele sejam mínimos. Às vezes comete-se um outro engano semelhante: desenvolver um tema similar àquele que foi proposto. Isso também prejudica demais a redação, pois, mostra que a pessoa não apresenta capacidade de ler e interpretar corretamente a solicitação feita. PMBA / CBMBA REDAÇÃO 15 PMBA / CBMBA REDAÇÃO 16 Que fazer para melhorar o nível de conteúdo das redações? Que fazer para melhorar o nível de conteúdo das redações? Só há um remédio - a leitura. O ideal será o contato com bons livros, de preferência os que discutam os assuntos mais atuais. Mas, leitura exige tempo, exige tranquilidade... Os alunos não dispõem de tempo e nem mesmo condições psicológicas para uma leitura atenta e proveitosa... Resta-nos, daí, uma saída - os jornais, as revista e alguns bons programas de TV. Algumas dicas: Não seja extremista ou radical Por serem mais agressivos em seu temperamento, por terem desenvolvido certas neuroses ou frustrações durante a sua vida, certos alunos quando chamados a desenvolver uma redação sobre um tema polêmico como política, religião, moral, esporte, passam a definições ouargumentações violentas e comprometedoras. Guarde bem isto: Não é fácil utilizar o verbo SER. Se um aluno escreve: "Os governantes são omissos e inoperantes na resolução dos problemas de nossa cidade", está fixando um posição de agressão a todos os governantes da cidade. É gravíssima a GENERALIZAÇÃO sem provas. Seja mais equilibrado na abordagem do tema, não se deixando levar por atitudes irascíveis. Pese bem a força dos vocábulos. Existem profundas diferenças entre a linguagem falada e a linguagem escrita. Às vezes, uma palavra utilizada na expressão escrita adquire uma força negativa acentuada. Se alguém disser numa roda de amigos: candidato cretino aquele, a palavra cretino não resulta tão violenta. Porém, se você escrever: "Não será este candidato, com toda a sua cretinice, que irá combater a inflação", a palavra cretinice causa uma estranheza acentuada no leitor virtual do texto. A humildade exagerada empobrece a redação. Em todos os manuais de boas maneiras, em todos códigos de conduta social, recomenda-se a modéstia, a simplicidade, a humildade. Isso não quer dizer que você deva arvorar-se como o mais ignorante dos homens para que o corretor de sua redação simpatize com você. Existe um mínimo de dignidade. Existe aquele orgulho pessoal de se sentir razoavelmente bem informado sobre a realidade que nos cerca. Se diante de um tema você escrever: "Não me julgo suficientemente culto para opinar, porém, vou arriscar algumas ideias..." estará colaborando com a avaliação negativa do conteúdo de sua redação. Assim como o excesso de humildade influencia negativamente, o excesso de nacionalidade, ufanismo, religiosidade pode resultar ridículos aos olhos do corretor da redação. A repetição de ideias. Por vezes, o candidato vê-se vazio de ideias. Após titânico esforço mental, aparecem-lhes algumas, surradas e insuficientes para preencher as linhas exigidas... Que faz ele? Recurso muito usado é escrever em letras bem maiores ou deixar espaços grande entre as palavras. Nada disso, porém, passará despercebido ao corretor... Estratégia mais comum é a repetição de ideias ou a insistência em pormenores de mesmo importância, anteriormente expressos. Esses recursos são condenáveis. Não passam de maneira veladas de disfarçar a incapacidade para enfrentar o tema. Não desconhecemos, no entanto, que muitos alunos poderão encontrar-se em situações semelhantes... É claro que, neste caso excepcional, ele deve apelar para a repetição, desde que feita de maneira habilidosa. É preferível insistir numa ideia, vestindo-a de roupagens novas, a entregar a prova em branco, ou a apresentar algumas poucas linhas, bem abaixo do limite exigido. PMBA / CBMBA REDAÇÃO 17 A forma da redação Entende-se como forma de um texto o conjunto de recursos que vão determinar a parte externa, a "roupagem" desse mesmo texto. Alguns professores preferem usar a palavra ESTILO para determinar essa importante parte da redação. Outros preferem inserir a maneira pessoal, a característica própria de cada um escrever, o estilo, dentro da forma, que seria nesse caso mais genérica, envolvendo outros elementos mais. Poderíamos, por outro lado, dizer que a forma de um texto é a adequação: estilo+correção gramatical +adequação da linguagem. Para adquirir um estilo personalíssimo e atraente, o aluno precisaria, além da tendência inata (dom), de um convívio estreito e constante com a linguagem. As pessoa que mantêm um leitura diária, assistente a bons programas na televisão, conversa com as pessoas cultas, esclarecidas e bem informadas, possuem, sem dúvida, mais elementos para escrever com desenvoltura e precisão. Alguns Componentes da Forma a) Simplicidade: Alguns pensam que utilizando palavras difíceis e rebuscadas conseguirão "impressionar" os corretores. Puro engano! As palavras devem manter um nível de simplicidade. O rebuscamento na utilização dos vocábulos só contribui para a confusão dos períodos. b) Clareza: A elaboração dos períodos muito longos produz dois defeitos graves. Primeiro, o leitor se cansa do texto e não compreende bem as mensagens nele contidas, Segundo, as ideias misturam-se exageradamente. Elabore períodos curtos. É preferível abusar do pronto final, enfileirar palavras, a construir períodos gigantescos. c) Precisão: Certifique-se de significado correto das palavras que vai utilizar em determinado período e verifique se existe adequação desse significado com as ideias expostas. A vulgaridade de termos ou impropriedade de sentido empobrecem bastante o texto. Veja alguns exemplos deploráveis: I. "É impossível conhecer os antepassados dos candidatos..." (o aluno queria dizer os "antecedentes") II. "Urgem campanhas no sentido de exterminar os analfabetos" (o aluno queria dizer, naturalmente, "exterminar o analfabetismo") III. "Estou convincente de que..." (o termo próprio é "convencido") IV. "Através das estradas, o homem transporta suas necessidades..." (o termo envolve duplo sentido) V. "Era um tapete de alta valorização..." (o aluno queria dizer, "de alto valor".) d) Concisão: Ser conciso ao elaborar um texto significa usar as palavras com economia, com critério. Quanto mais você transmitir, usando palavras, mais concisa será a redação. As provas de redação terão limitação de tempo e de número de linhas, por isso você não deve ser prolixo, veja: Falta de concisão: "A infância, ou melhor, as crianças abandonadas nas ruas revoltam qualquer pessoa quer as vê andando na cidade". (18 palavras) Concisão: "Qualquer pessoa se revolta, quando vê crianças abandonadas pelas ruas". (10 palavras). PMBA / CBMBA REDAÇÃO 18 e) Originalidade: O uso excessivo de certas figuras de linguagem ou certos provérbios acarreta o empobrecimento da redação. Como tudo que existe, as palavras também se desgastam. É preciso criar novas figuras para expor essa ideias. Dizer que a namorada é uma flor, ou que o filho de peixe, peixinho é, não realça a redação de ninguém. Use a imaginação para não precisar desses "chavões" antigos e pobres. "O grande amor da minha vida". "Mal traçadas linhas". "Grande futuro da humanidade". "A lua foi testemunha". "Nos píncaros da glória". "Um misto de alegria e tristeza invade o meu peito". "Não tenho palavras". "Com a voz embargada de emoção". "'Nos primórdios da humanidade". DEFEITOS GRAVÍSSIMOS DE FORMA: I. Períodos muito longos; II. Repetição desnecessária de palavras; III. Frases confusas, desconexas, ilógicas; IV. Palavras vulgares, gírias; V. Chavões, palavras desgastadas pelo uso constante; VI. Eco (Vicente frequentemente está contente); VII. Hiato (Vai a Ana à aula); VIII. Cacofonia (Meu coração por ti gela); IX. Colisão (Se cedo você se sentasse, cansar-se-ia menos). A CORREÇÃO GRAMATICAL Todo concursando que se preza acompanha com muito interesse e atenção as aulas de gramática do curso que frequenta. Afinal, é a partir do estudo da morfologia, da sintaxe, da semântica que alguém domina o "código" necessário para sua expressão escrita ou falada. Você já percebeu que expressar-se bem significa utilizar corretamente as palavras da língua escolhida. É fundamental um bom estudo das LEIS reguladoras da Língua Portuguesa. Embora todos os itens gramaticais sejam igualmente importantes para uma redação correta, ressaltam-se certos aspectos. Cuidado com: I. Concordância Nominal II. Concordância Verbal III. Partícula SE IV. Regência Verbal V. Colocação Pronominal VI. Imperativos VII. Ortografia VIII. Crase IX. Acentuação Gráfica X. Pontuação PMBA / CBMBA REDAÇÃO 19 Apresentação visual da redação 1. Centralizar o título na primeira linha, sem aspas e sem grifo. O título pode apresentar interrogação desde que o texto responda à pergunta.2. Pular uma linha entre o titulo e o texto, para então iniciar a redação. 3. Fazer parágrafos distando mais ou menos dois centímetros da margem e mantê-los alinhados. 4. Não ultrapassar as margens (direita e esquerda) e também não deixar de atingi-las. 5. Evitar rasuras e borrões. Caso o aluno erre, ele deverá anular o erro com um traço apenas. . 6. Apresentar letra legível, tanto de forma quanto cursiva. 7. Distinguir bem as maiúsculas das minúsculas. 8. Nunca comece uma redação com períodos longos. Basta fazer uma frase-núcleo que será a sua ideia geral a ser desenvolvida nos parágrafos que se seguirão; 9. Nunca coloque uma expressão que desconheça, pois erro de ortografia e acentuação tira pontos em uma redação; 10. Nunca coloque hífen onde não é necessário como em penta-campeão ou separação de sílabas erroneamente como ca-rro; 11. Nunca use gírias na redação, pois a dissertação é a explicação racional do que vai ser desenvolvido e uma gíria pode cortar totalmente a sequência do que vai ser desenvolvido além de ofender a norma culta da Língua Portuguesa; 12. Nunca esqueça dos pingos nos "is" pois bolinha não vale; 13. Nunca coloque vírgulas onde não são necessárias (erro de pontuação !); 14. Nunca entregue uma redação sem verificar a separação silábica das palavras; 15. Nunca comece a escrever sem estruturar o que vai passar para o papel; 16. Tenha calma na hora de dissertar e sempre volte à frase-núcleo para orientar seus argumentos; 17. Verifique sempre a ESTÉTICA: Parágrafo, acentuação, vocabulário, separação silábica e principalmente a PONTUAÇÃO que é a maior dificuldade de quem escreve e a maioria acha que é tão fácil pontuar! 18. Não inicie nem termine uma redação com expressões do tipo: "... Eu acho... Parece ser... Acredito mesmo... Quem sabe..." mostra dúvidas em seus argumentos anteriores; 19. Cuidado com "superlativos criativos" do tipo: "... mesmamente... apenasmente." . E de "neologismos incultos" do tipo: "...imexível... inconstitucionalizável...". 20. Evitar exceder o número de linhas pautadas ou pedidas como limites máximos e mínimos. Ficar aproximadamente entre cinco linhas aquém ou além dos limites. OBSERVAÇÕES: Números A) Idade - deve-se escrever por extenso até o nº 10. Do nº 11 em diante devem-se usar algarismos; B) Datas, horas e distâncias sempre em algarismos: 10h30min, 12h, 10m, 16m30cm, 10km (m, h, km, I, g, kg). PMBA / CBMBA REDAÇÃO 20 O que você não deve fazer em uma redação I. "Hoje ao receber alguns presentes no qual completo vinte anos tenho muitas novidades para contar. Temos aí um exemplo de uso inadequado do pronome relativo. Ele provoca falta de coesão pois não consegue perceber a que antecedente ele se refere, portanto nada conecta e produz relação absurda. II. "Tenho uma prima que trabalha num circo como mágica e uma das mágicas mais engraçadas era uma caneta com tinta invisível que em vez de tinta havia saído suco de lima." Você percebe aí a incapacidade de organizar sintaticamente o período. Selecionar as frases e organizar as ideias é necessário. Escrever com clareza é muito importante. III. "Ainda brincava de boneca quando conheci Davi, piloto de cart, moreno, 20 anos, com olhos cor de mel. "Tudo começou naquele baile de quinze anos" "...é aos dezoito anos que se começa a procurar o caminho do amanhã e encontrar as perspectiva que nos acompanham para sempre na estrada da vida." Você pode ter conhecimento do vocabulário e das regras gramaticais e, assim, construir um texto sem erros. Entretanto, se você reproduz sem nenhuma crítica ou reflexão expressões gastas, vulgarizadas pelo uso contínuo. A boa qualidade do texto fica comprometida. IV. Para você, as experiências genéticas de clonagem põem em xeque todos os conceitos humanos sobre Deus e a vida? "Bem a clonagem não é tudo, mas na vida tudo tem o seu valor e os homens a todo momento necessitam de descobrir todos os mistérios da vida que nos cerca a todo instante." É importante você escrever atendendo ao que foi proposto no tema. Antes de começar o seu texto leia atentamente todos os elementos que o examinador apresentou para você utilizar. Esquematize suas ideias, veja se não há falta de correspondência entre o tema proposto e o texto criado. V. "Uma biópsia do tumor retirado do fígado do meu primo(...) mostrou que ele não era maligno." Esta frase está ambígua, pois não se sabe se o pronome ele refere-se ao fígado ou ao primo. Para se evitar a ambiguidade, você deve observar se a relação entre cada palavra do seu texto está correta. VI. "Ele me tratava como uma criança, mas eu era apenas uma criança." O conectivo mas indica uma circunstância de oposição, de ideia contrária a. Portanto, a relação adversativa introduzida pelo "mas" no fragmento acima produz uma ideia absurda. VII. "Entretanto, como já diziam os sábios: depois da tempestade sempre vem a bonança. Após longo suplício, meu coração apaziguava as tormentas e a sensatez me mostrava que só estaríamos separadas carnalmente." Não utilize provérbios ou ditos populares. Eles empobrecem a redação, pois fazer parecer que seu autor não tem criatividade ao lançar mão de formas já gastas pelo uso frequente. VIII. "Estou sem inspiração para fazer em redação. Escrever sobre a situação dos sem-terra? Bem que o professor poderia propor outro tema." Você não deve falar de sua redação dentro do próprio texto. IX. "Todos os deputados são corruptos." Evite pensamentos radicais. É recomendável não generalizar e evitar, assim, posições extremistas. X. "Bem, acho que - você sabe - não é fácil dizer essas coisas. Olhe, acho que ele não vai concordar com a decisão que você tomou, quero dizer, os fatos levam você a isso, mas você sabe - todos sabem - ele pensa diferente. É bom a gente pensar como vai fazer para, enfim, para ele entender a decisão." Não se esqueça que o ato de escrever é diferente do ato de falar. O texto escrito deve se apresentar desprovido de marcas de oralidade. PMBA / CBMBA REDAÇÃO 21 100 erros comuns na redação Erros gramaticais e ortográficos devem, por princípio, ser evitados. Alguns, no entanto, como ocorrem com maior frequência, merecem atenção redobrada. Veja os cem mais comuns do idioma e use esta relação como um roteiro para fugir deles. 1. "Mal cheiro", "mau-humorado". Mal opõe-se a bem. E mau, a bom. Assim, o correto é: mau cheiro (bom cheiro), mal-humorado (bem- humorado). Igualmente: mau humor, mal- intencionado, mau jeito, mal-estar. 2. "Fazem" cinco anos. Fazer, quando exprime tempo, é impessoal. Assim, o correto é: Faz cinco anos. / Fazia dois séculos. / Fez 15 dias. 3. "Houveram" muitos acidentes. Haver, como existir, também é invariável. Assim, o correto é: Houve muitos acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve haver muitos casos iguais. 4. "Existe" muitas esperanças. Existir, bastar, faltar, restar e sobrar admitem normalmente o plural: Existem muitas esperanças. / Bastariam dois dias. / Faltavam poucas peças. / Restaram alguns objetos. / Sobravam ideias. 5. Para "mim" fazer. Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim, o correto é: Para eu fazer, para eu dizer, para eu trazer. 6. Entre "eu" e você. Depois de preposição, usa-se mim ou ti. Assim, o correto é: Entre mim e você. / Entre eles e ti. 7. "Há" dez anos "atrás". Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas há dez anos ou dez anos atrás. 8. "Entrar dentro". O certo: entrar em. Veja outras redundâncias: Sair fora ou para fora, elo de ligação, monopólio exclusivo, já não há mais, ganhar grátis, viúva do falecido. 9. "Venda à prazo". Não existe crase antes de palavra masculina, a menos que esteja subentendida a palavra moda: Salto à (moda de) Luís XV. Nos demais casos: A salvo,a bordo, a pé, a esmo, a cavalo, a caráter. 10. "Porque" você foi? Sempre que estiver clara ou implícita a palavra razão, use por que separado: Por que (razão) você foi? / Não sei por que (razão) ele faltou. / Explique por que razão você se atrasou. Porque é usado nas respostas: Ele se atrasou porque o trânsito estava congestionado. 11. Vai assistir "o" jogo hoje. Assistir como presenciar exige a: Vai assistir ao jogo, à missa, à sessão. Outros verbos com a: A medida não agradou (desagradou) à população. / Eles obedeceram (desobedeceram) aos avisos. / Aspirava ao cargo de diretor. / Pagou ao amigo. / Respondeu à carta. / Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes. 12. Preferia ir "do que" ficar. Prefere-se sempre uma coisa a outra: Preferia ir a ficar. É preferível segue a mesma norma: É preferível lutar a morrer sem glória. 13. O resultado do jogo, não o abateu. Não se separa com vírgula o sujeito do predicado. Assim: O resultado do jogo não o abateu. Outro erro: O prefeito prometeu, novas denúncias. Não existe o sinal entre o predicado e o complemento: O prefeito prometeu novas denúncias. 14. Não há regra sem "excessão". O certo é exceção. Veja outras grafias erradas e, entre parênteses, a forma correta: "paralizar" (paralisar), "beneficiente" (beneficente), "xuxu" (chuchu), "previlégio" (privilégio), "vultuoso" (vultoso), "cincoenta" (cinqüenta), "zuar" (zoar), "frustado" (frustrado), "calcáreo" (calcário), "advinhar" (adivinhar), "benvindo" (bem-vindo), "ascenção" (ascensão), "pixar" (pichar), "impecilho" (empecilho), "envólucro" (invólucro). 15. Quebrou "o" óculos. Concordância no plural: os óculos, meus óculos. Da mesma forma: Meus parabéns, meus pêsames, seus ciúmes, nossas férias, felizes núpcias. PMBA / CBMBA REDAÇÃO 22 16. Comprei "ele" para você. Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto direto. Assim: Comprei-o para você. Também: Deixe-os sair, mandou-nos entrar, viu-a, mandou-me. 17. Nunca "lhe" vi. Lhe substitui a ele, a eles, a você e a vocês e por isso não pode ser usado com objeto direto: Nunca o vi. / Não o convidei. / A mulher o deixou. / Ela o ama. 18. "Aluga-se" casas. O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se casas. / Fazem-se consertos. / É assim que se evitam acidentes. / Compram- se terrenos. / Procuram-se empregados. 19. "Tratam-se" de. O verbo seguido de preposição não varia nesses casos: Trata-se dos melhores profissionais. / Precisa-se de empregados. / Apela-se para todos. / Conta-se com os amigos. 20. Chegou "em" São Paulo. Verbos de movimento exigem a, e não em: Chegou a São Paulo. / Vai amanhã ao cinema. / Levou os filhos ao circo. 21. Atraso implicará "em" punição. Implicar é direto no sentido de acarretar, pressupor: Atraso implicará punição. / Promoção implica responsabilidade. 22. Vive "às custas" do pai. O certo: Vive à custa do pai. Use também em via de, e não "em vias de": Espécie em via de extinção. / Trabalho em via de conclusão. 23. Todos somos "cidadões". O plural de cidadão é cidadãos. Veja outros: caracteres (de caráter), juniores, seniores, escrivães, tabeliães, gângsteres. 24. O ingresso é "gratuíto". A pronúncia correta é gratúito, assim como circúito, intúito e fortúito (o acento não existe e só indica a letra tônica). Da mesma forma: flúido, condôr, recórde, aváro, ibéro, pólipo. 25. A última "seção" de cinema. Seção significa divisão, repartição, e sessão equivale a tempo de uma reunião, função: Seção Eleitoral, Seção de Esportes, seção de brinquedos; sessão de cinema, sessão de pancadas, sessão do Congresso. 26. Vendeu "uma" grama de ouro. Grama, peso, é palavra masculina: um grama de ouro, vitamina C de dois gramas. Femininas, por exemplo, são a agravante, a atenuante, a alface, a cal, etc. 27. "Porisso". Duas palavras, por isso, como de repente e a partir de. 28. Não viu "qualquer" risco. É nenhum, e não "qualquer", que se emprega depois de negativas: Não viu nenhum risco. / Ninguém lhe fez nenhum reparo. / Nunca promoveu nenhuma confusão. 29. A feira "inicia" amanhã. Alguma coisa se inicia, se inaugura: A feira inicia-se (inaugura-se) amanhã. 30. Soube que os homens "feriram-se". O que atrai o pronome: Soube que os homens se feriram. / A festa que se realizou... O mesmo ocorre com as negativas, as conjunções subordinativas e os advérbios: Não lhe diga nada. / Nenhum dos presentes se pronunciou. / Quando se falava no assunto... / Como as pessoas lhe haviam dito... / Aqui se faz, aqui se paga. / Depois o procuro. 31. O peixe tem muito "espinho". Peixe tem espinha. Veja outras confusões desse tipo: O "fuzil" (fusível) queimou. / Casa "germinada" (geminada), "ciclo" (círculo) vicioso, "cabeçário" (cabeçalho). 32. Não sabiam "aonde" ele estava. O certo: Não sabiam onde ele estava. Aonde se usa com verbos de movimento, apenas: Não sei aonde ele quer chegar. / Aonde vamos? 33. "Obrigado", disse a moça. Obrigado concorda com a pessoa: "Obrigada", disse a moça. / Obrigado pela atenção. / Muito obrigados por tudo. PMBA / CBMBA REDAÇÃO 23 34. O governo "interviu". Intervir conjuga-se como vir. Assim: O governo interveio. Da mesma forma: intervinha, intervim, interviemos, intervieram. Outros verbos derivados: entretinha, mantivesse, reteve, pressupusesse, predisse, conviesse, perfizera, entrevimos, condisser, etc. 35. Ela era "meia" louca. Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio esperta, meio amiga. 36. "Fica" você comigo. Fica é imperativo do pronome tu. Para a 3.ª pessoa, o certo é fique: Fique você comigo. / Venha pra Caixa você também. / Chegue aqui. 37. A questão não tem nada "haver" com você. A questão, na verdade, não tem nada a ver ou nada que ver. Da mesma forma: Tem tudo a ver com você. 38. A corrida custa 5 "real". A moeda tem plural, e regular: A corrida custa 5 reais. 39. Vou "emprestar" dele. Emprestar é ceder, e não tomar por empréstimo: Vou pegar o livro emprestado. Ou: Vou emprestar o livro (ceder) ao meu irmão. Repare nesta concordância: Pediu emprestadas duas malas. 40. Foi "taxado" de ladrão. Tachar é que significa acusar de: Foi tachado de ladrão. / Foi tachado de leviano. 41. "Cerca de 18" pessoas o saudaram. Cerca de indica arredondamento e não pode aparecer com números exatos: Cerca de 20 pessoas o saudaram. 42. Ministro nega que "é" negligente. Negar que introduz subjuntivo, assim como embora e talvez: Ministro nega que seja negligente. / O jogador negou que tivesse cometido a falta. / Ele talvez o convide para a festa. / Embora tente negar, vai deixar a empresa. 43. Tinha "chego" atrasado. "Chego" não existe. O certo: Tinha chegado atrasado. 44. Tons "pastéis" predominam. Nome de cor, quando expresso por substantivo, não varia: Tons pastel, blusas rosa, gravatas cinza, camisas creme. No caso de adjetivo, o plural é o normal: Ternos azuis, canetas pretas, fitas amarelas. 45. Lute pelo "meio-ambiente". Meio ambiente não tem hífen, nem hora extra, ponto de vista, mala direta, pronta entrega, etc. 46. Queria namorar "com" o colega. O com não existe: Queria namorar o colega. 47. O processo deu entrada "junto ao" STF. Processo dá entrada no STF. Igualmente: O jogador foi contratado do (e não "junto ao") Guarani. / Cresceu muito o prestígio do jornal entre os (e não "junto aos") leitores. / Era grande a sua dívida com o (e não "junto ao") banco. / A reclamação foi apresentada ao (e não "junto ao") Procon. 48. As pessoas "esperavam-o". Quando o verbo termina em m, ão ou õe, os pronomes o, a, os e as tomam a forma no, na, nos e nas: As pessoas esperavam-no. / Dão-nos, convidam-na, põe- nos, impõem-nos. 49. Vocês "fariam-lhe" um favor? Não se usa pronome átono (me, te, se, lhe, nos, vos, lhes)depois de futuro do presente, futuro do pretérito (antigo condicional) ou particípio. Assim: Vocês lhe fariam (ou far-lhe-iam) um favor? / Ele se imporá pelos conhecimentos (e nunca "imporá-se"). / Os amigos nos darão (e não "darão-nos") um presente. / Tendo-me formado (e nunca tendo "formado-me"). 50. Chegou "a" duas horas. Indicando passado e equivalente a faz, usa-se Há: Chegou há (faz) duas horas /. Ele partiu há (faz) pouco menos de dez dias. 51. Partirá daqui "há" cinco minutos. Usa-se o “a” quando exprime distância ou tempo futuro (e não pode ser substituído por faz) partirá daqui a (tempo futuro) cinco minutos. O atirador estava a (distância) pouco menos de 12 metros PMBA / CBMBA REDAÇÃO 24 52. Blusa "em" seda. Usa-se de, e não em, para definir o material de que alguma coisa é feita: Blusa de seda, casa de alvenaria, medalha de prata, estátua de madeira. 53. A artista "deu à luz a" gêmeos. A expressão é dar à luz, apenas: A artista deu à luz quíntuplos. Também é errado dizer: Deu "a luz a" gêmeos. 54. Estávamos "em" quatro à mesa. O em não existe: Estávamos quatro à mesa. / Éramos seis. / Ficamos cinco na sala. 55. Sentou "na" mesa para comer. Sentar-se (ou sentar) em é sentar-se em cima de. Veja o certo: Sentou-se à mesa para comer. / Sentou ao piano, à máquina, ao computador. 56. Ficou contente "por causa que" ninguém se feriu. Embora popular, a locução não existe. Use porque: Ficou contente porque ninguém se feriu. 57. O time empatou "em" 2 a 2. A preposição é por: O time empatou por 2 a 2. Repare que ele ganha por e perde por. Da mesma forma: empate por. 58. À medida "em" que a epidemia se espalhava... O certo é: À medida que a epidemia se espalhava... Existe ainda na medida em que (tendo em vista que): É preciso cumprir as leis, na medida em que elas existem. 59. Não queria que "receiassem" a sua companhia. O i não existe: Não queria que receassem a sua companhia. Da mesma forma: passeemos, enfearam, ceaste, receeis (só existe i quando o acento cai no e que precede a terminação ear: receiem, passeias, enfeiam). 60. Eles "tem" razão. No plural, têm é assim, com acento. Tem é a forma do singular. O mesmo ocorre com vem e vêm e põe e põem: Ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele põe, eles põem. 61. A moça estava ali "há" muito tempo. Haver concorda com estava. Portanto: A moça estava ali havia (fazia) muito tempo. / Ele doara sangue ao filho havia (fazia) poucos meses. / Estava sem dormir havia (fazia) três meses. (O havia se impõe quando o verbo está no imperfeito e no mais-que-perfeito do indicativo.) 62. Não "se o" diz. É errado juntar o se com os pronomes o, a, os e as. Assim, nunca use: Fazendo-se-os, não se o diz (não se diz isso), vê- se-a, etc. 63. Acordos "políticos-partidários". Nos adjetivos compostos, só o último elemento varia: acordos político-partidários. Outros exemplos: Bandeiras verde-amarelas, medidas econômico- financeiras, partidos social-democratas. 64. Fique "tranqüilo". O u pronunciável depois de q e g e antes de e e i exigia trema, hoje, com o novo acordo ortográfico, não exige mais: Tranquilo, consequência, linguiça, aguentar, Birigui. 65. Andou por "todo" país. Todo o (ou a) é que significa inteiro: Andou por todo o país (pelo país inteiro). / Toda a tripulação (a tripulação inteira) foi demitida. Sem o, todo quer dizer cada, qualquer: Todo homem (cada homem) é mortal. / Toda nação (qualquer nação) tem inimigos. 66. "Todos" amigos o elogiavam. No plural, todos exige os: Todos os amigos o elogiavam. / Era difícil apontar todas as contradições do texto. 67. Favoreceu "ao" time da casa. Favorecer, nesse sentido, rejeita a: Favoreceu o time da casa. / A decisão favoreceu os jogadores. 68. Ela "mesmo" arrumou a sala. Mesmo, quanto equivale a próprio, é variável: Ela mesma (própria) arrumou a sala. / As vítimas mesmas recorreram à polícia. PMBA / CBMBA REDAÇÃO 25 69. Chamei-o e "o mesmo" não atendeu. Não se pode empregar o mesmo no lugar de pronome ou substantivo: Chamei-o e ele não atendeu. / Os funcionários públicos reuniram-se hoje: amanhã o país conhecerá a decisão dos servidores (e não "dos mesmos"). 70. Vou sair "essa" noite. É este que designa o tempo no qual se está ou objeto próximo: Esta noite, esta semana (a semana em que se está), este dia, este jornal (o jornal que estou lendo), este século (o século 20). 71. A temperatura chegou a 0 "graus". Zero indica singular sempre: Zero grau, zero-quilômetro, zero hora. 72. A promoção veio "de encontro aos" seus desejos. Ao encontro de é que expressa uma situação favorável: A promoção veio ao encontro dos seus desejos. De encontro a significa condição contrária: A queda do nível dos salários foi de encontro às (foi contra) expectativas da categoria. 73. Comeu frango "ao invés de" peixe. Em vez de indica substituição: Comeu frango em vez de peixe. Ao invés de significa apenas ao contrário: Ao invés de entrar, saiu. 74. Se eu "ver" você por aí... O certo é: Se eu vir, revir, previr. Da mesma forma: Se eu vier (de vir), convier; se eu tiver (de ter), mantiver; se ele puser (de pôr), impuser; se ele fizer (de fazer), desfizer; se nós dissermos (de dizer), predissermos. 75. Ele "intermedia" a negociação. Mediar e intermediar conjugam-se como odiar: Ele intermedeia (ou medeia) a negociação. Remediar, ansiar e incendiar também seguem essa norma: Remedeiam, que eles anseiem, incendeio. 76. Ninguém se "adequa". Não existem as formas "adequa", "adeque", etc., mas apenas aquelas em que o acento cai no a ou o: adequaram, adequou, adequasse, etc. 77. Evite que a bomba "expluda". Explodir só tem as pessoas em que depois do d vêm e e i: Explode, explodiram, etc. Portanto, não escreva nem fale "exploda" ou "expluda", substituindo essas formas por rebente, por exemplo. Precaver-se também não se conjuga em todas as pessoas. Assim, não existem as formas "precavejo", "precavês", "precavém", "precavenho", "precavenha", "precaveja", etc. 78. Governo "reavê" confiança. Equivalente: Governo recupera confiança. Reaver segue haver, mas apenas nos casos em que este tem a letra v: Reavemos, reouve, reaverá, reouvesse. Por isso, não existem "reavejo", "reavê", etc. 79. Disse o que "quiz". Não existe z, mas apenas s, nas pessoas de querer e pôr: Quis, quisesse, quiseram, quiséssemos; pôs, pus, pusesse, puseram, puséssemos. 80. O homem "possue" muitos bens. O certo: O homem possui muitos bens. Verbos em uir só têm a terminação ui: Inclui, atribui, polui. Verbos em uar é que admitem ue: Continue, recue, atue, atenue. 81. A tese "onde"... Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora. / Veja o jardim onde as crianças brincam. Nos demais casos, use em que: A tese em que ele defende essa ideia. / O livro em que... / A faixa em que ele canta... / Na entrevista em que... 82. Já "foi comunicado" da decisão. Uma decisão é comunicada, mas ninguém "é comunicado" de alguma coisa. Assim: Já foi informado (cientificado, avisado) da decisão. Outra forma errada: A diretoria "comunicou" os empregados da decisão. Opções corretas: A diretoria comunicou a decisão aos empregados. / A decisão foi comunicada aos empregados. 83. Venha "por" a roupa. Pôr, verbo, tem acento diferencial: Venha pôr a roupa. O mesmo ocorre com pôde (passado): Não pôde vir. Perderam o sinal, no entanto: pelo e pelos (cabelo, cabelos), para (verbo parar), pela PMBA / CBMBA REDAÇÃO 26 (bola ou verbo pelar), pelo (verbo pelar), polo e polos e pera (fruta). 84. "Inflingiu" o regulamento. Infringir é que significa transgredir: Infringiu o regulamento. Infligir (e não "inflingir") significa impor: Infligiu séria punição ao réu. 85. A modelo "pousou"o dia todo. Modelo posa (de pose). Quem pousa é ave, avião, viajante, etc. Não confunda também iminente (prestes a acontecer) com eminente (ilustre). Nem tráfico (contrabando) com tráfego (trânsito). 86. Espero que "viagem" hoje. Viagem, com g, é o substantivo: Minha viagem. A forma verbal é viajem (de viajar): Espero que viajem hoje. Evite também "comprimentar" alguém: de cumprimento (saudação), só pode resultar cumprimentar. Comprimento é extensão. Igualmente: Comprido (extenso) e cumprido (concretizado). 87. O pai "sequer" foi avisado. Sequer deve ser usado com negativa: O pai nem sequer foi avisado. / Não disse sequer o que pretendia. / Partiu sem sequer nos avisar. 88. Comprou uma TV "a cores". Veja o correto: Comprou uma TV em cores (não se diz TV "a" preto e branco). Da mesma forma: Transmissão em cores, desenho em cores. 89. "Causou-me" estranheza as palavras. Use o certo: Causaram-me estranheza as palavras. Cuidado, pois é comum o erro de concordância quando o verbo está antes do sujeito. Veja outro exemplo: Foram iniciadas esta noite as obras (e não "foi iniciado" esta noite as obras). 90. A realidade das pessoas "podem" mudar. Cuidado: palavra próxima ao verbo não deve influir na concordância. Por isso : A realidade das pessoas pode mudar. / A troca de agressões entre os funcionários foi punida (e não "foram punidas"). 91. O fato passou "desapercebido". Na verdade, o fato passou despercebido, não foi notado. Desapercebido significa desprevenido. 92. "Haja visto" seu empenho... A expressão é haja vista e não varia: Haja vista seu empenho. / Haja vista seus esforços. / Haja vista suas críticas. 93. A moça "que ele gosta". Como se gosta de, o certo é: A moça de que ele gosta. Igualmente: O dinheiro de que dispõe, o filme a que assistiu (e não que assistiu), a prova de que participou, o amigo a que se referiu, etc. 94. É hora "dele" chegar. Não se deve fazer a contração da preposição com artigo ou pronome, nos casos seguidos de infinitivo: É hora de ele chegar. / Apesar de o amigo tê-lo convidado... / Depois de esses fatos terem ocorrido... 95. Vou "consigo". Consigo só tem valor reflexivo (pensou consigo mesmo) e não pode substituir com você, com o senhor. Portanto: Vou com você, vou com o senhor. Igualmente: Isto é para o senhor (e não "para si"). 96. Já "é" 8 horas. Horas e as demais palavras que definem tempo variam: Já são 8 horas. / Já é (e não "são") 1 hora, já é meio-dia, já é meia- noite. 97. A festa começa às 8 "hrs.". As abreviaturas do sistema métrico decimal não têm plural nem ponto. Assim: 8 h, 2 km (e não "kms."), 5 m, 10 kg. 98. "Dado" os índices das pesquisas... A concordância é normal: Dados os índices das pesquisas... / Dado o resultado... / Dadas as suas ideias... 99. Ficou "sobre" a mira do assaltante. Sob é que significa debaixo de: Ficou sob a mira do assaltante. / Escondeu-se sob a cama. Sobre equivale a em cima de ou a respeito de: Estava sobre o telhado. / Falou sobre a inflação. E lembre-se: O animal ou o piano têm cauda e o doce, calda. Da mesma forma, alguém traz alguma coisa e alguém vai para trás. 100. "Ao meu ver". Não existe artigo nessas expressões: A meu ver, a seu ver, a nosso ver.
Compartilhar