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Aula-02-Direito-Constitucional-Auditor-TCDF-2-Organização-político-administrativa-v2

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Aula 02 
Curso: Direito Constitucional 
Professor: Jonathas de Oliveira 
Curso: Direito Constitucional 
Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas 
Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 
Prof. Jonathas de Oliveira 2 de 92 
 www.exponencialconcursos.com.br 
 
Sumário 
1- Organização político-administrativa ................................................ 3 
2- Bens da União e dos Estados ......................................................... 14 
3- Repartição de competências .......................................................... 17 
4- Simetria constitucional .................................................................. 20 
5- Competências constitucionais: União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios ......................................................................................... 23 
6- Outros aspectos: Estados federados, Municípios, Distrito Federal e 
Territórios.......................................................................................... 40 
7- Intervenção nos Estados, DF e Municípios ..................................... 56 
8- Questões Comentadas ................................................................... 64 
9- Lista de Exercícios ......................................................................... 77 
10- Gabarito ...................................................................................... 91 
11- Referencial Bibliográfico .............................................................. 92 
 
 
 
Salve guerreiros e guerreiras! Após uma aula light como a anterior, 
todos estão mais que dispostos para os próximos artigos da CF/88, confere? 
Para o candidato de primeira viagem: já estamos quase na metade do 
curso. Em breve virá aquela sensação de “matéria fechada” e é só partir para 
as revisões! 
Para os que já tiveram algum contato com o Direito Constitucional: 
teremos mais uma oportunidade de revisar um conteúdo que sempre é 
cobrado em diversos concursos. É aquela hora: “opa matéria, volta para a 
superfície da memória e fica aí que eu vou precisar de você!” 
Aos trabalhos que o sucesso se aproxima! 
 
 
 
 
Aula 02 – Organização político-administrativa. Repartição de 
competências. Competências constitucionais: União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios. Outros aspectos: Estados federados, 
Municípios, Distrito Federal e Territórios. Intervenção federal e 
estadual. 
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file:///C:/Users/Jonathas/Desktop/Jonathas/Exponencial%20Concursos/Cursos%20ativos/Base%20CESPE/Aula%2004%20-%20Direito%20Constitucional%20-%20Organização%20político-administrativa.docx%23_Toc503715506
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file:///C:/Users/Jonathas/Desktop/Jonathas/Exponencial%20Concursos/Cursos%20ativos/Base%20CESPE/Aula%2004%20-%20Direito%20Constitucional%20-%20Organização%20político-administrativa.docx%23_Toc503715510
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Curso: Direito Constitucional 
Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas 
Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 
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 Começamos nossos estudos com o art. 18 da CF/88. Aqui, nossa 
Carta Magna inicia seu Título III com a apresentação dos componentes do 
Estado Federal. 
 Neste ponto, analisaremos implicitamente alguns conceitos, como o de 
federalismo cooperativo, especialmente ao estudarmos a repartição de 
competências entre os entes. 
 
 Importante também aqui revisitar o conceito de federalismo por 
agregação e desagregação. 
Costuma-se afirmar que, no que diz com seu modo de formação, no 
federalismo por agregação a formação da Federação ocorre por aglutinação 
dos entes soberanos (que abrem mão de sua soberania e tornam-se entidades 
autônomas) em um movimento centrípeto (de fora para dentro). 
 
 
Já no federalismo por desagregação a federação se formata a partir 
de um processo de desagregação do ente unitário em um movimento 
centrífugo (de dentro para fora). 
Essa desagregação poderia ou não implicar no fim da federação. 
Contudo, no mundo contemporâneo, esse segundo resultado é menos comum. 
O que ocorre geralmente é uma desconcentração de competências e do 
próprio poder político do ente central (que no caso brasileiro é a União) para 
os demais entes. 
Federação
Ente
Ente
Ente
Ente
1- Organização político-administrativa 
 
Entes soberanos se tornam 
autônomos e passam a 
compor uma federação 
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Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas 
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E por que manter tais conceitos em mente? 
O federalismo centrípeto é aquele que converge para o centro, assim, 
progressivamente há uma predominância de atribuições para o ente central. 
Já o federalismo centrífugo é aquele que foge do centro, deste modo, viabiliza 
que os entes federados tenham maior autonomia. 
Sobre este aspecto nos ensina Dirley da Cunha Junior (2011): 
Quanto à maior ou menor concentração de poder, temos o Federalismo 
centrípeto, o centrifugo e o de equilíbrio. [De regra] O centrípeto é o 
Federalismo que proporciona uma maior concentração de poder no 
governo central (foi o que ocorreu no Brasil, com a carta de 1967); o 
centrifugo implica numa maior descentralização, com redução dos 
poderes centrais e ampliação dos poderes regionais ...; e o de 
equilíbrio, que visa instaurar uma equilibrada e equitativa repartição de 
poderes entre o governo central e regionais (tendência da constituição 
brasileira de 1988). 
 
 
 
 
 
 
Federação
Ente
Ente
Ente
Ente
Os entes autônomos têm 
sua autonomia reforçada. 
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No trato do tema, identificamos outro aspecto. 
 
Conforme nos ensinam Mendes e Branco (2010), no modelo federal a 
Constituição Federal atua como fundamento de validade das ordens 
jurídicas central e dos entes subnacionais. Ela, assim, confere unidade ao 
Estado Federal, traçando “um compromisso entre as aspirações de cada região 
e os interesses comuns às esferas locais em conjunto. A Federação gira em 
torno da Constituição Federal, que é o seu fundamento jurídico e instrumento 
regulador”. 
Além disso, a Constituição Federal deve ser rígida e ter o princípio 
federalista como cláusula pétrea, para prevenir que a União possa 
transformar a Federação em Estado unitário, ao mesmo tempo em que evita o 
separatismo (secessão) dos demais entes. É o que temos expresso hoje no 
art. 60, §4º, I da CF/88. 
Deve também possuir mecanismos de solução das crises, como a 
possibilidade de intervenção descritas nos artigos 34 e 35. 
 
Destaque-se que, ao passo em que a Constituição Federal atribui a cada 
ente uma matéria – privativa, exclusiva, comum ou concorrente –, prevê 
também competências tributárias exclusivas de cada qual, além da 
repartição de rendas, a fim de viabilizar o desempenho de tais competências 
que, obviamente, demandam recursos financeiros. 
 
Por fim, um dos marcos da atual Constituição Federal de 1988 e 
inovação em relação aos modelos anteriores foi a ênfase à autonomia 
municipal ao mencionar os Municípios como integrantes do sistema federativo 
(art. 1º da CF/88) e ao fixá-la junto com os Estados e o Distrito Federal (art. 
18 da CF/88). 
Como veremos em detalhes, destacam-se como essência da autonomia 
municipal, além de outros requisitos, a (i) autoadministração, que implica 
capacidade decisória quanto aos interesses locais, sem delegação ou 
aprovação hierárquica; e (ii) autogoverno, que determina a eleição do chefe 
do Poder Executivo e dos representantes no Legislativo. 
 
 É sob tal prisma que devemos estudar esta parte da nossa Carta Magna. 
 
 
 
 
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TÍTULO III 
Da Organização do Estado 
CAPÍTULO I 
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA 
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil 
compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos 
autônomos, nos termos desta Constituição. 
 
(1) A soberania é atributo da República Federativa do Brasil, ao passo 
que os entes federados são dotados de autonomia. 
 É lugar comum dizer que os entes detêm autonomia OLGA 
(organizativa, legislativa, governamental e administrativa). 
 Como nos explica Bastos (1999), soberania é atributo que se confere ao 
poder do Estado juridicamente ilimitado. Por exemplo, o Estado brasileiro não 
deve obediência jurídica a nenhum outro Estado. 
Já a autonomia é a margem de atuação sempre delimitada pelo próprio 
direito. Por isso se diz que a União, os Estados-Membros, o Distrito Federal o 
os municípios são pessoas jurídicas de direito público interno autônomas: 
todos atuam dentro de uma moldura jurídica previamente definida pela 
Constituição Federal. 
(2) A União é ente autônomo e não se confunde com a República Federativa 
do Brasil. 
 A União é o ente federativo central e pessoa jurídica de direito público 
interno. Ao mesmo tempo em que temos a coexistência dos Estados, Distrito 
Federal e Municípios, temos um ente que aglutina os demais, a União. 
 
§ 1º - Brasília é a Capital Federal. 
 
(1) Brasília é a Capital Federal e não o Distrito Federal. Cuidado com as 
pegadinhas. 
 A Capital Federal é o centro político de toda a federação. 
 Já o Distrito Federal é um dos entes autônomos da nossa federação. 
 
 
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§ 2º - Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação 
em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei 
complementar. 
 
(1) Para diversos constitucionalistas, como José Afonso da Silva (2005), os 
Territórios Federais são espécie de autarquia da União, vale dizer, um 
pessoa jurídica descentralizada. 
(2) Atenção para o instrumento idôneo (lei complementar) aos referidos 
processos de criação, transformação e reintegração. 
 
 
§ 3º - Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-
se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios 
Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, 
através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. 
 
 
 
 Apesar de os conceitos acima serem bem intuitivos, veja-se alguns 
exemplos ilustrativos: 
 
 
 
 
 
 
Reorganização 
territorial dos 
Estados
Incorporar-se entre si Fusão
Subdividir-se Cisão
Desmembrar-se para 
se anexarem a 
outros, ou formarem 
novos Estados ou 
Territórios Federais
Formação e/ou 
anexação
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Fusão 
 
 Após a fusão os Estados primitivos “A” e “B” não existem mais, surgindo 
um novo Estado “C”. 
 
 
Cisão 
 
Após a cisão o Estado primitivo “X” não existe mais, surgindo dois ou 
mais novos Estados. No nosso exemplo “Y” e “Z”. 
 
 
Desmembramento (formação) 
 
 Após o Estado “A” perder parte de seu território, a parte perdida 
(desmembrada) forma um novo Estado, “B”. 
 
 
Estado A Estado B Estado C
Estado 
Y
Estado 
Z
Estado X
Estado A
Estado B
(Parte perdida) 
Estado B 
 
E 
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Desmembramento (anexação) 
 
Após o Estado “A” perder parte de seu território, outro Estado, “B”, a 
incorpora (na ilustração, antes da incorporação, o território de “B” não 
contemplava todo o círculo, mas apenas até a parte pontilhada). 
 
 
O processo de reorganização territorial está regulamentado pela Lei nº 
9.709/98 e pode ser dividido em até quatro fases: 
 
 
 Ressalte-se que tanto a aprovação da lei complementar pelo Congresso 
Nacional como a sanção presidencial não estão vinculadas ao resultado 
plebiscitário. 
A medida que a princípio soa bastante antidemocrática deriva da lógica 
estabelecida pelo próprio constituinte originário. 
 
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, 
far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei 
Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante 
plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos 
Estado A
Estado B
Plebiscito
Condição 
indispensável à 
fase seguinte
Proposição do 
projeto de LC
a qualquer 
Casa do 
Congresso 
Nacional
Audiência das 
Assembleias 
Legislativas
Não vincula o 
andamento da 
LC, mesmo 
havendo 
parecer 
desfavorável
Aprovação da 
LC pelo 
Congresso 
Nacional
É decisão 
discricionária, 
o CN não está 
obrigado a 
aprová-lo e 
nem o 
Presidente a 
sancioná-lo
 Parte perdida 
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Estudosde Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da 
lei 
 
(1) Vamos distinguir alguns aspectos. 
Reorganização territorial de 
Estado-membro 
Reorganização territorial de 
Município 
 Lei complementar federal 
 Independe de Estudo de 
Viabilidade 
 Demanda plebiscito 
 Lei estadual dentro de período 
determinado por Lei 
complementar federal 
 Depende de Estudo de 
Viabilidade 
 Demanda plebiscito 
 
Inobstante o exposto, no caso dos Municípios, a supracitada lei 
complementar federal até hoje não foi editada. 
 “Mas professor, desde a promulgação da Constituição Federal dezenas e 
dezenas de Municípios foram criados! Como isso é possível?” 
 Pois bem. Juridicamente não seria. Atento a isso, em 2008 o Congresso 
Nacional promulgou uma emenda à Constituição (EC nº 57/2008), inserindo 
um dispositivo no ADCT com o seguinte teor: 
Art. 96. Ficam convalidados os atos de criação, fusão, incorporação e 
desmembramento de Municípios, cuja lei tenha sido publicada até 31 de 
dezembro de 2006, atendidos os requisitos estabelecidos na legislação 
do respectivo Estado à época de sua criação. 
 
 Assim, e evitando-se maiores ações e discussões que poderiam gerar 
gravíssima insegurança jurídica, buscou-se dar certo verniz de 
constitucionalidade às criações de Municípios já efetuadas e convalidá-las, 
muito embora tal solução até hoje seja por vezes questionada. 
 
 
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o 
funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de 
dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de 
interesse público; 
II - recusar fé aos documentos públicos; 
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. 
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(1) Os incisos I e II são absolutos. Vale dizer, a CF/88 não estabelece 
qualquer via de exceção ao texto acima posto. 
 Lembremos aqui que o Estado é laico, mantendo uma postura neutra 
quanto às religiões (vide ADPF 54 e ADI 4.439). 
 Quanto ao inciso II, destaque-se que o documento ao qual a lei de 
determinado ente confere fé pública (presunção de fidedignidade), como uma 
carteira de identidade, não pode ser recusado injustificadamente por órgão de 
outro ente. 
(2) Já o inciso III apresenta certas particularidades. Isso porque o 
constituinte, na busca por isonomia, foi sensível à existência de diferenças 
socioeconômicas entre os entes federados subnacionais (Estados-membros, 
DF e Municípios). Assim, viabilizou certos mecanismos de tratamento 
diferenciado em relação a estes. Por exemplo: 
 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do 
Brasil: [...] 
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades 
sociais e regionais; 
 
Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação 
em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando a seu 
desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais. 
§ 1º Lei complementar disporá sobre: 
I - as condições para integração de regiões em desenvolvimento; 
II - a composição dos organismos regionais que executarão, na forma 
da lei, os planos regionais, integrantes dos planos nacionais de 
desenvolvimento econômico e social, aprovados juntamente com estes. 
§ 2º Os incentivos regionais compreenderão, além de outros, na forma 
da lei: 
I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos e 
preços de responsabilidade do Poder Público; 
II - juros favorecidos para financiamento de atividades prioritárias; 
III - isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos federais 
devidos por pessoas físicas ou jurídicas; 
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IV - prioridade para o aproveitamento econômico e social dos rios e das 
massas de água represadas ou represáveis nas regiões de baixa renda, 
sujeitas a secas periódicas. 
§ 3º Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União incentivará a 
recuperação de terras áridas e cooperará com os pequenos e médios 
proprietários rurais para o estabelecimento, em suas glebas, de fontes 
de água e de pequena irrigação. 
 
[Art. 165] § 7º - Os orçamentos previstos no § 5º, I e II [fiscal e de 
investimento, no âmbito da União], deste artigo, compatibilizados com o 
plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades 
inter-regionais, segundo critério populacional. 
 
 De todo modo, ressalvadas as previsões que encontrem amparo 
constitucional, não podem os entes arbitrariamente criarem distinções ou 
preferências entre si. 
Vejamos: 
 
É inconstitucional a lei estadual que estabeleça como condição de 
acesso a licitação pública, para aquisição de bens ou serviços, que a 
empresa licitante tenha a fábrica ou sede no Estado-membro. [ADI 
3.583, rel. min. Cezar Peluso, j. 21-2-2008, P, DJE de 14-3-2008.] 
 
Lei do Município de São Paulo 13.959/2005, a qual exige que "os 
veículos utilizados para atender contratos estabelecidos com a 
Administração Municipal, Direta e Indireta, devem, obrigatoriamente, 
ter seus respectivos Certificados de Registro de Veículos expedidos no 
Município de São Paulo". Exigência que não se coaduna com os arts. 
19, III, e 37, XXI, da CF. (...) Consoante a jurisprudência firmada na 
Corte no exame de situações similares, o diploma em epígrafe ofende, 
ainda, a vedação a que sejam criadas distinções entre brasileiros ou 
preferências entre os entes da Federação constante do art. 19, III, da 
CF/1988. [RE 668.810 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 30-6-2017, 2ª T, 
DJE de 10-8-2017.] 
 
 
1- (CESPE / Diplomata / 2018) Considerando a ordem 
constitucional brasileira, julgue (C ou E) o item seguinte. 
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A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil 
compreende a União, os estados, o Distrito Federal, os municípios e os 
territórios, todos entes federativos autônomos dotados de capacidade de 
autogoverno e autoadministração. 
Resolução: Errado. 
Ao contrário da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, os 
Territórios (que porventura vierem a existir) não possuem autonomia política. 
Serão espécie de autarquia (descentralização administrativa e 
territorial) da União. 
2- (CESPE / Advogado da União / 2015) Julgue o 
item seguinte, que se refere ao Estado federal, à Federação brasileira e à 
intervenção federal. 
Entre as características do Estado federal, inclui-se a possibilidade de 
formação de novos estados-membros e de modificação dos já existentes 
conforme as regras estabelecidas na CF. 
Resolução: Correto. Os Estados-membros podem se fundir, serem cindidos 
ou, ainda, serem desmembrados. 
3- (FCC / Defensor Público Estadual – MA / 2015) 
Tramita perante as Casas do Congresso Nacional um projeto de decreto 
legislativo que visa à convocação de plebiscito para que o eleitorado de todo o 
Estado do Maranhão se manifeste sobre a criação, a partir do 
desmembramento de determinados Municípios de seu território, do chamado 
Estado do Maranhão do Sul. A proposição em questão é: 
a) compatível com a Constituição da República, que exige, para a formação de 
novo Estado, além da realização de plebiscito, aprovação do Congresso 
Nacional, por lei complementar. 
b) incompatívelcom a Constituição da República, pois a criação de ente 
político, nos moldes propostos, constituiria exercício de direito à secessão, em 
violação à forma federativa de Estado, assegurada como cláusula pétrea no 
texto constitucional. 
c) incompatível com a Constituição da República, pois o Congresso Nacional 
não possui competência para convocar plebiscito de âmbito regional, sob pena 
de ofensa à autonomia do Estado a ser atingido com a medida pretendida. 
d) incompatível com a Constituição da República, no que se refere à 
população a ser consultada em plebiscito, posto que deve se restringir à dos 
Municípios a serem desmembrados do Estado. 
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e) compatível com a Constituição da República, que exige, para a formação de 
novo Estado, além da realização de plebiscito, a divulgação de estudos de 
viabilidade, apresentados e publicados na forma da lei. 
Resolução: Alternativa A. Literalidade do disposto no §3º do art. 18. Basta 
fixarmos determinadas palavras-chave: população diretamente 
interessada + plebiscito + Congresso Nacional + Lei complementar. 
 
 
 
 Antes de partirmos para a análise da delimitação constitucional de 
competências, vejamos este tema que sempre costuma incidir em concursos. 
 
 
 Nos termos do art. 98 do Código Civil, são públicos os bens do domínio 
nacional pertencentes à União, aos Estados, DF e Municípios; todos os outros 
são particulares, seja qual for a pessoa física ou jurídica a que pertencerem. 
 
Das lições de Direito Administrativo, lembremos que os bens públicos 
podem ser: 
a) de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e 
praças; 
b) os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a 
serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, ou municipal, 
inclusive os de suas autarquias; 
c) os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de 
direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas 
entidades. 
 
 Nos artigos 20 e 26, a Constituição Federal os tratou indistintamente. 
 
Bens da União (art. 20) Bens dos Estados (art. 26) 
os que atualmente lhe pertencem e 
os que lhe vierem a ser atribuídos 
- 
as terras devolutas indispensáveis à 
defesa das fronteiras, das 
as terras devolutas não 
compreendidas entre as da União 
2- Bens da União e dos Estados 
 
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fortificações e construções militares, 
das vias federais de comunicação e à 
preservação ambiental, definidas em 
lei 
os lagos, rios e quaisquer correntes 
de água em terrenos de seu 
domínio, ou que banhem mais de um 
Estado, sirvam de limites com outros 
países, ou se estendam a território 
estrangeiro ou dele provenham, bem 
como os terrenos marginais e as 
praias fluviais 
as águas superficiais ou subterrâneas, 
fluentes, emergentes e em depósito, 
ressalvadas, neste caso, na forma 
da lei, as decorrentes de obras da 
União 
as ilhas fluviais e lacustres nas zonas 
limítrofes com outros países; as 
praias marítimas; as ilhas oceânicas 
e as costeiras, excluídas, destas, as 
que contenham a sede de Municípios 
(ex.: Florianópolis/SC e Vitória/ES), 
exceto aquelas áreas afetadas ao 
serviço público e a unidade 
ambiental federal 
as ilhas fluviais e lacustres não 
pertencentes à União 
+ 
as áreas, nas ilhas oceânicas e 
costeiras, que estiverem no seu 
domínio, excluídas aquelas sob 
domínio da União, Municípios ou 
terceiros 
os recursos naturais da plataforma 
continental e da zona econômica 
exclusiva 
 
o mar territorial - 
os terrenos de marinha e seus 
acrescidos 
- 
os potenciais de energia hidráulica - 
os recursos minerais, inclusive os do 
subsolo 
- 
as cavidades naturais subterrâneas e 
os sítios arqueológicos e pré-
históricos 
- 
as terras tradicionalmente ocupadas 
pelos índios 
- 
 
Observem que, ressalvado o caso das terras devolutas (terras que 
nunca integraram legitimamente o patrimônio de particular), os bens dos 
Estados são sempre residuais aos da União. Este é o grande macete 
aqui, memorizar por exclusão. 
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[Art. 20] § 1º É assegurada, nos termos da lei, à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios a participação no resultado da exploração de 
petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia 
elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma 
continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação 
financeira por essa exploração. 
§ 2º - A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, ao longo das 
fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada 
fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização 
serão reguladas em lei. 
 
(1) O parágrafo primeiro versa sobre a garantia de royalties e outras 
participações na exploração de recursos energéticos, minerais e 
hidrogeológicos. 
 Tratam-se de compensações financeiras pagas aos entes pela 
exploração de tais recursos em seus territórios, afinal, essa atividade pode 
neles gerar uma série de impactos socioeconômicos e ambientais. 
(2) Por sua vez, o parágrafo segundo é bastante intuitivo. A “faixa de 
fronteira” ou “zona de fronteira”, é ponto sensível para a defesa e soberania 
nacionais e exige uma regulação diferenciada em face de sua distribuição 
física pelo território, perpassando as fronteiras de diversos entes subnacionais. 
 
 
4- (CESPE / TCE – RN – Conhecimentos básicos / 
2015) No que concerne à organização político-administrativa, julgue o item a 
seguir. 
São bens dos estados-membros da Federação as terras tradicionalmente 
ocupadas pelos índios. 
Resolução: Errado. 
Trata-se de bens da União, conforme definido no art. 20 da Constituição 
Federal. 
5- (CESPE / Analista de Controle Externo do TCE – 
MG / 2018) A Constituição Federal de 1988 dispõe que são bens da União: 
a) as águas superficiais fluentes. 
b) as águas subterrâneas em depósito. 
c) as terras devolutas indispensáveis à preservação ambiental. 
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d) as ilhas fluviais e lacustres. 
e) as ilhas oceânicas e costeiras. 
Resolução: Alternativa C, nos termos do art. 20, II. 
 Observe-se que a banca considerou algumas alternativas erradas por 
estarem incompletas. 
a) as águas superficiais fluentes. Bens dos Estados 
b) as águas subterrâneas em depósito. Bens dos Estados 
d) as ilhas fluviais e lacustres. Bens dos Estados, exceto as localizadas nas 
zonas limítrofes com outros países, que são bens da União 
e) as ilhas oceânicas e costeiras. Bens dos Estados se contiverem sede de 
Município, ou bens da União se não contiverem 
 
 
 
 O capítulo II da Constituição Federal discrimina dois grandes grupos de 
modalidades de repartição de competências legislativas e materiais 
(administrativas) entre os entes federados. 
 Vale dizer, nosso federalismo cooperativo é estruturado de acordo com 
determinados critérios que lhe preservem o equilíbrio e a adequada articulação 
entre seus membros. 
 E que critérios são esses? 
 No Brasil, prevalece o princípiodo predomínio do interesse. 
Ou seja, o nosso constituinte entendeu que determinadas matérias 
apresentam, por sua natureza, interesse geral (nacional) devendo ser 
cuidadas (ao menos em termos de normas gerais) pela União. Outras 
repercutem em âmbito eminentemente regional, sendo distribuídas aos 
Estados-Membros e ao DF (que, ainda, acumula o interesse local). Por fim, 
determinadas questões são mais pontuais, locais, estando seu cuidado a cargo 
dos Municípios e ao DF (no acúmulo de competências municipais). 
Destaque-se que o critério de repartição de competências adotado pela 
Constituição não permite que se fale em superioridade hierárquica das leis 
federais sobre as leis estaduais, distritais ou municipais, de forma que haverá 
inconstitucionalidade tanto na invasão da competência da União pelo Estado-
membro, pelo Município ou pelo Distrito Federal, como na hipótese inversa. 
 Assim, ao contrário do que pensa o senso comum, não há, a princípio, 
hierarquia da União sobre os Estados ou, em outro exemplo, dos Estados 
sobre os Municípios. 
3- Repartição de competências 
ê 
 
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 Segundo José Afonso da Silva (2005), podemos classificar as 
competências em: 
 
 
 
 
A competência material (ou administrativa) é aquela que impõe ao(s) 
respectivo(s) ente(s) o dever de estabelecer ações e políticas públicas e de 
Estado a respeito de determinadas matérias. 
 Por exemplo, nos termos do art. 21, III, compete privativamente à 
União assegurar a defesa nacional. Pois bem. O comando constitucional aqui 
dirige-se predominantemente à necessidade de aquele ente compor 
programas, ações e atividades em prol da proteção do nosso território e do 
nosso povo, em especial no contexto geopolítico internacional. 
Competência
Material 
(Adminis-
trativa)
Exclusiva
(art. 21)
Competência indelegável. 
Somente a União pode exercê-
la, sem qualquer participação, 
mesmo subsidiária, dos demais 
entes.
Comum 
(art. 23)
Todos os entes podem 
exercê-la, sem qualquer 
preferência de ordem.
Legislativa
Exclusiva
(art. 25, §§1º 
e 2º)
Competência indelegável. 
Somente os Estados podem 
exercê-la, sem qualquer 
participação, mesmo 
subsidiária, dos demais entes.
Privativa
(art. 22)
Competência parcialmente 
delegável. A União prevalece 
ao legislar sobre as matérias. 
No entanto, pode, por Lei 
Complementar, autorizar os 
Estados a legislar sobre 
questões específicas.
Concorrente
(art. 24)
Todos os entes podem 
exercê-la, havendo a seguinte 
preferência de ordem: a União 
limita-se a legislar sobre normas 
gerais
Suplementar
(art. 24, §§2º 
e 3º)
suplementar complementar 
–existe lei federal sobre a 
matéria, os Estados e DF 
simplesmente as completam
suplementar supletiva –
inexiste lei federal; os Estados 
e o DF passam a dispor, 
temporariamente, de 
competência plena sobre a 
matéria
Compete, ainda, aos Municípios, além de legislar sobre assuntos de 
interesse local (art. 30, I) e suplementar a legislação federal e a 
estadual no que couber (art. 30, II). 
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 Já a competência legislativa dirige-se sobretudo à aptidão de 
determinado ente editar leis e outros atos normativos para disciplinar 
determinadas matérias. 
 Normalmente, o ente ao qual a Constituição Federal estabelece 
competência material, também detém competência legislativa sobre 
determinado conteúdo. 
 Seguindo nosso exemplo acima (art. 21, III), nos termos do art. 22, 
compete privativamente à União legislar sobre direito aeronáutico, espacial, 
jazidas, minas, emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de 
estrangeiros, atividades nucleares de qualquer natureza, dentre outros, que 
certamente são pontos afetos à defesa nacional. 
 
 Tendo essa distinção e o princípio da predominância do interesse em 
mente, podemos melhor compreender o texto “seco” da Constituição Federal. 
 
 
LEI FEDERAL LEI NACIONAL 
É a lei editada pela União destinada 
a regular as relações jurídicas no 
âmbito daquele ente. 
Por exemplo, o estatuto dos 
servidores públicos federais, as leis 
que regulam espécies tributárias de 
competência da União, dentre outras. 
É a lei editada pela União destinada 
a regular relações jurídicas que 
repercutem sobre todos os entes, em 
todo território nacional. 
A lei nacional, assim como a lei 
federal, cumpre o rito do processo 
legislativo centrado no Congresso 
Nacional, que é quem detém, 
tipicamente, a função legiferante no 
âmbito da União. 
Como exemplos, temos os Códigos 
Civil, de Processo Civil, Penal, 
Tributário, dentre outros, o Estatuto 
da Criança e do Adolescente (ECA), 
as disposições da Consolidação das 
Leis do Trabalho (nascida como 
decreto-lei), e muitos outros. 
 
 
 
 
 
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Podemos sintetizar diversos aspectos concernentes ao denominado 
“princípio” da simetria constitucional. 
 Tal conceito, muito embora não seja um princípio constitucional formal 
– nem mesmo hermenêutico formal –, encontra forte resguardo na 
jurisprudência do nosso Supremo Tribunal Federal e dos demais Tribunais. 
 A razão principal é sua eficácia como ferramenta resolutiva de questões 
que envolvam nosso federalismo e não tenham solução constitucional explícita 
ou evidente. 
 Grosso modo, o princípio da simetria constitucional traduz a ideia 
que os Estados-membros, o DF e os Municípios, no exercício de sua 
capacidade de auto organização (que se reflete em suas Constituições 
Estaduais e Leis Orgânicas), devem observância aos limites e diretrizes 
estabelecidos na Constituição Federal, guardando correspondência 
(simetria) com os institutos jurídicos nela expressos. 
 Por exemplo, o art. 83, da CF/88 dispõe que o Presidente da República e 
o Vice não poderão, sem licença do Congresso Nacional, ausentar-se do País 
por período superior a 15 dias, sob pena de perda do cargo. 
“Ok, e os Governadores e Prefeitos?” A CF/88 nada fala. É silente. 
Todavia a jurisprudência entende que, por simetria, a regra do art. 83 
também deve ser reproduzida nos Estados-membros, DF e Municípios. 
Assim, os Governadores e seus Vices não poderão se ausentar por mais 
de quinze dias sem autorização da Assembleia Legislativa e os Prefeitos e seus 
Vices também não o poderão fazer sem autorização das respectivas Câmaras 
Municipais/Legislativas. 
 
A simetria é utilizada como solução nas questões federativas 
sem determinação constitucional clara. 
 É uma tendência crescente nos últimos anos nos depararmos com 
perguntas envolvendo aplicação simétrica de normas constitucionais aos entes 
subnacionais (Estados, DF e Municípios). 
 
No presente trecho da Constituição Federal veremos que a Carta Magna 
estabelece que os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis 
que adotarem, observados os princípios da Constituição Federal (art. 25) 
e que os Municípios e o DF reger-se-ão por lei orgânica, votada em dois 
turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos 
membros da Câmara Municipal/Legislativa, que a promulgará, atendidos os 
princípios estabelecidos na Constituição Federal (arts. 29 e 32). 
4- Simetria constitucional 
 
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 Assim, havendo eventuais questionamentos a respeito da 
operacionalização das competências (que não esteja disposta na CF/88) e da 
forma de organização dos entes subnacionais, uma das soluções possíveis é 
buscar a resposta na aplicação da simetria. 
 
 
 
 No estudo da organização político-administrativa é de suma importância 
manter os dois conceitos a seguir em mente: 
 
 
Na aplicação do princípio da simetria, os entes subnacionais não podem 
se distanciar do eixo constitucional, devendo ser considerados tanto os 
princípios extensíveis como, evidentemente, os estabelecidos. 
 
6- (CESPE / Procurador do Ministério Público junto 
ao TCU / 2015 / Adaptada) Segundo a jurisprudência predominante do 
STF, determinadas normas da CF/88 voltadas à União são consideradas de 
observância obrigatória para os demais entes da Federação, 
independentemente de previsão constitucional expressa para essa extensão, 
ao passo que outras, ao contrário, são tidas como não obrigatórias e até 
mesmo vedadas a esses mesmos entes. 
Princípios 
constitucionais
Extensíveis
São as regras de organização 
que a CF/88 desenhou no 
âmbito da União, porém, 
aplicam-se ("estendem-se") 
também aos demais entes.
Exemplos: as eleições para 
Chefe do Poder Executivo, as 
regras gerais do processo 
legislativo federal, as regras 
gerais do organização dos 
Poderes e outros.
Estabelecidos
São as regras de organização 
que a CF/88 desenhou direta e 
indistintamente para todos os 
entes.
Exemplos: as competências e 
limitações ao poder de tributar, 
as regras sobre a 
administração pública, as 
disposições sobre as forças 
armadas e a segurança pública 
e outros.
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Diante de tais circunstâncias julgue o item abaixo. 
Embora não previsto expressamente, o princípio da simetria determina que 
todas as normas da CF voltadas à União devem, sem exceção, ser aplicadas 
também aos demais entes federativos, especialmente nos casos em que o 
texto constitucional for silente sobre tal extensão. 
Resolução: Errado. 
Por exemplo, a CF/88 prevê em seu art. 86, §4.º, que o Presidente da 
República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por 
atos estranhos ao exercício de suas funções, assim, possui irresponsabilidade 
penal relativa. 
Ou seja, em caso de crimes comuns, o Chefe do Executivo Federal, 
enquanto não cesse a investidura na presidência, apenas pode ser 
responsabilizado caso a infração tenha correlação com o exercício das funções 
presidenciais. Por exemplo, se o Presidente da República resolve agredir 
fisicamente um desafeto de infância, sem nenhum motivo, não poderá ser 
responsabilizado penalmente durante seu mandato. 
“Ok, entendi professor. Então, por simetria, os Governadores e Prefeitos 
também têm essa prerrogativa.” 
Errado. A irresponsabilidade penal relativa é um exemplo de norma não 
simétrica. 
Outro exemplo mais explícito de norma não totalmente simétrica é a 
estrutura do Poder Legislativo. 
Em âmbito federal, ele é bicameral (duas Casas, vale dizer, a Câmara 
dos Deputados e o Senado Federal). 
Já no âmbito dos Estados, DF e Municípios, ele é composto por apenas uma 
Casa (Assembleia Legislativa, Câmara Legislativa e Câmara Municipal, 
respectivamente). 
Deste modo, ao contrário do que aduz o enunciado, não são todas as 
normas da CF voltadas à União que devem, sem exceção, ser aplicadas 
também aos demais entes federativos. 
7- (CESPE / Procurador do Estado da PGE – AM / 
2016) Julgue o item seguinte, relativos à aplicabilidade de normas 
constitucionais e à interação destas com outras fontes do direito. 
Em razão do princípio da autonomia política dos entes federativos, estados e 
municípios não podem ser submetidos a disposições implícitas da CF, devendo 
obediência, tão somente, às suas disposições expressas. 
Resolução: Errado. 
 Muito embora os Estados membros e Municípios sejam autônomos, 
devem guardar observância a diversas disposições constitucionais, sejam elas 
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explícitas ou implícitas (como ao princípio da supremacia do poder público e 
da indisponibilidade do interesse público), mantendo com elas simetria. 
 
 
 
A Constituição Federal construiu a seguinte arquitetura geral na 
discriminação de competências: 
Ente Discriminação 
União Enumerada 
Estados Enumerada (art. 25, §§2º e 3º) 
Remanescente/Residual (art. 25, §1º) 
Distrito Federal Enumerada + Remanescente/Residual 
(art. 32, §1º) 
Municípios Enumerada 
 
 A competência dos Estados tem marcado caráter residual pois a eles são 
reservadas aquelas competências não vedadas pela Constituição. Ou seja, 
para esses entes, o constituinte optou por um modelo preferencialmente 
aberto, em vez de apontar exaustivamente suas atribuições. 
 Por seu turno, ao Distrito Federal são atribuídas as competências 
legislativas reservadas aos Estados e Municípios. Assim, tangencialmente, 
aquele ente também possui competência residual. 
 
8- (CESPE / Analista Judiciário do TJ – SE / 2014) A 
respeito da organização político-administrativa da República Federativa do 
Brasil, julgue os próximos itens. 
A repartição de competências entre os entes federativos atribui à União 
competência ampla e, aos estados, competência residual, motivo por que lei 
federal é hierarquicamente superior a lei estadual. 
Resolução: Errado. Não existe uma hierarquia nesse sentido. De acordo com 
a matéria, a competência pode ser privativa, exclusiva, comum ou 
concorrente, e, cada qual, pode ou não acarretar “influências” de um ente 
sobre o outro. 
 
 
 
5- Competências constitucionais: União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios 
ê 
 
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Art. 21. Compete [EXCLUSIVAMENTE] à União: 
I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de 
organizações internacionais; 
II - declarar a guerra e celebrar a paz; 
III - assegurar a defesa nacional; 
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças 
estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam 
temporariamente; 
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção 
federal; 
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico; 
VII - emitir moeda; 
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de 
natureza financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, 
bem como as de seguros e de previdência privada; 
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do 
território e de desenvolvimento econômico e social; 
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; 
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou 
permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que 
disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e 
outros aspectos institucionais; 
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou 
permissão: 
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; 
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento 
energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se 
situam os potenciais hidroenergéticos; 
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeroportuária;d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos 
brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou 
Território; 
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de 
passageiros; 
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; 
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do 
Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública dos 
Territórios; 
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XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polícia militar e o 
corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência 
financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio 
de fundo próprio; 
 
União organiza e mantém 
No Distrito Federal Nos Territórios 
Poder Judiciário Poder Judiciário 
Ministério Público Ministério Público 
- Defensoria Pública 
 
XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia 
e cartografia de âmbito nacional; 
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e 
de programas de rádio e televisão; 
XVII - conceder anistia; 
XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades 
públicas, especialmente as secas e as inundações; 
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e 
definir critérios de outorga de direitos de seu uso; 
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive 
habitação, saneamento básico e transportes urbanos; 
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de 
viação; 
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de 
fronteiras; 
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e 
exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e 
reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e 
seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições: 
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para 
fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional; 
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a 
utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e 
industriais; 
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c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e 
utilização de radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas; 
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de 
culpa; 
XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho; 
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de 
garimpagem, em forma associativa. 
 
9- (CESPE/ Juiz Substituto TJ – DFT / 2014 / 
Adaptada) Julgue o item abaixo acerca da distribuição de competências aos 
entes federados. 
Compete ao DF organizar a sua polícia civil, sua polícia militar e seu corpo de 
bombeiros militar, competindo à União prestar assistência financeira ao DF 
para a execução de serviços públicos por meio de fundo próprio. 
Resolução: Errado. 
Nos termos do art. 21, XIV, compete exclusivamente à União organizar 
e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do 
Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal 
para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio. 
 
 
Art. 22. Compete PRIVATIVAMENTE à União legislar sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, 
marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; 
 
Vamos esquematizar o que é mais comumente cobrado para evitar 
posteriores confusões. 
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Vejamos um exemplo prático que demonstra a sutileza na interpretação 
de tais pontos. 
 
 Legislar sobre as relações contratuais compete privativamente à 
União (Direito Civil) ou concorrentemente com os Estados e DF 
(Direito Econômico e produção e consumo)? 
 Compete privativamente à União! 
Contratos e negócios jurídicos como um todo são matérias afetas ao 
Direito Civil. Apenas residualmente a matéria resvala sobre Direito Econômico 
e consumo, o que, todavia, não autoriza os Estados-membros e o DF a 
editarem normas acerca de relações contratuais (ADI 1.807/MT)! 
 
II - desapropriação; 
 
Art. 22, I
Competência privativa
da União
D. Civil
D. Comercial
D. Penal
D. Processual
D. Eleitoral
D. Agrário
D. Marítimo
D. Aeronáutico
D. Espacial
D. Trabalho
Art. 24, I e XI
Competência concorrente
(União, Estados e DF)
D. Tributário
D. Financeiro
Direito Penitenciário
Direito Econômico
Produção e consumo
Procedimentos em matéria 
processual
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III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de 
guerra; 
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão; 
V - serviço postal; 
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais; 
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores; 
VIII - comércio exterior e interestadual; 
IX - diretrizes da política nacional de transportes; 
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e 
aeroespacial; 
XI - trânsito e transporte; 
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; 
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; 
XIV - populações indígenas; 
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de 
estrangeiros; 
XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o 
exercício de profissões; 
XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e 
dos Territórios e da Defensoria Pública dos Territórios, bem como 
organização administrativa destes; 
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais; 
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular; 
XX - sistemas de consórcios e sorteios; 
XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, 
convocação, mobilização, inatividades e pensões das polícias militares e dos 
corpos de bombeiros militares; 
Art. 22, II
Competência privativa da União
Legislar sobre desapropriação
Art. 182, §§3º e 4º, 
art. 184, art. 216, §1º
Competência geral do poder público 
(União, Estados, Municípios e DF)
Decretar a desapropriação
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XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e 
ferroviária federais; 
XXIII - seguridade social; 
 
(1) Pausa para respirar e fazer alguns apontamentos. Os incisos acima são 
bastante intuitivos (não é necessário que o candidato os tenha 100% na ponta 
da língua, e sim que saiba identificá-los nas alternativas da questão), sempre 
tendo em mente que a CF/88 privilegia que a União legisle sobre temas que 
exigem certa uniformização e repercutem diretamente sobre todos os entes. 
 
Em relação ao inciso XXIII em particular, é válido observarque a 
seguridade social pode ser subdividida em três ramos: 
 
 
 Ou seja, a CF/88 delega à União a competência para legislar sobre o 
sistema maior que é a seguridade. 
Contudo, o art. 24, logo adiante, apresenta uma especificidade: 
 
 
 Novamente temos aplicação da lógica que à União concede-se a 
prerrogativa de tratar do que é mais abrangente, vale dizer, sobre um sistema 
de normas mais extenso. 
Seguridade Social
Previdência Social Assistência Social Saúde
Art. 22, XXIII
Competência privativa da 
União
Seguridade Social
Art. 24, XII
Competência concorrente
(União, Estados e DF)
Previdência Social e defesa 
da Saúde
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 Já os entes subnacionais (Estados, DF e Municípios) terão atuação mais 
pontual ou suplementar. 
 
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional; 
XXV - registros públicos; 
 
 
 
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza; 
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as 
modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e 
fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o 
disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de 
economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; 
XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e 
mobilização nacional; 
XXIX - propaganda comercial. 
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a 
legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste 
artigo. 
 
(1) Embora o parágrafo único não cite explicitamente o DF, subtende-se que 
este também pode ser polo passivo de delegação das competências do artigo. 
(2) Por fim, uma observação: as bancas costumam cobrar bastante o rol de 
competências privativas da União. Considerem isso durante as revisões! 
 
Art. 22, XXV
Competência privativa da 
União
Registros públicos
Art. 24, III
Competência concorrente
(União, Estados e DF)
Juntas comerciais
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10- (CESPE/ Auditor – FUB / 2015) No que se refere à 
organização político-administrativa do Estado brasileiro, julgue o item 
seguinte. 
O constituinte brasileiro proibiu que a União delegasse aos estados e ao 
Distrito Federal a competência para legislar sobre matérias de sua 
competência privativa. 
Resolução: Errado. Diferentemente das competências exclusivas (que 
excluem as ações dos demais entes), o trato específico de questões 
relacionadas às competências privativas pode ser “delegado” aos Estados (e 
ao DF) mediante lei complementar. 
11- (CESPE/ Técnico Judiciário do TRE – GO / 2015) 
Julgue o item subsecutivo, referentes aos direitos políticos e à organização 
político-administrativa do Estado brasileiro. 
É competência privativa da União legislar acerca do direito eleitoral. 
Resolução: Correto. Para além de memorizar mnemônicos, podemos pensar 
da seguinte maneira. 
 A princípio, o direito eleitoral precisa da coordenação de uma instância 
nacional, assim, a competência privativa é da União. Porém, as eleições 
também acontecem nos entes subnacionais. Deste modo, os Estados e o DF 
também podem, mediante autorização de lei complementar da União, tratar a 
respeito de algumas especificidades dessa matéria. 
12- (FGV / Analista Judiciário do TJ – RJ / 2014) 
Determinado Estado, com o objetivo de zelar pela infância e pela juventude, 
bem como por inexistir lei federal que trate da matéria, decide editar lei 
disciplinando a data de vencimento das mensalidades escolares, dispondo que 
estas deveriam ser estabelecidas entre o dia 5 e o dia 10 de cada mês. Com 
isso, haveria tempo hábil para que os responsáveis recebessem seus salários, 
o que costuma ocorrer na referida época do mês, e efetuassem o respectivo 
pagamento. É correto afirmar que essa lei estadual é: 
a) inconstitucional, pois a data de vencimento das mensalidades escolares é 
matéria afeta ao direito civil, de competência privativa da União. 
b) constitucional, pois os Estados têm competência concorrente com a União 
para legislar sobre proteção à infância e à juventude. 
c) inconstitucional, pois a data de vencimento das mensalidades escolares 
deve observar as peculiaridades locais, indicativo de que a competência 
legislativa é dos Municípios. 
d) constitucional, pois é competência comum de todos os entes da Federação 
proporcionar os meios de acesso à educação e à cultura. 
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e) inconstitucional, pois a data de vencimento das mensalidades escolares não 
é matéria afeta à lei, submetendo-se, portanto, à livre vontade dos 
contratantes. 
Resolução: Alternativa A. Muito embora a questão se escore em 
jurisprudência específica (abaixo transcrita), é plenamente possível responde-
la com base no art. 22, I, da CF/88. 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI N. 10.989/93 DO 
ESTADO DE PERNAMBUCO. EDUCAÇÃO: SERVIÇO PÚBLICO NÃO 
PRIVATIVO. MENSALIDADES ESCOLARES. FIXAÇÃO DA DATA DE 
VENCIMENTO. MATÉRIA DE DIREITO CONTRATUAL. VÍCIO DE 
INICIATIVA. 1. Os serviços de educação, seja os prestados pelo Estado, 
seja os prestados por particulares, configuram serviço público não 
privativo, podendo ser desenvolvidos pelo setor privado 
independentemente de concessão, permissão ou autorização. 2. Nos 
termos do artigo 22, inciso I, da Constituição do Brasil, compete à União 
legislar sobre direito civil. 3. Pedido de declaração de 
inconstitucionalidade julgado procedente. (STF - ADI: 1007 PE , Relator: 
EROS GRAU, Data de Julgamento: 31/08/2005, Tribunal Pleno, Data de 
Publicação: DJ 24-02-2006 PP-00005 EMENT VOL-02222-01 PP-00007). 
 
 
Art. 23. É competência COMUM da União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios: 
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições 
democráticas e conservar o patrimônio público; 
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das 
pessoas portadoras de deficiência; 
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, 
artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os 
sítios arqueológicos; 
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e 
de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural; 
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à 
tecnologia e à inovação; 
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de 
suas formas; 
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; 
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento 
alimentar; 
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IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das 
condições habitacionais e de saneamento básico; 
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, 
promovendo a integração social dos setores desfavorecidos; 
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de 
pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus 
territórios; 
XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do 
trânsito. 
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperaçãoentre 
a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o 
equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. 
 
(1) O rol supracitado é de fácil assimilação, uma vez que envolve basicamente 
interesses sociais gerais, mais facilmente coordenáveis, podendo mesmo todos 
os entes as exercerem de forma autônoma e em condições de igualdade. 
 
13- (FGV / Agente de Fiscalização de Paulínia – SP / 
2016) Sobre as competências administrativas do Município em comum com a 
União e o Estado, analise as afirmativas a seguir. 
I. Cuidar da saúde e da assistência pública, da proteção e garantia das 
pessoas portadoras de deficiência. 
II. Proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, exceto 
os sítios arqueológicos, de competência exclusiva da União. 
III. Impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e 
de outros bens de valor histórico, inclusive os bens de valor artístico ou 
cultural. 
Está correto o que se afirma em: 
a) I, apenas. 
b) II, apenas. 
c) III, apenas. 
d) I e II, apenas. 
e) I e III, apenas. 
Resolução: Alternativa E. O único problema com o item II é que a proteção 
dos sítios arqueológicos também é competência comum do Município com o 
respectivo Estado e a União (art. 23, III). 
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14- (CESPE / Cargos de Nível Superior – STM / 2018) 
Julgue o item seguinte, relativo à classificação das Constituições e à 
organização político-administrativa. 
É competência comum da União, dos estados e dos municípios fiscalizar a 
produção e o comércio de material bélico. 
Resolução: Errado. Trata-se de competência exclusiva da União (art. 21, 
VI), sequer passível de atuação suplementar dos demais entes. 
 
 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar 
CONCORRENTEMENTE sobre: 
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; 
II - orçamento; 
III - juntas comerciais; 
IV - custas dos serviços forenses; 
V - produção e consumo; 
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e 
dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; 
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e 
paisagístico; 
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a 
bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; 
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, 
desenvolvimento e inovação; 
X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas; 
XI - procedimentos em matéria processual; 
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; 
XIII - assistência jurídica e Defensoria pública; 
XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência; 
XV - proteção à infância e à juventude; 
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis. 
§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União 
limitar-se-á a estabelecer normas gerais. 
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a 
competência suplementar dos Estados. 
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§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a 
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. 
§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a 
eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. 
 
 
(1) Um detalhe importante: o art. 24, §4º não fala em revogação das 
disposições que forem contrárias e sim suspensão. Desta forma, estas 
continuarão em vigor, tendo apenas sua eficácia mitigada. 
 
 
 
 
(2) Conforme já afirmou o STF (RE 194.704), nos casos em que a dúvida 
sobre a competência legislativa recai sobre norma que abrange mais de um 
tema, deve o intérprete acolher interpretação que não tolha a competência 
que detêm os entes menores (como os Estados e o DF, além, é claro, os 
Municípios) para dispor sobre determinada matéria. 
Isso porque o federalismo é um instrumento de descentralização política 
que visa a realizar direitos fundamentais. Assim, se por exemplo a lei federal 
claramente indicar, de forma adequada, necessária e razoável, que os efeitos 
de sua aplicação excluem o poder de complementação que detêm os entes 
menores, é possível afastar a presunção de que, no âmbito regional, 
determinado tema deve ser disciplinado pelo ente menor. 
Porém, na ausência de norma federal que, de forma nítida, retire a 
presunção de que gozam os entes menores para, nos assuntos de interesse 
comum e concorrente, exercerem sua autonomia, eles detêm, nos seus 
respectivos âmbitos de atuação, competência normativa. 
 
Legislação 
concorrente
REGRA
União estabelece 
normas gerais
Estados 
suplementam as 
normas gerais
EXCEÇÃO
(inexistência de lei 
federal de normas 
gerais)
Estados legislam 
plenamente
Superveniência 
de lei federal 
(normas gerais) 
Suspende a 
eficácia da lei 
estadual no 
que lhe for 
contrário 
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15- (FCC / Analista Judiciário do TRF da 3ª Região / 
2016) A União, os Estados e o Distrito Federal possuem competência 
legislativa concorrente sobre todas as seguintes matérias: 
a) Direito agrário, financeiro, econômico e urbanístico; trânsito, transporte, 
custas de serviços forenses, produção e consumo. 
b) Direito do trabalho, tributário, financeiro, econômico e urbanístico; 
orçamento e juntas comerciais. 
c) Direito ambiental, do trabalho e econômico; desapropriação, trânsito e 
transporte. 
d) Direito agrário, financeiro, ambiental; seguridade social, proteção do 
patrimônio cultural e sistema de poupança popular. 
e) Direito tributário, financeiro, penitenciário, ambiental e econômico; 
proteção ao patrimônio cultural e à infância e juventude. 
Resolução: Alternativa E. Vejamos as incorreções: 
Direito agrário, do trabalho, trânsito e transporte, seguridade social, sistema 
de poupança  Competência privativa da União 
16- (CESPE / Auditor TCE – RN / 2015) Acerca da 
organização do Estado brasileiro e da administração pública, julgue o seguinte 
item. No âmbito da competência legislativa concorrente, inexistindo lei federal, 
os estados exercerão competência legislativa plena, mas eventual 
promulgação de lei federal dispondo sobre normas gerais tem o efeito de 
suspender a eficácia da legislação estadual sobre toda a matéria objeto da 
competência concorrente. 
Resolução: Errado. A superveniência de lei federal sobre normas gerais 
suspende a eficácia da lei estadual apenas no que lhe for contrário. 
Entre não haver nenhuma regulação pela falta de lei de normas geral da 
União e haver alguma (por meio de lei estadual), o constituinte deu azo à 
segunda opção. Apenas se a União sanar tal ausência é que as leis estaduais 
poderão ser suspensas, mas, mesmo assim, somente no que lhe contariarem. 
17- (CESPE/ Técnico Judiciário do TRE – GO / 2015) 
Julgue o item a seguir, relativos à organização político-administrativa do 
Estado brasileiro, às disposições gerais dos servidores públicos e ao processo 
legislativo. 
Compete à União, aos estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente 
sobre direito eleitoral e, no âmbito dessa legislação concorrente, a 
competência da União está limitada aoestabelecimento de normas gerais. 
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Resolução: Errado. A competência para legislar sobre direito eleitoral é 
privativa da União. Mais do que editar normas gerais, ela editar a maior parte 
das disposições sobre a matéria, podendo os Estados e o DF, mediante 
autorização de lei complementar, legislar apenas sobre algumas questões 
específicas. 
18- (CESPE/ Técnico Administrativo da ANVISA / 
2016) No que se refere à organização político-administrativa do Estado, 
julgue o próximo item. 
Situação hipotética: O estado de Minas Gerais editou norma geral sobre 
matéria de competência concorrente, ante a ausência de norma geral editada 
pela União. Todavia, meses depois, a União promulgou lei estabelecendo 
normas gerais acerca da matéria. Assertiva: Nessa situação, a lei estadual 
terá sua eficácia suspensa naquilo que for contrária à lei federal. 
Resolução: Correto. Trata-se do disposto no art. 24, §§1º a 4º. 
 
 
 Avancemos. 
 
Tendo em vista o princípio da predominância do interesse, assim 
estabeleceu a Constituição Federal: 
 
Art. 30. Compete aos Municípios: 
[PRIVATIVAMENTE] 
I - legislar sobre assuntos de interesse local; 
[SUPLEMENTARMENTE] 
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; 
[PRIVATIVAMENTE] 
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar 
suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar 
balancetes nos prazos fixados em lei; 
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual; 
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou 
permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte 
coletivo, que tem caráter essencial; 
 
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(1) Cabe um adendo em relação ao inciso V. A competência dos Municípios 
em relação ao tópico abrange apenas a organização e prestação de serviços de 
transporte coletivo intramunicipal. Os demais pontos correlatos são de 
competência da União e (residualmente, ou seja, no caso do transporte 
intermunicipal, dos Estados). 
REVISANDO 
Compete exclusivamente à União: 
 Explorar (i) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura 
aeroportuária; (ii) os serviços de transporte ferroviário e 
aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou 
que transponham os limites de Estado ou Território; (iii) os 
serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional 
de passageiros; (iv) os portos marítimos, fluviais e lacustres; 
 Instituir diretrizes para transportes urbanos; 
 Estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de 
viação. 
Compete privativamente à União: 
 Legislar sobre diretrizes da política nacional de transportes 
e trânsito e transporte. 
 
(2) No RE 596.489-AgR/RS, o STF declarou inconstitucional lei 
municipal que, “atravessando” competência legislativa concorrente, 
utilize-se do argumento do interesse local para restringir ou ampliar as 
determinações contidas em texto normativo de âmbito nacional. 
 
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, 
programas de educação infantil e de ensino fundamental; 
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, 
serviços de atendimento à saúde da população; 
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante 
planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo 
urbano; 
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a 
legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual. 
 
 
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Para fechar a análise deste tópico vejamos como o STF tem se orientado 
em relação a alguns temas que geraram controvérsia. 
 
Matéria É competência... 
Destinação de armas apreendidas e 
em situação irregular. 
Exclusiva da União, com base no art. 
21, VI (ADI 3.258). 
Estabelecimento de prazos 
máximos, segundo a faixa etária 
dos usuários, para a autorização de 
exames pelas operadoras de plano 
de saúde. 
Exclusiva e privativa da União, com 
base nos art. 21, VIII e 22, VII (ADI 
4.701). 
Manutenção de serviços postais. Privativa da União, com base no art. 
22, V (ADI 3.080). 
Obrigatoriedade, para as 
operadoras de serviço de telefonia 
móvel, consistente na instalação e 
na manutenção de bloqueadores de 
sinais de radiocomunicações nos 
estabelecimentos penais. 
Privativa da União, com base no art. 
22, IV (ADI 5.253). 
Estipulação de prazo de validade de 
crédito de celular pré-pago. 
Privativa da União, com base no art. 
22, IV (ADI 4.715 MC). 
Estabelecimento de restrições a 
empresas que discriminarem na 
contratação de mão de obra. 
Privativa da União para legislar sobre 
normas gerais de contratação 
administrativa, em todas as 
modalidades, para as administrações 
públicas diretas, autárquicas e 
fundacionais de todos os entes da 
Federação, com base no art. 22, XXVII, 
e exclusiva para dispor sobre direito 
do trabalho e inspeção do trabalho, com 
base nos art. 21, XXIV, e art. 22, I (ADI 
3.670). 
Imposição de prestação de serviço 
de segurança em estacionamento a 
pessoa física ou jurídica que 
disponibilize local para 
estacionamento. 
Privativa da União para legislar sobre 
direito civil, com base no art. 22, I (ADI 
451). 
Estabelecimento de prioridade de 
tramitação processual para as 
causas em que for parte mulher 
vítima de violência doméstica. 
Privativa da União para legislar sobre 
direito processual, com base no art. 22, 
I (ADI 3.483). 
Fixação da data de vencimento de 
mensalidades escolares. 
Privativa da União para legislar sobre 
direito civil, com base no art. 22, I (ADI 
1.007). 
Regulamentação de profissões. Privativa da União para legislar sobre 
organização do sistema nacional de 
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Curso: Direito Constitucional 
Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas 
Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 
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emprego e condições para o exercício 
de profissões, com base no art. 22, XVI, 
e exclusiva para organizar, manter e 
executar a inspeção do trabalho, com 
base no art. 21, XXIV (ADI 3.610). 
Instituição e/ou regulamentação de 
bingos e loterias. 
Privativa da União para legislar sobre 
sistemas de consórcios e sorteios, com 
base no art. 22, XX (Súmula Vinculante 
nº 2). 
Autorização, reconhecimento e 
credenciamento de cursos em 
instituições superiores privadas. 
Privativa da União para legislar sobre 
diretrizes e bases da educação nacional, 
com base no art. 22, XXIV (ADI 2.501). 
Fixação de horário de 
funcionamento de estabelecimento 
comercial. 
Privativa do Município para legislar 
sobre assuntos de interesse local, com 
base no art. 30, I (Súmula Vinculante 
nº 38). 
Estabelecimento vencimentos dos 
membros das Polícias Civil e Militar 
e do Corpo de Bombeiros Militar do 
Distrito Federal. 
Compete exclusivamente à União 
organizar e manter a polícia civil, a 
polícia militar e o corpo de bombeiros 
militar do Distrito Federal, nos termos 
do art. 21, XIV (vide Súmula Vinculante 
nº 39). 
Transporte de cargas vivas. Privativa da União para legislar sobre 
trânsito e transporte, com base no art. 
22, XI (ADPF 514). 
Horário de verão. Exclusiva e privativa

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