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CASO DA RAÇÃO VENCIDA
CARNES PARA A FAMÍLIA
2
 
Elaborado por: Barbara Maria Costa Silva Barcellos
Disciplina: Compliance
Turma: COMPLEAD_T0059_0320
3
Cabeçalho
Órgão solicitante Conselho da Administração Superior da empresa Carnes para a Família.
Assunto Elaboração de parecer quanto ao uso de ração vencida dada aos animais, podendo 
prejudicar a saúde do rebanho, bem como a qualidade das suas carnes que serão vendidas a 
posteriori.
4
 
Ementa
O caso em análise trata de uma descoberta feita pelo auditor interno, Sr. José. O profissional 
constatou, durante uma auditoria interna, irregularidade nas dependências da empresa Carnes para a 
Família: a ração fornecida aos animais encontrava-se fora do prazo de validade, colocando em risco a 
saúde do rebanho e, possivelmente, contaminando as suas carnes, que são distribuídas pelo país. 
O Sr. José informou à alta administração o fato. Entretanto, foi informado de que a entidade 
empresária adquire o alimento com um melhor preço, em razão da proximidade da data de 
vencimento e, tendo em vista que o auditor faz parte do corpo de funcionário da companhia, não 
deveria mais tocar no assunto.
O parecer exposto tem como objetivo analisar a ocorrência relatada e a conduta da alta 
direção quanto a irregularidade reportada. Para tanto, preliminarmente, examinar-se-á as obrigações 
do Sr. José como colaborador e indivíduo ético, bem como as obrigações da companhia diante da 
situação informada, apontando qual deveria ser a sua atuação e seu posicionamento, sob a 
perspectiva do compliance e governança corporativa. 
Em seguida, identificar-se-á as semelhanças e diferenças entre auditor e compliance officer. 
Por fim, em considerações finais, apresentar-se-á a opinião desta parecerista, se o auditor tem a 
mesma independência do compliance officer e se o Sr. José deve obediência aos gestores da 
organização.
5
Relatório
Auditoria interna é um controle administrativo que goza de independência. Possui a 
responsabilidade de conduzir procedimentos rotineiros de investigações com a intuito de examinar a 
existência de possível irregularidade, de maneira a atenuar as chances de falhas, fraudes, erros ou 
práticas ineficazes e corruptas. Além de averiguar a eficácia da obediência das normas, das leis e 
regulamentos.
Esse departamento direciona a empresa a alcançar suas metas, através de uma sistemática e 
meticulosa análise de avaliação e melhoramento da efetividade dos processos de gerenciamento de 
riscos, controle e governança corporativa. Dessa forma, agrega-se valor e aperfeiçoa-se as operações 
realizadas pela sociedade empresária.
Nesse sentido, no decorrer de um processo de auditoria habitual, constatou-se uma prática 
em desacordo com as normas, leis e regulamentos. O Sr. José, auditor interno, apurou que as rações 
dadas aos animais do estabelecimento Carnes para a Família, líder do mercado de distribuição de 
carnes, encontravam-se vencidas.
Ao reportar a descoberta à Alta Direção, tendo em vista a saúde dos animais afetada como 
resultado do alimento fora do prazo de validade e o risco financeiro para a instituição - uma vez que a 
extração da carne seria objeto de comercialização futura -, foi advertido que a administração possuía 
conhecimento do fato e, como obtém o mantimento com um melhor preço, em razão da validez, 
prosseguiu com a compra. Foi avisado ainda que, por ser um funcionário da corporação, não deveria 
mais tocar no assunto.
À vista disso, tem-se as considerações a seguir:
● OBRIGAÇÕES DO SR. JOSÉ COMO AUDITOR:
O Sr. José, no cargo de auditor, possui autonomia e independência funcional. Significa que, 
no âmbito de suas atribuições, o auditor atua sem interferência de nenhum outro departamento e é 
independente no seio da organização em que audita, ou seja, não é subordinado aos setores que 
supervisiona. Dirige-se somente à alta direção da instituição, quando da comprovação de evidência 
objetiva de não-conformidade.
Por conseguinte, ao detectar a falha no processo de produção, agiu de forma correta ao 
relatar à alta gestão. Em que pese ser advertido pelo gestores da corporação Carnes para a Família, 
seu diagnóstico deve prezar a sua autonomia e independência, livre de qualquer tendência e interesse 
de conflito. Sua investigação deve prestigiar os procedimentos que estão em conformidade com as 
diretrizes legais e normativas da firma empresária.
É salutar que haja indício comprobatório da prática aparentemente anômala identificada na 
execução da auditoria. Para isso, é recomendado seguir alguns cuidados.
6
 
Tomar conhecimento de quaisquer circunstância significativa para ocorrência do evento 
inadequado, ilícito ou irregular. No caso em tela, rações vencidas, enquadra-se tanto no 
cenário inadequado, pois é impróprio, não recomendável que se forneça alimentação fora da 
validez. Tanto ilegal, uma vez que o alimento vencido pode colocar em risco a saúde do 
rebanho, causando intoxicações, dor de barriga, lesão renal, dentre outras reações adversas, 
prejudicando a qualidade da carne que será extraída para venda, que poderá contaminar o 
consumidor final. Vide processo judicial que condenou os fabricantes de ração a indenizarem 
os donos dos animais que ingeriram ração contaminada, bem como firmou-se ajustamento de 
conduta junto ao Ministério Público. No caso em tela, não foi o fabricante que vendeu a ração 
vencida, mas a empresa Carnes para a Família, armazenou e administrou alimento vencido 
para o rebanho, ração essa que pode facilmente está contaminada devido ao seu exaurimento 
de validade. Dessa forma, pode transmitir contágio ou infectar o cliente e ter que enfrentar 
processos civis e penais. A atitude prática está em completo desacordo e desconformidade 
com as normas e diretriz que uma empresa pode estabelecer.
CONSUMIDOR E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO INDENIZATÓRIA 
LASTRADA EM TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA FIRMADO EM 
AÇÃO CIVIL PÚBLICA. APELAÇÃO; VÍCIO DO PRODUTO. MORTE DE 
ANIMAIS POR INGESTÃO DE RAÇÃO CONTAMINADA POR TOXINAS 
FÚNGICAS DENOMINADAS AFLATOXINAS B1. AÇÃO CIVIL PÚBLICA 
PROPOSTA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO E ACORDO DE AJUSTAMENTO 
DE CONDUTA COM OS FABRICANTES DO PRODUTO, QUE SE 
COMPROMETERAM A INDENIZAR TODOS OS CONSUMIDORES 
VÍTIMAS DO EVENTO. PROVA DA MORTE DE 11 CÃES DE 
PROPRIEDADE DA AUTORA. DANO MORAL E MATERIAL 
CONFIGURADOS E COMPROVADOS. ARBITRAMENTO EM VALORES 
ADEQUADOS E RAZOÁVEIS. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO 
DESPROVIDO.
(TJ-RJ-APL:01019518820078190001. RIO DE JANEIRO. CAPITAL 3ª 
VARA EMPRESARIAL, Relator LUIZ FERNANDO RIBEIRO DE 
CARVALHO. Data do Julgamento 05/11/2014. TERCEIRA CÂMARA 
CÍVEL. Data da Publicação 11/11/2014.
Averiguar, a todo momento, a veracidade dos fatos, livre de seus próprios interesses.
Auditar de forma independente e autônoma, respeitando a imparcialidade.
Reunir o conjunto de fatos, documentos, eventos e situações que corroboram com o 
indicativo de não-conformidade. 
A conclusão do auditor deve ser fidedigna, plausível, suficiente, relevante e objetiva para 
formar uma base sólida que justifique decisão de correção e sanção.
Por fim, o auditor deve cumprir o sigilo profissional, isto é, não divulgar a informação a 
terceiros sobre.
Nesse sentido, o auditor tem a obrigação de observar os procedimentos utilizados pela 
empresa. Empregar com habilidade e técnica na auditoria prestada, garantindo integridade, 
adequação e eficiência dos meios empregados por ele. É seu dever também comunicar tão logo à 
Administração Superior da irregularidade, falha, fraude ou algum outro erro operacional, como o da 
ração vencida que poderá gerar um prejuízo a empresa e aos consumidores de seus produtos. 
Observar e se certificar das providências tomadas quanto a não-conformidade.
7
 
● OBRIGAÇÕES DO SR. JOSÉ COMO INDIVÍDUO ÉTICO:
Ética é entendida como o conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um 
indivíduo, de um grupo social ou de umasociedade. O Sr. José deve ter um posicionamento à frente 
do ocorrido. Primeiramente, detectar, analisar, examinar os fatos e reportar à alta gestão.
Caso nenhuma diligência seja feita, o Sr. José deve ter a coragem de procurar a Agência 
Nacional de Vigilância Sanitária para coibir a continuação da ato irregular, ainda que possa custar o 
seu emprego. Ele deve ter em mente que é o certo a se fazer, é o honesto e isso porque há o valor 
moral, ele tem a responsabilidade com o coletivo, pessoas que vão adquirir posteriormente a carne 
possivelmente contaminada.
● OBRIGAÇÕES DA EMPRESA CARNES PARA A FAMÍLIA COMO EMPREGADORA:
Para uma sociedade empresária conseguir se destacar na atualidade é difícil. As exigências 
dos consumidores estão cada vez mais rígidas. A sociedade vem suportando cada vez menos o 
“jeitinho”. Uma solução para isso é a empresa contar com um bom programa de Programa de 
Compliance e Governança Corporativa. Desse modo, consegue transmitir dados e informações do seu 
produto de maneira transparente aos clientes. Um jeito de conquistar a clientela pela honestidade, 
qualidade pouco priorizada pelas corporações.
Com uma governança de inexorável habilidade, a empresa dispõe de melhores chances de se 
manter líder no mercado, de crescer ainda mais, além de minimizar qualquer tipo de empecilho. 
Atrelar a governança de qualidade ao programa de compliance bem estruturado é sucesso certo. Um 
programa de compliance sistematizado, estruturado, organizado e objetivo, mitiga a probabilidade de 
fraudes e atitudes destoantes das diretrizes do empreendimento empresário, que por ventura a 
auditoria venha detectar.
Por isso é fundamental que a instituição concretize programas de compliance e de 
governança, departamentos liderados por pessoas altamente capacitada e treinadas. Por 
consequência, quanto maior e melhor capacitado for o profissional, melhor e mais minuciosa será a 
sua auditoria. Elevando o grau de sua credibilidade.
Nesse sentido, o Sr. José detinha a capacidade e treinamento profissional. Prova disso é a 
apuração da irregularidade. Prática incompatível com os fundamentos de compliance que pode 
ensejar prejuízos ao rebanho, no que se refere à saúde, e risco de negócio para a empresa. Razão 
pela qual reportando-se imediatamente à alta gestão. 
Pelo exposto, a Carnes para a Família assim que notificada da prática irregular, tem o dever 
legal de corrigi-la. Em outras palavras, a obrigação de retirar a ração vencida, inutilizando-a e 
descartando-a corretamente. Reparar os possíveis danos causados, eliminando focos de processos 
judiciais e administrativos, que danificariam a reputação da empresa. Ademais de respeitar a 
8
 
independência e autoria do departamento de auditoria e furtar-se de comunicações intimidadoras com 
os funcionários.
● ATUAÇÃO E POSICIONAMENTO DA ALTA GESTÃO COM BASE NOS PRINCÍPIOS DO 
COMPLIANCE E GOVERNANÇA CORPORATIVA DA ORGANIZAÇÃO: 
A governança corporativa empenha esforços para garantir ou recuperar a confiabilidade do 
mercado na empresa. Busca, assim, o crescimento econômico e financeiro da firma. Assegurando-se 
que as condutas de shareholders e stakeholders tenham a maior clareza possível.
A alta gestão deveria agir com ética e responsabilidade, respeitando os princípios 
disseminados no programa de compliance, a fim de manter a integridade do seu nome no mercado, a 
qualidade do produto e evitar prejuízos futuros. Todavia, optou por passar uma imagem aos 
funcionário de que o compliance está somente no papel, pois se a alta direção não cumpre, qual é a 
razão dos subordinados cumprirem?
Não obstante tal fato ter ocorrido, a alta gestão agiu com imperatividade quando informou ao 
ao Sr. José que não devesse mais tocar no assunto. A alta direção precisa entender que o auditor 
possui autonomia profissional e se os administradores discordam do diagnóstico da auditoria, devem 
analisar os fatos de forma conjunta.
Cerceando o auditor da forma que fez, pode ter afastado um principal meio de controle 
dentro da instituição. Além de colocou em dúvida a autoridade, autonomia e independência do Sr. 
José. Trata-se de um erro que poderia ser evitado. Não há nada de errado em adquirir insumos 
próximos a data de vencimento, desde que haja planejando o seu uso dentro da sua validez. Se esse 
cuidado fosse tomado, a situação não chegaria ao nível que chegou.
● SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS ENTRE AS FUNÇÕES DE AUDITOR E COMPLIANCE OFFICER: 
Auditoria interna é uma atividade objetiva e independente dos demais setores que investiga. 
A auditoria presta serviço de avaliação e consultoria. Seu compromisso é agregar valor e aprimorar as 
operações realizadas pela instituição. Ao passo que o compliance officer, designado também de 
responsável pela supervisão geral na organização, é o principal encarregado de fiscalizar e gerenciar 
qualquer discrepância de conformidade. Interessante lembrar que a pessoa que ocupa a função de 
compliance officer tem a principal atividade de atuar como conselheiro da organização, à vista disso 
compliance officer é cargo de confiança.
APONTANDO SEMELHANÇAS: 
Tanto auditor, quanto compliance officer gozam de independência e autonomia em relação às 
demais repartições da firma, incluindo até mesmo a alta gestão.
Ambos têm a atribuição de zelar pela reputação da sociedade empresarial.
9
Tanto uma quanto a outra possuem empenho na estruturação do plano de compliance e 
auditoria junto ao setor de recursos humanos.
Acesso livre e direto à Administração Superior e ao Conselho Administrativo.
Divulgação das normas, regulamentos, princípios e diretrizes da companhia.
São pilares da governança corporativa, mesmo que sejam áreas autônomas.
APONTANDO DIFERENÇAS: 
Compliance officer é incumbido de implementar, acompanhar, supervisionar e gerir atividades 
relacionadas ao Compliance. Ao passo que o auditor examina se o fiscaliza se as normas 
estabelecidas pelo compliance estão sendo cumpridas.
Auditor detecta e indica irregularidades, sugerindo e estimulando a correção. À proporção que 
o compliance officer previne e busca antecipar as falhas operacionais, solucionando de sorte a 
dirimir as consequências.
Compliance officer busca aumentar a eficácia e o procedimento de segurança interno, 
permanecendo em contato com os responsáveis de cada setor com o intuito de disseminar as 
diretrizes estabelecidas pela Alta Gestão. À medida que o auditor atua de forma pontual com 
enfoque técnico e objetivo.
O compliance officer é um líder, elabora planos e projetos, traça estratégias de gerenciamento 
de risco, de maneira a garantir o cumprimento do compliance. Enquanto o auditor analisa e 
examina a eficácia dos processos de produção já existentes, objetivando amparar a 
administração no cumprimento das normas e diretrizes.
O compliance officer estabelece procedimento e atividades diariamente com o instituído de 
conscientizar stakeholders e colaboradores a cumprir as regras, diretrizes, normas e leis. Ao 
tempo que o auditor trabalha através de exames, avaliações, levantamento de informações e 
comprovações.
Conclui-se, portanto, que, malgrado as funções pareçam semelhantes à primeira vista, na 
verdade são áreas que se completam. O compliance faz parte da estrutura de controle, ao passo que 
a auditoria, avalia a estrutura. O compliance estabelece e define regras, procedimento e 
treinamentos; a auditoria identifica oportunidade de aperfeiçoamento, tornando os controles mais 
eficientes. O propósito dos dois setores é melhorar a eficiência dos processos de controle pela 
instituição.
10
 
Fundamentação
A análise do caso e o parecer tomaram como fundamento os seguintes dispositivos:
Lei nº 12.846/2013 - Dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas 
jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira, e dá 
outras providências.
Decreto nº. 8.420/2015 - Regulamenta a Lei nº 12.846, de 1º de agostode 2013, que dispõe 
sobre a responsabilização administrativa de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a 
administração pública, nacional ou estrangeira e dá outras providências.
Norma ABNT ISO 19600 - Denominada também como ISO Compliance, pois que contém 
diretrizes sobre sistemas de gestão da compliance.
11
Considerações finais 
● AUDITOR INTERNO TEM A MESMA INDEPENDÊNCIA QUE O COMPLIANCE OFFICER:
Observando as semelhanças e diferenças entre auditor interno e compliance officer, entende-
se que para implementar uma governança corporativa de qualidade, faz-se necessário conceder a 
independência necessária para os dois setores, auditoria interna e compliance officer, isto é, o 
trabalho do Compliance Officer, igualmente ao do auditor interno, deve possuir total garantia de 
independência. 
Nessa linha, o Decreto nº. 8.420/2015, que regulamentou a Lei nº. 12.846/2013, Lei 
Anticorrupção Brasileira, no artigo 42, inciso X, consagra e brinda a independência:
“IX - independência, estrutura e autoridade da instância interna 
responsável pela aplicação do programa de integridade e 
fiscalização de seu cumprimento”.
Pelo exposto no presente relatório, é inegável a independência das funções para a boa saúde 
empresarial da firma. Julga-se que o auditor interno possui a mesma independência que o compliance 
officer, nem mais nem mesmo. Todavia, vislumbra-se que a alta gestão tentou intimidar o Sr. José. 
Além de demonstrar, de forma errônea, que havia um possível controle e subordinação do auditor aos 
interesses da administração.
● O SR. JOSÉ DEVE OBEDIÊNCIA AOS GESTORES DA ORGANIZAÇÃO:
Não obstante a instituição ter a palavra final, o auditor não deve agir com negligência e 
imprudência. Ainda que o relatório do Sr. José reverencie a imparcialidade, deve abordar a prática 
destoante, sob todos os prismas, de maneira que a alta gestão tome a melhor decisão para resolução 
do problema preservando a organização e o seu bom nome.
O auditor, muitas vezes, é malvisto por ser aquele que enxerga a discrepância e expõe à alta 
administração. Essa atitude, às vezes, é mal interpretadas por colegas de trabalho, que pensam que o 
auditor está ali para “dedurar” o funcionário. Contudo, essa profissão de pouca simpatia, exige que o 
profissional tenha honestidade e fidelidade à organização que atua. A principal qualidade de um 
auditor, seja talvez, a coragem. Isto porque nem sempre a alta gestão irá ficar contente com o 
apontamento do problema, como no caso da intimidação feita pela Carnes para a Família.
No entanto, a auditoria tem o papel fundamental para garantir a boa organização da 
corporação. Sendo assim, em que pese a atitude vergonhosa da Carnes para a Família, o Sr. José 
deve permanecer firme em seu relatório de auditoria e se certificar que providências serão tomadas. 
12
 
O papel dele também é de proteger a instituição, por vezes, até mesmo dos seus controladores, 
administradores, gestores. Caso a alta administração permaneça inerte, o Sr. José o compromisso de 
procurar os meios de queixa, seja através de canais de denúncias (hotlines), seja diretamente com o 
compliance officer.
13
Referências bibliográficas
Pestana, Marcio. Lei anticorrupção: exame sistematizado da Lei n. 12.846/2013. Marcio Pestana. - 
Barueri, SP: MAnole, 2016. Disponível em 
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520450567>. Acesso em 01 de maio de 
2020.
Dipp, Gilson. Comentários sobre a Lei Anticorrupção / Gilson Dipp, Manoel L. Volkmer de Castilho. - 
São Paulo: Saraiva, 2016. - (Série IDP: Linha Doutrina). Disponível em 
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788502630987>. Acesso em 02 de maio de 
2020.
Silveira, REnato de Mello Jorge. Compliance, direito penal e lei anticorrupção / Renato de Mello Jorge 
Silveira, Eduardo Saad-Diniz. - São Paulo: Saraiva, 2015. Disponível em 
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788502622098>. Acesso em 03 de maio de 
2020.

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