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1 
UMA ABORDAGEM SOBRE A PRÁTICA DA AUDITORIA AMBIENTA L NAS 
EMPRESAS LISTADAS NO ÍNDICE DE SUSTENTABILIDADE EMP RESARIAL – 
ISE/BOVESPA ENTRE 2005 E 2010 
 
Denisa Maria Borçato (Fecap), denisaborcato@hotmail.com 
Enio Yamada (Fecap), enioy@hotmail.com, 
Anisio Candido Pereira (Fecap), profanisio@fecap.br 
 
RESUMO 
A pesquisa buscou fundamentar a aplicabilidade dos procedimentos da Auditoria Ambiental 
às empresas listadas pelo ISE/Bovespa. Dessa forma, os objetivos buscaram enfocar o tema 
Auditoria Ambiental, no contexto da responsabilidade empresarial e do desenvolvimento 
sustentável das empresas listadas pelo ISE/Bovespa. Sendo este, um índice que demonstra a 
Sustentabilidade das empresas, o estudo levantou e analisou as Práticas da Auditoria 
Ambiental adotadas pelas 10 empresas classificadas nas edições 2005 a 2010 do ISE. Quanto 
à metodologia, entendeu-se que a pesquisa descritiva/exploratória de abordagem qualitativa 
seria a mais adequada. Quanto à técnica de coleta de dados, utilizou-se a análise documental e 
o método de análise dos dados foi à análise de conteúdo dos relatórios pesquisados. A 
conclusão a que se chegou foi que a Auditoria Ambiental Independente foi realizada por 
apenas seis (06) das 10 empresas pesquisadas. Espera-se contribuir para outros estudos que 
busquem avaliar o reflexo das alterações que estão sendo propostas pelos órgãos reguladores 
da Auditoria Ambiental no Brasil e suas relações com as “Boas Práticas” de Governança 
Corporativa. 
 
Palavras Chaves: Auditoria Ambiental, Governança Corporativa, Contabilidade Ambiental, 
Sustentabilidade, Desenvolvimento. 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
1.1 – CONTEXTUALIZAÇÃO 
 
 
Nas últimas décadas as empresas vêm sendo marcadas por importantes 
transformações, o ambiente competitivo em que estão inseridas pode ser considerado fator 
delimitante para o surgimento de novas oportunidades de negócios e mercados. O visível 
desenvolvimento industrial ligado ao avanço tecnológico trouxe consigo também certo 
desequilíbrio na natureza, em que recursos naturais são extraídos de forma indiscriminada 
para satisfazer as mais variadas necessidades humanas. As atividades humanas abarcadas ao 
consumismo vem provocando um grande impacto sobre os sistemas naturais existentes. O 
modelo econômico atual modificou e aperfeiçoou em muitos aspectos, mas causaram 
profundas transformações ambientais, algumas inegavelmente irreversíveis (CAMARGO, 
 
 
2 
2003, p. 14). É importante destacar que a velocidade de crescimento econômico e a 
necessidade de diversificação produtiva têm levado as empresas a buscarem novas 
alternativas sustentáveis. 
Por outro lado leis e normas ambientais são publicadas a fim de sanar o problema. No 
Brasil com o advento da conhecida “Constituição Cidadã”, mediante a promulgação da 
Constituição Federal de 1988, declara em seu Capitulo V em seu artigo 225, denominado Do 
Meio Ambiente que: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem 
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à 
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações” 
(BRASIL, 2005). No entanto as Leis e Normas ambientais por si só, não são suficientes, 
requer também a conscientização do próprio homem. 
Desta forma, o Princípio 4 da Declaração do Rio sobre o Meio Ambiente e 
Desenvolvimento expressa que “Para se alcançar um desenvolvimento sustentável, a proteção 
ambiental deve constituir parte integrante do processo de desenvolvimento e não pode ser 
considerada separadamente”. (Declaração do Rio, 1992). Para fins de identificação e 
avaliação dos impactos causados pelo homem à natureza, surgem alguns procedimentos que 
podem amenizar ou até inibir tais impactos causados a natureza como o Desenvolvimento 
Sustentável. 
Sendo o Desenvolvimento Sustentável um instrumento adotado por muitas empresas 
como forma de auxiliá-las a controlar o atendimento às políticas, práticas, procedimentos e/ou 
requisitos estipulados com o objetivo de evitar a degradação ambiental, tem se tornado uma 
eficiente ferramenta para a minimização dos riscos do negócio e diferenciação estratégica 
competitiva de mercado. Mesmo assim, ainda por si só não é garantia de que os 
procedimentos adotados atendem as conformidades legais, necessita ainda da atuação da 
Auditoria Ambiental para certificar-se de que os procedimentos e ações atendem as 
conformidades legais. 
Quanto à construção do conhecimento, pretendem-se com a pesquisa, buscar 
fundamentação teórico-científicas que fundamente a aplicabilidade dos procedimentos da 
Auditoria Ambiental às empresas listadas pelo ISE/Bovespa, abrindo também, oportunidades 
para novas pesquisas quanto as Práticas da Auditoria Ambiental no Brasil. 
Portanto para responder os objetivos propostos da presente pesquisa buscou-se 
responder as seguintes questões: a) Como as variáveis ambientais são divulgadas pelas 
empresas classificadas no ISE/Bovespa, que se mantiveram na classificação em todas as 
edições? b) As Empresas Classificadas no Índice de Sustentabilidade Empresarial – ISE entre 
2005 e 2010, utilizam a Auditoria Ambiental como ferramenta de confirmação da 
Sustentabilidade Empresarial? E, c) As empresas que se utilizam da Auditoria Ambiental a 
realiza de forma Voluntária ou Preventiva? 
Dessa forma, os objetivos do presente estudo busca enfocar o tema Auditoria 
Ambiental no contexto da responsabilidade empresarial e do desenvolvimento sustentável das 
empresas listadas pelo ISE/Bovespa. Sendo este, um índice que demonstra a Sustentabilidade 
das empresas, com o estudo pretendeu-se: levantar e analisar a utilização dos procedimentos 
da Auditoria Ambiental pelas 10 empresas classificadas nas edições 2005 a 2010 do ISE, de 
forma a analisar se a Auditoria Ambiental foi praticada pelas empresas selecionadas no 
período, em caso afirmativo se esta foi de forma voluntária ou preventiva. 
O trabalho se justifica, pois o conhecimento das Práticas da Auditoria Ambiental 
atreladas a confirmação das Práticas de Sustentabilidade pelas empresas listadas no 
ISE/Bovespa pode ser útil, não somente para as decisões tomadas pelos stakeholders mas 
 
 
3 
como um diferencial competitivo para as empresas que as adotam. A Auditoria Ambiental, tal 
qual um processo de auditoria convencional, inclui em seus objetivos, escopo e critérios de 
avaliação, o quesito ambiental. Assim, a Auditoria Ambiental segue o mesmo processo de 
uma auditoria operacional, em que os procedimentos são avaliados. 
No entanto não se pretendeu esgotar o assunto, mas espera-se que contribua com 
pesquisas futuras e favoreça um aprofundamento maior do conhecimento cientifico da atuação 
da Contabilidade sobre as questões ambientais, traçando um alinhamento em relação ao que e 
como o assunto vem sendo abordado, quais as metodologias utilizadas pelos pesquisadores, 
bem como, de que forma o que está sendo pesquisado vem contribuindo para a atualização 
das bases de dados, fundamentais para realização da pesquisa em Auditoria Ambiental no 
Brasil. 
 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
 
Neste tópico são discutidos os conceitos de Auditoria Ambiental e do Indice de 
Sustentabilidade Empresarial- ISE – BOVESPA. A abordagem dos referidos assuntos tem 
como objetivo discutir e promover embasamento teórico para os aspectos que permeiam a 
produção científica em Auditoria Ambiental. 
 
 
2.1 Auditoria Ambiental 
 
 
A Auditoria Ambiental pode ser considerada um assunto recente, no entanto está 
relacionada à parte dos trabalhos de avaliação dos controles ambientais das empresas, tal qual 
ocorre na Auditoria Contábil Convencional, focada a evitar ou reduzir os riscos de possíveis 
desastres em grandes áreas. A Auditoria Ambiental surge para investigar, examinar, levantar e 
prevenir todos os problemas que poderão causar danos, imediatos ou futuros ao meio 
ambiente. 
Barbieri (2006, p 204-205) definiu a Auditoria Ambiental, em relaçãoàs Normas ISO 
19.011 como: “ um processo sistemático, documentado e independente para obter evidências 
de auditoria e avaliá-las objetivamente para determinar a extensão na qual os critérios de 
auditoria são atendidos”. 
Cabe a Auditoria Ambiental investigar os atos negligênciosos que a sociedade pode 
causar ao meio ambiente, desta forma a Auditoria Ambiental, também recomenda, através dos 
seus pareceres, medidas preventivas ou de reparo aos danos, evitando que a organização sofra 
penalidades futuras. Para Donaire, (2008, p. 122) a auditoria ambiental: “é um fator 
importante para a efetiva política de minimização dos impactos ambientais das empresas e 
redução de seus índices de poluição”. 
No início, das primeiras discussões, a Auditoria Ambiental buscava somente a 
adequação das fábricas às leis existentes nos estados, dentro de uma postura de prevenção, 
 
 
4 
reduzindo os problemas e evitando as penalidades, indenizações, multas, e o próprio dano. 
Atualmente as conformidades e não-conformidades ambientais, como são conhecidas as 
variáveis objeto de verificação deste tipo de auditoria, fazem parte de capítulos de várias leis, 
federais, estaduais e municipais. 
Segundo Barbieri (2006, p.172) a definição de não-conformidade é “qualquer falha ou 
desvio que comprometa o bom desempenho ambiental da organização.” Desta forma a não-
conformidade ou não-atendimento às leis ambientais como uma ação preventiva deve ocorrer 
de forma que elimine a causa como uma ação corretiva, evitando qualquer desvio que venha a 
resultar em um prejuízo que comprometa o funcionamento da organização ambiental. 
A conformidade, por sua vez, é a adoção e aplicação da legislação ambiental pelas 
organizações, como forma de desenvolver-se sustentavelmente, sem agredir ao meio 
ambiente. Para Dias, (2009, p.54) “a organização escolhe uma estratégica reativa, limitando-
se a cumprir a legislação vigente”. A divulgação das conformidades legais pode ser vista 
como um diferencial competitivo, tanto para seus usuários internos como externos. 
A preocupação quanto aos riscos ambientais fez com que o Conselho Nacional do 
Meio Ambiente, se manifestasse e em janeiro de 2000, após acidente ambiental na baía de 
Guanabara, ocasião em que 380 litros de petróleo vazaram na baía da Guanabara, no Rio de 
Janeiro, o Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, publicou a Resolução CONAMA 
nº 265/00, que obrigou a realização de Auditorias Ambientais Compulsórias, em todas as 
instalações da Petrobrás no estado do Rio de Janeiro, sendo promulgada também a Lei Federal nº 
9.966/00, que determina a periodicidade Bienal para realização das Auditorias Ambientais 
compulsórias (CONAMA, 2008). 
Editada a Resolução CONAMA nº 306/02 como forma de orientar o disposto na 
Resolução CONAMA nº 265, no que se refere aos critérios para a realização das Auditorias 
Ambientais Compulsória, as quais são aplicáveis independente do porte das empresas: o 
potencial de poluição é que vai sugerir a necessidade de auditoria ou não (CONAMA, 2008). 
Ainda não se pode afirmar que exista um conceito padronizado acerca da Auditoria 
Ambiental, assim como na Auditoria Contábil tradicional, pois existem várias modalidades de 
atuação, podendo ser aplicadas mediante a adoção de técnicas e metodologias específicas para 
cada caso a ser investigado e, nesta modalidade depende dos objetivos de cada empresa. 
Todavia a doutrina busca estabelecer um conceito genérico a fim de abranger todas as 
modalidades de Auditoria Ambiental. 
 
 A ISO 14011, em suas diretrizes para realização das Auditorias no Sistema de Gestão 
Ambiental, a define como sendo “um processo de verificação sistemático e documentado para 
obter e avaliar evidências de modo objetivo, que determina se o sistema de gestão ambiental 
de uma organização está conforme os critérios de auditoria de SGA estabelecidos pela 
organização e para comunicar os resultados desse processo à administração” (ABNT NBR 
ISO 14011, 2004). 
 Comparando com os conceitos básicos da Auditoria Tradicional, a Ambiental utiliza-
se de procedimentos técnicos que visam assegurar-se quanto à confiabilidade das informações 
geradas pelos controles internos de uma organização relacionados às variáveis ambientais que 
consistem em exames dos documentos, levantamento dos livros e registros, inspeções, 
obtenção de informações confiáveis internas e externas, obedecendo também à legislação e os 
Princípios Contábeis, tendo o controle do patrimônio, e buscando a exatidão dos resultados 
esperados. 
 
 
5 
A Contabilidade, tendo como objetivo principal a geração de informações, apresenta 
na etapa de disclosure ambiental um papel fundamental no processo de tomada de decisão por 
parte de seus usuários. De acordo com Nossa (2002, p. 86) “o disclosure ambiental pode ser 
feito de maneira obrigatória, quando exigido por leis e regulamentos, ou voluntariamente, 
quando a evidenciação de informações é feita por espontaneidade da empresa, mesmo que 
seja com base em diretrizes e orientações”. 
No Brasil a evidenciação ambiental não é obrigatória, mas existem algumas 
recomendações para a divulgação ambiental, como por exemplo: o Parecer de Orientação n.º 
15/87 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Norma e Procedimento de Auditoria n.º 
11 do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON), a Resolução n.º 1.003/04 
do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) que aprovou a NBC-T 15, posteriormente 
complementada pela Resolução n.º 1212/09, que aprovou a NBC TA 315 em vigor a partir de 
1º de janeiro de 2010. 
Esta modalidade de Auditoria pode ser aplicada, de forma compulsória e/ou preventiva 
nas organizações, no desenvolvimento de produtos, no sistema de gestão, nos processos 
administrativos, financeiros e contábeis, com objetivo de investigação dos procedimentos das 
informações. Visa verificar se o controle interno é eficiente ou não e assim buscar a eficácia 
destes controles. A Auditoria Ambiental é uma forma de Avaliação dos processos 
operacionais e produtivos das empresas, visando à identificação de possíveis danos ao meio 
ambiente, quantificação de contingências e a preparação da empresa para receber a 
Certificação da Norma ISO – International organization for Standardization 
(HARRINGTON e KNIGHT, 2001). 
Este tipo de Auditoria vem sendo adotada pelas organizações como forma auxiliá-las 
no atendimento as políticas, práticas, procedimentos ou requisitos legais. Segundo La Rovere 
(2001, p.13) a Auditoria Ambiental “[...] tem despertado crescente interesse na comunidade 
empresarial e nos governos, sendo considerada ferramenta básica para a obtenção de maior 
controle e segurança do desempenho ambiental de uma empresa, bem como, para evitar 
acidentes”. 
Os resultados da Auditoria Ambiental, conforme La Rovere (2001, p.13), “quando 
publicada (seu resultado pode ser sigiloso), fornece aos órgãos ambientais e à sociedade 
informações relativas ao desempenho ambiental das empresas, auxiliando os órgãos de 
controle ambiental no exercício de suas atribuições, sem eliminar a possibilidade destes 
exercerem a fiscalização e inspeção à empresa”. Além dos vários conceitos e métodos, os 
quais dependem dos objetivos e recursos que cada programa de auditoria exige, devem ser 
aplicados princípios e conhecimentos também, por parte dos Auditores, pertinentes às áreas 
de sua competência. 
Segundo Barbieri, (2006, p.190) a expressão Auditoria Ambiental, “tornou-se bastante 
elástica, podendo significar uma diversidade de atividades de caráter analítico voltadas para 
identificar, averiguar e apurar fatos e problemas ambientais de qualquer magnitude e com 
diferentes objetivos”. Mesmo sendo um instrumento autônomo de Gestão Ambiental, a 
Auditoria Ambiental tem por objetivo averiguar o cumprimento da legislação ambiental, de 
forma rígida, buscando assegurar que o controle interno da empresa atenda à adequação das 
normas, com uma forma preventiva e defensiva. 
De acordo com Donaire, (2008,p. 123) a Auditoria Ambiental “é uma atividade 
administrativa que compreende uma sistêmica e documentada avaliação de como a 
organização se encontra em relação à questão ambiental.” Desta forma, as empresas podem e 
devem divulgar suas ações, além das exigidas legalmente, de forma a atuar como 
multiplicadoras da consciência para o desenvolvimento sustentável. 
 
 
6 
 
 
2.2 Índice de Sustentabilidade Bovespa – ISE/Bovespa 
 
 
O primeiro índice criado para avaliar o desempenho financeiro das organizações 
segundo critérios relacionados à sustentabilidade foi o Dow Jones Sustainability (DSJI – 
Índice de Sustentabilidade Dow Jones), em 1999 e em 2001 a Bolsa de Londres e o Financial 
Times lançam o FTSE4GooD, seguido pelo Índice criado pela Bolsa de Valores de 
Joanesburgo, África do Sul em 2003. Neste contexto, em 2005 a BOVESPA – Bolsa de 
Valores de São Paulo, foi a quarta a desenvolver um índice para aferir a governança e a 
responsabilidade social e ambiental das empresas mais negociadas em seus pregões (SOUZA, 
2006, p.118). 
No Brasil, a Bovespa, em conjunto com várias instituições preocupadas com o 
desenvolvimento sustentável das grandes companhias, tais como: a “Associação Brasileira das 
Entidades Fechadas de Previdência Complementar – ABRAPP, a Associação Nacional de 
Bancos de Investimento – ANBID, a Associação dos Analistas e Profissionais de 
Investimentos do Mercado de Capitais – APIMEC, o Instituto Brasileiro de Governança 
Corporativa – IBGC, o International Finance Corporation – IFC, que atua no segmento do 
setor privado do Grupo Banco Mundial, o Instituto ETHOS de Empresas e Responsabilidade 
Social, o Ministério do Meio Ambiente e posteriormente o Comitê Brasileiro do Programa das 
Nações Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA, buscaram unir esforços e criaram o ISE – 
Índice de Sustentabilidade Empresarial, índice de ações que passou a atuar como um 
diferencial (“benchmark”) para os investimentos socialmente responsáveis (BOVESPA, 
2010). 
Segundo a Bovespa (2010), o “ISE tem por objetivo refletir o retorno de uma carteira 
composta por ações de empresas com reconhecido comprometimento com a responsabilidade 
social e a sustentabilidade empresarial, e também atuar como promotor das boas práticas no 
meio empresarial brasileiro”. O Índice é calculado pela BOVESPA em tempo real ao longo do 
pregão, considerando os preços dos últimos negócios efetuados no mercado à Vista. Para isso 
o conselho do ISE, decidiu contratar o Centro de Estudos de Sustentabilidade da Fundação 
Getúlio Vargas (CES-FGV), considerado apto a mensurar, segundo os critérios pré-
estabelecidos, as 150 ações mais negociadas na BOVESPA, que se utiliza do TBL – Triple 
Botton Line (desenvolvido pela empresa de consultoria inglesa SustainAbility) (BOVESPA, 
2010). 
Para Santos et al. (2009), “o conceito TBL envolve a avaliação de elementos 
ambientais, sociais e econômico-financeiros.”. O Conceito TBL – Triple Botton Line, envolve 
a avaliação de elementos ambientais, sociais e econômico-financeiros, por intermédio da 
aplicação de questionário. 
Segundo a BOVESPA (2010) “o ISE tem por objetivo refletir o retorno de uma 
carteira composta por ações de empresas com reconhecido comprometimento com a 
responsabilidade social e a sustentabilidade empresarial, e também atuar como promotor das 
boas práticas no meio empresarial brasileiro”. Ao questionário utilizado pelo ISE sobre 
conceitos do TBL foi acrescido ainda mais três grupos de indicadores para atender às 
exigências do ISE/Bovespa: a) critérios gerais; b) critérios de natureza do produto; e c) 
critérios de governança corporativa. As dimensões ambiental, social e econômico-financeira 
foram divididas em quatro conjuntos de critérios: a) políticas (indicadores de 
 
 
7 
comprometimento); b) gestão (indicadores de programas, metas e monitoramento); c) 
desempenho; e d) cumprimento legal. As empresas são avaliadas a partir do questionário que 
reflete, além das características das empresas, sua atuação nas dimensões econômica, 
ambiental e social, governança corporativa e a natureza de seus produtos. O questionário é 
voluntário, demonstra o comprometimento da empresa com as questões de sustentabilidade 
consideradas cada vez mais importantes no mundo (BOVESPA, 2010). 
Conforme relata Santos et al.(2009), “a primeira carteira do ISE 2005/2006, entrou em 
vigor a partir de dezembro de 2005, composta por 28 empresas de 13 setores diferentes [...], 
que foram classificadas com alto grau de comprometimento com a sustentabilidade e 
responsabilidade social”. As primeiras empresas qualificadas no ISE 2005/2006 foram: ALL 
AMERICA LATINA LOGÍSTICA, ARACRUZ, ARCELOR BR, BANCO DO BRASIL, 
BRADESCO, BRASKEM, CCR RODOVIAS, CELESC, CEMIG, CESP, COPEL, 
COPESUL, CPFL ENERGIA E DASA. 
Ainda, de acordo com Santos et al. (2009), “Em 01 de dezembro de 2006, entrou em 
vigor a carteira 2006/2007, houve sua primeira renovação. [...]. Houve uma mudança 
significativa, após uma nova análise dos questionários enviados as empresas com maior 
movimentação na BOVESPA [...]”. A pesquisa revela neste segundo momento, o interesse 
por parte das empresas, aptas a participar do ISE. 
Alguns fatores também podem motivar a exclusão das empresas do ISE. De acordo 
com as regras do ISE os “critérios de exclusão” pelo conselho do índice de uma empresa é: a) 
[...] quando nas reavaliações periódicas, se deixar de atender a qualquer um dos critérios de 
inclusão; b) [...] quando durante a vigência da carteira, a empresa emissora entrar em regime 
de recuperação judicial ou falência ou ainda a que durante a vigência da carteira; c) [...] 
ocorrer algum acontecimento que altere significativamente seus níveis de sustentabilidade e 
responsabilidade social (BOVESPA, 2010). 
No entanto as organizações que se mantiveram no índice, vêm se preocupando 
gradativamente quanto aos critérios de avaliação que as fazem permanecer no ranking das 10 
empresas que se mantiveram no ISE desde a sua criação. Artigo publicado na revista 
Biodiversidade (Biodiversity, 2010) divulgou recente pesquisa cujo tema: “Negócios 
Sustentáveis – quanto vale os investimentos socioambientais para as empresas? Exemplos de 
quem praticam”. A pesquisa realizada pela Biodiversidade apontou ainda que, as Companhias 
integrantes de índices específicos de sustentabilidade, tais como: Dow Jones Sustentability 
Indexes (DJSI), do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE/Bovespa); ou ainda o FTSE 
Environmental Markets Index e FTSE4Good Index, apresentam valor de mercado superior ao 
daquelas empresas que não fazem parte do grupo (BIODIVERSITY, 2010, p.62). 
Com as discussões sobre o novo cenário ambiental e o desenvolvimento sustentável, a 
sociedade passou a exigir das organizações a adoção de um modelo econômico compatível em 
que o meio empresarial, no desenvolvimento de suas atividades, também deve assumir a 
responsabilidade de preservação ambiental e diminuir, sensivelmente, a sua degradação e 
emissão de gases poluentes. O estudo apresentado pela Biodiversidade (2010, p.62) retratou 
ainda que, “Estudo recente da consultoria espanhola Management & Excellence indica a 
adoção de práticas e projetos socioambientais reconhecidos pode aumentar em até 4% o valor 
de mercado das empresas”. Em contrapartida, é necessário ressaltar que ao implantar e 
implementar um Sistema de Gestão Ambiental, este processo gerará Custos, que devem ser 
absorvidos e reconhecidos pelas Companhias, o que na visão de alguns gestores, ainda é tido 
como um “gasto desnecessário”. 
Apesar de os custos das ações preventivas e também das chamadas “tecnologias mais 
limpas” possuírem custos elevados, ainda podem reduzir a concretização de possíveis danos 
 
 
8 
ambientais, que em muitos casos podem ser irreparáveis e trazem conseqüências não somente 
a fauna e a flora, mas principalmente à qualidade de vida da população. 
No entanto, a Biodiversidade (2010, p.62), menciona a pesquisa realizada peloProfessor José Luiz Rossi Junior, do INSPER – Instituto de Ensino e Pesquisa, de São Paulo, 
que “Segundo o estudo do professor, as empresas listadas no ISE tem valor de mercado entre 
10% e 19% superior ao daquelas que não integram o índice. O estudo permite a conclusão que 
o investimento em práticas socioambientais responsáveis aumenta o valor de mercado e o 
lucro da empresa”. A pesquisa demonstrou que ao realizar a análise detalhada das empresas 
listadas no ISE, entre 2005 e 2007 o pesquisador encontrou resultados semelhantes à pesquisa 
realizada pela consultoria espanhola Management & Excellence. 
O estudo do professor José Luiz Rossi Junior, demonstra claramente que todo e 
qualquer “investimento” nas questões de preservação, desenvolvimento e sustentabilidade, 
refletem significativamente no mercado onde as companhias consideradas Sustentáveis estão 
inseridas. A pesquisa publicada pela Biodiversidade (2010, p. 62), ressalta no artigo analisado 
que: “No universo de mais de mil empresas procuradas pela Análise Editorial, há quatro anos, 
é possível afirmar que a variável ambiental se integra cada vez mais à estratégica de negócios 
das companhias”. 
Ressalta-se, no entanto que a adoção da Auditoria Ambiental em conjunto com a 
Gestão Ambiental e o Desenvolvimento Sustentável formam aliados perfeitos para garantir 
maior confiabilidade nos dados levantados, analisados e apresentados nos Relatórios de 
Sustentabilidade das Empresas evidenciadas pelo ISE – Bovespa. Neste contexto justifica-se a 
utilização da Auditoria Ambiental como ferramenta imprescindível neste processo de 
confiabilidade dos relatórios de sustentabilidade divulgados pelas empresas. 
 
 
3 ABORDAGEM METODOLÓGICA DA PESQUISA 
 
 
Tendo em vista que o objetivo desta pesquisa é enfocar o tema Auditoria Ambiental, 
no contexto da responsabilidade empresarial e do desenvolvimento sustentável quanto à 
utilização dos procedimentos da Auditoria Ambiental adotados pelas 10 empresas 
classificadas nas edições 2005 a 2010 do ISE, entendeu-se que a pesquisa 
descritiva/exploratória de abordagem qualitativa seria a mais adequada. Segundo Gil 
(2007, p.42) “as pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das 
características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de 
relações entre as variáveis”. 
Sendo uma pesquisa com abordagem qualitativa de acordo com Minayo (1994, p. 22), 
a pesquisa qualitativa pressupõe conhecer o fenômeno de forma aprofundada, não estabelece a 
amostra, a formulação das hipóteses, são, em suma, afirmações provisórias a respeito de 
determinado problema em estudo. Trata-se também de uma pesquisa de abordagem 
qualitativa exploratória. A análise qualitativa teve por objetivo identificar as tendências sobre 
as praticas da Auditoria Ambiental pelas empresas do ISE/Bovespa no período analisado. 
Esta pesquisa delimitou-se as 10 empresas classificadas nas edições 2005 a 2010 do 
ISE/Bovespa. O ISE/Bovespa tem por objetivo refletir o retorno de uma carteira composta 
por ações de empresas com reconhecido comprometimento com a responsabilidade social e a 
 
 
9 
sustentabilidade empresarial, e também atuar como promotor das boas práticas no meio 
empresarial brasileiro. 
Formado pela BOVESPA, em conjunto com várias instituições – ABRAPP, ANBID, 
APIMEC, IBGC, IFC, PNUMA, Instituto ETHOS e Ministério do Meio Ambiente1 criaram o 
índice de ações como um referencial (“benchmark”) para os investimentos socialmente 
responsáveis. As organizações em conjunto, formaram um Conselho Deliberativo presidido 
pela BOVESPA, que é o órgão responsável pelo desenvolvimento do ISE. Assim a 
BOVESPA é responsável pelo cálculo e pela gestão técnica do índice (BOVESPA, 2010). 
Quanto à técnica de coleta de dados, utilizou-se a análise documental dos Relatórios 
de Sustentabilidade e “Relatório de Asseguração Limitada dos Auditores Independentes” 
sobre o Relatório de Sustentabilidade, Notas Explicativas e Relatório de Administração. A 
análise documental tem como base instrumental os materiais impressos fundamentalmente 
para fins de leitura. Este tipo de pesquisa tem como fonte materiais que não receberam 
tratamento analítico ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da 
pesquisa (Gil, 2007). 
Nesse sentido, o método de análise dos dados foi à análise de conteúdo dos relatórios 
pesquisados que objetivou identificar as perspectivas das Práticas da Auditoria Ambiental, 
nesta área do conhecimento. Para Gil (2007, p. 125) “após, ou juntamente com a análise, pode 
ocorrer também a interpretação dos dados, que consiste, fundamentalmente, em estabelecer a 
ligação entre os resultados obtidos com outros já conhecidos”. Os dados foram tabulados e 
analisados por meio de análises descritivas com o objetivo de levantar a utilização das 
Práticas da Auditoria Ambiental pelas empresas classificadas no ISE. 
Quanto ao arcabouço teórico suporte para a pesquisa, adotou-se a pesquisa 
bibliográfica que, de acordo com Gil (2007, p.44) “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a 
partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos.” 
Sendo assim, a pesquisa bibliográfica permitiu conhecer a atualidade do debate acerca dos 
métodos empregados na pesquisa em administração. As análises objetivam identificar as 
perspectivas nesta área do conhecimento. 
 
 
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS 
 
 
A abordagem teórica do estudo demonstrou que as empresas, para participar do 
ISE/Bovespa, devem estar comprometidas com a sustentabilidade em todos os itens avaliados 
pelo questionário, as ações destas empresas tendem a valorizar e os investidores exigem 
segurança para seus investimentos. 
Diante da justificativa pela permanência no ISE, a presente pesquisa vai adiante, 
levantando e analisando a prática e atuação da Auditoria Ambiental nas empresas 
classificadas como forma de garantir a confiabilidade dos resultados apresentados nos 
Relatórios de Sustentabilidade apresentados pelas empresas que permaneceram em todas as 
edições do ISE/Bovespa. 
 
 
4.1 Principais Constatações da Pesquisa 
 
 
10 
 
 
Num primeiro momento a pesquisa identificou que das 57 empresas classificadas pelo 
ISE – BOVESPA em todas as suas edições, somente 10 se manteve na classificação, segundo 
os critérios ISE em todas as edições do índice entre 2005 e 2010, sendo elas: BANCO DO 
BRASIL, BRADESCO, BRASKEM, CEMIG, DASA, ELETROPAULO, EMBRAER, 
ITAUBANCO, NATURA e TRACTEBEL. Neste contexto a pesquisa apontou os seguintes 
resultados: 
Quadro 1 – Análise das Empresas classificadas no ISE de 2005 a 2009 
Companhias Listadas 
no ISE/Bovespa 
(2005 a 2009) 
Auditoria Interna 
Auditoria 
Ambiental 
Independente 
Compulsória ou 
Preventiva 
Responsáveis pela Emissão do 
Relatório de Asseguração 
Limitada dos Auditores 
Independentes 
1 - Banco do Brasil Governança Corporativa SIM Preventiva 
KPMG Auditores Independentes 
(2008-2009) 
2 – Bradesco Modelo GRI* NÃO Preventiva Não Utiliza 
3 – Braskem 
Modelo GRI* 
Certificação 
ISO 14001, ISO 9001, 
OHSAS 18001 
SIM Preventiva 
Det Norske Veritas (DNV) 
(2009) 
4 – Cemig Modelo GRI* SIM Preventiva 
Deloitte Touche Tohmatsu 
(2009) 
5 - Diagnósticos da 
América S.A. (DASA) 
Governança Corporativa 
Certificação 
ISO 14001, ISO 9001, 
OHSAS 18001 
NÃO Preventiva Não Utiliza 
6 – Eletropaulo 
Interna Operacional (Business 
Process), de 
Certificação ISO 9001 14001 
e 17025 
NÃO Preventiva Não Utiliza 
7 – Embraer 
Interna Operacional 
(SIG-MASSQ) 
NÃO Preventiva Não Utiliza 
8 – Itaubanco Modelo GRI* SIM Preventiva 
PricewaterhouseCoopers (2007-
2008-2009) 
9 – Natura 
Modelo GRI* e 
AA1000APS** 
SIM Preventiva 
Det Norske Veritas (DNV) 
(2007/2008/2009) 
10 – Tractbel 
Governança Corporativa e de 
Certificação NBR ISO 14001 
SIM Compulsória 
BDO Trevisan (2008) 
PricewaterhouseCoopers (2009) 
*Global Reporting Initiative ** AccountAbility 2008 
Fonte:Elaborado pela autora 
O Quadro 1 retrata segundo Bovespa (2010) o ranking das empresas com melhores 
desempenhos em todas as dimensões que medem a sustentabilidade empresarial. O ISE 
contribuiu para que estas empresas tornassem marca de referência (benchmark) para o 
investimento social responsável e também indutor de boas práticas no meio empresarial 
brasileiro. 
Na seqüência realizou-se uma busca, diretamente no endereço eletrônico das 
empresas, a fim de verificar se estas divulgam seus Relatórios de Sustentabilidade, bem como 
os Relatórios de Asseguração Limitada dos Auditores Independentes sobre o Relatório de 
Sustentabilidade quando se utilizam da Auditoria Ambiental Independente. No entanto os 
Demonstrativos Contábeis e Financeiros, bem como os Relatórios de Sustentabilidade entre 
 
 
11 
outros relativos ao período de 2010, ainda não haviam sido disponibilizados pelas empresas 
até o encerramento desta pesquisa. 
Buscou-se ainda, num terceiro plano, levantar e analisar as práticas e ações 
relacionadas à Gestão Ambiental nos Relatórios de Administração e Notas Explicativas 
publicadas, como forma de avaliar como as empresas pertencentes ao ISE/Bovespa divulgam 
sua sustentabilidade e a preservação ambiental. 
A pesquisa evidenciou que das 10 empresas que permaneceram no ISE/Bovespa, em 
todas as suas edições, apenas 06 realizaram Auditoria Ambiental Independente, amparadas 
por “Relatório de Asseguração Limitada dos Auditores Independentes” sobre seu Relatório de 
Sustentabilidade. Sendo elas: BANCO DO BRASIL; BRASKEM; CEMIG; ITAUBANCO; 
NATURA e TRACTEBEL. 
O levantamento realizado nas publicações do BANCO DO BRASIL evidenciou que a 
entidade realizou pela primeira vez, em 2008 e posteriormente em 2009. A Auditoria 
Ambiental Independente é amparada pelo “Relatório de Asseguração Limitada dos Auditores 
Independentes” sobre seu Relatório de Sustentabilidade, sendo realizada pela KPMG 
Auditores Independentes. O Banco do Brasil adota também a Auditoria Interna, que no 
contexto da Governança Corporativa “tem como papel controlar e fiscalizar internamente o 
sistema da estrutura organizacional, priorizando a transparência das informações, agregando 
valor à empresa e gerando mais confiança por parte dos interessados na companhia” (Slomski, 
et al, 2008). 
A Det Norske Verite (DNV) uma empresa que atua no segmento de Certificações da 
Qualidade, é apontada como responsável pela Auditoria Ambiental e Declaração de Garantia 
da DNV da BRASKEM e NATURA. Ocasião que realizou a verificação independente da 
versão em português do Relatório de Sustentabilidade, das duas empresas classificadas no 
ISE/Bovespa, a BRASKEM em 2009 e a NATURA em 2007, 2008 e 2009, por sua vez de 
forma preventiva. A BRASKEM adota ainda o modelo GRI - Global Reporting Initiative, 
procedimentos em que o conselho de Administração dispõe de comitês especializados, aos 
quais cabe apoiar as tomadas de decisões, tais como: de Auditoria, de adequação dos 
Controles Internos e Compliance e de Remuneração, bem como a de Comunicação Pública de 
Dados, bem como a Auditoria Interna para fins de Certificação às Normas ISO 9001 
(qualidade), 14001 (ambiental) e OHSAS 18001 (Saúde e segurança ocupacional). Enquanto 
a NATURA da mesma forma que utiliza-se do modelo GRI - Global Reporting Initiative, 
adere também à AA1000APS da AccountAbility que visa proporcionar às organizações um 
conjunto de princípios aceitos em nível internacional e disponíveis de forma gratuita, que lhes 
permita enquadrar e estruturar a forma como compreendem, gerem, administram, 
implementam, avaliam e comunicam a sua prestação de contas (SUSTENTARE, 2011). 
A companhia, PricewaterhouseCoopers é responsável pela Auditoria Ambiental e 
Relatório de Asseguração Limitada dos Auditores Independentes de duas das empresas que 
realizam Auditoria Ambiental, o ITAUBANCO em 2007, 2008 e 2009 e a TRACTEBEL em 
2009, ambas de forma preventiva. Quanto às práticas da Auditoria Interna, o ITAUBANCO 
adota o modelo GRI - Global Reporting Initiative, procedimentos em que o conselho de 
Administração dispõe de comitês especializados, aos quais cabem apoiar as tomadas de 
decisões, tais como: de Auditoria, de adequação dos Controles Internos e Compliance e de 
Remuneração, bem como a de Comunicação Pública de Dados. A TRACTEBEL, na ocasião 
da investigação realizada verificou-se que, em 12 de janeiro de 2009, a companhia foi 
condenada a realizar Auditoria Ambiental Compulsória, por meio de equipe multidisciplinar, 
durante o prazo de 10 meses, cujo objetivo foi levantar os danos causados ao meio ambiente 
pela poluição e, especialmente à saúde humana. A decisão foi baseada em Ação Civil Pública, 
 
 
12 
proposta pelo Ministério Público Federal, que também determinou que a Fundação do Meio 
Ambiente (Fatma), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis (Ibama) e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) cooperassem e 
auxiliassem na fiscalização da Auditoria Ambiental. O levantamento junto ao site oficial da 
companhia identificou a prática da Auditoria Interna pautada na Governança Corporativa e de 
Certificação da NBR ISO 14001. 
A companhia CEMIG por sua vez realiza Auditoria Preventiva em 2009, optando pela 
empresa Deloitte Touche Tohmatsu, como responsável pela Auditoria Ambiental e Relatório 
de Asseguração Limitada dos Auditores Independentes. Aderindo também ao modelo GRI - 
Global Reporting Initiative no que se refere às práticas de Auditoria Interna. 
As entidades BRADESCO, ELETROPAULO e EMBRAER afirmam e demonstram 
em seus Relatórios a atuação da Auditoria Interna quanto ao processo de Gestão Ambiental, 
no entanto não apresentaram no período analisado, Relatório de Asseguração Limitada de 
Auditores Independentes, mesmo divulgando seus respectivos Relatórios de Sustentabilidade. 
Quanto às práticas de Auditoria Interna, o BRADESCO adere ao modelo GRI - Global 
Reporting Initiative. Enquanto a ELETROPAULO adota a Auditoria Interna para fins de 
Certificação às Normas ISO 9001 (qualidade), 14001 (ambiental) e 17025 (gestão da 
qualidade em laboratórios de ensaio e calibração), bem como ao Modelo de Excelência em 
Gestão da Fundação Nacional da Qualidade - FNQ, realizando Auditoria Operacional 
(Business Process) que trata de um mecanismo de diagnóstico da gestão, sistêmico e 
estruturado, que permite verificar o nível de maturidade da gestão e a internalização dos 
fundamentos de excelência encontrados em empresas de classe mundial (FNQ, 2010). 
Por fim a companhia de Diagnósticos da América S.A – DASA demonstra que adota 
Programas de Responsabilidade Empresarial, implantados e embasados na Governança 
Corporativa. Bem como possui Sistema de Gestão Ambiental, fundamentados nas Normas de 
Certificação ISO 9001 (qualidade), ISO 14001 (ambiental) e OHSAS 18001 (Saúde e 
segurança ocupacional) que por sua vez, em suas diretrizes determina a realização da 
Auditoria como forma de assegurar-se dos procedimentos corretos no quesito ambiental. 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A importância quanto à realização da Auditoria Ambiental, fica evidente no momento 
em que percebemos que as organizações possuem planos e metas a serem alcançados e que 
estes devem ser buscados de maneira racional para que o meio ambiente não acabe degradado 
de forma que seus custos operacionais sejam também reduzidos. 
A Auditoria Ambiental além de verificar todos os aspectos legais, analisa, também se 
os planos relativos ao Sistema de Gestão Ambiental estão sendo cumpridos, de forma que 
possa propor medidas corretivas, quando necessárias. No entanto, o assunto Auditoria 
Ambiental ainda requer um maior aprimoramento e divulgação dos seus reais benefícios, 
tanto para os profissionais que a executam como para os gestores organizacionais da sua real 
necessidade. 
A conclusão a que se chegou com a pesquisa foi que a Auditoria Ambiental 
Independente, ainda não é uma prática comum no Brasil, sendo realizada por seis (06)das 10 
empresas listadas no ISE/Bovespa, no entanto das 06 Auditorias Independentes realizadas, 04 
foram realizadas pelas Companhias KPMG Auditores Independentes (Banco do Brasil); 
 
 
13 
Deloitte Touche Tohmatsu (Cemig) e PricewaterhouseCoopers (Itaubanco e Tractebel), 
reconhecidas e conceituadas na realização de Auditoria Contábil internacionalmente. 
Por outro lado o Relatório de Asseguração Limitada dos Auditores Independentes, nos 
casos da NATURA e BRASKEM, foi substituído pela Declaração de Garantia quanto à 
confiabilidade da Qualidade da Gestão Ambiental, emitida por empresa de Certificação da 
Qualidade. Enquanto emitida por empresa especializada em Auditoria Ambiental e Contábil, 
garantirá a confiabilidade quanto ao reconhecimento das variáveis ambientais também 
reconhecidas nas Demonstrações Contábeis das Companhias Auditadas, em cumprimento aos 
Princípios e Normas Contábeis, garantindo a Continuidade dos Negócios e maior 
credibilidade junto aos stakeholders. 
Faz-se importante uma abordagem mais aprofundada sobre a questão da realização da 
Auditoria Ambiental, como forma de confirmação da Sustentabilidade pelo ISE/Bovespa. 
Pois, como as companhias, podem afirmar Sustentabilidade em seus Relatórios de 
Sustentabilidade, quando não se utilizam da aplicação do: Parecer de Orientação n.º 15/87 da 
Comissão de Valores Mobiliários (CVM), da Norma e Procedimento de Auditoria n.º 11 do 
Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON), da Resolução n.º 1.003/04 do 
Conselho Federal de Contabilidade (CFC) que aprovou a NBC-T 15, posteriormente pela 
Resolução n.º 1212/09, que aprovou a NBC TA 315. A Contabilidade não pode ficar alheia 
das preocupações ambientais, sendo o principal sistema de informação de uma organização, 
responsável pela comunicação entre empresa e sociedade, deve evidenciar as medidas 
adotadas e os resultados alcançados nos processos de proteção e preservação ambiental. 
É discutível, no entanto, por parte de Gestores a afirmação de Sustentabilidade, 
somente pautados em respostas a questionários e apresentação de Relatórios de Gestão sem a 
atuação da Contabilidade e da Auditoria Ambiental Independente, com ênfase nas 
confirmações de confiabilidade dos fatos registrados nas Demonstrações Contábeis e 
Financeiras das organizações, para fins de permanência em um indicador de sustentabilidade 
confiável como é o caso do ISE/Bovespa. 
Sugere-se futuras pesquisas que busquem avaliar o reflexo das alterações que estão 
sendo propostas pelos órgãos reguladores da auditoria no Brasil e suas relações com as “Boas 
Práticas” de Governança Corporativa, principalmente no que se refere à adoção dos 
Procedimentos da Auditoria Ambiental e emissão dos Relatórios de Asseguração Limitada de 
Auditores Independentes para que as empresas Listadas no ISE/Bovespa possam confirmar, 
além das “boas práticas de gestão ambiental”, seus reflexos sustentáveis nas Demonstrações 
Contábeis e Financeiros das Companhias Auditadas. 
 
 
 
 
 
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