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W BA 00 84 _v 2. 2 GERENCIAMENTO ESTRATÉGICO DE PROJETOS Autoria Lucineide Bispo dos Reis Luz; Renato Cristiano Torres Revisão Profa. Tayra Carolina Nascimento Aleixo Como citar este documento LUZ, Lucineide Bispo dos Reis; TORRES, Renato C. Gerenciamento Estratégico de Projetos. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2018. © 2018 por Editora e Distribuidora Educacional S.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A. 2018 Editora e Distribuidora Educacional S.A. Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza CEP: 86041-100 — Londrina — PR e-mail: editora.educacional@kroton.com.br Homepage: http://www.kroton.com.br/ mailto:editora.educacional@kroton.com.br http://www.kroton.com.br/ GERENCIAMENTO ESTRATÉGICO DE PROJETOS SUMÁRIO Apresentação da disciplina 04 Tema 01 – Fundamentos de Gestão de Projetos 05 Tema 02 – Visão Integrada de Gestão de Projetos 21 Tema 03 – Estratégias de Custos e Prazos 35 Tema 04 – Diretrizes de qualidade em projetos 66 Tema 05 – Estratégia de Gestão de Pessoas 77 Tema 06 – Sistema de Comunicação em Projetos 91 Tema 07 – Gestão Estratégica de Riscos de Empreendimentos 103 Tema 08 – Estratégias de Aquisições 115 Gerenciamento Estratégico de Projetos 3 Apresentação da disciplina As empresas precisam conhecer bem suas técnicas de produção e/ou for- necimento de serviços para estabelecer metodologias capazes de atender um público cada vez mais exigente. Porém, será que sabemos o que real- mente os clientes querem? Normalmente, compreendemos o que o clien- te não quer depois que ele enxerga o produto final. Durante o desenvol- vimento, o produto se torna tangível aos olhos dos clientes e é a partir daí que eles enxergam novas possibilidades, com isso tendem a propor mu- danças. Diante deste cenário, descrever e compreender o desejo do clien- te no início do projeto, estruturar as atividades de produção e criar meca- nismos auxiliares de controle fará parte de uma estratégia para garantir o sucesso na construção do produto e a satisfação do cliente. Veremos a seguir que essas atividades farão parte da Gestão de Projetos. O PMI (Project Management Institute) tem o objetivo de desenvolver e divul- gar as melhores práticas de gerenciamento de projetos, atuando desde 1969 segundo PMI São Paulo (2018), e tem mais de 700.000 mil usuários. A organização tem programas de certificação, atualização e um vasto acervo em seu site. Parte do conteúdo está disponível apenas para associados. Uma das contribuições mais importantes do PMI é o Guia PMBOK. Este documento é referência básica para o gerenciamento de projetos e para as certificações. O Guia estabelece diretrizes para processos, ferramentas e técnicas para gerenciamento de projetos, assim o PMBOK torna-se do- cumento indispensável de leitura para quem deseja implementar gestão de projetos em uma empresa. Esta disciplina não tem a proposta de ser um material preparatório para certificação, porém está baseada no PMBOK 6ª edição por ser referência mundial nas melhores práticas de gestão de projetos. Gerenciamento Estratégico de Projetos 4 TEMA 01 FUNDAMENTOS DE GESTÃO DE PROJETOS Objetivos • Apresentar os conceitos de gerenciamento de projeto. • Mostrar a importância das atividades de projetos no contexto empresarial. • Analisar a viabilidade financeira de projetos. • Apresentar as áreas de conhecimentos do PMBOK. Gerenciamento Estratégico de Projetos 5 Introdução Ao longo do tempo, quatro fatores de modo geral influenciaram as em- presas, são eles: tecnologia, mercado, sociedade e clientes. A tecnolo- gia pode alterar o formato de produção da empresa, tornando-a mais eficiente, possibilitando um fluxo de comunicação adequado e geran- do base de conhecimento que auxilie as pessoas a desenvolver suas habilidades. O mercado influencia a partir das necessidades de soluções e serviços glo- bais, de forma a garantir qualidade uniforme ao redor do mundo, o que impacta em desenvolver fontes seguras de matéria-prima, vendedores e canais de venda especializados. A sociedade impõe para as empresas a manutenção de boas práticas morais e éticas, a preocupação com a pre- servação do meio ambiente, produtos saudáveis e empresas humanísti- cas. Os clientes estão mais exigentes, a qualidade está implícita quando a necessidade atual é: qual a sensação ou experiência que o produto me proporcionará? O conhecimento sobre o perfil desse cliente e seus dese- jos é um diferencial. 1. O que é um projeto Segundo o PMBOK (2017, p. 4), “é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado único”. Assim, podemos pensar: será que aquela viagem que irei realizar poderia se tornar um projeto? A resposta é sim, tem todos os requisitos para ser organizada em um grupo de atividades controladas por prazo com um objetivo único e envolvendo um orçamento financeiro, só que depende de um planejamento prévio. Um bom planejamento é a chave para o su- cesso do projeto, pois coordenar e monitorar todas as atividades exige um planejamento estratégico adequado, dirigido para o grau de comple- xidade de cada projeto. Gerenciamento Estratégico de Projetos 6 1.1. Objetivos e fases do projeto Quando nos preparamos para uma viagem, o primeiro exercício é plane- jar quais atividades precisaremos executar até a data de retorno da via- gem, objetivando o sucesso, ou seja, a satisfação com a viagem. Cada pessoa pode ter um nível de dificuldade diferente para realizar essa tarefa, que varia de acordo com seu perfil, associado a pensamento lógi- co, disciplina, organização metódica, etc. Como provavelmente não será um projeto único, ou seja, faremos outras viagens, quanto mais exercitarmos o planejamento, mais teremos casos de viagens bem-sucedidas, é uma tendência; isso, sem falar que a expe- riência poderá ser passada para outras p essoas, portanto, gerir projetos é também construir uma base de conhecimento de tudo que funcionou e que não funcionou e utilizar essa base para o próximo projeto. Pensando nisso, o PMI escreveu um documento denominado PMBOK, que contém as melhores práticas para a gestão de projetos, servindo de apoio para gestores de projetos do mundo todo. O PMBOK (2017) divide as atividades em cinco grandes grupos de processos, são eles: • Iniciação: Processos para definição do projeto ou fase (o que é o projeto?). • Planejamento: D efinição de escopo, detalhamento dos objetivos e estratégia (como fazer?). • Execução: Execução do trabalho definido no plano do projeto. • Monitoramento e Controle: Acompanhamento, revisão e controle do progresso das atividades, gestão do desempenho e identificação de mudanças. • Fechamento: Processos executados para finalizar todas as ativida- des, encerramento formal do projeto. O esforço realizado necessário em função do tempo, essa fase também é conhecida como ciclo de vida do projeto, que se dá da seguinte forma, segundo PMBOK (2017): Gerenciamento Estratégico de Projetos 7 • Fase I: Iniciação. • Fase II: Planejamento. • Fase III: Execução. • Fase IV: Monitoramento e controle. • Fase V: Encerramento. 1.2. Cultura e tipos de organizações Para a gestão de projetos ser implantada e gerar resultados em uma em- presa, ela depende de uma série de fatores, tais como: comprometimento dos executivos, clima organizacional motivador, recursos financeiros, pes- soas, maturidade dos gestores envolvidos na implantação e outros. Uma vez que o gerente de projetoé o responsável por conduzir e supervisionar as atividades do projeto, seu papel é transversal à atuação dos gestores da organização, com isso, sua posição hierárquica pode afetar o formato e o resultado da gestão. Dessa forma, a atuação do gerente de projetos depende do tipo da or- ganização. Iremos considerar quatro tipos de organização definidos no PMBOK (2017): • Funcional A organização funcional é a estrutura organizacional que aplica o princípio funcional ou princípio da especialização das funções. Como a característica fundamental nessa estrutura é a divisão da autoridade, comunicação direta e descentralização das decisões, o gerente de projetos pode encontrar um cenário competitivo, tenso e com conflitos, pois nesse modelo tem destaque o mais expert na sua área de atuação, portanto, o gerente de projetos terá que utili- zar de boas práticas de relacionamento interpessoal para fomentar a colaboração. Gerenciamento Estratégico de Projetos 8 - - EstnAr.1 da Organza;ão Caractmaicas do prcjeto Autoridade do gerente de Projetos Disponibilidade de Recursos Quem Controla o orçamento do projeto? Papel do Gerente de Projeto Equipe administrativa de gerenciamento de projetos - - - Funcional Matriz Fraca Pouca ou Limitada Nenhuma Pouca ou Limitada Nenhuma Gerente Funcional Gerente Funcional Tempo Parcial Tempo Parcial Tempo Parcial Tempo Parcial Matriz Balanceada Baixa e Moderada Baixa e Moderada Misto Tempo Parcial Tempo Parcial - -- Matriz Forte Moderada a Alta Moderada a Alta Gerente de Projetos Tempo Integral Tempo Integral Alta e Quase Total Alta e Quase Total Gerente de Projetos Tempo Integral Tempo Integral • Projetizada Em uma organização projetizada, o gerente de projetos tem auto- ridade total na gestão do projeto, isso quer dizer que a definição de tarefas, recursos humanos, controles e demais atividades são de responsabilidade do gerente de projetos. Cada pessoa que integra a equipe de projeto responde ao respectivo gerente de projetos, que em alguns casos responde a um gerente de PMO. • Matricial Conforme o PMBOK (2017), a organização matricial é uma especia- lização das organizações funcionais e projetizada. Uma organização que possui características da organização funcional e na qual o gerente de projetos desempenha papel semelhante ao de um facili- tador é denominada matricialmente fraca. Organizações em que o gerente possui dedicação integral e uma equipe administrativa também dedicada são denominadas de matri- cialmente fortes. Já as organizações que compreendem a necessidade do gerente de projetos, porém nas quais ele não tem autoridade total sobre o projeto e sobre seu orçamento, são conhecidas por matricialmente balanceadas. Tabela 1 – Tipos de organizações Fonte: Adaptado do PMBOK (2017). Gerenciamento Estratégico de Projetos 9 • Patrocinadora Segundo o PMBOK (2017, p. 717), a organização patrocinadora é a “entidade responsável por prover o patrocinador e um canal de financiamento do projeto ou de outros recursos do projeto”, ou seja, a característica desta organização é dar informações à entidade que patrocina a organização. Com isso, concluímos que a gestão de projetos pode variar em ter- mos de estratégia e utilização de práticas, dependendo do tipo da organização. 2. Gerenciamento de Projetos O mundo está passando por um momento que exige que as empresas se- jam muito mais dinâmicas, ou seja, há 15 anos, aproximadamente, as em- presas estabeleciam o planejamento estratégico para de 5 a 10 anos; atu- almente, os planos são estabelecidos para no máximo três anos. Segundo Pize (2012), a forte concorrência, decorrente do ambiente globalizado, obriga as empresas a manter suas estratégias flexíveis e adaptáveis como forma de estarem aptas a realizar as mudanças necessárias para garantir sua permanência no mercado, e implantar a gestão de projetos pode ser uma ferramenta indispensável para essa garantia. 2.1. Papel da gestão de projetos nas empresas Segundo Martinez (2012), a gestão de projetos tem relação direta com a garantia de obtenção das metas das organizações. Essa relação pode ser mais forte ou mais fraca, dependendo do formato organizacional e do produto final. Um exemplo é uma empresa de consultoria (presta- ção de serviço), que terá um modelo de gestão de projetos diferente de uma empresa educacional. A prestação de serviço ocorre por demanda Gerenciamento Estratégico de Projetos 10 e a cada solicitação pode gerar um produto diferente; já uma empresa educacional tem seus produtos educacionais baseados em uma estrutura curricular mais rígida, elaborada de forma cíclica, ou seja, a cada período letivo. Portanto, notamos que a previsibilidade nesses dois casos é tam- bém um fator para definir o papel da gestão por projetos. Encontramos ainda outros elementos no papel da gestão de projetos im- portantes para as empresas garantirem que os prazos e qualidade esta- belecida sejam cumpridos, pois, uma vez cumpridos, podem levar a em- presa a uma série de resultados importantes, como redução de custos, aumento nas vendas e outros. Logo, a gestão de projetos atualmente está focalizada no aumento da eficiência da empresa por meio da otimização de seus processos operacionais. 2.2. Gerenciamento de projetos O gerenciamento de projetos é a aplicação de conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto com o objetivo de atingir o resultado estipulado no escopo do projeto. Isso exige que o gerente de projetos faça a identificação das necessidades do projeto, o alinhamento com as partes interessadas, estabeleça prazos e responsáveis, orçamen- to, levantamento dos riscos e outros. Um gerente de projetos pode gerir um projeto, programa ou portfólio de projetos. As organizações mantêm estruturas de acordo com suas deman- das e processos internos. É comum, em algumas organizações que de- pendem de projetos, existir um departamento denominado PMO (Project Management Office), responsável por gerir todo o portfólio de projetos. Segundo Vargas (2009), um programa é um grupo de projetos relaciona- dos e gerenciados de forma integrada; um portfólio é um conjunto de programas e projetos, não necessariamente relacionados, agrupados por perspectiva para atingir objetivos estratégicos. Gerenciamento Estratégico de Projetos 11 PARA SABER MAIS PMO é um núcleo com uma ou mais pessoas, com o objeti- vo de criar procedimentos, selecionar metodologias, gerir de forma integrada o portfólio de projetos por meio dos geren- tes de projetos. O PMO padroniza os processos de governan- ça relacionados a projetos e facilita o compartilhamento de recursos, metodologias, ferramentas e técnicas. Atualmente muito utilizado nas empresas por simplificar e aperfeiçoar a gestão de projetos (PMBOK, 2017). Como podemos notar, independentemente da estrutura, o processo de gestão de projetos possui várias atividades que exigem diversas habili- dades do gerente de projetos. Kerzner (2017) realizou pesquisas e ex- periências e chegou à conclusão que existem dez importantes habilida- des inerentes ao gerente do projeto. Essas pesquisas demonstram que um desempenho efetivo do gerenciamento de projetos está diretamen- te relacionado ao nível de competência em que essas habilidades sejam dominantes. Tabela 2 – Habilidades de um gerente de projeto Habilidades Características Construção de equipes Capacidade de formar e gerenciar equipes de trabalho. Liderança Capacidade de direcionar a equipe e todos os envolvidos. Resolução de conflitos Capacidade de identificar e resolver conflitos relacionados ao projeto. Competência técnica Capacidade de coordenar as ações do projeto. Planejamento Capacidade de de elaborar planos e executá-los. Organização Capacidade de estabelecer estratégias de trabalho. Gerenciamento Estratégico de Projetos 12 Empreendedor Capacidadede de gerar e gerenciar negógios para o projeto. Administração Capacidade de desenvolver técnicas de controle, orçamento, etc. Suporte gerencial Capacidade de gerenciar todos os envolvidos no projeto. Alocar recursos Capacidade de estabelecer os recursos necessários para o projeto. Fonte: Adaptado de Kerzner (2017). De fato, um gerente de projeto experiente irá notar que na sua carreira, precisou de uma ou mais habilidades descritas durante o gerenciamento de projetos, pois essas habilidades estão relacionadas diretamente com o ciclo de vida dos projetos. EXEMPLIFICANDO Podemos citar como exemplo as capacidades Planejamento e Organização, ambas exigidas nas etapas iniciais do proje- to. Quando essas habilidades são fundamentais para alguma fase ou para o negócio e o risco é alto, algumas empresas têm profissionais especializados, como é o caso da análise de via- bilidade financeira. Empresas como bancos têm especialistas que assessoram o gerente de projetos para essa atividade. Vamos entender do que se trata a viabilidade financeira. 2.3. Análise de viabilidade financeira de projetos Todo projeto tem um custo, que deverá ser tratado ao longo do projeto, e também tem riscos associados. Então, pergunta-se: vale a pena investir no projeto mediante os riscos apresentados? Ou seja, o projeto é viável do ponto de vista financeiro? Para responder a essas perguntas existem técnicas de análise de investimento. Apresentaremos a técnica denomi- nada Payback Simples, por ser de fácil entendimento. Gerenciamento Estratégico de Projetos 13 Essa técnica calcula o prazo que será necessário para ter um retorno do investimento realizado com o projeto. Um projeto é considerado viável se o prazo para retorno do investimento for menor que o prazo estimado para a recuperação do capital investido. Exemplo: • Orçamento do projeto: 500.000,00. • Prazo do projeto: seis meses. • Receita anual obtida com a comercialização do produto/serviço no final do projeto: 200.000,00. • Prazo desejado para recuperação do investimento: três anos. TR (tempo de retorno) = Valor do investimento ÷ Valor da receita esperada. Assim, TR = 500.000 ÷ 200.000 = 2,5 anos ASSIMILE O prazo desejado para recuperação do investimento era de três anos e o cálculo do retorno resultou em um prazo de 2,5 anos; como esse prazo é menor que o desejado, entende-se que o projeto é viável do ponto de vista financeiro. Essa me- todologia também é utilizada para selecionar projetos com menor prazo de retorno de investimento, porém a análise de viabilidade financeira pode variar com os tipos de projetos e sofrer adaptações para os diversos cenários, como em casos em que as entregas parciais ao longo do projeto geram re- ceita, com isso o tempo de retorno será menor que o de um projeto que entregue seu produto somente no final, como, por exemplo, um projeto de serviço de consultoria em TI e Gerenciamento Estratégico de Projetos 14 um veículo automotivo. O primeiro possivelmente gera recei- ta perante as entregas, o segundo, somente após a entrega do veículo pronto. Portanto, quando você precisar calcular a viabilidade financeira, é necessário estudar a melhor técnica perante o cenário do projeto. Existem várias outras técnicas disponíveis, inclusive variantes do payback. PARA SABER MAIS Payback. Deseja saber mais sobre payback e outras formas de previsionamento? Leia o livro Decisão estratégica para in- vestidores, de Roger Oldcorn e David Parker. Esse livro conta técnicas de análise de retorno e investimento, estratégias e sobre como tratar as incertezas do mercado em uma lingua- gem direta e com exemplos. Vale a pena conferir! Aqui pode surgir uma dúvida: em qual momento devemos calcular a via- bilidade do projeto? Normalmente, o estudo de viabilidade de um projeto é realizado como premissa para sua aprovação, portanto, é comum que seja realizado durante o termo de abertura do projeto, mas pode também ser realizado na etapa de planejamento do projeto, quando estão mais claros os recursos, escopo, riscos, ou seja, o cenário de execução do pro- jeto. Existem projetos que podem sofrer mudanças importantes após a etapa de planejamento. Quando existe essa ocorrência, é recomendável realizar a análise de viabilidade novamente, para ajustar a previsão de retorno. Agora que compreendemos os elementos fundamentais da gestão de projetos, vamos conhecer as áreas do conhecimento estabelecidas no PMBOK. Gerenciamento Estratégico de Projetos 15 2.4. Áreas de conhecimento do PMBOK As áreas de conhecimento são caracterizadas por conter processos que atuam em todo o ciclo de vida do projeto. Essas áreas são: Integração, Escopo, Cronograma, Custos, Riscos, Recursos, Qualidade, Comunicações, Aquisições e Partes Interessadas. QUESTÃO PARA REFLEXÃO Analisando o texto desta aula, avalie a importância de cada área do conhecimento para o sucesso de um projeto. Caso fosse possí- vel subtrair ou adicionar alguma área de conhecimento, qual você escolheria? 3. Considerações Finais Nesta aula, você aprendeu: • A importância do gerenciamento de projetos para as organizações. • Conceitos básicos de gerenciamento de projetos. • Análise da viabilidade financeira de projetos. • Quais são as áreas de conhecimentos do PMBOK. Gerenciamento Estratégico de Projetos 16 Glossário • Gerenciamento da integração do projeto: “O gerenciamento da integração do projeto inclui os processos e as atividades neces- sárias para identificar, definir, combinar, unificar e coordenar os vários processos e atividades de gerenciamento do projeto dentro dos grupos de processos de gerenciamento do projeto” (PMBOK, 2017, p. 709). • Gerenciamento de projetos: “A aplicação de conhecimentos, ha- bilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto a fim de atender aos seus requisitos” (PMBOK, 2017, p. 711). • Projeto: “É um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado único” (PMBOK, 2017, p. 4). VERIFICAÇÃO DE LEITURA TEMA 01 1. Pode-se afirmar que Projeto é, segundo PMBOK (2017, p. 4): Um conjunto de ações com tempo indeterminado para a) manter uma organização eficiente. Perspectivas estratégicas pelas quais se podem alcan-b) çar objetivos específicos em determinado período. c) É um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado único. d) Um planejamento com esquema de tempo específico e finito para a solução de problemas, implantação de ideias e oportunidades. Uma conquista individualizada cuja referência deve ser e) seguida para o desenvolvimento de toda a organização. Gerenciamento Estratégico de Projetos 17 2. Um projeto de construção de um barco está orçado em R$ 450 mil, com prazo para conclusão em oito meses. O barco será vendido por R$ 900 mil e o prazo desejado para recuperação do investimento é de dois anos. Qual o tem- po de retorno? a) Três anos. b) Quatro meses. c) Dois anos. d) Um ano. e) Seis meses. 3. O PMBOK (2017) definiu áreas de conhecimento, são elas: Integração, Escopo, Cronograma, Custo, Risco, Recursos, Qualidade, Comunicações, Aquisições e Partes Interessadas. A Integração tem o objetivo de: a) a) Reunir os processos que definem a estratégia de ge- renciamento do projeto. b) Assegurar que o projeto está estruturado com o neces- sário para entregar o produto final. c) Compreender e documentar as necessidades das par- tes interessadas no projeto. d) Definir atividades e ações a serem realizadas para pro- duzir as entregas declaradas no escopo do projeto. e) Identificar e documentar o relacionamento entre as atividades. Referências Bibliográficas CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. Gerenciamento Estratégico de Projetos 18 KERZNER, H. Project Management: A SystemsApproach to Planning, Scheduling, and Controlling. 12. Ed. Nova York: John Wiley & Sons, 2017. MARTINEZ, João Cordeiro. A importância do Gerenciamento de Projetos. 2012. Disponível em: <http://engnoledge.blogspot.com/2012/10/gestao-de-projetos.html>. Acesso em: 20 dez. 2018. MOURA, D. G.; BARBOSA, E. F. Trabalhando com Projetos – Planejamento e Gestão de Projetos Educacionais. 8. ed. Editora Vozes, 2013. PIZE, Adilson. O Papel do Gerenciamento de Projetos no Sucesso do Planejamento Estratégico da Organização. 2012. Disponível em: <http://www.administradores. com.br/artigos/administracao-e-negocios/o-papel-do-gerenciamento-de-projetos- no-sucesso-do-planejamento-estrategico-da-organizacao/45613/>. Acesso em: 20 dez. 2018. PMI - Project Management Institute. Um guia de conhecimento em gerenciamento de projetos (guia PMBOK). 6. ed. Newtown Square: PMI, 2017. RIBEIRO, Wankes L. Como calcular a viabilidade de um projeto utilizando técni- cas de análise de investimento: Payback Simples, VPL e TIR. 2010. Disponível em: <http://wankesleandro.blogspot.com/2010/06/como-calcular-viabilidade-de-um- -projeto.html>. Acesso em: 20 dez. 2018. SOMMERVILLE, Ian. Engenharia de Software. 9. ed. São Paulo: Pearson, 2011. SOTTILE, Mauro A. Gerenciamento do Escopo em Projetos. 2. Ed. Rio de Janeiro, Fundação Getúlio Vargas, 2009. VARGAS, Ricardo. Gerenciamento de Projetos: estabelecendo diferenciais competi- tivos. 8. ed. Brasport, 2017. Gabarito – Tema 01 Questão 1 - Resposta: C Segundo o PMBOK (2017, p. 4), “é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado único”, para isso é Gerenciamento Estratégico de Projetos 19 http://engnoledge.blogspot.com/2012/10/gestao-de-projetos.html http://www.administradores.com.br/artigos/administracao-e-negocios/o-papel-do-gerenciamento-de-projetos-no-sucesso-do-planejamento-estrategico-da-organizacao/45613/ http://www.administradores.com.br/artigos/administracao-e-negocios/o-papel-do-gerenciamento-de-projetos-no-sucesso-do-planejamento-estrategico-da-organizacao/45613/ http://www.administradores.com.br/artigos/administracao-e-negocios/o-papel-do-gerenciamento-de-projetos-no-sucesso-do-planejamento-estrategico-da-organizacao/45613/ http://wankesleandro.blogspot.com/2010/06/como-calcular-viabilidade-de-um-projeto.html http://wankesleandro.blogspot.com/2010/06/como-calcular-viabilidade-de-um-projeto.html necessário ter atividades sincronizadas coordenadas, com datas de início e término. Um projeto não é uma perspectiva, conquista ou planejamento para solução de problemas. Questão 2 - Resposta: E O payback é uma forma simples e didática de calcular retorno de investimento dividindo o valor orçado pela receita gerada após a en- trega do produto, nesse caso 450.000/900.000 = 0,5 ano, ou seja, 6 meses. Questão 3 - Resposta: A A alternativa b refere-se ao processo de gerenciamento de escopo; a alternativa c refere-se à atividade de coleta de requisitos, não é atividade do processo de integração documentar o relacionamento entre as atividades, nem definir as atividades e ações. A integração é composta por processos, sendo atuante em todo o ciclo de vida do projeto e define quais processos, metodologias e ferramentas serão necessárias para a gestão do projeto. Gerenciamento Estratégico de Projetos 20 TEMA 02 VISÃO INTEGRADA DE GESTÃO DE PROJETOS Objetivos • Compreender o que é Integração, uma das áreas de conhecimento do PMBOK. • Compreender o que é Escopo e entender as fases do Gerenciamento de escopo de projetos. • Desenvolver o plano de gerenciamento do projeto. • Apresentar uma EAP (Estrutura Analítica de Projeto) e sua importância. Gerenciamento Estratégico de Projetos 21 Introdução Olá, caro aluno! Olá, cara aluna! Nesta unidade de ensino você estudará mais duas áreas do conhecimento, segundo o PMBOK (2017). Começará entendendo os detalhes que cercam a área chamada de Integração e, em seguida, estudará sobre Escopo. Atente-se sobre a im- portância de cada assunto e como cada conhecimento pode ser desenvol- vido no dia a dia de uma empresa. Ainda nesta unidade estudará sobre desenvolvimento de plano de geren- ciamento de projetos, bem como orientação, gerenciamento, monitora- mento, controle até o encerramento de um projeto. 1. Integração A área de conhecimento Integração tem como objetivo reunir os proces- sos que definem a estratégia de gerenciamento do projeto, ou seja, quais processos, metodologias e ferramentas serão necessários para a gestão do projeto. Essa área integra todo o ciclo de vida do projeto. 1.1. Desenvolver o termo de abertura do projeto. Criar o termo de abertura do projeto é desenvolver um documento que descreve as necessidades e expectativas das partes interessadas. Esse documento registra também todos os envolvidos. O seu formato pode variar de acordo com cada empresa ou gerente de projeto, mas normal- mente contém a justificativa do projeto, objetivo, declaração do escopo e não escopo, premissas e restrições, riscos e stakeholders. Segundo Sommerville (2011), no livro Engenharia de Software, stakeholder é utilizado para se referir a qualquer pessoa que terá alguma influência direta ou indireta sobre os requisitos do projeto. O PMBOK (2017, p. 718) detalha o stakeholder como parte interessada no projeto, utilizando o conceito de que “um indivíduo, grupo ou organização Gerenciamento Estratégico de Projetos 22 que possa afetar, ser afetado, ou sentir-se afetado por uma decisão, ativi- dade, ou resultado de um projeto, programa ou portfólio” merece o aces- so a todas informações relacionadas ao projeto. PARA SABER MAIS Stakeholders são as partes interessadas no projeto em que estão envolvidos, de forma que seus interesses podem ser afetados de maneira positiva ou negativa e podem exercer influência sobre o projeto (PMBOK, 2017). 1.2. Desenvolver o plano de gerenciamento do projeto. O plano de gerenciamento de projeto é o processo de formalização das ações para definição, preparo, integração e coordenação, definindo como o projeto será executado, monitorado, controlado e encerrado. Portanto, é a definição da estratégia de gestão do projeto, incluindo o ciclo de vida e os processos para cada fase do projeto (PMBOK, 2017). Um novato em gestão de projetos pode entender que para gerir projetos é necessário apenas seguir o guia PMBOK. Essa interpretação não é cor- reta, pois as melhores práticas e os processos descritos no PMBOK são genéricos e necessitam, em alguns casos, ser selecionados ou especiali- zados para cada projeto. Por esse motivo, o plano de gerenciamento do projeto é importante, nele você descreverá quais serão e como utilizará os processos de gestão de projeto. EXEMPLIFICANDO O plano de gerenciamento pode ser resumido ou detalhado e composto de um ou mais subplanos, como, por exemplo, Gestão de Mudanças, que evidencia como as mudanças se- Gerenciamento Estratégico de Projetos 23 rão solicitadas, controladas e monitoradas, Gerenciamento do Cronograma, Custos, Qualidade e outros. 1.3. Orientar e gerenciar o trabalho do projeto. O processo de orientação e gerenciamento do trabalho do projeto, orga- nizado pelo gerente de projeto, é o guia para execução do trabalho des- crito no plano de gerenciamento e para o gerenciamento das interfaces técnicas existentes no projeto. Nessa fase, a auditoria sobre o desempe- nho (prazo x esforço) das atividades é contínua e seu resultado alimenta o processo de monitoramento e controle do projeto (PMBOK, 2017). ASSIMILE Imagine que se trata de uma grande orquestra. Neste caso, o gerente de projeto é um maestro renomado, a função dele é orientar e sincronizar cada grupo de instrumentos, ou seja, conduzindo a execução do concerto para que, no final, a apresentação seja um sucesso. 1.4. Monitorar e controlar o trabalho do projeto. Este processo é responsável por acompanhar, revisar e ajustar oprogres- so para manter o alinhamento com o trabalho planejado. O monitora- mento é realizado do início ao fim do projeto, incluindo aquisição, aferi- ção e distribuição de informações de desempenho. Isso quer dizer que o gerente de projetos irá estabelecer reuniões regulares para atualizar a situação do projeto e gerar um relatório geral para a organização. Em alguns projetos é necessário criar níveis de detalhamento; pensando de forma piramidal, informações para a ponta são apresentadas de maneira objetiva e resumida, conforme descemos para a base, as informações são mais detalhadas (PMBOK, 2017). Gerenciamento Estratégico de Projetos 24 Figura 1 – Níveis gerenciais e formas de comunicação Indicadores e principais mensagens para tomada de decisão Indicadores e principais mensagens para tomada de decisão, riscos Avanço atual, próximos passos, riscos, caminhos críticos Discussão orientada pelo cronograma Fonte: Adaptado do PMBOK (2017). Como podemos notar na Figura 1, cada nível exige uma forma de comuni- cação diferente, é isso que torna o controle e o monitoramento eficientes: informação objetiva chegando para quem precisa tomar decisão, detalhe chegando para quem precisa executar. 1.5. Encerrar projeto ou fase. O projeto chegou ao fim! O que devemos fazer? Durante o processo de encerramento é atividade do gerente de projetos verificar a completude do trabalho, documentação, qualidade e aderên- cia do produto final à expectativa do cliente. Os processos são voltados à formalização do encerramento das atividades e/ou obrigações contratu- ais; um exemplo de atividade é a assinatura do termo de encerramento do projeto. Nesse grupo de processo é desejável obter o aceite formal do cliente ou patrocinador acerca do produto final, revisar o projeto e criar o histórico de lições aprendidas, informar a organização e encerrar os pro- cessos de aquisições (PMBOK, 2017). 2. Gerenciamento o escopo O gerenciamento de escopo possui processos para assegurar que o pro- jeto está estruturado com o necessário para atingir a entrega do produto Gerenciamento Estratégico de Projetos 25 final e encerrar com sucesso. Esse gerenciamento está relacionado com “o que” o projeto deve fazer e, principalmente, o que não faz parte do projeto. Segundo Moura e Barbosa (2013), escopo expressa a extensão ou amplitude do projeto, ou seja, descreve o que se pretende realizar, estabelece o raio de ação ou cobertura, definindo, portanto, o limite do projeto. Quando um escopo é mal estabelecido, não fica explícita qual foi a compreensão perante o que exatamente deve ser realizado, levando o projeto a problemas de satisfação com o usuário, prejuízo e demais con- sequências. Outro ponto é deixar claro o que não faz parte do projeto para formalizar a compreensão do que está fora dele. 2.1. Coleta de requisitos São processos voltados para a compreensão e documentação das neces- sidades das partes interessadas no projeto. O documento de requisitos é um termo adicional ao termo de abertura do projeto, pois impõe premis- sas e restrições, de forma que o sucesso do projeto é influenciado direta- mente pelo seu cumprimento. Um requisito pode ser de processo, produ- to, gerenciamento de projeto, segurança, desempenho, etc. Os requisitos podem ser obtidos por entrevistas, oficinas, questionários, pesquisas e protótipos (PMBOK, 2017). Vamos apresentar um exemplo de requisito de processo: a produção do Porsche Carrera deve utilizar processos das normas ISO 9000 e 14000, logo, nas etapas de produção devemos garantir que as normas estão sen- do aplicadas. Outro exemplo: o gerenciamento do projeto de lançamento de satélite deve utilizar os processos descritos no PMBOK. É importante ressaltar que quando assumimos o compromisso de atender um requi- sito é desejável evidenciar a sua realização, isso pode inclusive ser uma exigência da parte interessada. 2.2. Definição do escopo Definir o escopo significa detalhar o objetivo do projeto, as necessidades e expectativas de todas as partes interessadas. O escopo deve explicitar Gerenciamento Estratégico de Projetos 26 quais são as entregas, premissas, restrições globais, critérios de aceitação do produto e as exclusões, não escopo. O nível de detalhamento do escopo determinará o grau de clareza que será repassado à equipe do projeto, ou seja, determina o quão bem a equipe poderá monitorar o escopo e o produto final. 2.3. Criar a EAP Criar uma EAP (Estrutura Analítica de Projeto) é decompor as diversas ati- vidades na ordem da maior para a menor e representar as respectivas entregas; essa decomposição é hierárquica como em um organograma. Cada nível de detalhe é orientado a uma fase intermediária ou entrega de produto (PMBOK, 2017). Com isso, a EAP organiza e torna claro o trabalho total do projeto. PARA SABER MAIS Como criar EAP? WBS (Work Breakdown Structure) ou Estrutura Analítica do Projeto (EAP) é um passo muito importante para estruturar o cronograma. Você pode encontrar informações detalhadas sobre como construir EAP no livro Gerenciamento de Escopo em Projetos, de Marcos Sotille. A ideia da decomposição é tornar as entregas do projeto pacotes meno- res e mais fáceis de gerenciar, ou seja, em um projeto com muitas entre- gas, exigindo diversos especialistas. Essa decomposição torna-se funda- mental, assim o planejamento é orientado à entrega, e a gestão, focada no produto. Em projetos como a construção de um carro é fácil pensar que várias peças serão fabricadas e montadas por diferentes equipes, ou até terceiros, e no final um carro estará montado por completo. Em um Gerenciamento Estratégico de Projetos 27 Gerenciamento do Projeto ld: 2 1 0% EI Planejamento ld: 3 1 0% Reuniões ld: 4 1 0% Admin istração ld: 5 1 i0% 1 Requisitos do Produto ld: 6 1 0% EI Software ld: 7 1 0% Documentação de Usuário ld: 8 1 0% Materiais dos Programas de Treinamento ld: 9 1 0% i Desenvolvimento 1. · ......... de.Software ......... · ld: 1 1 0% CJ 1 Produto Detalhado ld: 1 O 1 0% - - EI Software ld: 11 10% Documentação de Usuário ld: 12 1 0% Materiais d:os Programas d.e Trernamento ld: 13 1 0% 1 Construção ld: 14 1 0% - EI Software ld: 15 10% Documentação de Usuário ld: 16 1 Mate riais dos Programas d e - Tre tnamento ld: 17 I 0% 1 Integração e Teste ld: 18 I 0% ,- EI Software ld: 19 1 0% Doeu mentaç-ão d Usuário ld: 20 1 0% Materiais dos Programas de· ~ Treinamento ld: 2 1 1 0% projeto de desenvolvimento de software também é possível visualizar as entregas, porém não são como peças em carro, dependendo da fase é um documento que descreve o desejo do cliente, depois se torna um de- senho conceito, protótipo, por último testa-se e se realiza a entrega e o encerramento do projeto. A seguir, temos um exemplo. Figura 2 – Exemplo de EAP Fonte: Elaborado pelo autor. No exemplo, podemos notar que as caixas superiores da figura 2 repre- sentam as atividades em um nível superior, dependendo de suas tarefas subordinadas em um nível inferior, sendo possível representar os pro- dutos finais desejados de cada tarefa superior. Portanto, o objetivo é di- vidir uma grande tarefa, no nosso caso, o desenvolvimento de software, em tarefas menores, como o gerenciamento do projeto, os requisitos do produto, o produto detalhado e outras. Normalmente, as tarefas meno- res são divididas pelo tipo de subproduto, em que, na medida em que são realizadas, integram-se ao produto final do projeto, como em um quebra-cabeça. Gerenciamento Estratégico de Projetos 28 Como escrever uma EAP pode gerar muitas dúvidas, principalmente para quem irá fazer isso pela primeira vez, segue uma possível estratégia para criação de uma EAP (SOTTILE, 2009): Nível 0 – Colocar o nome do projeto no topo da EAP. Nível 1 – No próximo nível, todas as entregas previstas do projeto.Nível 2 – Decompor, no próximo nível, as entregas parciais. Nível 3 – Decompor as entregas parciais em atividades. 2.4. Validação e controle do escopo O processo de validação do escopo é responsável por obter o aceite for- mal das entregas pelas partes interessadas. Essas entregas podem ser subprodutos e o produto, normalmente realizadas por meio de uma reu- nião, apresentando o escopo como item a ser avaliado (PMBOK, 2017). Nesse momento, é importante que estejam presentes todos os represen- tantes das partes interessadas para validação, pois podem surgir mudan- ças que consequentemente podem afetar outras áreas. As solicitações de mudanças são documentadas e formalmente apresen- tadas a toda a equipe. É de responsabilidade do processo de controle de escopo garantir que as mudanças não alterem o curso fundamental do projeto de modo que possa colocar em risco as entregas. As mudanças são inevitáveis, portanto, ao invés de tentar impedi-las, o ideal é estabelecer um processo de controle de mudanças alinhado ao escopo original. Encerramos aqui esta aula! Foi possível entender os diversos conceitos em gestão de projetos, a impor- tância de compreender as necessidades das áreas envolvidas no projeto, bem como organizar e estruturar as atividades necessárias para o atendi- mento, monitoramento e controle do progresso das equipes responsáveis por cada conjunto de tarefas, mantendo o foco na entrega do produto final. Gerenciamento Estratégico de Projetos 29 E, por último, percebemos que mesmo diante de metodologias e formalis- mo há espaço para flexibilização por meio da gestão de mudanças, onde a grande lição é: controle as mudanças e mantenha o foco no escopo; não se oponha, as mudanças são naturais e fazem parte de qualquer projeto. LINK O governo do Mato Grosso do Sul por meio da sua Secretaria de Estado de Administração e Desburocratização elaborou uma apostila de como se deve elaborar e gerenciar um pro- jeto. Busque a referência na internet e bons estudos! QUESTÃO PARA REFLEXÃO Analisando o texto desta aula, procure nas Referências Bibliográficas (por exemplo, o PMBOK, 2017) conteúdo adicional sobre o tratamento de escopo em projetos, buscando identificar a importância da defini- ção do escopo para o sucesso do projeto. 3. Considerações Finais Nesta aula, você aprendeu: • Conceitos sobre o tratamento de escopo nos projetos. • As fases do Gerenciamento de escopo. • Conceitos sobre Integração e sua importância. • Como se desenvolve o plano de gerenciamento do projeto. • O que é uma EAP (Estrutura Analítica de Projeto) e qual a sua importância. Gerenciamento Estratégico de Projetos 30 Glossário Patrocinador:• “Uma pessoa ou um grupo que fornece recursos e suporte para o projeto, programa ou portfólio e é responsável pelo sucesso do mesmo” (PMBOK, 2017, p. 718). • Planejar o engajamento das partes interessadas: “O processo de desenvolvimento de abordagens para envolver as partes inte- ressadas do projeto, com base em suas necessidades, expectativas, interesses e potencial impacto ao projeto” (PMBOK, 2017, p. 718). • Planejar o gerenciamento do escopo: “O processo de criar um pla- no de gerenciamento do escopo que documente como o escopo do projeto e do produto será definido, validado e controlado” (PMBOK, 2017, p. 718). VERIFICAÇÃO DE LEITURA TEMA 02 1. Sobre os conceitos de Projeto, Programa e Portfólio, mar- que a alternativa correta: I. Muitas vezes, precisam ser decompostos em partes para facilitar o gerenciamento. II. São grupos de projetos relacionados que são gerencia- dos e coordenados de modo integrado, obtendo os be- nefícios de um gerenciamento integrado e facilitando o controle. É um conjunto de programas, projetos e outros esfor-III. ços que são agrupados para facilitar o cumprimento de objetivos estratégicos. Os conceitos apresentados correspondem, respectiva- mente, a: Gerenciamento Estratégico de Projetos 31 a) Programa, projeto e portfólio. b) Projeto, programa e portfólio. c) Programa, portfólio e projeto. d) Portfólio, projeto e programa. e) Portfólio, programa e projeto. f) Portfólio, programa e projeto. 2. O gerenciamento de escopo possui processos para asse- gurar que o projeto está estruturado com o necessário para atingir a entrega do produto final e encerrar com su- cesso, é fundamentado no “o que” o projeto deve realizar. Por que é importante descrever o que não é escopo? a) Para que o cliente não promova alteração no escopo. b) Porque é preciso deixar claro o que não faz parte do projeto. c) Porque não se deve sobrecarregar o plano de comunicação. d) Para garantir o modelo de qualidade e satisfação do cliente. e) Garante o retorno do investimento. 3. Os stakeholders, segundo o PMBOK (2017), são: a) As partes interessadas no projeto em que estão envol- vidos, de forma que seus interesses podem ser afeta- dos de maneira positiva ou negativa, e podem exercer influência sobre o projeto. b) Somente os investidores no projeto em que estão en- volvidos, de forma que seus interesses podem ser afe- tados de maneira positiva ou negativa, e podem exer- cer influência sobre o projeto. c) Os bancos financiadores do projeto, de forma que seus interesses podem ser afetados de maneira positiva ou negativa, e podem exercer influência sobre o projeto. Gerenciamento Estratégico de Projetos 32 d) Os administradores internos do projeto em que estão envolvidos, de forma que seus interesses podem ser afetados de maneira positiva ou negativa, e podem exercer influência sobre o projeto. e) Os contadores e administradores internos e externos da empresa, de forma que seus interesses podem ser afetados de maneira positiva ou negativa, e podem exercer influência sobre o projeto. Referências Bibliográficas CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. 3. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. KERZNER, H. Project Management: A Systems Approach to Planning, Scheduling, and Controlling. 12. Ed. Nova York: John Wiley & Sons, 2017. MARTINEZ, João Cordeiro. A importância do Gerenciamento de Projetos. 2012. Disponível em: <http://engnoledge.blogspot.com/2012/10/gestao-de-projetos.html>. Acesso em: 20 dez. 2018. MOURA, D. G.; BARBOSA, E. F. Trabalhando com Projetos – Planejamento e Gestão de Projetos Educacionais. 8. Ed. Editora Vozes, 2013. PIZE, Adilson. O Papel do Gerenciamento de Projetos no Sucesso do Planejamento Estratégico da Organização. 2012. Disponível em: <http://www.administradores. com.br/artigos/administracao-e-negocios/o-papel-do-gerenciamento-de-projetos- -no-sucesso-do-planejamento-estrategico-da-organizacao/45613/>. Acesso em: 20 dez. 2018. PMI - Project Management Institute. Um guia de conhecimento em gerenciamento de projetos (guia PMBOK). 6. ed. Newtown Square: PMI, 2017. RIBEIRO, Wankes L. Como calcular a viabilidade de um projeto utilizando técni- cas de análise de investimento: Payback Simples, VPL e TIR. 2010. Disponível em: <http://wankesleandro.blogspot.com/2010/06/como-calcular-viabilidade-de-um- -projeto.html>. Acesso em: 20 dez. 2018. Gerenciamento Estratégico de Projetos 33 http://engnoledge.blogspot.com/2012/10/gestao-de-projetos.html http://www.administradores.com.br/artigos/administracao-e-negocios/o-papel-do-gerenciamento-de-projetos-no-sucesso-do-planejamento-estrategico-da-organizacao/45613/ http://www.administradores.com.br/artigos/administracao-e-negocios/o-papel-do-gerenciamento-de-projetos-no-sucesso-do-planejamento-estrategico-da-organizacao/45613/ http://www.administradores.com.br/artigos/administracao-e-negocios/o-papel-do-gerenciamento-de-projetos-no-sucesso-do-planejamento-estrategico-da-organizacao/45613/ http://wankesleandro.blogspot.com/2010/06/como-calcular-viabilidade-de-um-projeto.html http://wankesleandro.blogspot.com/2010/06/como-calcular-viabilidade-de-um-projeto.htmlSOMMERVILLE, Ian. Engenharia de Software. 9. ed. São Paulo: Pearson, 2011. SOTTILE, Mauro A. Gerenciamento do Escopo em Projetos. 2. Ed. Rio de Janeiro, Fundação Getúlio Vargas, 2009. VARGAS, Ricardo. Gerenciamento de Projetos: estabelecendo diferenciais competi- tivos. 8. Ed. Brasport, 2017. Gabarito – Tema 02 Questão 1 - Resposta: B Resolução: Um projeto é decomposto por meio da EAP para facilitar a compreensão do que deve ser entregue, um programa é um con- junto de projetos de mesmo contexto coordenados de maneira inte- grada, e portfólio é o conjunto de programas e projetos agrupados por meio de uma perspectiva para atingir objetivos estratégicos. Questão 2 - Resposta: B Resolução: Mesmo declarando o não escopo, o cliente pode, a qual- quer momento, requisitar alteração; o plano de comunicação não sofre sobrecarga pelo escopo, nem garante qualidade ou retorno de investimento. Declarar o não escopo é necessário para deixar claro e transparente para as partes interessadas o que o projeto não irá tratar. Questão 3 - Resposta: A Resolução: Os stakeholders, segundo o PMBOK (2017), são as partes interessadas no projeto em que estão envolvidos, de forma que seus interesses podem ser afetados de maneira positiva ou negativa e po- dem exercer influência sobre o projeto. Gerenciamento Estratégico de Projetos 34 TEMA 03 ESTRATÉGIAS DE CUSTOS E PRAZOS Objetivos • Apresentação dos conceitos associados a escritório de projetos (PMO). • Discutir a importância da definição e acompanhamen- to de prazos e custos em projetos. • Apresentar as bases para a formação de cronogramas. • Compreender o orçamento no âmbito dos projetos. Gerenciamento Estratégico de Projetos 35 Introdução Todo projeto tem um paradigma apoiado em três elementos: prazo, cus- to e qualidade. Esses elementos têm uma relação entre si muito direta: quando o prazo se altera, o custo também se altera, e a qualidade de- pende do dimensionamento do custo, que depende do cumprimento do prazo; portanto, seu tratamento correto é de extrema importância para o projeto. Vamos entender como são tratados esses elementos em gestão de projetos e como o PMO pode influenciar nesse paradigma. 1. PMO Segundo Castro et al. (2010), existem três fases marcantes na evolução da gestão de projetos. A primeira, marcada pelo gerenciamento de proje- tos tradicionais, ocorre entre 1961 e 1990. A segunda fase ocorre a partir de 1990, marcada pela disseminação do PMBOK, do Project Management Institute (PMI) e suas diversas versões. A terceira fase, iniciada na década de 1990, com foco na organização, e não no projeto, está em paralelo com a segunda fase e preconiza o desenvolvimento de competências e da ma- turidade em gerenciamento de projetos nas organizações, destacando a gestão de portfólio de projetos. 1.1. Conceitos Segundo Vargas (2017), um programa é um grupo de projetos relaciona- dos e gerenciados de forma integrada, normalmente os produtos estão dentro de um mesmo contexto. A gestão de programas foca nas interde- pendências do projeto e auxilia a determinar a melhor abordagem para gerenciá-los. Segundo PMBOK (2017), um portfólio é um conjunto de pro- jetos ou programas que são agrupados para facilitar a gestão de forma a atender aos objetivos estratégicos da organização. Gerenciamento Estratégico de Projetos 36 Projetos Programas Projetos Programas Projetos 1 Projetos 1 Projetos Projetos Os projetos ou programas do portfólio podem não ser necessariamen- te interdependentes ou diretamente relacionados, estão agrupados no portfólio e fazem parte de uma carteira por serem quantificáveis, ou seja, podem ser medidos, classificados e priorizados. Uma organização pode ter mais de um portfólio, cada um abordando áre- as de negócio ou objetivos estratégicos. Um portfólio representa o traba- lho selecionado para ser feito, mas não necessariamente o trabalho que deve ser feito. Figura 1 – Relacionamento entre Portfólio, Programas e Projetos Fonte: Elaborada pelos autores. A gestão de portfólio é a aplicação de conhecimentos, habilidades, ferra- mentas e técnicas a um portfólio, de forma que os recursos sejam aloca- dos de acordo com as prioridades organizacionais. Gerenciamento Estratégico de Projetos 37 Quadro 1 – Comparação entre Projeto, Programa e Portfólio Escopo Projetos possuem obje- tivos definidos. O esco- po é elaborado progres- sivamente durante o ciclo de vida do projeto. Os programas possuem um escopo maior e for- necem benefícios mais significativos. Os portfólios possuem um escopo de negó- cios que muda com os objetivos estratégicos da organização. Mudança Os gerentes de projetos esperam mudanças e implementam proces- sos para manter as mu- danças gerenciadas e controladas. Os gerentes de progra- mas devem esperar mu- danças tanto de dentro como de fora do progra- ma e estar preparados para gerenciá-las Os gerentes de portfó- lios monitoram conti- nuamente as mudan- ças ocorridas no am- biente mais amplo da organização. Planejamento Os gerentes de projetos elaboram progressiva- mente planos detalha- dos no decorrer do ciclo de vida do projeto a par- tir de informações de alto nível. Os gerentes de progra- mas desenvolvem o pla- no geral do programa e criam planos de alto nível para orientar o planeja- mento detalhado no nível dos componentes. Os gerentes de portfó- lios criam e mantêm comunicação e pro- cessos necessários ao portfólio global. Gerenciamento Os gerentes de projetos gerenciam a equipe do projeto para atender aos objetivos do projeto. Os gerentes de progra- mas gerenciam a equipe do programa e os geren- tes de projetos; eles pro- veem visão e liderança global. Os gerentes de portfó- lios podem gerenciar ou coordenar a equipe de gerenciamento de portfólios. Sucesso O sucesso é medido pela qualidade do pro- duto e do projeto, pon- tualidade, conformida- de orçamentária e grau de satisfação do cliente. O sucesso é medido pelo grau em que o programa atende às necessidades e aos benefícios para os quais foi executado. O sucesso é medido em termos do desem- penho agregado dos componentes do por- tfólio. Monitoramento Os gerentes de projetos monitoram e controlam o trabalho de elabora- ção dos produtos, servi- ços ou resultados para os quais o projeto foi realizado. Os gerentes de progra- mas monitoram o pro- gresso dos componentes do programa para garan- tir que os objetivos, cro- nogramas, orçamentos e benefícios globais do mesmo sejam atendidos. Os gerentes de por- tfólios monitoram o desempenho e os indi- cadores de valor agre- gado da carteira. Fonte: Adaptado de PMI, 2017. Existe uma relação entre a gestão de portfólio e a estratégia organizacio- nal, de modo que se tenha um alinhamento. As organizações constroem Gerenciamento Estratégico de Projetos 38 Estratégias e Objetivos Corporativos • Estratégico : ----------r------------- ◄--------------------~ Tático • Planejamento e gerenciamento de operações Planejamento e gerenciamento de portfólio de projetos T . . • at1co : ------------+-----------◄------------------.: Operacional• Gerenciamento de operações (atividades contínuas) !Gestão de m'.lltiplos projetos! '------- ------------ ------ -- -- --------- ---· Gerenciamento de programas e projetos autorizados (atividades esporádicas) Recursos Organizacionais estratégias para definir como sua visão será alcançada; a missão dirige a execução da estratégia, que poderá conter objetivos, como: • Aproveitar oportunidades. • Minimizar impacto das ameaças. • Responder às mudanças no mercado. • Concentrar em atividades críticas operacionais. Pressupomos que a empresa tenha um plano estratégico acompanhado por declarações de missão e visão, assim como metas e objetivos estra- tégicos. O objetivo de relacionar a gestão de portfólio e a estratégiaorga- nizacional é racionalizar e equilibrar o uso de recursos para maximizar o valor da execução de atividades estratégicas e operacionais. Figura 2 – Relação entre a estratégia organizacional e portfólio de projetos Fonte: Adaptado do PMBOK, 2017. Gerenciamento Estratégico de Projetos 39 A visão, missão, estratégia organizacional e seus objetivos ilustram os com- ponentes utilizados para definir as metas de desempenho da organização. O planejamento executivo de operações e a gestão de portfólio de pro- jetos estabelecem iniciativas distintas para atingir as metas de desempe- nho da organização. A gestão de operações, programas e projetos são as atividades do projeto e a operação do programa operacional. O objetivo final da relação é um plano equilibrado e executável que irá auxiliar a organização a atingir suas metas. A gestão do portfólio é orientada por cinco pilares: • Manutenção do Alinhamento do Portfólio – Cada componente deve estar alinhado com um ou mais objetivos estratégicos. • Atribuição de Recursos Financeiros – A prioridade de cada compo- nente orienta as decisões de investimento. • Alocação de Recursos Humanos – A prioridade dos componentes orienta a contratação e alocação de pessoas. • Contribuições de Componentes de Medição – A contribuição de um componente deve ser medida em relação ao alcance da meta atri- buída no objetivo estratégico. • Gestão do Risco Estratégico – Os riscos devem ser avaliados na for- ma que podem afetar a realização dos objetivos estratégicos. 1.2. Metodologia A gestão de portfólio de projetos oferece benefícios para a tomada de decisão baseada em informações estratégicas e prioridades. Essa prática reduz possíveis distorções causadas pela alocação inadequada de recur- sos ou a duplicação em projetos similares, bem como provê um processo centralizado, lógico e concreto para justificativa das decisões sobre proje- tos. A gestão de portfólio se baseia em três grandes processos: Avaliação, seleção e priorização. Gerenciamento Estratégico de Projetos 40 li 11 Rejeições Rejeições Rejeições PROJETOS APROVADOS IDEIAS Alinhamento Estrategiro Valor para o Negódo PROJETOS CANDIDATOS PROJETOS CANDIDATOS Perspectivas do 0SC f, PI, e, A e R) Estudo de Viabilidade PROGRAMAS PROJETOS CANDIDATOS PORTFOLIO 1.2.1. Avaliação Ferramentas e técnicas para categorização de componentes ajudam a organização a realizar uma avaliação dos componentes, atribuindo-os a categorias predeterminadas, comparando os componentes que têm ob- jetivos estratégicos semelhantes. Além disso, facilita o balanceamento do portfólio, tornando eficientes os esforços e garantindo a realização de to- dos os projetos ou programas relacionados a objetivos estratégicos. Uma vez conhecidos os tipos de projetos, é possível organizá-los em gru- pos, com critério de classificação determinado pelo objetivo estratégico. A seguir, apresentamos como as demandas são recebidas, transformadas em projetos, agrupadas em programas e, posteriormente, a formação de um portfólio. Figura 3 – Processo de transformação de ideias em projetos Fonte: Gomede (2010), Disponível em: <https://evertongomede.blogspot.com/2010/11/de-forma- pratica-como-diferenciar.html>. Acesso em: 18 dez. 2018. Gerenciamento Estratégico de Projetos 41 https://evertongomede.blogspot.com/2010/11/de-forma-pratica-como-diferenciar.html https://evertongomede.blogspot.com/2010/11/de-forma-pratica-como-diferenciar.html As ideias são relacionadas e transformadas em requisitos, e são selecio- nadas as ideias passíveis de serem transformadas em projetos. Essa sele- ção é orientada pelo alinhamento estratégico, ou seja: quais ideias estão alinhadas à estratégia da empresa? Após a seleção dos projetos candida- tos, é realizada uma seleção cujo critério é filtrar os projetos que geram valor para o negócio, depois um novo filtro é aplicado para extrair os pro- jetos que constituem objetivos estratégicos e, por último, é realizado um estudo de viabilidade dos projetos. As cores diferentes identificam projetos de diferentes tipos, que são agru- pados em programas. Notem que as cores são iguais, pois os programas reúnem projetos de mesmo tipo, depois os projetos são agrupados por critérios determinados pela organização para compor o portfólio. 1.2.2. Seleção Selecionar projetos é a atividade de relacionar os esforços e os projetos a serem realizados pela organização a partir da validação total e detalhada de todos os projetos disponíveis. Para isso, é necessário ter claro os tipos de projetos do portfólio. Tipos de projetos: • Projetos de sistemas – são aqueles cujos resultados são produtos de desenvolvimento de programas de computador. • Projetos de mapeamento de processos – são aqueles cujos resulta- dos são os desenhos e a descrição dos processos organizacionais, assim como sua documentação. • Projetos de infraestrutura – são aqueles em que os resultados são novas instalações ou modificações e eventuais melhorias nas insta- lações existentes. • Projetos de estratégia – são aqueles que buscam efetivamente aten- der ao planejamento estratégico da organização, os quais podem ser classificados em: Projetos de produtos, Projetos de serviço, Projetos de legislação, Projetos de resposta ao mercado e Projetos de melho- ria contínua. Gerenciamento Estratégico de Projetos 42 1.2.3. Priorização A priorização tem como atividade básica pontuar os projetos de forma que seja possível visualizar projetos ordenados por grau de importância. Essa “importância” pode ser definida por inúmeros critérios, cada orga- nização tem seu próprio critério e na maioria das vezes ele está alinhado com a estratégia da organização. Os métodos de priorização se baseiam nos seguintes requisitos fundamentais: • As prioridades dos projetos devem considerar a estratégia do negócio. • Processo de priorização que permita mudanças para refletir o dina- mismo das alterações no negócio. • Deve ser eficiente e simples para viabilizar sua utilização com gran- des quantidades de projetos. Segundo o PMI (2017), as técnicas de seleção e priorização se dividem em: • Qualitativa – tratam de informações amplas que demonstram tendências. • Quantitativa – tratam de informações precisas, com índices numéri- cos para representar o grau de importância. A seguir, apresentamos o quadro 2 com priorização quantitativa, em que separamos dois grupos de critérios, Complexidade e Alinhamento Estratégico. As notas foram dadas como exemplo, escolhidas de forma aleatória. Gerenciamento Estratégico de Projetos 43 Quadro 2 – Priorização quantitativa de projetos Notas de 1 a 5 Complexida- de Critérios Peso Projeto 1 Projeto 2 Projeto 3 Projeto 4 Projeto 5 Projeto 6 #Critério 1 5% 5 5 3 4 1 1 #Critério 2 30% 5 3 4 5 5 1 #Critério 3 10% 5 2 3 4 5 1 #Critério 4 15% 5 1 2 4 5 1 #Critério 5 40% 5 5 3 5 5 5 Total 5,0 3,5 3,2 4,7 4,8 2,6 Peso 1 1 2 3 4 5 Alinhamento Estratégico #Critério 1 45% 5 2 3 5 4 3 #Critério 2 27,5% 3 3 2 4 4 4 #Critério 3 27,5% 5 5 5 4 4 1 Total 4,5 3,1 3,3 4,5 4,0 2,7 Pontuação Final Projeto 1 Projeto 2 Projeto 3 Projeto 4 Projeto 5 Projeto 6 Complexida- de 5 4 3 5 5 3 Alinhamento estratégico 5 3 3 5 4 3 Fonte: Elaborado pelos autores. Utilizando uma escala de 1 a 5 para classificar os projetos, temos os crité- rios apresentados com seus respectivos pesos em cada projeto e o grau de importância desse critério para o projeto. Veja Critério 1, peso de 5%, ou seja, é um dos critérios menos relevantes, porém para o projeto 1 tem grau de relevância 5, portanto é muito importante, já para o projeto 5 a importância é mínima. Dessa forma conseguimos traçar uma soma pon- derada de todos os pesos para cada projeto, classificando a complexidade e o alinhamento estratégico baseados nos fatores encontrados. O Total é encontradomultiplicando o peso pelo grau de importância de cada crité- rio do projeto selecionado. Gerenciamento Estratégico de Projetos 44 Priorização e 5 o m p 4 1 e X 3 3; 3 d a 2 d e o +------------,--------.------.&..--~------~c-----------,-- o 4 ALINHAMENTO ESTRATÉGICO Figura 4 – Priorização quantitativa de projetos Fonte: Elaborada pelo autor. A Figura 4 apresenta cada projeto do quadro anterior representado por esferas coloridas. O canto superior direito representa os projetos com maior complexidade e maior alinhamento estratégico, o canto inferior es- querdo, o contrário. Podemos notar que se encontrarmos projetos cuja complexidade é alta e o alinhamento estratégico é baixo devemos dar uma prioridade mais baixa do que aqueles que têm um alinhamento es- tratégico maior. Temos quadrantes que limitam regiões mais prioritárias e menos prioritárias. Com essa visão é possível observar o valor dos pro- jetos para a organização e tomar decisões de maneira adequada. Vamos agora tratar da gestão dos prazos. 2. Gestão de cronograma Cronograma é um recurso precioso e não renovável, a maioria das pesso- as gostaria de ter mais tempo para suas atividades, que frequentemente Gerenciamento Estratégico de Projetos 45 exigem mais tempo do que o estimado. Porém, na gestão de projetos, exigir mais tempo ou estimar o prazo de forma muito distante do cro- nograma real pode ser desastroso. Veremos a seguir os processos mais importantes que guiam a gestão do cronograma (tempo) baseados no PMBOK, que garantem uma determinada precisão. São divididas em: 1. Definição das Atividades. 2. Sequenciamento das Atividades. 3. Estimativas da duração de Atividades. 4. Elaboração e Controle do Cronograma. 2.1. Definição das atividades O processo de definição de atividades são ações a serem realizadas para produzir as entregas declaradas no escopo do projeto e evidenciadas na EAP (PMBOK, 2017). Cada processo descrito na EAP é detalhado no nível de atividades, gerando uma lista, sem considerar qualquer sequencia- mento, atribuição de data ou responsável. Outro documento resultante do processo é a lista de marcos (milesto- nes) que identifica pontos importantes, mas que não envolve trabalho, são apenas pontos de referência para atendimento de alguma meta e também podem servir para identificar o início ou término de alguma ati- vidade importante. O gerente de projetos normalmente necessitará do apoio de especialistas no processo operacional relacionado às atividades para descrevê-las. É normal um gerente de projeto não conhecer todos os detalhes operacionais da fabricação de um carro, por exemplo, principal- mente se for o primeiro projeto, por esse motivo a ajuda de um especia- lista é fundamental. Gerenciamento Estratégico de Projetos 46 • • • • • • Figura 5 – Marcos baseados na EAP das aulas anteriores, desenvolvimento de software Plano do Detalhe do Resultado Projeto Projeto do Teste Requisitos Construção Entrega do Produto para Cliente Fonte: Elaborada pelos autores. Apenas identificar e listar as atividades não apresenta as relações de pre- cedência entre elas, ou seja, o que deve começar primeiro ou a relação de dependência. Por esse motivo é necessário sequenciar as atividades de forma a organizar e explicitar essas relações. Vamos entender como é realizado esse processo. 2.2. Sequenciamento das atividades O processo de sequenciar as atividades é o momento em que identifica- mos e documentamos o relacionamento entre as atividades, e sua impor- tância é vital ao projeto, pois um erro pode comprometê-lo, desencadean- do um efeito dominó. Vamos entender o motivo disso. Para sequenciar as atividades, temos que descrever passo a passo cada atividade e qual sua relação. Um método bem utilizado é o Método do Diagrama de Precedência (MDP). O MDP define quatro tipos de relacionamentos lógicos entre as atividades: Término para Início (TI) – o término da atividade predecessora determina a data para o início da atividade sucessora. Gerenciamento Estratégico de Projetos 47 Predecessora Sucessora Sucessora Figura 6 – Diagrama de Término para Início (TI) Fonte: Elaborada pelos autores. Quando terminar a tarefa predecessora, iniciará a tarefa sucessora. Término para Término (TT) – o término da atividade predecessora deter- mina a data para o término da atividade sucessora. Figura 7 – Diagrama de Término para Término (TT) Fonte: Elaborada pelos autores. Quando terminar a tarefa predecessora, possibilitará que a tarefa suces- sora também termine. Início para Início (II) – o início da atividade predecessora determina a data para o início da atividade sucessora. Figura 8 – Diagrama de Início para Início (II) Fonte: Elaborada pelos autores. A atividade sucessora só iniciará se a predecessora tiver iniciado. Início para Término (IT) (raramente utilizado) – acontece quando o início da tarefa predecessora determina a data de término da tarefa sucessora. Gerenciamento Estratégico de Projetos 48 Figura 9 – Diagrama de Início para Término (IT) Fonte: Elaborada pelos autores. Essa relação é utilizada quando uma tarefa precisa terminar antes de uma etapa ou data do término do projeto e há a necessidade de criar uma re- lação em que o término em atraso da predecessora afetará a sucessora. Agora iremos utilizar os relacionamentos para apresentar o diagrama de precedência tendo como base a EAP do projeto de desenvolvimento de software. Figura 10 – Diagrama de Precedência Fonte: Elaborada pelos autores. Note que o encerramento do teste depende do encerramento da cons- trução, isso porque no desenvolvimento de software há várias iterações entre as equipes de testes e construção, no esquema detecta, corrige, testa novamente. Logo, só se avança para entrega ao cliente se o teste e a construção es- tiverem concluídos. Nosso exemplo utilizou a EAP para extrair um nível macro de atividades, tornando o diagrama mais compacto e didático. O ideal é basear-se na lista de atividades, pois ficará mais detalhado. Após sequenciar todas as atividades, teremos o nosso diagrama de rede do projeto, apresentando como as atividades do projeto estão Gerenciamento Estratégico de Projetos 49 inter-relacionadas. Como esse processo exercita a lista de atividades, não é raro identificar novas atividades, por isso, quaisquer mudanças devem estar refletidas em outros documentos do projeto também. 2.3. Métodos de estimativa de duração de atividades Estimar duração de atividades é um processo de prever o tempo necessá- rio que uma atividade levará para ser concluída. Alguém já te perguntou quanto tempo você demora para fazer algo? A resposta é sempre com uma dúvida na mente: será possível cumprir o prazo dado? Realmente, estimar a duração de uma atividade não é algo simples, por isso existem duas metodologias para apoiar a previsão, uma baseada no esforço e ou- tra baseada no tempo. Na metodologia baseada no esforço, o conceito de esforço é definido como a quantidade de tempo necessária para realizar uma determina- da tarefa. Uma vez dada a quantidade de horas envolvidas, saberemos o cronograma ideal de uma macroatividade (EAP). Nesse caso, somamos os tempos das atividades descendentes (sucessoras) para descobrir o crono- grama total das ascendentes (predecessoras). Figura 11 – Diagrama de Precedência com os valores de esforço de cada tarefa Fonte: Elaborada pelo autor. Gerenciamento Estratégico de Projetos 50 Recurso Recurso 1 Recurso 2 Disponibilidade 100% 80% Quantidade 2 3 Já na metodologia baseada em cronograma, é utilizada uma tabela na qual são inseridos os recursos do projeto e os cronogramas padronizados de alocação para as atividades do projeto. O esforço é ajustado controlan- do a quantidade de recursos alocados para a atividade, a disponibilidade para a atividade (0-100%), períodos de inatividade, períododa jornada de trabalho. Figura 12. Estimativa de duração baseada em cronograma Fonte: Elaborada pelo autor. Independentemente da metodologia, o prazo não deve ser encarado como resultado de uma equação polinomial, mas o resultado de uma ne- gociação com quem executa a atividade. 2.4. Desenvolvimento e controle do cronograma Nesse momento, estamos com a lista de atividades sequenciadas e com duração estimada, e precisamos associar responsáveis e colocar em um formato em que seja possível enxergar claramente as atividades em or- dem cronológica. Para isso criaremos um cronograma utilizando o méto- do do caminho crítico. Gerenciamento Estratégico de Projetos 51 Figura 13. Diagrama de rede Fonte: Elaborada pelo autor. Qual a duração total do projeto descrito no diagrama de rede da Figura 13? Vamos percorrer o diagrama desde o início. O Plano de Projeto leva 5 dias para ficar pronto e se inicia junto com Requisitos do Produto, que leva 15 dias. Nesse diagrama, o detalhe do projeto depende dos dois produtos citados, pensando no cronograma total: somente quando o mais longo terminar teremos todos, portanto, 15 dias. Somando mais 20 dias para detalhar o projeto, 60 dias para construção e mais 30 dias para testar, são 125 dias para encerrar o projeto. Como nosso exemplo entregou um produto único no final, não temos possibilidade de entregas parciais, já em um cenário de entregas parciais podemos estimar as datas e entregar o projeto por partes, o que pode ser muito útil em determinados casos, porém para essa estimativa ser mais precisa temos um método denomi- nado caminho crítico. O método do caminho crítico calcula as possíveis datas de início e térmi- no mais curtas e mais longas, sem se ater às limitações de recursos, na- vegando pelos caminhos da rede do cronograma. Essas datas calculadas são elementos norteadores, mas não necessariamente serão utilizadas no cronograma – dessa forma saberemos quais atividades terminarão primeiro e por último. Gerenciamento Estratégico de Projetos 52 Figura 14. Caminho crítico Fonte: Elaborada pelo autor. Vamos identificar os caminhos no nosso diagrama: T1 -> T4 -> T6 duração 20 dias. T1 -> T3 -> T5 -> T7 duração de 17 dias. T2 -> T4 -> T6 -> duração 23 dias (caminho crítico). Qual a leitura que podemos fazer? Vamos selecionar a tarefa T5: ela tem duração estimada de 6 dias e se iniciará 7 dias após o início do projeto (T1+T3), portanto seu término es- perado é 13 dias após o início do projeto. Porém, qualquer mudança nos prazos refletirá em todas as estimativas dependentes, é por isso que uti- lizamos uma ferramenta denominada linha de base. Figura 15. Linha de base Fonte: Elaborada pelo autor. Gerenciamento Estratégico de Projetos 53 Nome da tarefa Duração Início Término Jult12 Agot12 Sett12 Outt12 1 8 15 22 29 5 12 19 26 2 9 16 23 30 7 · Plano de Projeto 5 dias Seg 16/4t12 Sex 20/4t12 Requisttos do Produto 15 dias Seg 2314t12 Sex 11/St12 Detalhe do Projeto 20 dias Seg 14/St12 Sex 8/6t12 Construção 60 dias Seg 11/6t1 2 Sex 31tat12 Teste 30 dias Seg 3/9t12 Sex 12t10t12 A linha de base é uma foto do planejamento, ou seja, uma visão de como foi planejada a execução do projeto. Na maioria dos softwares é possível salvar a linha de base (baseline) associada a um diagrama, denominado Gráfico de Gantt. Para comparar fundamentalmente o desvio entre o que foi planejado e a execução, o exemplo anterior demonstra uma alteração da tarefa T1 e seu impacto no cronograma total de projeto. PARA SABER MAIS Gráfico de Gantt: Segundo PMBOK (2017), o gráfico de Gantt é uma ferramenta para representação de informações refe- rentes ao cronograma. Consiste em um gráfico de barras em que as atividades do cronograma ou fases são listadas ver- ticalmente do lado esquerdo e do lado direito, as datas são apresentadas horizontalmente na parte superior. Figura 16 – Gráfico de Gantt Fonte: Elaborada pelos autores. Controlar o cronograma é uma das atividades em que o gestor de pro- jetos será mais exigido, pois deverá atualizar a situação do projeto, gerir influências que podem causar mudanças no cronograma e as próprias mudanças. Esse controle, na maioria das vezes, é realizado por meio de reuniões de atualização e, pela sua frequência, em algumas organizações é conhecido como ritual de atualização do projeto (PMBOK, 2017). Uma vez estabelecido o cronograma, vamos estudar como estimar os custos de um projeto. Gerenciamento Estratégico de Projetos 54 -- 3. Custos em projetos A determinação do custo de um projeto tem o papel não somente de ava- liar o quanto foi gasto, mas de sinalizar durante o projeto se o consumo dos recursos financeiros está fora dos parâmetros adequados e estipula- dos durante o planejamento. São divididas nas seguintes fases: • Estimativa de Custos. • Determinar o Orçamento. • Controle de Custos. 3.1. Estimativa de Custos O primeiro passo para a estimativa de custos é atribuir valores monetá- rios para os recursos, seja humano, material ou de qualquer outro tipo. Essas estimativas são um estudo baseado no cenário de um determinado momento, que inclui a identificação e consideração de opções de custos para iniciar e terminar um projeto, por exemplo: iremos comprar ou alu- gar uma copiadora? Qual o risco associado? Portanto, é uma tomada de decisão, que normalmente fará parte do termo de abertura do projeto e da análise de viabilidade, cujo objetivo é informar para as partes inte- ressadas qual capital será necessário para entregar o produto final do projeto. Figura 17. Estimativa de custos Plano do Projeto 15 h Planejamento Reuniões Administração 8 h 5 h 2 h Recurso Disponibilidade Quantidade Custo Recurso 1 100% 2 R$ 3000,00 Recurso 2 80% 3 R$ 4500,00 40 h 15 h 2 Recursos 5 Recursos Fonte: Elaborada pelo autor. Gerenciamento Estratégico de Projetos 55 ASSIMILE Na Figura 17 temos a situação em que devemos tomar uma decisão: com dois recursos a atividade demora 40h, com cin- co, demorará 15h. Qual será a melhor opção? A resposta de- penderá da importância da atividade para o projeto e quanto de recurso financeiro pode ser utilizado nessa fase. As esti- mativas de custos são refinadas durante o curso do projeto e são expressas em alguma moeda (Dólar, Real, Euro, etc.). Os refinamentos podem variar: se a organização trata o custo como item de alta relevância, o detalhamento será máximo e poderá ser dividido em grupos conhecidos como centros de custo. Com isso, além de saber o custo estimado, é possível determinar onde os custos estão associados. Em resumo, conforme destaca o PMBOK (2017, p.174), “uma estimativa de custo é uma avaliação quantitativa dos custos prováveis dos recursos necessários para completar a atividade”. EXEMPLIFICANDO Notamos na Figura 18 a utilização de recursos das áreas de Planejamento Estratégico e Engenharia, isso quer dizer que o custo do projeto será rateado com essas áreas em função da utilização dos recursos alocados. O gerente de projetos pode, e é recomendável que o faça, receber auxílio de um especialista com domínio na atividade que deve ser realizada ou de um especialista financeiro. Em alguns projetos, as equipes são provenientes de várias áreas (Mo- delo Matricial), com diferentes valores e os custos são rateados. Gerenciamento Estratégico de Projetos 56 Recurso Recurso 1 Recurso 2 Disponibilidade 100% 80% e.custo 10001202 10001301 Quantidade 2 3 Descrição e.custo 10001202 10001301 Planejamento Estratégico Engenharia Custo R$ 3000,00 R$ 4500,00 Com isso, surge a necessidade de criar uma estrutura denominada Centro de Custo para evidenciar os custos por equipe e área. Figura 18. Estimativas de custo associadas a centros de custo Fonte: Elaborada pelo autor. 3.2. Determinar Orçamento O orçamento é um instrumento para consolidar todos os custos envolvi-
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