Buscar

7 CALÚNIA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DOS CRIMES CONTRA A HONRA
CALÚNIA – art. 138 do CP
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
Exceção da verdade
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível;
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141;
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.
REQUISITOS:
1. Imputação de fato definido como crime;
2. Falsidade da imputação;
3. Intenção de caluniar.
CONCEITO: É a falsa imputação a alguém de fato definido como crime.
OBJETO JURÍDICO: a honra OBJETIVA repuatação (o conceito que cada pessoa é tida perante o meio social em que vive).
OBJETO MATERIAL: pessoa contra quem são dirigidas as imputações ofensivas à honra objetiva (reputação).
SUJEITO ATIVO: crime comum – qualquer pessoa.
SUJEITO PASSIVO: qualquer pessoa, mesmo aquelas de MÁ FAMA e os IRRESPONSÁVEIS (loucos ou menores). Inclusive os MORTOS, cujos parentes serão os sujeitos passivos (§2º).
	A PESSOA JURÍDICA também pode figurar como sujeito passivo, desde que o crime a ela atribuído falsamente seja tipificado na Lei n. 9.605/98 LEI AMBIENTAL, nas demais hipóteses deverá ser considerado crime de DIFAMAÇÃO.
TIPO OBJETIVO: 
1. IMPUTAR FALSAMENTE: atribuir fato determinado e FALSO presunção de falsidade, a menos que se prove sua veracidade (§3º);
2. PROPALAR ou DIVULGAR (§1º): tornar público basta que se dê conhecimento a uma só pessoa.
3. FATO DEFINIDO COMO CRIME: além de falso.
EXEMPLO: Matheus falou que viu Lucas furtando um objeto de Camila, sendo esta imputação falsa. tal imputação deve chegar ao conhecimento de pessoas diversas do ofendido (Lucas), ferindo assim, a sua HONRA OBJETIVA, a sua REPUTAÇÃO que tem a zelar perante o meio social.
CRIME COMISSIVO: cometido por meio de uma AÇÃO; ou OMISSIVO IMPRÓPRIO: desde que o agente goze do status de garantidor.
CONSUMAÇÃO: No momento em que chega ao conhecimento de uma terceira pessoa. 
	É um CRIME FORMAL, cuja consumação ocorre mesmo que a vítima não tenha sido, efetivamente, ofendida em sua honra objetiva, bastando que o agente DIVULGUE falsamente, a terceiro, fato definido como crime.
TENTATIVA: depende do meio utilizado. Ex.: Por meio de carta que não chega ao destinatário. 
ELEMENTO SUBJETIVO: Dolo animus caluniandi
· DIRETO: §1º - apenas o dolo direto;
· EVENTUAL: Ex.: Deixar o e.mail aberto no local do trabalho
§1º - AGENTE QUE PROPALA OU DIVULGA A CALÚNIA:
	DOLO DIREITO: de quem divulga a calúnia que teve ciência.
	Deve o agente propalator conhecer a FALSIDADE da imputação. Se há dúvidas quanto à veracidade, há a DESCLASSIFICAÇÃO para o art. 138 do CP (DIFAMAÇÃO).
 
§2º - CALÚNIA CONTRA OS MORTOS: o morto não goza mais de status de pessoa, todavia, sua MEMÓRIA MERECE SER PRESERVADA. Assim, seus parentes, mesmo que INDIRETAMENTE, são atingidos pela força da falsidade do fato definido como crime que lhe é imputado NÃO CABE DIFAMAÇÃO E INJÚRIA.
§3º EXCEÇÃO DA VERDADE: É a faculdade atribuída ao agente de demonstrar que os fatos por ele narrados não são falsos. Tal comprovação AFASTA A INFRAÇÃO PENAL. É a prova da imputação feita.
	Processamento art. 523 do CPP:
Art. 523. Quando for oferecida a exceção da verdade ou da notoriedade do fato imputado, o querelante poderá contestar a exceção no prazo de dois dias, podendo ser inquiridas as testemunhas arroladas na queixa, ou outras indicadas naquele prazo, em substituição às primeiras, ou para completar o máximo legal.
	A exceção da verdade é permitida no crime de calúnia, SALVO em 3 hipóteses:
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível: enquanto estiver pendente de julgamento a APP, seja em 1º ou 2º grau, não poderá ser erigida a exceção da verdade. Tão pouco poderá ser arguida, caso o ofendido não tenha se quer sido processado criminalmente pelo fato definido como crime que lhe imputou o agente.
	GRECO entende que que deve ser SUSPENSO o processo de CALÚNIA, para apurar primeiro o processo do suposto crime imputado, para não ter prejuízo a quem imputou o fato, e que tmabém está sendo processao por calúnia.
II- se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141: Presidente da República ou Chefe de Governo Estrageiro.
	Na exceção da verdade, os sujeitos da ação penal mudam de posição (Excepto - querelante e Excipiente – querelado). Nesse caso, entende-se que não seria razoável, dadas as posições que ocupam, colocá-los como réus em acusações propostas por quem não possui legitimidade constitucional para tanto IMUNIDADE.
	A prova da verdade, nesse caso, seria nos próprios autos da APP de calúnia se ficar comprovada a prática do delit, o agente que o imputou, deverá ser absolvido na AP relativa ao crime de calúnia não se pode impedir a sua defesa.
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível: O fato já foi decidido judicialmente. Deve haver respeito ao pronunciamento judicial.
AUMENTO DE PENA: art. 141 do CP 
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;
II - contra funcionário público, em razão de suas funções;
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.
IV - contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de injúria. 
§ 1º - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
	Caput aumento de 1/3
	§1º pena aplicada em dobro
RETRATAÇÃO: art. 143 do CP
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena.
Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa. (Incluído pela Lei nº 13.188, de 2015)
	É o ato de DESDIZER-SE, de retirar o que disse. Por meio dela, o agente confessa que ERROU e, expressamente, volta atr-as do que declarou Isenção de pena. 
	Não se confunde com a NEGATIVA DO FATO, pois quem nega, não se retrata.
	Cabe na calúnia e na difamação.
DUBIEDADE E PEDIDO DE EXPLICAÇÃO: art. 144 do CP
Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa.
	Interpelação do possível ofensor, para que este esclareça a ofensa dúbia, a imputação equívoca, a pessoa a quem se referiu, etc.	
O interpelado pode recusar-se a prestar explicações. Cabe ao juiz	da eventual AP (calúnia), julgar as explicações e rejeitar a queixa, caso as considere satisfatórias.
CONCURSO DE CRIMES: Possível concurso ente calúnia e injúria art. 70 do CP.
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior. 
AÇÃO PENAL: art. 145, caput, do CP.
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
Parágrafo único. Procede-se mediante requisiçãodo Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3º do art. 140 deste Código.
	Caput APP
	Se resulta lesão corporal (injúria real) APPC
	Presidente da República e Chefe de Governo Estrageiro APPC
	Funcionário Público em razão de suas funções APPC 
Súmula 714 do STF: “É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do ministério público, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções.”
APLICAÇÃO DA LEI 9.099/95: rito sumaríssimo
COMPETÊNCIA: JECRIM, desde que não se aplique o art. 141 do CP.
OBS.: CALÚNIA PROFERIDA NO CALOR DA DISCUSSÃO não afasta a infração penal, o que importa é que o agente tenha atuado com o elemento subjetivo DOLO. (com finalidade de ofender a honra da vítima).

Outros materiais