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Hemorragias da 1ª metade da gestação ABORTAMENTO Ameaça de Abortamento Colo Fechado Clínica Discreta (sangramento e dor discretos) Útero = IG bHCG + BCE + USG variável Conduta: Orientação Abortamento Completo Colo Fechado Regressão de Sinais gravídicos Útero < IG bHCG – Endométrio < 15 mm USG: útero vazio Conduta: Imunoglobulina (se mãe Rh -); Seguimento ambulatorial Abortamento Retido Assintomático Colo Fechado Útero < IG bHCG – ou decrescente BCE – USG: Embrião sem BCF Conduta: Imunoglobulina; Esvaziamento ativamente ou expectante (se > 3sem = risco de coagulopatia) **Gestação Inviável: Abortamento Inevitável (ou Em curso) Colo Dilatado Clínica Exuberante Útero = IG bHCG + BCE + e descolamento ovular Conduta: Internar, Estabilizar e Esvaziamento da cavidade (AMIU ou Curetagem); Imunoglobulina em mãe Rh- Abortamento Incompleto Clínica e Colo variáveis USG com ecos amorfos na cavidade endometrial Útero < IG bHCG – Endométrio > 15 mm Conduta: Estabilização, Esvaziamento e Imunoglobulina Abortamento Infectado Odor fétido, Febre, dor e secreção purulenta Útero < IG Complicação do Incompleto bHCG – Conduta: Estabilização, Antibioticoterapia (Clindamicina, Gentamicina) + Esvaziamento; Imunoglobulina (se mãe Rh -) e Antitetânica. AMIU - Aspiração manual intrauterina → Sistema de dispositivo à vácuo para esvaziamento uterino (cânulas); Menos traumático (primeira opção); Só pode ser realizado em gestações ≤ 12 semanas; Curetagem → Utilizado em pacientes com > 12 semanas; Se já tiver feto, é necessário um preparo com Misoprostol para expulsão fetal; ** Maiores riscos de perfuração e de fazer sinéquias intrauterinas!! Misoprostol → Expulsão fetal com preparo cervical; GESTAÇÃO ECTÓPICA Gravidez extrauterina (tubária, ovariana, abdominal) é quando o ovo se implanta fora da cavidade uterina. Inclui todas as gestações que acontecem fora da cavidade endometrial, incluindo as gestações cervicais e intersticiais. A gravidez ectópica mais comum é a tubária, sendo o istmo e ampola os principais locais (95%). FATORES DE RISCO – E C T O P I C A Endometriose - gera distorção anatômica e faz processo inflamatório, fazendo com que o embrião gerado na trompa não consiga voltar para a cavidade uterina; Cirurgias tubárias - ocorrência de aderências que vão dificultar esse retorno do embrião para a cavidade uterina; Tabagismo - fumo é fator de risco; P - Gravidez prévia tubária - Paciente foi exposta a um processo inflamatório que pode levar a uma nova gravidez ectópica; I - Idade > 35anos; Tratamentos para Infertilidade: Indução, Inseminação, Fertilização In vitro; C - Clamídia e Gonorreia, agentes primários da doença inflamatória pélvica (DIP), que pode gerar aderência pélvica que pode aumentar o risco de fazer gravidez tubária. DIP tem como característica a salpingite, ou seja, infecção da trompa que pode impedir a passagem do embrião para a cavidade uterina. A - alteração ou anomalia das trompas; O - outras causas: Raça negra; DIU, liberador de levonogestrel que leva a alterações da motilidade tubária (usuárias do DIU tem mais chances de engravidar fora do útero); FISIOPATOLOGIA Pode ser primitiva/primária ou secundária. Primária quando a nidação ocorre e prossegue em zona única do aparelho genital. Secundária quando, após implantar-se em um lugar, o ovo se desprende do aparelho genital e continua o desenvolvimento em outro local. Gravidez tubária - representa 95% das gestações ectópicas. Abortamento ou ruptura tubária → o abortamento tubário depende, em parte, do local de implantação, sendo comum na gravidez tubária ampular, enquanto que a ruptura tubária é usual na gravidez ístmica. Gravidez Intraligamentar → O saco gestacional (SG) se desenvolve entre os folhetos do ligamento largo, porque a ruptura ocorre na posição da tuba não coberta por peritônio. Gravidez Intersticial → Implantação dentro do segmento tubário que penetra a cavidade uterina. Gravidez Heterotópica → Ou combinada. Quando a gravidez tubária coexiste com gestação intrauterina. Gravidez Abdominal - 1% das ectocises. O ovo pode implantar-se em qualquer ponto do abdome e nos diferentes órgãos revestidos pelo peritônio visceral. A gravidez primitiva é rara, sendo mais comum secundárias à ruptura ou ao abortamento tubário. Gravidez Ovariana - 3% das ectocises, sendo a primitiva rara. Ela resulta de: Ruptura com reabsorção ovular; evolução + frequente. Ruptura evoluindo para um tipo secundário: abdominal. Gravidez Cervical - menos de 1% dos casos. USG → revela útero vazio, canal cervical aumentado com imagem do SG exibindo embrião em seu interior, com ou sem batimentos cardíacos. QUADRO CLÍNICO Desde assintomático ou com leve dor abdominal acompanhado ou não de sangramento vaginal, até hemorrágico grave com instabilidade hemodinâmica; Principais Sintomas: Dor abdominal lancinante ou em cólica; Sangramento vaginal decorrente da descamação do endométrio em virtude da queda das [ ] hormonais; Atraso menstrual; Massa anexial ao toque; Outros: náuseas, vômitos, aumento do volume e sensibilidade das mamas. DIAGNÓSTICO Dosagem do beta-HCG → em gravidez ectópica, suas [ ] tendem ser menores que a observada em gestação tópica de mesma idade gestacional; Se em 2 dosagens consecutivas, for <54%, é ectopia em 85% dos casos. USG → Presença do saco gestacional extrauterino exibindo embrião com ou sem batimentos cardíacos; SG extrauterino com vesícula vitelínica; anel tubário; massa sólida ou complexa na pelve. **Imagem Patognomônica da gestação tubária - Identificação de embrião com batimentos cardíacos fetais fora do útero. Doppler transvaginal → auxílio do diagnóstico - presença de fluxo vascular relativamente alto. Padrão-ouro no diagnóstico = Dosagem de beta-HCG combinada à USG. TRATAMENTO Depende fundamentalmente do estado hemodinâmico da paciente; Estabilização e encaminhamento para referenciada de maior complexidade; Referenciada de acordo os seguintes critérios: Estado Hemodinâmico; Desejo de gestação/gravidez futura; Localização e grau de evolução da gravidez. Quadro clínico instável - Se o quadro clínico for instável, hemorrágico, é válido tamponar a vagina ou colocar cateter de Foley de 30 mℓ insuflando para 100 mℓ, enquanto se aguarda a histerectomia, único tratamento possível; Quadro clínico estável - Para este quadro, existem duas possibilidades: MTX sistêmico IM, 1 mg/kg caso não houver BCF MTX intraovular, na mesma dose, quando houver BCF O acompanhamento será feito com a dosagem do hCG-β no 4º e no 7º dias, depois semanalmente até a negativação, seguindo as mesmas orientações do tratamento com MTX na gravidez tubária. O Tratamento pode ser: Cirúrgico Se GE Rota; Se não resolve com Metrotexato; Laparotomia - Casos agudos, pacientes hemodinamicamente instáveis e com hemoperitôneo. É recomendado além do tto de choque, a salpingectomia. Laparoscopia - Padrão-ouro na maioria dos casos. O tto cirúrgico pode ser conservador (salpingostomia) ou radical (salpingectomia). Salpigostomia – enucleação da ectopia com conservação da trompa; o Indicações: pacientes com trompa contralateral anormal, que queira filhos futuramente ou em ectopias tubárias ampolar. Salpingectomia – Melhor indicação para mulheres na qual a trompa contralateral é normal, com gravidez ectópica recorrente na mesma tuba, com trompa uterina muito lesada ou com SG > 5cm. Médico Feito com Metotrexato (MTX) sistêmico ou por via IM Expectante bHCG < 2000 e Decrescente Grupo selecionado de pacientes (10-15%), com quadro clínico estável, beta-HCG declinante ecom nível inicial de <1.000-1.500mUI/mL. DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL o Útero > IG o Hiperêmese (25% dos casos) – bHCG muito alto o Sangramento (em suco de ameixa) o Pré-eclâmpsia (precoce) o Vesículas DIAGNÓSTICO: bHCG muito alto Flocos de neve (USG) Cistos tecaluteínicos em ovários muito grandes Histológico TTO: Esvaziamento (AMIU ou Curetagem) **Misoprostol é contraindicação absoluta nos casos de mola; Histerotomia (molas incompletas, com partes fetais e >16 sem) Histerectomia (profilática) Seguimento: Anticoncepção (até 6 meses após negativação do bHCG); Rx de Tórax (documentar metástases pulmonares) USG (o ovário tende a murchar) bHCG → semanal até tornar-se negativo; Mensal por 6 meses; Liberada após 6 meses de beta negativo. MOLA COMPLETA X MOLA PARCIAL Cariótipo da mola completa é diploide; Enquanto da parcial é triploide, podendo ser tetraploide A presença de partes fetais só é vista na mola parcial O bHCG é muito mais elevado na mola completa Cistos ovarianos são mais comuns na mola completa A mola completa maligniza mais (tem mais tecido trofoblástico gestacional. Mola Completa ● AUSÊNCIA de: Desenvolvimento do embrião, Membranas e Cordão Umbilical. ● Macroscopicamente: Aspecto de “Cacho de uvas”; ● Histologicamente: Todas a vilosidades alteradas, com Dilatação hidrópica e Formação de cisterna central repleta de líquido; AUSÊNCIA de vaso ou hemácia fetal na vilosidade coriônica; Hiperplasia difusa do citotrofoblasto e do sinciciotrofoblasto. ● Um óvulo vazio + Espermatozoide 23X, se duplica = 1 célula 46, XX; ● Evolução clínica: Progride para formas malignas de doença trofoblástica gestacional, em 20% das vezes; Mola Parcial ● Embrião ou feto com inúmeras malformações + Placenta aumentada com presença de vesículas; ● Vilosidades normais juntamente com vilosidades hidrópicas; ● Inclusão do trofoblasto dentro do estroma (altamente sugestiva de mola parcial); ● Hiperplasia focal → Limitada ao sinciciotrofoblasto; ● 90% das molas parciais se originam de: 1 óvulo normal fecundado por 2 espermatozoides = uma célula triploide XXY, 69 ou XXX, 69; ● Evolução mais benigna que a completa, apenas 5% progridem para formas malignas de doença trofoblástica gestacional; COMPLICAÇÕES CLÍNICAS: Anemia Pré-eclâmpsia Hipertireoidismo (HCG funciona como TSH) Hiperêmese (+ importante) MALIGNIZAÇÃO: Mola Invasora Coriocarcinoma Tumor trofoblástico Como avaliar?? ESTADIAMENTO: I – Útero II – Local III – Pulmão IV – Não pulmão NEOPLASIA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL Formas malignas da Doença trofoblástica gestacional; Mola Invasora ● Sequela de mola hidatiforme; ● Apresenta vilosidades molares invadindo profundamente o endométrio → Podendo levar à perfuração uterina, hemorragia e infecção; ● Pode emitir metástases para pulmão e estruturas pélvicas (raro); ● 6 a 10x mais freq. que o coriocarcinoma gestacional; ● Tratamento de escolha: QUIMIOTERAPIA!! ● Cirurgia? Em casos de perfuração uterina e resistência à quimio, sem evidência de metástase → Padrão: Histerectomia; Coriocarcinoma Gestacional ● Forma extremamente invasiva; ● Invade profundamente o miométrio e os vasos sanguíneos, causando hemorragia e necrose; ● Dissemina-se rapidamente por via hematogênica e emite metástases para pulmão, vagina, fígado e SNC; ● Tumor sólido vermelho-escuro; Cresce em contato com a cavidade uterina, podendo invadir profundamente o miométrio e estender-se ao peritônio; ● Tem ↑ sensibilidade à quimioterapia e ↑ taxa de cura; Tumor Trofoblástico do Sítio Placentário ● Ausência de vilosidade coriônica com proliferação das céls. trofoblásticas intermediárias do sítio de implantação; ● Massas sólidas circunscritas ao miométrio; ● Microscopicamente: Predomínio de céls intermediárias, mononucleares com citoplasma abundante → Se infiltram entre as céls musculares sem destruir o miométrio; ● Marcadores: Hormônio lactogênico placentário, Mel-CAM, e ausência de p63; ● TTO de escolha: HISTERECTOMIA → Indicações: Pctes com doença localizada e sem interesse reprodutivo; **Poliquimioterapia adjuvante (pacientes com doença metastática ou com fatores de pior prognóstico) Tumor Trofoblástico Epitelial ● Formado a partir de células trofoblásticas intermediárias; após gestação de termo; Produz ↓ qntd de hCG (< 2.500 mUI/mL); ● Formação bem definida, na parede da cavidade uterina com conteúdo sólido e líquido, discreta hemorragia, podendo se estender para segmento inferior e endocérvix; ● Pouca ou nenhuma expressão de hCG, horm, lactogênico placentário e Mel-CAM; ● Forte marcação de p63; ● Padrão de crescimento nodular → NÃO é sensível a quimioterapia; ● TTO cirúrgico. DOENÇA HEMOLÍTICA PERINATAL Gestante RhD negativo em contato com células RhD positivo → Prod de anticorpos anti-D Exposição materna a Ags não compatíveis = Produção de IgM = Em 2ª exposição, produção de IgG = IgG atravessa placenta, adere aos eritrócitos e ocorre hemólise + fagocitose = feto anêmico com eritrócitos jovens na periferia (eritroblastose fetal) Destruição de hemácias fetal = Anemia, icterícia e edema. ** Pode ocorrer aumento da bilirrubina indireta e impregnação cerebral dela nos núcleos da base = Kernicterus; ** O edema no feto é generalizado = Hidropisia fetal. COOMBS: Anti-Rh Indireto: Mãe Direto: Feto Solicitar se discordância do parceiro (Rh +) ou desconhecido em mães Rh – o 1ª consulta o 28, 32, 36 e 40 semanas (mensal) → se vier positivo, pedir titulação o Se Coombs + e titulação < 1:8 → Repetir mensalmente até o parto o Controle da profilaxia (tem que dar positivo se eu fiz a profilaxia com Ig anti-D o Pesquisa de Ac irregulares: transfusão SE LIGA: o Coombs > 1:8 → Investigar o feto (doppler de ACM), saber se ele está com anemia o Profilaxia: o Coombs fica + por 12 semanas (se eu fiz a profilaxia com 28s, não precisa ficar pedindo coombs pq ele vai vir +) o Risco x Gravidade da anemia (quando coombs > 1:8 → Risco maior de dç hemolítica perinatal, mas não necessariamente um maior risco da gravidade PROFILAXIA: Pós-parto: o TODAS as gestantes RhD negativo (Não sensibilizadas nessa gestação ou em gestações anteriores – CI negativo); o Rn com Rh positivo e pesquisa de Commbs direto negativo Indicações: o Sangramentos durante a gestação de uma pcte Rh – e CI – ; o 72h de puerpério; o 28 semanas de IG com CI – TODAS gestantes RhD negativo não sensibilizadas no pós-parto e/ou em qq caso de hemorragia durante a gestação, interrupção precoce da gestação e procedimentos invasivos = DEVEM tomar Imunoglobulina anti-D; Imunoglobulina anti-D dose única, 300 mcg, IM. Para avaliar efetividade da Profilaxia: o Teste de Kleihauer (Se positivo, efetiva; Se negativo, repetir a dose) o Coombs Indireto (Se positivo, ela foi sensibilizada) DIAGNÓSTICO: Doppler de ACM o Escolha para avaliar anemia no feto o Não invasivo, Reproduzível, Eficiente o Seguimento: Coombs ind + > 1:8; A partir de 20-24s; Sinais sugestivos de anemia: Centralização (fluxo alterado) Periodicidade: o Anemia grave na ACM Próx ao termo: Parto Prematuridade < 34s: Tratar (Cordocentese) Ht < 30% → Transfundir (Alvo: Ht > 40%) **OBS: Dopplerfluxometria da ACM para anemia fetal - Parâmetro: vel máxima do pico sistólico da ACM (velocidade máxima da sístole) - Os parâmetros Índice de resistência, índice de pulsatilidade e relação sístole-diástole avaliam o feto com restrição do crescimento intrauterino. Cordocentese o Padrão-ouro o Necessário quando se quer tratar o Método diagnóstico e terapêutico
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