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PROCESSO DE INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA

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1
A CONTRIBUIÇÃO DO CENTRO DE ATENDIMENTO A PESSOAS COM SURDEZ - CAS/RR PARA O PROCESSO DE INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Neyglan Gomes de Souza [footnoteRef:1] [1: Graduado em Licenciatura em Educação Física. Pós-Graduando do Curso de Educação Especial e Inclusiva da Faculdade FAEL.] 
José Carlos Mariano do Carmo [footnoteRef:2] [2: Professor Doutor orientador do trabalho e professor da FAEL.] 
RESUMO
O presente artigo é uma reflexão sobre como o Centro de Atendimento a Pessoas com Surdez - CAS/RR pode contribuir para o processo de inclusão da pessoa com deficiência auditiva. Os fundamentos teóricos que deram sustentação à pesquisa encontram-se apoiados em Wilcox & Wilcox (apud GESSER, 2009); Quadros e Perlin (2007); Strobel (2009); Travaglia (2009); além do Projeto Político Pedagógico do CAS-RR. A pesquisa realizada foi do tipo qualitativa, utilizando-se como método o estudo de caso. O instrumento de coleta de dados utilizado foi um questionário com perguntas abertas. Participaram do estudo uma professora, uma coordenadora e um aluno que está presente assiduamente nas atividades do Centro. Como resultado da pesquisa, verificou-se que o processo de inclusão desenvolvido no Centro acontece de forma satisfatória, pois para o aprendizado da LIBRAS o CAS/RR oferece para os alunos surdos metodologias e materiais adequados para ensino/aprendizagem da Língua Brasileiras de Sinais
Palavras-chave: Deficiência Auditiva. Inclusão. CAS-RR.
 ABSTRACT
The present article is a reflection on how the Center of Attention to People with Deafness - CAS / RR can contribute to the process of inclusion of the hearing impaired person. The theoretical foundations that gave support to the research are supported by Wilcox & Wilcox (apud GESSER, 2009); Quadros and Perlin (2007); Strobel (2009); Travaglia (2009); In addition to the CAS-RR Pedagogical Political Project. The research was of the qualitative type, using as a method the case study. The data collection instrument used was a questionnaire with open questions. A teacher, a coordinator and a student participated assiduously in the activities of the Center. As a result of the research, it was verified that the inclusion process developed at the Center happens to be satisfactory, because for the learning of LIBRAS the CAS / RR offers to deaf students methodologies and adequate materials for teaching / learning the Brazilian Language of Signals.
Keywords: Auditory Deficiency. Inclusion. CAS-RR.
INTRODUÇÃO
A Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS é a língua utilizada para a comunicação da comunidade surda, por não ser universal ela possui sua própria estrutura mudando de país para país. LIBRAS é uma língua que tem ganhado espaço na sociedade por conta dos movimentos surdos em prol dos seus direitos, é uma luta de muitos anos que caracteriza o povo surdo como um povo com cultura e língua própria.
Assim, por compreender a importância que é a LIBRAS para a comunidade surda, decidiu-se investigar como esta é trabalhada na capital de Boa Vista – RR. E ao se fazer tal investigação descobriu-se que há o Centro de Atendimento a Pessoas com Surdez - CAS/RR, a qual é uma instituição pública, ou seja, é mantida pelo governo.	Comment by mariano.carmo4@gmailc.om: “o qual”. 
Ao se perceber, então, as dificuldades que a comunidade surda enfrenta tanto na vida social como na vida escolar, surgiu a necessidade em investigar a seguinte problemática: Em que medida o Centro de Atendimento a Pessoas com Surdez - CAS/RR pode contribuir para o processo de inclusão da pessoa com deficiência auditiva?
A inclusão dos indivíduos portadores de necessidades educativas especiais é um desafio e, neste grupo enquadram-se os sujeitos surdos. Assim, muitas inquietações surgem dentro deste campo de pesquisa, pois várias são as dificuldades ou problemas que entravam o processo que tenta facilitar a inclusão dos deficientes auditivos do ponto de vista social.
Neste sentido, a pesquisa realizada neste trabalho buscou analisar como o Centro de Atendimento a Pessoas com Surdez - CAS/RR pode contribuir para o processo de inclusão da pessoa com deficiência auditiva. Para isso, delinearam-se os seguintes objetivos específicos: - Identificar as dificuldades da pessoa com deficiência auditiva atendidas pelo CAS-RR na aprendizagem da LIBRAS; - Analisar como ocorre o processo de aprendizagem da pessoa com deficiência auditiva no CAS-RR; - Verificar a importância do CAS-RR para a pessoa com deficiência auditiva.
	
1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1 DEFICIÊNCIA AUDITIVA
	A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (1985) classifica os “Tipos de Deficiência Auditiva” como:
· Condutiva: 
	Quando ocorre qualquer interferência na transmissão do som desde o conduto auditivo externo até a orelha interna. A grande maioria das deficiências auditivas condutivas pode ser corrigida através de tratamento clínico ou cirúrgico. Esta deficiência pode ter várias causas, entre elas pode-se citar: Corpos estranhos no conduto auditivo externo, tampões de cera, otite externa e média, mal formação congênita do conduto auditivo, inflamação da membrana timpânica, perfuração do tímpano, obstrução da tuba auditiva, etc. 
· Sensório-Neural: 
	Quando há uma impossibilidade de recepção do som por lesão das células ciliadas da orelha interna ou do nervo auditivo. Este tipo de deficiência auditiva é irreversível. A deficiência auditiva sensório-neural pode ser de origem hereditária como problemas da mãe no pré-natal tais como a rubéola, sífilis, herpes, toxoplasmose, alcoolismo, toxemia (é a intoxicação resultante do excesso de 
toxinas, acumulada no sangue, por deficiência do funcionamento de um órgão, como o fígado, o rim, etc.)[footnoteRef:3], diabetes etc. Também podem ser causadas por traumas físicos, prematuridade, baixo peso ao nascimento, trauma de parto, meningite, encefalite, caxumba, sarampo etc. [3: Disponível em:< http://www.dicionarioinformal.com.br/toxemia/>Acesso em: 22 jan. 2017.] 
· Mista: 
	Quando há uma alteração na condução do som até o órgão terminal sensorial associada à lesão do órgão sensorial ou do nervo auditivo. O audiograma mostra geralmente limiares de condução óssea abaixo dos níveis normais, embora com comprometimento menos intenso do que nos limiares de condução aérea. 
· Central ou Surdez Central: 
	Este tipo de deficiência auditiva não é, necessariamente, acompanhado de diminuição da sensitividade auditiva, mas se manifesta por diferentes graus de dificuldade na compreensão das informações sonoras. Decorre de alterações nos mecanismos de processamento da informação sonora no tronco cerebral (Sistema Nervoso Central). 
	Assim, um indivíduo que já tenha nascido com deficiência auditiva pode levar um ano para aprender a linguagem. Já alguém que ouve bem ou que perdeu a capacidade auditiva depois de adulto, pode levar um pouco mais de tempo para aprender, por ter se habituado à linguagem oral.
Alguns fatores podem afetar o processo de aprendizagem de pessoas surdas, como por exemplo: o período em que os pais reconhecem a perda auditiva, o envolvimento dos pais na educação das crianças, os problemas físicos associados, os encaminhamentos feitos, o tipo de atendimento realizado, entre outros.
1.2 LIBRAS CONTEXTO HISTÓRICO
 	A Língua de sinais surgiu pela necessidade de comunicação da comunidade surda, pois os surdos eram considerados como aberrações e pessoas amaldiçoadas por não usarem a língua oral como a maioria. Eram considerados sujeitos defeituosos incapazes de viver socialmente. O primeiro registro da língua de sinais foi confirmado em uma ilha[footnoteRef:4] nos Estados Unidos, como afirma Wilcox & Wilcox (apud GESSER, 2009). [4: Língua de sinais de Martha's Vineyard (Martha's Vineyard Sign Language, ou MVSL) é uma língua de sinais outrora amplamente usada pela comunidade surda na ilha de Martha's Vineyard, na costa de Massachusetts, EUA, desde os inícios do século XVIII até ao ano de 1952. O seu uso é notável, poisnão apenas servia a comunidade surda, mas também pessoas ouvintes da comunidade. Assim sendo, naquele local, a surdez não se tornou uma barreira, para os surdos, quanto à sua participação na vida pública e social. A língua de sinais de Martha's Vineyard é ainda notável pelo seu papel no desenvolvimento da Língua de Sinais Americana. Disponível em:< https://pt.wikipedia.org/Lingua_de_Sinais_de_Martha's_Vineyard> Acesso em: 22 fev. 2017.] 
	Segundo as informações do autor, a língua de sinais que a comunidade da ilha usava se formou pela diversidade regional da língua de sinais Britânica dos Estados Unidos, e rapidamente se espalhou pela ilha fazendo com que todos os ouvintes e os surdos da ilha a utilizassem. O segundo registro foi na França quando Girolamo Cardano criou os sinais, de acordo com Quadros e Perlin (2007, p.117) “existiam pessoas interessadas e preocupadas em tentar ensinar os surdos. Primeiramente foi Girolamo Cardano, italiano, quem criou os sinais para se comunicar e ensinava aos surdos a aprender a escrever e ler” (QUADROS & PERLIN, 2007, p.119). Ou seja, mesmo com todos os empecilhos a comunidade surda tinha os seus defensores.
 Ressalta-se que Michel de L’Epée (1712-1789) foi quem realmente ficou famoso por defender a língua de sinais. Michel de L’Epée fazia serviços sociais com as pessoas surdas que andavam sem rumo pela cidade de Paris, com o intuito de estudar profundamente a língua de sinais e ampliar sua utilidade, conforme explica Strobel (2009).
Explica-se, ainda, que L’Epée foi o primeiro a estudar seriamente o assunto: língua de sinais, seu método foi aceito e respeitado, apesar de receber muitas críticas não deixou de fazer o seu trabalho, desenvolvendo uma relação confiável com a comunidade surda. L’Epée ao falecer deixou inauguradas 21 escolas para surdos, o que foi um marco significativo na história da educação da comunidade surda, pois com isso ofereceu a oportunidade para se expressarem através de sua língua natural (STROBEL, 2009).	Comment by mariano.carmo4@gmailc.om: “para os surdos se expressarem”. 
	Ainda fundamentando-se em Strobel (2009), pode-se dizer que no Brasil, a língua de sinais ficou conhecida graças ao professor surdo Eduard Huet em 1857. Este veio para o Brasil com a ajuda do imperador D. Pedro II, com a finalidade de construir uma escola para os surdos. Esta escola foi construída na cidade do Rio de Janeiro e se chamou “Imperial Instituto dos Surdos-Mudos”.
Com a construção do instituto houve a mistura da língua de sinais francesa e os sinais utilizados pelas regiões do Brasil surgindo a Língua Brasileira de Sinais–LIBRAS que é composta por cinco parâmetros: ponto de articulação, configuração de mão, movimento, orientação da mão, expressão facial e corporal. Contudo, mesmo depois de todas as evoluções a língua de sinais continuava sendo criticada e rejeitada por oralistas como Jean Marc Itard, Alexandre Graham Bell, Samuel Heinicke (“o pai do método alemão: oralismo puro”), entre outros, os mesmos contribuíram para o grande choque que a comunidade surda sofreu em setembro de 1880, quando foi realizado o Congresso de Milão.
	Muitas lutas foram trilhadas até que os direitos das pessoas surdas do Brasil fossem ganhando espaço e credibilidade. Assim, avançando para o ano de 2002, quando iniciou o curso de Formação de agentes multiplicadores Libras em Contexto em MEC/Feneis, e quatro anos mais tarde em 2006 iniciou Letras/libras com 9 polos. Neste mesmo ano foi aprovado a Lei nº 10.436 de 24 de abril de 2002 que em seu art. 1° preconiza:	Comment by mariano.carmo4@gmailc.om: Falta de concordância: “foi aprovada a Lei”. 
Entende-se como língua Brasileira de Sinais-LIBRAS a forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical brasileira de sinais-LIBRAS comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil (BRASIL, 2002).
Com a aprovação dessa lei a língua de sinais passa a ser reconhecida legalmente como uma língua natural como qualquer outra língua, pois a língua não é pura e simplesmente um meio de comunicação ou uma expressão do pensamento. Seu papel vai muito além. É por meio da língua que os seres humanos são situados, compreendidos e posicionados historicamente tal como afirma Travaglia, 
A linguagem é lugar de interação humana, de interação comunicativa pela produção de efeitos de sentido entre locutores, em uma dada situação e em um contexto sócio histórico especifico. Os usuários da língua ou interlocutores interagem enquanto sujeitos que ocupam lugares sociais e “falam” e “ouvem” desses lugares de acordo com as formações imaginárias, com as imagens que a sociedade estabeleceu para tais lugares sociais (2009, p. 23). 
E como era considerada uma língua falsa, por ser expressa através de sinais, e por pensarem que não tinha sua própria gramática, passou a ser disciplina obrigatória, assim como afirma o decreto nº 5626, de 22 de dezembro de 2002 no seu art. 3°,	Comment by mariano.carmo4@gmailc.om: Veja: esse parágrafo está contraditório, não? Afinal, era considerada falsa e se tornou obrigatória? É preciso explicar melhor!
A LIBRAS deve ser inserida como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício de magistério em nível médio e superior, e nos cursos ou fonoaudiologia das instituições de ensino: públicas e privadas, do sistema de ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (BRASIL, 2002). 
Com essa aprovação, a LIBRAS passou a ser de oferta obrigatória nas instituições públicas e privadas em todo o território brasileiro. E com a lei nº353 de 21 de dezembro de 2002 no seu art.3° a LIBRAS foi reconhecida como meio de comunicação objetiva e de uso corrente da comunidade surda, em todo o território no Estado de Roraima.
1.3 CENTRO DE ATENDIMENTO A PESSOAS COM SURDEZ - CAS/RR
Com base no Projeto Político Pedagógico – PPP (2016) do CAS-RR descreveu-se o seguinte tópico. Assim, de acordo com a Lei nº 10.436/2002 em seu art. 2º o Centro de Atendimento a Pessoa Com Surdez– CAS/RR surgiu com a finalidade de ajudar a incluir as pessoas surdas, com deficiências auditivas e surdo-cegos no ambiente escolar, através do ensino/aprendizagem da Língua Brasileira de Sinais–LIBRAS.
A princípio, o atendimento era oferecido na antiga Escola do Pescador, localizada no Bairro São Pedro em 3 de março de 2005, tendo como equipe profissional a gestora Cynara Selma de Menezes e a Miranda da Silva Brito como orientadora educacional. O CAS/RR oferecia os cursos de Libras para professores, curso de Língua Portuguesa para os surdos e o curso de material adaptado, sendo que as turmas do curso ficavam organizadas nos três turnos: matutino, vespertino e noturno. 
Atualmente, o CAS/RR funciona na antiga Escola Princesa Isabel tendo como gestora a professora Cynara Selma de Menezes com uma equipe de 21 professores (as) capacitados (as) para ministrarem os cursos que são oferecidos pelo CAS/RR dentre eles estão: curso de LIBRAS com as modalidades: básico, intermediário e avançado, curso de produção de materiais acessíveis para a LIBRAS, capacitação para surdos, curso de conversação em LIBRAS, curso de informática para surdos, sendo eles organizados por turmas e oferecidos para as comunidades surda e ouvinte, nos turnos: matutino e vespertino. O CAS/RR,
O Centro de Atendimento as Pessoas com Surdez CAS/RR tem a função de oferecer três momentos didáticos-pedagógicos: Atendimento Educacional Especializados em LIBRAS; Atendimento Educacional Especializado para o Ensino de Libras e o Atendimento Especializados em Língua Portuguesa. A proposta objetiva complementar e suplementar o ensino que ocorre no ambiente escolar regular. Favorecendo o conhecimento e a aquisição dos diferentes conteúdos curriculares de forma clara/lógica e contextualizada. Respeitando as especificidades decorrentes da própria deficiência, bem como o estágio de desenvolvimento da Língua de Sinais em que o aluno se encontra. A matrícula no AEE acontece por faixa etáriae por etapa/ modalidade, são atendidos surdos e deficientes auditivos. As turmas são formadas por no mínimo cinco alunos e no máximo dez alunos conforme as especificidades de cada um, o atendimento é realizado no contra turno duas vezes por semana (PPP CAS/RR).
Ou seja, o CAS/RR tem o objetivo de fazer com que o aluno com surdez ou deficiência auditiva aprenda a sua língua natural e também a escrita da língua natural dos ouvintes, para que o mesmo possa se sentir incluído na sociedade da qual ele se encontra inserido.
2 METODOLOGIA
A metodologia adotada neste trabalho partiu de uma abordagem qualitativa. Segundo os autores Lüdke e André a investigação qualitativa em educação,
envolve a obtenção de dados tendencialmente descritivos, obtidos no contato direto do pesquisador com a situação estudada, enfatiza mais o processo do que o produto e se preocupa em retratar a perspectiva dos participantes (LÜDKE e ANDRÉ, 2006, p.13).
Com intuito de dar respostas aos questionamentos apresentados e atender aos objetivos propostos, a abordagem metodológica utilizada foi o estudo de caso. “Considerando como um tipo de análise qualitativa, o estudo de caso pode complementar a coleta de dados” (PÀDUA, 2000, p.71). 	Comment by mariano.carmo4@gmailc.om: “PÁDUA”. 
Os instrumentos de coleta utilizados foram: o questionário, o qual Pádua (2000, p.60) explica que ao elaborá-lo “deve-se ter o cuidado de limitar em sua extensão e finalidade [...], é importante determinar quais são as questões mais importantes”. Uma das importâncias deste instrumento está relacionada com a compreensão que se deve obter das pessoas envolvidas na situação; e a entrevista, segundo Pádua (2000, p. 59) explica dizendo que “o pesquisador organiza um conjunto de questões sobre o tema que está sendo estudado, mas permite, e às vezes até incentiva, que o entrevistado fale livremente sobre o assunto”.
A amostra está composta por uma professora que ministra aula no turno matutino do CAS/RR, uma coordenadora do CAS/RR e um aluno que participa assiduamente nas atividades do Centro.
3 ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS
Os questionários foram aplicados a coordenadora e a professora para analisar a opinião destas sobre a importância do centro para a pessoa com deficiência auditiva. Já a entrevista foi realizada com apenas um aluno, pois esta foi feita com auxilio da professora que ajudou na interpretação das respostas, uma vez que o pesquisador não compreende muito bem a língua de sinais, dificultando a realização da entrevista com os demais alunos do centro.	Comment by mariano.carmo4@gmailc.om: Falta acento. 
Conforme mencionado no tópico 1.3 deste trabalho, o CAS-RR possui vinte e um professores trabalhando em seu quadro docente, porém foi escolhido como amostragem para esta pesquisa a professora que trabalha há mais tempo no local, doze anos.
	Deste modo, serão analisadas as respostas para tentar responder os objetivos traçados para este trabalho.
Para tentar responder o primeiro objetivo específico, questionou-se quais as dificuldades da pessoa com deficiência auditiva atendidas pelo CAS-RR na aprendizagem da LIBRAS, e tanto a coordenadora quanto a professora responderam que é o domínio da escrita da língua portuguesa, pois a aprendizagem da LIBRAS é algo que os alunos aprendem com muita facilidade. Ou seja, o obstáculo dos alunos surdos está na aprendizagem da escrita da língua padrão. Assim, apesar de o objetivo principal do CAS-RR seja fazer com que eles aprendam a comunicação através da LIBRAS, há também a busca pelo ensino da linguagem escrita.
	Diante das respostas apresentadas, percebe-se que, apesar da pessoa com surdez estar inserida dentro de um centro que tem como objetivo fazer com que o aluno aprenda a sua língua natural e também a escrita da língua natural dos ouvintes, a comunidade surda ainda sofre com a tentativa de entender e aprender a Língua Portuguesa, que muitas vezes causa desistência por parte de alunos surdos, pelo fato da língua Portuguesa ser complexa para eles.
	Assim, participar das atividades desenvolvidas no CAS os ajuda a desenvolver-se socialmente, pois conseguem interagir através da LIBRAS, no entanto, desenvolver a questão da escrita já é algo mais difícil para eles, o que dificulta até mesmo seu desenvolvimento escolar. Segundo Lacerda apud Quadros (2006) diz que existem muitos deficientes auditivos fora das escolas, pelo fato de não conseguirem aprender a Língua Portuguesa, o que mostra a falta de metodologias adequadas para serem utilizadas com a comunidade surda.
	Para tentar responder o segundo objetivo específico, foi questionado como ocorre o processo de aprendizagem da pessoa com deficiência auditiva no CAS-RR. Foi respondido que os profissionais do CAS proporcionam para os alunos um atendimento na sala multifuncional com atividades onde eles possam interagir com os outros surdos (FIGURA 1 A e B), inclusive fazem aulas práticas onde os alunos juntamente com a professora se dirigem para um lugar público, supermercado por exemplo, e estes ficam observando a comunicação dos frequentadores do local.
 B
A
FIGURA 1 A e B: Sala Multifuncional do CAS-RR e alunos
FONTE: Disponível em:<http://cas-roraima.blogspot.com.br> Acesso em: 10 fev. 2017
	Ou seja, a aula prática se concretiza através de interações, o que é de suma importância para o aprendizado da LIBRAS. Não há como negar que a LIBRAS para poder ser aprendida deve ser praticada, e é muito importante para a construção de representações da libras os alunos interagirem um com os outros, pois só construímos representações através da mistura de diferentes culturas e pensamentos de um determinado grupo que compartilham os mesmos objetivos.	Comment by mariano.carmo4@gmailc.om: “uns com os outros”. 
Assim, uma representação social é mais do que uma imagem estática de um objeto na mente das pessoas; ela compreende também seu comportamento e a prática interativa de um grupo. É ao mesmo tempo uma teoria sobre o conhecimento representado, assim como uma teoria sobre a construção do mundo (WAGNER apud SILVA, 2008, p.128).
	O que o autor afirma é que a representação é mais do que uma ilusão que criamos, é significados que construímos através da interação com os outros, significações adquiridas pela convivência, então seguindo essa linha de pensamento é de suma importância para a comunidade surda que busca atendimento no CAS/RR ser atendida por profissionais que ofereçam os meios para que um possa interagir com o outro e assim concretizarem o aprendizado da Libras.
	E, por fim, para tentar responder o terceiro objetivo específico, o qual foi a verificação da importância do CAS-RR para a pessoa com deficiência auditiva, foram realizados alguns questionamentos a um aluno que participa assiduamente das atividades do CAS. Esta etapa foi desenvolvida com a ajuda da professora, a qual fazia as perguntas em LIBRAS e traduzia as respostas para que pudessem ser transcritas.
	Conforme mencionado no ítem 1.3 deste trabalho, o CAS-RR oferece três momentos didáticos-pedagógicos: Atendimento Educacional Especializados em LIBRAS; Atendimento Educacional Especializado para o Ensino de Libras e o Atendimento Especializados em Língua Portuguesa. 	Comment by mariano.carmo4@gmailc.om: Sem acento. 	Comment by mariano.carmo4@gmailc.om: Falta de concordância. 
	Dentre esses três momentos didáticos-pedagógicos foi escolhido a turma do Atendimento Especializados em Língua Portuguesa, pois são alunos que já vieram das turmas do Atendimento Educacional Especializados em LIBRAS. Portanto, já aprenderam a LIBRAS e estão agora buscando aprender a escrita da Língua Portuguesa para que sintam-se incluídos efetivamente nas turmas do ensino regular.
	A turma do horário matutino, a qual foi selecionada para a pesquisa, estão matriculados sete alunos entre homens e mulheres. Todos os alunos já nasceram surdos.	Comment by mariano.carmo4@gmailc.om: Qual a idade dos alunos? 
	Dentre os questionamentos, destacamos sobre como era a comunicação antes de estudar no CAS e qual a importância desse Centro paraseu desenvolvimento e inclusão social. O aluno respondeu que nasceu surdo e não se comunicava com ninguém, sentia-se solitário por não ter com quem conversar e discriminado pela sociedade, mas quando passou a estudar no CAS aprendeu rapidamente a LIBRAS, pois a descreveu como uma linguagem muito fácil e hoje se considera uma pessoa que consegue interagir e socializar com outras pessoas, por isso, o Centro tem sido muito importante em sua vida.
Em relação à questão da discriminação descreve-se que o reconhecimento linguístico dos falantes das línguas de sinais, embora sendo reconhecida pela a Lei nº 10.436 de 24 de abril de 2002, não conseguiu derrubar as relações de preconceito construídas ao redor desses falantes. Desta forma, as afirmações do aluno apontam para própria representação do sujeito surdo na sociedade, pois o normal, para as sociedades históricas, é ouvir e ser ouvido e ter a competência da oralidade.
Foi questionado ao aluno sobre a nova etapa que está participando no CAS que é a aprendizagem da Língua Portuguesa, e este respondeu que é mais complicado aprender a escrever do que foi a aprendizagem da LIBRAS, porém considera que está evoluindo a cada dia que passa e hoje sente-se mais incluso na turma do ensino regular da escola que estuda.
Assim, a proposta do CAS é exatamente essa, complementar e suplementar o ensino que ocorre no ambiente escolar regular. Favorecendo o conhecimento e a aquisição dos diferentes conteúdos curriculares de forma clara/lógica e contextualizada. 
Diante destas colocações, ou seja, com base no que dizem a coordenadora, professora e aluno do CAS, concluímos que é de suma importância para a comunidade surda que busque atendimento no CAS/RR, uma vez que lá há possibilidade em ter atendimento profissional, os quais oferecem meios para que a pessoa com deficiência auditiva possa interagir com outra e assim concretizar o aprendizado da Libras.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do tema levantado, que discute a contribuição do Centro de Atendimento a Pessoas com Surdez - CAS/RR para o processo de inclusão da pessoa com deficiência auditiva, através de questionário aplicado e dos embasamentos propostos pelos autores pesquisados, pôde-se concluir que o processo de inclusão desenvolvido no Centro acontece de forma satisfatória.
Os dados coletados pela pesquisa colaboraram para tecer algumas conclusões, tais como: quanto ao aprendizado da LIBRAS o CAS/RR oferece para os alunos surdos metodologias e materiais adequados para ensino/aprendizagem da Língua Brasileiras de Sinais, ajudando-os a construir representações da Libras; o CAS/RR dispõem de profissionais qualificados para o exercício que os compete na sala multifuncional e tem contribuído para auxiliar na inclusão das pessoas com deficiência auditiva, pois propõe situações que os façam interagir com as demais pessoas que se encontram na mesma situação.
Portanto, a partir desse estudo, busca-se contribuir com a comunidade acadêmica e com a sociedade em geral, deixando as pessoas a par da realidade dos alunos com deficiência auditiva. Diante disso essa pesquisa vem enquanto relevância pedagógica, desmistificar estereótipos acerca das pessoas com deficiência auditiva, sobretudo aqueles que envolvem o seu aprendizado e desenvolvimento sendo condenados, impedindo que muitos acreditem no potencial que têm a desenvolver.	Comment by mariano.carmo4@gmailc.om: “procura”. 	Comment by mariano.carmo4@gmailc.om: “são vítimas em seu aprendizado, impedidos de acreditarem no potencial linguístico que têm a desenvolver”. 
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
BRASIL. LEI Nº 10.436, DE 24 DE ABRIL  DE 2002. Língua Brasileira de Sinais – Libras.
GESSER, Audrei. LIBRAS? que língua é essa?:Crenças e preconceitos em torno da língua de sinais e da realidade surda. São Paulo: Parábola, 2009.
LUDKE, Mary, Menga, André. Pesquisa em Educação: Abordagem Qualitativa. São Paulo: CPV, 2006.	Comment by mariano.carmo4@gmailc.om: São dois autores. Portanto, a REFERÊNCIA está incorreta. 
PÁDUA, Elisabete MatalloMachesini. Metodologia do trabalho da pesquisa: abordagem teórico-prático. Campinas, SP: Papirus, 2000.
Projeto Politico Pedagógico–PPP. Centro de Atendimento a Pessoas com Surdez–CAS–RR. 2016–Ano da pesquisa.
QUADROS, Ronice Müller de; PERLIN, Gladis (org.). Estudos Surdos II. Petrópolis, Rio de Janeiro: Arara Azul, 2007.
Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Coordenadoria de Estudos a Normas Pedagógicas. O Que Você Sabe Sobre Deficiência Auditiva; Guia de Orientação aos Pais, São Paulo, SE/ CENP, 1985. 
STROBEL, Karin. A história da educação de surdos. Monografia apresentada ao curso de Letras-LIBRAS na modalidade a distância da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2009.
TRAVAGLIA, Luís Carlos. Gramática e interação: uma proposta para o ensino da gramatica. 13 ed. São Paulo: Cortez 2009.
WAGNER, Wolfgang. Sócio-gênese e características das representações sociais, 2000. IN: SILVA, Katia Regina Xavier da. Criatividade de inclusão na formação de professores: representações e práticas sociais. Rio de Janeiro, 2008.

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