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MICROBIOLOGIA –HEPATITE Definição: inflamação no fígado. Causas: infecções virais e substâncias tóxicas, como o álcool e medicamentos (paracetamol). Causas primárias da hepatite: são 6 vírus (A, B, C, D, E, G). Mas existem outros vírus que são causas secundárias, como o citomegalovírus. É possível que ainda existam vírus de hepatite não identificados? Sim, pois dentre todos os casos de hepatite existem cerca de 5 a 6% que ninguém consegue identificar a causa. É um dos motivos para afastar da doação de sangue quem já teve hepatite, apesar de alguns tipos não serem um problema para doação de sangue quando a pessoa está curada, como os tipos A e E. A maior parte das pessoas que adquiriu a C foi por sangue e hemoderivados, pois não se conhecia na época o tipo de vírus. Hepatite A Familia: Picornaviridae (um dos menores vírus de RNA); Gênero: Hepatovírus; Espécie: Hepatitis vírus A Transmissão: fecal-oral (água e alimentos contaminados por fezes), contato íntimo (em creches e asilos por falta de higiene pessoal; sexo anal). Os vírus são eliminados nas fezes e poucos ficam no sangue. Incubação: 10 a 50 dias, em média 1 mês. Período longo, o que é ruim porque não há sintomas, mas há vírus está circulando e pode haver transmissão. Esse período vale para os outros tipos também. Vírus não envelopado – mais difícil de morrer. O que mataria: autoclave, cloro (cloração da água) e pH (não suporta pH ácido). Eliminado nas fezes e vive no ambiente. Não pode iniciar infecção crônica, mas pode iniciar a hepatite fulminante. O percentual é pequeno, mas ela rapidamente mata a pessoa, especialmente por hemorragia em múltiplos órgãos. Na hepatite observa-se o aumento de uma citocina específica (INFα) e de macrófagos e monócitos. Nas infecções virais há infiltrado de células mononucleares e predominam os linfócitos T. Função do interferon: ativa as células NK e impede replicação viral. Interferon alfa é o medicamento usado em pacientes com hepatites crônicas sem tratamento específico. Ele está aumentado em qualquer infecção viral, mas não vai eliminar a infecção. Prevenção: lavar as mãos, proteção nas relações sexuais, vacina (mas não é distribuída gratuitamente como a B, somente quando há surtos ou em locais onde não há água tratada). Como a transmissão é fecal-oral é necessária a prevenção com a existência de saneamento básico. Enzimas que aumentam nas doenças hepáticas: Aspartato aminotransferase (AST), antes chamada de TGO (transaminase glutâmica oxalacética), e a Alanina aminotransferase (ALT), antes chamada de transaminase glutâmico-pirúvica (TGP). A AST ocorre quando temos infecção no fígado, quando temos a morte dessas células, temos a proliferação dessas enzimas e servem para indicar quando você tem alguma lesão. Essas enzimas aumentadas não são típicas de cada uma das hepatites, elas aumentam em todas as hepatites. Exames inespecíficos para diagnosticar hepatite: - ALT/TGP e AST/TGO - Hemograma - Histológico: não é rotineiro, mas necessário em algumas situações, como em hepatites crônicas, se não teve um diagnóstico fechado da doença hepática... Exames específicos para diagnosticar hepatite: -Exames que pesquisam anticorpos e antígenos, tais como, HAT, anti HAT IgM, anti- HAT IgG, Elisa. - microscopia eletrônica -cultivo do vírus Imunização passiva para hepatite A: existe. Às vezes, você entrou em contato, em casos de enchentes, por exemplo, e tem eminência de estar contaminado. Uma coisa apressada para proteger antes da vacina são os soros ou imunoglobulinas (vale para muitas doenças virais também). Hepatite B Família: Hepadnaviridae; Gênero: Orthohepadnavirus; Espécie: Hepatitis B virus Características: Envelopado, capsídeo icosaédrico. É um vírus de DNA. Genes e antígenos correspondentes: - Gene S, codifica antígeno de superfície: HBsAg => estaria no envelope. - Gene C, o c vem de CORE (parte central que envolve o genoma), HBcAg e HBeAg. O vírus de hepatite B é antigenicamente semelhante no mundo inteiro? Não. Tem diferenças geográficas e isso é ruim, pois é um motivo para a vacina não proteger todo mundo. As partículas encontradas no soro de pacientes infectados: - Dane: grande, um vírus completo. -Tubulares: só tem antígeno do envelope. - Esféricas: só tem antígeno do envelope. -A partícula Dane é uma partícula completa, um vírus completo, tem envelope e capsídeo. As partículas tubulares e esféricas, que a gente encontra no soro das pessoas, só têm envelope e assim apenas o antígeno de envelope. Em quais materiais orgânicos pode ser encontrado o vírus da hepatite B? Sangue, saliva, sêmen, secreção vaginal. Resumindo: sangue e em todos os líquidos corporais. -Transmissão: Sexualmente transmissível; transmissão vertical (mãe para o feto), contato com o sangue (transmissão percutânea). É uma das Hepatites mais infectantes, necessitando de quantidades mínimas para transmissão. Vírus 100x mais infectante que o HIV. Tomar mais cuidado! Pode iniciar infecção crônica. 2-10% das pessoas ficam com o vírus por pelo menos 6 meses. -O paciente é crônico quando tem o material genético e passa mais de 6 meses com ele circulando. Tem que tomar uma providencia para que passe o menos tempo possível. -HBV cronifica porque nela o DNA viral se agrega ao núcleo do hepatócito, tem uma transcricao reversa e não se desagrega , continua replicando junto com a célula. Quando ele se monta no citoplasma, tem uma manobra que reinfecta o núcleo pra ficar eternamente ali, mas sem integrar de vez. -As pessoas que tendem a ficar crônicas são a população que contraiu mais cedo. Quanto mais cedo contraiu, maior a chance de cronificar. Por isso que a vacina da hepatite B é aplicada ao recém-nascido. -Sintomas de hepatite B: vômito, fadiga, perda de apetite, icterícia. Pode ser assintomática! A icterícia leva a perceber urina escura e fezes claras (relacionados à bilirubina), e esses sintomas não são específicos para essa hepatite. -Para os pacientes crônicos, carcinoma hepático e cirrose hepatocelular são as piores patogêneses que podem acometer. -Mecanismo de patogenicidade: O vírus não tem efeito citopático, daí o mecanismo é a ação do sistema imune contra o próprio organismo, pelos LT CD8. -Exames inespecíficos são os mesmos dos outros. -Marcadores sorológicos de hepatite B: HBsAg(fundamental), HBeAg, anti-HBs IgM , anti-HBs IgG; anti-HBc (IgG e IgM também - quando IgM é alto, a infecção é aguda e recente; quando IgG dele é alto, a infecção é passada ou crônica. Para distinguir, faz exame de antígeno de superfície, anti-HBc IgG alto e um HBsAg negativo = infecção; anti-HBc IgG alto e um HBs Ag positivo = doença cronificou , anti-HBe(IgG e IgM dele). (o HBcAg está em poucas concentrações nos tecidos). Qual é o melhor marcador (marcador sorológico) para indicar imunidade à hepatite B? Imunidade é dada por um anticorpo. Logo, para saber se estou imune, faço o Anti-HBsAg. Professora: Quem já tomou vacina para hepatite B aqui? Todos aqui têm direito a vacina gratuita, porque são jovens com menos de 20 anos e estudante de área da saúde. Professora: Quem é a vacina para hepatite B? Vacina é antígeno. O antígeno para vacina de hepatite B é o HBs. Na verdade você toma aquela injeção que é uma proteína chamada HBsAg. Professoras: E após a vacina o quedeve ser feito? Dois meses após a última dose da vacina, deve-se ir ao laboratório e fazer uma dosagem de Anti-HBsAg. Quem ainda não vez tenta fazer agora. Há um risco de estar baixando já. Mas, se você tem acima de 10 unidades por decigrama, você está imunizado. Se você tomou a vacina e após dois a dosagem for abaixo de 10 unidades por decigrama, deve repetir as doses e fazer uma nova dosagem. Caso após as novas doses a dosagem continuar abaixo de 10 unidades/dg, você não se imuniza. Infelizmente existe uma pequena parcela da população que não consegue se imunizar com essa vacina. Pesquisa de HBs é fácil podemos fazer aqui mesmo no laboratório. Já o exame Anti-HBsAg é mais complicado porque ele é qualitativo e quantitativo. Qual o marcador que indica uma boa situação de convalescença? Anti-HBe, quanto mais alto seu nível maior a chance de estar acabando com a replicação viral. Pergunta: Professora quando a pessoa está com hepatite ela vai ter esses três antígenos? R- PROFESSORA: Tem os dois. Um aparece primeiro depois o outro vai aparecendo. O HBs é o primeiro depois o HBc. Ainda tem uma janela, que é quando o HBs aumenta e o HBc ainda não aparece. Bem no início quando sobe o HBs, ele foi na infecção aguda. Logo em seguida, vem o IgM anti- HBc, depois vem o anti-HBe. Tem um gráfico que mostra as idas e vindas desses antígenos. Época da janela: o HBc ainda não aparece. A região Nordeste é classificada como região de endemicidade média, assim como o Centro-Oeste e o Sudeste? De 2% a 6% é considerada endemicidade média. Acima de 7% é considerada endemicidade alta. No Brasil, existe endemicidade alta na região Norte (Amazonas) e Sul (Santa Catarina). Hepatite C Família: Flaviviridae; Gênero: Hepacivirus; Espécie: Hepatitis C vírus. Características estruturais HCV: Vírus de RNA, envelopado. Transmissão: sangue. Atenção para sangue e hemoderivados! O HCV é menos infectante do que o HBV para acidentes. Para se ter uma ideia, existem trabalhos que comparam a infectividade dos três e em cada 100 acidentes com pacientes portadores o HBV contaminaria 30%, o HCV contaminaria 3% e o HIV 0,3 %. Ou seja, o HCV é 10 vezes menos infectante que o HBV e 100 vezes mais infectante que o HIV. O percentual de cronificação da hepatite C é 70% (vai passar 6 meses a 1 ano com hepatite C e o resto a vida inteira). A pior Hepatite para cronificar é a C. Os exames laboratoriais para detectar o vírus de Hepatite C: - Imunocromatografia é uma técnica e não um exame. - Antígenos-anticorpo NÃO é tão bom para Hepatite C. - PCR que envolve o genoma é o melhor exame (molecular). O vírus de hepatite mais relacionado com câncer hepático é o C. No entanto, o B também pode causar câncer hepático. Tratamento: Uso de antivirais: o INF-α (modulador da resposta imune que inibe a replicação viral) e a ribavirina (usada em combinação com interferon). Mesmo com o antiviral não há um tratamento específico. Deve se analisar se o paciente se encontra como vírus ou não após o tratamento, já que existem pessoas que continuam com o vírus circulando mesmo após sua realização. Hepatite D Família: Deltaviridae; Gênero: Deltavirus; Espécie: Hepatitis D virus (Vírus da hepatite delta; Agente Delta) O vírus da hepatite D tem mecanismos de transmissão semelhante ao do da Hepatite B. O vírus D é considerado um vírus defectivo porque não consegue, por si só, iniciar uma infecção, sendo necessária a presença do vírus da Hepatite B. Logo, só tem Hepatite D quem tem Hepatite B (coinfecção). Ele se liga ao HBsAg porque no B é ele quem vai ligar ao hepatócito. Por isso, nos exames para detectar Hepatite D é usado o marcador HBsAg. Existem marcadores sorológicos específicos para HDV. São eles HBsAg, Anti-HBV total e Anti-HDV total. Esses marcadores permitem a realização de exames sorológicos específicos. Aquela partícula defectiva entraria e se associaria ao HBs circulante e chegaria ate o hepatócito através do HBs circulante. O capsídeo dele não tem uma proteína ligante, mas ele tem uma especificidade de se ligar ao HBs que o HBV também vai ter. Hepatite E Família: Caliciviridae; Gênero: Herpevirus; Espécie: Hepatitis E vírus Não tem envelope, igual à HAV. Logo, a forma de transmissão dessas duas hepatites é semelhante (fecal-oral). Na hepatite A, valoriza-se o contato íntimo. Já na hepatite E, valoriza-se a água como forma de transmissão (Índia possui um grande numero de pessoas com hepatite E por causa do rio sagrado). A população mais sensível a esse vírus é mulheres grávidas(20% de letalidade- bastante letal!). Não existe infecção crônica, mas faz infecção fulminante, especialmente em grávidas. Exames específicos - HEV(IgG e IgM) - Anti-HEV(IgG e IgM) Existe o HFV mais não tem importância para humanos. HGV O vírus VHG foi identificado no ano de 1995. Familia: Flaviviridae; Gênero: Hepacivírus; Espécie: Hepatitis G vírus O vírus é envelopado. É transmitido verticalmente, da mãe para o feto; por sangue ou produtos de sangue e por contato sexual.
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