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Biopulpectomia e Necropulpectomia

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Manuella Soussa Braga  
Endodontia I - 6º período - 2019/2  
 
BIOPULPECTOMIA E NECROPULPECTOMIA  
 
No planejamento do tratamento endodôntico, o diagnóstico depende diretamente da condição                      
endodôntica do elemento dentário, que diz respeito à presença ou ausência de infecção,                          
caracterização uma biopulpectomia, necropulpectomia ou um retratamento.   
 
Biopulpectomia: remoção da polpa inflamada, ou seja, ainda com vitalidade. Procedimento                      
indicado para pulpite irreversível sintomática ou assintomática. Tem um prognóstico favorável, já                        
que há ausência de infecção e os tecidos perirradiculares não foram destruídos e são reparados                              
facilmente. É preciso tomar cuidados durante o tratamento endodôntico como manter assepsia e                          
cuidados com substâncias citotóxicas aos tecidos perirradiculares.   
 
Necropulpectomia: polpa necrosada ou canal vazio (bactérias consumiram o tecido pulpar), ou                        
seja, há infecção. Toda polpa necrosada é considerada infectada, mesmo em casos de necrose por                              
coagulação (trauma) e mesmo sem lesão perirradicular vista radiograficamente. Mesmo canais                      
bem obturados podem ainda conter infecção sendo necessário o retratamento do canal. O                          
tratamento de lesões perirradiculares de origem endodôntica é eliminando a causa, ou seja, a                            
infecção no sistema de canais radiculares. Então, o objetivo do tratamento endodôntico, nesse                          
caso, é prevenir a introdução de novos microrganismos e eliminar a infecção endodôntica.   
 
Diferenças no preparo químico-mecânico:  
Na biopulpectomia é realizado a pulpectomia e na necropulpectomia o procedimento de retirada                          
do tecido pulpar é a penetração asséptica. Também se tem diferença no comprimento de trabalho                              
(CT), enquanto a biopulpectomia tem CT = CRD - 1 mm, a necropulpectomia tem CT = CRD - 0,5                                      
mm. Por último, há diferença na quantidade de instrumentos utilizados para confecção do batente                            
apical (padronizado atualmente; geralmente a necropulpectomia precisa de uma limpeza maior                      
dos sistemas de canais, então pode alargar mais o canal com mais instrumentos).   
 
Pulpectomia: é feita na biopulpectomia e consiste em retirar a polpa a nível do forame apical. A                                  
polpa é a causa da inflamação, então precisa ser retirada. A cada etapa da pulpectomia, é feita                                  
irrigação e aspiração e a câmara pulpar deve ficar inundada com hipoclorito de sódio.   
 
(1) abertura coronária  
(2) curetagem da polpa coronária com cureta de dentina  
(3) penetração no canal com lima final até o fim do ⅓ médio do canal (CAD-4)  
(4) realizar movimentos de rotação e tração: polpa sai enroscada na lima  
 
Assim, há remoção do tecido pulpar no canal principal. Utiliza-se limas tipo K ou Hedstrom. Em                                
canais atresiados, a remoção é em pedaços durante o preparo químico-mecânico ou em                          
procedimento de limagem. As vezes é necessário realizar a pulpectomia em canais necrosados,                          
pois pode existir tecido pulpar ainda. Nesses casos, não pode fazer compactação dos tecidos que                              
estão dentro do canal, pois empurra microrganismos para o ápice e tecidos perirradiculares,                          
podendo causar flare-up.   
 
Penetração asséptica: é feito na necropulpectomia para evitar a compactação dos tecidos                        
pulpares. É feito alternando a limagem com irrigação e aspiração em avanços milimétricos até o                              
final do ⅓ médio do canal (CAD-4).   
Manuella Soussa Braga  
Endodontia I - 6º período - 2019/2  
 
(1) penetração passiva no canal com limas finas, em 1 mm  
(2) tração contra as paredes para sair do canal: tecido necrosado sai pelas vias do canal (a                                
polpa não sai inteira, pois está liquefeita)   
 
Diferenças na medicação intracanal:   
É necessário avaliar a necessidade de sessão única ou múltiplas sessões intercaladas com                          
medicação intracanal. As vantagens da sessão única são que economiza tempo e previne a                            
contaminação e recontaminação do canal entre as sessões. Na biopulpectomia, a sessão única                          
deve ser realizada sempre que possível e na necropulpectomia, a sessão única tem controvérsias,                            
no entanto, a medicação intracanal é usada para maximizar a desinfecção.   
 
Caso opte por mais de uma sessão, o tipo de medicação intracanal também é uma diferença. Os                                  
objetivos da medicação são: maximizar a desinfecção intracanal, atuar como barreira                      
f ísico-química contra a infecção ou reinfecção por microrganismos da saliva entre as sessões e                            
reduzir a inflamação perirradicular.   
 
 
 
 
Paramonoclorofenol Canforado (PMCC): é uma solução volátil que exerce ação antimicrobiana a                        
distância, mas tem certo grau de citotoxicidade aos tecidos perirradiculares. É pronto para o uso.                              
Quando usado, o canal fica vazio (devido à ação à distância).   
 
(1) seleciona bolinha de algodão de tamanho compatível com a entrada do canal   
(2) pingar uma gota de PMCC em um pote dappen de vidro   
(3) umedecer a bolinha no líquido e remover o excesso com gaze  
(4) aplicar a bolinha de algodão na entrada do canal   
(5) selamento provisório com IRM   
 
O excesso de material pode ir para os tecidos perirradiculares ou sair pela restauração provisória,                              
dando gosto de remédio na boca do paciente.   
 
 
 
Manuella Soussa Braga  
Endodontia I - 6º período - 2019/2  
 
Otosporin: é uma associação de corticosteróide com antibiótico. Reduz a intensidade da reação                          
inflamatória inicial (usado na biopulpectomia, prevenindo dor entre as sessões). O efeito                        
antibiótico é desconsiderado, pois é de baixo espectro e as bactérias nesse caso necessitam de um                                
antibiótico de amplo espectro. Pronto para uso e a sua ação se dá por meio do contato com o                                      
tecido.   
 
(1) selecionar bolinha de algodão de tamanho compatível com a entrada do canal   
(2) pingar uma gota de otosporin em um dappen de vidro  
(3) aspirar o otosporin com uma seringa  
(4) preencher o canal com o otosporin   
(5) remover excesso com bolinha de algodão e colocar outra seca na entrada do canal  
(6) selamento coronário com IRM  
 
Pasta de hidróxidode cálcio com propilenoglicol: é o pó de hidróxido de cálcio 9PA) misturado                                
com o líquido propilenoglicol. Tem ação anti-inflamatória, ação antimicrobiana de amplo espectro,                        
neutraliza endotoxinas e induz o reparo do tecido mineralizado, tudo pelo contato. Também tem                            
ação como barreira f ísica ( já que o preparo químico-mecânico está finalizado tem que impedir a                              
entrada de bactérias). Para seu uso, é necessário remover a smear layer antes da aplicação da                                
pasta, desobstruindo os canalículos dentinários com EDTA, assim como antes da obturação. Todos                          
os medicamentos podem ficar poucos dias dentro do canal, até no máximo 15 dias. O hidróxido de                                  
cálcio tem que ficar no mínimo 7 dias (devido ação antibiótica).   
 
 
 
 
Manuella Soussa Braga  
Endodontia I - 6º período - 2019/2  
 
 
 
Selamento coronário: o preenchimento da cavidade de acesso e parte da cavidade pulpar por                            
um material selador temporário. Tem o objetivo de impedir a infiltração da saliva e de bactérias ao                                  
canal, evitando também a passagem da medicação intracanal para a boca. Todos os materiais                            
seladores são temporários (a base de óxido de zinco e eugenol = IRM, cotosol pronto para uso e                                    
CIV).   
 
O selamento coronário entre sessões pode ser feito com cimentos a base de óxido de zinco e                                  
eugenol, como o IRM ou cimentos prontos para uso como o cotosol. Enquanto o IRM tem menor                                  
tempo de presa e maior resistência à compressão, o cotosol endurece por hidratação, tem maior                              
capacidade de adesão e maior capacidade seladora, mas quebra com mais facilidade que o IRM.   
 
O selamento coronário após obturação é com cimento de ionômero de vidro (CIV). O ajuste oclusal                                
é preferencialmente em infra-oclusão, pois caso haja um edema no ápice (que é normal) e o dente                                  
extruir, não ficará com contato prematuro, incomodando o paciente. Depois será feita, o mais                            
rápido possível, a restauração definitiva.   
 
Manipulação do IRM:  
(1) manipular a proporção pó/líquido do IRM com espátula 70 em placa de vidro  
(2) inserir o IRM na cavidade com espátula número 1  
(3) compactação e remoção de excessos  
(4) ajuste oclusal  
 
TÉCNICA APÓS MEDICAÇÃO INTRACANAL E APÓS OBTURAÇÃO  
 
 
Para o selamento após obturação:  
(1) remover guta-percha 1mm aquém da JAC  
(2) limpar cavidade com bolinha de algodão e álcool   
(3) aplicar o selante do canal: cotosol ou tempore (compactar com instrumento de lucas)  
(4) manipular CIV (3 medidas de pós/líquido com espátula de plástico na placa de vidro)  
(5) inserir na cavidade com seringa centrix  
(6) adaptar e remover excessos com espátula nº 1  
(7) ajuste oclusal

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