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Reciclagem de Concreto com Agregado Reciclado

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26
PAGE 
 
CAMPINAS
2019
joyciane ferreira ribas
rEciclagem de concreto
FABRICAÇÃO DE CONCRETO COM UTILIZAÇÃO DE AGREGADO RECICLADO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Anhanguera Educacional, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Engenharia Civil.
Orientador: Vitor Tano
Campinas
2019
joyciane ferreira ribas
rEciclagem de concreto
FABRICAÇÃO DE CONCRETO COM UTILIZAÇÃO DE AGREGADO RECICLADO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Anhanguera Educacional, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Engenharia Civil.
Orientador: Vitor Tano
BANCA EXAMINADORA
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)
Campinas, __ de __ de 2019
RIBAS, Joyciane Ferreira. Reciclagem de concreto: Fabricação de concreto com utilização de agregado reciclado. 2019. 24 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) – Anhanguera Educacional, Campinas, 2019.
RESUMO
Em meio a busca por uma boa colocação no mercado competitivo, as empresas precisam demonstrar planejamento do canteiro, além de ser fundamental na eficiência da obra para o cumprimento de prazo, redução de custos e aumento da qualidade, além da discussão assídua sobre sustentabilidade. Assim, verificou-se o aumento da necessidade de promover, além da produtividade, um melhor aproveitamento de recursos naturais. Assim, este trabalho tem como objetivo, analisar a ideia da viabilidade do uso do entulho como o RCD para fabricação de concreto reciclado, mostrando as propriedades mecânicas e a comparação com o concreto convencional. Além disso, apresentam quais são as vantagens ambientais sabendo que o setor da construção civil gera muito entulho e danos ao meio ambiente, e no aspecto econômico também. Para o estudo foi utilizado dados, gráficos e tabelas que compõe o presente trabalho, além de consultas bibliográficas de autores que estão inseridos neste meio. A conclusão indicou que essa é uma pratica viável, mas que ainda requer muitos estudos, e sua pratica, beneficia a construção civil, já que gera economia, e o meio ambiente, sendo retirado menos matéria prima e descartados menos resíduo.
Palavras-chave: RCD; concreto reciclado; meio ambiente.
RIBAS, Joyciane Ferreira. Concrete recycling: Concrete manufacturing using recycled aggregate. 2019. 24 pages. Course Conclusion Paper (Undergraduate in Civil Engineering) - Anhanguera Educacional, Campinas, 2019.
ABSTRACT
In the midst of the search for a good placement in the competitive market, companies need to demonstrate site planning, as well as being fundamental in the efficiency of the work to meet deadlines, reduce costs and increase quality, and assiduous discussion about sustainability. Thus, there was an increasing need to promote, in addition to productivity, a better use of natural resources. Thus, this paper aims to analyze the feasibility of using rubble as RCD for the manufacture of recycled concrete, showing the mechanical properties and comparison with conventional concrete. Moreover, they present the environmental advantages knowing that the construction sector generates a lot of rubble and damage to the environment, and economically as well. For the study it was used data, graphs and tables that compose the present work, besides bibliographic consultations of authors who are inserted in this medium. The conclusion indicated that this is a viable practice, but it still requires a lot of studies, and its practice benefits the civil construction, since it generates economy and the environment, being removed less raw material and discarded less waste.
Keywords: RCD; recycled concrete; environment.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Ciclo de reaproveitamento do entulho
15
Figura 2 - Entulho de demolição
15
Figura 3 - Composição média do RCD
18
Figura 4 - Microestrutura do concreto com agregado natural (a) e com agregado reciclado (b)
26
Figura 5 - Equipamento para reuso de concreto convencional
27
Figura 6 – Usina fixa
28
Figura 7 – Emissão de partículas de RCD
28
Figura 8 – Influencia da substituição de agregado natural por reciclado, com relação a resistência a compressão
30
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1 - Benefícios diretos do reaproveitamento de resíduos
17
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
ABNT
 Associação Brasileira de Normas Técnicas
PIB
 Produto Interno Bruto
PAC
 Programa de Aceleração de Crescimento
RCD
 Resíduos de Construção e Demolição
CONAMA
 Conselho Nacional do Meio Ambiente
PNRS
 Política Nacionais de Resíduos Sólidos
ABRECON
 Associação Brasileira de Reciclagem de Concreto
NBR
 Norma Brasileira Regulamentada
Sumário
1.
INTRODUÇÃO
10
12.
RESIDUOS SÓLIDOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
3 
3.
A CONSTRUÇÃO CIVIL E O MEIO AMBIENTE
20
4.
FABRICAÇÃO DE CONCRETO COM AGREGAGOS RECICLADOS
26
35.
CONCLUSÕES
1
1. INTRODUÇÃO
Devido à forte concorrência por mercado, no Brasil é crescente o número de organizações que aderem à uma prática sustentável, pois precisam mostrar-se alinhados as preocupações socioambientais, para que seus consumidores percebam que o crescimento da organização, em nada prejudica o meio externo, tanto em recursos naturais, quanto nas disposições sociais, agregando diretamente na geração de renda e movimentação econômica, e promovendo uma série de ações diretas e indiretas em benefício da sociedade.
Diante do exposto, no setor da construção civil, é importante destacar que o canteiro pode ser comparado à uma fábrica pela sua característica produtiva, entretanto, difere-se da estrutura fabril imutável, pois se adapta conforme a necessidade e cronograma da obra, sendo dividido em duas categorias; áreas operacionais e áreas de vivência. 
Posto isso, o planejamento do canteiro, além de ser fundamental na eficiência da obra para o cumprimento de prazo, redução de custos e aumento da qualidade, favorecendo inclusive, a segurança dos trabalhadores, ganhou espaço em meio a crescente discussão sobre sustentabilidade na Construção Civil. Assim, verificou-se o aumento da necessidade de promover um arranjo que proporcione, além da produtividade, um melhor aproveitamento de recursos naturais, como por exemplo, da luz solar, o reuso de água e o descarte adequado de resíduos sólidos.
Somente através de um gerenciamento sustentável, as organizações passam a ser capazes de se consolidar no mercado competitivo, fazendo o melhor direcionamento dos seus recursos, além de criarem uma imagem positiva da marca seu posicionamento perante os consumidores, tornando-se possível afirmar que a sustentabilidade é uma ferramenta é essencial dentro do setor da construção civil, tendo em vista que a sua cadeia produtiva tende a ser altamente poluente, com um significativo volume de resíduos que sobram das obras, justificando a realização dessa pesquisa.
A construção sustentável, apesar de ser um conceito contemporâneo na Engenharia Civil, vem sendo amplamente difundida, podendo ser aplicada desde uma residência simples até a construção de grandes complexos. Dentro desse contexto, e ciente dos impactos significativos que o setor gera ao Meio Ambiente, quais são os caminhos a percorrer para minimizar essa influência da Construção Civil no Meio Ambiente a partir da utilização do concreto reciclado?
O objetivo geral deste trabalho é apresentar os benefícios da utilização de RCD para minimizar os impactos que a Construção Civil impõe ao Meio Ambiente, destacando a importancia da utilização do concreto reciclado para estabelecer um controle mais adequado para os resíduos da construção civil.
Para atingir o objetivo geral proposto, estabeleceu-se os objetivos específicos, sendo que o primeiro é de apresentar as propriedades mecânicas do concreto com utilização dos resíduos de alvenaria (RCD), destacando os benefícios técnicos, econômicos e ambientais que eles promovem.
O segundo é entender as relações entre a Construção Civil e o Meio Ambiente, destacando os conceitos que envolvem o tema, bem como a importância do setor para a economia nacional, enfatizandoa necessidade de elevar a discussão a respeito dos impactos ambientais gerados pelo setor; e o último, compreender como é realizada a fabricação do concreto com adição de agregados reciclados, destacando a sua eficiência mecânica quando em relação ao concreto convencional, bem como a comparação de custos através da utilização do concreto reciclado.
Este trabalho caracteriza-se como uma revisão de literatura, de natureza exploratória, que teve como princípio a partir da leitura abordada, discutir a importância de ações voltadas para a sustentabilidade no setor da Construção Civil através da utilização do Concreto Reciclado. Uma alternativa que além de proporcionar menor impacto ambiente, promovendo o reaproveitamento de rejeitos do setor, também gera uma redução de custos significativa na cadeia produtiva.
De acordo com os autores Lima e Mioto (2007), a pesquisa bibliográfica implica em um trabalho exploratório descritivo, que tem por objetivo a busca por soluções de um problema de um objeto de estudo e que, por isso, não pode ser uma pesquisa aleatória. Neste sentido, os métodos da pesquisa devem ser expostos com clareza, de modo que o tipo de pesquisa e as delimitações do trabalho sejam apresentados ao leitor. 
A abordagem teórica adotada é qualitativa, caracterizada como o aprofundamento da compreensão de determinado fenômeno pré-estabelecido pelo pesquisador. Conforme Minayo (2001), a abordagem qualitativa preocupa-se com aspectos que não podem ser quantificados e que se baseiam nas dinâmicas das relações sociais. Neste sentido, a abordagem qualitativa possibilita que o pesquisador se aprofunde no âmbito dos motivos e processos do fenômeno estudado e que não podem ser reduzidos à quantificação de variáveis.
Para levantamento bibliográfico, foram realizadas buscas online no Google Schoolar e o SCIELO. Serão aceitas publicações das últimas duas décadas, e materiais nos idiomas português e inglês, sendo excludentes artigos que façam fuga ao tema buscado ou fora dos idiomas triados. A análise de critérios para a seleção de fontes de informações, a saber foram: consistência, período pesquisado, conteúdo temático, precisão, acessibilidade e confiabilidade. A consistência diz respeito à coerência com a qual o autor aborda o conteúdo estudado e se existem as devidas referências às fontes pesquisadas. 
2. RESIDUOS SÓLIDOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
De acordo com Machado (2015), a construção civil é um importante setor para a economia brasileira, sendo um indicativo de crescimento social e econômico, pois é um dos primeiros a ser impactado pela economia, podendo passar por períodos de grande crescimento ou de recessão. Porém, também é uma forte geradora de impactos ao meio ambiente, com uma grande quantidade de resíduos que se torna um problema a ser administrado, aliado com seu grande consumo de recursos ambientais, e da alteração da paisagem, com empreendimentos imponentes.
Mesmo sendo um setor importante, essa é uma das indústrias mais atrasadas do país, onde o uso de matéria-prima não renovável é intenso. Entretanto, o setor está buscando cada vez mais, mudar esse cenário com o emprego de novas tecnologias, a fim de aumentar a racionalização na construção, através da utilização de técnicas para reaproveitamento de materiais, que apresentem a possibilidade de atender suas grandes demandas, com maior produtividade e menores custos de matéria-prima (CAMPOS, 2006).
Segundo ABDI (2015), nos últimos 20 anos, o maior desafio apresentado aos agentes privados e públicos da construção civil, consistiu em mudar o cenário na construção industrializada, o que, por sua vez, requer inovações para a detenção do domínio produtivo, utilizando todos os princípios do processo de industrialização de maneira planejada e estruturada. Nesse ramo, a industrialização se apresenta como um processo evolutivo, incorporando as tecnologias e a gestão, com atitudes organizacionais, voltadas ao aumento produtivo e ao aperfeiçoamento do desempenho da atividade. 
Um dos materiais mais utilizados contemporaneamente é o cimento, responsável por elevados impactos ao meio ambiente, que vão desde sua produção, emitindo grandes quantidades de gás carbônico, até a dificuldade de reutilizá-lo, gerando assim resíduos sólidos (PIMENTEL ET AL., 2019)
De acordo com Pimentel et. al. (2019), entende-se que o setor é responsável por grande parte da extração de recursos naturais, que variam entre 15% a 50% do total, sendo que desses, 220 milhões de toneladas de agregados naturais são retirados da natureza apenas para a produção de concreto e argamassa no Brasil.
Segundo a Faria (2006), o setor precisa elevar sua produtividade, devido ao fato de que o mercado brasileiro possui um grande potencial para a industrialização. Por consequência, os custos seriam reduzidos, diminuindo o ciclo de construções, melhorando a qualidade e potencializando o controle e desempenho ambiental, já que o desperdício e o gasto energético seriam menores. 
No geral, os canteiros de obra apresentam um volume consideravel de descarte, que embora varie conforme o porte da obra, pode ser significativamente minimizado, resultando em um aproveitamento de alta performance da matéria-prima utilizada. Dessa forma, é necessário o fortalecimento do setor, quanto à utilização de alternativas como o RCD. 
É importante salientar, que define-se por canteiro de obras, o local cujo objetivo é de prestação temporária de serviços destinados à construção de determinada estrutura, sendo formatado de acordo com as necessidades do empreendimento. Entretanto, precisa atender às exigências das normas regulamentadoras relacionadas à segurança do trabalho e, apesar de propor uma estrutura provisória, deverá dispor de total assistência para o trabalhador no local (PEREIRA, 2018).
2.1 RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO
O entulho se caracteriza pela sobra de material do processo construtivo, em forma sólida, como restos de concreto, argamassa, sobras de madeira, metal, embalagens, etc. Esse entulho pode ser originário de desperdicio na execução da obra, reforma ou demolição de edificações (VERONEZI, 2018).
Conforme destaca a Figura 1 abaixo, a industria da reciclagem de resíduos sólidos promove um ciclo de reaproveitamento significativo, além de promover um canteiro visualmente mais limpo e sem o acumulo de lixo a ser descartado, essa industria minimiza, além dos impactos ambientais, o custo com matéria-prima, tendo em vista que boa parte do entulho pode ser reaproveitado em outras construções, beneficiando financeiramente, a construtora que opta por esse modelo de construção ecológica.
Figura 1 - Ciclo de reaproveitamento do entulho
Fonte: Levy, 2007
De acordo com Pinto (2012), sendo o entulho da construção proveniente, em grande parte, do desperdicio resultante da caracteristica manual e não padronizada do processo construtivo, bem como da má manipulação dos materiais, é um indicativo da importância de um correto gerenciamento do canteiro de obras, bem como da aplicação de ferramentas da qualidade para elevar o aproveitamento dos materiais e minimizar os resíduos.
Nesse segmento, a Figura 2 a seguir, apresenta um exemplo de como podem ser encontrados os residuos provenientes de uma demolição. Nessa, é perceptível que o volume de espaço ocupado é significativo e nem sempre o descarte é o mais adequado. 
Figura 2 - Entulho de demolição
Fonte: Veronezi, 2018
No caso das reformas, o entulho se apresenta, em grande parte, como produto final, resultante de partes como paredes de alvenaria, pisos e revestimentos diversos, concreto armado e demais partes que forem modificadas na estrutura, e passem a ser ao final da obra, material de descarte (PINTO; GONZÁLES, 2005).
4.2 
COMPOSIÇÃO E FABRICAÇÃO DO RCD
Os resíduos sempre foram interpretados como todo material sem valor econômico, proveniente de sobras do processo produtivo. Entretanto, de acordo com as Políticas Nacionais de Resíduos Sólidos – PNRS, a assimilação de que o lixo é mero material de descarte deve ser reavaliada. 
Essa reavalição decorredo fato de que um dos conceitos mais utilizados na construção civil, nas últimas duas décadas, é o de sustentabilidade, e com isso, vieram à tona inúmeras possibilidades de reaproveitamento dos resíduos gerados em suas obras (BRASIL, 2011).
Com isso, em seu art. 3º, inc. XV a PNRS passou a definir os rejeitos como resíduos, cujas possibilidades de tratamento, recuperação, reutilização não são economicamente viáveis, ou não dispõem de processos adequados para sua transformação em objeto de reuso. A partir de então, essa sobra deve ser destinada ao descarte devidamente adequado (BRASIL, 2011).
De acordo com Levy (2007), por ser um dos setores produtivos que mais desperdiça recursos, a discussão sobre o reaproveitamento de resíduos se torna essencial, com o objetivo de minimizar os impactos causados diariamente pela construção civil.
É importante considerar que muitas vezes, os residuos são gerados por ineficiencias no processo construtivo, tais como desperdicios, mal aproveitamente de recursos, falhas no fluxo produtivo, falhas na elaboração do projeto ou execução, perdas decorrentes de um mal transporte, armazenamento ou manipulação inadequada (LEVY, 2007).
Alguns materiais provenientes de demolição já tem mercado de reaproveitamento em novas construções, como por exemplo a madeira de demolição, que ganhou espaço e uma nova roupagem, sendo reciclada de diversas formas e inserindo no projeto um design rústico, além do benefício ambiental do reaproveitamento do material ao evitar o descarte desnecessário (PINTO, 2012).
Segundo os estudos de Ponto e Gonzáles (2005), outra vertente que vem ganhando notoriedade é a reciclagem de concreto, capaz de produzir agregados com caracteristicas similares ao produto original, essa prática reduz significativamente a extração de recursos naturais.
A utilização do concreto reciclado pode superar a eficiencia energética do concreto convencional, porém, é essencial que após o processo de moagem do entulho, o concreto passe por uma etapa criteriosa de beneficiamento e seleção, onde será misturado com concreto virgem, areia, água e cimento para dar origem a um novo concreto (PINTO, 2012).
Esse reaproveitamento pode reduzir cerca de 25% da utilização de novos recursos, sem que haja prejuizo na eficiencia do material. Os beneficios encontram-se descritos na Tabela 1, apresentada abaixo, com base no que foi disposto por Pinto e Gonzáles (2005). 
Tabela 1 - Benefícios diretos do reaproveitamento de resíduos
	1
	Redução de desperdícios, aumento do reaproveitamento das sobras que seriam descartadas;
	2
	Aumento do valor agregado no projeto, considerando a crescente busca pela sustentabilidade;
	3
	Aumento da flexibilidade no desenvolvimento da obra, ampliando as possibilidades de uso dos materiais que seriam descartados;
	4
	Introdução da melhoria contínua no canteiro de obras, minimizando situações de perdas;
	5
	Equilíbrio entre melhoria no fluxo produtivo e sustentabilidade; 
	6
	Canteiro de obras mais limpo, com fluxo de processos mais eficiente; 
	7
	Movimenta mais uma indústria, a de reciclagem, gerando novos empregos;
	8
	Diminuição da poluição gerada pela obra;
	9
	O reaproveitamento exerce um impacto direto nos custos da obra, tornando o empreendimento economicamente mais viável;
	10
	Boa parte do resíduo descartado sem critério contribui para problemas sócios ambientais, portanto, a reciclagem dos resíduos da obra e o reaproveitamento dessas sobras contribuem para minimizar quadros de enchentes e quadros de assoreamento de rios e córregos.
Fonte: Pinto; Gonzáles, 2005
O concreto RCD pode ser produzido a partir de qualquer material descartado proveniente de demolição, como pilares, vigas, lajes, blocos cerâmicos ou de concreto, restos de argamassas, cerâmicas de revestimentos e até telhas. Sua aplicação após a reciclagem pode ser destinada para todo tipo de construção, e a fabricação é relativamente simples. Nesse processo, após a britadora triturar grosseiramente o material, o mesmo é separado por um processo magnético, facilitando a retirada de fragmentos inutilizaveis (OLIVEIRA, et. al. 2011).
Embora no ano de 2007 o CONAMA tenha estabelecido, através da Resolução nº 307 que trata do descarte adequado de resíduos sólidos, que os geradores destes resíduos são responsáveis pelo seu direcionamento adequado, pouco se cumpre da norma. Uma estimativa realizada por esse mesmo conselho, em 2008, declarou que o país produz cerca de 100 mil toneladas de entulho por dia, sendo que apenas 20% desse resíduo é reciclado, e boa parte é descartada de forma irregular no meio ambiente (VERONEZI, 2018).
Figura 3 - Composição média do RCD
Fonte: OLIVEIRA, et. al. 2011
Embora, a soma do percentual destes constituintes represente cerca de 65% passível de reciclagem para transformação em concreto, o aproveitamento do entulho é integral, apesar de ocorrer a separação do agregado útil para a fabricação do concreto RCD, todo plástico, madeira ou metal é destinado para outros processos de reciclagem (OLIVEIRA, et. al. 2011).
Ainda de acordo com Oliveira et. al. (2011), considerando que, com a reciclagem e o reaproveitamento de entulhos, é reduzida a aquisição de material, também é minimizada a poluição gerada pelo descarte inadequado do entulho da obra, que por sua vez, causa sérios problemas ambientais, como assoreamento de rios, enchentes, propicia a propagação de pragas urbanas além da poluição visual.
Segundo a ABRECON – Associação Brasileira de Reciclagem de Concreto, estima-se que cerca de 10% dos materiais entregues no canteiro de obras são desperdiçados devido a ineficiencia dos processos, e que o índice de reaproveitamento dos resíduos pode chegar a 90% se destinado adequadamente (VERONEZI, 2018).
Em suma, é essencial que o canteiro de obras seja bem gerenciado, para que os recursos utilizados na obra sejam aproveitados ao máximo, levando a uma consequente redução do volume de resíduos gerados no canteiro. Vale ressaltar que por fim, o resíduo, ainda que seja mínimo, deverá ter um descarte adequado para que seja encaminhado para o processo de reciclagem, proporcionando um beneficio significativo, não somente na ordem economica mas especialmente ao meio ambiente (VERONEZI, 2018).
3. A CONSTRUÇÃO CIVIL E O MEIO AMBIENTE
De acordo com Correa (2009), em meados dos anos de 1960, a ONG Clube de Roma, promovia intensos debates relacionados a questões de cunho ambiental no qual, estudiosos de todas as partes do mundo, demonstravam interesse sobre uma melhor abordagem das questões relacionadas ao assunto. Em 1972, foi publicada a Declaração de Estocolmo, um marco na época, trazendo 26 princípios relacionados com a preservação do meio ambiente. 
Já em 1992, ocorreu na cidade do Rio de Janeiro, uma conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, popularmente conhecida como ECO – 92, contando com membros de 175 países, o qual ficou conhecido como o mais importante evento voltado a causa ambiental, de todo o século XX, sendo ainda, o primeiro encontro internacional, realizado após a Segunda Guerra Mundial (CORREA, 2009). 
Dessa maneira, após a realização desse encontro, foi firmada a adoção de compromissos específicos, que são relacionados as seguintes abordagens: declaração sobre florestas, biodiversidade e mudança climática, além de ter proporcionado a aprovação de documentos contendo objetivos mais amplos e políticos, como a Agenda 21 e a Declaração do Rio (CORREA, 2009).
Em seguida, ao final dos anos de 1990, ocorreu a conferência da ONU Habitat II, na Turquia, onde foram analisadas as cidades, bem como propostas relacionadas com sustentabilidade em assentamentos humanos, e em seguida, o Conselho Internacional para a Pesquisa e Inovação em Construção, desenvolveu a Agenda Setorial para Construções Sustentáveis, atendendo os objetivos da Agenda 21 (CORREA, 2009).
No começo do século XXI, o CIB desenvolveu a Agenda Setorial para Construção Sustentável, destinada aos países ainda em desenvolvimento, para reduzir a diferença entre países em desenvolvimentoe os desenvolvidos, em relação a melhoria de desempenho no ambiente construído. No ano de 2007, foi criado o Green Building Brasil – GBCBrasil, destinado a análise e certificação das construções sustentáveis do país, por meio de uma racionalização de ferramentas de avaliação LEED (MOTTA, 2009).
Motta (2009), conta que no decorrer de 2007, houve a criação do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável – CBCS, destinado a promover incentivo para as práticas e os conceitos sustentáveis do setor, não visando certificar as edificações. Nesse mesmo ano, criou-se o Selo Ecológico Falcão Bauer, voltado as tecnologias e os produtos sustentáveis. No ano de 2010, foi criado o Guia de Sustentabilidade Ambiental do Selo Casa Azul, da Caixa Econômica Federal.
De acordo com o relatório do CBIC (2014), a sustentabilidade é um desafio, que conquistou um lugar de destaque dentro da Agenda da Industria da Construção do Brasil, sendo disponibilizados muitos estudos, a nível mundial e nacional, relacionados aos impactos, sejam eles negativos ou positivos, oriundos da insdustria da construção civil e do mercado imobiliário, sobre o meio ambiente, a economia e a sociedade em geral.
Assim, Motta (2009) afirma que seguindo o desenvolvimento sustentável, ao longo do tempo surgiu a sustentabilidade econômica e social, como uma preocupação com a qualidade de vida dos indivíduos e as comunidades em seu entorno. Posteriormente, ocorreram diversas formas de minimizar os impactos causados pelas construções civil, como a formulação de NBRs, Leis e Certificações mundo a fora, e alguns exemplos serão apresentados a seguir:
a) Conselho Nacional do Meio ambiente – CONAMA
Com a aprovação da Resolução nº 307, de 05/07/2002, pelo Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), foram criados instrumentos que determinam a responsabilidade do gerador do RCD (Resíduo de Construção e Demolição) (IBAMA, 2018). Pode-se citar como resumo principal da Resolução nº 307 os seguintes itens:
· É pressuposto dessa resolução, além disso, que a responsabilidade pelos resíduos é do gerador;
· Municípios e Distrito Federal devem implementar a gestão dos resíduos da construção civil no Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, onde serão incorporados o Programa Municipal de Resíduos da Construção Civil e Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, oriundos de geradores de pequenos volumes, a partir de 05/07/ 2003;
· Grandes geradores de RCD (normalmente acima de 1 m3) devem implementar seus projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, para estabelecer os procedimentos necessários ao manejo e destinação ambientalmente adequados dos resíduos, a partir de 05/07/2004.
Com essa resolução, define-se a responsabilidade do poder público e agentes privados para a implementação de planos integrados de gerenciamento dos resíduos de construção, criando condições legais para aplicação da Lei 9.605/1988 que define os crimes ambientais (MOTTA, 2009).
b) NBR 10004/2004
De acordo com Motta (2009), conforme essa Norma, os resíduos sólidos são definidos como: Resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. 
Ficam incluídos ainda, os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível (MOTTA, 2009).
c) ISO 14001 - responsabilidade ambiental 
Pensando pela ótica da sustentabilidade, não faz sentido uma empresa ter uma atuação apenas ecologicamente correta e não atuar com a gestão ambiental de forma estratégica, pensando no seu próprio desenvolvimento sustentável. Devido a isso, houve a mudança de versão da ISO 14001 após planejamento, assim, a ISO 14001:2015 incorpora, além de questões estratégicas, a preocupação com a cadeia de valor, ciclo de vida, entre outras mudanças (MOTTA, 2009).
Na versão atual desse certificado, são proporcionados ganhos econômicos, pois ao reduzir o consumo de recursos, também são reduzidos os custos, mas agora esse enfoque ganha forças, o que agregará muito valor para as empresas que conquistarem essa certificação (MOTTA, 2009).
Para fechar o tripé da sustentabilidade, a norma atual que ainda não atua com aspectos sociais, terá uma atenção para esse tema com a necessidade de avaliação das expectativas das partes interessadas, incluindo condições ambientais locais, regionais e globais que afetam a organização ou que possam ser afetados por ela (MOTTA, 2009).
d) LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) 
LEED é a sigla para Leadership in Energy and Environmental Design, com tradução de “Liderança em Energia e Design Ambiental”. Sua criação se deu pelo United States Green BuildingCouncil, ou mais conhecido como USGBC, em 1993. O USGBC foi criado com o intuito de promover e fomentar práticas de construções sustentáveis, e logo em seu início, compreendeu que precisava viabilizar essa ideia para a indústria, pois só assim essas práticas seriam palpáveis e mensuráveis (MOTTA, 2009).
Tornou-se assim, necessária a criação de um sistema próprio, sendo então introduzido o sistema de classificação LEED como uma forma de se estabelecer estratégias e padrões para a criação de edifícios sustentáveis. De 1994 a 2013, a certificação evoluiu de um padrão para a construção nova para um sistema abrangente de padrões inter-relacionados, que abordassem todos os aspectos do processo de desenvolvimento e construção. (MOTTA, 2009).
e) Processo AQUA 
O Processo AQUA-HQE é uma certificação internacional da construção sustentável, desenvolvido a partir da certificação francesa Démarche HQE (Haute Qualité Environnementale, e aplicado no Brasil, exclusivamente, pela Fundação Vanzolini. Em 2013, os organismos de certificação residencial-QUALITEL, e não-residencial-CERTIVEA, se juntam para criar a Rede Internacional de certificação HQE™, uma unificação de critérios e indicadores para todo o mundo, que cria uma identidade de marca única global, cujo órgão certificador passa a ser a Cerway, sempre fundamentado nas premissas da certificação HQE francesa (MOTTA, 2009).
Todos os referenciais de certificação terão um alinhamento de parâmetros para permitir a comparação dos valores avaliados, porém os níveis de exigência respeitarão sempre as especificidades e diferenças de cada país. A Fundação Vanzolini, ao celebrar um acordo de cooperação com o CERWAY, passou a ser a representante no Brasil da rede de certificação HQE™ e o Processo AQUA transforma-se em AQUA-HQE, que é uma certificação com identidade e reconhecimento internacional (MOTTA, 2009).
Desde seu lançamento em 2008, esse processo propõe um novo olhar para sustentabilidade nas construções brasileiras, e seus referenciais técnicos foram desenvolvidos considerando a cultura, o clima, as normas técnicas e a regulamentação presentes no Brasil, mas buscando sempre uma melhoria contínua de seus desempenhos. Mantendo a base conceitual francesa, o reconhecimento dessa proposta é agora reforçado pela sua efetiva atuação na rede de certificação internacional HQE™ (MOTTA, 2009).
f) Casa Azul - construção sustentável 
Segundo Motta (2009), o Selo Casa Azul é uma classificação socioambiental dos projetos habitacionais financiados pela Caixa, sendo uma maneira que o banco encontrou de promover o uso racional de recursos naturais nas construções, bem como a melhoria da qualidade da habitação. A principal missão do selo é reconhecer projetos que adotam soluções eficientes na construção, uso, ocupação e manutenção dos edifícios. São 53 critérios de avaliação, divididos em 6 categorias, as quais são:
· Qualidade Urbana;
· Projeto e Conforto;
· Eficiência Energética;
· Conservação de Recursos Materiais;
· Gestão da Água;
· Práticas Sociais.
Ainda deacordo com Motta (2009), para receber o Selo Casa Azul, o empreendimento deve obedecer a 19 critérios obrigatórios e, de acordo com o número de critérios opcionais atendidos, o projeto ganha o selo nível bronze, prata ou ouro:
· Bronze: atende aos 19 itens obrigatórios;
· Prata: atende aos 19 itens obrigatórios, mais 6 opcionais;
· Ouro: atende aos 19 itens obrigatórios, mais, pelo menos, 12 opcionais. ​
Os novos engenheiros precisam estar comprometidos com a sustentabilidade, seja ela ambiental, econômica e social, para serem capazes e responsáveis pela construção de um mundo melhor, com a consciência sobre as futuras gerações, pois essa é a matéria prima mais importante na construção civil. Assim, deve-se utilizar mais que o cimento e a água, incorporando cada vez mais nos projetos, o objetivo de melhorar o meio ambiente e garantir a qualidade de vida hoje e do amanhã (MOTTA, 2009).
Existem diversos meios de obter a sustentabilidade na construção civil desde a implantação do projeto. Canteiros de obras adequados com otimizar melhor os recursos, coletas seletivas de materiais, controle dos resíduos sólidos, reciclagem de materiais no próprio canteiro e de recursos naturais (água e energias) (MOTTA, 2009).
Pode-se usar a sustentabilidade ambiental, melhorando o método de construção para degradar o menos possível o nosso ecossistema e implantado o uso de materiais sustentáveis, profissionais engajados com a gestão ambiental e as construtoras cada vez mais voltada e engajadas em usar materiais verdes e aplicando do início ao fim do projeto a gestão ambiental (MOTTA, 2009).
4. FABRICAÇÃO DE CONCRETO COM AGREGAGOS RECICLADOS
Concretos produzidos a partir de agregados reciclados, são aqueles que possuem residuos britados, substituindo parte ou a totalidade dos agregados convencionalmente utilizados, provenientes de areias lavadas de rio, seixos e rochas britadas, os quais possuem pouca porosidade (ETXEBERIA, 2004). É essa porosidade ou vazio da pasta de cimento, que controla a durabilidade e a resistencia do concreto convencional, conforme apresentado na Figura 4.
Figura 4 - Microestrutura do concreto com agregado natural (a) e com agregado reciclado (b)
Fonte: etxeberia
, 2004
Em contrapartida, os agregados reciclados possuem uma porosidade significativamente maior que as areias naturais e rochas britadas, e dessa maneira, a pasta de cimento deixa de depender somente da porosidade da pasta, recebendo ainda, influencia da porosidade do agregado, que comumente, fica acima de 10%. Com isso, a principal diferença entre esses dois tipos de concreto, consiste na porosidade (ETXEBERIA, 2004).
Primeiramente, é preciso observar qual é a fonte do resíduo, para que seja possibilitada a sua utilização como agregado para a fabricação de concreto. Conforme demonstra a Figura 5, o agregado convencional pode ser reutilizado enquanto o concreto volta ainda não endurecido, para a central. Lava-se a pasta não hidratada com água, ocorrendo atrição em um tambor. Quando esse processo termina, é obtida uma agua de lavagem e agregado convencional (ETXEBERIA, 2004).
Figura 5 - Equipamento para reuso de concreto convencional
Fonte: Buttler, 2003
Já na reciclagem de RCD, aplicam-se inúmeras operações, com o objetivo de realizar a separação e a fragmentação preliminar do material, antes de destina-los ao britador; eliminação dos fragmentos contaminantes de materiais como gesso, e maiores de materiais como papel, aço e madeira, por meio da triagem; britar os fragmentos como agregado, sendo que em alguns casos, aplica-se um tratamento preliminar térmico (CHAVES ET AL., 2006).
Em seguida, procede-se com a remoção da parte metálica e dos menores fragmentos de materiais indesejáveis; e a remoção das partículas de cerâmica vermelha que são porosas, em casos onde busca-se a produção de um agregado de qualidade elevada (CHAVES ET AL., 2006). Na Figura 6, encontra-se disposto um modelo de organização de usina fixa.
Figura 6 – Usina fixa
Fonte: Ângulo et al., 2009
Em relação as usinas móveis, sua utilização se dá e casos onde busca-se diminuir a distância entre o local de processamento e de utilização, sendo que no Brasil, ambos os tipos de usina, devem atender a ABNT NBR 15114/2004, no processo de implantação. É necessário que haja um sistema destinado ao controle de poluentes e de ruídos, bem como de um sistema de drenagem. Deve haver muito cuidado quando ao material ser emitido, conforme ilustra a Figura 7 (SANTOS E PINTO, 2008).
Figura 7 – Emissão de partículas de RCD
Fonte: Santos e Pinto, 2008
Quando utilizam-se os agregados de RCD, a trabalhabilidade e as condições da misturas, são impactadas, sendo imprescindível o conhecimento relacionado a tais impactos em relação ao concreto fresco. A primeira dificuldade encontrada em sua aplicação, é a definição da relação agua/cimento. Além disso, a redução da consistência sempre acontece com o passar do tempo, não tendo dependência do tipo de agregado (NEVILLE, 1997).
Segundo Poon et al., (2004), a consistência inicial varia conforme a quantidade de água, e com o passar das horas, vai havendo evaporação e incorporação dos cristais de hidratação, reduzindo essa característica, sendo que dependendo da região, essa perda de água pode ser grande a ponto de prejudicar o adensamento, gerar fissuras ou cura errônea.
Inicialmente, o concreto produzido com RCD, tende a possuir um abatimento inferior aqueles que utilizam os agregados naturais, pois as massas são diferentes, sendo que os mais densos exercem maior influencia nessa medida. Entretanto, o abatimento não é considerado como ideal para avaliação da consistência do concreto, ainda mais nesse caso comparativo (CARRIJO, 2005).
Em relação ao concreto no estado endurecido, Carrijo (2005), afirma que a retração é maior quando utilizados os agregados naturais, sendo que a agua encontra-se presente tanto dentre os poros do agregado, quanto da pasta de cimento, e salienta-se ainda, que o módulo de elasticidade do agregado é menor, reduzindo assim, impedimentos relacionados a movimentação de retração da pasta, fazendo com que a retração de volume seja superior se comparada a mistura com os agregados naturais.
Segundo Goméz-Soberón (2001), como já citado, há mais porosidade nos agregados de RCD, e para que se obtenha efetividade em uma mesma relação água/cimento, nesse caso, a porosidade do concreto será superior. Dessa maneira, ocorre um ingresso dos agentes agressivos do concreto, assim, a permeabilidade é o quesito com pior resultado nos concretos de RCD.
Por fim, cita-se nesse estudo, a resistência a tração, sendo que a resistência mecânica de concretos compostos com agregados de RCD, serão sempre inferiores aqueles com agregados naturais, podendo subir conforme a redução da relação agua/cimento, diminuindo a porosidade, porém, tornando o consumo de cimento maior, bem como maior impacto ambiental relacionado as emissões de CO2, requerendo uma ponderação conforme o ciclo de vida (GOMÉZ-SOBERÓN, 2001). A Figura 8 apresenta um gráfico relacionado com a resistência a compressão.
Figura 8 – Influencia da substituição de agregado natural por reciclado, com relação a resistência a compressão
Fonte: Bazuco, 1999
Ao fazer uso dos agregados reciclados de concreto, que possuem menos de 7% de absorção de água, aproximadamente 20% do agregado natural pode ser substituído por esse, tendo uma redução de cerca de 10% da resistência a compressão do concreto (BAZUCO, 1999).
5. CONCLUSÕES
Conforme foi explicitado no decorrer dessa pesquisa, o setor da construção civil, além de ser um dos que mais conseme matéria prima da natureza, também compreende as atividades que mais geram resíduos, representando um grande problema em meio as intensas discussões relacionadas com a sustentabilidade de todos os segmentos. 
Com isso, é muito importante que sejam buscadas alternativas para reaproveitamento desses materiais, que muitas vezes, são até descartados de maneira erronea, sem cuidado na sua separação ou destinadação final, sirgindo assim, a possibilidadede produção de concreto, com agregado reciclado.
Nessa prática, em relação aos estudos aqui analisados, é perceptivel que o primeiro cuidado, é verificar a fonte do resíduo, para verificar se há possibilidade em sua utilização na fabricação do concreto. Diferentemente daqueles produzidos com concreto tradicional, e devido a sua maior posoridade, a pasta de cimento depende da porosidade do agregado, além da sua porosidade propria. 
A trabalhabilidade e as condições da mistura também são modificadas com o RCD, o que requer que antes de sua utilização, haja um pleno conhecimento sobre o produto final do concreto fresco. Com isso, existe uma grande dificuldade na relação agua/cimento, já que a consistencia inicial depende dessa.
O concreto com RCD costuma ter um abatimento inferior ao concreto com agregado natural, e no estado endurecido, acaba tendo uma menor retração, já que além de estar presente na pasta, a água também encontra-se entre os vazios desses agregados.
Assim, conclui-se que a produção de concreto com RCD, demonstra ser muito viável, entretanto, ainda requer estudos mais aprofundados para analisar suas caracteristas, quando comparado ao concreto com agregados naturais. Esse estudo indicou que a relação água/cimento pode ser a maior dificuldade inicial, mas se aplicado, tende a gerar uma grande economia para o setor, além da menor retirada de materia prima e descarte de material ao meio ambiente.
REFERÊNCIAS
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Elementos Pré e Pós –Textuais(0-200)
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Considerações Finais coerentes com os objetivos 
propostos
(0-400)
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Desenvolvimento (Capítulos 1, 2 e 3) de forma clara e 
estruturada ao longo de todo o trabalho
(0-2000)
2000
Apresenta coerência, linguagem formal e impessoal, 
respeita as regras ortogramaticais.
(0-600)
600
Referências contemplam todas as obras e autores que 
foram citados no trabalho, atendendo à formatação 
correta deacordo com a ABNT
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JOYCIANE FERREIRA rIBAS
rEciclagem de concreto
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