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Patologia Geral Aplicada à Enfermagem INFLAMAÇÃO Aluna: Aline de Souza Bitencourt Resumo do Processo Inflamatório Inflamação Sinônimo: Flogose Do latim inflamare e do grego phlogos =pegar fogo. > É essencial para a sobrevivência do organismo sendo um mecanismo de defesa contra agentes agressores. Conceito: "A inflamação é uma resposta protetora que envolve células do hospedeiro, vasos sanguíneos, proteínas e outros mediadores e destinada a eliminar a causa inicial da lesão celular, bem como as células e tecidos necróticos que resultam da lesão original e iniciar o processo de reparo" (KUMAR, 2010). Etiologia: agentes inflamatórios: exógenos (agentes físicos, químicos e biológicos) e endógenos (genética, resposta imunitária e fatores emocionais). Objetivos: destruir e eliminar o agente agressor, remover as células danificadas e reparar o tecido destruído. > A resposta imunitária e a resposta inflamatória são indissociáveis. Sinais Cardinais da Inflamação Remontam da cultura egípcia. Aulus Cornelius Celsus (I d.C) introduziu os 4 primeiros sinais clássicos da inflamação e o quinto sinal foi adicionado por Rudolf Virchow, o pai da patologia moderna (séc. XIX). 1) Dor (mediadores químicos) 2) Calor (aquecimento, vasodilatação) 3) Rubor (vermelhidão, vasodilatação) 4) Tumor (edema, saída de líquidos dos vasos para o tecido) 5) Perda de função (devido aos outros sinais) Esses sinais foram baseados somente em inflamações agudas e passíveis de visualização a olho nu. > John Hunter: descreveu macroscopicamente o processo inflamatório e relacionou com a circulação. > Cohnheim: estudos com rãs mostrando alterações vasculares e exsudação celular após irritação direta da pele. > Barger, Dale e Lewis: descoberta da histamina, mediador da inflamação. Os sinais cardinais: calor, rubor, edema, dor e perda de função. Fonte: Google imagens. Fonte: Brasileiro Filho, 2016. > A resposta inflamatória inicia-se com o reconhecimento do agente inflamatório e depois são liberados os mediadores inflamatórios. Células endoteliais: São células da camada íntima dos vasos que corresponde ao epitélio dos vasos sanguíneos. A inflamação só ocorre em tecido vascularizado. Células dendríticas: Presente em todos os tecidos. Função de endocitose e apresentação de antígenos (para os linfócitos T). Plaquetas: Atuam em todas as fases do processo inflamatório. Possuem substâncias pró-inflamatórias (que iniciam a inflamação). Mastócitos: Residentes no tecido conjuntivo. São ativados quando há injúria celular e liberam mediadores químicos (histamina e prostaglandinas). Células do Exsudato Inflamatório Os leucócitos >Polimorfonucleares (granulócitos): núcleo lobulado. Neutrófilos: processo inflamatório agudo. Está em maior parte na corrente sanguínea (70-80% dos leucócitos). Primeiro a chegar na inflamação, possui rápida velocidade de migração predominando no foco inflamatório e possui vida curta (2 dias). Maior afinidade por fagocitose de bactérias. Núcleo é trilobular, com 2-5 lóbulos e citoplasma granular. Dois tipos: bastonetes e segmentados. Bastonetes: neutrófilo jovem, imaturo. Segmentado: neutrófilo maduro. > Muitos neutrófilos: neutrofilia. > Desvio à esquerda: presença de bastonetes na circulação. Eosinófilos: predominam em infecções parasitárias e processos alérgicos. Grande capacidade de exocitose. Basófilos: presentes em alergias, liberam histamina. São o tipo de leucócito menos comum, com 2% ou menos na corrente sanguínea. > Mononucleares (agranulócitos): núcleo não lobulado. Monócitos/macrófagos: processo inflamatório crônico. Monócitos são células inativas circulantes, enquanto os macrófagos são derivados da ativação dos monócitos e fazem o reconhecimento. São células especializadas em fagocitose e apresentadores de antígenos a linfócitos T. Os macrófagos teciduais recebem nomes diferentes de acordo com o tecido em que se localiza, por exemplo, os que residem no tecido conjuntivo recebem o nome de histiócitos, no fígado e células de kupffer. Os macrófagos, assim que ativados, dependendo do tipo de mediador inflamatório se transformará em um macrófago diferente, como M1 e M2. Os macrófagos M1 estão no estágio inicial de uma inflamação e possuem muita atividade pró-inflamatória. Os macrófagos M2 agem quando já foi removido o agressor e é preciso reparar o tecido. Linfócitos: processo inflamatório crônico. Perpetuam a resposta. Há dois subtipos de linfócitos, os linfócitos T e os linfócitos B. Linfócitos T: auxiliares (ativam macrófagos e linfócitos B) e citotóxicos (matam células infectadas, eliminam o agente agressor). Linfócitos B: células que produzem e secretam anticorpos. Fonte: Infoescola. Fonte: Google imagens. Nomenclatura: nome do tecido + sufixo -ITE. Exemplo: gastrite, rinite, sinusite, enterite etc. A inflamação pode ser aguda ou crônica. O que as difere são a duração e os aspectos microscópicos. > O resultado da inflamação aguda é a eliminação do estímulo nocivo, seguida do declínio da reação e o reparo do tecido lesado ou lesão persistente que resulta em inflamação crônica. Fonte: Robbins e cotran. >As etapas da resposta inflamatória podem ser lembradas como os cinco erres: (1) reconhecimento do agente lesivo, (2) recrutamento dos leucócitos, (3) remoção do agente, (4) regulação (controle) da resposta e (5) resolução (reparo). Inflamação aguda Resposta inflamatória imediata e inespecífica do organismo diante à lesão. > Predomina as células polimorfonucleares, principalmente os neutrófilos. Estímulos para a Inflamação Aguda As reações inflamatórias agudas podem ser iniciadas por vários estímulos: • Infecções (por bactérias, vírus, fungos e parasitas) estão entre as causas clinicamente importantes mais comuns da inflamação. • Trauma (corte e penetração) e vários agentes químicos e físicos (lesão térmica, p. ex., queimaduras ou frio profundo; irradiação; toxicidade de algumas substâncias químicas ambientais) lesam as células do hospedeiro e induzem as reações inflamatórias. • Necrose tecidual (de qualquer causa) incluindo isquemia (como no infarto do miocárdio) e lesão química ou física. • Corpos estranhos (farpas, poeira, suturas e depósitos de cristais). • Reações imunológicas (alergias) contra substâncias ambientais ou contra os próprios tecidos. "Sempre que tiver infecção terá inflamação, mas nem sempre que tiver inflamação ocorrerá infecção". Possui dois componentes principais: - Alterações vasculares: vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular - Eventos celulares Alterações Vasculares Fase inicial da resposta inflamatória. Vasodilatação > Alteração no calibre do vaso com aumento da pressão hidrostática intravascular e saída de líquidos dos capilares para os tecidos (edema). > Causa aumento do fluxo e abertura de leitos capilares (calor e eritema/ rubor - hiperemia ativa). > Ação da histamina nos músculos lisos vasculares, cininas e prostaglandinas. Fonte: Robbins e Cotran. Enquanto a estase se desenvolve, pode-se ver a orientação periférica dos leucócitos, principalmente neutrófilos, ao longo do endotélio vascular, processo denominado de marginação leucocitária. Essa é a primeira etapa da jornada dos leucócitos através da parede vascular para dentro do tecido intersticial. Permeabilidade vascular normal O equilíbrio normal de fluidos é mantido por dois tipos de forças opostas: a pressão osmótica do fluído intersticial e a pressão hidrostática intravascular que determinam a saída do fluído da circulação e a pressão osmótica das proteínas plasmáticas e pressão hidrostática dos tecidos, que induzem a entrada de fluído na circulação. > O endotélio normal é um epitélio fino pavimentoso simples, adaptado de forma a permitir a permuta livre e rápida de água e de pequenas moléculas entre o plasma e o interstício, porém capaz de limitar a passagem das proteínas plasmáticas com restrição crescente conforme aumenta o tamanho da molécula proteica. > O aumento da permeabilidadevascular é observado clinicamente sob a forma de edema. A passagem de proteínas plasmáticas (albumina, globulinas e fibrinogênio) para o meio extravascular altera a diferença entre as pressões osmóticas intra e extravascular, favorecendo a saída de água e eletrólitos do vaso, que leva ao aparecimento de edema. Aumento da permeabilidade vascular >Alterações estruturais da vasculatura, vasos ficam mais permeáveis (trocam líquidos mais facilmente). Há extravasamento de líquido, proteínas plasmáticas e células sanguíneas, caracterizando o edema. Esse acúmulo de líquidos pode ser rico em macromoléculas e também ter a presença de células (exsudato) ou transudato (poucas macromoléculas). > A saída de proteínas plasmáticas leva ao aumento pressão osmótica do tecido (dificultando o retorno do líquido para o vaso). Pressão hidrostática: faz com que o líquido saia. Pressão osmótica: faz com que o líquido fique nos vasos. Provocado por: histamina; bradicinina; prostaglandinas, leucotrienos e Fator Ativador Plaquetário (PAF). >O acúmulo de líquido rico em proteínas resultante é chamado exsudato. Os exsudatos devem ser distinguidos dos transudatos, que são acúmulos de líquido intersticial, causados pelo aumento da pressão hidrostática, geralmente como consequência da redução do retorno venoso. > Os transudatos contêm baixas concentrações de proteína e pouca ou nenhuma célula sanguínea. > Os exsudatos são típicos da inflamação, ao passo que os transudatos se acumulam em várias condições não inflamatórias. >A perda de líquido faz com que as hemácias fiquem mais concentradas, aumentando, assim, a viscosidade do sangue e diminuindo a velocidade da circulação. Essas alterações são refletidas, microscopicamente, pela presença de numerosos pequenos vasos dilatados, repletos de hemácias, um processo chamado estase (hiperemia passiva). Fonte: Robbins e Cotran. Funções do Exsudato: - diluição do agente (bactérias, toxinas...). - transporte de substâncias importantes na defesa (anticorpos), chegam mais rápido no local da inflamação se há exsudato. - depósito de fibrina, ajuda na locomoção das células e impede a disseminação do agente agressor. - nutrição das células inflamatórias. Padrões de aumento de permeabilidade vascular: Esses padrões surgiram a partir de determinadas formas de injúria vascular envolvendo mediadores como histamina e bradicinina. 1. Resposta Imediata Transitória Ocorre após lesão leve, durando de 15-30 minutos. É induzida por mediadores químicos: histamina em picadas de insetos e outros mediadores em injúrias de fraca intensidade, como serotonina e bradicinina. É também a resposta típica de reações alérgicas, como urticária. Há contração das células endoteliais. 2. Resposta Imediata Sustentada/Prolongada Inicia imediatamente após a lesão, e é sustentada em patamar elevado por várias horas e continua por um ou mais dias até que o vaso lesado seja reparado ou sofra trombose. Resulta de lesão endotelial grave/severa afetando arteríolas, capilares e vênulas. Ex.: queimadura grave, lesão por bactérias líticas. 3. Resposta Tardia Lesão leve a moderada. Não tem resposta imediata, com início 2 a 12 horas após a agressão podendo durar horas ou dias. Ação direta sobre o endotélio envolvendo os capilares e vênulas. Ex.: queimadura solar branda e moderada, radiação ionizante (raio-X, ultravioleta), toxinas bacterianas e reações de hipersensibilidade tardia. Fonte: Szabó. Eventos celulares ➢ Recrutamento e ativação de leucócitos. > O leucócito Possuem proteínas na sua membrana, como as selectinas e integrinas que facilitam a saída desses leucócitos do interior dos vasos para os tecidos. As integrinas fazem adesão mais forte que as selectinas. Os leucócitos ingerem agentes ofensivos, destroem bactérias e outros micróbios, e eliminam os tecidos necróticos e substâncias estranhas. Uma vez ativados, podem induzir lesão tecidual e prolongar a inflamação, já que os produtos dos leucócitos que destroem micróbios podem também lesar os tecidos normais do hospedeiro. Fonte: Robbins e Cotran. > A sequência de eventos no recrutamento dos leucócitos da luz vascular para o espaço extravascular consiste em (1) marginação e rolagem ao longo da parede do vaso; (2) aderência firme ao endotélio; (3) transmigração entre as células endoteliais e (4) migração para os tecidos intersticiais, em direção a um estímulo quimiotático. 1. MARGINAÇÃO: Quando o leucócito se desloca para a margem do vaso (ação das hemácias). Saída de líquido → Hemoconcentração → Diminuição do Fluxo → Estase sanguínea (fluxo mais lento) → Alteração do fluxo de leucócitos → empurrados para a parede do vaso → interagem com as células endoteliais. 2. ROLAMENTO: Após a marginação, os leucócitos interagem com as células endoteliais e ocorre a ligação com as selectinas e esses leucócitos vão "rolando" nas células - aderência frouxa ao endotélio (selectinas) e deslocamento dos leucócitos sobre o endotélio. 3. ADESÃO: Quando ocorre ligação com as integrinas fica uma ligação mais resistente e estável. O leucócito altera o seu citoesqueleto e para de rolar (leucócito parado). Adesão firme dos leucócitos ao endotélio (integrinas, ICAM, VCAM, ELAM). 4. TRANSMIGRAÇÃO (DIAPEDESE): Após a aderência na superfície endotelial, os leucócitos migram pela parede do vaso, espremendo-se entre as células ao nível das junções intercelulares e emitem pseudópodes entre as células endoteliais. Após a passagem pelo endotélio, os leucócitos secretam colagenases que degradam focalmente a membrana basal dos vasos, atravessando-a. 5. QUIMIOTAXIA: Processo em que os leucócitos migram para os tecidos em direção ao local da lesão ou infecção, ao longo de um gradiente químico. Substâncias exógenas e endógenas podem atuar como fatores quimiotáticos para os leucócitos (que sinalizam onde está ocorrendo a agressão) e incluem: - Produtos bacterianos, particularmente os peptídeos com terminal N-formil-metionil. - Citocinas, especialmente as pertencentes à família das quimiocinas. - Componentes do sistema complemento, em particular o C5. - Produtos da via da lipoxigenase do metabolismo do ácido araquidônico (AA), particularmente o leucotrieno B4 (LTB4). > O tipo de leucócito emigrante varia com o tempo da resposta inflamatória e com o tipo de estímulo. Na maioria das formas de inflamações agudas, os neutrófilos predominam no infiltrado inflamatório, durante as primeiras 6-24 horas, sendo substituídos por monócitos em 24-48 horas (os macrófagos possuem tempo de vida maior que os neutrófilos). 6. FAGOCITOSE: Consiste em três etapas distintas, mas inter- relacionadas: (1) reconhecimento e fixação da partícula ao linfócito fagocítico; (2) engolfamento, com subsequente formação de um vacúolo fagocítico e (3) destruição e degradação do material ingerido. 1)Reconhecimento e ligação: as células de defesa (leucócitos) precisam reconhecer a célula danificada ou micróbio através de receptores de superfície específicos. Fonte: Robbins e Cotran. 2)Engolfamento/englobamento: após o reconhecimento, esse micróbio ou célula danificada é englobada, os pseudópodes se estendem em torno do objeto formando um vacúolo fagocítico. Então, a membrana do vacúolo se funde com a membrana de um grânulo lisossômico, resultando em liberação do conteúdo do grânulo dentro do fagolisossoma. 3)Morte e degradação do material fagocitado: As etapas-chave nessa reação são a produção de substâncias microbicidas dentro dos lisossomas e a fusão dos lisossomas com os fagossomas, expondo, seletivamente, as partículas ingeridas aos mecanismos destruidores dos leucócitos. As substâncias microbicidas mais importantes são as ERO e as enzimas lisossômicas. OBS: Nem sempre ocorre a fagocitose ou as células conseguem fagocitar. Padrões Morfológicos da Inflamação Aguda com Base no Exsudato A gravidade da resposta inflamatória, sua causa específica e o tecido envolvido podem modificar a morfologia básica da inflamação aguda, produzindoaparências distintas. 1. EXSUDATO SEROSO: > Em geral, não são prejudiciais. > Associado à inflamação leve. Fluído claro/transparente, com muito líquido, poucas proteínas e outras macromoléculas e/ou células . Exemplo: infecções virais como herpes e bolha cutânea resultante de uma queimadura. O líquido em uma cavidade serosa é chamado de efusão. 2. EXSUDATO FIBRINOSO: > Associado à inflamação mais grave. Resulta em maior permeabilidade vascular que permite a moléculas grandes (como o fibrinogênio) atravessarem a barreira endotelial. Rico em proteínas (fibrina). Moléculas maiores, como o fibrinogênio (tipo de mediador químico), passam a barreira vascular, formando a fibrina, que se deposita no espaço extravascular. Se, no entanto, a fibrina não for completamente removida, isso resultará no crescimento de fibroblastos e vasos sanguíneos que leva à cicatrização (fibrose), podendo haver consequências clínicas significativas. Exemplo: característico de inflamação no revestimento de cavidades corporais, como meninges, pericárdio e pleura. 3. EXSUDATO SUPURATIVO/PURULENTO: Rico em neutrófilos e células necróticas. Associado a infecções bacterianas que induzem grande exsudação de leucócitos, especialmente neutrófilos e células necróticas. Há a formação de fibrina e pus ( restos de células). Exemplos: denominações conforme o aspecto: Pústula, Abscesso, Furúnculo e Fleimão. > Pústula: inflamação purulenta circunscrita, na pele ou mucosa, em que o pus se acumula entre o epitélio e o conjuntivo, formando uma pequena elevação amarelada. Exemplo: acne. > Abscesso: inflamação purulenta circunscrita, circundada por uma membrana de tecido conjuntivo, caracterizada por uma coleção de pus em uma cavidade escavada nos tecidos pela própria inflamação. Exemplo: abscesso dentário e na orelha (por brinco). Com o tempo, o abscesso pode tornar-se completamente encerrado e ser substituído por tecido conjuntivo. Devido à destruição do tecido subjacente, geralmente o resultado do abscesso é a formação de cicatriz. Quando o volume do abscesso é grande é preciso drenar. > Furúnculo: abscesso da derme causado geralmente por estafilococos que penetram nos folículos pilosos e nas glândulas sebáceas. Exemplo: pelo encravado. > Fleimão/flegmão: inflamação purulenta difusa, na qual o pus se infiltra no tecido conjuntivo (o pus se espalha por todo o tecido). É extremamente grave, há muito risco de sepse e morte. Exemplo: angina de ludwig. Pústula. Fonte: depositphotos. Abscesso dentário. Fonte: Melhor com Saúde. 4. ÚLCERA: É um defeito local ou escavação da superfície de um órgão ou tecido que é produzida por necrose das células e desprendimento (esfacelamento) do tecido inflamatório necrótico. Muito dolorosa, recoberta por pseudomembrana. Exemplo: necrose inflamatória da mucosa da boca, estômago, intestinos e trato geniturinário. Furúnculo: pelo encravado. Fonte: Google imagens. Fleimão: Angina de Ludwig. Fonte: Google imagens. Úlcera péptica (coexistência de inflamação aguda e crônica). Fonte: Google imagens. Coleção de pus nas cavidades naturais pio = pus Piotórax: acúmulo de pus na cavidade pleural. Ex: pneumonia. Pioperitônio: acúmulo de pus na cavidade peritoneal. Ex: apendicite (acúmulo de fezes no apêndice - fecalito/fecaloma em que pode ocorrer exsudato supurativo ou úlcera). Pioartro: acúmulo de pus na cavidade articular. Ex: pioartrite infecciosa. Piossalpinge: acúmulo de pus nas tubas uterinas/trompas de Falópio. Ex: salpingite por gonorreia, clamídia, micoplasma etc. Exames para diagnosticar uma inflamação aguda > Leucograma: comum: neutrofilia e desvio à esquerda. > Proteína C reativa: a PCR é uma proteína de fase aguda produzida pelo fígado em resposta à citocinas, como a IL-6 (interleucina). > VHS (Velocidade de Hemossendimentação): tempo que leva para as hemácias se depositarem no fundo do tubo. Proteínas da inflamação ficam sobrenadantes. Efeitos sistêmicos da inflamação > Febre: comum o aumento da temperatura corporal de 1-4ºC. Substâncias pirogênicas estimulam os leucócitos a liberar citocinas. IL-1, TNF: prostaglandinas agem no hipotálamo regulando o aumento de temperatura - resposta protetora. A resposta inflamatória é sempre benéfica? Não, os leucócitos nem sempre distinguem o agente lesivo e o hospedeiro, como nas doenças autoimunes e hipersensibilidades. Inflamação potencialmente lesiva: doenças crônicas e cicatrizes. Resultados da inflamação aguda a inflamação aguda possui um dos três resultados: - Resolução - Cicatrização - Inflamação crônica Resolução: Regeneração e Reparo. Quando a lesão é limitada ou breve, onde há pouca ou nenhuma destruição tecidual e quando o tecido é capaz de se regenerar, o resultado normal é a restauração a uma normalidade estrutural e funcional. Antes que o processo de resolução se inicie, a resposta inflamatória aguda tem de ser terminada. Inflamação crônica Pode suceder a inflamação aguda se o agente nocivo não é removido. Em alguns exemplos, os sinais de inflamação crônica podem estar presentes desde o início da lesão (p. ex., em infecções virais ou respostas imunes a antígenos próprios). Dependendo da extensão da lesão inicial e da sua continuidade, bem como da capacidade de regeneração dos tecidos afetados, a inflamação crônica pode ser sucedida pela restauração da estrutura e função normal ou resultar em cicatrização. Cicatrização: por fibrose. É o tipo de reparo que ocorre após destruição tecidual substancial (como na formação de abscesso) ou quando a inflamação atinge tecidos que não se regeneram e são substituídos por tecido conjuntivo. o. Em órgãos nos quais ocorrem depósitos extensos de tecido conjuntivo, na tentativa de curar a lesão ou como consequência de inflamação crônica, o resultado é a fibrose, que pode comprometer significativamente a função. Fonte: Robbins e Cotran. Mediadores Químicos da Inflamação São moléculas que vão atuar diante da primeira agressão celular e vão mediar todo o processo inflamatório. Os mediadores podem ser produzidos pelas células no local da inflamação ou circular no plasma (sintetizados pelo fígado), como precursores inativos que são ativados no local da inflamação. - Sinalizadores de agressão - Alvo da ação de medicamentos - Mediadores induzem outros mediadores Início > Intensidade > Evolução > São classificados de acordo com sua ação anti- inflamatória ou de acordo com a sua origem: > Mediadores derivados de células > Mediadores derivados do plasma Fonte: Robbins e Cotran. > Mediadores derivados de células: estão em grânulos intracitoplasmáticos (mastócitos, plaquetas, basófilos etc). > Mediadores derivados do plasma: proteínas plasmáticas, ativação do complemento e fator Hageman (sistema de cininas). Os mediadores são: > Mediadores pró-inflamatórios: Iniciam a inflamação/ induzem o processo. > Mediadores anti-inflamatórios: Quando há um controle da inflamação, reparam o tecido. Vão irritar o processo inflamatório e finalizar depois que deter o agressor. As ações da maioria dos mediadores são estreitamente reguladas e de curta duração. Uma vez ativados e liberados das células, os mediadores se decompõem rapidamente e são inativados por enzimas, removidos ou são inibidos. Mediadores derivados de células Os mediadores derivados de células normalmente estão sequestrados em grânulos intracelulares e são rapidamente secretados sob ativação celular (p. ex., a histamina nos mastócitos) ou são sintetizados originalmente em resposta a um estímulo (p. ex., prostaglandinas e citocinas produzidas por leucócitos e outras células). Aminas Vasoativas Primeiros mediadores a serem liberados nas reações inflamatórias agudas. São: histamina e serotonina. Histamina: encontrada em grânulos de mastócitos (tecido - maior parte), plaquetas e basófilos (sangue). Liberada em lesões físicas (trauma e calor) e reações alérgicas. Funções: vasodilatação, contração das células endoteliais e aumento da permeabilidade vascular.Serotonina (5-hidroxitriptamina): é um neurotransmissor e regulador da motilidade intestinal, presente nos grânulos das plaquetas e liberada durante a agregação plaquetária. É um complemento da histamina. Ela induz a vasoconstrição durante a coagulação. Metabólitos do Ácido Araquidônico (AA) Os metabólitos do AA também chamados eicosanoides (por serem derivados do carbono 20 dos ácidos graxos, do grego eicosa, “vinte”) podem mediar praticamente cada etapa da inflamação. Leucócitos, mastócitos, células endoteliais e plaquetas são as principais fontes de metabólitos do AA. Quando a célula sofre agressão, as fosfolipases vão agir degradando os fosfolipídios e liberando ácido araquidônico. O metabolismo do AA ocorre ao longo de duas principais vias enzimáticas: a cicloxigenase estimula a síntese de prostaglandinas e tromboxanos, e a lipoxigenase é responsável pela produção de leucotrienos e lipoxinas. Cicloxigenase Prostaglandinas e tromboxanos: os produtos da via da cicloxigenase incluem as prostaglandinas E2 (PGE2), PGD2, PGF2a, PGI2 (prostaciclina) e tromboxano A2 (TXA2). Prostaglandinas: aumento da permeabilidade vascular, vasodilatação, potente inibidor da agregação plaquetária. A PGD2 é o principal metabólito da via da cicloxigenase nos mastócitos; em conjunto com PGE2 e PGF2a (que se distribuem mais amplamente), causa vasodilatação e potencializa a formação de edema. As PGs também estão envolvidas na patogenia da dor e febre na inflamação; a PGE2 aumenta a sensibilidade à dor a uma variedade de outros estímulos e interage com citocinas para causar febre. Tromboxano: causa vasoconstrição e agregação plaquetária. Prostaciclinas: são mediadores inflamatórios que causam vasodilatação e inibem a agregação plaquetária. Lipoxigenase Leucotrienos: a síntese dos leucotrienos envolve múltiplas etapas. A primeira etapa gera o leucotrieno A4 (LTA4), que por sua vez origina o LTB4 ou LTC4. O LTB4 é produzido pelos neutrófilos e alguns macrófagos, e é um potente agente quimiotático para neutrófilos. O LTC4 e seus metabólitos subsequentes, LTD4 e LTE4, são produzidos principalmente nos mastócitos e causam vasoconstrição, broncoespasmo e aumento da permeabilidade vascular. Alvo da ação de medicamentos para a asma. Lipoxinas: inibem a quimiotaxia e a aderência dos neutrófilos ao endotélio, funcionando, portanto, como antagonistas endógenos dos leucotrienos. Fonte: Robbins e Cotran. Fator Ativador Plaquetário (FAP) Gerado a partir dos fosfolipídios das membranas de neutrófilos, monócitos, basófilos, células endoteliais e plaquetas (e outras células), pela ação da fosfolipase A2. o PAF causa vasoconstrição e broncoconstrição, e é 100-1.000 vezes mais potente que a histamina em induzir vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular. Citocinas São mediadores muito importantes da inflamação e resposta imune, são uma família de mais de 50 citocinas. Sintetizadas em resposta a uma agressão por diversas células. Secretadas por um curto período e em quantidade limitada, por isso existem tantos tipos (todas possuem a mesma função). As citocinas também são chamadas de interleucinas (abreviadas IL e numeradas), pois acreditava-se serem substâncias produzidas por leucócitos e que agiam sobre leucócitos. Citocinas pro-inflamatórias: TNF-2 (fator de necrose tumoral), IL-1 (interleucina 1), IL-6, IL-17 (recrutamentos de neutrófilos e defesa), IL-18 e IFN-γ (interferon gama, importante na inflamação crônica). TNF-2 e IL-1: O principal papel dessas citocinas na inflamação é a ativação endotelial. Citocinas anti-inflamatórias: IL-4, IL-10 e TGF-ß (fator de crescimento transformante). Função: aumento da aderência de leucócitos, aumento da neutrofilia, aumento do colágeno, febre, sono, fome, aumento de proteínas da fase aguda (proteína C reativa - PCR). Quimiocinas São uma grande família de citocinas existindo mais de 50 tipos. São Indutores de Quimiotaxia: as principais funções das quimiocinas são o recrutamento dos leucócitos na inflamação e na organização anatômica normal das células nos tecidos linfoides e outros tecidos. Óxido Nítrico O NO é um gás radical livre, solúvel, de curta duração, produzido por muitos tipos celulares e capaz de mediar uma variedade de funções. Efeitos: Macrófagos: utilizam o NO como agente microbicina e para destruição de células tumorais. Células endoteliais: relaxamento do músculo liso e vasodilatação. O NO desempenha outros efeitos na inflamação, incluindo antagonismo a todos os estágios da ativação plaquetária (adesão, agregação e desgranulação) e redução do recrutamento de leucócitos para os locais inflamatórios. O NO age na ereção peniana. Ex: viagra possui óxido nítrico. Mediadores derivados do plasma Os mediadores derivados do plasma (proteínas plasmáticas) sofrem clivagem proteolítica para adquirir suas atividades biológicas. Três sistemas inter-relacionados: os sistemas de complemento, das cininas e da coagulação. Sistema Complemento: defesa contra microorganismos. Composto por mais de 30 proteínas plasmáticas numeradas de C1 a C9, presentes no plasma na forma inativa. Aetapa fundamental na geração de produtos do complemento biologicamente ativos é a ativação do terceiro componente C3. Ativação: clássica, alternativa e lectinas. Fonte: Robbins e Cotran. Os fatores derivados do complemento que são produzidos ao longo da via influenciam uma variedade de fenômenos na inflamação aguda: Efeitos vasculares: C3a e C5a aumentam a permeabilidade vascular e causam vasodilatação. Ativação, adesão e quimiotaxia dos leucócitos: C5a e, em menor grau, C3a e C4a, ativa os leucócitos, aumentando sua adesão ao endotélio. Opsonização/Fagocitose: C3b e C4a se fixam a parede celular, como de bactérias, atuando como opsoninas, favorecendo a fagocitose por neutrófilos e macrófagos. Fator de Hageman (fator XII): é uma proteína sintetizada pelo fígado que circula em forma inativa até encontrar colágeno, membrana basal ou plaquetas ativadas. O fator de Hageman ativado (fator XIIa) inicia quatro sistemas envolvidos na resposta inflamatória: o sistema de cininas, o sistema de coagulação, o sistema fibrinolítico e o sistema complemento. Sistema de Cininas: A ativação do sistema de cininas leva à formação final de bradicinina que provoca aumento da permeabilidade vascular, dilatação arteriolar, contração do músculo liso dos brônquios e dor quando injetada na pele. É importante ressaltar que a calicreína, um intermediário na cascata de cininas com atividade quimiotática, também é um potente ativador do fator de Hageman. Sistema de Coagulação: O fator XIIa direcionando a cascata proteolítica, leva à ativação da trombina, que, então, cliva o fibrinogênio solúvel circulante, produzindo um coágulo de fibrina insolúvel. Durante a clivagem do fibrinogênio, a fibrina gera fibrinopeptídeos que aumentam a permeabilidade vascular e são quimiotáticos para os leucócitos. A trombina também cliva o C5, gerando C5a, ligando, portanto, a coagulação com a ativação do complemento. Sistema Fibrinolítico: Responsável por limitar a coagulação , clivando a fibrina. Formação de plasmina (degrada fibrina, lise de coágulos). Fonte: Robbins e Cotran. Fonte: Robbins e Cotran. Fonte: Robbins e Cotran. Inflamação crônica Reação tecidual caracterizada pelo aumento dos graus de celularidade e de outros elementos teciduais mais próximos da reparação, diante da permanência do agente agressor. > Inflamação de duração prolongada (semanas, meses, anos) na qual a inflamação ativa, destruição tecidual e reparação ocorrem simultaneamente. Eventos envolvidos na inflamação crônica > Predomínio de células mononucleares. > Destruição tecidual. > Reparo. 1) Agente agressor persiste no hospedeiro células inflamatórias incapazes de destruir o agente agressor e/ou há entrada repetitiva do agente agressor. Ex.: micobactérias, vírus e fungos. 2) Mecanismos de defesa comprometidos Ex: doenças autoimunes e doenças infecciosas crônicas.Células da Inflamação Crônica Monócitos/macrófagos: Os macrófagos, as células dominantes da inflamação crônica, são células teciduais derivadas dos monócitos do sangue circulante, após sua emigração da corrente sanguínea. Responsáveis pela fagocitose. Núcleo em forma de rim. Migram 24/48h após o início da inflamação e após saírem dos vasos sofrem ativação o que resulta em modificações morfológicas, metabólicas e funcionais de acordo com o tecido que precisa ser fagocitado. Podem sobreviver longos períodos (semana, meses). Linfócitos: núcleo oval, citoplasma escasso. 20/30% dos leucócitos em circulação. > Linfócitos T(65/75%): responsável pela imunidade celular, mantém resposta imune controlada. > Linfócitos B: reconhecimento direto dos antígenos e produzem anticorpos. > Linfócitos NK: são naturalmente preparados (não precisam de maturação) para agir conra células prejudiciais. Padrões de Inflamação Crônica Inflamação Crônica inespecífica: Presença de células mononucleares associadas a outros tipos celulares. São observados macrófagos, linfócitos e plasmócitos em quantidades variadas, não posuindo predominância de um tipo celular. Inflamação Crônica Hiperplásica: Predomínio de grande quantidade de fibras colágenas e de células. Formação e deposição de uma massa tecidual evidente. Ex.: calo fibroso/ósseo por trauma. Inflamação Crônica Exsudativa: Algumas inflamações crônicas podem manifestar a presença de PUS. O pus é frequentemente visto em inflamações no osso, principalmente se a origem for infecciosa. Ex.: osteomielites crônicas. Inflamação Crônica Granulomatosa: Padrão distinto de inflamação crônica. Formação de nódulos (GRANULOMAS). A formação do granuloma “encerra” o agente agressor (mecanismo de defesa). Os granulomas podem se formar de três modos: > Nas respostas persistentes de células T a certos microrganismos (bactérias como Mycobacterium tuberculosis - tuberculose, T. pallidum- sífilis, M. leprae - lepra ou fungos como Histoplasma capsulatum- Histoplasmose e Paracoccidioides brasiliensis- Paracoccidioidomicose). > Doenças inflamatórias imunomediadas, principalmente na doença de Crohn (doença inflamatória intestinal). > Doença de etiologia desconhecida chamada sarcoidose, e podem se desenvolver em resposta a corpos estranhos relativamente inertes (p. ex., sutura ou farpa), formando os conhecidos granulomas de corpos estranhos. Granuloma: constituído por 4 elementos >Macrófagos epitelioides >Células gigantes multinucleadas >Linfócitos >Fibroblastos Nas preparações com H&E habituais, alguns dos macrófagos ativados nos granulomas exibem citoplasma granular róseo com limites celulares indistintos; esses macrófagos são chamados de células epitelioides por sua semelhança com o epitélio (função de criar barreira física). Tipicamente, os agregados de macrófagos epitelioides são circundados por um colar de linfócitos. Os granulomas mais antigos podem ter uma orla de fibroblastos e tecido conjuntivo. Frequentemente, células gigantes multinucleadas são encontradas nos granulomas. Elas consistem em uma grande massa de citoplasma e muitos núcleos, e derivam da fusão de múltiplos macrófagos ativados. > A cura dos granulomas é acompanhada de fibrose, que pode ser bastante extensa. > Granuloma imunogênico ou epitelioide: quando é desencadeado por muitos parasitas, metais ou poeiras inorgânicas. Fonte: Robbins e Cotran. Reparação O processo de restituição da normalidade tecidual é concluído pela REPARAÇÃO, fenômeno inseparável da inflamação. O reparo, muitas vezes chamado de cura, se refere à restauração da arquitetura e função do tecido após a lesão que se dá por regeneração ou cicatrização. Constantemente os tecidos estão em 3 processos: 1) Proliferação (multiplicação) 2) Diferenciação 3) Apoptose Esses processos estão equilibrados nas condições normais e na inflamação/reparo há o predomínio da proliferação. Ciclo Celular No seu ciclo vital, as células encontram-se em duas fases ou períodos: mitose, quando as células dividem o material nuclear (cariocinese) e fazem a citocinese e interfase, período entre duas divisões celulares. Células não replicativas: neurônios, células cardíacas. São substâncias que controlam a taxa de divisão celular com capacidade de estimular ou de inibir a multiplicação celular. Muitos dos fatores de crescimento envolvidos no reparo são produzidos por macrófagos e linfócitos que são recrutados no local da lesão ou são ativados no local como parte do processo inflamatório. Outros fatores são produzidos por células do parênquima ou por células do estroma (tecido conjuntivo) em resposta a lesão. Fatores de Crescimento Principais fontes: Plaquetas e Macrófagos • Fator de Crescimento Epidérmico (EGF): mitogênico para o epitélio e fibroblastos. • Fator de Crescimento Derivado de Plaquetas (PDGF): Também produzido por macrófagos, endotélio, células musculares lisas. Quimiotaxia e proliferação de células mesenquimais indiferenciadas e fibroblastos. • Fator de Crescimento dos Fibroblastos (FGF): induz fibroblastos à mitose, angiogênese. • Fator de Crescimento β Transformador (TGF β): quimiotaxia para fibroblastos, estimula produção de colágeno; • IL-1 e TNFα: liberado por macrófagos, linfócitos e endotélio. Mitogênico para fibroblastos e osteoblastos, aumenta a síntese de colágeno e colagenase pelos fibroblastos. Estimula angiogênese. Tipos de Sinalização Intercelular Mecanismos de Sinalização dos Receptores dos Fatores de Crescimento A maioria dos fatores de crescimento tem como função a ligação a receptores específicos de superfície celular e o desencadeamento de sinais bioquímicos nas células. Autócrina Parácrina Endócrina Autócrina: ocorrer diretamente na mesma célula que produz o fator. Ex.: macrófagos. Parácrina: entre células adjacentes. Ex.: neurônios (a célula vizinha que se beneficia). Endócrina: ocorre em grandes distâncias. Ex.: hormônios (estímulos liberados na corrente sanguínea). Sinal extracelular Receptor Locais-alvo na mesma célula Célula-alvo adjacenteCélula secretora Secreção de hormônio no sangue pela glândula endócrina Célula-alvo distante Proliferação Celular Proliferação e diferenciação celulares são processos essenciais para os seres vivos. Multiplicação celular: necessária para repor as células que morrem após seu período de vida ou por processos patológicos. Diferenciação celular: especialização morfológica e funcional das células que permite o desenvolvimento do organismo como um todo integrado. Fonte: Robbins e Cotran. Capacidade Regenerativa dos tecidos Tecido envolvido: Lábeis - Divindem-se continuamente (proliferação constante) e, desse modo, há reparo rápido se for uma lesão leve. Exemplos: Epitélios de superfícies: boca (afta), trato gastrointestinal e pele; tecido hematopoiético na medula óssea etc. Estáveis - Capacidade limitada de se regenerar. Tecido quiescentes (em repouso), precisam de um estímulo para se proliferar, como a retirada de um pedaço do fígado, rim ou pâncreas. Permanentes - Células que não se regeneram, apenas cicatrizam. São diferenciadas, como células do coração e neurônios. Extensão da lesão: Fonte: Robbins e Cotran. Fígado Principal exemplo de regeneração, cerca de 40-60% do fígado pode ser removido em um procedimento chamado transplante de doador vivo. Fibrose - agressões frequentes em curto período, como abuso de álcool e hepatite, o fígado pode perder a capacidade de regenerar (Capacidade limitada). Cirrose - formação exagerada de cicatriz. Afeta o tecido conjuntivo (matriz). Matriz Extracelular O reparo tecidual não depende apenas da atividade dos fatores de crescimento, mas também das interações entre as células e os componentes da MEC. MEC: é um complexo de várias proteínas que se arranjam em uma rede que circunda as células e constitui uma proporção significativa em qualquer tecido. Desempenha funções de suporte e resistência dos tecidos. Fonte: Robbins e Cotran. Reparo Tecidual REGENERAÇÃO Quandoos tecidos são capazes de restituir os componentes lesados e retornar ao seu estado normal desde que o tecido tenha capacidade proliferativa (mitose) e não haja destruição extensa do estroma e MEC. > Quando não se sabe que ali houve uma lesão. > O tecido morto é substituído por outro morfofuncionalmente idêntico. > Ocorre, principalmente, em tecidos lábeis e estáveis. CICATRIZAÇÃO Tecidos são lesados, mas não são capazes de se reconstruírem por completo. > É a deposição de tecido conjuntivo fibroso / colágeno (fibrose gera cicatriz permanente), mas há perda de função, sem pêlos no local. Fatores Determinantes: extensão da lesão e tipo de tecido (lábeis, estáveis e permanentes). Regenerar ≠ Cicatrizar Substituição idêntica ao tecido original "remendar" o tecido lesionado, mas não recupera a função (não é igual ao tecido original). Sem crescimento do folículo piloso. Processos de Cicatrização FASES DA CICATRIZAÇÃO 1)Inflamatória: eliminar agentes agressores e produtos da degradação tecidual, fornecer fatores de crescimento. Lesão provoca a inflamação (vasodilatação, edema, dor, calor rubor). 2)Fase Proliferativa: Proliferar células endoteliais e fibroblastos, resultando em angiogênese e produção de tecido de granulação. Tecido de Granulação: composto por Infiltrado inflamatório, células mononucleares, fibroblastos e neovasos. Bem vermelho e vascularizado e não ocorreu muita deposição de tecido esponjoso. É uma fase do processo de cicatrização e sempre ocorre. Tecido de granulação ≠ Granuloma (tipo de resposta inflamatória crônica). 3)Fase de Maturação: depósito de MEC e contração da ferida (deposição, agrupamento e remodelação pelo colágeno = cicatriz). Depósito de componentes da matriz extracelular. Fonte: Robbins e Cotran. Angiogênese: formação de novos vasos a partir de vasos pré- existentes ou de células precursoras. É essencial para a cura nos locais de lesão, para o desenvolvimento de circulações colaterais em locais de isquemia e para permitir o aumento de tumores e sua disseminação. Cicatrização por Primeira Intenção/ União Primária • Ferimento pequeno • Há perda de tecido conjuntivo • Pouca contaminação bacteriana (pouco ou nenhum exsudato) • Bordas da ferida estão aproximadas • Incisão limpa Melhor exemplo: incisão cirúrgica não-infectada, aproximada por suturas. Cicatrização por Segunda Intenção/ União Secundária Ocorre perda tecidual mais extensa(ex.: Feridas grandes, abscessos, úlceras, infarto) e as fases de cicatrização são evidentes • Dura meses e permanece aberta • Resposta inflamatória bastante evidente, com necessidade de maior tecido de granulação Exemplo: feridas grandes, abscessos, úlceras e infarto. Comum em queimaduras. Fonte: Robbins e Cotran. Fonte: Robbins e Cotran. DIFERENÇAS COM A CICATRIZAÇÃO POR PRIMEIRA INTENÇÃO: Crosta Reação inflamatória Tecido de granulação Contração da ferida Contração da ferida (presença de miofibroblastos → fibroblastos alterados com características de células musculares lisas). FATORES QUE MODIFICAM O REPARO: FATORES GERAIS ➢ NUTRIÇÃO Profundo efeito na cicatrização. Deficiência de Vitamina C inibe síntese de colágeno. ➢ SUPRIMENTO SANGUÍNEO Suprimento sanguíneo inadequado compromete a cicatrização (ex.: aterosclerose). ➢ CORTICOSTEROIDES Efeitos anti-inflamatórios bem documentados. Inibição de TGF- β - Diminui a síntese de colágeno. ➢ DIABETES MELLITUS Atraso na cicatrização (tendência à infecção por � da quimiotaxia, fagocitose e ação microbicida). Afeta a circulação local (microangiopatia + aterosclerose). ➢ ANEMIA GRAVE Diminuição de oxigênio tissular. ➢ LEUCOPENIA / TROMBOCITOPENIA Reduz fornecimento de fatores de crescimento. FATORES LOCAIS ➢ INFECÇÃO Prolonga a fase da inflamação do processo. Aumenta intensamente a lesão tecidual no local (pelos microrganismos e células inflamatórias). ➢ FATORES MECÂNICOS Movimentos precoces da ferida; Deiscência de sutura; Remoção intempestiva da crosta. ➢ TAMANHO, LOCALIZAÇÃO E TIPO DE FERIDA Lesões extensas; Cicatrização mais rápida em áreas mais vascularizadas; Aproximação das bordas. ➢ CORPOS ESTRANHOS Fragmentos de aço, vidro, madeira ou mesmo de osso e suturas desnecessárias (retardam ou impedem a cicatrização). Cicatrizes Deformantes Queloide: Deposição excessiva de colágeno na pele formando uma cicatriz elevada. Regressão muito lenta ou sem regressão (relação genética). Hipertrófica: Desorganização das fibras colágenas e há formação excessiva de tecido conjuntivo denso em cicatriz cutânea (assim como o queloide, porém é adquirida), regredindo parcialmente com o tempo. Retrátil: Planos não são aproximados (precisa aproximar a pele). Atrófica: Deposição de fibras colágenas inadequada. Ex.: estrias e cicatriz de acne. Cicatrizes. Fonte: Meus, lindos e pagos. Cicatriz retrátil. Fonte: Cirurgia plástica Dr. Fernando Rodrigues. Exercícios Erros no material ou sugestões? contatar: alinesbitencourt@hotmail.com 1) A inflamação é importante para o organismo? Por que? 2) Quais os sinais cardinais da inflamação? 3) Quais células são predominantes na inflamação crônica? 4) Quais as diferenças da inflamação aguda e crônica? 5) Qual a primeira célula a chegar em um foco inflamatório? 6) O que significa "desvio à esquerda" e neutrofilia? 7) Cite um estímulo para o início de uma inflamação aguda. 8) Quais são os eventos de uma inflamação aguda? 9) A resposta inflamatória é sempre benéfica? 10) Do que é constituído um granuloma? 11) Qual a diferença de regeneração e cicatrização? 12) Como diferenciar uma cicatrização de primeira intenção para uma de segunda intenção? 13) Cite os tipos de cicatrizes deformantes e suas diferenças. Referências KUMAR, V., ABBAS, A.K., FAUSTO, N., ASTER, J.C. Robbins & Cotran. Patologia: Bases Patológicas das Doenças. Elsevier,Rio de Janeiro, 2010. BRASILEIRO FILHO, Geraldo. Bogliolo patologia. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. UNICAMP. ANATOMIA PATOLÓGICA: ÍNDICE ALFABÉTICO DE ASSUNTOS. Disponível em: http://anatpat.unicamp.br/indexalfa.html. Acesso em: 23 maio 2020. SZABÓ, G.h. Bechara & M.p.j.. PROCESSO INFLAMATÓRIO. 1. Alterações Vasculares e Mediação Química. 2006. Disponível em: https://www.fcav.unesp.br/Home/departamentos/patologia/G ERVASIOHENRIQUEBECHARA/inflam_aspectosvasculares 2006.pdf. Acesso em: 27 maio 2020.
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